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1 INTRODUÇÃO
Para Moreira (2005), “uma economia regida pela Lei de Say pode ser vista
como uma economia ‘neutra’, no sentido de que sempre será satisfeita a seguinte
igualdade: gastos corrente = produto corrente = renda corrente”. Nesta economia
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Oriundo da matemática, o termo ergodic foi inicialmente transposto pelo Aurélio como ergódigo,
com g (cf. A. Buarque de Holanda Ferreira, Novo dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro,
Nova Fronteira, 2.ed., 1986), embora fosse mais comum o uso do termo “ergódico”, que, finalmente,
veio a prevalecer como forma dicionarizada. No campo da economia a condição ergódica constitui
uma hipótese fundamental da teoria macroeconômica pré-keynesiana, constituindo, por isso mesmo,
um dos alvos a serem necessariamente atacados pela sublevação desencadeada por Lorde Keynes
(DAVIDSON, 2003, p. 5). Essa hipótese “implica a possibilidade de conhecimento dos eventos
futuros, mediante estimação estatística, a partir das informações passadas e presentes, coletadas via
sistema de preços (DAVIDSON apud MOREIRA, 2005)”. Em um mundo ergódico, as observações
de uma especificação de determinada série temporal, isto é, dados históricos, são informações úteis
sobre a distribuição de probabilidades do processo estocástico que gerou essa especificação
particular. Essas mesmas observações também fornecem informação sobre a distribuição de
probabilidades de um universo de especificações que existe em qualquer ponto do tempo, como hoje;
e esses dados são, ainda, informações úteis sobre a futura distribuição de probabilidades dos eventos.
Consequentemente, ao estudar cientificamente o passado como se tivesse sido gerado em condições
ergódicas, os eventos presentes e futuros podem ser previstos em termos de probabilidade estatística
(DAVIDSON, 2003, p. 22)
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Essa expressão, creditada a Vicent de Gournay (1712-1759), na realidade, significa “deixe as pessoas
fazerem o que quiserem sem a interferência do governo”. Os governos nunca deveriam estender sua
interferência nos assuntos econômicos além do mínimo absolutamente essencial para proteger a vida
e a propriedade e para manter a liberdade de adquirir (BRUE, 2006, p. 35).
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sejam eles firmas ou famílias, que otimizam (fazendo o melhor que podem) sujeitos
a todas as restrições relevantes (WEINTRAUB, 2002, p. 1)”.
Detalhando este sistema, observa-se que as firmas estão organizadas em
um mercado perfeitamente competitivo3, e suas decisões são orientadas pelo
objetivo único de maximização de lucro. Como as unidades produtivas representam
uma parcela pequena do mercado, suas escolhas não afetam os preços do produto
e dos fatores de produção, de tal forma que as firmas são tomadoras de preço.
Como os preços constituem uma variável dada, as firmas se preocupam apenas com
a quantidade de mercadorias a ser produzida e com a quantidade a ser contratada
de trabalhadores.
A curto prazo, a organização, o estoque de capital e a técnica são
considerados fixos, portanto, o nível de produção só pode ser alterado via mudanças
na utilização do fator trabalho, “de modo que a escolha do nível de produção e a
quantidade de trabalho constituem uma única decisão (FROYEN, 1999, p. 49)”. A
relação entre produção e utilização da força de trabalho pode ser explicitada pela
função de produção:
Y = F (Kc, N, T) (1)
Onde,
Y = Produção total.
Kc = Estoque de capital, suposto constante.
N = Força de trabalho, suposta homogênea.
T = Nível tecnológico, suposto constante.
LOPES e VASCONCELLOS (2008), afirmam que a função de produção
agregada está moldada em relação a três hipóteses fundamentais. A primeira
mostra que a produção total está diretamente relacionada com o estoque de capital,
o volume de emprego e com o nível de tecnologia, ou seja, um aumento na
utilização do estoque de capital, por exemplo, levará a um aumento do nível de
produção agregada. A segunda hipótese diz que para um dado nível tecnológico, a
função de produção agregada apresenta retornos constantes de escala. Se os
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Conforme PINDYCK e RUBINFELD (2006, p. 222-223), o mercado em concorrência perfeita pode ser
definido como aquele onde há muitos vendedores e muitos compradores. As suposições implícitas a essa
estrutura de mercado são: aceitação de preços; homogeneidade de produtos (os produtos são substitutos
perfeitos entre si); livre entrada e saída (não existem custos especiais que tornam difícil para uma nova
empresa entrar em um setor e produzir ou sair dele se não conseguir obter lucros). Para SIMONSEN e CYSNE
(2007, p. 296) “uma economia competitiva deve reunir um amplo conjunto de empresas atomizadas, cada qual
tratando de maximizar o lucro”.
