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SUMÁRIO

1.1 – Diferenças Individuais

1.1.1 – Porque somos diferentes............................................................. 04


1.1.2 – Auto e hetero percepção ............................................................. 15
1.1.3 – Relacionamento entre pessoas .................................................. 21

1.2 – O que é uma equipe

1.2.1 – Definindo uma equipe ................................................................. 29


1.2.2 – Criatividade ................................................................................. 35
1.2.3 – Exercitando a criatividade ........................................................... 42

1.3 – Trabalhar em equipe

1.3.1 – Tipos de conflito .......................................................................... 47


1.3.2 – Administração de conflitos .......................................................... 55
1.3.3 – Negociação ................................................................................. 61
1.3.4 – Auto-desenvolvimento e crescimento profissional ...................... 69

Glossário ............................................................................................................ 82
Bibliografia ........................................................................................................ 83

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Prezado aluno! Prezada aluna!

Bem-vindo ou bem-vinda ao Curso Trabalho em Equipe!

A UNICED – Universidade Aberta da Educação é um ambiente virtual de


aprendizagem que disponibiliza cursos on-line voltados para o setor público. É
uma iniciativa da Open-School, e visa a desenvolver um projeto voltado para a
melhoria da qualificação profissional e do desempenho das competências dos
servidores públicos.

O principal objetivo deste curso é abordar o comportamento humano no trabalho,


diferentes aspectos do trabalho em equipe e os relacionamentos interpessoal e
intrapessoal. Contamos com sua participação ativa!

Este curso contém um tema - Trabalho em Equipe -, dividido em três assuntos:


Diferenças individuais, O que é uma equipe e Trabalhar em equipe.

Sucesso!

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Assunto 1.1 – Diferenças Individuais

Unidade 1.1.1 – Por que somos diferentes

Nesta unidade, vamos conhecer e descobrir as diferenças e semelhanças das


pessoas, que o tornam um ser ímpar. Aparentemente contraditório, afirma-se,
exatamente, pela fusão dos opostos! Vamos, juntos, viajar, nessa aventura da
alma humana!

TEORIA

Leia, a seguir, a fábula de Confúcio - Um mundo


sem diferenças, e os comentários pertinentes ao
livro Motivação de Equipes Virtuais, de Alfredo Pires
de Castro e Valéria José Maria, Editora Gente. Você
vai concluir que as diferenças existem em nós e
entre nós. Nós somos o côncavo e o convexo.

"Um mundo sem diferenças"

Existem informações de que o grande filósofo chinês Confúcio viveu cerca de 500
anos antes de Cristo. Ele pertencia a uma família de nobres e costumava viajar
com seus discípulos para lugares distantes com o objetivo de levar o maior
conhecimento possível a outras pessoas. Nessas viagens, deslocava-se de
principado em principado, para propor seus serviços de conselheiro a diferentes
senhores. Ele conversava e ensinava coisas sobre a existência humana para
todos os que se dispunham a ouvi-lo.

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Mas, muitas vezes, em seu caminho de transmissão de pensamentos e
ensinamentos, como todos os grandes mestres da humanidade, Confúcio
acabava aprendendo lições fantásticas sobre todas as coisas que fazem com que
o ser humano seja este ser tão igual e, ao mesmo tempo, tão diferente.

Numa dessas viagens, informaram-lhe que, na próxima aldeia a ser visitada,


morava um garoto tido por todos como muito falante e inteligente. O garoto era
realmente especial, e sempre alegrava as festividades de sua aldeia, contando
fábulas interessantes a todos. Sua fama era tão grande que Confúcio quis se
encontrar com ele antes mesmo de iniciar as atividades planejadas.

Chegando à casa do menino, Confúcio fez questão de conversar longamente com


ele. A conversa estendeu-se por várias horas e, quase no final, o assunto foi
dirigido para as diferenças existentes na Terra. Como era estranho admitir que a
superfície do planeta era realmente uma combinação, aparentemente disforme e
sem sentido, de altitudes diferenciadas, como, por exemplo, montanhas tão altas
que nunca perdem sua cobertura de neve eterna ao lado de vales, planícies e até
mesmo lagos e rios.

Já que estavam falando sobre essas coisas, em tom de brincadeira, os dois -


juntamente com os discípulos que assistiam à conversa - passaram a imaginar
como construiriam o mundo, caso tivessem tal chance.

O menino defendeu fortemente a idéia de que sua Terra seria perfeita, isto é, sem
acidentes geográficos, com a mesma altitude, sem montanhas, lagos ou
depressões.

Confúcio encerrou a conversa e o menino mais inteligente da aldeia ficou


vangloriando-se de sua própria idéia: se ele fosse Deus, criaria um novo planeta,
perfeito, sem diferenças!

Caminhando um pouco mais, no meio da rua, Confúcio viu, ao lado de um


pequeno córrego, um menino brincando - por coincidência, de idade próxima à do
menino "sábio" da aldeia.

Confúcio foi até lá conversar com ele e, brincando, perguntou: "Que tal se você me
ajudasse a acabar com as desigualdades do mundo, inventando uma 'nova Terra',
em que não houvesse diferenças entre as montanhas, os rios, os lagos e - quem
sabe até - entre as pessoas?

Por um instante o menino ficou quieto.

Depois de muito refletir, e talvez sem saber direito quem era aquele adulto que
passava por sua aldeia, ele finalmente respondeu ao sábio: "Por que acabar com
as desigualdades? Se achatarmos as montanhas, os pássaros não terão mais
abrigo. Se acabarmos com a profundidade dos rios e dos mares, todos os peixes

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morrerão. O mundo é muito vasto, muito rico, cheio de oportunidades, por
isso, deixe-o com suas diferenças".

A FÁBULA DE CONFÚCIO E O TRABALHO EM EQUIPE

Essa fábula é muito antiga. Mas, com certeza, sua mensagem é útil nos dias
atuais e continuará sendo, enquanto houver um ser humano sobre a face da
Terra.

Naquele dia, o grande filósofo chinês confirmou, mais uma vez, que a sabedoria
não está necessariamente na mente daqueles considerados os mais sábios, mas,
sim, na daqueles que conseguem perceber o motivo das coisas simples,
intrigantes e maravilhosamente desiguais.

Todos nós sabemos que Confúcio sempre nos transmitiu mensagens de


sabedoria, aplicáveis ao nosso cotidiano. Mas, naquele dia, ele foi um aprendiz,
mesmo que a aula não tenha vindo do menino considerado "o mais sábio".

Todos os grandes acontecimentos da humanidade (e os pequenos também) foram


resultado dessa grande verdade apontada pelo menino: o mundo é feito de
diferenças!

Este tema é fascinante: como conviver e valorizar as diferenças que existem entre
nós, fazendo delas a chave para o nosso progresso, nossa felicidade e nosso
sucesso (em todos os campos de nossa vida).

Mais ainda: vamos, aqui, apresentar algumas idéias que temos aprendido, no
decorrer de anos de jornada, vivenciado com grupos de várias origens, vários
objetivos e muitas diferenças que, no entanto, podem ser vistas por um mesmo
ângulo: as equipes virtuais.

Convidamos você a participar conosco da pesquisa sobre esse tema. Junte-se a


nós, durante a leitura (seremos uma equipe virtual) e procure adaptar nossas
opiniões e dúvidas à sua realidade pessoal e profissional.

Trata-se de uma mensagem simples e objetiva sobre o milagre do trabalho em


equipe bem-feito.

Não é nada novo, nenhum modismo, nenhuma teoria complicada. Expõe,


simplesmente, algo que a humanidade já pratica há séculos.

Nossa contribuição é procurar, sem esgotar o assunto, lançar idéias sobre as


características do trabalho que diferentes pessoas realizam em conjunto e como
atingir um melhor resultado e obter sucesso.

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Depois de observarmos várias equipes virtuais em ação, interligamos as teorias
sobre inteligência emocional, os tipos psicológicos de Carl Jung, a triunicidade do
cérebro e as conclusões de Ned Herrmann sobre dominância cerebral e
preferências psicológicas.

Para isso, realizamos uma pesquisa ampla sobre os instrumentos psicológicos


utilizados pelos especialistas para diagnosticar e trabalhar as diferenças que
existem em cada um de nós.

Você encontrará um instrumento de autodiagnóstico preparado especialmente


para enriquecer o conhecimento sobre sua dominância cerebral e técnica concreta
para ampliar os resultados do trabalho individual e em equipe. Aplique estes
recursos nas mais variadas situações, como, por exemplo, em um processo de
terceirização, em reuniões com pessoas de diferentes segmentos, na busca de
maior compreensão entre os integrantes de sua família ou até mesmo com seus
amigos, para compartilhar momentos de prazer.

TEORIA

PERSONALIDADE

O ser humano é único, singular e especial. Possui características marcantes -


físicas, sexuais, de personalidade - herdadas geneticamente, adquiridas num
processo cumulativo de experiências vividas, envolvendo fatores culturais, sociais
e situacionais.

O conjunto dessas características que determina a individualidade de uma pessoa


é denominado de personalidade. É o que define uma pessoa como única e
exclusiva, devendo ser tratada de forma diferenciada, de acordo com suas
características próprias, individuais.

Apesar das generalizações sobre personalidade, existem diferenças individuais


significativas. Conseqüentemente, não se pode estabelecer padrões de
personalidade isoladamente.

DIFERENÇAS

As diferenças começam no próprio corpo. Se você observar, detalhadamente,


perceberá as diferenças existentes entre os membros e órgãos do corpo: as mãos,
os pés, os olhos, as orelhas e até os dois lados do rosto não são simétricos. Os
gêmeos, também, não são, absolutamente, iguais!

Pensemos em personalidade, como a soma total das maneiras pelas quais um


indivíduo reage e interage com os outros. A personalidade é o resultado da

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hereditariedade e da interação do homem com o seu meio, não esquecendo
de um terceiro fator que é a situação.

HEREDITARIEDADE

A cultura na qual somos criados, o


nosso condicionamento na infância,
as normas de nossa família, amigos e
grupos sociais e outras influências
pelas quais passamos são fatores
que exercem pressão em nossa
formação de personalidade. A
hereditariedade é, portanto,
responsável, pela demarcação dos
limites exteriores.

A situação influencia os efeitos da hereditariedade e do ambiente na


personalidade. A personalidade de um indivíduo, apesar de estável e constante,
muda em situações diferentes - as exigências diferentes de situações diferentes
clamam por aspectos diferentes da personalidade de um indivíduo.

A natureza deu-nos características físicas a que chamamos de dominância. Esse


conceito de dominância entre órgãos simétricos do corpo é aplicado, também, às
estruturas do cérebro.

A dominância é um fenômeno genético em que um gene, num determinado


cruzamento, consegue absorver o seu alelo. A dominância é, portanto,
responsável pelas nossas características físicas e, até mesmo, pela definição da
nossa lateralidade.

DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA

Vamos, agora, ver isso na prática?

Imagine como você é diferente das outras pessoas! Em nosso dia-a-dia, muitos
dos conflitos existentes decorrem da falta de sensibilidade e da falta de
entendimento do que uma pessoa realmente quer fazer ou dizer, já que isso
depende de sua dominância cerebral.

Qual a sua dominância cerebral? Faça o teste a seguir, identificando-a.

Para que você tenha apenas uma idéia de quais são as suas preferências
psicológicas, responda as questões a seguir, elaboradas segundo o modelo de
Dominância Cerebral, de Ned Herrmann, apresentado no livro “Motivação de
Equipes Virtuais”, de Alfredo Castro.

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Escolha apenas uma alternativa para cada questão:

1. As outras pessoas geralmente falam que:

a) ( ) Costumo planejar tudo com antecedência.


b) ( ) Costumo participar de tudo com espontaneidade.

2. Para fazer bem algo, é melhor:

a) ( ) Trabalhar com concentração e silêncio.


b) ( ) Trabalhar em equipe.

3. Minha preferência é:

a) ( ) Ver o detalhe de cada atividade.


b) ( ) Entender logo onde vou chegar.

4. Eu sou do tipo de pessoa que as outras:

a) ( ) Conhecem somente após algum tempo.


b) ( ) Conhecem logo.

5. Na maior parte das vezes, prefiro:

a) ( ) Deixar as coisas para o último minuto.


b) ( ) Fazer antes um detalhado planejamento.

6. Na minha opinião, minhas rotinas:

a) ( ) São difíceis de fazer diariamente, preciso de mudanças.


b) ( ) São muito melhores do que as mudanças constantes, preciso de
organização.

7. Para tomar uma decisão é muito importante:

a) ( ) Verificar como ela vai influir na vida das pessoas.


b) ( ) Verificar os fatos concretos e analisar os dados.

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8. Quando participo de uma reunião com pessoas desconhecidas, prefiro:

a) ( ) Observar o comportamento delas e, assim que possível, apresentar


minha opinião.
b) ( ) Apresentar minha opinião somente se for necessário.

9. Eu gosto de tomar decisões, analisando:

a) ( ) O ambiente emocional e suas conseqüências.


b) ( ) A lógica do problema.

10. Quando estou em grupo, prefiro falar:

a) ( ) Com uma pessoa de cada vez.


c) ( ) Com todas as pessoas de uma vez.

11.As outras pessoas definem-me como alguém:

a) ( ) Intuitivo
b) ( ) Organizado

12.É muito gostoso, quando planejo meu dia e:

a) ( ) Algo novo acontece, para me motivar ainda mais.


b) ( ) Quase tudo o que planejei acontece.

13.Eu acho que, na maior parte das vezes, prefiro ser levado pela:

a) ( ) Razão
b) ( ) Emoção

14.Acho muito melhor uma pessoa ser elogiada por ser:

a) ( ) Muito prática e organizada.


b) ( ) Muito criativa e intuitiva.

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15.Na maior parte da minha vida, tenho sido uma pessoa que busca:

a) ( ) Manter a tradição.
b) ( ) Correr riscos.

16.Eu me considero uma pessoa:

a) ( ) Difícil de conhecer.
b) ( ) Fácil de conhecer.

17.É muito importante para mim:

a) ( ) Anotar minhas idéias passo a passo.


b) ( ) Pensar no objetivo final primeiro, para depois anotar minhas idéias.

18. Geralmente, sou reconhecido pelo grupo como uma pessoa que decide
com base:

a) ( ) Na lógica das coisas.


b) ( ) Na importância e no valor que as coisas têm.

19.É muito chato, quando começo a fazer uma atividade, e:

a) ( ) Nada de novo acontece, deixando-me desestimulado.


b) ( ) Tudo que não estava previsto acontece, deixando-me desestimulado.

20.Eu acho que, na maioria das vezes:

a) ( ) Sou mais discreto do que outras pessoas, porque penso bem no que
devo fazer.
b) ( ) Sou mais participativo do que outras pessoas, porque prefiro fazer o
que acho certo.

Agora que você concluiu, que tal fazer a tabulação das alternativas
escolhidas? Para isso, transfira suas respostas para o quadro da pagina
seguinte, considerando a seguinte legenda:

A = Analítico B = Experimental
C = Controlador D = Relacional

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Opção a Opção b
1 C E
2 A R
3 C E
4 A R
5 E C
6 E C
7 R A
8 R A
9 R A
10 A R
11 E C
12 E C
13 A R
14 C E
15 C E
16 A R
17 C E
18 A R
19 E C
20 A R

Agora, conte quantas vezes você marcou as seguintes letras (lembre-se de que o
total deve ser igual a 20) :

A (Analítico) = B (Experimental) =
C (Controlador) = D (Relacional) =

Como você pode observar, todos nós utilizamos os quatro quadrantes, mas,
geralmente, temos uma preferência por um ou dois deles. Compare os pontos
obtidos, em cada um dos quadrantes, verificando aquele no qual você obteve
maior pontuação. Agora, verifique as características daquele que você obteve
maior pontuação.

