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Mistura Arriscada

Atenção. Uma simples ida à farmácia para comprar remédios que


prometem acabar com aquela 'dorzinha' chata pode provocar uma
séria intoxicação e até levar à morte. Saiba como evitar as misturas
erradas entre os fármacos mais comuns para proteger a sua saúde

POR AGUINALDO PETTINATI

Aconteceu recentemente com o ator australiano Heath Ledger, de 28 anos. Após abusar
de medicamentos prescritos, o cowboy loiro do filme O segredo de Brokeback mountain
(2005) faleceu por intoxicação aguda provocada pelo efeito combinado de oxicodona,
hidrocodona, diazepam, temazepam, alprazolam e doxilamina – uma mistura fatal de
analgésicos, tranqüilizantes e antialérgico.

Ledger tomou de uma só vez os analgésicos oxicodona (comercializada sob o nome


OxyContin) e hidrocodona (o Vicodin), que, consumidos em excesso, baixam o ritmo
cardíaco e a respiração e podem levar à morte. Ingeriu, ainda, os tranqüilizantes diazepam
(conhecido comercialmente como Valium), temazepam (o Restoril) e alprazolam (o Xanax),
junto com o antialérgico doxilamina, que teria efeitos sedativos.

Automedicação ou autoprescrição?
Assim como o ator, qualquer pessoa que toma remédios regularmente está sujeita a fazer
uma má combinação entre os princípios ativos das drogas, situação que pode causar
intoxicação ou até mesmo levar à morte. Os efeitos secundários e perigosos gerados pela
superdosagem de medicamentos começam com a automedicação e se agravam com a
autoprescrição.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma), cerca de


80 milhões de pessoas no País são adeptas da automedicação. A escolha de
medicamentos, em 51% dos casos, é baseada na recomendação de pessoas leigas e, em
40%, na influência de prescrições anteriores. Por essa razão, é preciso entender as
diferenças entre a automedicação e a autoprescrição. Na automedicação, a pessoa já
sabe de qual doença sofre, conhece os sintomas e consome o remédio que já usou antes
e vem dando resultado. “Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a automedicação
responsável é uma prática desejável e diminui a sobrecarga do sistema público de saúde”,
diz o médico Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do
Hospital das Clínicas de São Paulo. Já na autoprescrição, a pessoa usa remédios
indicados por leigos, sem conhecer a doença. “Até 70% da população brasileira pratica a
autoprescrição em algum momento da vida. A regra é simples: evite ao máximo qualquer
medicamento e sempre procure um médico”, frisa Wong.

ATÉ 70% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA USA REMÉDIOS INDICADOS POR LEIGOS,


SEM CONHECER A DOENÇA

MATEMÁTICA DAS
COMBINAÇÕES

* ANTICOAGULANTE +
ALIMENTOS COM VITAMINA K
(BRÓCOLIS) = reduz o efeito do
remédio

* REMÉDIO PARA BAIXAR


PRESSÃO (ATENOL,
PROPANOLOL) + SUCO DE
LARANJA = reduz em até 49% a
eficácia do medicamento

*ANTICONCEPCIONAL + CIGARRO
= aumenta o risco de AVC e embolia

* MEDICAMENTOS + ÁLCOOL=
aumenta a eliminação do antibiótico
e potencializa a ação de depressores
do sistema nervoso central, como
antialérgicos e antidepressivos e
ansiolíticos

* INSULINA + ÁLCOOL = o álcool


aumenta a ação hipoglicemiante da
insulina

* REMÉDIOS PARA DISFUNÇÃO


ERÉTIL + NITRATOS (PARA
COMBATER ANGINA DO PEITO) =
baixa abruptamente a pressão
sangüínea

*ANSIOLÍTICOS, HIPNÓTICOS E
SEDATIVOS + ÁLCOOL =
potencializa o efeito depressor do
sistema nervoso central, podendo
ocorrer depressão respiratória,
hipotermia e falência cardiovascular

