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http://veja.abril.com.

br/arquivo_veja/planos-economicos-cruzado-collor-real-
desvalorizacao.shtml

Por pelo menos duas décadas de sua história recente, o Brasil foi forçado a enxergar a política econômica como um conjunto de medidas de
impacto destinadas a tirar o país de crises imediatas - os planos econômicos. Foi assim na sucessão de pacotes antiinflação dos anos 1980,
nos choques de juros que reagiram às grandes convulsões internacionais na década de 1990 e até no segundo turno da eleição presidencial
de 2002, quando a cotação do dólar chegou a atingir 4 reais.

Não houve sobressalto na disparatada política econômica brasileira dos últimos 40 anos que não tenha sido acompanhado de perto por
VEJA. A revista dedicou reportagens de capa a planos tão alucinados quanto inúteis, como o Cruzado e o Collor, e também ao Plano Real,
que baixou a inflação e expôs defeitos estruturais do país que ainda precisam ser enfrentados.

Em 1986, o Plano Cruzado levou o Brasil da euforia à decepção. O congelamento de preços e salários baixado pelo governo José Sarney
mereceu três capas seguidas de VEJA. A revista apoiou o plano, mas deixou claro que ele de nada adiantaria se não se atacasse a causa do
surto inflacionário: um estado falido e perdulário. Passados catorze meses, o plano fez água. A inflação era de 363% ao ano. O fracasso
não impediu o Plano Cruzado de gerar dois filhotes ainda na administração Sarney, o Plano Bresser e o Plano Verão - ambos baseados em
congelamentos, ambos igualmente malogrados.

O próximo grande e desastrado episódio da luta do país contra o monstro da inflação viria em 1990, quando o Brasil foi surpreendido com o
mais traumático de todos os planos econômicos - aquele queconfiscou a poupança e a conta-corrente dos brasileiros. Menos de 24 horas
depois de subir a rampa do Planalto como o novo presidente, Fernando Collor detonou uma bomba nuclear sobre a economia. O fiasco,
outra vez, não tardou. Tentou-se ainda a implementação do Plano Collor II, no início de 1991. Na ocasião, VEJA reportava que enquanto
Sarney levou cinco anos para fazer seus três planos fracassados. Collor experimentava o segundo em apenas dez meses.

Foi com atenção e expectativa, portanto, que em 1993 a revista registrou os primeiros movimentos do então ministro da Fazenda do
governo Itamar Franco, no que culminaria com a primeira direção racional de política econômica no Brasil em décadas. Fernando Henrique
Cardoso preparava o Plano Real, a última troca de moedas da história brasileira, colocada em prática oficialmente em 1994. À época de seu
lançamento, o plano econômico foi "mais elogiado que as pernas de Claudia Raia", conforme reportou VEJA em junho daquele ano.

Maduro, sem os erros dos pacotes anteriores, o Plano Real desindexou a economia brasileira, livrou o Brasil do vício da "correção
monetária" e abriu caminho para a estabilização. A nova moeda enfrentaria obstáculos nos cinco anos seguintes - mas os efeitos positivos
de sua implantação são sentidos até hoje. O Real veio para enterrar definitivamente nossas crenças ancestrais em soluções mágicas, como
os planos mirabolantes, os congelamentos e os tabelamentos de preço. Pena não ter despertado ainda em nossos governantes a disposição
para cortar os gastos de um estado que segue gastando demais.

http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/evolucao-dos-planos-
economicos-no-brasil-breve-analise-.htm

Evolução dos planos econômicos no Brasil: Breve análise e relato sobre o planejamento econômico brasileiro