A dominância cerebral é uma metáfora do cérebro e se trata de uma fusão das


preferências de pensamento dos dois sistemas pensantes: o esquerdo e o direito.

TEORIA

A estrutura e o funcionamento do cérebro humano vêm gerando


especulações. Vários estudiosos, realizando pesquisas, descobriram que o
cérebro era formado por duas metades: o hemisfério esquerdo e o hemisfério
direito, e que essas metades se subdividiam em quatro quadrantes, onde cada
uma delas definia modos de pensar, criar e aprender, formando, em cada ser

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humano, seu estilo pessoal de caminhar na vida. Todo o lado esquerdo relaciona-
se com as nossas habilidades racionais, e o lado direito com as nossas
habilidades ligadas à emoção.

Superior Esquerdo Superior Direito


Analítico: Analisa os fatos; Experimental: Visualiza os fatos;
trata-os de forma lógica e racional. trata-os de forma intuitiva e global.

Inferior Esquerdo Inferior Direito


Controlador: Organiza os fatos ; Relacional: Sente os fatos ;
detalhes de forma realista e trata-os de forma expressiva e
interpessoal. cronológica.

CARACTERÍSTICAS DO ANALÍTICO (quadrante superior esquerdo)

Analisa; quantifica; é lógico; crítico e realista. Gosta de números; entende de


dinheiro; sabe como as coisas funcionam. Gosta de trabalhar sozinho; realizar
tarefas; aplicar fórmulas; analisar dados; lidar com aspectos mecânicos; lidar com
aspectos financeiros; montar as coisas; fazer algo funcionar; resolver problemas
difíceis; ser desafiado; fazer análise e diagnóstico; explicar; esclarecer questões;
fazer análise de viabilidade; processar logicamente os fatos reais.

CARACTERÍSTICAS DO CONTROLADOR (quadrante inferior esquerdo)

Toma providências; estabelece procedimentos; faz acontecer; é confiável;


arrumado e pontual; planeja; organiza. Gosta de cumprir o cronograma; construir
coisas; estar no controle; aprecia um ambiente organizado; é conservador; gosta
de fazer tarefas burocráticas; colocar ordem nas coisas; planejar, estabilizar; dar
manutenção. Dá muita atenção aos detalhes; gosta de tarefas estruturadas; dá
apoio; administra; gosta de segurança.

CARACTERÍSTICAS DO RELACIONAL (quadrante inferior direito)

É curioso; brinca; é sensível com os outros; gosta de ensinar; toca muito as


pessoas; gosta de apoiar; é expressivo e emocional; fala muito. Gosta de fazer
com que as pessoas trabalhem juntas; é bastante voltado para aspectos de
comunicação; gosta de resolver questões ligadas aos clientes, expressar idéias;
desenvolve relacionamentos. É dedicado a atividades de grupo; como ensinar ou
ministrar treinamento; ouvir e falar; trabalhar com pessoas. Acha importante fazer

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parte de uma equipe; convencer as pessoas; perceber o ambiente; é expressivo;
gosta de ajudar os outros; gosta de trabalhar em sociedade.

CARACTERÍSTICAS DO EXPERIMENTAL (quadrante superior direito)

Sintetiza; adivinha; imagina; especula; corre risco; é impetuoso; quebra regras;


gosta de surpresas. Gosta de se arriscar; inventar soluções; desenvolver uma
visão; ter variedade; fazer projetos; causar mudanças; fazer experiências. Adora
vender idéias; desenvolver novidades; ver o quadro geral. Ter muito espaço;
integrar idéias; lidar com o futuro; enxergar o fim desde o começo; é muito visual.

Até o nosso próximo encontro!

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Assunto 1.1 – Diferenças Individuais

Unidade 1.1.2 – Auto e Hetero Percepção

Qual a percepção que você tem de si mesmo? Como você vê o outro? Você tem
conversado com você? Tem escutado sua voz interior? Este item vai lhe oferecer
informações que muito contribuirão para uma melhor percepção de si e dos
outros.

TEORIA

AS PERCEPÇÕES

As percepções que temos de nós mesmos são muito importantes. Elas nos
ajudam a compreender o que fazemos, por que fazemos e o que sentimos antes,
durante e depois.

Essas percepções são, muitas vezes, ofuscadas pelo julgamento das pessoas que
convivem conosco. Na verdade, não existe perfil ideal, comportamento certo ou
errado, mas insistimos em priorizar as informações que recebemos do mundo
exterior, em vez de ouvir nossa voz interior.

Qual foi a última vez que você se olhou no espelho?

Não estamos nos referindo ao espelho físico, que reflete nossa imagem exterior,
mas àquele espelho interno, que percebe, valoriza, sente e reflete nossa imagem
interior.

O que realmente tem importância é a nossa consciência, a certeza de que


estamos fazendo o que queremos, sonhando com o que desejamos e convivendo
bem com as pessoas à nossa volta.

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Você é diferente de qualquer outra pessoa! Você é único(a)!

Em uma equipe, é importante que as diferenças sejam valorizadas. Mas tão


indispensável quanto saber valorizar essas diferenças é descobrir quais são elas!

Na unidade anterior -Por que somos diferentes? Você teve a oportunidade de


identificar suas próprias preferências psicológicas.

Assim, propomos que observe a história a seguir, identificando pessoas com


características diferentes, trabalhando em equipe.

HISTÓRIA

Personagem 1: - Puxa, logo no dia da reunião a senhora Sofia resolve se atrasar!

Personagem 3: - Ela pode ter tido um imprevisto. Imprevistos podem acontecer


com todos.

Personagem 4: - Vamos aguardar um pouco mais e quando ela chegar, dirá os


fatos concretos do seu atraso.

Minutos depois...

Sofia: -Desculpem o atraso, mas fiquei presa num engarrafamento longo, por
causa de um acidente. Agora, estou pronta para nossa reunião.

Personagem 4: Em nossa reunião, precisaremos definir com precisão e


objetividade, uma forma de acabar, ou pelo menos diminuir, o volume de
processos represados nas Agências. Vejam! Os gráficos são assustadores.

Personagem 1: - Lembrem-se de que além de definirmos uma maneira de


solucionar esse problema, precisamos acompanhar a realização das tarefas.

Personagem 3: - Senhor (personagem 1), penso que deveremos envolver os


grupos de trabalho de todas as Agências, para que eles mesmos façam esse
acompanhamento, pois assim estarão mais motivados para atingirem os objetivos.

Personagem 2: - Por que vamos envolver nesse momento os grupos de todas as


Agências? Acho que temos que implantar a idéia apenas em uma, para
analisarmos os acontecimentos e, a longo prazo, implantarmos nas demais.

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Personagem 4: - Isso mesmo! Só devemos implantar nas demais Agências,
quando tivermos a certeza de que tudo vai dar certo.

REFLEXÕES

Tendo em vista a historinha anterior, descubra as características psicológicas de


cada personagem:

• Personagem 1 ---- Controlador


• Personagem 2 ---- Experimental
• Personagem 3 ---- Relacional
• Personagem 4 ---- Analítico

TEORIA

Como você pôde observar, cada pessoa tem seu jeito próprio de agir, de acordo
com suas preferências psicológicas. Dessa forma, essas características devem
ser aproveitadas para o crescimento da equipe. Essas diferenças também estão
presentes em nosso dia-a-dia. Muitos dos conflitos existentes decorrem da falta de
sensibilidade emocional e da falta de entendimento do que uma pessoa realmente
quer fazer ou dizer, já que isso depende de sua dominância cerebral.

EXEMPLO

Vamos fazer uma pequena comparação com pessoas de dominâncias diferentes,


diante de tarefas especiais como, por exemplo, a compra de um automóvel.

Superior Esquerdo - Analítico

Antes de tomar uma decisão, o analítico quer


verificar dados e estatísticas sobre o desempenho
do veículo; preocupa-se com o consumo de
combustível; com o custo do veículo e seu valor de
revenda. Costuma fazer comparações com veículos
de outras marcas, verificando a facilidade de
manutenção e custo de peças de reposição. Vai
querer saber como funcionam todos os dispositivos
opcionais, observar a potência final e a capacidade
de fazer manobras precisas.

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Pode ser até que nem seja influenciado por um atendimento ruim, por parte da
concessionária, pois dará mais valor ao que suas análises estão indicando.

Inferior esquerdo – Controlador

Antes de tomar uma decisão, o controlador


organiza-se e procura, com método, a
concessionária com condições mais interessantes.
Durante a procura, vai se informar sobre os
equipamentos de segurança, a durabilidade e
praticidade do modelo, anotando e comparando
alguns parâmetros como, por exemplo, tamanho,
número de portas, volume do porta-malas, pintura,
acessórios, abertura interna do porta-malas e
capacidade do tanque.

Inferior Direito - Relacional

Antes de tomar uma decisão, o relacional vai


procurar sentir quanto aquele modelo combina com
o seu estilo de vida. A "sensação," que terá, ao
dirigir o carro e o conforto de todos os passageiros
são itens importantes.A cor será um parâmetro
decisivo. Vai procurar uma opção que permita
controles de fácil utilização. Na realidade, ele quer
"amar" o carro, mas sua decisão será bastante
influenciada pela simpatia do vendedor e qualidade
da prestação de serviços. Ouve os outros, "sabe"
que é a escolha certa e compra com base na
recomendação de amigos.

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Superior Direito - Experimental

Antes de tomar uma decisão, o


experimental vai observar as
características ousadas e
revolucionárias do modelo, incluindo
as qualidades estéticas:
esportividade, cor, forma, tecnologia
moderna. Ele imagina como será sua
vida ao dirigir o veículo, e por isso
quer que ele se encaixe em seus
sonhos e em seu projeto de vida.
Sabe que o carro será um reflexo de
sua imagem pessoal, e de seus
planos de longo prazo. Quando entra
numa concessionária, está mais
disposto a experimentar e correr
algum risco, geralmente escolhendo o
modelo mais novo, mais moderno,
que ninguém ainda se aventurou a
comprar.

TEORIA

A principal virtude, numa equipe, é perceber as diferenças individuais e tirar


proveito delas. Quando a maioria das pessoas possui preferências similares, o
grupo, em geral, chega rapidamente a um consenso sobre o assunto que se
enquadra, no domínio de suas preferências de pensamento.

Quando formado por integrantes com dominâncias muito divergentes, o grupo é


heterogêneo. Nesse caso, apresentará comportamentos conflitantes e terá
dificuldade para chegar a um consenso.

Colocar-se no lugar daqueles que preferem o que menos preferimos é um


processo muito interessante de desenvolvimento para todos os integrantes da
equipe, pois é um alerta para a necessidade de prestar mais atenção ao que os
outros dizem, para que possamos respeitar mais a maneira como o dizem.

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EXERCíCIO DE FIXAÇÂO

De acordo com a dominância cerebral, as pessoas agem de diferentes formas


com determinadas situações. Utilizando o exemplo da compra do automóvel,
citado no conteúdo dessa unidade, faça a associação correta, arrastando as
bolinhas para os círculos vazios.

(1) Superior Esquerdo – Analítico


(2) Inferior Esquerdo – Controlador
(3) Inferior Direito – Relacional
(4) Superior Direito – Experimental

( ) Antes de tomar uma decisão, procura relacionar o modelo ao seu estilo de


vida. A “sensação” que terá, ao dirigir o carro e o conforto de todos os passageiros
são itens importantes. A cor será um parâmetro decisivo. A compra será decidida
ao ouvir outras pessoas.

( ) Antes de tomar uma decisão, observa as características ousadas e


revolucionárias do modelo, incluindo as qualidades estéticas. Sabe que o carro
será um reflexo de sua imagem pessoal, e de seus planos de longo prazo.

( ) Antes de tomar uma decisão, verifica dados e estatísticas sobre o desempenho


do veículo, preocupa-se com o custo X benefício. Vai querer saber como
funcionam todos os dispositivos opcionais, observando a potência final e a
capacidade de fazer manobras precisas.

( ) Antes de tomar uma decisão, organiza-se e procura, com método, a


concessionária com condições mais interessantes. Recolhe informações sobre os
equipamentos de segurança, a durabilidade, praticidade do modelo, enfim, sobre
todos acessórios disponíveis naquele veículo. Avalia as vantagens e
desvantagens, incluindo requisitos de manutenção.

Vamos ao próximo item?

Gabarito: 3, 4, 1, 2

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Assunto 1.1 – Diferenças Individuais

Unidade 1.1.3 – Relacionamento entre Pessoas

O mundo, hoje, ressente-se de falta de paz e de amor. A violência e o abandono


crescem a cada dia. A falta de entendimento e bom relacionamento entre as
pessoas são fruto do desrespeito às diferenças individuais, do não acolhimento e
do descaso com o outro. Vamos ler, com atenção, nessa unidade, refletindo e
gerando mudanças na nossa visão e prática de vida!

TEORIA

A palavra respeito tem uma significação muito ampla. A seguir, algumas acepções
que Aurélio Buarque de Holanda, (02.05.1910 - 28.02.1989), crítico, ensaísta,
filólogo e lexicólogo, destaca, no seu Dicionário da Língua Portuguesa, século XXI:

Do latim respectu

1. Ato ou efeito de respeitar-(se).


2. Reverência, veneração.
3. Obediência, deferência,
submissão, acatamento.
4. Lado pelo qual se encara uma
questão; ponto de vista, aspecto.
5. Razão, motivo, causa.
6. Relação, referência.
7. Consideração, importância.
8. Medo, temor, receio.~V.respeitos.

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Todos esses significados estão
relacionados a valores morais
celebrados pela sociedade, advindo
frases, como: "Eu admiro suas
qualidades e, algum dia, quero ser
igual a você" / "Em geral, temos
esse sentimento por nossos pais e
professores."

A maneira como nossos pais e professores cuidam de nós demonstra que eles
nos respeitam, amam, nutrindo atenção e cuidado, estimulando-nos a fazer o
melhor que podemos.

Vale salientar que respeitamos, também, pessoas que não conhecemos e, às


vezes, admiramos apenas pelas coisas importantes que fazem, ou porque lemos
algo ou vemos notícias na televisão sobre elas.

O significado da palavra respeito amplia-se, quando o gênero humano preocupa-


se com o outro, querendo ser solidário e parceiro. Ser generoso com os outros,
ouvir opiniões diferentes da nossa, quando não concordamos com ela, tem a ver
com respeito.

Considerar a opinião dos outros para


não magoá-los é uma maneira de
demonstrar o nosso respeito. Da
mesma forma, coisas que dizemos,
por brincadeira, podem ferir
sentimentos e, por isso mesmo, têm
que ser evitadas. Respeitar é não
atrapalhar, não invadir a privacidade
do outro, não extrapolar os limites.

Todos têm o direito de escolher a forma particular de viver, de se colocar na vida -


ficar sozinho, quieto para pensar, para ler, ou simplesmente relaxar; ter uma vida
agitada, ser inquieto e disperso; ser contra ou a favor; fazer escolhas,
aparentemente inexplicáveis; ter seus gostos, mesmo que esdrúxulos. É uma
questão meramente pessoal.

Respeito também significa seguir algumas regras que nos ajudam a conviver uns
com os outros. Por isso, há regras na escola, em casa, no trabalho... As regras e
os motivos, que as geraram, variam, de acordo com o local e o momento.