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fatores de produção forem multiplicados por “z” o nível de produção também será
multiplicado por “z” [zY = F (zKc, zN)]. Por fim, ao considerar um dos fatores de
produção fixo, a função de produção agregada apresentará rendimentos marginais
decrescentes.
A figura 1 mostra a relação existente entre o nível de produção (eixo
vertical) e o volume de emprego (eixo horizontal), considerando-se constante o
estoque de capital (planta e equipamentos).
OCIO (1995, p. 19), mostra que David Ricardo ao propor a teoria dos
rendimentos decrescentes, partiu da suposição de que, no curto prazo, o estoque de
capital e a terra, eram fixos e utilizados em sua plenitude. Assim, incrementos na
quantidade de trabalho gerariam adições no produto cada vez menores.
Como, no curto período, grande proporção do nível de produção agregada é
explicada pela utilização do fator trabalho, o custo marginal de uma unidade de
produção adicional corresponde ao custo marginal do trabalho. FROYEN (1999, p.
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49), afirma que “o custo marginal do trabalho é igual ao salário monetário dividido
pelo número de unidades produzidas por unidade adicional de mão-de-obra”. Ora, o
número de unidades produzidas por unidade adicional de mão-de-obra equivale ao
conceito de produto marginal do trabalho, assim:
CMgN = W/PMgN (4)
Onde,
CMgN = Custo marginal do trabalho.
A condição de maximização de lucro da firma perfeitamente competitiva é:
RMg = P = CMg (5)
CMg = W/PMgN
RMg = P = W/PMgN (6)
P = W/PMgN (7)
W/P = PMgN (8)
A última igualdade (8) constitui uma maneira alternativa de descrever o
equilíbrio da firma em concorrência perfeita. Indica que as firmas contratarão mão-
de-obra até o ponto onde o salário real (W/P) se igualar com o produto marginal do
trabalho (PMgN). Essa igualdade constitui um postulado fundamental da teoria
(neo)clássica. Segundo esse postulado, qualquer meio utilizado para elevar o
volume de emprego, provocará uma redução do produto marginal do trabalho e,
consequentemente, do nível de salário real.
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STIGLITZ e WALSH (2003, p. 10) definem o termo Trade-off como uma realidade onde “ter mais de uma
coisa implica ter menos de outra coisa”. Afirmam que o Trade-off é conseqüência da escassez.
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agregação das ofertas de trabalho individuais para cada valor do salário real resulta
na função oferta agregada de mão-de-obra:
Ns = g (W/P) (11)
Onde,
Ns = Oferta de trabalho.
W/P = Salário real.
A figura 5 retrata a curva de oferta de trabalho. Segundo PERES NUNES e
COSTA NUNES (1997, p. 106-107), a curva de oferta de trabalho baseia-se “no
segundo postulado5, de acordo com o qual os trabalhadores ofertariam seu trabalho
até o ponto em que a utilidade do lazer fosse igual à utilidade marginal
proporcionada pelo salário. Assim, os pontos ao longo da curva indicariam, para
cada salário, o máximo de horas destinadas ao trabalho”. Os pontos A, B e C da
curva refletem as condições de satisfação máxima mostradas no gráfico 5, ou seja,
salários reais maiores, implicam maior oferta de trabalho.
A curva de oferta de trabalho possui inclinação positiva; supõe-se que uma
elevação do salário real, aumenta o custo de oportunidade do tempo dedicado ao
lazer. Quanto maior esse custo, maior será o desejo do trabalhador de ofertar seus
serviços de mão-de-obra. Esse contexto é equivalente ao conceito de efeito
substituição da microeconomia. Além do efeito substituição, o aumento do salário
real gera também um outro efeito, denominado de efeito renda. Segundo esse efeito,
a níveis elevados de salário real, “o lazer pode se tornar mais desejável
comparativamente a novos aumentos na renda (FROYEN, 1999, p. 54)”. “Assim, a
inclinação da oferta de trabalho depende de qual dos dois efeitos é predominante,
pois uma elevação do salário real tende pelo efeito substituição a ampliar a oferta de
trabalho, mas pelo efeito renda tende a diminuir (LOPES e VASCONCELLOS, 2008,
p. 111)”.
