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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA

PROFª: ANDRÉA BEZERRA DE CASTRO


DISCIPLINA: ZOOLOGIA

PROTOZOÁRIOS

Características Gerais
São organismos completos no qual todas as atividades vitais ocorrem dentro dos
limites de uma única membrana plasmática. Às vezes os protozoários são classificados
como “acelulares”, pois sua massa celular não é subdividida em células, mas a maioria
prefere chamá-los de “unicelulares” enfatizando suas várias similaridades estruturais
com as células de animais multicelulares.
A Sociedade de Protozoologistas publicou em 1980 uma nova classificação dos
protozoários reconhecendo sete filos distintos.
Aqui, citaremos os filos maiores e mais importantes:
Sarcomastigophora: que contém os flagelados e amebas;
Apicomplexa: importantes parasitas intracelulares incluindo o organismo que causa
malária;
Ciliophora: ciliados.

Os protozoários apresentam um plano corporal básico - uma única célula


eucariótica – com amplo potencial adaptativo.
Embora sejam unicelulares, os protozoários são organismos completos
funcionalmente, com muitas estruturas micro anatômicas complexas. Suas organelas
tendem a ser mais especializadas do que aquelas da média das células de um organismo
multicelular.
São altamente adaptáveis e facilmente distribuídos de um local para outro.
Precisam de umidade e vivem em hábitats marinhos ou de água doce, solo, ou em
lugares com matéria orgânica em decomposição, plantas ou animais. Podem ser sésseis
ou livre-natantes e formam grande parte do plâncton.
Desempenham importante papel na economia da natureza  gigantescos
depósitos no sedimento oceânico formados por milhões de anos por seus esqueletos.
Cerca de 10.000 espécies vivem em simbiose sobre ou dentro do corpo de
animais ou plantas. Dependendo das espécies envolvidas a relação pode ser:
• Mutualismo: com benefício para os dois organismos associados.
• Comensalismo: um organismo da associação se beneficia e não há efeito sobre o
outro.
• Parasitismo: um organismo da associação se beneficia prejudicando o outro.
Protozoários parasitas causam algumas das mais importantes doenças em seres
humanos e animais domésticos.

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Fisiologia
As estruturas e fisiologia das células dos protozoários são bastante similares às
das células de organismos multicelulares. Entretanto, por terem que realizar todas as
funções vitais como organismos individuais e por apresentarem enorme diversidade de
formas, habitas e alimentação, várias células de protozoários possuem características
exclusivas.
Núcleo: é uma estrutura delimitada por membrana cujo interior comunica-se
com o citoplasma por pequenos poros. Dentro do núcleo o material genético (DNA)
forma os cromossomos. Também são presentes um ou mais nucléolos.
Organelas citoplasmáticas: incluem mitocôndrias, retículo endoplasmático,
corpo de Golgi e várias vesículas. Encontramos cloroplastos (organelas delimitadas por
membranas onde a fotossíntese ocorre) são encontradas na maioria dos
fitoflagelados. As áreas centrais e periféricas do citoplasma podem ser reconhecidas
como endoplasma e ectoplasma.

Organelas locomotoras:
Cílios e flagelos não existe diferenciação morfológica entre cílio e flagelo,
muitos pesquisadores preferem chamar a ambos de undulipódios (L. undula, dim. de
unda, onda + Gr. podos, pé). Entretanto o cílio impulsiona a água paralelamente à
superfície na qual ele está fixado, enquanto o flagelo impulsiona a água paralelamente
ao seu eixo principal. Cada cílio ou flagelo possui nove pares de microtúbulos
longitudinais dispostos em um circulo em torno de um par central. A esta organização
de microtúbulos no padrão de 9 + 2 dá-se de axonema. Cinetossomo ou corpúsculo
basal é a denominação recebida pelo conjunto de microtúbulos após a entrada na
célula.
Pseudópodes: são prolongamentos do citoplasma celular sendo o principal meio
de locomoção dos Sarcodinas, mas pode ser formado por uma variedade de
protozoários flagelados, assim como por células amebóides de invertebrados. Boa
parte da proteção contra doenças no corpo humano depende das células amebóides do
sangue.
Osmorregulação: é realizada por estruturas contidas no citoplasma celular
chamadas de vacúolos contráteis. A principal função dos vacúolos contráteis é
remover o excesso de água que entrou no citoplasma por osmose. Os vacúolos enchem-
se periodicamente com uma substância fluida que depois é expelida. São mais comuns
e em protozoários de água doce do que nos marinhos e nas espécies endossimbiontes
(onde o meio circundante é mais ou menos isosmótico).
Excreção: a excreção de resíduos metabólicos é quase totalmente feita por
difusão. O principal produto final do metabolismo do nitrogênio é a amônia.
Muitos ciliados possuem uma estrutura característica para expulsão da matéria
residual, o citopígeo ou citoprocto.
Nutrição: os protozoários podem ser categorizados em:
autótrofos  que sintetizam seus próprios constituintes orgânicos a partir de
substratos inorgânicos utilizando a luz