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TEORIA

Respeitar o indivíduo não significa omitir-se, calar diante do outro mas,


sobretudo, exercer a capacidade crítica, estimulando, no companheiro, a
autocrítica e a reformulação dos valores e práticas de vida. Por outro lado, cabe
ao outro, humildade para aceitar as críticas, transformando-as em fator de
crescimento e mudança, se assim o desejar.

A vida social é regida por normas, que permitem ao indivíduo uma maior
facilidade de interagir, uniformemente, com todos os cidadãos, independente de
sua vontade, obedecendo, apenas, aos seus valores. Há regras que devem ser
respeitadas em casa, nas ruas, nas instituições e nos diferentes lugares aonde se
vai. Não se deve ouvir música com o volume alto, em casa, se alguém está
dormindo; não se deve buzinar perto de hospitais; não se deve fumar em lugares
fechados.

Cuidar dos lugares públicos para que todos possam desfrutá-los é outra forma
muito importante de respeitar as pessoas e a nós mesmos. Respeitar o bem-
comum, patrimônio de todos os cidadãos, que pagam seus impostos e cumprem
os seus deveres.

COMENTÁRIOS

Quem gosta de ir a um lugar cheio de lixo espalhado pelo chão? Quem tolera
estar na fila e ver alguém passar à sua frente?

O que você pensa, como se sente, quando vê um


lugar todo pichado? Como reage, ao constatar que
os impostos que paga não estão gerando benefícios
para o cidadão?

Às vezes, quando vamos a uma apresentação, a


uma competição, as pessoas vaiam, assobiam,
gritam, desrespeitando quem está em evidência.
Esse comportamento é legítimo?

E quando se descuida das coisas dos outros, não se importando com o estrago
que possa causar? O que você acha disso?

23
Assim como tratamos bem os outros, também queremos que nos tratem bem.

Assim como cuidamos dos outros, também gostamos de que cuidem de nós.

Finalmente, há uma forma de respeito mútuo, muito importante, que você precisa
desenvolver: É o auto-respeito.

O respeito por si próprio significa um sentimento de satisfação, validação e


orgulho pelo que somos e fazemos.

Convivendo com outras pessoas, aprendemos a respeitá-las e a ser respeitados


por elas, considerando a sua vontade, expondo a nossa, ajudando-as e recebendo
sua ajuda.

Como vimos, na história, desde criança aprendemos uma das características de


grande importância para os relacionamentos interpessoais: o respeito. Mas, ao
longo de nossas vidas, devemos sempre resgatar alguns valores, dentre eles a
generosidade, ouvindo pessoas com opiniões diferentes das nossas, mesmo que
não concordemos com elas, acatando as críticas com serenidade e humildade.

Além do respeito, fazem parte do pilar que sustenta


os relacionamentos, a confiança e o amor/
afetividade.

A confiança representa honestidade e sinceridade na palavra e nas atitudes.


Quando você cultiva a confiança das pessoas, engrandece os relacionamentos.

O amor/afetividade representa uma atitude de cuidado, atenção e de consideração


pelos sentimentos dos outros. Numa equipe, deve-se buscar a cordialidade e
simpatia recíprocas, para se criar um clima agradável no ambiente de trabalho.

DICAS

VOCÊ SABIA?

Que os índios havaianos dizem obrigado - Mahalo - quando dão um presente e


não quando o recebem. Napoleon Hill define como uma das leis do triunfo o fato
das pessoas verdadeiramente bem-sucedidas darem mais para o mundo do que
recebem. Este é o momento de dedicar nosso pensamento à reflexão mais
profunda sobre as duas atitudes. Em um país onde prevalece, de modo vigoroso,
a Lei de Gerson, faz sentido colocar o prazer de dar em patamar mais nobre que o
de receber?

24
TEORIA

Muitas são as palavras que expressam condições e características necessárias ao


bom relacionamento entre as pessoas. Que tal fazer um exercício para descobrir
algumas delas?

Para responder o exercício a seguir, escreva as palavras que faltam, completando


o sentido das afirmativas abaixo.

EXERCÍCIO SOLO

1. Devemos buscar o __________ sempre que desejarmos saber como estamos


nos relacionando ou nos comportando com os outros.

2. Só há ___________ se as pessoas forem envolvidas nas tarefas.

3. Trabalhar em equipe com ___________ é dar o máximo de si para o alcance


dos objetivos.

4. Uma das características de grande importância nos relacionamentos


interpessoais é o ___________.

5. Há _________ _________ quando tanto o emissor quanto o receptor


interpretam a mensagem da mesma forma.

6. Sei que posso fazer sozinho, mas sei também que poderei fazer melhor com a
_________ das pessoas.

7. Os membros da equipe devem assumir _________ e compromisso com suas


decisões.

.
Gabarito: feedback, comprometimento, envolvimento, respeito, comunicação eficaz, ajuda,
responsabilidade.

RECONSTRUINDO RELACIONAMENTOS

O que você daria para ter de volta uma relação desfeita?

Um recente artigo publicado diz que “duas entre cada três pessoas têm relações
abaladas com alguém, no trabalho, a ponto de querer prejudicar esse alguém
física e profissionalmente. O problema é que, com essa estratégia, as pessoas

25
acabam pagando um preço alto demais, trabalhando sem sinergia nem
criatividade, sob a lei do mínimo esforço e numa rede de cumplicidade. Se
estiverem num ambiente muito competitivo, não terão muitas chances de
sucesso”.

Reconstruir um relacionamento rompido requer, antes de tudo, que você calcule


os custos. Se forem altos demais, você pode,simplesmente, dizer "eu tentei" e
passar adiante. Muita gente acaba deixando passar, raciocinando na linha do
custo/benefício:" - Isso não vai valer a pena, vou gastar minhas energias em outra
coisa. "Mas, se essa pessoa ainda for importante para você, a reaproximação
pode, sim, valer a pena.

Prevenir é melhor que remediar: Os custos de uma reaproximação ensinam que


agir preventivamente é bem melhor. Senão, você terá de fazer tantos depósitos na
conta corrente emocional da outra pessoa que os esforços acabam parecendo
infindáveis.

O que você pode fazer:

• Peça desculpas. Geralmente tudo começa com um simples pedido de


desculpas.

• Assuma sua parte da culpa no problema. Responsabilize-se por ter também


contribuído para a deterioração do relacionamento.

• Pague o preço. Comprometa-se intimamente: “Pago qualquer preço para


restaurar essa valiosa relação, que não quero perder de jeito nenhum”.

• Faça sacrifícios. Por exemplo, o sacrifício de dizer “Eu estava errado, peço
desculpas a você”, em vez de, simplesmente, “Vamos assumir que nós dois
erramos”.

• Ação. Você pode sair do problema, agindo. As pessoas estão cansadas de


discursos vazios e promessas não cumpridas. Elas querem ver ação.
Geralmente, você resolve com atos um problema no qual se envolveu com
palavras.

• Perdoe. Reconciliação envolve perdão e esquecimento. Por que permitir que


sua vida seja guiada por algo que aconteceu há muito tempo?

• Tome a iniciativa. As relações não são ruas de mão única, cada pessoa deve
contribuir com 50%. Alguém sempre deve investir mais para começar uma
reconciliação.

26
Bem, eu encorajo você a tomar essa iniciativa. Se você sabe o quanto custa não
se manter próximo de seus clientes, de seu filho ou daquele seu colega de
trabalho, por que então não pagar o preço para fazer as coisas melhorarem? Se
você deixar o orgulho paralisá-lo, vai acabar convencido de que está certo, vai
sempre culpar o outro e então, invariavelmente, cercar-se de pessoas que apenas
massageiam seu ego.

A maioria das dificuldades nos relacionamentos pode ser resolvida, desde que
administremos bem o nosso tempo sem gerar ansiedade, tendo, assim, a
serenidade no trato com o outro, que o momento exige. Para tal é necessário
maturidade para enfrentar a loucura coletiva gerada pela velocidade nas
mudanças do mundo em que vivemos.

As mudanças comportamentais da
humanidade, sobretudo no ambiente
profissional, devem ser absorvidas
pela nossa capacidade de superar
barreiras culturais, ideológicas,
pessoais, sociais, sejam elas
geradas pelo espaço ou pelo tempo,
absorvidas e equacionadas.

Nossa percepção, nossa intuição, diante dessas mudanças, são fundamentais


para o entendimento do outro e para a solução dos conflitos. Portanto,
consideramos nossa percepção e nossa intuição qualidades preciosas que devem
permear sempre os relacionamentos humanos. Todos os sentidos devem estar
atentos para enfrentarmos e resolvermos essas dificuldades. Entretanto, para tudo
isso, o ingrediente básico é a serenidade. Não se pode confiar na intuição, na
percepção, no bom senso de alguém nervoso, disperso e confuso. Sejamos,
pois, serenos.

Os relacionamentos humanos devem ser cuidados e ajustados. Nessa troca de


energia, antes da qualificação, o que conta mesmo é ter atitude e personalidade,
é não ser fechado em suas necessidades individuais, é saber trabalhar/ viver em
grupo.

A partir da entrada da inteligência emocional, no dicionário corporativo, as


empresas passaram a dar mais importância à qualidade de vida do profissional e à
forma como ele se relaciona com outras pessoas.Uma pessoa feliz e equilibrada é
mais produtiva."Quem nunca errou é porque só trilhou caminhos conhecidos. Pode
ser um vencedor, mas não vai fazer a diferença de que as empresas precisam".

27
Exercício Solo

Para reconstruir relacionamentos o que você faria, ou já fez?


Responda a tabela abaixo, de acordo com as atitudes que você possivelmente
tomaria, clicando nas opções SIM ou NÂO.

Sim Não

Você já pediu desculpas?

Você já assumiu sua parte de culpa no problema?

Você já apostou na relação, comprometendo-se,


intimamente, para resgatar essa relação?

Você já fez sacrifícios?

Você já agiu, não ficando só nas palavras?

Você já perdoou?

Você já tomou iniciativa?

Confira o resultado!

Resultado:

Se você obteve:

Até 3 respostas SIM, você precisa trabalhar suas atitudes e personalidade, e não
se fechar em suas necessidades individuais.

De 4 a 6 respostas SIM, você tem percepção e intuição, qualidades preciosas que


devem permear sempre os relacionamentos humanos.

Se você respondeu SIM a todas as perguntas, está muito bem relacionado, possui
capacidade para superar barreiras culturais, ideológicas, pessoais, sociais, sejam
elas geradas pelo espaço ou pelo tempo, absorvidas e equacionadas.

28
Assunto 1.2 – O que é uma Equipe

Unidade 1.2.1 – Definindo uma Equipe

Trabalhar em equipe não é apenas uma questão de modismo. É uma necessidade


vital. Só assim nos sentimos fortalecidos, capazes de alçar vôo, realizados!
Vamos, juntos, de mãos dadas!

TEORIA

Uma equipe pode ser definida como um conjunto ou grupo de pessoas envolvidas
numa mesma tarefa ou trabalho. Porém, ter sentido de equipe é muito mais do
que isso, porque, como sabemos, é praticamente impossível estabelecer relações
eficazes no ambiente de trabalho sem o sentido de equipe.

É necessário redescobrir a ajuda mútua, a cooperação, a paixão pela vida


potencializada pelo grupo, pela equipe, mobilizado por uma causa cujos
objetivos só podem ser alcançados com a sinergia, que é mais que a simples
soma das energias.

Quando o trabalho é partilhado, os resultados aparecem mais facilmente, os


grupos ficam confiantes e passam a ser confiáveis. Todo trabalho em equipe
depende de uma enorme coordenação das tarefas realizadas por várias pessoas
em diferentes lugares.

EXEMPLO

Vejamos o exemplo de uma Escola de Samba:

Numa escola de samba, diversas equipes trabalham conjuntamente para o


sucesso da apresentação: os compositores, a bateria, o grupo de passistas, os
carnavalescos todos fazem o máximo para que sua escola tenha um bom
desempenho.

29
Os colaboradores trabalham num esquema flexível em que podem usar sua
própria criatividade para resolver problemas inesperados e a comunicação é
rápida, sem intermediários. Vale salientar que todos trabalham em igualdade de
condições e há uma preocupação em fazer os funcionários passarem por diversas
atividades, promovendo, assim, também, o reconhecimento do trabalho realizado
por todos.

TEORIA

Todo ser humano está, constantemente, se relacionando com outras pessoas e


consigo mesmo, no trabalho, na família e na sociedade, de um modo geral. Por
isso, para se relacionar bem, deve-se compreender a si próprio e, sobretudo, ao
outro.

A experiência comprovou e consagrou que as pessoas podem aprender a


aperfeiçoar a sua habilidade em compreender os outros e a si próprias,
adquirindo, assim, maior traquejo nas relações interpessoais. Assim, as pessoas
que têm mais habilidades em compreender os outros e, portanto, maior traquejo
interpessoal, são mais eficazes no relacionamento humano. A autocompreensão -
o individual e a compreensão do outro - o geral - completam - se, fecham o círculo
do conhecimento humano.

Neste mundo globalizado, trabalhar em equipe é uma exigência. O trabalho em


equipe foi fortalecido, demandando, na sua prática, um grande intercâmbio de
idéias, informações e tarefas. O trabalho em equipe aumenta a produtividade,
possibilitando resultados mais rápidos, estimulando o debate, tornando a
empresa mais competitiva.

A maioria das empresas, hoje, exige dos seus profissionais que trabalhem em
grupo, comprometidos com seus companheiros.

Que condições são necessárias para um verdadeiro trabalho em equipe? Que


aspectos devem ser considerados por todos os que integram um grupo? Vejamos!

¾ Conhecimento a respeito do trabalho.


¾ Disponibilidade para ajudar os outros a crescerem como seres humanos
dentro de uma equipe coesa.
¾ Respeito às individualidades e valorização do que cada membro tem de
melhor.
¾ Responsabilidade, participação e cooperação devem estar presentes
nas relações de um grupo.
¾ Aceitar o outro como parceiro e não como adversário.

Será que esses aspectos são compartilhados pelos membros do meu grupo
e estamos todos envolvidos para obtenção de objetivos comuns?

30
REFLEXÕES

"Só existe equipe, quando todos conhecem os objetivos, estão cientes da


necessidade de alcançá-los e desenvolvem uma visão crítica a respeito do
desempenho de cada um do grupo como um todo".

"De todas as equipes das quais você faz parte, a mais importante é a família. Ela é
a empresa mais importante da vida. A empresa onde a moeda não é o dinheiro,
mas o amor. A família é um porta-aviões de onde as pessoas saem para os vôos
mais ousados. Quando a base é fraca, o vôo é inseguro".

Roberto Shinyashiki

Você se dedica a conhecer sua família e sua equipe?

Procura identificar o potencial de seus filhos e colegas de trabalho?

Dá liberdade de escolha, mesmo quando não concorda diretamente?

Estimula o desenvolvimento de seus filhos e colegas?

Propicia as atividades em grupo, em casa e no trabalho?

ƒ Não menosprezar as pessoas.


ƒ For objetivo.
ƒ Tiver humildade para procurar ajuda, quando necessário.
ƒ Não analisar os problemas só pelo seu ponto de vista.
ƒ Esforçar-se para vencer.
ƒ Ter segurança no que faz.
ƒ Não se considerar o “máximo”.
ƒ Colocar-se no lugar do outro.

31
Conheça agora a história Entre o céu e o inferno, transcrita a seguir, publicada na
Revista Você S/A, junho 2000, edição 24, ano 3.