Associações arriscadas
Não há dúvida de que o organismo humano sofre com o uso de medicamentos variados
ingeridos ao mesmo tempo ou em grandes doses. “Interações medicamentosas são
alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro
medicamento”, explica Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da disciplina Clínica Médica
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essas “combinações” intensificam ou
diminuem a atuação de um medicamento ou agravam seus efeitos colaterais. O mais
grave é que as interações medicamentosas não envolvem só as drogas que precisam
obrigatoriamente de receita médica. “Também ocorrem com medicamentos de venda livre
(aspirina, antiácidos e descongestionantes)”, afirma Sérgio Grassi, pediatra e toxicologista
da Unifesp. Esse dado chama atenção se considerarmos o fato de que 37% dos brasileiros
com dor de cabeça utilizam medicamentos errados, mas facilmente encontrados nas
farmácias.
Cuidado com os mais comuns

* Antiinflamatórios e aspirinas
O uso prolongado dos antiinflamatórios não-hormonais provoca sangramentos intestinais,
úlceras e gastrite. Com a combinação de antidepressivo, é liberada serotonina
(neurotransmissor que provoca a sensação de bem-estar e sua falta pode levar a pessoa à
depressão, por exemplo) e há aumento na chance do sangramento gastrointestinal.
“Dipirona e aspirina podem provocar a diminuição de glóbulos vermelhos, plaquetas e
glóbulos brancos”, alerta Monteiro da Silva. De acordo com o médico, o uso de aspirina
uma vez ou outra não causa danos à saúde, mas o consumo contínuo pode mascarar uma
doença grave e postergar o diagnóstico.

INTOXICAÇÕES TAMBÉM OCORREM


COM MEDICAMENTOS DE VENDA LIVRE COMO ASPIRINAS

* Antibióticos, antiácidos e anticoncepcionais


A ingestão de antibióticos também requer cautela. “Para os processos
virais não são usados antibióticos. Não pense que qualquer febre já é um
sinal de infecção. Além dos efeitos colaterais, o organismo cria resistência aos remédios e
as infecções ficam mais fortes”, avisa Monteiro da Silva. Até antiácidos que contêm
alumínio, magnésio e cálcio, quando associados a antibióticos (tetraciclinas) têm seus
efeitos reduzidos. Antibióticos ou antifúngicos de via oral associados a remédios para
colesterol no sangue eleva o risco de danos nos rins. “Uma dica é repetir o uso do mesmo
antibiótico apenas com indicação do médico”, diz o especialista. Os antibióticos influem até
no funcionamento dos anticoncepcionais orais porque aceleram o metabolismo hepático,
reduzindo as concentrações hormonais, e levam à perda de eficácia das pílulas.

* Antiinflamatório, antidepressivos e coração


Os antiinflamatórios atuam sobre os rins e diminuem a quantidade de líquido no
organismo. “A retenção de líquido e sal no organismo pode ser fatal para quem sofre do
coração. Gera o aumento da pressão arterial”, adverte Monteiro da Silva. A mesma
situação se dá com quem tem problemas cardíacos e usam antidepressivos.

Em caso de gripe, o toxicologista Grassi alerta para o consumo de uma possível


superdosagem. “Ingerir um antigripal e um analgésico pode causar problemas porque
ambos contêm paracetamol. Assim, há risco de superdosagem e intoxicação”, avalia. Na
gripe, o médico recomenda: “Calmantes e remédios para dormir misturados com
antigripais e antialérgicos têm os efeitos dos depressores potencializados”.

