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Direito Penal como a reunião das normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe
determinadas condutas sob a ameaça de sanção penal, estabelece ainda os
princípios de (....)
→ No Direito Brasileiro os loucos são considerados ininputáveis, não há Lei privativa de
liberdade que os possa imputar.
→ A finalidade do Direito Penal é a proteção do indivíduo. O homicídio é o crime mais
grave que existe no Direito penal. A vida é o patrimônio mais importante para o Direito
Brasileiro. (Tão importante que nem mesmo com o consentimento da pessoa a morte é
permitida).
→ O costume não pode servir de base para incriminar o indivíduo → o costume não cria
crime, mas pode impedir inúmeras situações delituosas. O costume pode servir para
afastar as condutas que possam ser consideradas delituosas. Determinam uma série de
conceitos que variam de lugar para lugar, de região para região. Ex.: Lesão corporal : a
sociedade indígena tem o costume de furar os lábios ou a orelha, para os indígenas tal
fato não é tratado como lesão corporal. Já um pai de família de um centro urbano pode
vir estar cometendo um delito. O conceito de honra, geralmente os costumes que
determinam estes conceitos.
→O Direito Penal se relaciona com vários ramos de outras ciências : Filosofia do
Direito (estabelece princípios lógicos que determinam várias institutos do Direito Penal,
como por ex.: delinqüencia, imputabilidade, irresponsabilidade, dolo) , Teoria Geral do
Direito (Várias regras determinadas pela Teoria Geral do Direito são aplicadas no Direito
Penal.) Sociologia Jurídica (O Direito resolve comportamentos sociais e assim sendo a
Sociologia está diretamente ligada ao Direito Penal), Direito Constitucional (Vários
artigos da Constituição tratam do Direito Penal, Ex.: o artigo que determina que somente
a União pode legislar em matéria penal), Direito Administrativo (Decorre de pessoas
vinculadas a administração pública).
→ O Direito Processual Penal é um ramo autônomo do Direito Penal, é aquele que se
prevê as regras de como a ação penal deve ser desenvolver, como a sentença de ser
prolatada. O Direito Processual Civil é aplicado subsidiariamente ao Direito Penal,
naquilo que não está previsto no Direito Penal.. São através de suas regras que o Direito
se realiza.
→ A infração pode imputar ao indivíduo uma sanção civil ou uma sanção penal. Um
mesmo fato pode gerar ao indivíduo conseqüências civis ou criminais ou civis e criminais.
Vários conceitos aplicáveis ao Direito Civil são aplicáveis ao Direito Penal. Ex.: No caso
de homicídio o indivíduo responderá criminalmente pelo crime cometido e civilmente
numa ação de indenização pelos danos causados a família da vítima.
→ A Lei que define os crimes tem de ser clara, objetiva, para não dar sentido
contraditório ou gerar dúvidas em sua interpretação, a descrição da lei com relação a
conduta tem que ser a mais completa para que não dificulte sua compreensão.
→ Toda sanção penal possui parâmetros mínimos e máximos para que não fique ao
arbítrio do Juiz ou dos julgadores. Existem critérios para que os juizes dêem a sentença,
para fixe a pena, não podendo ultrapassar o máximo e nem tão pouco reduzir
excessivamente.
• Norma Penal → É uma Norma de Direito onde o estado manifesta sua vontade
definindo a proibição de certas condutas sob a ameaça de sanção. Estas Normas
Penais podem também estabelecer princípios gerais do direito e dispor sobre a
aplicação e limite das penas.
• Norma Penal → É a conduta proibida. A conduta de forma positiva → é a vontade do
estado; na Lei existe a forma positiva e na norma penal a prática proibitiva sob pena
de sanção. A lei descreve a conduta positiva : matar, subtrair, lesionar. A vontade do
Estado é exatamente o contrário, por isso a norma penal é a norma de direito através
da qual o estado manifesta a proibição da prática de determinadas condutas sob
ameaça da sanção penal.
• A Lei Penal não é só o Código Penal, existem muitas outras leis que são penais.
Existem leis de ordem puramente penal e existem outras leis que as vezes são
basicamente de ordem civil mas que contêm regras de direito penal.
• Ex.: Lei de Entorpecentes : lei eminentemente penal mas com alguns princípios da lei
civil. Lei de alimentos : é parte do Direito Civil e com alguns dispositivos penais. Lei
de Imprensa, Lei das contravenções penais.
• O Código Penal é apenas uma das leis penais, inúmeros são os diplomas que contêm
regras de direito penal.
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2. Norma Penal não incriminadora → A norma penal não incriminadora se
subdividem em norma penal explicativa e norma penal permissiva.
→ Art. 23 → Não há crime quando o réu pratica um ato por legítima defesa, em estado
de necessidade, no cumprimento do dever, são normas permissivas. Ex.: Art. 128 →
Aborto não é crime praticado pelo médico quando para salvar a vida da gestante.
→ As normas explicativas é quando fornece elementos para esclarecer o conteúdo das
outras normas. Ex.: Art. 150 → crime de violação de domicílio : entrar ou permanecer
clandestino ou astuciosamente ou contra vontade expressa ou tácita a quem de direito
em casa alheia ou em suas dependências. § 4º : A expressão casa compreende qualquer
compartimento habitado, aposento ocupado de habitação coletiva, compartimento não
aberto ao público onde alguém exerce profissão ou atividade . § 5º : Não se compreende
instalação casa, hospedaria, estalagem, taverna, casa de jogo e outras do mesmo
gênero. Os dois parágrafos explicam o que significa casa para efeito do art. 150. Art. 327
→ Considera-se funcionário público para efeitos penais quem embora transitoriamente
embora sem remuneração exerce cargo, emprego ou função pública. Art. 63 → Explica o
que seja reincidência.
Novatio Legis Incriminadora : Abolitio Criminis. → Nova Lei que cria tipo penal :
Exclusão do crime → A Lei nova descaracteriza situações que antes era previsto
como crime. A Lei nova afasta conduta que antes era previsto como crime.