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heterótrofos  que têm de obter moléculas orgânicas sintetizadas por outros
organismos.
Entre os heterótrofos existem aqueles que ingerem partículas visíveis de
alimentos (fagotróficos ou holozóicos) e os que ingerem alimento em uma forma
solúvel (osmotróficos ou saprozóicos).
Na nutrição holozóica o vacúolo alimentar ou fagossomo é formado pela
membrana celular a partir do englobamento de partículas alimentares. Pequenas
vesículas com enzimas digestivas chamadas de lisossomos fundem-se ao fagossomo
liberando seu conteúdo para dentro dele, dando início à digestão. Após a digestão o
fagossomo torna-se menor e qualquer material que não tenha sido digerido é eliminado
da célula por exocitose.
Na maioria dos ciliados, em muitos flagelados e em alguns apicomplexa o local da
fagocitose é uma estrutura definida como citóstoma. Nas amebas a fagocitose pode
ocorrer em qualquer ponto por meio do envolvimento da partícula pelos pseudópodes.
Nas amebas tecadas as partículas devem ser ingeridas pela através da abertura da
carapaça, ou testa.
Nutrição saprozóica pode ser por pinocitose ou pelo transporte de solutos
diariamente através da membrana celular.
Reprodução
Fissão é o processo de multiplicação celular que produz mais indivíduos.
Fissão binária é o tipo mais comum, em que resultam dois indivíduos idênticos. Quando
a célula gerada é menor que a original e cresce até o tamanho adulto, o processo é
chamado de brotamento.
Fissão múltipla ou esquizogonia: a divisão do citoplasma é precedida de várias
divisões nucleares, de modo que grande número de indivíduos é formado
simultaneamente. É comum entre os Sporozoa e alguns Sarcodina. Se a fissão múltipla
for precedida ou associada à união de gametas, fala-se em esporogonia.
Processos sexuais
A ocorrência de sexo entre os protozoários é importante como meio de
recombinação genética. Quando os gametas parecem iguais são chamados de
isogametas, mas quase todas as espécies possuem os dois tipos diferentes, ou
anisogametas.
Singamia é a fecundação de um gameta por outro.
Autogamia ocorre quando núcleos gaméticos surgem por meiose e se fundem
para formar um zigoto dentro do mesmo organismo que os produziu.
Conjugação ocorre quando núcleos gaméticos são trocados entre organismos
emparelhados.
Encistamento e desencistameno: a sobrevivência de protozoários em condições
extremamente difíceis está certamente relacionada à habilidade de formar cistos que
são formas latentes de revestimento externo resistentes e com interrupção mais ou
menos total do metabolismo. São importantes também para muitas formas parasitas
que têm de sobreviver em um meio difícil de hospedeiros.

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Representantes:
Filo Sarcomastigophora
Representado pelo subfilo Mastigophora e subfilo Sarcodina.

O subfilo Mastigophora é subdividido em Phytomastigophorea (fitoflagelados, que


geralmente possuem clorofila e são semelhantes às plantas) Zoomastigophorea
(zooflagelados,não possuem clorofila e são holozóicos ou saprozóicos, semelhantes aos
animais).