1. Introdução
Freqüentemente tem surgido a idéia de combater as conseqüências em vez das causas quando se fala em planos econômicos, através de tentativas milagrosas de gerenciar a economia a
partir de pressupostos conjunturais de curto prazo. Os resultados vêm transformando-se, ao longo do tempo, num processo de causa e efeito, bem como assim fazendo com que os objetivos
reais da economia fiquem cada vez mais conflitantes.
Se formos analisar historicamente, a economia brasileira se manteve durante quatro séculos direcionada para os interesses e necessidades da Metrópole, sendo, dessa forma, uma economia
fornecedora a qual era guiada por ciclos econômicos gerando assim a formação de sociedades diferenciadas consoante com o ciclo predominante.
O Brasil caracterizado como produtor e fornecedor de insumos agrícolas, muito mais por imposição da Metrópole do que por decisão própria, construiu a sua sustentação econômica na
produção agrícola, exportando produtos primários e importando produtos manufaturados, sendo, pois, uma economia primário-exportadora, na qual as exportações representavam a fonte de
renda e a base do crescimento, enquanto as importações eram as encarregadas pelo suprimento das necessidades demandadas.
Sendo assim, a formação de um perfil primário-exportador, mantido por poucos produtos, tornou a economia brasileira vulnerável às crises internacionais e suscetível às variações dos modos
de produção e de consumo dos países desenvolvidos.
A partir desse diagnóstico sentiu-se a necessidade da formulação de planos econômicos, os quais serão abordados neste trabalho, a fim de que fosse realizado um planejamento que
permitisse uma maior estabilização da economia brasileira.
2. Contexto econômico brasileiro até 1939.
O ponto de origem da formação econômica brasileira encontra-se na desigual distribuição do progresso que, no desejo de gerar um processo de crescimento e desenvolvimento, criou uma
divisão internacional altamente nociva, com economias centrais, caracterizando um conjunto de economias industrializadas e tecnicamente homogêneas, e outro de economias periféricas,
formadas por regiões exportadoras de produtos primários. Por conseguinte, a demanda por produtos primários exigida pelas economias centrais, após o acelerado ápice do comércio
internacional, evidenciou pouco dinamismo em função do crescimento econômico relativamente lento dessas economias, bem como em conseqüência da queda do número global de
importações.
A grande depressão iniciada na década de trinta, juntamente com a falta de dinamismo da demanda dos países centrais, reduziu, sensivelmente, as exportações brasileiras e,
conseqüentemente, diminuiu a capacidade de importar. A renda nacional perdeu sua principal fonte geradora e a demanda tornou-se insatisfeita. Esse fato expressou a quebra do modelo
primário-exportador e o surgimento de um processo de industrialização.
A industrialização surgiu, entretanto, por força imperativa; passou a responder pelo suprimento da demanda anteriormente atendida pelo setor externo e, por esse motivo, foi gerenciada por
padrões internacionais de produção e consumo, assim como desvinculada de qualquer processo de planejamento.
O movimento industrial limitou-se, inicialmente, à implantação de indústrias denominadas tradicionais, de baixa relação capital/mão-de-obra, almejando suprir a insatisfeita demanda agregada.
No entanto, limites impostos pela própria estrutura interna começaram a direcionar o processo produtivo em duas partes distintas: uma encarregada de satisfazer a demanda interna e outra
produzindo para atender a demanda externa.
Além da distinção das partes produtivas, é conveniente ressaltar que os núcleos industriais, por força das pressões capitalistas, nasceram onde antes predominava a produção agrícola, ou
seja, no eixo Rio–São Paulo.
A produção diferenciada em setor interno e externo gerou uma economia dual de caráter setorial, conforme a evolução dos setores produtivos, visto que a produção destinada ao mercado
externo era fonte de maiores rendas e de salários mais altos se comparados com a produção destinada a atender o mercado interno; enquanto que a produção centrada no eixo Rio–São Paulo
provocou uma economia dual de caráter regional, à medida que passou a ocorrer uma concentração produtiva nessa região.
Dessa forma, a falta de planejamento regional e de programação setorial acaba sendo responsável por contínuas deformações no modelo econômico brasileiro.
Todo período anterior a 1939 é caracterizado pela “ocasionalidade” e pela falta de continuidade com que a administração pública encarou problemas que exigiam ação constante e previamente
elaborada.1
3. Evolução do planejamento econômico brasileiro
A partir de 1939, o governo começou a se preocupar em gerenciar e dimensionar o modelo econômico, assinalando e normatizando as formulações econômicas, participando ativamente da
economia como agente produtor e consumidor, ou então interferindo somente como regulador.
No período que vai de 1939 a 1956 aconteceram transformações relevantes no sentido e no alcance das formulações econômicas, à proporção que a ocasionalidade e o perfil setorial cederam
lugar a uma maior abrangência do planejamento, assim como também foram criados órgãos específicos a fim de formular e gerenciar os planos.
O primeiro plano formulado e gerenciado pelo governo brasileiro foi o Plano Especial de Obras Públicas e Aparelhamento da Defesa Nacional, em 1939, que, embora tenha atingido uma alta
taxa de realização e de equilíbrio orçamentário, não gerou efeito sobre o processo econômico produtivo; restringiu-se apenas à órbita governamental.
O Plano de Obras e Equipamentos, em 1943, baseou-se no Plano Especial, seguindo a mesma trilha e obtendo os mesmos resultados, ou seja, conseguiu uma formulação organizacional do
governo.
O Plano SALTE, em 1950, que era referente à saúde, alimentação, transporte e energia, inseriu a formulação indicativa para o setor privado e o consentimento de linhas especiais de crédito,
criando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, como normatizador e regulador desse processo.
O Programa de Metas, elaborado para o período que vai de 1956 a 1961, pressupôs a existência de pontos de estrangulamento e estabeleceu objetivos globais e setoriais no intuito de romper
os segmentos estrangulados, através de uma ação conjunta com o setor privado. Os programas apresentados ao setor privado não tiveram como ser cumpridos, devido a vários motivos, e o
governo passou a interferir de maneira mais direta na economia, mantendo o controle sobre faixas de decisão privada. Nesse instante, podemos notar uma maior participação do Estado na
economia brasileira.
O Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado no período 1963/65, foi o primeiro a apostar em coordenar os objetivos globais e setoriais, bem como a controlar o longo e
o curto prazo. Neste sentido, estabeleceu políticas fiscais, monetárias e cambiais, a fim de gerenciar a presença do Estado na economia e, conseqüentemente, controlar os possíveis níveis de
