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LUCIANE WEIMANN
CASCAVEL
2004
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
LUCIANE WEIMANN
CASCAVEL
2004
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
LUCIANE WEIMANN
.....................................................................
Orientadora: Profª . Ms. Celeide Pinto Aguiar Peres
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
.....................................................................
Profª . Juliana C. Frare
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
.....................................................................
Profª . Graciana Grespan
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
Cascavel, 11/02/2004
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iii
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AGRADECIMENTOS
iv
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS........................................................................................................ix
LISTA DE ANEXOS..........................................................................................................x
RESUMO ..........................................................................................................................xi
ABSTRACT.....................................................................................................................xii
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................................3
1.1.1 GERAL........................................................................................................................3
1.1.2 ESPECÍFICOS ..........................................................................................................3
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................4
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................................. 5
2.1 SISTEMA TEGUMENTAR...............................................................................................5
2.1.1 PELE...........................................................................................................................6
2.1.1.1 Epiderme...............................................................................................................7
2.1.1.1.1 Camada Germinativa ....................................................................................8
2.1.1.1.2 Camada Espinhosa ...................................................................................... 9
2.1.1.1.3 Camada Granulosa.......................................................................................9
2.1.1.1.4 Camada Lúcida ...........................................................................................10
2.1.1.1.5 Camada Córnea ..........................................................................................10
2.1.1.2 Derme ..................................................................................................................11
2.1.1.2.1 Camada Papilar...........................................................................................11
2.1.1.2.2 Camada Reticular .......................................................................................12
2.1.1.2.3 Colágeno ......................................................................................................12
2.1.1.2.4 Elastina .........................................................................................................13
2.1.2 HIPODERME OU TELA SUBCUTÂNEA ............................................................13
2.1.3 MICROCIRCULAÇÃO DA PELE..........................................................................14
2.1.4 SISTEMA LINFÁTICO ............................................................................................15
2.2 FIBRO EDEMA GELÓIDE.............................................................................................16
2.2.1 DEFINIÇÃO..............................................................................................................16
2.2.1.1 Definição Histológica.........................................................................................18
2.2.1.2 Definição Etiopatológica ...................................................................................18
2.2.1.3 Definição Clínica................................................................................................20
2.2.2 ETIOPATOGENIA ...................................................................................................20
2.2.2.1 Fatores Predisponentes ....................................................................................21
2.2.2.2 Fatores Determinantes .....................................................................................24
2.2.2.3 Fatores Condicionantes ....................................................................................26
2.2.2.4 As Teorias ...........................................................................................................27
2.2.2.4.1 Teoria Alérgica ............................................................................................27
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LISTA DE FIGURAS
viii
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LISTA DE TABELAS
ix
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LISTA DE ANEXOS
x
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RESUMO
A Fisioterapia Dermato Funcional é uma área da Fisioterapia que vem acabando com o
empirismo dos tratamentos estéticos, uma vez que atua na comprovação científica dos
métodos e técnicas utilizadas para o tratamento de patologias como o fibro edema
gelóide. Este trabalho teve como objetivo analisar a eficácia do ultra-som terapêutico na
redução do fibro edema gelóide encontrado na região glútea de mulheres jovens e
sedentárias. As 10 participantes selecionadas para esta pesquisa foram aleatoriamente
divididas em dois grupos, onde o primeiro grupo foi submetido à terapia com ultra-som,
e o segundo grupo não recebeu nenhuma intervenção terapêutica no período. O ultra-
som foi utilizado na freqüência de 3 MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm², e
foi aplicado por 7 minutos em cada glúteo. O tratamento consistiu de 20 sessões,
realizadas 3 vezes por semana, em dias alternados. Todas as voluntárias foram
submetidas à avaliação inicial, para verificar o tipo e grau do fibro edema gelóide
apresentado. Com o término do tratamento proposto nova avaliação foi realizada e
revelou que a utilização do ultra-som mostrou-se eficaz no tratamento do fibro edema
gelóide, uma vez que diminuiu o grau de acometimento. Após dois meses do término do
tratamento outra avaliação realizada demonstrou que não houve manutenção dos
resultados.
xi
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ABSTRACT
xii
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1 INTRODUÇÃO
com o empirismo dos tratamentos estéticos amplamente utilizados, uma vez que atua
que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. Essa
uma alteração no meio interno, é favorecida por causas locais e gerais, em virtude da
assim, o fibro edema gelóide pode ser definido clinicamente como um espessamento
funcionamento dos adipócitos, que retêm um maior teor de lipídio, diferente e alterado e
técnicas com uma expectativa cada vez maior de bons resultados. Isto motivou uma
fibro edema gelóide, embora as bases fisiológicas dos seus efeitos sejam bastante
micromassagem, mais intensa nas junções tissulares. E a ação térmica resultante das
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 GERAL
física.