Phytomastigophorea – fitoflagelados geralmente possuem um ou dois (às vezes


quatro) flagelos e cloroplastos, os quais contêm pigmentos usados na fotossíntese. São
em sua maioria de vida livre. Alguns flagelados são coloniais, vivendo em grupos de
zoóides. Tradicionalmente os zoólogos têm considerado os fitoflagelados como
protozoários, mas os botânicos os chamam de algas. São representados pela Euglena,
Chlamydomonas (alimento para amebas), Peranema (flagelado sem cor), Volvox e
dinoflagelados.
Exemplo:
Euglena viridis é um dos flagelados mais comuns. Habita rios e lagos onde a vegetação
é abundante. Seu flagelo tem a função de locomoção, a película de proteção, o
cinetossomo é representado pelos microtúbulos formadores dos flagelos e cílios e
localiza-se na base de cada flagelo. O vacúolo contrátil drena água para o
reservatório. O estigma tem a função de orientar o protozoário em direção à luz. Uma
mancha ocelar vermelha ou estigma aparentemente atua na orientação em direção à
luz. Possuem cloroplastos para a fotossíntese o que a caracteriza como flagelado
autótrofo e confere uma cor verde. Os grânulos de paramilo são massas de um
material de armazenamento de alimento semelhante ao amido.
Zoomastigophorea – zooflagelados são todos incolores, não possuem cromoplastos e
têm nutrição saprozóica ou holozóica. Muitos são simbiontes. Alguns dos protozoários
parasitas mais importantes são zooflagelados. Muitos deles pertencem ao gênero
Trypanosoma e vivem no sangue de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Alguns
não são patogênicos, mas outros produzem doenças sérias em humanos e animais
domésticos. Trypanosoma brucei gambiensi e T. brucei rodesiense causam doença do
sono em humanos e Trypanosoma brucei brucei causa uma doença semelhante em
animais. São transmitidos pela mosca tse-tsé (Glossina spp.). Trypanosoma cruzi causa
a doença de chagas em humanos. É transmitido pelo barbeiro (Triatominae).
A Leishmania é outro flagelado de importância médica tendo como vetor os
insetos do gênero Phlebotomus. A infecção por algumas das espécies pode resultar em
doenças viscerais graves, afetando especialmente fígado e baço. Podem também
causar leões desfigurantes nas mucosas do nariz e garganta, sendo que o resultado
menos sério é uma ulceração na pele. As espécies de Leishmania causadoras de lesões
nos tecidos de vertebrados são Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia)
guyanensis, Leishmania (Viannia) lainsoni e Leishmania (Viannia) amazonensis . A figura
abaixo mostra as fases deste parasito. Amastigotas em macrófagos de vertebrados,

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promastigotas e amastigotas no tubo digestivo dos flebotomíneos ou aderidas ao
epitélio intestinal.

Trichomonas spp. são simbiontes. Pentatrichomonas hominis vive no ceco e no


cólon de humanos e Trichomonas tenax vive na boca, aparentemente não causando
nenhuma doença. Trichomonas vaginalis habita o trato urogenital de seres humanos e é
transmitido sexualmente, sendo um dos responsáveis mais comuns da vaginite.

A Giardia lamblia frequentemente não prejudica o intestino humano, mas, às vezes,


pode causar diarréias graves. É transmitida por meio de contaminação fecal e sua
distribuição é cosmopolita. Seus trofozoítos localizam-se nas células intestinais do
homem. A figura A mostra o parasito na fase de cisto com 04 núcleos. As figuras B e
C mostram-no na fase de trofozoíta respectivamente ventral e lateralmente.

O Subfilo Sarcodina:
Superclasse Rhizopoda representada pela Amoeba proteus de vida livre (cursos de
água e lagoas de água limpa). São incolores e possuem de 250 a 600 µm em seu maior
diâmetro. As estruturas encontradas são: membrana celular, núcleo citoplasma
(ectoplasma e endoplasma), vacúolo contrátil, vacúolos alimentares, vesículas.
Amebas se alimentam de algas, protozoários, rotíferos e até mesmo de outras amebas
que ingerem por fagocitose. Quando atinge seu tamanho máximo ela se divide por
fissão binária. Entamoeba histolytica é o mais importante rhizopoda que parasita o ser
humano.