"Certo dia, uma mulher de sucesso, diretora de


recursos humanos de uma grande empresa, é
tragicamente atropelada por um caminhão. Ela
morre e sua alma chega ao paraíso, onde se
encontra com São Pedro em carne e osso.

- Bem-vinda ao paraíso - diz o santo. - O problema é que não estamos seguros do


que fazer com você. É muito raro um diretor chegar aqui, sabia?

- Não tem problema, deixe-me entrar - respondeu a mulher.

- Bem, eu gostaria, mas tenho ordem do... Superior. Fazemos o seguinte: você
passa um dia no inferno e outro no paraíso e, então, escolhe onde passar a
eternidade.

- Então, já está decidido - ela discorrendo. - Prefiro ficar aqui mesmo no paraíso.

- Sinto muito, mas temos nossas regras - encerrou São Pedro já a caminhando ao
elevador.

Ela desceu, desceu e desceu até o inferno. Chegando lá, as portas se abriram e
ela deu de cara com um campo de golfe verdinho. Mais adiante havia um belo
clube. Ela encontrou os amigos e diretores que trabalharam com ela, todos em
traje de festa e muito felizes. Aliás, correram para cumprimentá-la e lembraram
dos bons tempos. Jogaram golfe, jantaram juntos num ótimo restaurante e se
divertiram contando piadas e dançando.

O diabo, surpreendentemente, mostrou ser um anfitrião de primeira classe. Era


elegante, charmoso, muito educado e divertido. A executiva se sentiu de tal
maneira bem que, antes que se desse conta, já estava na hora de ir embora. O
elevador, então, subiu, subiu, subiu e ela se viu novamente na porta do paraíso.
São Pedro estava na porta.

- Agora é hora de visitar o céu. Assim, nas 24 horas seguintes, a mulher se


divertiu, pulando de nuvem em nuvem, tocando harpa e cantando. Era tudo tão
bonito e tão sereno que, quando ela percebeu, as 24 horas haviam se passado e
São Pedro já estava ali para buscá-la.

- Então? Você passou um dia no inferno e outro no paraíso. Agora, você deve
escolher sua eternidade.

32
E ela não hesitou:

- Senhor, o paraíso é maravilhoso. Mas me senti bem melhor no inferno, com


meus amigos e aquela intensa vida social - disse ela.

São Pedro acompanhou-a até o elevador, que outra vez desceu, desceu...
Quando as portas do elevador se abriram, ela encontrou um deserto, um lugar
inóspito, sujo, cheio de desgraças e coisas ruins. Viu todos os amigos vestidos
com trapos, trabalhando como escravos, aguilhoados por diabos inferiores que
recolhiam as desgraças e as colocavam em bolsas pretas. O diabo aproximou- se
e conduziu a mulher pelo braço, com brutalidade...

- Não entendo - balbuciou ela. Ontem, eu estava aqui e havia um campo de golfe,
um clube. Comemos lagosta e caviar, dançamos e nos divertimos muito. Agora,
tudo o que existe é um deserto cheio de lixo e meus amigos parecem uns
miseráveis!

O diabo olhou para ela e sorriu.

- Ontem, estávamos te contratando. Hoje, você faz parte da equipe".

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Uma equipe pode ser definida como um conjunto ou grupo de pessoas envolvidas
numa mesma tarefa ou trabalho.

Agora você poderá responder as questões abaixo, baseando-se no conteúdo


estudado e posteriormente leia a resposta modelo.

1 - Para se obter um trabalho em equipe, que condições e aspectos deverão


ser considerados pelos integrantes do grupo?

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

33
2 - Quais as atitudes que você deverá tomar para fazer parte de uma equipe?

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

RESPOSTAS

1 - Conhecimento a respeito do trabalho; disponibilidade para ajudar os outros a


crescerem como seres humanos dentro de uma equipe coesa; respeito às
individualidades e valorização do que cada membro tem de melhor;
responsabilidade, participação e cooperação devem estar presentes nas relações
de um grupo; aceitar o outro como parceiro e não como adversário.

2 - Não menosprezar as pessoas; ser objetivo; ter humildade para procurar ajuda
quando necessário; não analisar os problemas só pelo seu ponto de vista;
esforçar-se para vencer; ter segurança no que faz; não se considerar o “máximo”;
colocar-se no lugar do outro.

34
Assunto 1.2 – O que é uma Equipe

Unidade 1.2.2 – Criatividade

O que nos sugere a palavra criatividade? Criar é apenas transformar o REAL OU


RECRIÁ-LO? Só o homem cria? Ser criativo é ser diferenciado?

TEORIA

Originalidade, novidade, transformação tecnológica e social, aventura, novos


caminhos, riqueza de soluções, poder de fantasia, talento, comunicação entre
pessoas e simplicidade.

Os criativos eram chamados de gênios, talentos, sábios, inventores e loucos.


Eles não se contentavam com o já existente, queriam mais, buscavam o inusitado.
Hoje, o termo criatividade vai se impondo e até entrando na moda. A
criatividade, mais do que uma perspicácia intelectual ou do que uma habilidade, é
uma atitude diante da vida e de qualquer situação e aspecto da vida.

Os animais produzem, às vezes, coisas admiráveis, mas não criam. Os ninhos das
andorinhas, os favos das abelhas, vêm se repetindo iguais, desde a época dos
faraós e dos césares.

As plantas e os minerais também não criam. A


natureza produz novas formas belas, fortes,
funcionais, sem o concurso de nada. Como
indivíduo, só o ser humano cria e, potencialmente,
todos os homens podem criar.

Um fator de considerável importância no processo de desenvolvimento da


criatividade é a bagagem de conhecimento que o indivíduo possui. Maior
quantidade de informação gera maior número de idéias, o que pode levar,
também, a um número maior de combinações.

As pessoas criativas estão, freqüentemente, olhando algo do passado que é


resultado do pensamento convergente. Pensando, divergentemente, nesse algo,
acabam encontrando novo uso para um objeto familiar. Olham o comum para
encontrar o estranho. Em vez de pensarem em antigas soluções, afastam-se
delas, dando o salto do inesperado para o inspirado.

35
REQUISITOS FUNDAMENTAIS PARA CRIAR

Para você se inspirar, criar e brilhar no mundo do trabalho, alguns requisitos e


antecedentes são fundamentais: desprenda-se, solte-se, libere-se. Veja as dicas
abaixo:

• Pessoas criativas sempre conseguem transformar os próprios limites em


vantagens.

• Perceber antes é fator vital ao desenvolvimento da criatividade, busca de


novas soluções e alternativas, gerador de motivação. Se você não percebe,
você não cria.

• A intuição é parceira valiosa da criatividade. Funciona, às vezes, como


bússola, orientando a busca de soluções no processo criativo. Quando a
pessoa abre seus canais e se torna receptiva, o processo criativo se
enriquece com as contribuições provenientes do processo intuitivo.

• Alguns homens vêem as coisas como são e dizem: "por quë?". Eu sonho
com as coisas que nunca vi e digo: "Por que não?"

• A equipe criativamente ideal é uma mistura de pessoas realistas e


sonhadoras, homens e mulheres, velhos e jovens, gente organizada e
gente indisciplinada, todos unidos pela motivação.

• Em criatividade, tudo é possível. Não há limites para nada. E se pretende


ser um juiz de sua criatividade, cuide apenas desse aspecto, que ela nunca
se confine nos limites da realidade. Uma definição clássica do termo pode
resumir essa idéia: Criatividade é sonhar o impossível. Depois vemos como
o colocamos em prática.

36
TEORIA

O ESPÍRITO DA CRIATIVIDADE

Veja com que beleza John Rhoades descreve o espírito da criatividade. Ele diz:

Quando desenvolvemos a criatividade, sentimos "falta" e necessidade de alguma


habilidade adicional que nos informe, com considerável grau de certeza, qual é a
melhor solução.

A INTUIÇÃO É UM CAMINHO SEGURO

A intuição é que nos mostra o caminho, dando reposta a essa necessidade. Falar
sobre intuição é sempre mais fácil do que entender exatamente o que ela significa.
Se você pergunta a dez pessoas que se dizem intuitivas como elas definiriam essa
característica, provavelmente obterá dez respostas diferentes.

37
Mas o que é intuição?

9 Um impulso que nos aconselha a agir desta ou daquela maneira e que não se
fundamenta em pressupostos rigorosamente lógicos.
9 Uma espécie de percepção súbita de que algo é assim, ou deve ser feito de
determinada forma, ou vai gerar tais efeitos.
9 Ato ou capacidade de pressentir; pressentimento.
9 Ato de ver, perceber, discernir; percepção clara e imediata; discernimento
instantâneo; visão.
9 Conhecimento imediato de um objeto, na plenitude de sua realidade, seja este
objeto de ordem material , ou espiritual.
9 Apreensão direta, imediata e atual de um objeto na sua realidade individual.

OS VARIOS NOMES DA INTUICAO

E para você, o que é intuição?

Assim, como possui inúmeras


definições, a intuição recebe
também vários nomes.Você já deve
ter ouvido alguém dizer que usou o
seu "feeling" para tomar determinada
decisão, ou colocou em ação seu
"sexto sentido", ou ainda teve um
"estalo" ou "insight", quando menos
esperava.

Seja qual for o nome que você der a essa habilidade, não a sufoque com
argumentos lógicos. Embora a intuição não tenha, é óbvio, de ir contra a lógica, na
verdade, a intuição anda de mãos dadas com a razão.

Sim, ela pode dispensar informações precisas, fatos claramente definidos,


estatísticas, pesquisas, mas, não dispensa nunca o ato de pensar.

Todos nós somos intuitivos, o problema é que nem todos sabem como deixar o
caminho livre para que a intuição flua naturalmente. Não há uma fórmula secreta,
cada pessoa tem a sua receita, o seu estilo, o seu ritual. Algumas gostam de se
isolar, outras de ficar no escuro, outras ainda de bater um papo descontraído com
os amigos.

38
EXERCÍCIO SOLO

O teste abaixo, desenvolvido pela psicóloga e consultora Bener Catanante, o


ajudará a descobrir se você é ou não uma pessoa intuitiva. Responda a todas as
perguntas. No final, some seus pontos e confira o resultado.

A. Freqüentemente
B. Ocasionalmente
C. Ainda Não

1. Sinto–me confortável e confiante, diante de situações imprevisíveis, mesmo


que não saiba como agir de imediato.

A B C

2. Prefiro confiar em meus sentimentos quando as informações sobre um


determinado assunto são confusas, distorcidas ou incompletas.
A B C

3. Identifico claramente a intenção de uma pessoa antes mesmo de ela começar


a falar.
A B C

4. Pressinto se meus planos vão dar certo ou não, antes mesmo de ter alguma
evidência a respeito.

A B C

5. Tenho o hábito de refletir sobre pensamentos e idéias que surgem, quando


estou numa ação rotineira, como redigir ou tomar banho.

A B C

6. Sinto-me melhor preparado, descobrindo como as coisas funcionam, na


prática, do que lendo bastante a respeito delas.

39
A B C
7. Minhas idéias costumam fluir livremente e em velocidade espantosa, como se
fossem flashes.
A B C

8. Surpreendo-me, falando com segurança e propriedade sobre coisas que eu


nunca havia pensado a respeito antes.
A B C

9. Reconheço as emoções e sensações físicas que se manifestam pela minha


intuição.
A B C

10. Encontro pessoas ou recebo telefonemas e notícias imediatamente após ter


pensado nelas.
A B C

11. Tenho sonhos esclarecedores em relação a situações já ocorridas ou que


ainda vão acontecer.
A B C

12.- Faço escolhas sem conseguir explicar claramente as razões.


A B C

Some seus pontos.

Para cada resposta A, some 5 pontos. Para cada resposta B, some 2 pontos. Para
cada resposta C, não some nada.

De 0 a 15 pontos – Você tem uma forte inclinação para analisar tudo, à luz da
razão. Para despertar sua intuição, reconsidere sempre outras crenças e pontos
de vista. Fique mais atento a você mesmo e arrisque, sem medo de errar.

De 16 a 35 pontos – Você tende a variar entre o estilo analítico-racional e o


intuitivo. É provável que confie em sua intuição, mas poderia se entregar mais aos
seus sentidos.

40
De 36 a 60 pontos – Você é uma pessoa intuitiva e se destaca, com facilidade,
entre aqueles com os quais convive. Provavelmente, já obteve bons resultados
decorrentes do uso da intuição. Continue assim.

EXERCÍCIO SOLO

A intuição não é um privilégio de algumas pessoas


apenas. Se você é daquelas que se dizem 100%
racionais, saiba que pode desenvolver seu lado
intuitivo, fazendo alguns exercícios bastante
simples.

Escreva, durante 15 minutos, tudo que surgir, em sua mente, sem censura. Faça
isso, com freqüência, para deixar seus pensamentos fluir naturalmente.

Desenhe ou pinte a situação ou o problema que está enfrentando.

Faça um trabalho artesanal com madeira, argila, parafina etc.

Medite: feche os olhos, relaxe o corpo, esqueça as preocupações e se ocupe


somente do impasse que deseja solucionar. Procure visualizar a situação
resolvida e perceber quais as suas sensações em relação a isso. Não se satisfaça
com as soluções óbvias e jamais menospreze as alternativas menos lógicas que
surgirem em sua mente.

41
Assunto 1.2 – O que é uma Equipe

Unidade 1.2.3 – Exercitando sua Criatividade

Dê-se a oportunidade para criar maneiras novas e surpreendentes de resolver


problemas, rompendo com formas habituais de encarar as coisas. Reserve um
espaço para sua criatividade, participando desta unidade, exercitando-a, através
de jogos práticos.

TEORIA

Analisando a letra desta interessante criação de Raul Seixas, observe o espírito


inquieto e provocador dos grandes criadores, que não se contentam com a
mesmice do cotidiano, buscando sempre o inusitado.

Prefiro ser essa metamorfose ambulante


Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor


Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor


Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...

É chato chegar a um objetivo num instante


Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor... etc.
Vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes

42
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada...
Do que ter aquela velha... "

Criatividade é a habilidade de combinar idéias de forma única ou de fazer


associações incomuns entre idéias.
Todos nós somos criativos e temos um potencial de criatividade. Precisamos,
apenas, descobri-lo e desenvolvê-lo.

Todo líder precisa, mais do que qualquer outra


pessoa, de criatividade. A criatividade permite-lhe
avaliar e compreender melhor os problemas,
enxergando determinadas questões que os outros
não conseguem ver.

A criatividade é extremamente importante, sendo seu valor mais relevante,


quando ajuda o líder a identificar todas as alternativas viáveis.

A maioria da população tem potencial criativo que pode ser usado, diante de uma
tomada de decisão. Para liberar este potencial, as pessoas precisam sair de suas
rotinas psicológicas, aprendendo a pensar sobre um mesmo problema, de formas
divergentes.

Não existem pessoas excepcionalmente criativas. Segundo estudos realizados,


acompanhando-se as vidas de 461 homens e mulheres, chegou-se à seguinte
conclusão:

ƒ menos de 1% - excepcionalmente criativos,


ƒ 10% - muito criativos,
ƒ cerca de 60% - apenas criativos.

Conclui-se, portanto, que a maioria das pessoas tem potencial criativo. Basta
saber liberá-lo. Logo, a criatividade individual deve ser estimulada. Ser criativo
é, em boa medida, revelar-se, por inteiro, livremente, oferecendo soluções
inusitadas, inéditas, às vezes alternativas, para o novo/velho que se apresenta.