* Gotinhas perigosas
Atenção na hora de misturar colírios com os desentupidores nasais. “Ambos possuem o
princípio ativo (nafazolina) e agem como vasoconstritores para diminuir a vermelhidão dos
olhos e combater a obstrução nasal. Em crianças isso pode ser fatal”, aponta o
toxicologista Grassi. A medicação age no sistema circulatório, contraindo as veias e
obrigando o coração a bater mais rápido para bombear o sangue a outras partes do corpo,
fazendo com que os vasos vermelhos desapareçam. Por isso, nunca se deve usar nenhum
desses remédios sem antes consultar um médico. Em levantamento no Hospital das
Clínicas de São Paulo, 40% dos pacientes com problemas nos olhos usaram fórmulas
caseiras antes de procurar o médico – água com sal ou açúcar, flores e até leite materno.

O uso indiscriminado dos descongestionantes nasais causaria taquicardia e hipertensão


arterial, além de desenvolver doenças cardíacas ou rinite medicamentosa. Pessoas com
hipertensão severa, retenção urinária, pacientes que usam antidepressivos ou têm
glaucoma devem evitar o uso. Combinar remédio para enjôo e descongestionante nasal
pode elevar a freqüência cardíaca e gerar parada.

SUA SEGURANÇA
A SEIS PASSOS

1 – Informe ao seu médico


todos os medicamentos que
está tomando. Inclua na lista
vitaminas, suplementos e
ervas.

2 – A qualquer nova
prescrição, verifique se
continuará ou não
consumindo os
medicamentos anteriores.
Leia a bula dos remédios
para se prevenir.

3 – Caso sinta qualquer


sintoma inesperado,
consulte o médico. Dores de
cabeça ou erupções na pele
indicam uma interação.
4 – Nas crianças, o
metabolismo só se completa
em torno dos sete anos. Por
isso, não basta reduzir as
doses dos adultos para as
crianças. Nesse caso, só o
médico é capaz de
determinar a medicação e
dosagens corretas.

5 – Nos idosos, o
metabolismo e a função
renal estão diminuídos,
sendo necessário reduzir a
dosagem ou aumentar o
intervalo entre as doses.

6 - Não parta cápsulas ao


meio porque elas são
projetadas para passar pelo
estômago e agir só no
intestino. O ph ácido da
região estomacal leva à
perda da eficácia do
medicamento. O mesmo
acontece quando colocamos
o comprimido embaixo da
língua.

ATENÇÃO AOS FITOTERÁPICOS


Remédios naturais não são placebo, como muitos
acreditam, pois possuem princípio ativo e geram a
interação. “Precisam ser receitados por um médico,
mas muitas vezes são adquiridos como se não
fizessem mal à saúde”, aponta o toxicologista Sérgio
Grassi. “A fitomedicina pode sim influenciar
negativamente no tratamento alopático. Erva-de-são-
joão, por exemplo, diminui de 30% a 40% do efeito dos
remédios contra a aids”, explica o médico Anthony
Wong. “O passiflora, uma espécie de trepadeira, cujo
fruto é o maracujá, associado a diazepínicos,
tranqüilizantes e hipnóticos, aprofunda o sono”. A
matemática das combinações é tão complexa que até a
alimentação influencia em certas medicações. “O leite
diminui a absorção de antibiótico”, revela Wong.

* Corticóides
Os corticóides controlam a alergia ao inibir a ação do sistema imunológico do paciente.
“Por isso alguns medicamentos exigem prescrição médica, mas outros antialérgicos, não”,
afirma Grassi. O uso indiscriminado de corticóides pode gerar a síndrome de Cushing,
cujas características são o rosto arredondado, tendência à obesidade e retenção de
líquidos. O indivíduo também está propício a desenvolver hipertensão, fraqueza,
depressão, acne, excesso e crescimento de pêlos. E infecções por fungo ou bactérias
agravam-se com a superingestão de corticóide porque eles inibem as defesas do
organismo.

* Glaucoma
“Colírios antibióticos desequilibram a flora normal da superfície ocular, predispondo ao
aparecimento de infecções graves com microrganismos resistentes. O uso de
corticosteróides pode desencadear catarata e glaucoma. Os colírios anestésicos lesam a
córnea, desencadeando úlceras e inflamações”, alerta Denise de Freitas, médica do
departamento de Oftalmologia da Unifesp.