Filo Apicomplexa
Todos os apicomplexa são endoparasitas e seus hospedeiros são encontrados em
muitos filos animais. O ciclo de vida inclui tanto reprodução assexual quanto sexual e,
às vezes um hospedeiro intermediário invertebrado. Em algum ponto do ciclo de vida
os organismos desenvolvem esporo (oocisto), que é infeccioso para o próximo
hospedeiro.
Alberga a classe Sporozoea e subclasses:
• Gregarinia - parasitas comuns de invertebrados;

• Piroplasmia - importância veterinária – Babesia bigemina.

• Coccidia – parasitas intracelulares de vertebrados e invertebrados incluindo


espécies de importância médica veterinária.

• Eimeria: o nome coccidiose é geralmente aplicado para infecções com Eimeria ou


Isospora. Infecções de Isospora em humanos geralmente não causa doença
grave, a não ser em pacientes com AIDS. Algumas espécies de Eimeria podem
causar doenças sérias em alguns animais domésticos.

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Toxoplasma gondii: parasitas de gatos com grande importância na saúde humana
que é um hospedeiro intermediário. Estima-se que cerca de um terço da população
humana mundial seja portadora de cistos contendo bradizoítos (forma infectante do
protozoário).

O Plasmodium: organismo causador da malária. O mais conhecido dos coccídios é


o Plasmodium ssp. (Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e o
Plasmodium ovale) que é o causador da doença infecciosa mais importante que atinge
os humanos: a malária, que é uma doença grave, comum e difícil de controlar,
principalmente em países tropicais e subtropicais.

Filo Ciliophora

Compõe um grupo grande com variadas formas vivendo em todos os tipos de


água doce e hábitats marinhos. De todos os grupos de protozoários são os
estruturalmente mais complexos e diversamente especializados. A maioria é de vida
livre, mas alguns são comensais ou parasitas. São sempre multinucleares. O
Paramecium é um ciliado representativo, são geralmente abundantes em lagos e
riachos com pouca correnteza e que contenham plantas aquáticas e matéria orgânica
em decomposição.

Relação dos protozoários com a agricultura


Os protozoários estão relacionados a agricultura sob dois aspectos: como
patógenos de pragas, sendo úteis em programas de controle biológico ou como
patógenos de plantas, causando prejuízos expressivos ao produtor.

Importância como Agentes de Controle Biológico


O controle biológico utilizando protozoários ocorre principalmente através da
contaminação oral do hospedeiro, ou seja, o protozoário necessita ser ingerido para
iniciar o processo da doença. Outra forma é através dos ovos e transovariana. Existem
relatos da transmissão por parasitas e predadores.
O inóculo é, geralmente, representado por esporos, cistos ou outra fase do
desenvolvimento do protozoário.
Na tabela a seguir encontramos os principais gêneros de protozoários
patogênicos as pragas:

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Principais gêneros de protozoários patogênicos
FILOS ORDENS GÊNEROS HOSPEDEIROS
SARCOMASTIGOPHORA KINETOPLASTIDA - 1 ou 2 flagelos Blastocrithidia Diversos
Núcleo simples, exceto em AMOEBIDA Malpighamoeba Abelhas
Foraminiferidae, locomoção por Tipicamente unicelulares, mitocondrias Malamoeba Ortópteros
flagelos, pseudópodes ou ambos. Dobelina Dípteros
EUGREGARINIDA Gregarina Diversos
APICOMPLEXA Merogania ausente, gametogonia e esporogonia
Complexo apical só visível ao presente
microscópio eletrônico, cílios ausentes, NEOGREGARINIDA Mattesia Coleópteros e Lepdópteros
reprodução por singamia, todos Merogonia dentro de tubos de Malpighi, intestino,
parasitos. hemocele ou tecido adiposo
EUCOCCIDIDA Adelina Coleópteros
Merogonia presente
MINISPORIDA Chytridiopis Coleópteros
MICROSPORA Tendência geral para o desenvolvimento mínimo Hessea Dípteros
Esporos unicelulares com filamento de organelas acessórias de esporos
polar, parede não perfurada contendo MICROSPORIDA Burunella Formigas
esporoplasma uni ou binucleado, com Tendência ao máximo desenvolvimento e Chytridiopis Coleópteros
aparelho de extrusão. especialização variada de organelas acessórias de Duboscquia Dípteros e Isópteros
esporos Gurleya Diversos
Nasema Diversos
Octosporea Dípteros, Hemípteros e Lepdópteros
Pleistophora Lepdópteros
Telomyxa Coleópteros
Teloahania Lepdópteros e Ortópteros
Taxoglugea Ortópteros
Vairimorfa Coleópteros e Dípteros
CILIOPHORA HYMENOSTOMATIDA Tetrahymena Dípteros
Organelas representadas por cílios Cavidade bucal bem definida contendo
curtos e contráteis, geralmente 2 tipos membranelas com base infraciliar com 3 a 4 filas
de núcleo. de quinetosomas espaçadas