investimentos governamentais que levassem o setor privado a seguir as metas indicativas da programação econômica. O fracasso do Plano Trienal, em seus pressupostos globais e setoriais de
crescimento econômico, controle progressivo da pressão inflacionária, atenuação das desigualdades regionais, e redução dos custos sociais, foi causado por pressões de variados segmentos,
os quais impediram direta e indiretamente a atuação das medidas propostas, uma vez que eram consideradas de caráter intervencionista.
O Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), formulado para o triênio 1964/66, caracterizou-se pelos princípios ortodoxos da economia de mercado, por conseguinte de uma ação mais
liberal e sem o anseio de um plano global, na medida em que propunha apenas a ação coordenada do governo por meio de programas puramente indicativos.
Apesar do caráter liberalista e indicativo do PAEG, em suas linhas iniciais, o governo passou de agente regulador dos mecanismos de mercado para uma posição excessivamente atuante, como
agente produtor e consumidor, instalando, por conseguinte, muitas empresas estatais que foram responsáveis, direta e indiretamente, pelo déficit orçamentário, pela emissão monetária, pelas
pressões inflacionárias e pela queda do consumo, através da redução de renda disponível provocada pelo controle rigoroso dos salários.
É evidente que o norte da economia, em função das distorções do programa governamental, gerou uma situação estacionária no nível de poupança, obrigando o governo a intervir na emissão
de títulos sem lastro.
Os conflitos econômicos do PAEG fizeram surgir uma consonância de se estruturar um planejamento de longo prazo que servisse, pelo menos, de orientação para o processo decisório. Com
esse intuito, foi formulado um Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico e Social (1967/76), que arquitetou um modelo de crescimento econômico, estrategicamente elaborado, a fim de
compatibilizar objetivos básicos de crescimento, estabilidade e política externa, via balanço de pagamentos. Apesar das formulações fiscais, monetárias e cambiais, como também do controle
imposto pelos testes de consistência, o Plano Decenal não foi executado.
O Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED), formulado para o período dos anos de 1968, 1969 e 1970, diagnosticou o estrangulamento das oportunidades de substituir importações e o
alargamento do setor público na atividade econômica, ocupando-se, a partir daí, em programar investimentos em áreas estratégicas, construir um conjunto de instrumentos financeiros e um
instrumento de ação direta e indireta sobre o setor privado.
O PED detectou que o processo decisório de investir mantinha relação estreita com as expectativas de crescimento acelerado do mercado. Por conseguinte, as linhas de ação passaram a agir
sobre a demanda agregada, promovendo um certo grau de distribuição de renda com a finalidade de incentivar o nível de consumo e preservar a capacidade de poupança.
Em um sentido amplo, o PED, embora tenha proposto um estilo mais liberal, com regras compreensíveis e relativamente estáveis, não abreviou a participação do estado na economia, quer
como agente produtor, quer como agente consumidor. O PED também manteve fatores como salários, preços, juros e lucros sob estreita vigilância e ampliou os créditos relativos ao
financiamento da dívida pública.
O Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND), formulado para o período 1971/74, prendeu-se ao trinômio formado pelas empresas privadas nacionais, pelas multinacionais e pelas
estatais. A preocupação do governo em construir um programa que mantivesse as multinacionais sob controle e preservasse o setor privado nacional acabou por incentivar, ainda mais, a
presença do Estado na economia, aumentando o controle dos preços finais e intermediários e criando parâmetros para a remuneração dos fatores produtivos.
A programação global do I PND foi complementada por metas setoriais que não foram cumpridas, por variados motivos, pelo setor privado nacional, impondo ao Estado a tarefa da ocupação
desses espaços, na proporção em que propunha o não alargamento das multinacionais.
O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), planejado para o período 1975/79, negligenciou, em suas diretrizes gerais, o primeiro choque do petróleo e propôs um modelo
econômico e social fundamentado em potência emergente, hipótese herdada do plano anterior que permitiu um ”milagre econômico”.
A despeito dos erros anteriores, o II PND continuou insistindo em propor a ação governamental sobre os programas estratégicos de infra-estrutura econômica e social e em traçar diretrizes
indicativas para o setor privado, incumbindo-o de atender, somente, as necessidades básicas da população.
Os programas setoriais indicativos propostos pelo governo não o isentaram, como previsto, de atuar ativamente no processo produtivo, sob o argumento de que áreas básicas para o processo
de ativação econômica não eram preenchidas pelo setor privado; ou o Estado se fazia presente, ou ocorreriam sérios problemas no processo econômico e social.
O Terceiro Plano Nacional de Desenvolvimento (III PND), formulado para o período 1980/85, registrou alto índice de flexibilidade, estabelecendo apenas diretrizes gerais e criando um amplo
programa indicativo, em que a presença do Estado se limitou àqueles setores considerados básicos para o processo de crescimento e desenvolvimento.
As características predominantes do III PND, contrariamente aos planos anteriores, referem-se a metas qualitativas, conforme a idéia de um processo de planejamento. Todavia, é de se
concluir que diretrizes e metas qualitativas exigem um severo acompanhamento das tendências econômicas e sociais, bem como das forças políticas atuantes, no sentido de manter
equilibrados os programas econômicos.
O Plano Cruzado, elaborado para o período vigente a partir de 1985, tornou-se imperativo em função do descontrole econômico provocado pelo III PND. Os objetivos básicos do Plano Cruzado
não fugiram àqueles perseguidos pelos planos e programas anteriores, ou seja, conseguir vencer o combate a inflação mantendo os níveis de produção e emprego.
Nesse sentido, criou-se o Plano Cruzado, tendo como ação principal o congelamento de todos os preços, consubstanciando-se, por conseguinte, num choque, cujo objetivo principal era chagar
a um índice inflacionário próximo a zero, em curto período de tempo. Isso foi efetivamente conseguido, entretanto o Plano Cruzado, em sua ânsia imediatista, não se preocupou com o
seqüenciamento da política econômica, a fim de dar sustentação aos propósitos iniciais. Dessa forma, agregando-se a inflexibilidade, o Plano dirigiu-se a desajustes globais e setoriais, que
reconduziram a economia ao estágio anterior.
O Plano de Controle Macroeconômico, formulado para o período 1987/91, originou-se do fracasso do Plano Cruzado, assim como das incertezas do Plano Bresser, o qual tentou uma