1.1.2 ESPECÍFICOS
1.2 JUSTIFICATIVA
fibro edema gelóide. Portanto, justifica-se este estudo pela importância da investigação
2 REVISÃO DA LITERATURA
(GARTNER , 1999).
constituído por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção
está a hipoderme que, embora tenha a mesma origem e morfologia da derme, não faz
parte da pele, a qual é formada apenas por duas camadas. A hipoderme serve de
suporte e união da derme com os órgãos subjacentes, além de permitir à pele uma
CARNEIRO, 1995).
graças à camada córnea que reveste a epiderme, proteger o organismo contra a perda
de água por evaporação e contra o atrito. Além disso, através das suas terminações
nervosas, recebe estímulos do ambiente; por meio dos seus vasos, glândulas e tecido
1995).
2.1.1 PELE
complexidade. Com cerca de 1,5 – 2 m² de área, a pele é muito mais do que o simples
A superfície da pele está coberta por uma delgada película líquida que tende
por isso, desempenha importante papel na termorregulação por meio de seus vasos e
glândulas. O fluxo sanguíneo pode ter uma grande variação. Sob condições normais, o
que tem função protetora contra os raios ultravioletas (GUIRRO e GUIRRO, 2002).
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Sendo uma barreira por excelência, a pele não é contudo um órgão isolado.
estímulos táteis, térmicos e dolorosos. O seu teor de água é de cerca de 70% do peso
da pele livre de tecido adiposo, contendo perto de 20% do conteúdo total de água do
2002).
mais profunda composta de tecido conjuntivo denso irregular. O limite entre a epiderme
das duas camadas que se embricam e se ajustam entre si, formando as papilas
2.1.1.1 Epiderme
queratinizado, de origem ectodérmica. Além desse epitélio, que constitui a maior parte
proliferam continuamente para que seja mantido o seu número. Tipicamente, em todos
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bem vascularizada. Como resultado, o único meio pelo qual as células da epiderme
podem obter alimento é através da difusão dos leitos capilares da derme. Esse método
é suficiente para as células mais próximas da derme, mas à medida que as células se
dividem e são empurradas para a superfície, ficando assim longe da fonte de alimento
organismo desde 75 a 150 milimicras, à exceção das palmas das mãos e plantas dos
pés onde sua espessura atinge desde 0,4 milímetros até 1 milímetro (SAMPAIO,
camadas ou estratos, devido ao fato da camada lúcida estar ou não incluída (GUIRRO
epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas na camada
Malpighi, ou células espinhosas, que vão se achatando à medida que exteriorizam, até
resultando na morte das células mais externas da camada granulosa. Assim, a camada
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granulosa é formada por células que estão em franca degeneração. O núcleo das
importante função de barreira entre o meio interno e o exterior, pois impede a saída de
ausente em outros locais; não é observada com facilidade (GUIRRO e GUIRRO, 2002).
substituído por uma proteína fibrosa denominada queratina, estas células mortas são
2.1.1.2 Derme
comunicando esta com a hipoderme. É suprida por vasos sanguíneos, vasos linfáticos e
fibroblastos que produzem, entre outros, colágeno e elastina. Estes dois constituintes
vão elaborar uma matriz que circunda as células e as estruturas dérmicas (SIMÕES,
2001).
distender-se quando tracionada, voltando ao estado original desde que cesse a tração
2.1.1.2.3 Colágeno
contém colágeno num estado de compactamento elevado, enquanto que a parte mais
exterior da derme contém colágeno numa forma mais laxa (SIMÕES, 2001).