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As principais características do inseto doente e da doença causada por protozoário são as
seguintes:
a) desenvolvimento retardado,
b) deformação nos apêndices, pupação anormal,
c) dificuldades no movimento e falta de apetite,
d) secreção anal esbranquiçada,
e) cutícula transparente com áreas branco-opacas ou com presença de pontos escuros,
í) os protozoários formam esporos ou cistos resistentes que conseguem sobreviver em
ambientes desfavoráveis,
g) as epizootias* são limitadas a pequenas áreas (focos)
h) os protozoários atuam lentamente sobre a população de insetos, podendo torná-la suscetível a
viroses,
i) podem ser disseminados pêlos ovos, o que facilita o desenvolvimento das epizootias, podendo
ser utilizados em colonização,
j) dificilmente são empregados com inseticidas microbianos em grandes áreas devido à
dificuldade de multiplicação, sendo a maioria parasites obrigatórios.

* epizootia = doença que ataca numerosos animais ao mesmo tempo em um mesmo lugar

Importância como Fïtopatógenos


Os protozoários de interesse fitopatológico são incluídos no filo Mastigophora, Classe
Zoomastigophorasida, ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae, gênero Phytomonas.
São referidos como parasitas de mais de uma centena de espécies vegetais, pertencentes
às famílias: Euphorbiaceae, Asclepiadaceae, Apocinaceae, Moraceae, Rubiaceae, Palmae,
Leguminosae, Solanaceae, Sapotacea e Compositaeae.
No Brasil estão associados principalmente a palmaceas como coqueiro (Cocos nucifera);
dendezeiro (Roysíonea regional)', piaçava (Attala funnifera); palmeira-maripa (Maximiliana
maripa) e palmeira rabo-de-peixe anã (Carioyota mites), nas quais causam a doença denominada
de murcha de Phytomonas, sendo importante do ponto de vista econômico por provocar a morte
das plantas.
São protozoários com predomínio da forma promastigota, medindo de 12 a 20 mm de
comprimento por 1,5 mm de largura. São fusiformes e torcidos duas e três vezes em relação ao
eixo longitudinal do corpo, o qual apresenta na região anterior, um flagelo variando de 10 a 15
um, que permite a mobilidade do protozoário.
Os sintomas apresentados por plantas infestadas por Phytomonas são variáveis conforme
o hospedeiro e localização do flagelado na planta. Quando o protozoário localiza-se nos tubos de
látex, o sintoma característico é o amarelecimento, deformação, seca e queda das folhas, sendo
raramente constatados, podendo nestes casos causar subdesenvolvimento, declínio e morte.
No interior do floema do cafeeiro, Phytomonas leptorosorum provoca o amarelecimento e
queda das folhas mais velhas, palidez, amarelecimento e queda de folhas novas, morte da planta
após três a doze meses dos primeiros sintomas.
Em palmaceas verifica-se murcha, amarelecimento e escurecimento da folha: podridão do
broto apical; necrose das inflorescências e raízes, e por fim a morte da planta.
Já plantas de mandioca apresentam clorose generalizada, subdesenvolvimento, além da
ocorrência de raízes delgadas, em pequeno número, sendo este sintoma conhecido chocheamento

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de raízes. Estes protozoários são transmitidos de uma planta para outra por percevejos.
cigarras e cigarrinhas.
Uma das maneiras de se prevenir da doença consiste em eliminar as plantas daninhas, as
folhas mais velhas e as bainhas mortas, as quais podem abrigar os insetos vetores. O controle
químico do vetor é fundamental para diminuição da incidência da doença.
Para o protozoário não existe ainda controle químico eficiente, embora alguns produtos já
tenham sido constados eficazes in vitro, como a ciclohexemida, mas ao serem testados in vivo
mostraram fitotoxicidade para o coqueiro.
Algumas espécies e híbridos de coqueiro e dendezeiro parecem menos suscetíveis a
Phytomonas, todavia carecem de maiores estudos.