estabilização de curto prazo, através do congelamento temporário dos fatores preço e salário.
Apoiado no sistema de contas nacionais, o Plano de Controle Macroeconômico buscou o tratamento de médio e longo prazo, tentando associar a capacidade produtiva aos pressupostos de
crescimento econômico, através do setor interno e externo. A formulação teve como base a projeção das taxas de crescimento do produto interno bruto em nível necessário para, no mínimo,
absorver a força de trabalho.
Em princípio, o Plano de Controle Macroeconômico estabeleceu fronteiras limites para a atuação do Estado na economia, resumindo-se, pois, a regulador do processo. Dada a seqüência dos
resultados, o Estado reintegrou-se ao processo econômico como agente produtor e consumidor, ultrapassando os limites das fronteiras preestabelecidas.
O Programa Econômico estabelecido a partir de 1991 caracterizou-se por uma brusca redução na oferta monetária, a partir da retenção de cruzados em limite prefixado pelo governo e da
transformação dos cruzados em circulação em cruzeiros, par a par. A drástica redução da oferta monetária, acompanhada de gerenciamento liberal, resultou em efeitos positivos para o
processo econômico. Entenda-se, nesse caso, que o processo foi de caráter imediatista.
Outras decisões associadas ao processo de planejamento de médio e longo prazo faziam-se, contudo, necessárias. Inexistiu o processo de planejamento, e as medidas adotadas foram de
curto prazo, objetivando, especificamente, o processo inicial. O resultado apresentou-se em forma de controle setorial, e o Estado liberal entrou em conflito com o que se esperava dos
segmentos produtivos.
A verdade é que tanto o Plano Cruzado como o Plano Cruzeiro tiveram lucidez momentânea, porém a inexistência de um planejamento integrado de curto e médio prazo acabou funcionando
como fator contrário aos resultados pretendidos. O primeiro fixou preços esquecendo a flexibilidade monetária, enquanto o segundo reduziu a flexibilidade monetária, agindo, dessa forma,
sobre o erro do primeiro, mas acabou esquecendo a velocidade de circulação da moeda.
Com a idéia de reverter o cenário econômico que se apresentava, o governo adotou, a partir de 1993, uma política de estabilização cujo principal objetivo era desindexar a economia, pois o
governo entendia que políticas macroeconômicas, com economia indexada, cominavam custos econômicos e sociais extremamente elevados.
O Programa de Estabilização Econômica ou Plano Real foi concebido e implementado em três fases:
(a) estabelecimento do equilíbrio das contas do governo, com o 
objetivo de eliminar a principal causa da inflação: déficit público;
(b) criação da Unidade Real de Valor: URV; e
(c) conversão desse padrão de valor em uma nova moeda: o Real.
O Plano Real partiu de um diagnóstico correto acerca das origens do processo inflacionário: o desequilíbrio estrutural das contas públicas.
Outra questão fundamental relacionada às perspectivas de estabilização é relativa ao cenário econômico mundial e suas possíveis repercussões sobre a economia brasileira. Nesse contexto, há
a atividade reguladora do governo sobre as taxas de câmbio e de juro.
É importante salientar que o Plano Real é outra chance que a economia brasileira tem de romper com a sucessão de curtos ciclos de estabilidade que não conseguem se sustentar. As reformas
estruturais são a continuação lógica do programa de estabilização; esta não é o fim da estrada, mas sim o caminho capaz de conduzir nosso país a um processo de crescimento.
4. Conclusão
O alto grau de dependência da Metrópole, que por sua vez se inseria no cenário econômico mundial, fez nascer a seqüência econômica de vocação primário-exportadora, induzindo o modelo
econômico brasileiro a um crescimento assimétrico, assim como a um desenvolvimento desigual, tanto regional quanto setorial.
Tendo consciência das deformações existentes, o governo passou a atuar nas diretrizes econômicas, a fim de redirecionar os vetores do crescimento, do desenvolvimento e da distribuição de
renda, formulando planos e programas, os quais estabeleceram fronteiras a sua própria atuação. Restringiu-se a agente regulador e formador da infra-estrutura básica de apoio, e reservou ao
setor privado a geração do processo produtivo, segundo os programas indicativos.
Pode-se dizer também, que muitas vezes, foram utilizados instrumentos de política econômica de forma indiscriminada, sem a devida análise da abrangência dos efeitos diretos e indiretos que
seriam causados, resultando em induções paralelas que fugiram aos pressupostos dos programas elaborados.
Logo, gradativamente aumentou-se a distância entre o programa de infra-estrutura criado pelo governo e o programa indicativo de investimentos para o setor privado. As discordâncias entre
os objetivos pretendidos pelo governo e os meios para a obtenção destes objetivos fizeram nascer um ambiente de incompatibilidade na geração do crescimento, desenvolvimento e
distribuição de renda.
A percepção, pelo governo, do conflito entre os objetivos pretendidos e os eminentes reflexos sobre as estruturas políticas e sociais, transformaram-no em agente produtor e consumidor, a fim
de ocupar os espaços criados pelas deformações do processo de planejamento.
Sendo assim, alargaram-se os limites estabelecidos pelo governo de agente regular e indicador, criando, na geração desse processo, uma poupança inflacionária frente ao nível de
investimentos requeridos. Parte dessa poupança inflacionária foi oriunda da dívida interna, criada, efetivamente, pela expansão das funções do Estado, e parte foi complementada pela
poupança externa, promovendo ,dessa maneira, um crescente endividamento.
Há de se firmar que todo esse processo de deformação não foi especificidade de um plano ou programa, foi uma seqüência estabelecida historicamente no processo de planejamento como
conseqüência da necessidade imediata de alavancar o crescimento, paralelamente ao desenvolvimento e a distribuição de renda.
5. Bibliografia:
BRUM, Argemiro. Desenvolvimento econômico brasileiro. 16 ed. Petrópolis: Vozes, 1996. 316 p.
CARDOSO, Eliane A. A economia brasileira ao alcance de todos. São Paulo: Brasiliense, 1996. 316 p.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Fundação para o Desenvolvimento Econômico, 1996. 650 p.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1991, 246 p.
GREMAUD, Amauri Patrick. Economia Brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 1996. 294 p.
PELÁEZ, Carlos Manuel. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Atlas, 1987. 206 p.  
REZENDE, Cyro. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Contexto,1999. 208 p.
ROSSETTI, José Paschoal. Política e programação econômica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1987. 350 p.
VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval. Economia brasileira contemporânea. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. 371 p.
Por Paula Bernardi Meira