43
“Se alguma vez realizei alguma descoberta valiosa,
isso terá sido graças à paciente atenção mais do
que a qualquer outro talento”.
Isaac Newton

JOGO SOLO

JOGO 1

Um pai deixa um terreno para seus quatro filhos, estipulando que cada um dos
quatro lotes deve ter, não só a mesma superfície, mas, também, a mesma forma.
Como o dividirão:

JOGO 2

Faça verdadeira esta falsa equação que maneja números romanos:


Você só pode mover um palito.

VI – II = II

44
JOGO 3

Cada um desses desafios forma uma frase bem conhecida e representa um objeto
ou uma palavra. Desvende-os:

A) L

B) MORTE VIDA

C) HISTÓRIA
HISTÓRIA
HISTÓRIA

D) CICLO
CICLO
CICLO

E) 0

F) VOCÊ

TUDO VOCÊ

45
G) A 10

Nó Nó

10 A

Respostas:

JOGO 1

JOGO 2

V – II = III
V – III = II

JOGO 3

A) Ler nas entrelinhas


B) Vida após a morte
C) A história se repete
D) Triciclo
E) 3 graus abaixo de zero
F) Acima de tudo você. Acima de você nada.
G) Há encantos e desencantos entre nós.

46
Assunto 1.3 – Trabalhar em Equipe

Unidade 1.3.1 – Tipos de Conflito

Nesta unidade, vamos estudar os tipos de conflito. Observe, nas histórias e


reflexões, como lidar bem com esses conflitos. É um desafio diário para a maioria
das pessoas.

TEORIA

Veja, abaixo, a história dos Cabritos Teimosos, para iniciar o assunto que vamos
estudar - Tipos de Conflitos.

“Os Cabritos Teimosos

Era uma vez dois cabritos da montanha que viviam por lados opostos de um vale,
no fundo do qual havia um rio.

Os moradores dali tinham improvisado uma ponte, colocando um tronco de árvore


de um lado a outro das margens altas e íngremes.

Os dois cabritos encontraram - se, no meio do tronco, porque cada um queria ir


para o outro lado. Mas era uma ponte estreita e não dava para os dois cruzarem
ao mesmo tempo. E nenhum deles queria ceder a vez.

Começaram a discutir, mas nenhum arredava do lugar. Das palavras, passaram à


ação e daí a pouco estavam brigando, até que, finalmente, os dois rolaram da
ponte e caíram lá embaixo, dentro d´água.”

Não teria sido muito mais simples se um dos cabritos tivesse sido um
pouco gentil, um deixando o outro passar?

REFLEXÕES

Quantas vezes, em nosso dia-a-dia, deparamo-nos com situações de conflito


semelhante? Como reagimos diante de cada uma delas?

Ocorre conflito sempre que houver desacordos, numa situação social, com relação
a questões importantes, ou sempre que um antagonismo emocional cria um atrito
entre pessoas ou grupos. Existem dois tipos de conflitos: substantivo e emocional.

47
EXEMPLO

Vejamos o seguinte diálogo entre os personagens A, B e C:

A - Precisamos definir uma escala de hora extra.


B - Acho que devemos alternar as pessoas para que todos tenham o mesmo
número de horas.
C - Não concordo! A meu ver cada um deve definir quando quer vir, e pronto.
B - Veja bem! Se deixarmos as pessoas tentarem definir espontaneamente,
poderemos ter sérios problemas.
C - Você não acredita que as pessoas possam discutir e resolver a situação?
B - Isso compete a nós, que somos responsáveis pelas equipes.
C - Você pensa pra dentro!
B - O que você quer dizer com isso?
C - Nada. Resolva como quiser!

Esse é um exemplo de conflito substantivo, pois representa um desacordo


fundamental em relação aos fins ou objetivos e aos meios para atingi-los. Quando
as pessoas trabalham juntas, diariamente, é mais do que natural que diferentes
pontos de vista surjam sobre diversas questões substantivas no local de trabalho.

Lidar bem com esses conflitos é um desafio diário para a maioria das pessoas que
compõem a equipe.

O Conflito emocional, envolve dificuldades interpessoais que surgem nos


sentimentos de raiva, desconfiança, antipatia, medo, ressentimento. Os conflitos
emocionais podem drenar as energias das pessoas e distraí-las de outras
prioridades importantes no trabalho. Podem surgir em vários tipos de cenários e
são comuns entre colegas de trabalho, bem como entre superior-subordinado.

TEORIA

NÍVEIS DE CONFLITO

Conflitos no nível intrapessoal

Entre os conflitos importantes que afetam o comportamento nas organizações


estão os que envolvem a pessoa isoladamente. Geralmente envolvem pressões
reais ou percebidas de objetivos ou expectativas incompatíveis dos seguintes
tipos:

Aproximação-aproximação - ocorre, quando uma pessoa precisa escolher entre


duas alternativas positivas e igualmente atraentes.

• Personagem A : Fui convidado pela empresa para fazer um curso fora do


país, com todas as despesas pagas.

48
• Personagem B: -Que legal! Não era o que você tanto desejava?
• Personagem A: -Sem dúvida! Só que coincide com o mês do meu
casamento e minha noiva não gostou nada da idéia. Disse que terei que
optar: ou o curso ou o casamento Amo muito minha noiva, mas sei que não
terei outra oportunidade como esta. Quero muito as duas coisas. O que
devo fazer?

Evitação-evitação - ocorre, quando uma pessoa precisa escolher entre duas


alternativas negativas e igualmente desagradáveis.

• Executivo A -Nossa empresa está com sérios problemas. Com isso,


teremos que decidir se iremos reduzir os salários dos funcionários ou se
dispensaremos 30% de nossa mão - de- obra.
• Executivo B - As duas situações são péssimas. Não vejo como ajudá-lo a
sair desse conflito.

Aproximação-evitação - ocorre, quando


uma pessoa precisa decidir a respeito de
fazer uma coisa que tem conseqüências
positivas e negativas.

Conflito no nível interpessoal

Ocorre entre duas ou mais pessoas que estão em


lados opostos; ele pode ter natureza substantiva,
emocional ou ambas.

49
Conflito no nível intergrupal

O conflito intergrupos é bastante comum e pode dificultar muito a coordenação e


integração das atividades. Pode ter fatores substantivos e/ou emocionais.

Imagine uma reunião entre áreas:

Equipe de Montagem – EM, Equipe de Assistência Técnica – EAT e Equipe de


Qualidade – EQ.

• EM falando para EAT - Sua equipe precisa dar melhor assistência às


máquinas. Nossos clientes estão reclamando muito.

• EAT - problema é que sua Equipe de Montagem não está trabalhando com
muita qualidade. Temos constatado que as peças não estão devidamente
colocadas, o que vem gerando defeitos.

• EQ - Discordo, pois nossa Equipe de Qualidade tem a preocupação de


checar todos os detalhes.

• EAT -Se problemas como esses estão acontecendo, não vejo razão para
que a Equipe de Qualidade ainda exista nesta Empresa.
• Ver tamanho da animação para compor a página.

TIPOS DE CONFLITO

Nas organizações, o conflito pode ser estressante tanto para as pessoas


diretamente envolvidas como para as outras que o observam ou são afetadas por
ele. Entretanto, reconhecemos dois lados do conflito: o construtivo e o
destrutivo.

O conflito construtivo acarreta benefícios para as


pessoas, para o grupo e para a organização.
Oferece aos envolvidos uma chance de identificar
problemas e oportunidades que seriam
negligenciados, se ele não ocorresse. Como
conseqüência, a criatividade e o desempenho
podem melhorar.

O conflito destrutivo age, prejudicando a pessoa, o grupo ou a organização.


Ocorre, por exemplo, quando dois funcionários não conseguem trabalhar juntos
por causa da hostilidade interpessoal (conflito emocional destrutivo). Conflito
como este pode reduzir a produtividade e a satisfação no trabalho, contribuindo,
assim, para aumentar as faltas e a rotatividade no emprego. Devemos ficar

50
atentos aos conflitos destrutivos e prontos para tomar medidas rápidas para
preveni-los ou eliminá-los ou, pelo menos, minimizar seus efeitos prejudiciais.

REFLEXÕES

Leia a matéria da Revista Você S/A - Como abordar seus colegas sem ser um
chato, de Letícia Colombini, edição de outubro/99, e faça suas reflexões.

COMO ABORDAR SEUS COLEGAS SEM SER UM CHATO

É chato interromper os outros, não é? É, sem dúvida, mas a gente é obrigada por
dever de ofício a fazer isso a toda hora. E ser interrompido, então? Chato,
chatíssimo. Mas não há como evitar. Isso faz parte das regras do jogo - no caso,
da natureza do trabalho.

Quantas vezes por dia você pede licença para consultar outro membro da equipe,
pedir orientação do chefe ou a opinião do jovem talentoso? Dezenas, certo? Não
tem jeito de ser diferente.

Mas, justamente por ser tão corriqueiro, deveria ser algo que as pessoas fazem
com naturalidade e bom senso. Em muitos casos, no entanto, não é. Há pessoas
que absolutamente nem desconfiam do que devem fazer para abordar os colegas
sem ser inconvenientes.

Você conhece o tipo: lá está você ao telefone, resolvendo um negócio complicado.


Ele chega. Primeiro planta-se do lado, sem dizer nada. Fica olhando fixamente
para você, com aquela expressão de não-se-apresse-que-eu-espero. Você faz um
sinal dizendo que vai demorar. Ele não se move. É capaz de ficar dias ali,
incômodo como uma dúzia de pernilongos.

Horas mais tarde, você está conversando com um colega - é assunto sério - e ele
surge de novo. Chega de mansinho, com um falso olhar de intruso arrependido.
Vocês param de conversar, já absolutamente irritados. Ele finge que não percebe.
Sorri amarelo e diz "eu precisava muuuuito falar com você".

É mentira. Interrompeu só para ser chato. O assunto que ele traz é absolutamente
idiota, e poderia muito bem ficar para mais tarde ou nunca mais. Reconheceu a
peça? Pior: identificou-se? Pois, para você nunca mais fazer algo parecido, aqui
vão as sugestões da consultora Bene Catanante, sócia da empresa Com Ciência,
Comunicação e Desenvolvimento Pessoal, de São Paulo.

1 - Jamais entre na sala de um colega sem bater na porta e pedir licença. Se


ele tiver secretária ou assistente, consulte-a primeiro. Caso ele esteja
minimamente ocupado, já se prepare para sair e voltar mais tarde. Só fique se ele
pedir para ficar. Se não houver salas no escritório, aproxime-se aos poucos da

51
mesa do colega, faça um sinal de que quer falar com ele. Se não houver
receptividade, suma.

2 - Se o terreno estiver livre, avance com cautela. Pergunte se o colega está


ocupado ou se tem alguns minutos para conversar sobre o tal assunto. Dessa
forma, você estará respeitando o tempo do outro e mostrando que é uma pessoa
compreensiva.

3 - Se o assunto for real e desesperadamente urgente e o outro não puder


falar, apele para a Internet. Mande um e-mail. Na mensagem, vá direto ao
assunto. Seja objetivo, direto e rápido. "Use o e-mail com muito critério", diz Bene
Catanante.

4 - Se não tiver e-mail, tente um telefonema, também rápido e direto. Caso a


assistente atenda, informe qual é o assunto que você quer tratar e explique por
que precisa de uma resposta urgente.

5 - Por último: cuidado para não ser atingido pela síndrome do cliente
interno. Trata-se daquela pessoa que está sempre achando que tem mais direitos
sobre os outros. Acredita que o seu problema é sempre mais urgente e que se
sente livre para entrar e sair à vontade. "Utilizamos essa definição porque a
pessoa sempre se considera a mais importante e nunca se põe no lugar do outro,
daquele que também precisa dar uma contribuição", afirma Bene.

52
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Agora que você já conhece os níveis de conflito interpessoal, faça a associação


correta, marcando o numero correspondente nos espaços vazios.

(1) Aproximação-aproximação
(2) Evitação-evitação
(3) Aproximação-evitação
(4) Conflito no nível interpessoal
(5) Conflito no nível intergrupal

( ) Ocorre, quando uma pessoa precisa escolher entre duas alternativas negativas
e igualmente desagradáveis.

( ) Ocorre, quando uma pessoa precisa escolher entre duas alternativas positivas
e igualmente atraentes.

( ) Ocorre, quando uma pessoa precisa decidir a respeito de fazer uma coisa que
tem conseqüências positivas e negativas.

( ) Ocorre entre duas ou mais pessoas, que estão em lados opostos; ele pode ter
natureza substantiva, emocional ou ambas.

( ) É bastante comum e pode dificultar muito a coordenação e integração das


atividades. Pode ter fatores substantivos e/ou emocionais.

Gabarito: 2, 1, 3, 4, 5

53
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Responda as questões abaixo e, posteriormente, veja a resposta modelo:

1 - Como ocorre o conflito construtivo?

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

2 - Como ocorre o conflito destrutivo?

__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________

Respostas:

1 - Oferece aos envolvidos uma chance de identificar problemas e oportunidades


que seriam negligenciados, se ele não ocorresse. Como conseqüência, a
criatividade e o desempenho podem melhorar.

2 - Age, prejudicando a pessoa, o grupo ou a organização. Ocorre, por exemplo,


quando dois funcionários não conseguem trabalhar juntos, por causa da
hostilidade interpessoal (conflito emocional destrutivo). Pode reduzir a
produtividade e a satisfação no trabalho, contribuindo, assim, para aumentar as
faltas e a rotatividade no emprego.

54
Assunto 1.3 – Trabalhar em Equipe

Unidade 1.3.2 – Administração de Conflito

Nesta unidade, você vai estudar algumas técnicas sobre a administração de


conflito conhecidas como: perde-perde, ganha-perde, ganha-ganha. Veja como o
assunto é interessante.

A verdadeira solução do conflito só pode


ocorrer, quando forem identificadas as razões
básicas emocionais e substantivas, resultando
numa solução que permita que as duas partes
conflitantes sejam "vencedoras".

Em vez de tentar negar a existência do conflito ou de definir uma solução


temporária, é sempre melhor lidar com conflitos destrutivos importantes,
garantindo que estejam totalmente resolvidos. É necessário que as partes
conflitantes ventilem suas frustrações e reconheçam que são mutuamente
dependentes umas das outras.

CONFLITO PERDE - PERDE

No conflito perde-perde, ninguém consegue, realmente, o que quer.

A conciliação ocorre, na administração


do conflito, quando cada uma das
partes cede algo de valor para a outra
parte. Como resultado, nenhuma parte
consegue tudo que quer, e as
condições antecedentes para futuros
conflitos são estabelecidas.

Apesar de o conflito parecer temporariamente resolvido por meio da conciliação,


ele pode reaparecer no futuro.

55
EXEMPLO

Observe no diálogo seguinte, exemplo de um conflito perde - perde.

- Nosso chefe pediu para decidirmos sobre nossas férias. Marcamos para o
mesmo período e com a licença médica de Paula, não poderemos nos
ausentar juntos.

- Gostaria de deixar claro que já fiz as reservas de passagens e hotel.

- Mas eu também já tinha planejado tudo para o mês de julho. Só que


precisamos encontrar uma solução para o problema.

- Sinto muito. Não vejo opção.

- Como não vê opção? Você não tem filhos, pode tirar em outro mês. Eu
preciso tirar férias junto com as férias escolares dos meus filhos.

- Então, saia em dezembro ou janeiro. Não vou ceder.