•
Novatio Legisl em Pejus : Novatio Legis In Melius. → É quando a nova Lei é
prejudicial ao agente e não pode ser aplicada. Decorre do princípio da reserva legal.
1. Atividade.
2. Resultado.
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3. Mista.
Ex.: Uma pessoa com 17 anos e 11 meses : Imputável ou não ? Se o tempo do crime, ou
o fato ocorrido foi quando ele ainda não tinha 18 anos ele será considerado ininputável.
1. Territorialidade
2. Nacionalidade
3. Proteção
4. Competência Universal
5. Representação
• Com relação a Lei Penal no espaço destina-se a determinar os conflitos das Leis
entre os países diferentes e a sua aplicação.
• Em princípio a territorialidade é aplicada na Lei Penal Brasileira. Aplica-se aos fatos
ocorridos dentro do território brasileiro.
• Territorialidade → A Lei é aplicável nos fatos ocorridos num determinado País, no
Brasil, Lei Penal Nacional.
• Nacionalidade → A Lei aplicada deve ser a lei de origem do autor do fato, não se
considerando o local onde tenha ocorrido o fato → leve em conta a nacionalidade do
agente.
• Proteção → Aplica-se a Lei do País ao fato que atinge um bem jurídico nacional. Sem
levar em conta a nacionalidade ou o local onde foi aplicado. Ex.: Um estrangeiro
falsifica a moeda nacional, este crime será julgado pelas leis brasileiras.
• Competência Universal → O autor de um crime deve ser julgado e punido pela Lei
do País onde for encontrado.
• Representação → Aplica-se a Lei do País quando por deficiência legislativa ou
desinteresse de outro que devia reprimir o crime este não o faz dizendo respeito aos
crimes cometidos em aeronaves ou embarcações.
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→ Art. 5º - CP → Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízos de convenções, tratados e
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Todo crime
praticado no território nacional deve ser apurado e punido segundo a Lei brasileira, sem
desconsiderar os tratados internacionais, convenções e princípios gerais. Basicamente é
a aplicação ao princípio de territorialidade.
→ Art. 5º, §1º → Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
→ Art. 7º, caput : Ficam sujeitos à lei brasileira embora cometidos no estrangeiro :
extraterritorialidade incondicionada → porque não prevê a Lei nenhuma condição para
que sejam punidos pela Lei Brasileira : I – Os crimes : a) contra a vida ou a liberdade do
Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito
Federal, de Estados, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a
administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil.
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→ PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO :
A sentença condenatória estrangeira para efeitos reicindência, não exigirá maiores
formalidades, bastando que seja apresentada ao Juiz uma certidão traduzida. Para
efeitos civis, esta sentença penal estrangeira terá de ser homologada pelo STF.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada quando idênticas.
No caso da pena : se forem da mesma espécie elas se compensam e se forem de
espécies diferentes servem para amenizar. Não pode haver 2 penas para o mesmo
crime.
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→ A única interpretação que possui caráter obrigatório é a autêntica, a que emana do
texto da Lei. As demais não possuem efeito vinculante, as posições do supremo através
de súmulas não possuem ainda caráter obrigatório.
Quanto ao Resultado :
Art. 28, Inciso II → não diz que tipo de embriaguez (alcoólatra, patalógico,
fortuita) – é abrangente, geral.
Art. 26 → Define como ininputável o doente mental. A embriaguez do Art.
28 pode-se deduzir àquela que não decorre de condições patalógicas.
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Extensiva : Ocorre quando se precisa ampliar o sentido ou o alcance da Lei. Ex.:
Bigamia → Poligamia : O CP condena pelo crime de bigamia, assim o sendo, deduz-
se que também o fará no caso de Poligamia. Art. 235 — Contrair alguém, sendo
casado, novo casamento. A Lei não fala em poligamia.
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natureza do fenômeno decorrente do crime, a natureza do bem jurídico afetado,
estabeleceram um conceito que denominaram conceito material, e partindo dos
elementos que se compõem o crime partiram para um conceito que foi denominado
analítico..
→ Aspecto Formal → Pode o crime ser definido como toda ação ou omissão proibida
pela Lei sob ameaça de sanção. Este conceito é um conceito superficial
→ Conceito Material → É aquele que busca definir o crime tendo em vista o bem
protegido pela Lei. A conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico
protegido pela Lei Penal.
→ Conceito Analítico → Baseado nos elementos que se compõem o crime, em
princípio conceituava-se o crime como toda conduta anti – jurídica, típica, culpável e
punível. Com evolução do estudo do direito e tendo em vista outras teorias a respeito da
ação, esse conceito foi se modificando, porque chegaram a conclusão de que alguns
desses elementos em princípio não eram realmente elementos, mas sim, questões que
estavam ligadas ao crime mas que não chegavam a alterar a essência do crime. Ex.: O
elemento punível : para o doutrinador não existiria crime sem punibilidade, no entanto,
várias situações existem em que o crime ocorre e não há possibilidade de aplicar a
pulnibilidade.
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→ Conclusão : Punibilidade e culpabilidade não poderão ser tidas como elementos
do crime, ficando o conceito na sua forma analítica como sendo o fato sendo o fato
típico e anti – jurídico.
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• Existem outros elementos que se apresentam junto ao crime que são denominados :
elementos subjetivos e normativos.
→ Subjetivos → Consistem exatamente na motivação, podem ser o dolo, através do
comportamento visando um fim, ou dolo eventual que quando o indivíduo age embora
não querendo o resultado age no sentido de obtê-lo.
→ Normativos → São elementos que não estão diretamente declarados no tipo penal,
mas quer dizer do fim que levou aquele indivíduo a praticar aquele comportamento. Ex.:
Quando uma pessoa rapta uma pessoa para praticar fim, atos sexual, ato libidinoso, ele
comete um determinado crime, e quando o faz para obter vantagem econômica o crime já
passa a ser de seqüestro ou cárcere privado de acordo com sua natureza.