http://www.grupoescolar.com/materia/planos_economicos_do_brasil_pos-ditadura.html

Planos Econômicos do Brasil Pós-ditadura


    

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A última eleição indireta de um candidato civil, em 1985, marca o fim do Regime Militar, mas a transição para a democracia só se consolida em 1988, no governo Sarney,
quando é promulgada a nova Constituição por uma Assembléia Constituinte. A volta aos padrões democráticos não é suficiente para superar os graves problemas sociais e
econômicos advindos da inflação e do endividamento externo. Para enfrentar seus desafios, os governos dos Presidentes José Sarney e Fernando Collor irão praticar sete
planos consecutivos de combate à inflação: Cruzado (início de 1986), Cruzadinho (meados de 1986), Cruzado II (final de 1986), Bresser (junho de 1987), Verão (janeiro de
1989), Collor (março de 1990) e Collor 2 (janeiro de 1991). O fracasso ou má condução desses planos levou o país a uma hiperinflação, com a moeda desvalorizada em três
decimais duas vezes no período de três anos. Somente em 1994, com a elaboração do Plano Real, durante o governo Itamar Franco, e sua manutenção e desenvolvimento
no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o país veio a conhecer uma relativa estabilidade monetária, ora e outra ameaçada pelas sucessivas crises dos
mercados internacionais.

O Cruzado 
Como medida de combate à inflação, o governo Sarney adota em 1986 novo padrão monetário, o cruzado, equivalente a mil vezes a moeda anterior, o cruzeiro, e
representado por Cz$. A exemplo dos procedimentos anteriores, as cédulas do antigo padrão recebem um carimbo com indicação do valor correspondente em cruzados. A
efígie do Presidente Juscelino Kubitschek, que figurava nas cédulas de 100.000 cruzeiros, volta a aparecer na nova nota de 100 cruzados. Posteriormente, novas cédulas
são postas em circulação, contendo a legenda DEUS SEJA LOUVADO. Figuras da vida cultural brasileira são agora introduzidas em vez dos tradicionais vultos da história
política: em 1987 e 1988, além da nota de 500 cruzados com a efígie do compositor Villa-Lobos, circulam as de 1.000 com o retrato do escritor Machado de Assis, de 5.000
com o do pintor Cândido Portinari e de 10.000 com o do cientista Carlos Chagas. 

100 cruzados, Centenário da Lei Áurea, aço inoxidável, 1988

No lugar das antigas moedas de cruzeiro, foram cunhadas, entre 1986 e 1988, as moedas de aço inoxidável de 50, 20, 10, 5 e 1 centavos; as de 5 e 1 cruzados, que
substituíram as cédulas de 5.000 e 1.000 cruzeiros; e, de 1987 a 1988, as de 10 cruzados também em aço. As moedas de 100 cruzados surgiram em 1988 para comemorar o
centenário da assinatura da Lei Áurea e traziam a efígie de criança, homem ou mulher negros, junto com a saudação africana Axé. O conjunto de estrelas ao lado do valor
simbolizava o número cem, para facilitar a leitura pelos deficientes visuais.

O Cruzado Novo 
200 cruzados novos, Centenário República, prata, 1989

No ano de 1989, verifica-se nova desvalorização de três decimais no padrão monetário, que passou a denominar-se cruzado novo, representado por NCz$, procedendo-se à
carimbagem das cédulas de 10.000, 5.000 e 1.000 cruzados, que passaram a valer 10, 5 e 1 cruzados novos. Entram em circulação as cédulas de 100 e 50 cruzados novos,
homenageando os poetas Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade e, para comemorar a passagem do centenário da Proclamação da República, a de 200 cruzados
novos. No ano seguinte, faz-se a última emissão em papel-moeda desse padrão, a cédula de 500 cruzados novos, que homenageia o naturalista Augusto Ruschi.

100 cruzados novos, Banco Central do Brasil, estampa A, 1989

Quanto às moedas, ainda em comemoração ao centenário da Proclamação da República, foram cunhadas em 1989 as de prata, no valor de 200 cruzados novos, e as de aço
inoxidável, no valor de 1 cruzado novo, com a efígie da República. Entre 1989 e 1990, foram cunhadas moedas de aço inoxidável de 50, 10, 5 e 1 centavos de cruzado
novo, tendo no reverso estrelas que simbolizavam os algarismos do valor em braile. Traziam, respectivamente, a figura da rendeira, garimpeiro, jangadeiro e boiadeiro.

O Cruzeiro 

1000 cruzeiros, Banco Central do Brasil, estampa A, 1990

Em 1990, nova reforma monetária modificou a unidade do sistema, que volta a denominar-se cruzeiro, sem que houvesse entretanto alteração dos valores. As cédulas de
500, 200, 100 e 50 cruzados novos receberam carimbos apenas para corrigir a designação da moeda. Houve, em seguida, a emissão das cédulas definitivas naqueles
valores, salvo das notas de 50 cruzeiros, que foram substituídas por moedas. A inflação desenfreada exigiu a emissão de cédulas de valores mais elevados: a primeira, de
1.000 cruzeiros, homenageava o sertanista Cândido Rondon; em seguida, circularam duas cédulas de 5.000 cruzeiros, a primeira, provisória, com a efígie da República, e a
segunda, definitiva, dedicada ao maestro e compositor Carlos Gomes. Em 1991, circulam as notas de 10.000 cruzeiros, com a figura do médico Vital Brazil, e a de 50.000
cruzeiros, com a do folclorista Luís da Câmara Cascudo, esta última introduzindo, em caráter experimental, três barras verticais e paralelas acima dos algarismos
indicativos do valor, para auxiliar sua identificação por pessoas com deficiência visual. Em 1992, aparece a nota de 100.000 cruzeiros, trazendo no anverso o desenho de
um beija-flor e, no reverso, as cataratas do Iguaçu. Em 1993, no auge da inflação, surge a cédula de maior valor de face já impressa no Brasil: a de 500.000 cruzeiros,
dedicada ao escritor Mário de Andrade, retomando assim as homenagens a expoentes da cultura brasileira.
500 cruzeiros, V Centenário do Descobrimento da América, prata, 1992

Quanto à moedagem, foram cunhadas em 1990, nos valores de 50, 10, 5 e 1 cruzeiros, peças de aço inoxidável, tendo no reverso a representação de tipos humanos
brasileiros, como a baiana, o seringueiro e o salineiro. A partir de 1991, deixa de ser fabricada a moeda de 1 cruzeiro e, no ano seguinte, são lançadas as de 1.000, 500 e
100 cruzeiros, sempre de aço inoxidável, retratando a fauna brasileira.