- Se é assim, acho que não tiraremos as benditas férias, pois eu, também, não
vou abrir mão das minhas.

- Tudo bem. Ninguém tira férias.

TEORIA

CAUSAS DOS CONFLITOS PERDE-PERDE

Os conflitos perde-perde ocorrem, geralmente, quando, na sua administração, são


utilizados a evitação, a acomodação e/ou o compromisso.

• Evitação – é uma forma extrema de falta de atenção, onde todos os


envolvidos fingem que o conflito não existe realmente e esperam que ele
simplesmente desapareça.

• Acomodação e/ou compromisso – envolve diminuir as diferenças entre


as partes conflitantes e destacar as semelhanças e áreas de concordância.
Apesar de a acomodação promover a coexistência pacífica por meio do
reconhecimento dos interesses comuns na meta, ignora a verdadeira
essência de um determinado conflito e geralmente rende maiores níveis de
frustração e ressentimento.

56
CONFLITO GANHA - PERDE

Uma das partes consegue o que quer às custas e exclusão dos desejos da outra
parte.

As estratégias ganha-perde não consideram as causas básicas do conflito e


tendem a suprimir a vontade de pelo menos uma das partes conflitantes. Como
resultado, provavelmente vão ocorrer futuros conflitos sobre os mesmos assuntos.

EXEMPLO

Observe no diálogo seguinte, exemplo de um conflito ganha - perde.

- Nosso chefe pediu para decidirmos sobre nossas férias. Marcamos para o
mesmo período e com a licença médica de Paula, não poderemos nos
ausentar juntos.

- Ricardo, sinto muito, mas não será possível mudar meu período de férias,
pois já reservei antecipadamente o hotel e paguei as passagens.

- Tudo bem, Marcos, vejo que sobrou para mim. Pensei que pudesse contar
com você.

TEORIA

Os conflitos do tipo ganha-perde podem resultar de uma competição direta. Numa


competição, a vitória é atingida pela força, maior habilidade ou dominação.
Também, pode ocorrer em conseqüência do comando autoritário onde autoridade
formal simplesmente dita uma solução e especifica o que cada um ganha ou
perde.

CONFLITO GANHA-GANHA

O conflito ganha-ganha é resultado da análise das verdadeiras questões e do uso


da solução de problemas para reconciliar diferenças.

As condições ganha-ganha eliminam os motivos para continuação ou


ressurgimento do conflito, pois não há questões evitadas ou deixadas de lado.
Todos os temas importantes foram levantados e abertamente discutidos.

57
EXEMPLO

Observe no diálogo seguinte, exemplo de um conflito ganha - ganha.

- Nosso chefe pediu para decidirmos sobre nossas férias. Marcamos


para o mesmo período e com a licença médica de Paula, não poderemos
nos ausentar juntos.

- Pôxa! Já tinha reservado o hotel e pago as passagens. Você pensou


numa maneira de resolvermos este problema?

- Bem, talvez pudéssemos dividir o mês, para que um se afaste nos l5


primeiros dias e o outro nos l5 dias restantes.

- Tudo bem. Tentarei alterar a reserva do hotel e passagens, pois neste


caso, nenhum de nós ficará penalizado pelo fato.

TEORIA

No conflito ganha-ganha, a colaboração envolve um reconhecimento, por todas


as partes conflitantes, de que alguma coisa está errada e que exige atenção. A
solução do problema destaca a coleta e avaliação de informações para solucionar
as disputas e fazer escolhas. O teste fundamental da solução ganha-ganha é se
as partes em conflito acreditam ou não que:

O paradoxo da administração de conflitos é que as pessoas muito cooperativas e


assertivas têm mais probabilidade de estarem envolvidas em soluções ganha-
ganha. Pessoas não-cooperativas e não-assertivas provavelmente vão se engajar
em evitação, ao passo que aquelas que prezam a cooperação, mas não são
assertivas, geralmente, preferem a acomodação para sair do conflito. As pessoas
assertivas que dão pouca ênfase à cooperação têm mais probabilidade de optar
pela competição. Na maioria das condições organizacionais, mais auto-
assertividade e uma maior ênfase na cooperação podem resultar na solução do
problema.

58
REFLEXÕES

Leia a matéria da Revista Você S/A - Como compartilhar o cubículo e manter


sua privacidade intacta, de Letícia Colombini, e faça suas reflexões.

COMO COMPARTILHAR O CUBÍCULO E MANTER SUA PRIVACIDADE


INTACTA

É quase unanimidade que o novo ambiente de trabalho, mais moderno e sem


paredes, faz bem às empresas e às pessoas. Afinal, a progressiva abolição de
salas serve para diluir a rigidez hierárquica, incentiva a discussão em grupo e o
trabalho em equipe, ajuda a partilhar informações e por aí afora.
Em compensação, trabalhar num escritório aberto, com divisórias de 1,40 metro
de altura e quatro ou cinco colegas à sua volta - a menos de 5 metros de distância
da sua cadeira - faz com que sua privacidade vá por água abaixo. Qualquer
movimento, gesto ou palavra fora de hora pode virar assunto público num piscar
de olhos.
E, já que as chances de os escritórios voltarem a ter paredes são remotas, a única
saída é adaptar-se a um estilo de vida com espaços individuais cada vez menores.
Eis alguns conselhos extraídos de um recente artigo publicado no jornal
americano USA Today.

Saia da cachoeira
Quando você conversa com seus colegas ou está ao telefone, costuma falar alto
como se estivesse debaixo de uma cachoeira, berrando para ser ouvido? Cuidado:
um tom de voz acima do normal atrapalha - e muito - os colegas ao redor. Abaixe
o volume.

Modere o palavreado chulo


Uma das situações mais desagradáveis no escritório é ser obrigado a ouvir seu
colega de baia usar e abusar dos palavrões e das obscenidades. Se você estiver
ao telefone com um cliente, o que ele vai pensar? Esse tipo de vocabulário às
vezes é utilizado no boteco ou no estádio de futebol - mas nunca num ambiente de
trabalho.

Respeite para ser respeitado


Muitas vezes é inevitável ouvir as conversas pessoais de seu colega de cubículo.
Mas isso não justifica comentar, questionar ou dar parecer no que ele acabou de
dizer. Disfarce.

Seja breve
Trate de limitar suas conversas pessoais ao mínimo indispensável. Afinal,
ninguém é obrigado a escutar um discurso de meia hora sobre aquele seu
problema de joanete ou uma discussão acalorada com sua ex-mulher sobre a
pensão dos pimpolhos.

59
Ligue o radar
Antes de invadir o espaço de alguém, descubra se aquele é um bom momento.
Você gostaria de dar de cara com alguém justo na hora em que acabou de perder
um grande contrato ou depois de uma desavença com seu chefe?

Fareje o ambiente
Metade daquele sanduíche cheio de molho, cebola e maionese que você devorou
na hora do almoço está em pleno processo de deterioração na cesta de lixo? Você
costuma caprichar no perfume francês ou na loção pós-barba? Seu cinzeiro vive
cheio de bitucas de cigarro? Coloque-se no lugar do seu vizinho...

Tem lugar para tudo!


Sua baia não é extensão do toalete. Portanto, nada de pentear os cabelos, retocar
a maquilagem, lixar as unhas, passar fio dental, usar spray para garganta, essas
coisas.

Não obrigue a pessoa a parar tudo o que está fazendo para atender você
Trabalhar em cubículos faz com que as pessoas sejam obrigadas a entrar numa
sintonia fina. Quando alguém está concentrado ou em pleno deadline para a
entrega de um projeto, não interrompa. Deixe um bilhete em sua mesa dizendo
"Preciso falar com você".

60
Assunto 1.3 – Trabalhar em Equipe

Unidade 1.3.3 – Negociação

Esta unidade aborda informações sobre o processo de negociação. Às vezes, no


momento de tomar decisões conjuntas, as partes envolvidas têm preferências
diferentes. E aí, como resolver esse impasse? Vamos lá?

TEORIA

Leia, agora, um texto de Malba Tahan, do seu livro O Homem que Calculava,
ilustrativo do assunto que estamos estudando.

A AVENTURA DOS 35 CAMELOS

"Poucas horas havia que viajávamos sem interrupção, quando nos ocorreu uma
aventura digna de registro, na qual meu companheiro Beremiz, com grande
talento, pôs em prática as suas habilidades de exímio algebrista".

Encontramos, perto de um antigo caravançará meio abandonado, três homens


que discutiam acaloradamente ao pé de um lote de camelos.Por entre pragas e
impropérios gritavam possessos, furiosos:

- Não pode ser!


- Isto é um roubo!
- Não aceito!

O inteligente Beremiz procurou informar-se do que se tratava.

- Somos irmãos - esclareceu o mais velho - e recebemos, como herança, esses 35


camelos. Segundo a vontade expressa do meu pai, devo receber a metade, o meu
irmão Hamed Namir uma terça parte e ao Harim, o mais moço, deve tocar apenas
a nona parte.

Não sabemos, porém, como dividir dessa forma 35 camelos e a cada partilha
proposta segue-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 53 é 17 e meio.
Como fazer a partilha se a terça parte e a nona parte de 35 não são exatas?

61
- É muito simples - atalhou o Homem que Calculava.

- Encarrego-me de fazer, com justiça, essa divisão,


se permitirem que eu junte aos 35 camelos da
herança este belo animal que, em boa hora, aqui
trouxe!

Neste ponto, procurei intervir na questão: - Não posso consentir em semelhante


loucura! Como poderíamos concluir a viagem, se ficássemos sem camelos?

- Não te preocupes com o resultado, ó bagdali! - replicou-me em voz baixa


Beremiz.

- Sei muito bem o que estou fazendo. Cede-me o teu camelo e verá no fim a que
conclusão quero chegar.

Tal foi o tom de segurança com que ele falou, que não tive dúvida em entregar-lhe
o meu belo jamal que, imediatamente, foi reunido aos 35 ali presentes, para serem
repartidos pelos herdeiros.

- Vou, meus amigos - disse ele, dirigindo-se aos três irmãos - fazer a divisão justa
e exata dos camelos que são agora, como vêem, em número de 36.

E, voltando-se para o mais velho dos irmãos, assim falou: - Deverias receber, meu
amigo, a metade de 35, isto é 17 e meio. Receberás a metade de 36 e, portanto,
18. Nada tens a reclamar, pois é claro que saíste lucrando com esta divisão!

E, dirigindo-se ao segundo herdeiro, continuou:

- E tu, Hamed Namir, deverias receber um terço de 35, isto é, 11 e pouco. Vais
receber um terço de 36, isto é 12. Não poderás protestar, pois tu também saíste
com visível lucro na transação.

E disse, por fim, ao mais moço:

- E tu, jovem Harim Namir, segundo a


vontade de teu pai, deverias receber
uma nona parte de 35, isto é, 3 e
tanto. Vais receber uma nona parte
de 36, isto é, 4. O teu lucro foi
igualmente notável. Só tens a
agradecer-me pelo resultado!

62
E concluiu com a maior segurança e serenidade:

- Pela vantajosa divisão feita entre os irmãos Namir - partilha em que os três
saíram lucrando - coube 18 camelos ao primeiro, 12 ao segundo e 4 ao terceiro, o
que dá o resultado (18+12+4) de 34 camelos. Dos 36 camelos, sobraram,
portanto, dois. Um pertence, como sabem, ao bagdali, meu amigo e companheiro,
outro toca por direito a mim, por ter resolvido, a contento de todos, o complicado
problema da herança!.

- Sois inteligente, ó Estrangeiro! - exclamou o mais velho dos três irmãos.

- Aceitamos a vossa partilha na certeza de que foi feita com justiça e eqüidade!

E o astucioso Beremiz - o Homem que Calculava - tomou logo posse de um dos


mais belos "jamales" do grupo e disse-me, entregando-me pela rédea o animal
que me pertencia:

- Poderás agora, meu amigo, continuar a viagem no teu camelo manso e seguro!
Tenho outro, especialmente para mim!

E continuamos nossa jornada para Bagdá.

COMENTÁRIOS

Como você pôde observar na história, desavença, conflitos, objetivos comuns,


argumentação, superação de objeções, concessão, conciliação de interesses,
acordo, obtenção de bons resultados são aspectos do chamado processo de
negociação, essenciais ao trabalho em equipe.

É inegável a presença de situações de negociação


no nosso cotidiano. No dia-a-dia com a família, com
os amigos e vizinhos, nas diferentes relações
estabelecidas na vida em comunidade, nas
organizações, estamos sempre nos comunicando
com outras pessoas, debatendo a respeito de
assuntos de interesse comum, discutindo idéias -
concordando, questionando, discordando -
apresentando e recebendo propostas. Estamos,
enfim, negociando.

63
TEORIA

Que é efetivamente uma negociação?

Negociação é o processo de tomar decisões conjuntas, quando as partes


envolvidas têm preferências diferentes. É especialmente importante no atual
ambiente de trabalho, onde mais pessoas estão recebendo a oportunidade de se
envolver em decisões que afetam a elas mesmas e ao seu trabalho.

A tática de negociação produtiva pressupõe equilíbrio emocional para iniciar o


diálogo destinado a explorar as condições, obstáculos e alternativas de solução de
conflito.

Algumas condições deverão ser observadas, quando pessoas em conflito


adotam a tática de negociação. A primeira delas é a motivação positiva de ambas
as partes; se uma das partes não deseja tanto quanto a outra resolver o conflito,
há o risco da negociação não obter êxito. Outra condição é a comunicação
aberta; se as partes envolvidas usam de subterfúgios, mensagens duplas, a
negociação é prejudicada e não se completa.

O processo de negociação leva à compreensão


compartilhada da situação e das alternativas de
ação, quando cada um já conhece a versão e os
fatos do outro é que se pode iniciar a apresentação
das propostas de reformulação da situação, através
da discussão das alternativas convenientes e
aceitáveis para ambos.

O resultado de uma negociação vai depender da capacidade de argumentar dos


interlocutores. Isso implica a abertura de cada um para ouvir e ceder quando as
razões apresentadas pelo parceiro são mais fortes e bem fundamentadas. Implica
também a necessidade de eliminar preconceitos, isto é, opiniões formadas
antecipadamente.

Durante uma negociação, todos os comportamentos são importantes pelo impacto


real e pelas impressões deixadas para trás.

As bases comportamentais relacionadas abaixo devem ser cuidadosamente


consideradas e incluídas em qualquer repertório de habilidades e capacidades de
um negociador.

• Separar a pessoa do problema para evitar que aspectos emocionais afetem a


negociação.

• Colocar o foco em interesses mais do que em posições.

64
• Evitar fazer julgamentos prematuros e manter as alternativas separadas da
avaliação.

• Julgar os acordos possíveis segundo uma série objetiva de critérios ou


padrões.

TEORIA

SITUAÇÕES EM QUE OCORRE NEGOCIAÇÃO

9 Ocorre negociação, quando duas ou mais pessoas com diferentes preferências


precisam tomar decisões conjuntas.

9 Ocorre negociação eficaz, quando as questões substantivas são resolvidas e


as relações humanas são mantidas, ou até mesmo melhoradas, no processo.

9 Negociar exclusivamente idéias é fundamental.

9 Buscar um diálogo competente é imprescindível.

9 Negociar é verbo para ser conjugado na 1ª pessoa do plural – o pronome “eu”


é, seguramente, um termo proibido, quando se fala em equipe e na prática de
negociação.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

1. É no diálogo que reside, basicamente, o segredo de uma negociação.