A partir de determinado ponto o trabalhador decidirá trabalhar um número
menor de horas/dia, priorizando o tempo direcionado ao lazer. Neste ponto, o efeito
renda supera o efeito substituição. Neste sentido, a curva de oferta de trabalho
adquire uma inclinação negativa, ou seja, “curva-se para trás, na direção do eixo
vertical (FROYEN, 1999, p. 55)”.
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Keynes no capítulo dois do Livro Primeiro da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda descreve o
segundo postulado fundamental da teoria (neo)clássica da seguinte forma: “A utilidade do salário, quando se
emprega determinado volume de trabalho, é igual à desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego
(KEYNES, 1982, p. 25)”.
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6
“Ao salário real de equilíbrio todos que estejam dispostos a trabalhar obterão emprego (LOPES e
VASCONCELLOS, 2008, p. 113)”.
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Segundo MANKIW (2008, p. 6), variáveis endógenas podem ser conceituadas como aquelas “variáveis que o
modelo tenta explicar”.
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A taxa de desemprego subiu de 3,2% da força de trabalho, em 1929, para 25,2% da força de trabalho, em 1933,
o ponto mais baixo da atividade econômica durante a Depressão. O desemprego permaneceu acima de 10%
durante toda a década. A taxa de desemprego na Grã-Bretanha já era de 10% em 1923 e, exceto por uma breve
redução para 9,8%, permaneceu acima de 10% até 1936, ano em que A Teoria Geral foi publicada (FROYEN,
1999, p. 88).
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DATHEIN (2000, p. 108) mostra seis argumentos utilizados por Keynes para
contrapor ao segundo postulado “clássico”:
a) segundo a teoria neoclássica, se a DMgN (desutilidade marginal do
trabalho) fosse superior à UMgN (utilidade marginal do trabalho) haveria
desemprego voluntário. Os trabalhadores desempregados estariam tendo
um prazer com seu lazer superior ao desprazer do trabalho ao salário
real vigente. Keynes argumenta que, se isto fosse verdade, os
trabalhadores não estariam reclamando da situação, como de fato
acontece. Ou seja, no mundo real, os desempregados estão sofrendo,
não tendo prazer. Eles querem trabalhar, mas não têm controle sobre o
salário real;
b) para a teoria (neo)clássica, o salário real determina o nível de emprego, o
que envolve um raciocínio circular, segundo Keynes, pois os salários
reais dependem dos preços, e estes dependem de custos que são uma
função do emprego (dados rendimentos decrescentes);
c) segundo a visão (neo)clássica, os trabalhadores aceitariam reduções de
salários nominais, o que também não corresponderia à realidade, pois
ocorre resistência a estas reduções, apesar de que pequenos aumentos
de preços são assimilados, sendo que um objetivo normalmente buscado
é o de manutenção de salários reais relativos constantes;
d) Keynes também argumenta que, se ocorrer aumento de emprego por
queda de salários reais (com salários nominais constantes e preços
maiores), isto estaria a indicar que antes havia desemprego involuntário.
Se este desemprego fosse voluntário, a queda dos salários reais não
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Por outro lado, na Teoria Geral, Keynes argumenta que a demanda efetiva
determina o volume de emprego, que, por sua vez, determina o salário real. Assim,
qualquer meio utilizado para elevar o nível de demanda efetiva, conduzirá a um
aumento no volume de emprego. Como o volume de emprego está inversamente
relacionado com a produtividade marginal do trabalho, um aumento em sua
magnitude resultará em queda na quantidade de unidades adicionais de produto por
unidade extra de mão-de-obra. Sabe-se que o salário real é determinado pelo
produto marginal do trabalho, desta forma, um aumento no volume de emprego,
diminui a produtividade marginal do trabalho, reduzindo o salário real. Observa-se
“que a correlação, segundo Keynes, vai do nível de emprego para os salários reais
(AMADEO, 1986, p.133)”.
