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Esta previsto no Código Penal, art 13, que será imputado por crime aquele que lhe deu a

causa. Quando há apenas o agente, a conduta e o resultado sabemos identificar de


maneira mais fácil sobre quem recairá a imputabilidade.
Mas ocorre que, em algumas ocasiões, acontecimentos externos modificam o resultado
da conduta do agente. O resultado pode ocorrer não devido a causa, mas devido há um
acontecimento externo, que pode ser anterior, simultâneo ou posterior a causa. Esse
acontecimento é chamado de Nova Causa.
As Novas Causas podem ser relativamente independentes ou absolutamente
independentes da conduta do agente. Para sabermos se a causa é absolutamente ou
relativamente independentes devemos fazer a pergunta: “se o agente tivesse realizado a
conduta o resultado seria o mesmo?”. Se a resposta for “sim”, a nova causa é
absolutamente independente. Se for “não”, a nova causa é relativamente independente.

Causas absolutamente independentes: se as novas causas forem absolutamente


independentes ( não importa a conduta do agente, o resultado ocorreria do mesmo jeito)
o agente não responde pelo resultado, mas pela conduta.

Exemplo: “A” efetua disparo com arma de fogo em “B”, porém um carro atropela “B”
no instante do disparo, matando-o atropelado.

Aqui a causa é absolutamente independente do resultado. Mesmo “A” efetuando disparo


com arma de fogo, “B” morreria do mesmo jeito (atropelado) independente da conduta
do agente (disparo).
O agente responde apenas pela conduta que praticou – tentativa de homicício.

Causas relativamente independentes: quando as novas causas forem relativamente


independentes ( se a conduta do agente não tivesse ocorrido o resultado deixaria de
acontecer ) “em regra” o agente responde pelo resultado. Devemos analisar quando
ocorre a nova causa (antes, durante ou depois dos fatos) e se for depois devemos
observar se a nova causa é evolutiva (consequencia natural) ou não evolutiva para
determinar a pena.

Exemplos:
• antes da causa:

“A” disfere uma facada em “B” que morre por ser hemofílico. O fato de “B” ser
hemofílico é uma nova causa, mas anterior ao fato. Mas se “B” não tivesse levado a
facada continuaria a viver, mesmo sendo hemofílico.
O agente responde pela conduta que praticou (tentativa), mas não pelo resultado
(morte).

• durante da causa:

“A” efetua disparo com arma de fogo em “B” mas erra. Em virtude do disparo “B” tem
uma parada cardíaca e morre. A parada cardíaca é uma nova causa, relativamente
independente. Se não fosse o disparo “B” não teria a parada cardíaca.
O agente responde pelo resultado (homicídio).

• depois da causa:

- “A” atropela “B” que é levado ao hospital para ser operado. Após um tempo internado
pega uma infecção e morre. A infecção é um acontecimento natural, evolutivo ao fato.
O agente responde pelo resultado (homicício)

- “A” atropela “B” que é levado ao hospital para ser operado. Durante a operação o
hospital desmorona e “B” morre. O desmoronamento é uma nova causa, relativamente
independente, que acontece depois do fato. Porém, “não” é um fato que aconteceria de
forma natural, evolutiva.
O agente responde pela tentativa, pela conduta, e não pelo resultado.

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