Pingar soluções caseiras como água com sal ou açúcar, segundo a médica, agrava o
quadro, não somente por adiar o tratamento correto, mas porque transmite uma infecção
ou gera queimadura nos olhos. “Um paciente que pingava limão nos olhos contra
conjuntivite precisou de transplante de córnea. Vários outros chegam ao meu consultório
praticamente cegos, por uso inadvertido de colírios”.
Glicose no Sangue: O que a faz baixar ou aumentar?
 
O que afeta o nível de sua glicose? Diversas coisas. Abaixo alguns itens com
explicações detalhadas logo abaixo.
 
O que aumenta:
 
 Comida e dieta
 Estresse
 Doença
 Exercício
 Fenômeno do amanhecer
 Menstruação
 Alguns contraceptivos
 Gravidez
 Certos medicamentos
 
O que baixa:
 
 Insulina
 Medicamentos orais para diabetes
 Exercícios
 Álcool
 Menstruação
 Sexo
 
Cada pessoa diabética responde de maneira diferente a cada um desses itens. Através de
testes, erros e acertos, saber qual o nível da sua glicose e ajustar o planejamento para
sua diabetes da melhor maneira. Algumas vezes você se sentirá frustrado. Porém com o
tempo você terá total controle. De qualquer forma, seu médico estará sempre presente
para auxilia-lo.
 
O que aumenta a glicose no sangue:
 
 Comida e Dieta. Seu corpo transforma os carboidratos encontrados nos
alimentos, em glicose. Ao comer, a quantidade de glicose no sangue aumenta.
Cada alimento tem diferentes quantidades de carboidratos, logo a quantidade de
glicose adicionada no sangue deve variar. Com o tempo você será capaz de
antecipar o quanto determinado alimento fará o nível da glicose aumentar, e
reagirá de acordo. Se você estiver fazendo uma dieta de baixa caloria, lembre-se:
você tem que ficar atenta/o ao que estiver comendo para que sua glicemia não dê
um pulo. Alguns alimentos “low-fat”e “no-fat”, contém formas modificadas de
carboidrato usados como agentes de emulsão ou de volume que podem elevar o
açúcar no sangue. Pergunte ao seu médico ou nutricionista com quais
ingredientes você deve ficar mais atento.
 Estresse. O estress produz hormônios que fazem o nível de glicose subir como
um foguete. Quando você segue direito as recomendações do médico e assim
mesmo o nível da glicose está alta, pode ter quase certeza que a causa é o
estress.
 Doença. A doença sempre eleva a glicose no sangue, porque o fígado solta
glicose extra em resposta à doença, e o corpo também solta hormônios que agem
contra os efeitos da insulina. E há ainda remédios, cujos ingredientes são
responsáveis pelo nível elevado da glicose (e pressão sanguínea).
 Exercícios.Se você tem diabetes tipo1, e seu corpo não tem insulina suficiente, o
exercício poderá elevar o nível do açúcar no sangue. De um exercício moderado
para um vigoroso, os nervos mandam sinal para o fígado para que ele libere
glicose armazenada. Se você não tem insulina suficiente para enfrentar o açúcar
extra em seu sangue, pode resultar em acidose. Por isso é importante medir a
glicose antes e após exercitar-se.
 Fenômeno do Amanhecer. Toda manhã bem cedo, o corpo libera hormônios
que fazem com que você acorde e dizem a seu fígado para liberar glicose
estocada que lhe dará energia para começar o dia. Esses hormônios impedem
que o corpo fique sensível à ação da insulina. O resultado é que o nível da
glicose aumenta entre 4 e 8 horas da manhã, uma reação conhecida como o
fenômeno do amanhecer. Se o nível da sua glicose estiver alta todas as manhãs,
converse com seu médico. Talvez você tenha que modificar a dose ou tipo de
insulina antes de dormir. Pode ser que tenha que levantar às 3 horas da manhã e
tomar insulina. Ou você necessita comer menos no café ou melhorar a dose de
insulina que você toma pela manhã.
 Menstruação. Em algumas mulheres, o ciclo muda os níveis no sangue de
estrógeno e progesterona, o que influi no nível da glicose durante o período de
menstruação. Uma avaliação feita em 400 mulheres mostrou que 70%
aproximadamente tinham dificuldades em controlar o nível da glicose no sangue
em menos de uma semana antes da menstruação. Dependendo da reação de cada
uma, muitas vezes o nível de glicose pode subir muito alto ou cair muito baixo.
 
