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Qos em ATM

Edson Rodrigo da Silva1, Yuri Matheus Markus2


1
Unilasalle Canoas - Centro Universitário La Salle
Av. Victor Barreto, 2288 – Canoas –RS-Brasil.
Fone: (51) 3476.8500
2
Unilasalle Canoas - Centro Universitário La Salle
Av. Victor Barreto, 2288 – Canoas –RS-Brasil.
Fone: (51) 3476.8500Brazil
silvapaz@pop.com.br,yurimms@hotmail.com

Abstract. This article aims to present the use of QoS (Quality of Service) protocol in ATM
(Asynchronous Transfer Mode), showing a summary of its operation and its main
characteristics. Starting with switched networks of packets and virtual circuits to facilitate
the understanding of this practice.

Resumo. Este artigo tem como objetivo apresentar o uso de QoS (Qualidade de serviço)
no protocolo ATM (Asynchronous Transfer Mode), mostrando de forma resumida seu
funcionamento, bem como suas principais características. Abordando inicialmente as
redes de comutação e cicuitos virtuais para facilitar o entendimento desta prática.

1. Redes Determinísticas e Redes Estatísticas


A comutação de circuitos é tradicionalmente utilizada nas redes de telefonias, já que nesse sistema
os recursos necessários para haver uma comunicação entre dois pontos finais ficam reservados
durante a chamada garantindo uma taxa constante garantida. Isto acontece porque o tráfego de voz é
altamente determinístico, ou seja, uma chamada telefônica tem uma longa duração e taxa de dados
constantes.
Diferentemente da comutação de pacotes onde esses recursos são utilizados por demanda,
ou seja, conforme o número de usuários que estão compartilhando o mesmo enlace (estatísticas).
Em uma rede determinística (telefonia, por exemplo) vamos considerar que uma pessoa
queira realizar uma chamada telefônica, então antes que ela possa transmitir a informação, a rede
precisa estabelecer uma conexão entre o remetente e o destinatário.
Já com a comutação de pacotes (que se baseia em estatísticas), como não há reserva de
recursos (buffers, largura de banda dos enlaces) e um pacote é enviado por uma série de canais de
comunicações, se um desses canais de comunicação estiver congestionado porque outros pacotes
precisam ser transmitidos pelo mesmo canal ao mesmo tempo, este pacote terá que esperar na fila
(buffer) para poder ser transmitido sofrendo então um atraso [Kurose 2003].

1.1 Características da comutação de circuitos e comutação de pacotes


As principais características da comutação de circuitos são:
Os recursos da rede são divididos em “pedaços” e esses são alocados às chamadas.
O “pedaço” do recurso é desperdiçado se não for usado pelo dono da chamada, já que esse
espaço fora reservado somente para este usuário.
As formas de dividir a capacidade de transmissão em canais (slots) são as divisões por
tempo e a divisão por freqüência, TDM e FDM, respectivamente.
As principais características da comutação de pacotes são:
Cada fluxo de dados fim-a-fim é dividido em pacotes.
Cada pacote usa toda a banda disponível ao ser transmitido.
Congestionamento: filas de pacotes, espera para uso do link.
Armazena e reenvia: pacotes se movem um “salto” por vez, o pacote deve chegar completo
no roteador antes que seja enviado para o próximo link.
Duas das principais características da comutação de pacotes são o atraso de transmissão e o
atraso de propagação, o atraso de transmissão é o tempo que o transmissor leva para empurrar
todos os bits de um pacote (um pacote inteiro) para dentro de um enlace e o atraso de propagação é
o tempo que um bit leva para viajar de um ponta a outra do enlace (de um roteador a outro, por
exemplo).
Vimos que, a comutação de pacotes não é ideal para serviços em tempo real (por exemplo,
ligações telefônicas e videoconferência) por causa de suas retardações variáveis e imprevisíveis.
porém ela oferece melhor compartilhamento de largura de banda do que a comutação de circuitos e
é bem mais simples e barata de implementar. Isso a torna mais eficiente devido ao fato de que nem
sempre há muito usuários compartilhando o link, fazendo que o usuário usufrua de uma largura de
banda maior, é como se você chegasse em um restaurante sem fazer reserva e apesar de uma
pequena fila conseguisse seu objetivo, diferentemente de uma pessoa que fez a reserva e não
compareceu no restaurante desperdiçando o serviço.