2.1.1.2.4 Elastina
Tecido sobre o qual a pele repousa, formado por tecido conjuntivo que varia do
tipo frouxo ou adiposo ao denso nas várias localizações e nos diferentes indivíduos.
e RIVITTI, 1992).
da pele (na pele espessa a camada areolar é preponderante sobre a lamelar, na pele
fina ocorre o inverso), região e segmento corporal, sexo (a mulher tem a camada
areolar mais espessa), idade (a camada areolar é mais espessa no adulto) (GUIRRO e
GUIRRO, 2002).
(SIMÕES, 2001).
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O sistema linfático representa uma via acessória pela qual o líquido pode fluir
dos espaços intersticiais para o sangue. E, o que é mais importante, os linfáticos podem
transportar proteínas e material em grandes partículas, para fora dos espaços teciduais,
nenhum dos quais pode ser removido por absorção direta pelos capilares sanguíneos
linfáticos e linfonodos que servem como filtros do líquido coletado pelos vasos e pelos
órgãos linfóides que são encarregados de recolher, na intimidade dos tecidos, o líquido
passa para dentro dos capilares recebe o nome de linfa, que apresenta uma
não conter células sanguíneas. A linfa absorvida nos capilares linfáticos é transportada
2000).
reunindo-se num plexo linfático subpapilar que através da derme desemboca num plexo
1992).
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2.2.1 DEFINIÇÃO
celular, derivada do adjetivo celulae, que significa células, mais o sufixo ite, indicativo
Gelóide (FEG) tem-se demonstrado como o conceito mais adequado para descrever o
na derme (pele), na microcirculação e nos adipócitos. Sem dúvida trata -se de uma
Segundo ZANI (1994), o fibro edema gelóide é uma disfunção crônica, sem
gorduroso subcutâneo.
Para LEITE (2003), o fibro edema gelóide inicia com um aumento de líquido
O fibro edema gelóide é uma afecção benigna que atinge as mulheres, não
intercelulares. O organismo então reage criando uma barreira fibrosa, que encarcera as
substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica
consecutiva.
Acredita-se que uma alteração do fibroblasto causada por diversos fatores faz
2002).
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Ø 1ª fase: estase venosa e permeabilidade capilar anormal. Ela se traduz por uma
por esse motivo deixa de filtrar, no tecido subcutâneo, o soro que contém
em micronódulos.
2.2.2 ETIOPATOGENIA
Segundo GUIRRO e GUIRRO (2002), não se pode falar em causa, visto que
seria impossível garantir sua verdadeira influência, não sendo possível isolar cada um
maneira geral pode-se delinear uma etiologia para o fibro edema gelóide, enumerando
edema gelóide. Cada uma guarda propriedades que justificam seu grau de aceitação e
São fatores que somados a outros se pode ter uma probabilidade razoável de
instalação do fibro edema gelóide (LOPES, 2003; GUIRRO e GUIRRO, 2002; ROSSI,
2001).
gordura nos adipócitos, com conseqüente aumento de tamanho. Por outro lado,
dos homens, mas não são entrelaçadas em forma reticular, o que favorece a
durante a vida, assim como o seu tamanho, que é influenciado pelos hábitos de
tomam uma posição paralela umas em relação às outras, ficando num ângulo de
fibras cruzadas e inclinadas num ângulo de aproximadamente 45º por toda a vida
(LEITE, 2003).
elastina, desestruturando o tecido conjuntivo. Por outro lado, ocorre uma redução
Estes fatores estabelecem que uma pessoa do sexo feminino, fumante, com
maus hábitos alimentares e ainda com um desequilíbrio hormonal, será alvo de fácil
(LEITE, 2003).
2003).
1
MARINO, M.I. Celulite e alterações posturais. Tema Livre apresentado no VII Congr. Bras. De
Fisioterapia, Belo Horizonte, MG, 1985.
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ainda que a localização do fibro edema gelóide na região dos quadris, região
da hiperlordose lombar.
que podem:
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Estes fatores promovem alterações no tecido conjuntivo, e fazem com que ele se
torne mais hidrófilo. Assim sendo, o tecido passa a reter maior quantidade de água,
2.2.2.4 As Teorias
aumentando de volume;
2
LAGÉZE, P. Sciatiques et Infiltrat Cellulalgiques. Thesis Méd, Lyon, 1929.