O que você pode fazer se os níveis de sua glicose ficarem muito altos antes da
menstruação:
1. 1.      Exercite-se um pouco mais para ajudar a baixar o nível de glicose.
2. 2.      Tente evitar porções extras de carboidratos.
3. 3.      Se você usa insulina, converse com seu médico sôbre aumentar
gradualmente a dose.
4. 4.      Consulte seu médico.
 
 
         Anticoncepcionais. Comprimidos para controle da gravidez e o DIU
alteram a concentração do hormônio no sangue. E isso pode alterar o nível de
glicose. Em algumas mulheres estes artifícios podem aumentar a resistência à
insulina. De qualquer forma sempre consulte seu médico para saber qual pílula
tomar, para que não prejudique o nível de glicose no sangue.
         Gravidez. Mulheres que usam insulina muitas vezes têm que aumentar as
doses durante a gravidez para manter um controle rígido de sua glicose.
Algumas mulheres têm que aumentar bastante a dose de insulina principalmente
no último trimestre devido a liberação de hormônios que criam resistência da
insulina. Este aumento da resistência da insulina é normal. Você e o seu médico
decidirão como mudar a programação e dose de sua insulina. Após o parto, os
níveis de sua glicose no sangue devem oscilar por causa dos hormônios e toda
uma química que ainda estão em curso no seu corpo. Se você achar difícil
controlar o nível de glicose no sangue, converse com seu médico.
         Certos medicamentos. Certas drogas receitadas ou não podem aumentar o
nível de glicose. Por isso, é importante sempre consultar o médico
endocrinologista antes de tomar qualquer medicamento.
 
O que abaixa a glicose no sangue:
 
         Insulina. Quando os não diabéticos fazem a digestão, o nível da glicose
sobe, o que desencadeia a liberação de insulina no sangue, pelo pâncreas. Esta
insulina permite às células usarem glicose. Como as células usam a glicose, os
níveis de glicose no sangue baixam. Nas pessoas diabéticas, a insulina injetável
tem o mesmo procedimento – ela permite às células metabolizarem a glicose, e
assim que elas o fazem, o nível da glicose no sangue baixa.
         Medicamentos Orais. O propósito de todos medicamentos orais para
diabetes, é reduzir os níveis de glicose. Eles agem por mecanismos diferentes.
Eles baixam os níveis de glicose em diferentes quantidades e seus efeitos
colaterais também são diferentes. Mas todos baixam a glicemia. Consulte
sempre seu médico para saber qual medicamento ou combinação de
medicamentos que é melhor para você.
         Exercício. Não se acha a glicose sòmente no sangue, mas também no
fígado e nos músculos., onde ela é estocada numa corrente de carboidrato
conhecida como “glycogen”. Quando você se exercita, seus músculos usam o
“glycogen”como energia. Quando essas reservas começam a secar, seus
músculos usam a glicose do sangue, causando a queda da glicose. O exercício
permite com que os músculos e outros tecidos fiquem mais sensíveis à insulina,
logo você necessitará menos desse hormônio para diminuir a glicose no sangue.
Se pratica exercícios regularmente, você poderá comer um pouco mais, ou
injetar menos insulina, ou ainda reduzir a dose de medicamentos orais. E,
melhorando a fluência do sangue, o exercício permitirá absorção da insulina
com maior rapidez. Mas fique atento: Após o término do exercício, seu corpo
reabastece os músculos e o fígado com o “glycogen” perdido. Isso pode
ocasionar baixa no nível de glicose, mesmo horas depois. É uma boa idéia
monitorar o nível de glicose no sangue por algumas horas depois do término do
exercício.
         Álcool. O álcool baixa o nível de glicose. Normalmente, quando o nível de
glicose baixa muito, o fígado transforma o “glycogen” armazenado em glicose.
Mas o álcool interfere neste processo, e pode baixar bastante e rapidamente os
níveis de glicose. Pode-se tomar bebida alcoólica moderadamente (no máximo
2 drinks ao dia) mas se você costuma beber mais, procure monitorar
freqüentemente sua glicose, para não sofrer hipoglicemia.
         Menstruação. Em algumas mulheres, mudanças cíclicas dos níveis de
estrogênio e progesterona, provocam destruição na glicose sangüínea no
período da menstruação. Em um estudo feito com 400 mulheres mostrou que
aproximadamente 70% tinham problemas com o controle da glicose no sangue
faltando menos que uma semana para seus períodos. Dependendo da pessoa, a
glicose pode subir ou cair muito.
 