Em 1992 surge a moeda de 5.000 cruzeiros, em aço inoxidável, dedicada aos 200 anos da morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Neste ano também são
lançadas as moedas comemorativas do V Centenário do Descobrimento da América e da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

O Cruzeiro Real 

5, 10, 50 e 100 cruzeiros reais, aço inoxidável, 1993

Em 1993, já no governo Itamar Franco, a moeda é novamente desvalorizada em três decimais: o cruzeiro passa a chamar-se cruzeiro real, representado por CR$, com as
duas letras grafadas em maiúsculas para diferenciá-lo do Cr$ da unidade anterior. As cédulas de 500.000, 100.000 e 50.000 cruzeiros recebem um carimbo, passando a
representar 500, 100 e 50 cruzeiros reais. Nesse mesmo ano surgiram as cédulas definitivas do novo padrão, nos valores de 5.000 e 1.000 cruzeiros reais (originalmente
desenhadas para representar 5 milhões e 1 milhão de cruzeiros, que não chegaram a entrar em circulação), a primeira trazendo a figura do gaúcho (acompanhando a série
dos tipos regionais) e a segunda, a efígie do educador Anísio Teixeira. Os crescentes índices de inflação, que atingiram mais de 40% em abril de 1994, levaram ao
lançamento da cédula de 50.000 cruzeiros reais, mostrando outro tipo regional, a baiana.

5000 cruzeiros reais, Banco Central do Brasil, estampa A, 1994, reverso

As poucas moedas do padrão cruzeiro real, sempre cunhadas em aço inoxidável, acompanhavam a temática da fauna brasileira: as de 10 cruzeiros reais traziam a figura do
tamanduá e a de 5 a da arara. Completando a série, surgiram em fins de 1993 as de 100 e 50 cruzeiros reais com os desenhos do lobo-guará e da onça-pintada, em
substituição aos mesmos valores expressos em papel-moeda.

O Real 
25 centavos, aço inoxidável, 1994

Tendo a inflação alcançado o alarmante índice de 3.700% nos primeiros onze meses de duração do cruzeiro real, o governo Itamar Franco passou a adotar, a partir de
março de 1994, um indexador único da economia, designado Unidade Real de Valor (URV), para estabelecer uma proporção entre salários e preços, que se transformaria
em nova moeda quando todos os preços, em tese, estivessem estáveis em termos de URV.

Essa estabilidade pressuposta ocorreu a 1° de julho de 1994, quando a URV, equivalendo a 2.700 cruzeiros reais, passou a valer 1 real, representado pelo símbolo R$. As
cédulas do novo padrão, impressas tanto no país quanto no estrangeiro, com matrizes fornecidas pela Casa da Moeda do Brasil, acompanhavam a temática da fauna
brasileira, tendo as notas de 100, 50, 10, 5 e 1 reais respectivamente as figuras da garoupa, onça-pintada, arara, garça e beija-flor. Todos os valores tinham estampada a
efígie da República no anverso.

Grande ênfase foi dada às moedas: surgiram na mesma data, nos valores de 1 real e de 50, 10, 5 e 1 centavos, cunhadas em aço inoxidável, tendo numa das faces a efígie
da República. Meses depois, dada à escassez de troco, tornou-se necessária a cunhagem de moedas de 25 centavos, também de aço inoxidável, com os mesmos elementos
das demais, porém com o desenho alterado para permitir melhor identificação. 

1 real, Banco Central do Brasil, estampa A, 1994, reverso

Em 1994, procedeu-se à cunhagem de várias moedas comemorativas: a de prata, de 2 reais, para festejar os 300 anos de instalação da primeira Casa da Moeda do Brasil; e
as de ouro, de 20 reais, e de prata, de 4 reais, para homenagear o quarto campeonato de futebol, conquistado pela seleção brasileira na Copa dos Estados Unidos. Em
1995, o Banco Central do Brasil, responsável pela emissão de moeda no país, também celebrou a passagem dos 30 anos do início de suas atividades com o lançamento da
moeda de prata de 3 reais; e o piloto Ayrton Senna foi homenageado com a cunhagem de moedas de ouro e de prata, respectivamente nos valores de 20 e de 2 reais;
celebrando o cinqüentenário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, foram cunhadas moedas de aço inoxidável nos valores de 25 e 10
centavos, trazendo no anverso imagens alusivas à agricultura e reverso idêntico às em circulação.

Em 1998, procurando valorizar o conceito do dinheiro metálico entre a população brasileira, o governo lançou nova família de moedas mais pesadas e facilmente
diferenciáveis, para atender à demanda da sociedade, principalmente de idosos e deficientes visuais.

A partir de abril do ano 2000, o Branco Central colocou em circulação uma cédula de 10 reais, comemorativa dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, feita de polímero,
material plástico ultra-resistentes, que permite a aposição de elementos de segurança de última geração, até agora inéditos no meio circulante brasileiro. A nota contém
na face a efígie de Pedro Álvares Cabral, cujo nome aparece abreviado (Pedro A. Cabral), o mapa "Terra Brasilis", a legenda indicativa do valor sobre a qual foram
aplicadas microimpressões; no verso, uma estilização do mapa do Brasil com quadros impressos por calcografia e off-set, nos quais aparecem fisionomias típicas do povo
brasileiro (índio, branco, negro e mestiço). Um fio de segurança percorre anota de alto a baixo, com propriedade magnética para leitura por equipamento eletrônico de
seleção e contagem. Há ainda impressões em alto relevo, fundos especiais, filtro verificador, imagem latente e elemento visível sob luz ultravioleta, que dificultam
sobremaneira a contrafação da cédula. 