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repetindo e deixando persistir uma certa porção de exsudatos sobre os quais viria a se
Para LAROCHE3 (1941 apud GUIRRO e GUIRRO, 2002), o fibro edema gelóide
deve ser considerado como uma reação do organismo às toxinas que o invadem, por
lático) tende a provocar um aumento de volume nas células e uma reação o que
causaria o aparecimento do fibro edema gelóide; logo, este seria um estado reativo de
3
LAROCHE, G. Sur queques erreurs graves par mecannaissance de la cellulite. Press Méd, 42 -521,
1941.
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gelóide uma origem hemodinâmica de natureza alérgica. Causas mais diversas têm
sido invocadas para explicar o déficit circulatório: restrições mecânicas externas, como
a livre circulação dos líquidos intersticiais. A má circulação dos tecidos, causada por
uma estase devida à presença de varizes, favorece a formação do fibro edema gelóide,
lipídico. Sugere-se que o fibro edema gelóide resulte de um acúmulo acima do normal
de gorduras, essencialmente por ácidos graxos saturados, às custas dos ácidos graxos
etilênicos.
4
MERLEN, J.F. La cellulite, entila clinique et mecanisme pathogenique. Concours Med., 80-2311,
1958.
5
DUVAL, A. R. Diagnostic et tratement de la cellulite. Sem. Med., 30:852, 1954.
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Essa hipótese afirma que, quaisquer que sejam as causas, o fibro edema gelóide
do fibro edema gelóide. São evidências desse fato: a maior incidência em mulheres,
e estrogenioterapia, além de sua relação com outros hormônios que interagem no fibro
2001).
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decúbito não é adequada, uma vez que a acomodação dos tecidos, decorrente da ação
da gravidade, pode mascarar o grau de acometimento dos tecidos. Além das alterações
adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos, e a pele se
parecerá com uma casca de laranja, com aparência rugosa. O outro teste é
sensação dolorosa for mais incômoda do que o normal, este também é um sinal do fibro
adequada, associada à aplicação de testes clínicos, pode ser ampliado por meio de
2.2.4.1 Termografia
colesterol, cuja função é avaliar e classificar o fibro edema gelóide de acordo com a
ocasionadas pelo distúrbio. Após o contato placa-pele por alguns segundos, surge um
ausência de fibro edema gelóide. Já zonas que indicam hipotermia, que no exame
grau mais avançado. Embora o exame seja inócuo, como método de avaliação único
resultado do exame, como por exemplo: exposição solar, febre, tabagismo, época do
PARIENTI, 2001).
2.2.4.2 Xerografia
por tecidos com diferentes espessuras, permite a formação de imagens (de cor azul, em
conjuntivos e musculares. Trata-se de um exame não inócuo que deve ser prescrito
apenas por médicos; além disso, não permite uma avaliação de alterações
Avalia a textura dos tecidos conjuntivos, bem como suas espessuras, sendo
GUIRRO, 2002).
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podem ser, por exemplo, fucsina resorcina e fucsina ácida (Weigert – Van Gieson),
tecido magro permite calcular a massa magra; a diferença é a gordura corporal total. O
A classificação do fibro edema gelóide pode ser dividida em três ou quatro graus,
GUIRRO, 2002).
ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma área de uma mesma paciente
Ø Primeira Fase: Não é percebida pelos pacientes; é uma fase breve, puramente
transformando em colágeno.
2
LAGÉZE, P. Sciatiques et Infiltrat Cellulalgiques. Thesis Méd, Lyon, 1929.
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2002) distinguem-se três tipos de fibro edema gelóide, sendo que pode-se entender
problema.
uniforme. Nesta forma, não são comuns as grandes deformações. Com uma
frias. A pele fica cada vez mais seca, rugosa, e apesar do espessamento cutâneo
6
LEONARD, G.J. A celulite – causas e tratamentos. Publ. Europa-América, 1970.