O que você pode fazer se os níveis de sua glicose caem muito antes da
menstruação:
 
         Tente praticar menos exercícios, mas sem parar.
         Aumente a entrada de carboidratos.
         Se você toma injeta insulina, pergunte ao seu médico se pode
diminuir a dose.
         Consulte sempre seu médico.
 
Sexo. O sexo é considerado uma forma de exercício, e como outros exercícios,
pode causar a queda dos níveis de glicose no sangue. Se você usa insulina,
monitore o nível de sua glicose após a relação sexual.

INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

Considerações gerais

Em 1900 um médico dispunha de: 1 analgésico potente ( morfina), três


antipiréticos-analgésicos (aspirina, acetanilide, antipirine), 1 antiespasmódico
( beladona), 1 antimalárico( quinino) 1 droga cardíaca (digital).

Em média, nos EUA, um paciente hospitalizado recebe 14 drogas.

Somando-se automedicação, tabagismo, álcool e alimentos industrializados o


número de produtos aos quais estamos expostos aumenta.

As interações podem ser benéficas, insignificantes ou deletérias.

Tomar cuidado ao prescrever e ao retirar bruscamente drogas.

O efeito de uma droga também é alterado por idade, o sexo e desnutrição.

A administração de uma droga A pode alterar a ação de uma droga B por


dois mecanismos gerais:

 modificação da ação farmacológica de B ( Farmacodinâmica)


 alteração na concentração de B que atinge o local de ação
( Farmacocinética)

Farmacodinâmica (o que a droga faz com o corpo)

Podem resultar em aumento ou redução da ação da droga. Dependem dos


próprios efeitos das drogas, que podem somar- se ou inibir- se:

Exemplos:
 Bloqueador b -adrenérgico e agonista b -adrenérgicos
( broncodilatadores),
 Diuréticos e glicosídeos (predispõe à intox. digitálica por reduzir o K
sérico),
 Bloqueador de neurônio adrenérgico e drogas que aumentam a
transmissão de Noradrenalina ,
 Vasodilatador e vasoconstritores, ou vasoconstritores e vasoconstritores,
 Laxantes e constipantes.