Fonte: 
http://www44.bb.com.br/appbb/portal/hs/moeda/MoedaNova.jsp

http://www.grupoescolar.com/materia/planos_economicos_do_brasil_-_regime_militar.html

Planos Econômicos do Brasil - Regime Militar


    
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Os governos militares, que se sucederam no poder por 21 anos após a derrubada do Presidente João Goulart, realizaram reformas constitucionais visando recuperar o
dinamismo econômico do país. Tais reformas contribuíram para a forte desaceleração do ritmo inflacionário, mas extrapolaram para um quadro recessivo, que acarretou
elevado custo social. Em 1965 foi criado o Banco Central do Brasil, em substituição à antiga Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC, absorvendo igualmente
funções normativas e executivas antes a cargo do Banco do Brasil. No período 1968-1973, o país viverá o chamado milagre econômico, registrando altas taxas de
crescimento, em função da ampla disponibilidade de recursos financeiros provenientes dos países desenvolvidos, mas essa estabilidade econômica é interrompida pela
crise mundial do petróleo. No governo Geisel foi lançado o Plano Nacional de Desenvolvimento, para reajustar a economia em face da escassez mundial de petróleo,
acelerando-se o processo de substituição das importações, com ênfase nos bens de capital e na eletrônica pesada. No início da década de 1980, verifica-se a
desaceleração do processo de crescimento econômico e a expansão de tendências inflacionárias, num quadro de distensão política que iria culminar na campanha das
Diretas Já, que exigia o retorno ao estado democrático. 

1 cruzeiro novo, Tesouro Nacional, 1967

O período conheceu grandes alterações dos padrões monetários, com mudanças nos nomes e valores das moedas. Em 1965, o governo de Castelo Branco decreta nova
reforma monetária, criando o cruzeiro novo, simbolizado por NCr$ e equivalente a 1.000 cruzeiros antigos, que passou a vigorar a partir de 1967. Foi aposto um carimbo
nas cédulas de 10.000, 5.000, 1.000, 500, 100, 50 e 10 cruzeiros, que passaram a valer, respectivamente, 10, 5, 1 cruzeiros novos, e 50, 10, 5 e 1 centavos. Porém, antes
da entrada em circulação das cédulas do cruzeiro novo, uma resolução do Conselho Monetário Nacional, em 1970, determina o retorno à designação cruzeiro, mantendo-se
a equivalência de valores com o extinto cruzeiro novo e voltando à representação Cr$. Por essa época, a Casa da Moeda foi reequipada, passando a dispor de condições
técnicas para fabricar todo o nosso meio circulante.

Organizou-se um concurso para o desenho das novas cédulas, tendo saído vencedor o designer Aloísio Magalhães. O projeto constituiu verdadeira renovação na área,
apresentando cédulas com cores e tamanhos diferenciados, aumentando conforme o valor nominal. 

500 cruzeiros, Banco Central do Brasil,estampa A, 1972

Em 1972, comemorando o sesquicentenário da Independência, foram colocadas em circulação as cédulas de 500 cruzeiros e, em 1978, as de 1.000 cruzeiros, que ficaram
conhecidas como barão, por trazerem a efígie do Barão do Rio Branco. Essa nota antecipava o aparecimento de nova família de cédulas, igualmente idealizadas por Aloísio
Magalhães, cujos demais valores – 5.000, 500, 200 e 100 – entraram em circulação em 1981. Apresentavam a característica de permitir a leitura das efígies, valores e
legendas em qualquer sentido. Até 1985, ainda foram lançadas cédulas de 100.000, 50.000 e 10.000 cruzeiros (a primeira com a imagem de Juscelino Kubitschek,
refletindo a abertura política da época), idealizadas em conjunto pela Casa da Moeda e pelo Banco Central do Brasil.

1000 cruzeiros, Banco Central do Brasil, estampa A, 1978

No que diz respeito às moedas, foram lançadas, a partir de 1967, peças de 50 centavos de níquel, cuproníquel ou aço inoxidável; 20 e 10 centavos em cuproníquel; e 5, 2 e
1 centavos em aço inoxidável, cunhadas pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro. em 1972, ainda em comemoração ao sesquicentenário da Independência, foram cunhadas
moedas de 1 cruzeiro em níquel, 20 cruzeiros em prata e 300 cruzeiros em ouro, todas com as efígies do imperador D. Pedro I e do Presidente Médici. Entre 1975 e 1978,
as moedas de 5, 2 e 1 centavos, então de aço inoxidável, tiveram suas características alteradas para relacioná-las com a campanha Alimentos Para Todos, da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO. Em 1975, em comemoração do 10° aniversário do Banco Central, acontece o lançamento da moeda de 10
cruzeiros, em prata. Em 1979, foram cunhadas moedas de aço inoxidável, de módulo e peso menores, nos valores de 10, 5 e 1 cruzeiros e de 1 centavo. Em 1981,
completando essa série, emitiram-se as de 50 e 20 cruzeiros. As moedas de 500, 200 e 100 cruzeiros, cunhadas em 1985 e 1986, circularam por pouco tempo, perdendo seu
valor nesse último ano.

A partir de 1945, o Banco do Brasil passa a dividir com a recém-criada Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC as funções de autoridade monetária nacional; suas
atividades conjugadas equivaliam às de um banco central.
Quanto às moedas, em 1956, as divisionárias de bronze-alumínio de 2 e 1 cruzeiros e 50 centavos sofreram reduções de módulo (diâmetro) e passaram a estampar as armas
da República. A elevação extraordinária do preço dos metais à época leva em seguida o governo a empregar apenas o alumínio na fabricação dessas moedas e bem assim
nas de 20 e 10 centavos. Em 1962, a cunhagem de centavos foi suspensa e, em 1964, finalmente extinta.