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verificamos que a epiderme é de uma textura muito fina e delicada, podendo apresentar
uma oscilação dos tecidos superficiais. Na maioria das vezes é encontrado nos
indivíduos que obtiveram perda de peso sem a associação da atividade física. Nos
casos de indivíduos com peso normal ou abaixo, essa forma de fibro edema gelóide
normalmente pode ser encontrada naqueles que são sedentários, os quais apresentam
inferiores. Apresenta consistência variável, às vezes muito firmes ou por vezes flácidas,
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situando-se quase sempre num grau médio entre esses dois extremos. Encontramos a
ROSSI, 2001).
si, sendo ainda muito importante a orientação da paciente para uma manutenção e/ou
bons resultados. Porém vale salientar que os melhores resultados serão obtidos quando
o corpo for submetido a um tratamento que recupere a saúde e não que vise somente a
2.2.7.1 Prevenção
edema gelóide:
Ø O vestuário não deverá ser constritivo, para não permitir a compressão da rede
fumo;
diário.
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Subcisão é uma técnica que consiste na introdução de uma agulha, com ponta
cortante, por baixo do furinho da celulite, para cortar as fibras que repuxam a pele,
habilitados, e está indicado nos estágios mais avançados da celulite (ALVES, 2003).
intervenção. Os resultados serão visíveis dois meses após a intervenção, mas será
preciso aguardar 6 meses para obter uma cicatrização definitiva (PARIENTI, 2001).
2.2.7.3.1 Mesoterapia
conjuntivo. O composto é injetado com aplicador tipo pistola, o qual porta uma agulha,
Faz-se cerca de dez injeções na zona celulítica. Em cada ponto injeta-se 0,05 a
utilizados: procaína 2%, esberiven, fonzylane. Realiza-se uma sessão por semana
realizada uma sessão por mês durante 6 meses e, finalmente, a cada 2-3 meses como
além de ginkgo biloba e rutina, que contêm bioflavonóides. Estes agem diminuindo a
Os princípios ativos conhecidos aos quais são atribuídos efeitos sobre o tecido
sistêmicos da cafeína quando utilizada por via tópica foram testados e revelam que as
taxas séricas obtidas após uso criterioso de um gel hidroalcoólico a 5% foram inferiores
às obtidas após ingestão de uma xícara de café. Dentre os ativos utilizados com ação
GUIRRO e GUIRRO, 2002) em 35 mulheres afetadas por fibro edema gelóide, com uso
7
HACHEM, A.;BOURGOIN, J. Etude anatomo clinique des effects de I extrait trite de centella
asiatica dans la lipodystrophie localisee. Publi. Therap., supl.AU-2, março, 1979.
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e GUIRRO, 2002).
apontam o efeito deletério que esse recurso físico promove sobre as mesmas (GUIRRO
e GUIRRO, 2002).
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região glútea. O tecido afetado pelo fibro edema gelóide é mal-oxigenado e mal nutrido,
pelo fato da circulação sanguínea e linfática ser deficiente. A atividade física, portanto,
deve ser estimulada, no sentido de se promover uma boa circulação arterial e redução
aumentar o fluxo linfático e o metabolismo, e prover maior aporte nutricional aos tecidos
moderada são os mais indicados para o tratamento do fibro edema gelóide (ZANI,
1994).
aeróbica, são atividades que necessitam de energia para a contração muscular e esta é
gorduras fornecem mais energia que os açúcares, porém sua degradação é mais
demorada, ao contrário dos açúcares que são os primeiros a serem requisitados. Para
que as gorduras possam entrar como fornecedoras de energia os exercícios devem ser
A força muscular pode também ser alterada quando o tecido mole se encurta
devido à adaptação que ocorre com o tempo. À medida que o músculo se encurta, ele
não é mais capaz de produzir o pico de tensão e desenvolve-se uma fraqueza com
2002).
2.2.7.5 Eletroterapia
circulação local, que ocorre principalmente no nível do pólo negativo, que é mais
ROSSI, 2001).
vegetais (alcachofra, hera, gingko biloba), minerais (silício, argila verde), tieroideanos
extremamente desagradável.
ser observado é a sensibilidade do paciente, pois quanto mais agradável for, maior
GUIRRO, 2002).