Famílias

Euphorbiaceae

Acalypha hispida Acalifa-macarrão


Acalypha reptans Rabo-de-gato
Acalypha wilkesiana Crista-de-peru
Codiaeum variegatum Cróton
Euphorbia cotinifolia Leiteiro-vermelho
Euphorbia fulgens Chiquita-bacana
Euphorbia ingens Cacto-candelabro
Euphorbia leucocephala Cabeleira-de-velho
Euphorbia milii Colchão-de-noiva
Euphorbia pulcherrima Poinsétia
Pedilanthus tithymaloides Sapatinho-do-diabo

Asclepiadaceae
Asclepias physocarpa Flor-borboleta
Ceropegia woodii Corações-emaranhados
Stapelia hirsuta Flor-estrela
Stephanotis floribunda Jasmim-de-madagascar

Apocynaceae
Adenium obesum Rosa-do-deserto
Allamanda blanchetti Alamanda-roxa
Allamanda cathartica Alamanda
Allamanda polyantha Alamanda-de-cerca
Catharanthus roseus Vinca
Hoya carnosa Flor-de-cera
Mandevilla splendens Dipladênia
Nerium oleander Espirradeira
Plumeria rubra Jasmim-manga
Thevetia peruviana Chapéu-de-napoleão
Vinca major Vinca-pendente
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Moraceae
Artocarpus altilis Fruta-pão
Ficus auriculata Figueira-de-jardim
Ficus benjamina Ficus
Ficus pumila Unha-de-gato
Morus nigra Amoreira-negra

Rubiaceae

Gardenia jasminoides Gardênia


Ixora chinensis Ixora-chinesa
Ixora coccinea Ixora
Mussaenda alicia Mussaenda-rosa
Mussaenda erythrophylla Mussaenda-vermelha
Mussaenda philippica Mussaenda-branca
Pentas lanceolata Estrela-do-egito

Solanaceae
Brugmansia suaveolens Trombeteiro
Brunfelsia uniflora Manacá-de-cheiro
Capsicum sp Pimenta
Cestrum nocturnum Dama-da-noite
Petunia integrifolia Petúnia-perene
Petunia x hybrida Petúnia-comum
Physalis sp Fisalis
Solanum lycopersicum Tomate
Solanum mammosum Teta-de-vaca
Solanum melongena Berinjela

MÉTODOS DE FIXAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE PROTOZOÁRIOS


Os protozoários, não marinhos podem ser fixados em Bouin ou solução de Noland's, que
serve como fixador e corante.

Bouin
- ácido pícrico (solução saturada) 15 partes
- formalina 5 partes
- ácido acético glacial 1 parte

Solução de Noland"s
- solução saturada aquosa de fenol 80mS
- formalina 20ml
- glicerina 04ml
- violeta de genciana 20me
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Misturar com 1 ml de água antes de adicionar os outros ingredientes. Uma gota de
reagente deve ser misturada com uma gota da cultura antes de cobrir com a lamínula.
Outros corantes podem ser utilizados, tais como:
Azul de metileno: coloca-se uma gota sobre uma lâmina, deixa-se secar e posteriormente
colocar uma gota da cultura.
Verde metil acidulado a 0,1% em ácido acético, visando corar o núcleo.
Carmim em pó: coloca-se uma pitada sobre a lâmina e posteriormente uma gota da cultura.
Visando uma melhor observação do vacúolo digestivo.
Solução de lugol: coloca-se uma gota sobre a lâmina e depois uma da cultura. Serve para a
visualização de cílios e flagelos.
Para diminuir os movimentos a fim de facilitar a observação de protozoários, pode-se
utilizar alguns narcóticos, como o açúcar, o álcool isopropílico e ágar a 0,l %.
Ás vezes, fibras de algodão podem diminuir o rápido movimento dos protozoários,
funcionando como um obstáculo ou rede.

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