Em 1961, a Casa da Moeda do Brasil, num projeto inteiramente desenvolvido e executado no país, na tentativa de nacionalizar a produção de nosso papel-moeda, lança a
nota de 5 cruzeiros, que ficou popularmente conhecida como a cédula do índio, por trazer em um dos lados o perfil de um aborígine e, no outro, uma reprodução da
vitória-régia. Em 1962, o crescimento da inflação determinou o lançamento da cédula de 5.000 cruzeiros. 

Fonte: 
http://www44.bb.com.br/appbb/portal/hs/moeda/MoedaRegime.jsp

[Autor: bb.com.br - Lido: 5265 Vezes - Categoria: História] 

http://www.slideshare.net/maxbonfa/planos-econmicos-era-vargas

lanos Econômicos - Era Vargas - Presentation Transcript

1. Planos Econômicos Brasileiros Fundação Universidade Federal de Rondônia UNIR - Campus de Cacoal Professor: Diogo Torres Acadêmicos: Cintia Keller Brunes Franciane
Inocêncio Dumpierre Kamila Bueno Guimarães Marcela Siqueira Galiano Maximiliano Barroso Bonfá Disciplina: Economia Brasileira, 3º Período

2. Planos Econômicos na Era Vargas

3.  

4. O Governo Provisório (1930-1934)

o Getúlio Vargas assume o poder em 1930.

o Patrocínio a uma política econômica que diminuísse os efeitos da crise mundial de 1929 sobre o setor agrícola de exportação.

o Garantir o preço do produto no mercado internacional.

o Criou órgãos de proteção a outros gêneros agrícolas, como cacau, pinho, mate, álcool e outros.

o Favorecimento ao desenvolvimento industrial, se fazia necessário produzir internamente o que era difícil de adquirir no exterior.

o Industrialização com base na substituição das importações, modernizando e transformando o caráter da economia nacional.

5. Governo Constitucional (1934-1937)

o Pretensões centralizadoras, tendência ao radicalismo a exemplo de Hitler e Mussolini, regime político de caráter ditatorial e militarista, recebendo o nome
de nazifascismo.

o Surgimento da Ação Integralista Brasileira, apoiado por grandes proprietários, empresários, elementos da classe média e oficiais das Forças Armadas.

o Pregavam a criação, no Brasil, de um Estado integral, uma ditadura nacionalista com um único partido no poder, defendiam a propriedade privada e a luta
contra o avanço comunista.

o Em oposição surge a Aliança Nacional Libertadora, pregando a reforma agrária, o estabelecimento de um governo popular-democrático, a nacionalização
de empresas estrangeiras e o cancelamento da dívida externa.

6. O Estado Novo de Vargas (1937-1945)

o Economia: Modernização e diversificação.

o Agricultura: aplicação da política de valorização do café e a fixação de taxas de exportação.

o Em outros setores da agricultura com incentivo governamental houve aumento da produção e a diversificação dos cultivos.

o A indústria teve um impulso considerável.

o Início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) dificultava as importações.

o Implantação de novas fábricas.

o Criação da Companhia Vale do Rio Doce e o Conselho Nacional do Petróleo. Surge então grandes empresas estatais

7. O Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945)

o O governo brasileiro adotou uma posição de neutralidade.

o Garantindo ao Brasil vantagens comerciais, e obtendo um crescimento industrial, com a entrada de capitais privados norte-americanos no país.

o A pressão norte-americana e a opinião pública interna, alterou a decisão do governo brasileiro, que em janeiro de 1942, declarou guerra aos países do
Eixo.

o Envio à Itália da Força Expedicionária Brasileira, para combater ao lado das forças norte-americanas.

o Investimento nas forças armadas brasileiras.

8. A presidência de Getúlio Vargas (1951-1954)


o Getúlio Vargas reassumiu a presidência do Brasil, vencendo as eleições de 1950.

o Atuação junto às massas populares e aos mais carentes, num estilo chamado populismo.

o O presidente restringiu as importações, limitou os investimentos estrangeiros no país, bem como impediu a remessa de lucros de empresas estrangeiras
aqui instaladas para os países de origem.

o O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e o projeto de criação da Eletrobrás, surgiram a fim de incentivar a indústria nacional.

9. A presidência de Getúlio Vargas (1951-1954)

o Na política, o foco da oposição era a UDN.

o Crescimento da inflação anual, passando:

o De - 11,9% em 1951

o Para - 20,8% em 1953,

o Deteriorou os salários e gerou uma onda de greves em todo o país.

o Getúlio nomeou João Goulart (Jango) para o Ministério do Trabalho e propôs um aumento do salário mínimo em 100% sobre o nível anterior.

10. A presidência de Getúlio Vargas (1951-1954)

o Foram criados alguns órgãos públicos que marcaram a história política brasileira:

o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, em 1951;

o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, em 1952;

o Petrobrás, em 1953, empresa estatal que detinha o monopólio de exploração e refino do petróleo no Brasil,

o Plano do Carvão Nacional

o Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (que se transformaria na Sudam).

o Instituto Nacional de Imigração e Colonização, em janeiro de 1954.

11. A presidência de Getúlio Vargas (1951-1954)

o O Manifesto dos Coronéis e as pressões políticas obrigaram Getúlio a reformular, mais uma vez, o seu ministério. Contudo, a crise político-institucional
não foi superada. As oposições, reunindo elementos das Forças Armadas e da UND, fundaram a "Cruzada Democrática" com o objetivo de derrubar o presidente.

o Politicamente isolado, Vargas suicidou-se em 24 de agosto de 1954, deixando para o país o documento conhecido como carta-testamento.

12. Conclusão Comparação dos anos da Era Vargas com os mesmos períodos anteriores e posteriores

13. “ Eu vos dei minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”.
Getúlio Vargas, 24 de agosto de 1954

14. Obrigado (a)!

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