AMADEO (1986) ressalta que para Keynes o salário nominal é definido no
processo de negociação entre trabalhadores e empresas. Mas o salário real
depende tanto do salário nominal quanto do nível de preços da cesta de consumo
dos trabalhadores. E esse depende, segundo Keynes, do custo primário marginal,
cujos determinantes são o preço unitário dos fatores variáveis (força de trabalho,
matérias-primas e energia) e a produtividade dos fatores.
Em sua análise, AMADEO (1986), supõe como único fator variável a força
de trabalho. Neste sentido, o nível de preços da cesta de consumo dos
trabalhadores passa a depender da taxa de salário nominal e da produtividade do
trabalho. Para explicar a causalidade existente entre o salário real e o nível de
emprego segundo os argumentos de Keynes, AMADEO (1986), faz a seguinte
esquematização:
(1) (2)
A O P
(3) W/P
W
Fonte: AMADEO (1986, p. 135).
Onde,
A = Gastos autônomos;
O = Produto;
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W = Salário Nominal;
P = Nível de preços;
(1) = Corresponde ao funcionamento do multiplicador;
(2) = Corresponde ao efeito do nível de produto sobre o nível de preço de acordo
com a hipótese de rendimentos marginais;
(3) = Corresponde ao eventual efeito do nível de produção sobre a demanda de
trabalho e fixação do salário nominal.
A esquematização acima indica que um aumento nos gastos autônomos (A)
provoca uma elevação no produto (O) e, consequentemente, no volume de
emprego. O aumento no volume de emprego resulta em uma queda na
produtividade marginal do trabalho, devido à lei dos rendimentos marginais
decrescentes. A redução no produto marginal do trabalho conduz a uma diminuição
do salário real.
empresários com o volume de emprego a ser contratado por eles para cada volume
esperado de receitas de vendas (DAVIDSON, 2003, p. 7)”. A segunda função
“relaciona os fluxos de gastos desejados pelos consumidores para cada nível
observado de emprego (DEVIDSON, 2003, p. 7)”.
Essas relações funcionais podem ser expressas da seguinte forma:
1. Z = Φ (N) (12)
Onde,
Z = Oferta agregada.
N = Volume de emprego.
Na figura 7 a função de oferta agregada é traçada com inclinação
ascendente, indicando uma correlação positiva entre a receita esperada de vendas e
o volume de emprego. Ou seja, quanto melhores forem as previsões dos
empresários relativas às receitas de vendas – quanto maiores forem os lucros
esperados – maior será a propensão desses empresários a contratar quantidades
adicionais de trabalho (maior será o volume de emprego).
2. D = f (N) (13)
Onde,
D = Demanda agregada.
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N = Volume de Emprego.
A figura 8 mostra a função de demanda agregada. Essa função, com
inclinação positiva, indica que quanto maior o volume de emprego, maior a
propensão dos consumidores a gastar com bens e serviços ofertados pelas
unidades produtivas. Para BARRÉRE (1961, p. 257), “a curva deve inclinar-se para
a direita, pois à medida em que a produção global aumenta, a satisfação das
necessidades tende à saturação, ocasionando, pois, flexão relativa das receitas”.
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Para HANSEN (1987, p. 53) “o Livro II da Teoria Geral é uma digressão. O raciocínio iniciado no Livro I é
interrompido e retomado no Livro III. Os capítulos intermediários, os de 4 a 7, são dedicados a definições e
conceitos preliminares que logicamente poderiam ter sido melhor tratados no começo do volume”.
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Keynes, por exemplo, cita duas causas. Afirma algo vagamente que
“se houver um aumento do investimento de qualquer tipo de capital,
durante um certo período de tempo, a eficiência marginal desse
capital decrescerá à medida em que o investimento aumente, em
parte porque as perspectivas de lucro cairão à medida em que a
oferta do capital é aumentada e, em parte porque, em regra geral,
uma pressão sobre as fábricas destinadas à produção desse tipo do
capital farão seu preço de oferta crescer (KEYNES apud BRESSER
PEREIRA, 1973, p. 4).