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME → São dados que estão à volta do crime. Dados que
circundam o crime, aqueles que estão agregados a figura típica fundamental do crime,
que tem a finalidade de aumentar ou diminuir, suas conseqüências jurídicas
principalmente no que se refere a pena.
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CONDUTA → Segundo a teoria finalista pode-se conceituar conduta como sendo a ação
ou omissão humana consciente e dirigida a determinada finalidade. Só o homem pode
praticar conduta criminosa. Pessoa Jurídica não pratica crimes, embora alguns preceitos
atuais, consideram alguns crimes ambientais àqueles cometidos por pessoa jurídica, que
estão sujeitos a prestação pecuniária.
→A conduta para que ela seja elemento do fato típico ela tem que provocar uma
conseqüência, é necessário que ela produza fatos externos. A conduta exige também um
ato de vontade dirigida a um fim e a manifestação dessa vontade, e que constituem seus
elementos.
→ O ato voluntário → para haver conduta é preciso que o ato seja voluntário. Basta que
o indivíduo haja com voluntariedade. Não configura conduta o ato involuntário. Não
constitui ato voluntário aquele de corrente de coação física irresistível.
→ Conduta Positiva → Quando o indivíduo age , atua. Ação é igual a comissão. Crime
Comissivo : crime praticado mediante ação, comportamento positivo. Crime Omissivo :
é aquele decorrente de uma conduta negativa, de uma omissão. Crime Comissivo por
omissão : apresenta um resultado decorrente de uma conduta positiva, mas que se
verificou em razão de abstenção de comportamento. Ex.: A mãe que tem o dever de
amamentar o filho, se o filho vier a morrer de inanição, a mãe estará cometendo um crime
comissivo por omissão, ela tinha o dever jurídico de agir e se omitiu da responsabilidade.
OBJETO JURÍDICO
→ Para que exista crime é necessário que algum bem jurídico seja atingido por ele. É
tudo aquilo contra o que se dirija a conduta criminosa. E o objeto do delito pode ser
classificado como objeto material e objeto jurídico.
→O objeto jurídico consiste num bem ou interesse protegido pela lei. Bem é tudo o
que interessa ao homem, tudo que satisfaz a necessidade do homem e o interesse é o
valor que este bem tem para o homem. Esse bem não precisa ser só de natureza
material, pode ser de ordem moral, espiritual. Ex.: No crime de lesão corporal o objeto é a
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integridade física, no crime de homicídio é a vida. No crime de furto é o patrimônio, no
crime de roubo é o patrimônio e a integridade física lesada.
→ Nosso código é composto de vários títulos, capítulos, etc. e a ordem dos mesmos são
determinadas em função dos objetos jurídicos do crime, de acordo com a gravidade, a
importância. Ex. O crime que abre a parte especial é justamente o crime contra a vida,
que o bem maior.
→ Objeto material do crime é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta
criminosa. (Ex.: A coisa alheia no crime de furto, no homicídio é a pessoa humana, lesão
corporal é a pessoa.
→ Exame de corpo e delito, é tudo aquilo que está relacionado ao crime e que pode
servir de prova sobre a existência do crime. Ex.: Roupas, objetos, natureza dos
ferimentos, instrumentos usados na pratica do crime.
SUJEITOS DO CRIME
• Sujeito Ativo do crime é a pessoa que pratica a conduta descrita na lei. Só pode ser
o homem autor de crime; só o homem pode ser sujeito ativo de crime. Impossível
portanto, que pessoas jurídicas ou entes que não sejam humanos sejam sujeitos ativos
de crime. O homem pode praticar e normalmente age desse jeito, o crime é praticado por
uma só pessoa. Mas nada impede que, várias pessoas, duas ou mais pessoas se
reunam para praticar crimes, inclusive existem crimes em que a pluralidade de sujeitos
ativos é indispensável, é elemento do tipo, como por ex.: no crime de rixa, no crime de
bando ou quadrilha. Sempre quando o crime é praticado por várias pessoas, ou duas ou
mais pessoas praticam um crime diz-se que são co-autores ou participes. Num crime de
furto, com 3 pessoas, por ex., ingressem numa casa, estes são co-autores do crime. Se 2
deles entram na casa e 1 fica de fora vigiando, então os 2 que invadiram são co-autores
e o que não invadiu mas participa da conduta criminosa, ele é participe, e sua
responsabilidade é igual a do co-autor.
→ Capacidade geral para praticar crime existe em todos os homens, é toda pessoa
natural independente de sua idade, capacidade psíquica. Obviamente que posterior ao
crime é que irá se apurar se o agente é ininputável ou não.
→ Várias denominações recebem o sujeito ativo, e essa denominações mudam de
acordo com a evolução do fato até o julgamento final ou até mesmo quando ele se
encontra condenado e cumprindo pena : o sujeito ativo de um crime é o agente que
praticou o crime, depois que o ocorre o crime ele passa a condição de indiciado. Iniciada
a ação penal com o oferecimento da denúncia pelo promotor, o sujeito passa a
denunciado; recebida a denúncia, e começando a ação passa a ser denominado acusado
ou réu, podendo levar essa designação até ao final do processo, e após a sentença vem
as denominações : sentenciado, condenado, e depois, caso recorra da sentença,
apelante ou apelado, após a decisão definitiva, recluso se condenado ou detento.
→ Na linguagem jurídica não se refere ao denunciado como criminoso. Na linguagem
jurídica estes termos delinqüente, criminoso, assassino, não estão corretos.
→ Capacidade Penal do Sujeito Ativo : traduz-se num conjunto de condições que se
exige para que uma pessoa possa tornar-se titular de Direitos e Obrigações no Direito
Penal.