Farmacocinética (o que o corpo faz com a droga)

Podem acontecer por 4 mecanismos básicos:

1. Fase de absorção:
A absorção de uma droga pode ser reduzida por drogas que diminuem a
motilidade do trato digestivo (exemplos. atropina, opiáceos) ou
acelerada por drogas procinéticas (exemplos: metoclopramida); as
drogas que são ácidos fracos são absorvidas em meio ácido, logo sua
absorção será diminuída por antiácidos (exemplos: bloqueador H 2 e
barbitúricos), o contrário vale para as drogas que são bases; a absorção
pode ser reduzida pela formação de compostos insolúveis (com o Cálcio
ou o Ferro); parafina pode reduzir absorção de drogas lipossolúveis ;
IMAO’s impedem a degradação da tiramina no TGI, que se for absorvida
numa refeição rica em tiramina pode causar efeito vasopressor agudo.
2. Fase de distribuição:
Ocorre pela competição da drogas por proteínas plasmáticas, depende
da interação da droga A com albumina e da concentração da droga B. A
droga livre é a que tem efeito, logo ao ocorrer deslocamento de uma
droga haverá aumento dos efeitos e da toxicidade da droga deslocada.
Exemplos de agentes deslocadores: fenilbutazona, aspirina,
paracetamol, dicumarol, clofibrato, sulfonamidas. Exempls de drogas
deslocadas: warfarin, tolbutamina, metotrexato. Também pode ser
alterada por hipoproteinemia ou uremia.
3. Fase de metabolização:
A metabolização das drogas ocorre principalmente a nível hepático,
pelas enzimas microssomais, para tornarem-se mais hidrossolúveis e
serem eliminadas por via renal ou biliar. Existe a citocromo C redutase e
o citocromo P 450, que são um conjunto de enzimas. Estas enzimas
podem sofrer indução ou inibição por drogas. Essas reações geram
tolerância ou sensibilidade e têm reação cruzada, ou seja, o efeito de
uma droga repercutirá no metabolismo das outras drogas que usam a
mesma via metabólica. A indução enzimática causa diminuição nos
efeitos e tolerância; exemplos:barbitúricos, fenitoína, rifampicina, etanol,
carbamazepina, fenilbutazona, fumo, antihistamínicos, haloperidol
griseofulvina. A inibição enzimática causa redução da eliminação,
aumenta os efeitos e a toxicidade; exemplos: dissulfiram,
corticosteróides, cimetidina, inibidores da MAO, cloranfenicol,
halopurinol e.ISRS.
4. Fase de excreção:
Podem ocorrer por alterar a taxa de filtração, inibir a secreção tubular,
diminuir a reabsorção, alterar o fluxo urinário, alterar o pH urinário.
Quanto ao pH urinário: a urina ácida favorece a excreção de drogas
básicas, sendo um exemplo que a excreção de anfetaminas e narcóticos
é diminuída quando é administrado bicarbonato e aumentada com a
ingestão de vitamina C.

REGRA DE OURO: SE HOUVER DÚVIDA


PESQUISE.
 

Guia simplificado de interações medicamentosas

O objetivo desta lista não é ser uma referência no assunto, mas ilustrar a
importância do tema e despertar a atenção ao mesmo.

Droga 1 Droga 2 Efeito da Droga 2 na Droga 1


Ácido Valpróico álcool Potencializa a ação

ADT Podem ser associados

Antipsicoticos Usada em mania, pode exacerbar efeitos


colaterais
Aspirina
Aumento da concentração
Benzodiazepínicos
Potencializa os efeitos sedativos
Carbamazepina
Causa sinergismo
Lítio
Aumento dos efeitos terapêuticos do ácido
Warfarin
Aumenta efeito anticoagulante
Antipsicóticos Álcool Aumento nos efeitos depressores e
diminuição no metabolismo
Adrenalina
Pode provocar hipotensão
ADT
Aumento nos níveis séricos e dos efeitos,
Anestésicos efeitos anticolinérgicos