1.2 Datagramas e Circuitos Virtuais


A comutação de pacotes usa duas técnicas principais:
Datagramas
Circuitos Virtuais
Em uma rede de Datagramas, os pacotes (nesse caso, “datagramas”) são enviados sem
ordem entre eles. Isso faz dessa rede uma rede “forte”, porque se alguns roteadores ficarem inativos
durante uma sessão, não haverá nenhum dano, desde que o sistema possa se reconfigurar
dinamicamente para que os próximos pacotes possam encontrar alguma rota até o destino, mesmo
que ela seja diferente da que foi utilizada por pacotes anteriores.Cada datagrama deve conter os
endereços de origem e destino, para que o roteador saiba para onde enviá-lo consultando uma tabela
prévia de roteamento em seu interior.
A rede de datagramas é uma rede não orientada a conexão, ou seja, não há negociação entre
partes e confirmação para o transmissor de que os dados chegaram corretamente ao destino.
Nesse tipo de rede, o controle de fluxo e erro pode ser elaborado através de softwares
embutidos nos computadores de origem e destino, esses serviços podem ser caracterizados por uma
qualidade de serviço. Alguns serviços são confiáveis, no sentido de diminuir a perda de dados,
porém causam o inconveniente de retardos na transmissão. [Lima Junior 2002]
O Circuito Virtual é um caminho, isto é, uma série de enlaces e nós e comutação entre
origem e destino. A palavra virtual se deve ao fato de que não existe um circuito real como nas
redes de telefonia, o que existe é uma “imitação” da comutação de circuitos. [Furouzan 1994]
O incômodo desse tipo de rede é que se um roteador no meio do caminho entrar em pane a
chamada será cancelada, na telefonia seria como se o fio do poste fosse rompido.
Os campos no cabeçalho responsáveis em levar a célula de um ponto a outro são os VPI e
VCI (Virtual Path Identifier e Virtual Channel Identifier, respectivamente). Dentro do roteador
existe uma tabela (routing table) que associa um campo VCI/VPI à uma porta e a outro VCI/VPI.
O Identificador de Circuitos Virtuais ou (VCI) é um campo que identifica um circuito
virtual.
Como a comunicação via circuitos virtuais se “parece” com a rede de telefonia, na qual a
entrega de dados é garantida, então ela também passa por três fases: Estabelecimento do circuito,
Transferência da informação e Fase de desconexão.
Existem duas maneiras de se estabelecer um circuito virtual:
Circuito Virtual Permanente - PVC (Permanent Virtual Circuit )
Os circuitos estão sempre disponíveis, estabelece-se um circuito entre A e B mesmo que este
não seja utilizado representando custo e desperdício, envolve exatamente um par de sistemas finais
e se a comunicação for Full-Duplex exige-se a criação de dois PVC’s. Sua utilização é destinada a
aplicações permanente e de longo prazo e são uma alternativa aos circuitos dedicados dos sistemas
TDM com boa relação custo/benefício.
Circuito Virtual Comutado - SVC (Switch Virtual Circuit)
Devido as desvantagens do PVC, uma solução seria o SVC, pois este cria um circuito
temporário entre origem e destino.
Os sistemas SVC trabalham em três etapas:
Solicitação e confirmação do circuito: é comparável ao uso normal de telefone, onde a
aplicação de usuário especifica um número de destinatário para completar a chamada, e o SVC é
estabelecido entre as portas de origem e destino e isso é feito automaticamente sem intervenção do
usuário. Na confirmação do circuito um frame especial de confirmação é enviado (ACK), este frame
consegue completar as entradas restantes nas tabelas de comutação.
Transferência da informação: Para que seja possível a transferência de dados entre a origem
e o destino, todos os nós de comutação ao longo do caminho precisam de informações referente ao
circuito virtual sendo usado, cada nó de comutação modifica o VCI e encaminha o frame.A fase de
transferência de dados permanece ativa até que a origem consiga transmitir todos os frames
endereçados ao destino.
Fase de desconexão: Nesta o remetente transmite um frame chamado frame de desconexão,
este frame é enviado ao destino que responde com outro frame de desconexão e o circuito é
desfeito.
Traçando um paralelo com a rede de telefonia percebemos estas semelhanças: o
estabelecimento do circuito seria igual a discagem e o “Alô”, a Transferência da informação é a
própria conversação e a desconexão seria o “tchau!”.