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epimísio. Os limiares, sensitivo e motor, serão menores nestes pontos. Quando não se
técnica mioenergética, que consiste da localização de dois eletrodos do tipo placa sobre
cada extremo do ventre muscular a ser estimulado, de modo que a corrente atravesse o
a 60 Hz, poderemos ter uma boa contração muscular, em sessões com duração de 15-
são representados por uma tonificação seletiva dos músculos, redução dos depósitos
2.2.7.5.4 Eletrolipoforese
PARIENTI, 2001).
entre 5 e 500 Hz. A duração da sessão é de 50 minutos, sendo realizada uma vez por
pode ser alterada a cada sessão de acordo com a localização dos enchimentos
2.2.7.6 Endermologia
permite uma dupla ação sinérgica de aspiração e mobilização dérmica, onde é utilizada
rolar”, logo é formado por uma câmara de aspiração onde o estancamento é garantido
por válvulas laterais e longitudinais. A pele é aspirada pela depressão de ar criada entre
os dois roletes motorizados que deslizam sobre a pele, e o espaço entre eles é
determinado pela espessura da dobra cutânea. Esta técnica permite a redução do fibro
edema gelóide bem como uma melhor condição da pele (LOPES, 2003).
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paciente poderá vestir-se com uma malha finíssima em tecido sintético antialérgico, que
terá como função ser uma segunda pele, além de garantir maior higiene ao tratamento,
do corpo.
em melhorar a maleabilidade do tecido, com ação inclusive nas etapas mais avançadas
2.2.7.7 Laser
verdadeira ação do laser sobre o fibro edema gelóide há necessidade de estudos mais
acurados. É sabido que a irradiação com energias próximas de 3 J/cm² exercem uma
polegares drenam as faces externas das nádegas. Deve-se levar em conta o fato de
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que os dois terços externos da nádega são drenados pela via externa em direção aos
gânglios inguinais, ao passo que o terço interno é drenado pela via interna em direção
com as falanges distais dos dedos forçam a linfa do terço interno da nádega em direção
à sua face interna e à raiz da coxa. As manobras de demanda são seguidas por
drenagem dos grupos superiores dos gânglios inguinais (LEDUC e LEDUC, 2000).
coadjuvante no tratamento do fibro edema gelóide, não devendo ser utilizada como
tecidual.
2.2.7.9 Ultra-som
2.3 ULTRA-SOM
mais utilizadas pelos profissionais fisioterapeutas, para o tratamento das mais diversas
tratamento do fibro edema gelóide, embora as bases fisiológicas de seus efeitos sejam
BAKER, 2001).
quando submetido a uma corrente de alta freqüência, sendo descoberto por Langevin
em 1917. Hoje, são utilizados cristais cerâmicos sintéticos. A liga entre chumbo,
a corrente elétrica for revertida. Quando a corrente for desligada o cristal retorna a sua
20.000.000 de ciclos por segundos (ciclos/s), as quais são mais altas que a faixa de
imagem varia de 5 a 20 Mega Hertz (MHz) e para terapia de 0,7 a 3 MHz (FUIRINI e
LONGO, 1996).
GUIRRO et al. (1996a), relatam que neste recurso a intensidade pode variar de
0,1 a 3,0 Watts/cm² na maioria dos aparelhos. E também destacam que para a
ondas em meios sólidos. As ondas estacionárias poderão ocorrer se parte das ondas
forem refletidas por uma interface entre meios com impedâncias acústicas diferentes,
como, por exemplo, osso e músculo. Ondas estacionárias poderão ser produzidas se a
tal ponto que seus picos de intensidade se somem (LOW e REED, 2001; YOUNG,
utilizada, uma vez que os tecidos moles do corpo humano podem ser considerados
presente durante uma terapia, e sim que os dois efeitos não podem ser separados,
assumindo que os efeitos não térmicos serão acompanhados por algum aquecimento
compressões e expansões nos tecidos em uma mesma freqüência que é emitida pelo
ruptura da bolha de ar. O colapso dessas bolhas libera energia que pode romper as
O efeito térmico decorre da absorção das ondas mecânicas pelo tecido e sua
não é modulada e emite feixes de onda contínuos, não havendo tempo hábil por parte
2.3.4.1 Atenuação
medida que as ondas de ultra-som, sobre sua forma de feixe, passam através de um
meio.
O modo pelo qual a intensidade vai caindo, à medida que o feixe de ultra-som
segue sua trajetória através dos tecidos é conhecido como queda exponencial (HARR,
1998).
heterogêneo, pela reflexão e refração nas interfaces e pela absorção do meio (FUIRINI
e LONGO, 1996).
