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RADIAÇÃO CARACTERISTICA

Pelo visto anteriormente, alguns fótons interagem diretamente com os núcleos,


convertendo toda sua energia em radiação, sem modificar o átomo alvo, ou seja, sem
ionizá-lo.

Existem situações, no entanto, em que elétron pode interagir com um átomo


quebrando sua neutralidade (ionizando-o), ao retirar dele elétrons pertencentes à sua
camada mais interna (K). Ao retirar o elétron da camada K, começa o processo de
preenchimento dessa lacuna (busca de equilíbrio), por elétrons de camada superiores.
Dependendo de camada que vem o elétron que ocupa a lacuna da camada K, teremos
níveis de radiação diferenciados.

Como exemplo, vamos considerar que um elétron da camada L ocupe a lacuna


da camada K, emitindo uma radiação da ordem de 59 keV; se o elétron ocupante vem da
camada M, a energia gerada é da ordem de 67 keV; se o elétron ocupante vem da
camada N, teremos uma radiação da ordem de 69 keV.

Quando se usa como alvo um material com o tungstênio, o bombardeamento por


elétrons de alta energia gera uma radiação com características específicas (radiação
característica), pois esse material possui um número atômico definido (bastante alto),
necessitando um nível alto de energia para retirar os elétrons de sua camada K.

A energia da radiação gerada por um alvo de tungstênio é da ordem de 70 keV.


A condição necessária e imprescindível para que se produza a radiação característica do
tungstênio é que os fótons devem ter uma energia máxima superior a 70 keV, já que a
energia de ligação da camada K é da ordem de 70 keV.

Como se da o processo de geração da radiação característica do tungstênio?

Exemplo: Quando bombardeamos um alvo de tungstênio com elétrons submetidos a


uma tensão de 100 kV, serão gerados fótons com energia de poucos keV até 100 keV,
mas uma grande parte deles terão energia da ordem de 70 keV, característica do
tungstênio.

Cada material emite um nível definido de radiação característica, dependendo de


seu número atômico, como são os casos do tungstênio (radiologia convencional) e
molibidênio (mamografia), que possuem radiações características da ordem de 70 keV e
20 keV, respectivamente.
REDIAÇÃO DE FREAMENTO (BREMSSTRAHLUNG)

Essa radiação é produzida quando um elétron passa próximo ao núcleo de um


átomo de tungstênio, sendo atraído pelo núcleo deste e desviado de sua trajetória
original. Com isto, o elétron perde uma parte de sua energia cinética original, emitindo
parte dela como fótons de radiação, de alta e baixa energia e comprimento de onda
diferentes, dependendo do nível de profundidade atingida pelo elétron do metal alvo.
Isto significa dizer que, enquanto penetra no material, cada elétron sofre uma perda
energética que irá gerar radiação (fótons) com energia e comprimento de onda também
menores. Se formos considerar percentualmente a radiação produzida, veremos que 99
por cento dela é emitida como calor e somente 1 por cento possui energia com
características de radiação X.

Existem situações (raras) em que alguns elétrons muito energéticos se chocam


diretamente com os núcleos, convertendo toda a sua energia cinética em um fóton de
alta energia e freqüência (a rigor, esta seria uma outra forma de geração de radiação,
onde a energia do fóton gerado é igual à energia do elétron incidente, o que se configura
como um fóton de máxima energia).

Durante o bombardeamento do alvo, todas as possibilidades em termos de


geração de fótons acontecem, na medida que temos interações diferentes entre elétrons
incidentes com o material do alvo, gerando fótons de diferentes energias.

A radiação de freamento, ou Bremsstrahlung, se caracteriza por ter uma


distribuição de energia relativa aos fótons gerados, bastante ampla, como mostra a
figura a seguir.

Como se pode observar pelo gráfico ao lado, a maioria dos fótons obtidos possui
baixa energia, sendo que somente uns poucos têm a energia equivalente à diferença de
potencial (voltagem) aplicada ao tubo. Esse gráfico mostra que são gerados muitos
fótons de baixa energia, o que pode ser perigoso para o paciente irradiado, pois estes
fótons de baixa energia interagem com os tecidos vivos, sem contribuir para a formação
da imagem radiográfica.

O espectro, distribuição das energias dos fótons gerados por uma radiação de
freamento, é mostrado na figura a seguir, onde se pode observar que a radiação não é
monoenergética, mas sim polienergética, pois temos fótons de diferentes energias, em
quantidades diferentes.

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