Essa afirmação é:

( ) verdadeira ( ) falsa

2. Leia com atenção este diálogo:

- Está claro, então de que forma o trabalho tem de ser realizado?

- Mas, doutor José, a equipe já apontou algumas falhas nesse processo...

- Eu sei o que estou dizendo. Vai ser assim e ponto final.

Na sua opinião, o doutor José é um bom negociador?

( ) sim ( ) não

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Por que?

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3. As situações a seguir apresentam algum aspecto que podem criar


obstáculos a uma boa negociação. Em cada caso registre esses aspectos.

Situação A:

- Sérgio, pensei numa outra maneira de organizar o depósito. Minha idéia é ...

- Seja bem objetivo, por favor. Nada de detalhes, pois meu tempo é curto.

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Situação B:

Eu sou o gerente deste supermercado e afirmo que não vou recebê-lo! Não quero
nem conhecer sua opinião! Afinal, o que pode saber o presidente de uma
associação de moradores sobre o funcionamento de supermercados?

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4. Analise a situação a seguir:

- Realmente foi uma grande perda de tempo. Conversar com esse novo chefe
sobre creche, nunca mais ...

- Não diga isso, Helena! Ele é recém-chegado na empresa e provavelmente ainda


não a conhece direito. Vamos pelo menos tentar fazer com que ele entenda a
importância da creche para todos nós.

A atitude de Helena pode favorecer ou prejudicar a negociação relativa à creche?


Justifique.

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Respostas

Exercício 1: Se você respondeu “verdadeira” muito bem! Sem diálogo, sem


conversação não há negociação. Somente através do diálogo podemos
encaminhar nossas metas, apresentando os argumentos e aceitando sugestões,
que podem aprimorar nossa idéia. Quanto mais conseqüente o diálogo, melhor o
resultado da negociação.

Exercício 2: Não - O doutor José não deve ser considerado um bom negociador,
uma vez que ao assumir uma postura típica daqueles que pensam ser “donos da
verdade”, ele demonstra não estar disposto ao diálogo e à busca de uma solução
que se mostre interessante para todos, em especial para a organização.

Exercício 3:

Situação A - “O obstáculo que essa situação cria para uma boa negociação é a
falta de diálogo. Sérgio não está sabendo ouvir o colega. Mas não no sentido
físico de escutar e, sim, no sentido de procurar realmente compreender o que ele
pensa - suas idéias e sugestões.”

67
Situação B - “Já nesse caso o obstáculo é a não-aceitação de novas idéias. Esse
gerente mostra-se bastante intransigente, não abrindo espaço para a negociação.
Agindo assim, ele deixa de receber as sugestões surgidas a partir de outro ângulo
de análise - a feita pelos usuários - que muito poderia contribuir para a melhoria
dos serviços prestados pelo supermercado”

Exercício 4:

“A atitude de Helena pode prejudicar a negociação relativa à creche. Este tipo de


comportamento mostra que ela está com dificuldade de lidar com uma situação
nova, gerada pela mudança na estrutura da organização em que trabalha. Nesses
casos, é preciso reagir é necessário ultrapassar o desconforto do primeiro
momento e reiniciar as negociações com base nas idéias, nas propostas em que
acreditamos.”

68
Assunto 1.3 – Trabalhar em Equipe

Unidade 1.3.4 – Autodesenvolvimento e crescimento pessoal

Nesta unidade vamos abordar algumas questões que envolvem o


autodesenvolvimento e crescimento profissional. Checando sua aprendizagem,
faça, também, os testes propostos. Boa sorte!

TEORIA

As transformações ocorridas na sociedade, provocadas pelo desenvolvimento


tecnológico, científico e o avanço do conhecimento em várias áreas, levam-nos a
um movimento em direção ao desenvolvimento das pessoas. Desde o ensino
acadêmico, onde se busca um novo pensamento, uma nova atitude exigida para e
por professores, alunos e sociedade, até o sistema público, que, com todas as
suas dificuldades e contradições, também vem alterando a sua forma de atuação.

A estrutura da sociedade moderna baseia-se no conhecimento, no capital


humano. Seu produto é fruto do poder criativo da mente humana. É resultado da
imaginação, talento e trabalho de pessoas que ignoram o impossível e ousam
enxergar além do horizonte.

Essas questões devem nos


conscientizar de que esta realidade
exige novas formas de pensar, com
novos enfoques; precisamos
acompanhar esse sistema através
das mudanças de paradigmas, de
saber de nossas competências
básicas e de ampliar o conhecimento.

69
O homem precisa dedicar-se ao aprender: indo à escola, construindo
conhecimento com a profissão, através de uma interação com as pessoas e
ambientes. Conhecer as próprias potencialidades, qualidades e defeitos, resgatar
os sentidos desgastados por conceitos educacionais superados, desenvolver a
imaginação e a intuição, e ainda agir com a emoção - são informações
importantes que cada um deve ter para que seu relacionamento interpessoal seja
produtivo.

Para aprender, o ser humano precisa de alguns ingredientes:

- diante do futuro, das modificações constantes da sociedade; buscar o


conhecimento para administrar o medo surgido com o novo;

- deve fazer parte do novo homem. As tarefas diárias devem ser cumpridas com
paixão, com desejo. Nosso bem - estar passa, necessariamente, pelo prazer que
sentimos com o que fazemos. Afinal, é no trabalho que despendemos a maior
parte de nossas vidas.

Teste agora o seu desempenho

Como está sua excelência profissional? Este é o título de um teste publicado na


Revista VOCÊ S/A, de março/2001, que transcrevemos a seguir.

A diretora de” executive search” da Ativa, Nydia Rocha, elaborou um teste para
ajudá-lo a perceber suas habilidades e se você está próximo ou distante de
encontrar o equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal. Assinale as
alternativas que mais têm a ver com o seu momento atual:

A Estou satisfeito com a forma como venho equilibrando meus compromissos


pessoais e profissionais.

B Às vezes, sinto que não tenho tempo para mim mesmo.

C Estou sempre atrasado, com mais compromissos profissionais do que posso


cumprir e sem muito tempo para compromissos pessoais.

70
A Estou atualizado com as transformações e mudanças pelas quais o mundo está
passando, inclusive as tecnológicas.

B Demoro um pouco para assimilar mudanças e utilizo a tecnologia básica para o


meu dia-a-dia.

C Não acompanho as mudanças que estão acontecendo no mundo e não domino


as ferramentas tecnológicas básicas, disponíveis no meu dia-a-dia.

A Tenho um foco em saúde. Alimento-me bem e pratico exercícios


freqüentemente.

B Pratico exercícios físicos regularmente, mas preciso cuidar melhor da minha


alimentação.

C Não pratico exercícios físicos e minha alimentação está longe do padrão


saudável!

A Tenho uma agenda organizada e administro bem as atividades do meu dia-a-


dia.

B Às vezes, deixo de anotar alguns compromissos na minha agenda e isso gera


transtornos.

C Marco os compromissos e confio na memória. Às vezes, esqueço alguns ou


chego muito atrasado.

A Quando algumas coisas não estão indo bem na minha vida, não deixo para
depois: faço o que for possível e necessário para mudá-las.

B Às vezes, as coisas não estão indo muito bem na minha vida, então costumo
deixar que o tempo cuide de resolvê-las para mim.

C Se as coisas não vão bem na minha vida, eu reclamo.

71
A Conheço meus limites, inclusive os físicos e tenho consciência da hora de parar
algo.

B Às vezes, não tenho clara a hora de parar. Extrapolo meus limites.

C Hora de parar? Limites? O que é isso?

A Valorizo e tenho uma boa qualidade de vida.

B Qualidade de vida? Tenho um bom discurso sobre isso, mas confesso que na
prática ainda preciso melhorar.

C Qualidade de vida para mim é conseguir tirar minhas férias anuais sem receber
telefonemas do chefe ou ter de dar um pulinho na empresa durante esse
descanso.

A Sou o responsável pela minha carreira.

B Espero que a empresa contribua para que a minha carreira se desenvolva.

C A empresa tem a obrigação de oferecer um bom plano de carreira para mim.

A Tenho uma rede de pessoas que facilitam meu trabalho no dia-a-dia.

B Tenho amigos e colegas de trabalho, e procuro não misturá-los.

C Meus amigos não ligam mais no dia do meu aniversário. Aliás, eles nem sabem
o dia do meu aniversário.

A Conheço pessoas e cuido bem dos contatos que tenho.

B Conheço pessoas e sei que preciso cuidar melhor dos contatos que tenho.

C Conheço pessoas, mas sempre que as encontro não recordo muito bem o
nome delas.

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A No trabalho, sempre sou convidado para estar envolvido em novos projetos.

B Às vezes, cogitam o meu nome para estar em um grupo de trabalho.

C Não entendo por que as pessoas sempre formam equipes para implantação de
novos projetos. É uma perda de tempo.

A Tenho participação ativa em projetos na minha comunidade.

B Tenho consciência da necessidade de participar de projetos sociais, mas ainda


não encontrei tempo para isso.

C Projetos sociais para mim são de responsabilidade do governo ou de grandes


empresas.

A Expresso minhas idéias claramente. As pessoas gostam de me ouvir.

B Tenho dificuldades para expressar minhas idéias.

C As pessoas não me escutam.

RESULTADO DO TESTE. Como está sua excelência profissional?

Some o número de respostas A, B e C e os pontos para cada resposta, sendo A =


5 pontos, B = 3 pontos e C = 1 ponto.

·Entre 65 e 52 pontos

Parabéns. Você tem cuidado muito bem da sua excelência profissional e pessoal.
É uma pessoa atualizada com as transformações do mundo moderno, que
administra suas atividades e conhece seus próprios limites. Você sabe o valor dos
relacionamentos e de manter uma atitude proativa. Você cuida da sua qualidade
de vida e da sua carreira. Continue assim, esse é o caminho para a excelência
profissional.

·Entre 51 e 27 pontos

Cuidado! Você, às vezes, está quase chegando lá, mas por pequenas coisas
ainda não consegue fazer a diferença. Faça uma revisão do que você precisa
mudar na sua vida profissional e pessoal e tenha disciplina. Você tem consciência

73
das coisas que precisam ser feitas, mas falta ação. Essas ações, feitas em locais
estratégicos, podem fazer grandes diferenças.

·Entre 26 e 13 pontos

Perigo! Você está se enganando, não? Suas atitudes atuais não irão levar você
aonde você quer chegar. E o pior: você sempre vai achar que os outros é quem
são os culpados. Para ter excelência profissional, você precisa ter excelência
pessoal. Faça mais do que funciona e menos do que não funciona em sua vida.
Não espere por milagres, mude suas atitudes e ações, isso fará diferença na sua
vida pessoal e profissional!

REFLEXÕES

Leia o texto a seguir, refletindo sobre o seu conteúdo.

O PRAZER É FUNDAMENTAL

Se você já está atuando numa área que lhe traz prazer, luz verde. É por aí mesmo
que deve prosseguir. Se esse não for o caso, é preciso fazer um projeto real de
mudança - e enquanto você não conseguir tomar outro rumo, enquanto tiver que
aturar uma situação desprazerosa, por causa do dinheiro no fim do mês ou porque
está esperando ser chamado para uma área prazerosa, não entre em desespero:
invista nos prazeres paralelos. Eles existem - e vão ajudá-lo muito a fazer a sua
travessia.

Os prazeres paralelos são aqueles que quase todo ser humano, de certa forma, é
capaz de sentir. Fazem parte do dia-a-dia e muitas vezes não são sentidos porque
não prestamos atenção neles. Veja alguns exemplos:

O ponto final, o diploma, a última telha, o cruzar a linha de chegada. Tudo isso
gera momentos de efetivo bem-estar e nos estimula a continuar vivendo. Pode ser
muito bom também terminar uma etapa, uma tarefa, um projeto simples, um livro,
um capítulo, uma página.

Depois do prazer de terminar vem o prazer de "fui eu quem fez". Esse é o prazer
que nos dá orgulho de ter realizado algo.

74
É a sensação agradável de ser uma das engrenagens que fazem o relógio
funcionar. É bom saber que algo feito por você teve essa ou aquela utilidade na
realização dessa ou daquela tarefa. Melhor ainda é sentir-se indispensável.

É sentido por aqueles que conseguem fazer com que suas vidas não passem em
branco. Eles deixam suas marcas em benefício da coletividade - dedicaram
tempo, energia e trabalho a coisas separadas de seus interesses individuais.

Quando você se aprimora, seja no que for, pode sentir-se muito bem - é só prestar
atenção e se dar crédito pela melhora que fez. Não fosse este prazer, seríamos
todos ainda como os outros animais: eles têm um corpo com pouca ou nenhuma
inteligência. Nós temos inteligência que, se bem usada, pode tornar o corpo mais
eficiente.

Além da sensação de prazer, o saber nos dá uma sensação de orgulho.

Prazer discreto, mas de suma importância: ele gera autoconfiança, amor-próprio, o


saber de sentir-se competente em algo.

Ser desonesto agride, altera o curso normal das coisas. E esse "alterar" um dia
será cobrado.

É muito gostoso quando, mesmo com desprazer, conseguimos fazer aquilo que
era esperado de nós.

Outros ingredientes necessários ao novo homem é o sentido de cooperação, a


calma e o entusiasmo, na hora de resolver qualquer problema e, principalmente, o
bom senso.

75
O mundo exige pessoas educadas e não meramente treinadas, adestradas, ou
acumuladoras de informações. A capacidade de aprender ou de construir um novo
conhecimento está ligada à educação e não ao adestramento. O homem educado
está preparado para aprender e para construir novos conhecimentos e participar
do processo de mudança contínua.

Aprender significa tentar. É verdade que todas as tentativas de mudanças são


arriscadas. Apostar na construção de uma nova ordem das coisas em qualquer
campo de atividade humana é como entrar em uma enorme loteria. E, às vezes, o
custo da aposta tem que ser pago na entrada. É preciso, em certos momentos,
seguir a intuição e ter muita coragem. A ousadia vale por si. A crença de que
conseguiremos realizar, na maioria das vezes, é a condição necessária para que
realizemos algo.

Já vai longe o tempo em que o processo produtivo era garantido pela força física.
Hoje, o importante é a capacidade de aprender a lidar com as mudanças, com as
idéias de melhorias.

Texto de Sérgio Luiz Vaz Dias - publicado na revista T&D julho/98

REFLEXÕES

Você já percebeu que o prazer é fundamental para a saúde da alma humana.


Viabiliza o bem-estar em todos as atividades que você desempenha. Portanto, leia
os dois textos a seguir, fazendo uma analogia com o anterior e refletindo bastante
sobre a necessidade de vivermos prazerosamente.

PRAZER É FUNDAMENTAL
Por Flavio de Almeida Prado

Pense o seguinte: descontando as horas de sono, você passa 80% da sua vida
trabalhando ou envolvido em atividades relativas ao seu trabalho. Dos 20%
restantes, pelo menos 15% são gastos em mera sobrevivência, o que inclui tudo o
que mantém você apto para trabalhar. Sobraram 5% para o seu prazer - é um
número irrisório se comparado com os 80% que você passa trabalhando. O pior é
que trabalho sem prazer cansa, esgota. E o prazer, por pura falta de energia, fica
sempre postergado para o dia seguinte.

O prazer no trabalho é o que existe de mais fundamental em sua vida. Não


somente para sua qualidade de vida, mas porque ele é o seu termômetro de
sucesso dentro daquilo que você faz. Trabalhando com prazer, você tem sucesso

76
garantido. Com desprazer, você estará condenado a continuar fazendo o que faz
pelo resto da existência - se não for demitido antes, por ineficiência numa
reestruturação.