2.3.4.2 Reflexão
ocorre, essa reflexão pode ser parcial ou completa (quando toda energia é impedida de
retorna através do meio incidente com a mesma velocidade com que se aproximou da
mesma. A onda refletida pode sobrepor-se a uma nova onda incidente, formando uma
terceira onda, com amplitudes variando de zero até duas vezes a amplitude da onda
Quanto maior a diferença das impedâncias acústicas dos meios (tecidos), maior
interfaces.
Interfaces % de reflexão
Água/Tecido mole* 0,2
Tecido mole/Gordura 1
Tecido mole/Osso 15-40
Tecido mole/Ar 99,9
PZT/Ar 99,99
Os valores disponíveis de impedância acústica para tecidos moles, por exemplo, sangue, fígado e
músculos são muito semilares que a reflexão é desprezível.
Fonte: FUIRINI, Jr, N.; LONGO, G. J. Ultra-som. Amparo: KLD – Biossistemas equipamentos eletrônicos
Ltda, 1996.
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2.3.4.3 Refração
Refração é um desvio da onda de som nas várias interfaces dos tecidos. A onda
tratamento, pois um desvio maior que 15º com a normal provoca um ângulo de refração
de tal maneira que a onda incidente terá parte refletida e o restante refratado em
2.3.4.4 Absorção
(MACHADO, 1991).
energia não refletida ou absorvida por uma camada de tecido continua a atravessar o
tecido, até atingir uma camada com outra densidade. Nesse ponto, ela pode ser
refletida, refratada ou absorvida ou passar para o próximo tecido. Cada vez que a onda
2.3.4.5 Transmissão
Quando as impedâncias acústicas dos dois meios são similares, quase toda a
2.3.5.1 Físicos
Com relação aos efeitos atérmicos YOUNG (1998), refere que existem muitas
situações em que o ultra-som produz bioefeitos, mas que apesar disso não há
assim o efeito térmico. Esse efeito é decorrente da absorção das ondas ultra-sônicas
efeito térmico, não ocorrendo o mesmo com o feixe ultra-sônico pulsátil (MACHADO,
1991).
atenua-se à medida que atravessa um meio ou diminui sua intensidade durante este
trajeto. Parte dessa atenuação é causada pela conversão da energia em calor por
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absorvem mais rapidamente que aqueles com maior conteúdo de gordura, e quanto
maior a freqüência, maior a absorção. Uma vez gerado, o calor é então dissipado, tanto
pela difusão térmica como pelo fluxo sanguíneo local (YOUNG, 1998).
GUIRRO, 2002).
2.3.5.2 Químicos
Segundo FUIRINI e LONGO (1996), o ultra-som pode produzir efeitos tais como
2.3.5.3 Elétricos
2.3.5.4 Biológicos
membranas e difusão celular, aumento do transporte dos íons de cálcio através das
dos tecidos, aumento da atividade enzimática nas células, promoção da oscilação dos
ondas estáveis.
Com relação aos efeitos térmicos FUIRINI e LONGO (1996), citam o aumento da
2.3.5.5 Terapêuticos
1996).
2.3.5.6 Fonoforese
sonoras, um efeito não térmico, poderia ser responsável em partes pelo efeito positivo
substâncias químicas, uma vez que o feixe ultra-sonico é capaz de alterar os potenciais
difusão. Neste caso a dose deve ser cuidadosamente selecionada uma vez que as
GUIRRO, 2002).
2.3.6 INDICAÇÕES
agudas e crônicas, em reparo de lesões, no fibro edema gelóide, entre outras (GUIRRO
2.3.7 CONTRA-INDICAÇÕES
áreas anestesiadas, infecção ativa, gônadas, área cardíaca, olhos, hemofílicos não
tratados e placas epifisárias (YOUNG, 1998; STARKEY, 2001; FUIRINI e LONGO 1996;
2.3.8.1 Calibração
radiação, sendo muito importante saber que a leitura do medidor de saída de potência
utilizados, o que vem a se confirmar pela pesquisa de ARTHO et al. (2002), que
intensidades (0.5, 1.0, 1.5, e 2.0 W/cm2) usando o modo contínuo com uma freqüência
aparelhos fora do padrão de calibração para pelo menos uma das intensidades
testadas. Destes aparelhos, 15 (18%) estavam dentro dos limites de 20%, e 17 (21%)
estavam abaixo, para pelo menos uma das intensidades. Dos 32 aparelhos fora do
padrão, 26 (31%) estavam fora para 2 ou mais intensidades, e 3 (4%) não respondiam
a nenhuma delas. Dos cronômetros mecânicos testados, 7 (28%) estavam fora dos
teste a cavitação deve ser visível na intensidade de 0,1 W/cm², no modo contínuo.