2.ATM
ATM (Asynchronous Transfer Mode) é um protocolo de comutação de células desenvolvido pelo
fórum ATM e adotado pelo ITU-T e assim como o Frame Relay também utiliza a comutação de
circuitos virtuais e dois tipos de conexão: PVC e SVC.
O ATM usa uma rede de células, a célula é uma pequena unidade de dados com tamanho
fixo de 53 bytes (48 bytes de carga e 5 de cabeçalho), o que permite total previsibilidade. Quando
frames de diferentes tamanhos alcançam uma rede ATM, eles são divididos em células de tamanhos
iguais , depois são multiplexados junto com as demais células e roteados através da rede como
podemos verificar na figura 1.
Figura 1. Multiplexação ATM
Essa multiplexação por divisão de tempo é feita de modo assíncrono, daí o “A” do ATM, ou
seja, é um TDM assíncrono utilizando slot-times de tamanhos fixos. Os multiplexadores
preenchem cada slot-time com uma célula do canal de entrada selecionado e que tiver células para
transmitir. O slot só é deixado vazio se nenhum dos canais tiver células para transmitir.
Numa rede ATM a conexão é feita através dos caminhos de transmissão (conjunto de todos
os meios de acesso banda larga que conectam dois pontos) tendo como sigla o TP. Esse caminho é
dividido em muitas rotas virtuais chamados VPs ou caminhos virtuais e as redes de células que
entrarão nesses caminhos seguem o mesmo caminho pois se baseiam em circuitos virtuais (VCs).
Os identificadores da rede ATM são o VPI (Virtual Path Identifier) e o VCI (Virtual Circuit
Identifier). O VPI define um VP específico e o VCI um VC dentro do VP. Na figura 2 vemos estes
identificadores

Figura 2. Identificadores ATM

Como vantagens da rede ATM, podemos citar:


O custo de processamento das suas células de tamanho fixo é baixo.
Pode interagir com outros protocolos e aplicações, tais como Frame Relay, TCP/IP, DSL,
Gigabit Ethernet. tecnologia wireless, SDH / SONET, entre outros.
O ATM permite a implementação de uma rede multiserviços, já que suporta múltiplas
classes de QoS e é nesta característica nativa do ATM que vamos focar este artigo.
3. Qos em ATM
Para obter uma qualidade de serviço deseja-se evitar o congestionamento causado pela sobrecarga
de datagramas em um ou mais pontos de encaminhamento (gateways). Quando acontece o
congestionamentoe não há um mecanismo de controle, o receptor e o transmissor apenas percebem
um aumento no atraso, respondendo com retransmissões, e esta situação acaba por diminuir o
desempenho da rede ou até mesmo saturando a rede.
A tecnologia ATM foi a primeira tecnologia de comutação de pacotes a oferecer
suporte nativo à qualidade de serviço (QoS – Quality of Service). Entretanto, o suporte à QoS
em redes ATM requer um conjunto bastante sofisticado de funções de gerenciamento de
tráfego (TM– Traffic Management), já que não há um controle de fluxo no nível de células
[Alberti, Bottoli, Breda e Mendes 2004].
No documento ATM Forum Traffic Management (AF-TM-0121.000), o ATM Forum
especificou elementos para o suporte de QoS em redes ATM, são eles:
Parâmetros de tráfego
Parâmetros de Qos
Categorias de serviço
Funções de gestão de tráfego (traffic management)
Como visto anteriormente, as redes ATM não possuem um controle de fluxo no nível de
células o que permite que conexões mal comportadas transmitam um número maior de células do
que o negociado. Para evitar este efeito indesejado as funções de gerenciamento de tráfego marcam
ou descartam células desse tráfego a fim de evitar o congestionamento. [Alberti e Mendes
2003]. Para isto, várias funções foram desenvolvidas : policiamento de tráfego, formatação de
tráfego, controle de admissão de conexões, escalonamento justo, gerenciamento de buffer, e
outras. [Giroux 1998].
Um contrato de tráfego entre o usuário e a rede deve ser estabelecido antes de se iniciar uma
transmissão, esta fase de estabelecimento da conexão também é conhecida como setup, neste
contrato especifica-se a categoria de serviço, a Qos requerida, as características do tráfego e a
definição de como o tráfego deve se comportar. Este contrato prevê dois conjuntos de parâmetros,
os parâmetros descritores de tráfego da fonte e os parâmetros descritores de tráfego e Qos da
conexão.
Os parâmetros de tráfego são passados para a rede por sinalização no caso de SVC ou
gereciamento de rede se o circuito virtual for permanente (PVC). Estes parâmetros depedem da
categoria de serviço associada a conexão, nestes parâmetros vão ser especificados a taxa máxima de
células,a taxa sustendada (média), tolerância a rajadas e fontes geradoras de fluxo de dados (vídeo,
voz e etc).[Braga, Jr e Macedo 1999].
Uma descrição sucinta destes parâmetros descritores da fontes é vista abaixo:
Taxa de Pico de células ou Peak Cell Rate (PCR)- Representa a taxa máxima de células por
segundo a serem enviadas, pode ser limitada pela capacidade de transmissão da linha (física) ou por
um mecanismo de formatação ou conformação (shapping) do tráfego de ingresso. O inverso do
PCR representa o intervalo mínimo teórico entre as células.[Brito 2006].
Taxa média de células ou Sustainable Cell Rate (SCR)- Representa o limite superior para a
taxa de transmissão média de células em uma conexão ATM. Juntamente com o SCR é especificado
também o parâmetro Duração dos Surtos ou Maximum Burst Size (MBS) que especifica o número
máximo de células (burst) que é possível transmitir com um débito igual a PCR sem ferir o SCR
contratado. Um algoritmo chamado GCRA é utilizado para verificar a conformidade destes três
parâmetros (PCR,SCR e MBS) e é comum utilizar um outro parâmetro de tolerância chamado de
Burst Tolerance (BT) [Ruela 2009].
Taxa mínima de célula ou Minimum Cell Rate (MCR)- Define a largura de banda mínima
para a transmissão de células que deve ser garantido pela rede, mas não descreve o comportamento
do tráfego, pois a fonte pode transmitir células a uma taxa superior ao seu valor. Ele é utilizado nas
categorias de serviço ABR e GFR para garantir um mínimo de banda. O MCR pode ser especificado
em ZERO.
Seis parâmetros são utilizados para mensurar o desempenho da rede, três deles são
negociáveis no contrato de tráfego: Cell loss Rate, Maximum Cell Transfer Delay, Peak-to-peak
Cell Delay Variation e outros três não são negociáveis: Cell Error Ratio, Severely Errored Cell
Block Ratio e Cell Misinsertion Rate.
Uma descrição sucinta destes parâmetros descritores de tráfego e Qos da conexão é vista
abaixo:
Taxa de perda de células ou Cell loss Rate (CLR)- Define uma razão entre as células
perdidas e a quantidade total células transmitidas. Estas células podem ser perdidas por estouro dos
Buffers, erros de transmissão, falha de componentes e proteção de comutação. São consideradas
perdidas as células que não chegam ao destino, as que chegam corrompidas e as contenham erros no
cabeçalho.