→ Incapacidade Penal : é aquela de corrente por atos praticados por entes inanimados
e por animais, não existindo capacidade penal também por parte dos mortos, mesmo as
pessoas jurídicas, ainda que existam nos crimes ambientais uma sanção prevista a
pessoa jurídica, mas por ser a sanção de natureza pecuniária alguns doutrinadores não a
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entendem como sanção penal, portanto, em princípio pessoa jurídica não pode ser sujeito
ativo em crime.
→ Segundo a doutrina existem alguns crimes que exigem alguma qualidade especial do
sujeito ativo e podem ser denominados de crimes próprios e de mão própria. Então em
princípio os crimes são comuns, qualquer pessoas pode praticá-los, mas alguns crimes
exige uma determinada qualidade do sujeito ativo, e dependendo dessa qualidade os
crimes são próprios ou de mão própria.
→O Crime Próprio é quando ele pode ser praticado por determinada categoria de
pessoa Ex.: O crime de infanticídio, que é : Art. 123 : Matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Notificação de doença
compulsória, “Deixar o médico de comunicar”, Funcionário Público no crime de peculato,
“apropiar-se o funcionário público...”, somente o funcionário público pode praticar este
crime previsto no artigo descrito.
→O Crime de Mão Própria são aqueles que somente podem ser praticados por
determinada pessoa, a pessoa tem que ser determinada, ela não pode pedir que outra
venha agir em seu nome. Ex.: Prestar testemunho falso, o médico que dá atestado falso,
o perito que elabora um laudo pericial falso.
Crime Vago : Porque não há determinado o sujeito passivo. Diz que o sujeito passivo
é a coletividade. (Ex.: Ato obsceno, crimes contra o respeito aos mortos, violar
sepultura, vilipêndio do cadáver, o necrófilo.
Existem alguns crimes também que exigem uma qualidade especial do sujeito passivo,
como por ex., os crimes de estupro só pode ser praticado contra mulher, o crime de
rapto, só pode ser praticado contra mulher, o crime contra recém nascido só pode
ser praticado contra recém nascido.
→ A pessoa jurídica não pode ser sujeito ativo do crime, mas pode ser sujeito passivo de
alguns crimes. Pode a pessoa jurídica ser sujeito passivo de crime contra a honra, pode-
se praticar crime de difamação contra pessoa jurídica. Está previsto, por ex., na lei de
Imprensa a possibilidade de se praticar crime contra a pessoa jurídica.
INFRAÇÃO PENAL
→O Direito Penal estabelece exatamente na sua parte especial, os tipos penais que
descreve as infrações penais: no código penal, cuida-se de um tipo de infração penal que
são exatamente os crimes, mas existem outros tipos de infração penal : contravenção
penal. (Ex.: o jogo, portar armas, dirigir sem habilitação). Não se pode afirmar que
contravenção penal é delito, que alguém está praticando crime de contravenção penal,
pois, são inteiramente diferentes. Infração Penal é o gênero, e a espécie é o crime ou
delito e contravenção Penal.
→ Infração Penal é : podem ser : crime ou delito e contravenção penal; não existem
diferenças de conceitos entre crime e contravenção penal porque ambas as condutas
constituem uma ameaça ou violação do direito a uma pessoa.
→ A única coisa que as difere e a sanção penal, para determinados crimes as sanções
penais para o crime são mais rigorosas do que para as contravenções penais. Não há,
portanto, conceitualmente nenhuma distinção entre crime e contravenção a não quanto a
gravidade dela e a natureza da sanção penal.
→ Contravenção penal são as que violam bem jurídico de menor valoração, e são
apenados de maneira menos rigorosa que aos crimes.
→ Aos crimes normalmente são dirigidas as sanções que consistem em pena :
Reclusão, detenção e multa. Sendo que a multa será sempre cumulativa ou substitutiva.
Não há crime nenhum em que a sanção penal consista unicamente em multa, não há
nenhuma previsão na lei em que o crime cuja a sanção seja tão somente a pena de
multa, pena pecuniária. No entanto, em várias situações encontra-se a sanção de pena
de reclusão e multa. Existem algumas hipóteses em que o juiz pode substituir a pena de
reclusão. Ex. Art. 155, §2º - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel : (...) §2º
- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
→ Todas as penas inferiores a 6 meses o juiz pode substituir a pena privativa de
liberdade por multa.
→ Na contravenção penal : a sanção poderá ser prisão simples e/ou multa. Não há pena
de reclusão ou de detenção para as contravenções penais. As contravenções penais
também são conhecidas como crime anão, crime pequeno
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→ Crime instantâneo é aquele que uma vez consumado está encerrado. (Ex.: Lesão
corporal, homicídio, furto, roubo). Não há necessidade do resultado ter que ocorrer
concomitantemente com a conduta, a instantaneidade não é a de que a conduta
praticada o resultado venha logo sem seguida, quando se consumar ele estará
encerrado, não irá se prolongar, como por ex.: uma pessoa atira na outra, não é
necessário que ela morra no momento do tiro, pode vir a morrer depois. A grande maioria
dos crimes que exigem resultado são considerados crimes instantâneos.
→ Crime Permanente é aquele que a consumação se alonga no tempo, a consumação
se protai no tempo, se estende, continua Ex.: Extorsão mediante seqüestro, desde o
momento em que a pessoa foi tirado de sua liberdade o crime já se consumou e vai se
prolongando até o término do caso ou com a recuperação da liberdade ou solução do
caso; outro exemplo violação de domicílio, desde o instante que a pessoa ingressa em
casa alheia e desde o instante que é pedido para que ela saia, enquanto este fato não
ocorrer o crime está se consumando.
→ Esta distinção entre crime permanente e instantâneo é importante porque é ela que
vai determinar quando o autor do crime está em situação de flagrante delito.
