You are on page 1of 1

Ação Rescisória: Responsabilidade Objetiva do Estado e Nexo Causal

O Tribunal, por maioria, julgou improcedente ação rescisória em que se pretendia, com
base no art. 485, IX, do CPC, rescindir acórdão da 1ª Turma do Tribunal (RE 130764/PR,
DJU de 7.8.92), que, afastando a responsabilidade objetiva do Estado, dera provimento a
recurso extraordinário interposto pelo Estado do Paraná para julgar improcedente pedido
contra ele formulado pelos ora autores, em ação ordinária de reparação de danos, em razão
de terem sido vítimas de assalto realizado por foragido de estabelecimento penitenciário
estadual. Inicialmente, rejeitou-se a preliminar de indeferimento da inicial por falta de
recolhimento integral do depósito a que alude o art. 488, II, do CPC, sob o fundamento de
que a concessão dos benefícios da assistência judiciária, prevista na Lei 1.060/50, abrange o
referido depósito. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, que a indeferia. No mérito,
manteve-se o entendimento firmado no acórdão recorrido no sentido de não incidir a
responsabilidade objetiva do Estado (CF, art. 37, § 6º), por inexistência de nexo de
causalidade, já que não ocorrente dano direto e imediato. Considerou-se que o evento
lesivo decorrente do assalto por uma quadrilha de que participava um evadido da
prisão não fora o efeito necessário da omissão da autoridade pública que o acórdão
impugnado no RE tivera como causa da fuga, mas resultara de concausas, como a
formação da quadrilha, e o assalto ter ocorrido cerca de vinte e um meses após a
evasão. Vencido, também nesse ponto, o Min. Marco Aurélio, que julgava procedente
o pleito, por considerar presente o nexo de causalidade, o qual, para ele, não poderia
ser elidido, senão agravado, em razão do decurso do tempo observado.
AR 1376/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 9.11.2005. (AR-1376)

You might also like