Atraso de transferência da célula ou Cell Transfers Delay (CTD): Intervalo de tempo entre a
partida e a chegada de um célula, neste tempo está contabilizado o tempo de propagação, tempo de
processamento da célula, atraso de transmissão e infileiramentos internos e externos. O valor
máximo tem relação com o tamanho da fila e a taxa de serviço. O CTD total da rede é o somatório
do CDT de cada nó da rede.
Máximo atraso de transferência da célula ou Maximum Cell Transfer Delay (Max-CTD): É
o limite de atraso permitido para que as células não sejam consideradas perdidas.
Variação do atraso ou Cell Delay Variation (CDV): Surge devido a caracteristica estatística
do ATM, onde o atraso de enfileiramento de célula varia de uma para outra, criando uma variação
neste atraso. Por isto, um conjunto de células espalhadas uniformemente na entrada de um nó
podem ser trasmitidas em forma de Burst ou com atrasos regulares [Brito 2006].
Variação pico-a-pico de atraso da célula ou Peak-to-peak Cell Delay Variation (P2P-CDV):
É a diferença entre o minímo e o máximo CDV. Também conhecido como Delay Jitter.
Severely Errored Cell Block Ratio (SECBR): Razão entre os blocos de células severamente
errados e o total de blocos transmitidos.
Cell Misinsertion Rate: Razão entre as células enviadas indevidamente para uma conexão a
qual não pertence e o intervalo de tempo. Esta inserção indevida de células pode ocorrer devido a
erros não detectáveis e não corrigíveis no cabeçalho.
Cell Error Ratio (CER): Razão entre as células erradas e o total de células enviadas (células
erradas + células enviadas com sucesso). Uma célula errada é aquela que teve seu conteúdo
corrompido e não pode ser pelas técnicas de correção de erro.
Com a análise destes parâmetros, é feito um contrato entre usuário e operadora (interface
UNI), e entre operadoras diferentes (interface INI - Internetwork Interface), então o usuário é
classificado em uma determinada categoria de serviço. O ATM Forum definiu seis categorias de
serviços: Constant Bit Rate, non real time Variable Bit Rate,Unspecified Bit Rate,Available Bit
Rate,Guaranteed Frame Rate. As categorias de serviço não devem ser confundidas com as classes
de serviço (A, B, C, D), pois para uma dada categoria a rede pode oferecer uma ou mais classes de
serviços. Um exemplo de classe de serviço pode ser um em que o serviço CBR normal tem o CLR:
10E-7 e o serviço CBR Premium tem o CLR: 10E-10.
Uma descrição sucinta das categorias de serviços é vista a seguir:
Constant Bit Rate (CBR): Garante uma taxa constante durante a conexão, requer um valor
fixo da largura de banda e é utilizado normalmente por aplicações que requerem um CDV pequeno
e com baixa probablidade de perda da célula. Este serviço emula o comportamento de um circuito
com capacidade fixa, a rede oferece garantias estritas quanto ao débito e à variação do atraso
(Jitter). [Ruela 2009].
Variable Bit Rate (VBR): É utilizado em aplicações que não requerem taxa constantes ou
aplicações com características previsíveis, video comprimido e dados Frame Relay por exemplo.
Categoria subdividida em duas categorias: Real Time Variable Bit Rate (rt VBR), subcategoria com
taxa de transmissão variável mas com relação de tempo fixa entre as células. Non Real Time
Variable Rate (nrt VBR) é uma subcategoria onde não existe uma relação de tempo entre células,
porém tem garantia de QoS (em largura de banda ou atraso). Esta classe de serviço deve ser usada
para conexões usando Frame Relay. [CpqD 1998].
Unespecified Bit Rate (UBR): Nesta categoria não há QoS quanto ao atraso e perdas das
células, prevalecendo o “melhor esforço” para a entrega da célula. Pode-se conseguir QoS limitando
o número de conexões que compartilham a banda.
Available Bit Rate (ABR): Garante uma quantidade miníma de banda, a taxa de emissão de
pico é limitada, um bit sinalizador instrui a fonte a diminuir ou aumentar a taxa em casos de
congestionamento utizando a técnica de additive increase / multiplicative decrease, o ajuste da
banda utiliza um mecanismo de controle de fluxo baseado na taxa para minimizar as perdas.
Guaranteed Frame Rate (GFR): É utilizada em aplicações que não requerem tempo real e
sim um mínimo de garantia de banda, este serviço não exige qualquer protocolo de controle de
fluxo, não há um contrato quanto a quantidade de células perdidas quando o transmissor excede o
mínimo.
A rede tem que garantir que os parâmetros de contrato de tráfego sejam respeitados pelas
conexões, então são utilizados mecanismos de conformação e policiamento de tráfego.
A função de conformação é utilizada para tornar o tráfego conforme o contratado, enquanto
que a função de policiamento é utilizada para verificar se o tráfego está em conformidade com o
contratado, se as células não estão conforme elas podem ser: descartadas, marcadas com elegíveis
para descarte ou remodeladas (Shapping) [Brito 2006].
A monitoração desta conformidade é realizada pelo algoritmo GCRA (Generic Cell Rate
Algorithm), que utiliza os parâmetros T=1 (intervalo mínimo entre as células) e L=CDVT. O
funcionamento do algoritmo GCRA é demonstrado na figura 3.

