A China é um imenso e populoso país: 1,2 bilhão de habitantes! E multi-
étnico, com manchus, mongóis, tibetanos, muçulmanos, chineses de Han. A história e a cultura milenar chinesas conseguiram “achinesar” todos os povos conquistadores. Apesar dos diferentes dialetos, o povo chinês se mantém unido por uma escrita comum, formada por sinais- logogramas ou ideogramas – que reproduzem mais o sentido do que o som da palavra.
A questão política e de visão de um mundo é, hoje, na China, uma questão
aberta. O que se estabelecerá, depois de décadas do regime comunista ateu de Mao Tsé-Tung (1949-1976)? O movimento de 1989, em favor da liberdade e dos direitos democráticos, foi reprimido com tanques blindados na praça da Paz Celestial. A partir de então, o Estado se distancia de muitos setores da vida e é implementada uma reforma econômica voltada para a privatização.
Irrompe na China, hoje, uma religiosidade latente. Mas suas expressões
sofrem ainda proibições. Uma geração de chineses, nascidas durante o regime comunista, fez-se indiferente ou cética. Essa geração se vê dentro de um movimento de nascimento de novas seitas, que têm na Internet um ambiente para comunicação e organização. Vê-se, no entanto, também confrontada com as grandes tradições chinesas, presentes nas centenas de templos, nos escritos, nos costumes milenares, dos quais as populações camponesas (75% da população) são depositárias especiais. O teólogo Hans Kung chama a atenção para alguns valores da cultura chinesa ( ao analisar Cingapura, cidade – estado multiétnico), que ele denomina valores asiáticos (Kúng, 2004, p. 103):
A comunidade vem antes do indivíduo;
Mas a comunidade respeita e apóia o indivíduo;
A família é a pedra fundamental da sociedade;
Os problemas devem ser resolvidos por consenso, e não por confrontação;
A harmonia étnico-religiosa deve Sr favorecida.
Esses valores básicos são provenientes da grande tradição chinesa. Por
isso, para se compreender o presente da China e de Cingapura em sua complexidade, é preciso recuar muito na história chinesa. Confucionismo, o taoísmo e budismo chineses fazem parte dessa tradição ( o cristianismo chegou à China no século XVI e está entre as religiões minoritárias). Sobre o budismo, será visto apenas o budismo desenvolvido na China, o Zen.