Prazer é a razão da nossa existência - na verdade, é a maneira pela qual a


natureza nos indica que estamos no caminho certo. Tudo o que você fizer que
seja a favor da sua natureza será retribuído com uma sensação prazerosa. Da
mesma forma, tudo o que fizer que discorde dela logo lhe será cobrado. Primeiro
aos poucos, mas se você insistir, a multa será pesada. (Está percebendo a origem
dos enfartes?)

O prazer é fundamental para sua saúde. A sensação de prazer (aquela que a


natureza quer que tenhamos) é ativada, entre outras, por uma substância
conhecida como endorfina. Lembra daquela sensação de plenitude e bem-estar
que a maioria das pessoas sente após a prática de esportes? Pois é a endorfina
que a provoca. A endorfina, em conjunto com outras substâncias produzidas pelo
organismo, reduz nossa pressão, diminui nossos batimentos cardíacos, é
relaxante.

A adrenalina, por sua vez, é a substância que nos prepara para enfrentarmos
situações de perigo. Na floresta, diante de um leão, é a adrenalina jogada no
sangue que faz você sair em disparada. Ela é fundamental para manter nosso
pique, nosso entusiasmo e nosso prazer. Mas a adrenalina, tão vital para nossa
sobrevivência (até para que tenhamos prazer), torna-se a grande assassina
quando em excesso. Ela aumenta a pressão e os batimentos cardíacos, excita-
nos angustiantemente e, por fim, destrói-nos. O equilíbrio das várias substâncias
produzidas pelo organismo, ao contrário, aguça nossa inteligência e aumenta
nossa produtividade.

Como? Você consegue pensar direito quando está de cabeça quente? Quem
decide melhor numa situação de incêndio: o calmo ou o desesperado? De novo,
estamos falando de equilíbrio. Você não pode ser tão calmo a ponto de deixar o
fogo queimá-lo vivo. Nem tão desesperado a ponto de pular pela janela. Realize
coisas que lhe provoquem prazer e seu organismo vai agradecer produzindo
adrenalina, endorfina e outras "inas" na quantidade certa.

O prazer é fundamental para o seu sucesso. Você pode não estar ligando muito
para sua saúde, mas se está preocupado com seu futuro profissional é bom tomar
consciência de algumas realidades. Nos dias de hoje, de concorrência exacerbada
e crescente no ambiente de trabalho, é indispensável um aprendizado constante,
mesmo para quem não está (ou acha que não está) empenhado em obter sucesso
no trabalho. Adquirir conhecimento, sempre e cada vez mais, é algo inevitável
simplesmente para manter a sua empregabilidade. Se você não sente prazer no
que faz todos os dias, será muito difícil encontrar ânimo para aprimorar-se
profissionalmente. E aí...

77
Infelizmente, nossa cultura está descobrindo tardiamente a importância do prazer.
Valores externos nos forçaram a buscar atividades profissionais desvinculadas de
nosso prazer. Afortunados foram aqueles que tiveram ou têm a oportunidade - e a
felicidade - de seguir carreiras afinadas com aquilo que realmente gostavam ou
gostam de fazer. Mas e os demais? Provavelmente desperdiçaram ou estão
desperdiçando suas vidas. Constatar essas realidades é correto, mas não é
prático: infelizmente, não podemos mudar o mundo. Mas podemos, sim, nos
adaptar a ele, e é nesse sentido que temos de agir.

Passo nº 1 Defina sua situação prazerosa de hoje - ou seja, o que lhe traz
satisfação;

Passo no 2 Defina suas áreas de prazer, aquelas que concordam com a sua
maneira de ser;

Passo no 3 De hoje em diante, oriente sua vida buscando sempre as áreas


prazerosas. É lá que está o seu futuro.

Se você já está atuando numa área que lhe traz prazer, luz verde: é por aí mesmo
que deve prosseguir. Se esse não for o caso, é preciso fazer um projeto real de
mudança - e enquanto você não conseguir tomar outro rumo, enquanto tiver que
aturar uma situação desprazerosa, por causa do dinheiro no fim do mês ou porque
está esperando ser chamado para uma área prazerosa, não entre em desespero:
invista nos prazeres paralelos. Eles existem - e vão ajudá-lo muito a fazer sua
travessia.

Os prazeres paralelos são aqueles que quase todo ser humano, de certa forma, é
capaz de sentir. Eles não são fortes como os prazeres atávicos (sobrevivência,
criação, alívio após a dor, por exemplo), mas funcionam da mesma forma. Na
verdade, fazem parte do dia-a-dia e muitas vezes não são sentidos porque não
prestamos atenção neles. Veja a relação abaixo, elimine alguns e acrescente
outros. Depois faça sua própria lista de prazeres paralelos:

O ponto final, o diploma, a última telha, o cruzar a linha de chegada. Tudo isso
gera momentos de efetivo bem-estar e nos estimula a continuar vivendo. Quando
terminamos algo de certa magnitude gostamos de comemorar o evento. Pode ser
muito bom também terminar uma etapa, uma tarefa, um projeto simples, um livro,
um capítulo, uma página.

Depois do prazer de terminar vem o prazer de "fui eu quem fez". Esse é o prazer
que nos dá orgulho de ter realizado algo. É a sensação agradável de ser uma das
engrenagens que faz o relógio funcionar. É bom saber que algo feito por você teve
essa ou aquela utilidade na realização dessa ou daquela tarefa. Melhor ainda é
sentir-se indispensável.

78
Esse é um prazer de baixa densidade, mas de muita potência e duração. É
sentido por aqueles que conseguem fazer com que suas vidas não passem em
branco. Eles deixam suas marcas em benefício da coletividade - dedicaram
tempo, energia e trabalho a coisas separadas de seus interesses individuais.

Quando você se aprimora, seja no que for, pode sentir-se muito bem - é só prestar
atenção e dar-se crédito pela melhora que fez. Não fosse este prazer, seríamos
todos ainda como os outros animais: eles têm um corpo com pouca ou nenhuma
inteligência. Nós temos inteligência que, se bem usada, pode tornar o corpo mais
eficiente.

Toda criança vai logo correndo contar aos pais uma coisa nova que aprendeu.
Além da sensação de prazer, o saber nos dá também uma sensação de orgulho.
Prazer discreto, mas de suma importância: ele gera autoconfiança, amor-próprio, o
sabor de sentir-se competente em algo.
Ser desonesto agride, altera o curso normal das coisas. E esse "alterar" um dia
será cobrado. Prazer em ser desonesto? Posso ser tachado de incorrigível
otimista, mas não acredito que seja possível.

Aqui os orientais chegam aos extremos de prazer. Nós ocidentais não chegamos a
tal, mas não deixa de ser muito gostoso quando, mesmo com desprazer,
conseguimos fazer aquilo que era esperado de nós.
Reúna alguns desses prazeres paralelos. Adicione mais alguns só seus e
acrescente um pouco do seu saldo de poupança prazerosa. Então enfrente um
desprazer com a vontade de subjugá-lo. Suas chances de sair vitorioso serão
maiores ainda.

E se você sente que a sua atividade atual é desprazerosa? Vale a pena perder um
pouco de tempo analisando-a. Numa primeira fase, desmembre-a em
subatividades. Será mesmo que são todas desprazerosas? Talvez você descubra
que apenas alguns componentes são realmente negativos. E dentro dessa
listagem é muito provável que você encontre algumas atividades, ou até mesmo
muitas, que normalmente lhe dão prazer. Ao enfrentar uma tarefa desprazerosa,
não se esqueça de observar algo de extrema importância: se outros têm prazer
nisso, por que eu não poderia ter? É possível que você passe a gostar daquilo que
a princípio parecia muito ruim. Eu já vi muita gente dizer que detestava certa
pessoa, que não suportava sua presença e, depois, viver uma excelente relação
com ela. Na verdade, é possível vivenciar o grande prazer de saber que
estávamos errados.

Prazer é energia. É aquela energia que transforma o difícil em fácil e o impossível


em possível. E se você está descobrindo isso agora, corra atrás: é fundamental
para o seu trabalho, para o seu sucesso e para você ter uma vida que valha a
pena ser vivida.

79
REFLEXÕES

Vamos, agora, para a leitura do segundo texto.

Senhores passageiros: o piloto pirou de vez!

Por William Passos

"Muito boa-tarde, senhores passageiros! Tudo bem com vocês? Sejam muito bem-
vindos a bordo! Estamos deixando São Paulo, a terceira maior metrópole do
mundo, uma cidade que não pára! Além disso, o pessoal aqui adora pizza! Só
para vocês terem uma idéia, das 6 às 9 da noite, os paulistanos comem 126
pizzas por minuto!

Estamos seguindo em direção a Brasília, outra cidade bastante interessante.


Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, quando projetaram Brasília, imaginaram um avião.
Fizeram o eixo norte-sul da cidade, que são as asas, e outro cortando-o, que é o
corpo do avião. Exatamente daqui a 1 hora e meia estaremos acariciando a capital
do Brasil. Muito obrigado pela atenção."

Quem ouve pela primeira vez pode achar que o piloto bebeu, que um locutor de
rádio invadiu a cabine do avião ou que o comandante pirou mesmo. Nada disso.
Quem comanda a aeronave é o carioca André Brayner, 40 anos, o comandante
que se formou há apenas quatro meses e já está dando um show na hora de
atender seus clientes, os passageiros da Vasp. Assim que assumiu o comando do
avião, Brayner ganhou certa autonomia e resolveu inovar. Em vez de seguir a
tradição dos discursos formais dos pilotos, resolveu criar um estilo próprio.

"Oi pessoal... sou eu de novo. Estamos voando a 10 000 metros acima do nível do
mar. Numa velocidade de 900 quilômetros por hora. É muito rápido, viu! Três
vezes a velocidade do Rubinho Barrichello, quando está de Ferrari e num dia de
sorte. A temperatura lá fora é de 47 graus Celsius negativos."

Além do tom informal, sempre apresenta curiosidades sobre a cidade de origem e


de destino. "Ao usar esse discurso me aproximo mais dos passageiros e consigo
detectar melhor suas necessidades", diz. Num vôo cheio de turistas com destino
ao Nordeste, por exemplo, Brayner fica quase 20 minutos falando das praias da
região. Para conhecer as características das cidades, compra todos os guias
turísticos disponíveis no mercado. O resultado da estratégia? Nesses quatro
meses, tem recebido dezenas de cartas de passageiros e elogios no final de cada
viagem. E mais: foi convidado por um passageiro para um passeio em Fernando
de Noronha e Natal com tudo pago. Mas o melhor é que, com tamanha energia e
criatividade, a empregabilidade do jovem comandante explodiu nos últimos meses.
Recentemente, foi sondado para mudar de companhia. Desse jeito, ele vai mesmo
voar alto.

80
Prezado aluno! Prezada aluna!

Parabéns! Estamos felizes!

Você concluiu o curso Trabalho em Equipe.

Esperamos que este curso tenha sido leve e prazeroso! Temos certeza que
contribuímos para aprimorar sua capacidade de trabalhar em equipe e para
melhorar seus relacionamentos inter e intrapessoais.

Conte sempre conosco! Sucesso!

81
GLOSSÁRIO

A
Alelo Uma das formas alternativas de um gene, que ocupa determinado
lócus no cromossomo.

B
Baia compartimento onde as pessoas trabalham, numa concepção
moderna de escritório sem paredes, de produção coletiva e
partilhada. Analogia ao compartimento ou espaço ao qual se recolhe
o animal, nas cavalariças e estábulos.

C
Caravançará refúgio construído pelo governo ou por pessoas piedosas, à beira
do caminho, para servir de abrigo aos peregrinos. Espécie de
rancho de grandes dimensões em que se acolhiam as caravanas.

D
Dominância fenômeno em que um gene, num determinado cruzamento,
consegue absorver o seu alelo.Qualidade do gene
dominante.Entenda-se, aqui, dominância como o contrário de
recessividade. Na recessividade, um gene não manifesta o seu
efeito, mas tem sua individualidade mantida, em estado latente.Ele é
oculto pelo caráter dominante.

Deadline período final para entrega de material impresso, termo muito usado
nas redações de jornais impressos.

J
Jamal uma das muitas denominações que os árabes dão ao camelo.

L
Lateralidade qualidade ou estado de lateral, no que diz respeito à dominância do
lado direito ( destro ) ou esquerdo ( sinistro ).

82
BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Paulo. Trabalho em Equipe. Funciona? Revista T&D desenvolvendo


pessoas, São Paulo, ed.100, abril 2001.

CASTRO, Alfredo Pires de. Motivação de equipes virtuais: a Inteligência


Emocional para se relacionar com pessoas diferentes a cada dia. São Paulo: Editora Gente,
1999.

CHAPMAN, Elwood. Atitude: o mais valioso de todos os seus bens. Tradução


por Astrid de Figueiredo. Rio de Janeiro: Qualitymark. 1998.

COLOMBINI, Letícia. Como abordar seus colegas sem ser um chato. Revista
Você s.a., São Paulo, ed. 16, out. 1999.

COVEY, Stephen R. Reconstruindo relacionamentos: o que você daria para ter de


volta uma relação desfeita?. Revista Você s.a., São Paulo, ed. 24, p. 115, jun
2000.

EDUCAÇÃO. São Paulo: editora segmento. 2001, mensal, nº 241. ISSN 1415-
5486.

ESTRADA, Mauro Rodrigues. Manual de Criatividade: os processos psíquicos


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GEHRINGER, Max. O que é... Teamwork. Revista Você s.a., São Paulo, ed. 36,
jun. 2001.

HOLANDA, Francisco Buarque de. Todos Juntos. Versão da música de Enriquez


Bardoti. Rio de Janeiro.1997.

MELHOR – VIDA E TRABALHO. São Paulo: editora segmento. 2000, mensal, nº


163. ISSN 1518-2150.

MINICUCCI, Agostinho. Relações Humanas: psicologia das relações


interpessoais. 5ª ed, São Paulo: Atlas 2000.

MOSES, Brian. GORDON, Mike. “E eu com isso?!” Aprendendo sobre


Respeito. Tradução por Neide Nogueira. São Paulo: Scipione. 1999. Tradução
de:”I don’t Care!” – Learning about respect.

PASSOS, Willian. Senhores Passageiros: o piloto sumiu de vez! Revista Você


s.a., São Paulo, ed. 24, abril. 2001.

REVISTA VOCÊ. Entre o céu e o Inferno. São Paulo, ed. 24, junho. 2000.

83
REVISTA VOCÊ. Roupa Suja se lava no escritório (com data e hora marcadas).
São Paulo, ed. 03, set. 1998.

Revista Você s.a . Como compartilhar o cubículo e manter sua privacidade


intacta. São Paulo, ed. 35, jan. 2001.

ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. Tradução por Christina


Ávila de Menezes. Rio de Janeiro: LTC. 1999.

SCHOLTES. Peter R., JOINER, Brian L. et al. Times da Qualidade: como usar
equipes para melhorar a qualidade. Tradução por Elenice Mazzilli. Rio de Janeiro:
Qualitymark,1992. Tradução de: The team handbook.

SENAC. Negociação para o Trabalho em Equipe. Salvador: Senac, 1997.

SILVEIRA, Mauro. Trabalho Solitário. Revista Você s.a., São Paulo, ed. 24, junho.
2000.

TAHAN, Malba. O Homem que Calculava. 42ª ed. São Paulo: Record, 2001. p.19
e 20. A divisão dos camelos.

84

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