→ Crime Simples é aquele em que o tipo penal é único e ofende apenas a um bem
jurídico. A maioria dos crimes são dessa origem. (Ex.: matar alguém, caluniar, difamar,
injuriar)
→ Crimes Complexos são aqueles que contêm dois ou mais tipos numa única figura
penal, ou então numa só figura típica consta um tipo simples acrescido de fatos ou
circunstâncias que em si mesmo não são típicos. Ex. crimes de roubo (subtrair coisa
alheia, mediante violência que é lesão corporal, e ameaça que é constrangimento legal, o
crime de estupro; é constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, para
manter conjunção carnal, essa conjunção em si é o fato que não constitui tipo penal, mas
praticado mediante violência ou grave ameaça é um crime complexo.
→ Crimes Omissivos Próprios ou Omissivos Puros são aqueles que têm sua
descrição objetiva com uma conduta negativa. Não fazendo o que a lei determina. É
exatamente uma abstenção de comportamento que manda que o indivíduo aja.
Transgressão do dever de agir. Ex.: Quando o tipo penal tem um verbo : Ocultar, Deixar,
Omitir.
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→ O resultado naturalístico é aquele que produz uma modificação no mundo externo.
Ex.: Um furto, um roubo, um homicídio, lesão corporal, o resultado produziu uma
modificação.
→ Existem crimes que não prescindem de resultado naturalístico, que não há
necessidade dessa modificação externa para que o resultado se verifique e o crime se
consuma. Como o fato típico depende do resultado a lei deve de se adequar e a doutrina
criou o resultado jurídico que consiste justamente na ameaça ao bem jurídico.
Passa a Lei a satisfazer-se simplesmente com a ameaça ao bem jurídico para que o
resultado se aperfeiçoe.
CRIME DE DANO → ë aquele que se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico
visado. Ex.: O homicídio, a morte, Lesão corporal a lesão, no crime de furto a coisa
subtraída.
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RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
1. Teoria da causalidade adequada : Por essa teoria entende-se que causa é toda
condição mais adequada para produzir o resultado.
2. Teoria da Eficiência : Causa é a condição mais eficaz na produção do evento.
3. Teoria da relevância jurídica : É tudo o que concorre para o evento ajustado à figura
penal ou adequado ao tipo.
4. Teoria da equivalência das condições : Todas as condições que concorrem para o
evento são causas deste. Essa teoria da equivalência das condições é a mesma da
teoria da conditio sine Qua nom.
→ O nosso C.P. (Código Penal) adotou a teoria da equivalência das condições. Conditio
Sine Qua Nom. Art. 13 : “O resultado de que depende a existência do crime somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Adotando-se, portanto, a teoria da “conditio sine qua nom” ,
teríamos que, tudo o que contribuiu para o resultado deve ser considerado causa dele.
→ Análise do elemento subjetivo : Elemento subjetivo — o dolo ou culpa — quando
esses elementos se interrompem, pode-se chamar de interrupção do nexo causal. Ex.:
Um indivíduo deseja matar uma pessoa, procura por um amigo que consciente da
vontade do indivíduo o ajuda de alguma forma a obter a arma que será usada no crime.
Nesse caso, há cumplicidade. Diferente seria se esse mesmo indivíduo procurasse uma
loja e nela adquire o instrumento causador do crime, neste caso, o vendedor não
concorre para o evento e seu resultado. Diz-se que é causa do evento quando não se
pode tirar determinada situação sem prejuízo para o resultado final do fato.
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→ Aprimorando-se a teoria da conditio sine qua nom ficou estabelecido que as causas
anteriores somente serão consideradas quando cobertas dos elementos subjetivos dolo
ou culpa. O raciocínio que se faz é hipotético, excluindo-se aquilo que não é
indispensável para produzir o resultado, aquilo que puder ser eliminado não é
considerado “causa de”.
→ Causa e com causa → A com causa dentro desse processo onde concorrem várias
causas, a com causa é a que preponderaria sobre as demais. No direito atual não existe
causa que prepondere sobre a outra, todas que concorrem são consideradas com a
mesma importância.
→ Numa primeira análise do art. 13, o resultado que depende a existência do crime
somente é imputável a quem der a causa, disso decorre que essa relação de causalidade
só existe nos crimes materiais, nos crimes que dependem de resultado. Se não existir o
resultado naturalístico não irá existir uma relação entre a causa e o efeito.
→ Nos crimes formais e de mera conduta, com a simples conduta já fica estabelecido a
causalidade. Portanto, a causa é o comportamento humano. Ex.: Quando uma pessoa
ofende alguém ou pratica um ato obsceno, basta que a pessoa atue, a causalidade é o
comportamento.
→ Nos crimes omissivos próprios, ou puros, não existe relação de causalidade, porque
da omissão não resulta nenhum resultado. A causa dos crimes omissivos estão
exatamente, quando o indivíduo tinha de agir e não o fez, uma simples abstenção de
comportamento do indivíduo a causa já decorre. A lei exige um comportamento positivo,
no momento em que o indivíduo não o cumpre, a causalidade já está determinada.
→ O § 2º do art. 13 estabelece o seguinte : A omissão é penalmente relevante quando o
o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem :
a) tenha por lei ou obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma,
assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior,
criou o risco da ocorrência do resultado. Todas essas hipóteses cuidam dos crimes
comissivos por omissão. Ex.: A mãe, o pai, o tutor, o curador, pessoas que tem o dever
jurídico de cuidar dos filhos, dos tutelados, etc. Bem como, nas hipóteses do agente
garantidor.
Damásio : Nos dois primeiros exemplos as causas hemofilia e colapso cardíaco não
excluem a linha de desdobramento físico desenvolvido pelas ações; de modo que os
agentes respondem pelo resultado morte. Não é para ser aplicado o caput do art. 13 uma
vez que trata, a contrario senso, das causas absolutamente independentes, naqueles
exemplos não se pode dizer que as causas de forma exclusiva produziram o resultado.
