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A Possibilidade do Conhecimento

O Cepticismo
Marco Franco
Ricardo Carreira
É possível um conhecimento seguro e infalível?
Podemos conhecer todo o tipo de objectos?
Ou existem objectos que, pela sua natureza,
escapam ao nosso conhecimento?
Se o nosso conhecimento é limitado, tais limites
são provisórios ou absolutos?
Há conhecimento universal, isto é válido para todos, ou todo
o conhecimento é relativo a certas circunstâncias
psicológicas ou culturais?
Cepticismo
• Deriva do grego sképsis, que significa
indagação

• Originou-se na Grécia antiga

• Principal defensor: Pirro de Élis (360-275) a.C.

• Também é conhecida como Pirrismo


• O cepticismo é a posição gnosiológica que mantém
em dúvida, para o homem, a possibilidade de
atingir o conhecimento.

• Rejeita qualquer tipo de dogma

afirmação considerada verdadeira sem ser contestada


• De acordo com os cépticos, todo conhecimento é relativo pois depende:
• da realidade da pessoa que o apreende;
• das condições do objecto que está a ser apreendido.

• Tal como a cultura (regras, leis, costumes, visões do mundo, crenças)


muda em cada período histórico, os defensores do cepticismo acreditam
ser impossível estabelecer o que é real e irreal ou correcto e incorrecto.

• Logo, os cépticos defendem uma postura de neutralidade em todas as


questões, não fazendo julgamentos.

• Assim, o céptico defende a indiferença total.


Empirismo - Cepticismo
• O empirismo afirma que o conhecimento provem
exclusivamente da experiência e assim vai desvalorizar
a razão.

• O empirista dirá que nenhuma proposição universal


pode ser declarada necessariamente verdadeira.

• Elas derivam da experiência e, em consequência, não


podemos dizer a priori que experiências futuras não
revelarão excepções, contra-exemplos que as refutem.
• Para o empirismo uma proposição universal exprime duas coisas:
– por um lado um resumo dos casos particulares já verificados;
– por outro, a nossa expectativa, baseada no hábito, de que a mesma relação
continue a verificar-se nos casos que ainda não foram experimentados.

• O enunciado “Todo o homem é mortal” exprime uma regra que se


verificou em séculos de experiência humana e a nossa hipótese ou
expectativa de que o mesmo se venha a verificar.

• “Ninguém se pode banhar duas vezes na água do mesmo rio” – da


segunda vez nem a coisa nem o sujeito são os mesmos. Tudo está em
constante mudança e o mundo é um fluxo perpétuo.
Heraclito de Éfeso (540-484 a.C.)
Exemplo:
• O empirista sabe que a experiência revelou serem falsas certas regras empíricas em
que a humanidade acreditou durante muito tempo.

• “Todo o mamífero é vivíparo”

• Seres humanos, cães, gatos, gado, ratos, morcegos e elefantes, a todos se aplicava a
mesma regra “Se é mamífero, é vivíparo”.

• Nunca se tinha visto um mamífero que pusesse ovos e os chocasse, como as aves e os
répteis.

• No entanto com a descoberta da Austrália e a sua consequente exploração levou á


descoberta do ornitorrinco – um mamífero ovíparo.
• David Hume (1711-76) levou o empirismo ao
extremo e sugeriu que o ser humano é uma
criatura que tende ao prático e não tanto ao
racional.

• Criticou a metafísica e mantinha um cepticismo


radical perante questões que diziam respeito ao
supra-sensível.

• Para ele, todo o conhecimento provém da


experiência, alcançada pelo uso dos cinco sentidos. 
“Segundo o cepticismo, o sujeito não pode
apreender o objecto. O conhecimento, no sentido
de uma apreensão real do objecto, é impossível
para ele. Por tanto, não devemos formular
qualquer juízo, mas sim abster-nos totalmente de
julgar.”

HESSEN, J., Teoria do Conhecimento


CEPTICISMO

RADICAL METAFÍSICO
Cepticismo Radical
• O céptico radical é aquele que duvida de tudo, é aquele que renuncia a
qualquer certeza.

• Um cepticismo desse nível impossibilita a prática da pesquisa e a busca


do conhecimento fica prejudicada simplesmente porque nele não se
vislumbra qualquer possibilidade de certeza.

• Para o céptico radical, não adianta filosofar porque, de antemão, fica


estabelecida a impossibilidade do conhecimento.

• O cepticismo radical chega mesmo a ser contraditório, pois o céptico,


para ser fiel à sua doutrina, não deveria sequer acreditar no que ele
mesmo diz.
Cepticismo Metafísico
• Segundo David Hume o ser humano está impossibilitado
de conhecer tudo o que ultrapassa a experiência sensível:
– Deus, alma, mundo espiritual,…

• Pois não são realidades acessíveis ao conhecimento


humano, acabando por nem sequer ser possível afirmar a
sua existência
• Enfim, como o cepticismo é o posicionamento que não considera
“verdades” definitivas e indiscutíveis, é uma postura
demasiadamente filosófica.

• De modo: sem a indagação, não existe filosofia de verdade.


Consequentemente, a legítima filosofia é céptica e está em
constante transformação.

• Portanto, a filosofia deve ser vista como um movimento sucessivo,


e nunca como um sistema concluído.

• Por isso os cépticos são aqueles que mais bem representam a


ciência do pensamento, isto é, a filosofia.
Webgrafia
• http://www.dicio.com.br/indagacao/
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Ceticismo
• http://www.mundodosfilosofos.com.br/hume.htm
• http://infinitoindivisivel.blogspot.com/2007/11/ceticismo-e-empirismo.html
• http://theoriapratica.org/causa-e-efeito-empirismo-e-ceticismo
• http://www.espacoacademico.com.br/015/15amsf.htm
• http://www.lexico.pt/cepticismo/
• http://www.skepdic.com/brazil/ceptifilos.html
• http://www.edusurfa.pt/mostra_pdf/?
pdf=Modelos_explicativos_conhecimento.pdf
• http://www.das.ufsc.br/~cancian/ciencia/filosofia_ceticismo.html

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