Vê-se que o investimento não pode ser levado ao nível compatível com o
equilíbrio de pleno emprego. Assim, haverá um hiato entre a produção total e a
demanda agregada, isto é, o investimento privado será insuficiente para suprir a
lacuna existente entre a produção e o consumo, resultando em desemprego
involuntário. Neste sentido, Keynes propõe a intervenção estatal, através do
investimento público, para manter um nível de investimento global que assegure a
igualdade entre oferta agregada e demanda agregada. Para Keynes a intervenção
do Estado na economia deve se dar no sentido de complementação do setor
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privado, ou seja, o Estado não deve estabelecer uma concorrência com a iniciativa
privada e nem buscar legitimar um regime planificador. Para Keynes, o investimento
público deveria ser expandido em momentos de recessão e depressão econômica e
reduzido nos períodos de expansões econômicas. Assim, “em nome do
individualismo, Keynes abandona o liberalismo ortodoxo (BARRÉRE, 1961, p. 30)”.
[...] a contribuição maior de Keynes não foi ter produzido uma síntese
adequada e consistente entre as teorias do valor e da moeda numa
teoria da produção como um todo, da forma que ele supunha, mas
sim ter meramente chamado a atenção para os fatores que impedem
o equilíbrio a pleno emprego no curto prazo. Longe de romper com o
modelo clássico, Keynes teria, portanto, tão-somente inaugurado
uma série de desenvolvimentos dentro dele (SAMUELSON apud
LIMA, 2003, p. 393).
[...] Hicks (1937) foi o primeiro autor a propor esta idéia, mostrando
através do modelo IS/LM que a hipótese da existência desse
equilíbrio com desemprego involuntário só era válida em um caso
especial, ou seja, quando a economia estivesse operando sob a
armadilha da liquidez; posteriormente, Modigliani (1944) mostrou
através de um modelo matemático que a existência desse equilíbrio
dependia da hipótese de imperfeições de mercado (leia-se rigidez de
preços).
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Para STIGLITZ e WALSH (2003, p. 95) “o PIB real mede o quanto a economia produz de fato, enquanto o
PIB potencial mostra o que a economia poderia ofertar se o trabalho fosse plenamente empregado a níveis
normais de horas extras, e as instalações e máquinas fossem utilizadas a taxas normais”.
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“Na Teoria Geral, são admitidos três motivos de demanda de moeda: o transacional, que se refere ao dinheiro
necessário para fazer frente ao intervalo entre o momento do recebimento das receitas e o da efetivação das
despesas; o precaucional, baseado no atendimento a despesas inesperadas; e o especulativo, requerido para
fazer frente às incertezas com relação ao valor futuro da riqueza (TORRES FILHO, 1991, p. 33)”.
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“A curva LM representa a relação positiva entre a taxa de juros e o nível de renda que surge a partir do
equilíbrio no mercado de encaixes monetários reais (MANKIW, 2008, p. 240)”. “A curva LM representa o
‘lado monetário’ da economia (HELLER, 2007, p. 422)”.
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Pigou postulou que, por meio do estoque real de riqueza, uma queda
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No tópico 3.2 deste trabalho, observou-se que para Keynes o consumo depende positivamente do nível de
renda disponível.
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Onde,
W = Salário nominal.
P = Nível de preços.
M/P = Riqueza financeira.
C = Consumo.
Y = Nível de produto.
N = Volume de emprego.
Observa-se que para os economistas da síntese neoclássica, especificamente,
para Hicks, Modigliani e Patinkin, a grande contribuição da teoria do emprego de
Keynes restringe-se à ênfase dada ao equilíbrio macroeconômico com desemprego
involuntário, tendo por base a rigidez de preços e salários e outras imperfeições de
mercado.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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SWAELEN, Edward J. Amadeo (org.). John M. Keynes: Cinqüenta Anos da Teoria
Geral. Rio de Janeiro: INPES/IPEA, 1989. cap. 3, p. 33-43.
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Involuntário: Keynes e a “Síntese Neoclássica”. Revista de Ciências Sociais e
Humanas, Piracicaba – SP, v. 13, n. 30, p. 93-100. 2002.
DEQUECH, David. Incerteza num Sentido Forte: Significado e Fontes. In: Lima, G.
T.; Sicsú, J.; Paula, L. F. (Coords). Macroeconomia Moderna: Keynes e a
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Desemprego Involuntário. Curitiba, 2007. Disponível em:
<http://www.economiaetecnologia.ufpr.br>. Acesso em: 29 mar. 2009.
MÜLLER, Mary Stela; CORNELSEN, Julce Mary. Normas e Padrões para Teses,
Dissertações e Monografias. 6ª ed. Londrina: Eduel, 2007. 155 p.