No terceiro caso o agente não responde pela morte do passageiro, mas somente pelos
atos anteriores se previstos como infração penal; e aí que se aplica o disposto no § 1º do
art.13, vez-se que as causas pré – existentes e concomitantes quando relativamente
independentes não excluem do resultado; as causas supervenientes quando
absolutamente independentes faz com que a ação anterior não seja “conditio sine
qua nom” do resultado. Por ilação do próprio art. 13, caput, quando relativamente
independente, sendo que por si só produziu resultado, exclui a imputação, respondendo o
agente pela prática dos atos anteriores.
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→ CONSUMAÇÃO : O crime consumado ocorre quando todos os elementos descritos
no tipo foram satisfeitos, quando nele reúnem todos os elementos de sua definição legal
(art. 14, I, do C.P.). Ex.: No crime de homicídio ele consuma com a morte, no crime de
estelionato com o prejuízo à outrem, nos crimes de mera conduta com a prática da ação
proibida.
→ Ocorre também que existem alguns crimes que a conseqüência extrapola o que seria
necessário para o crime se consumar; isto significa exaurimento do crime, ou seja, o
crime produz o seus efeitos além daquele necessário para a sua consumação. Ex.: o
crime do art. 159 do C.P. se consuma com o seqüestro da vítima, a obtenção eventual do
resgate é mero exaurimento de um crime que já estava consumado. O crime de
corrupção passiva — quando o funcionário público solicita alguma vantagem para praticar
ato no exercício da função — quando o funcionário faz a solicitação, o crime já está
consumado; o recebimento da vantagem é exaurimento do crime. São aqueles crimes
acompanhados dos verbos solicitar, exigir, etc.
→O momento consumativo varia de crime para crime : nos crimes permanentes a
consumação começa quando a pessoa é tirada de sua liberdade e vai até o momento em
que a pessoa é posta em liberdade. Nos crimes materiais é por produção do efeito
naturalístico; nos crimes formais com a prática da conduta, nos crimes culposos com o
resultado, nos crimes omissivos eles se consumam quando a pessoa deixa de agir.
→ Crimes Habituais → Crimes habituais são os que exigem habitualidade, com
reiteração seguida da conduta; como no crime de exercício ilegal da medicina ou no
crime de manutenção de casa de prostituição.
→ Cogitação → O autor do crime não chega a produzir nada materialmente com relação
ao crime; cogitar é imaginar, pensar. Esta fase é ininputável. Apenas a cogitação quando
exteriorizada, como no caso da ameaça pode ser considerada punível.
→ Atos Preparatórios → Quando a pessoa inicia a reunião das condições e dos meios
para a prática do crime. Também os atos preparatórios, em princípio, não são puníveis.
Os atos preparatórios são considerados equívocos, não concludentes, não claros sobre a
finalidade da ação.
→ Atos de Execução → Os atos de execução é quando o autor inicia o ataque ao bem
jurídico protegido pela lei; esse ataque ao bem jurídico não precisa ser direto, basta ser
colocado em perigo o bem jurídico para que seja considerado ato de execução. A
tentativa do crime começa com o ato de execução. Ex.: No furto : Imagina-se que
duas pessoas ingressem numa residência com a idéia de furtar; enquanto estão no
interior da residência sem tocar em nenhum objeto, caracteriza-se apenas como invasão
de domicílio, não tendo executado o furto.
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→ Com relação a tipicidade → Não existe tipo próprio de crime tentado; salvo
raríssimas situações previstas na lei. Ex.: quando preso tenta fugir com uso de violência
(evadir ou tentar evadir). É direito de todo preso buscara a liberdade, exceto se usar a
força, a violência; a busca da liberdade é um direito. No C.P. existe a definição do crime
consumado. Como se faz para classificar uma tentativa de homicídio ou roubo ? Usa-se o
artigo 121, referente ao crime de homicídio, combinado com o art. 14, Inciso II. Na
tentativa de furto, artigo 155, na forma do artigo 14, Inciso II, e assim por diante. E a pena
? É a mesma pena para o crime consumado reduzida de 1 a 2 terços, constante no
parágrafo único do art. 14. Valendo para sua definição o grau de lesão provocado pelo
crime; quanto mais o autor se aproxima da consumação menor será a dedução.
→ Concurso de Agentes : quando há concurso de agentes, se com relação a um ficou
o crime na fase tentada e com relação ao outro o crime se consumou, mesmo aquele que
não conseguiu ou desistiu de levar até o fim o crime, responderá também pelo crime
consumado.
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Crime Impossível : Não se pune a tentativa quando, pr ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime (art. 17 do
C.P.). Ineficácia absoluta do meio é quando o meio usado para a prática do crime é
ineficaz. Ex.: o indivíduo usa de uma arma que não possui munição, ou com as cápsulas
deflagadas. Impropriedade absoluta do objeto : atirar num cadáver, pensando tratar-se de
pessoa viva. Furtar dinheiro do bolso de quem não tem dinheiro.
Caso Fortuito e Força Maior → O caso fortuito é a força maior não constituem
conduta voluntária, e se não constituem conduta não podem ser considerados elementos
do fato típico. Caso fortuito são todos as ações que fogem ao controle do agente. Pode-
se entender como caso fortuito, um simples espirro, quando um veículo quebra a barra de
direção, ou fura um pneu, provocando acidente. Força maior é quando uma força maior é
exercida sobre o comportamento do sujeito fazendo com que ele aja ou deixe de agir.
Ex.: na coação física irresistível, um indivíduo pode segurar uma outra e força-la perfurar
alguém mediante sua força superior, pode um indivíduo amarra alguém impedindo-o de
agir.
→ A tipicidade pode ser direta e indireta. A tipicidade é direta quando existe uma
adequação típica direta, quando fato se enquadra no tipo penal sem necessidade de
recorrer a outra norma; e indireta quando que, para que ocorra esse perfeito
enquadramento o tipo penal tem que ser completado, combinado com alguma outra
norma geral, ocorre, como p.ex., na tentativa ou no concurso de agentes (artigo 29, C.P.).