Figura 3: Algoritmo GCRA


O controle de tráfego visa prevenir o congestionamento e utiliza os algoritmos do balde
furado (Leaky Bucket) e balde fichas (Token Bucket) para tentar limitar a transmissão de células a
uma taxa constante.
O ATM Forum identificou um conjunto de funções de controle de tráfego (gestão) que
deverão ser suportadas em diferentes elementos de rede (equipamento terminal, nós de acesso e nós
internos da rede),são eles: Connection Admission Control (CAC),Feedback Control,Usage
Parameter Control (UPC), Cell Loss Priority Control, Network Resource Management, Frame
Discard e Traffic Shaping. [Ruela 2009]. Estes elementos não serão abordados neste artigo.
O ATM continuará se expandindo no segmento de conexão entre redes. Existe ainda uma
tendência em afirmar que o futuro das redes estará em Fast/Gigabit Ethernet para LANs e ATM
para MAN e WAN. Redes locais usarão a tecnologia Ethernet e aplicações IP e estarão conectadas a
um backbone ATM particular ou público. Os preços de equipamentos ATM começarão a ser mais
competitivos, incluindo interfaces para desktop do tipo OC-3 e OC-12, de custo elevado atualmente.
[Braga, Jr e Macedo 1999].

Referências
Kurose, James F., Ross, Keith W., Redes de Computadores e a internet. 1º Edição, 2003, Editora
Pearson Education.
Lima Junior, Almir Wirth, Tecnologias de rede & comunicação de dados, 1º edição, 2002, Editora
Alta Books.
Furouzan, Behrouz A., Comunicação de dados e redes de computadores, 3º Edição, 1994, Editora
Bookmam
Alberti, Antonio Marcos., Bottoli, Maurício L., Breda, Gean D., Mendes, Leonardo de S.,
“Modeling and Simulation of ATM Traffic Management”, 37th ANSS, IEEE Computer Society,
Abril 2004.
Giroux, N., Ganti, S., “Quality of Service in ATM Networks: State-of-
Art Traffic Management”, Prentice Hall, 1998.
Alberti, Antonio Marcos., Mendes, Luciano Leonel. “Ensinando redes ATM em laboratório”. Inatel-
Instituto Nacional de Telecomunicações, 2003.
Braga,Nilton C. N. da Costa.,Jr. Nilton Alves.Macedo, Carlil Gibran Fonseca de. I Workshop do Rio
de Janeiro em Redes de Alta Velocidade ,1999.
Brito,José Marcos C. “Gerenciamento de tráfego em ATM”. Inatel- Instituto Nacional de
Telecomunicações, 2006.
Ruela, José. “Qualidade de Serviço em Redes ATM”. Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto. 2009.
CPqD, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Treinamento ATM. PROCEMPA. Junho de 1998.

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