Antiácidos Hipotensão
Benzodiazepínicos Diminuem a absorção

Captopril Aumento dos efeitos, pode dar depressão


respiratória
Cimetidina
Pode causar hipotensão
Corticosteróides
Diminuem a absorção
Digoxina
Pode ser cardiotóxico
Fenobarbital
Diminuem a absorção
ISRS
Aumento da sedação
Fumo
Usam o citocromo P450, aumenta efeito
Hidralazina colateral do antipsicótico

Lítio Diminui o nível sérico

Warfarin Aumento da hipotensão

Aumento dos efeitos neurotóxicos

Aumento do efeito anticoagulante


Benzodiazepínicos Álcool Depressão do SNC

Antiácidos Diminuem a absorção

Anticoncepcionais Aumento dos níveis plasmáticos

ADT Soma dos efeitos depressores

Antihistamínicos Aumento da sedação

Cimetidina Aumento dos níveis plasmáticos

Digoxina Aumento dos níveis plasmáticos

ISRS Pode ocorrer sedação excessiva

Fumo Aumento do metabolismo

Isoniazida Aumento dos níveis plasmáticos


Carbamazepina ACO Pode causar falha na anticoncepção

Cimetidina Aumento dos efeitos colaterais

Diltiazen Aumento dos níveis plasmáticos

Fenobarbital Diminuição dos níveis séricos


ISRS Aumento dos níveis plasmáticos

Verapamil Aumento dos níveis plasmáticos

Warfarin Diminui o efeito anticoagulante

     
ISRS ADT Aumento dos níveis plasmáticos

Benzodiazepínicos Diminui a depuração hepática

Cimetidina Aumento dos níveis plasmáticos

Digoxina Aumento dos efeitos colaterais

Insulina Alteração na glicemia

Warfarin Aumento do tempo de coagulação


T3 Aminas Pode causar descompensação cardíaca
Simpatomiméticas
Aumenta a toxidade dos digitais
Digoxina
Diminuição dos efeitos da insulina
Insulina
Aumento da anticoagulação
Warfarin
Lítio Álcool Aumento da toxidade

Benzodiazepínicos Aumento dos níveis plasmáticos

Cafeína Aumenta a excreção renal

Captopril Aumento dos níveis plasmáticos,

Cloreto de Sódio isuficiência renal, proteinúria

AINES Diminui os níveis séricos

Furosemida Diminui a excreção renal

ISRS Aumento dos níveis plasmáticos

Aumento dos efeitos terapêuticos


Propanolol Álcool Diminui o tempo de absorção

ADT Diminui o efeito dos ADT

AINES Diminui os efeitos antihipertensivos

Antipsicóticos Aumento dos níveis plasmáticos dos AP


Cimetidina Aumento dos níveis plasmáticos

Fumo Acelera metabolização

Hidralazina Aumento dos níveis plasmáticos


ADT Álcool Diminui os níveis plasmáticos

ACO Aumento da sedação

Antihistamínico Aumento dos níveis plasmáticos

Antipsicóticos Aumento da sedação

Aspirina Aumento dos níveis plasmáticos de ambos

Benzodiazepínicos Aumento dos efeitos anticolinérgicos,

Delirium (especiamnte se associar a


amitriptilina com a tionidazina)

Aumento dos efeitos dos ADT

Aumento dos níveis plasmáticos

Glossário das abreviaturas: IMAO - inibidor da Monoamino Oxidase

ADT Antidepressivo Tricíclico

ACO - Anticoncepcional Oral

ISRS - Inibidor seletivo da Recaptação de Serotonina

AINES - Antiinflamatório Não Esteroidal

TGI - Trato Gastrointestinal

Bibliografia

1) CORDIOLI, A.V.- Interações Medicamentosas. IN: CORDIOLI, A. V..


Psicofármacos. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.

2) GRINGAUZ, A. -Drug interactions. IN : GRINGAUZ, A. Drugs, how they act


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3) RANG, H. P., DALE, M. M. - Farmacologia, pag 72-75, 2 ed. Rio de Janeiro,


Guanabara Koogan.,1993.

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