→ Tipo Penal é a lei descrevendo a conduta proibida. O tipo penal tem 2 funções
primordiais : a primeira é a garantia, porque assegura o princípio da legalidade; só
existirá crime se a conduta se adequar a descrição do tipo; a segunda é a
antijuridicidade; em princípio, toda conduta típica será anti – jurídica, pois, nem toda
conduta anti – jurídica são típicas, mas em princípio todas as condutas típicas são anti –
jurídicas. Ex.: Um indivíduo assiste a um fato em que outro desfere vários tiros me
alguém. De início está-se diante de um homicídio previsto no art. 121; contudo, se no
curso das investigações constatar-se de que o autor dos disparos teria agido amparado
por um estado de legítima defesa, ou estado de necessidade, estrito cumprimento do
dever legal, a conduta típica deixará de ser anti jurídica, porque são excludentes da
antijuridicidade.
→ Existem algumas espécies de tipo penal : tipos abertos, fechados, normais, anormais,
em que a diferença de lês são que, nos tipos fechados, a conduta é mais fácil de se
determinar como típica, p.ex., matar alguém, subtrair coisa alheia ou móvel, contudo,
quando o tipo passa a exigir alguma situação especial, como p.ex., definir mulher
honesta, os crimes culposos também são tipos abertos, porque a conduta é lícita, só
deixando de ser se do resultado advir algum dano.
Circunstâncias → São dados objetivos e subjetivos que fazem parte do fato natural,
agravando ou diminuindo a gravidade do crime sem modificar-lhe a essência.
As circunstâncias do crime se dividem em judiciais e legais, e as legais se
subdividem em genéricas e específicas : As circunstâncias estão previstas no art. 59,
várias situações em que o juiz quando for aplicar a pena deve obrigatoriamente analisar
tais situações. A partir destas que o juiz irá aplicar a sanção penal. As circunstâncias
legais genéricas são as que estão previstas na parte geral do código; aplicam-se a todos
os crimes em que aquela situação existir, consistem em caso de aumento ou diminuição
de pena, agravantes e atenuantes. Ex.: Art. 16, diminuição de pena, arrependimento
posterior; a redução prevista no art. 14, no art. 21. As agravantes e as atenuantes
também são genéricas e estão previstas no art. 61, no art. 62, nos art. 65 e 66.
→ A diferença de qualificadora para causa de aumento de pena : sempre que a lei falar
em aumento ou diminuição de pena, ela usa a fração : A pena será aumentada de 1/3, de
1 a 2/3, ou será reduzida de 1 a 2/3, e para as qualificadoras usa números determinados,
inteiros, de 1 à 4 anos, de 6 à 12 anos.
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• CONFLITO APARENTE DE NORMAS → Existem algumas teorias que procuram
resolver esta questão. O princípio da especialidade, a subsidiaridade, consunção
(absorção) e alternatividade. Para que haja esse conflito é necessário que haja um só
fato criando esse conflito e depois, duas ou mais normas que poderão aparentemente
identificar aquele fato como crime.
• DOLO E CULPA
• Para que ocorre um crime não basta que a conduta seja adequada a descrição
contida na Lei, indispensável é que o agente atue com uma carga de subjetividade para
que o crime exista; não existe em nosso direito responsabilidade objetiva, que é aquela
que não perquire dos motivos, da razão, não se indaga do elemento objetivo. E os
elementos subjetivos do crime são o dolo e a culpa.
• Um indivíduo efetua disparos de arma de fogo contra alguém : em princípio temos um
crime. Contudo, primeiro deve ser verificado se ocorreu a antijuridicidade, se a conduta
não está protegida por alguma causa excludente de antijuridicidade e depois o que levou
o agente a proceder daquela maneira. Se ele agiu com consciência, com vontade
dirigida aquele ato, se agiu sem cautela para provocar os disparos, se foi um ato
acidental, caso fortuito ou força maior. Portanto, se o agente agiu com vontade
direcionada ao resultado, trata-se de um crime doloso, se agiu por falta de cautela,
por falta de cuidado objetivo no seu procedimento será crime culposo, se agiu de
uma forma acidental, fortuito ou de força maior, não haverá ilícito penal.
• Quando se fala em culpa, é a culpa lato sensu, no sentido mais amplo da palavra,
abrange o dolo e a culpa estrito sensu. A culpa lato sensu é aquele conceito de que a
pessoa agiu com responsabilidade penal. Ela se divide em dolo e culpa estrito sensu.
• Art. 18 do C.P., Incisos I e II : Existem três teorias que procuram explicar o dolo. A
teoria da vontade, da representação e do consentimento. O C.P. no Brasil adotou a teoria
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da vontade que significa que o crime resulta de uma ação consciente, e o agente age
com vontade direcionada a um fato a um resultado. A teoria da representação afirma
que o dolo é a simples previsão do resultado e a teoria do consentimento é aquela
em que o indivíduo, embora não agindo com vontade ele pode agir assumindo as
conseqüências que aquela conduta pode provocar.
• No art. 18, I, Crime Doloso : “doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu
o risco de produzi-lo”. Este inciso descreve o que seja dolo direto ou eventual. Dolo
Direto, quando o agente quis o resultado, e Dolo Eventual, ou assumiu as
conseqüências com aquela conduta.
• Dolo Direto : Diz-se que o dolo é direto quando o indivíduo age com consciência e
vontade dirigida a um fim. Dolo Eventual : O indivíduo age, não quer o resultado, mas
com sua conduta assume o risco de produzir o resultado. Embora aparentemente
diferentes, mas para o C.P. possuem o mesmo peso na aplicação da pena. (Ex.: Dolo
eventual, a prática de pegas de carro, a roleta russa.)
• Dolo Indireto : É aquele que não é definido, não é preciso, nesse pode estar o dolo
alternativo, que é quando um indivíduo age, pratica a conduta e sua vontade não está
dirigida a um só fim, podem ocorrer dois ou mais resultados, mas qualquer resultado que
ocorra ele se satisfaz. Tanto faz um resultado quanto outro.
• Dolo de Dano ou Dolo de Perigo : O dolo de dano ocorre quando o agente age com
a vontade de causar uma lesão ou ameaça, e o dolo de perigo quando o indivíduo age
com a vontade de expor alguém a uma situação de perigo.
• Crime Culposo : O parágrafo único do art. 18, tem-se uma descrição do crime
culposo : praticamente todos os crimes descritos na lei penal são crimes dolosos em
princípio; só existirá modalidade culposa desses crimes quando expressamente a norma
declarar o crime culposo. Ex.: No crime de homicídio existe : parágrafo 3º, diz que o
crime for culposo, se o homicídio for culposo; no art. 129, parágrafo 6º - se as lesões
forem culposas. Art. 312 – Peculato, parágrafo 2º : se o funcionário concorre
culposamente para o crime. Art. 250, parágrafo 2º : se culposo o incêndio, a pena é de
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Art. 180, Receptação : adquirir, receber,
transportar, conduzir, ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto
de crime, ou influir para que terceiro, de boa – fé, a adquira, receba ou oculte. No
parágrafo 3º : adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso.
• O artigo 18, Inciso II : Não há no C.P. uma definição do que seja culpa, no art. 18,
inciso II, diz que é quando o agente age com imprudência, negligência ou imperícia. O
conceito é extraído da doutrina, e todos mencionam : crime culposo é a conduta
voluntária que produz resultado antijurídico não querido mas previsível e
excepcionalmente previstos que com a devida atenção podia ser evitado.
• A primeira coisa para se determinar um crime culposo é sobre o atuar do agente; a
conduta no crime culposo não enseja numa manifestação ilícita; normalmente a conduta
do crime culposo é lícita, ela só terá alguma repercussão quando dela advir um resultado
por imprudência, negligência ou imperícia. E para isso deve-se determinar como a
pessoa age com negligência, imprudência ou imperícia.
• Cuidado objetivo necessário : É aquele que toda pessoa normal, coerente, deve ter
em todos os atos de sua vida. Quando a pessoa falta com esse cuidado objetivo dará
ensejo há uma das modalidades de culpa.
• Elementos do crime culposo são : a conduta, a falta do dever de cuidado
objetivo ou necessário, o resultado lesivo e involuntário, a previsibilidade e a
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tipicidade. A pessoa quando age com culpa não quer produzir resultado; a
previsibilidade e o sentimento comum, todos prevêem que tal fato pode vir a ocorrer e o
agente não o prevê. E a tipicidade é que sua conduta seja adequada ao tipo penal.
• Não há crime de dano na forma culposa; no art. 163, não existe dano na forma
culposa.
• MODALIDADE DE CULPA : Imprudência, Negligência ou Imperícia.
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senso comum não as reprova, certos comportamentos, certas condutas, aplicando-se
regras informadas pelo costume, pela analogia e pelos princípios gerais do direito.
→ Existem muitas situações em que não estão contidas na Lei, não se esgotam nas que
estão na lei, são permissivas, são normas que autorizam o indivíduo agir. No artigo 23
existem 4 tipos de causas de exclusão de antijuridicidade, encontra-se também em
alguns crimes outras causas próprias. Os costumes, a analogia e os princípios gerais do
direito, não podem influenciar no direito para criar condutas criminosas, mas podem
ampliar as situações de excludentes de antijuridicidade. Existem muitas situações que
não estão previstas na lei mas que são reconhecidas socialmente e assim são causas
supralegais, além da lei. Ex.: O pai que abre indevidamente correspondência de um filho;
furar orelha pra colocar brinco; o pai que ministra remédio para o filho sem consulta
médica.
→ As causas excludentes de antijuridicidade podem também ser denominadas :
excludentes de criminalidade, excludente de ilicitude, descriminantes, eximentes.
• Art. 23, causas de excludentes de ilicitude gerais e legais : Não há crime quando
o agente pratica o fato em estado de necessidade, legítima defesa, no estrito
cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. São 3 incisos, mas são 4
as formas de exclusão de ilicitude. No último inciso encontramos duas formas.
• Art. 128, Legais e Especiais : Não se pune o aborto praticado por médico se não há
outro meio de salvar a vida da gestante. No inciso II – se a gravidez resultar de estupro e
o aborto é precedido de consentimento da gestante ou quando incapaz, de seu
representante legal.
• O Art. 146, parágrafo 3º : Não se compreende na disposição desse artigo a
intervenção médico ou cirúrgica sem consentimento do paciente ou seu
representante legal, seja justificado por eminente perigo de vida ou coação
exercida para impedir o suicídio.
• O Art. 181 : É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título
em prejuízo : do cônjuge na constância da sociedade conjugal, de ascendente ou
descendente, seja de parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Essa
disposição do art. 181 se aplicam a todos os crimes contra o patrimônio (do art. 155 ao
art. 180).
• O ESTADO DE NECESSIDADE : O art. 24 – Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar do perigo atual que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício nas
circunstâncias não era razoável exigir-se. Ocorre quando o indivíduo nas circunstâncias
tem que sacrificar um bem alheio para proteger o seu direito. Essa circunstância não
pode ser futura, mas atual ou prestes a acontecer. Ex.: O caso do avião que caiu nos
Andes; um tumulto generalizado num estádio lotado. A pessoa pode dirigir um carro em
estado de necessidade. O parágrafo 1º : Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Ex.: Policiais, bombeiros, salva – vidas. O
parágrafo 2º : Quando o bem sacrificado naquelas circunstâncias não era necessário, a
pena poderá ser reduzida de 1 à 2/3; na circunstância em que a pessoa tinha o dever de
enfrentar o perigo e não o fez.
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