Apesar de ser uma análise qualitativa o teste pode fornecer uma indicação da
intensidade emitida pelo transdutor, onde a uma potência de 5,5 a 6,0 W, a qual
corresponde a uma intensidade entre 1,3 a 1,8 W/cm², pode-se observar a nebulização
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em virtude deste não se propagar no ar, fazendo com que o coeficiente de atenuação
entre os dois meios envolvidos se tornem similares, e assim quase toda a intensidade
som, alta viscosidade para agir como um lubrificante entre o transdutor e a parte que
2000).
energia transmitida nos diferentes meios foi sempre inferior à incidente. O autor cita
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submerso.
tratamentos específicos, fonoforese, sendo que a base desta formulação deve ser
dificulta o bom contato entre o cabeçote e a pele, faz-se uso da técnica de imersão.
Esta técnica também é utilizada quando não for possível o contato direto devido, por
certas áreas do corpo de difícil tratamento, como por exemplo a superfície interior dos
dedos dos pés, pode-se usar uma placa metálica posicionada no fundo do recipiente.
Esta placa refletirá o ultra-som para que chegue na área a ser tratada no sentido de
superfícies com forma irregular é a chamada almofada d’água. Trata-se de uma bolsa
de plástico com água se adapta perfeitamente sobre a área a ser tratada. O cabeçote e
a superfície da bolsa em contato com a pele devem ser cobertos com agente de
reflexão e refração no padrão de absorção de energia nos tecidos que é muito irregular,
as ondas estacionárias que podem se formar causando estase temporária das células
excessivo (com altas intensidades) que poderá causar dano tecidual. O movimento
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mover-se de duas formas: (1) por meio de movimentos curtos, de poucos centímetros,
2.3.8.5 Freqüência
determinado ponto em unidade de tempo, sendo que a unidade para a freqüência será
de ciclos por segundo, conhecido como hertz (Hz). O ultra-som terapêutico caracteriza-
se por apresentar uma freqüência de 1 ou 3 mega hertz (MHz), sendo que alguns
controle da profundidade a ser atingida pela energia. Assim, quanto maior for a
freqüência, maior será a sua absorção, sendo mais efetiva para o tratamento de tecidos
superficiais, uma vez que seu poder de penetração diminui (GUIRRO et al., 1996b;
YOUNG, 1998).
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utilizado para aquecer estruturas a uma profundidade igual ou maior que 2,5 cm,
enquanto o ultra-som de 3 MHz tem sido utilizado para aquecer estruturas a uma
freqüência utilizada.
espacial, expressa em cm². A ERA é geralmente de 4 cm² para a maioria dos aparelhos
nacionais. Deve-se entender que a ERA não deve ser considerada como a área física
metálica) não necessariamente tem uma ERA maior, a qual dependerá da área da
de área na unidade de tempo, sendo o watt por metro quadrado a sua unidade no
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e GUIRRO, 2002).
a intensidade selecionada. A intensidade deve ser mantida num mínimo que possibilite
Quando a intensidade for muito baixa não terá efeito terapêutico e se for com
uma dose muito alta provocará efeitos indesejados, sendo necessário sua utilização
emitida. Esse valor é conseguido multiplicando-se a intensidade pela ERA, a qual pode
variar entre os fabricantes, contudo a maioria das indústrias nacionais adotam uma ERA
de 4 cm². Para efeito ilustrativo, podemos considerar que um equipamento que tenha
suficiente para causar lesões nos tecidos biológicos (GUIRRO e SANTOS, 1997;
ou crônica. As lesões com caráter agudo devem ser tratadas diariamente e as lesões
com caráter crônico, em geral menos severo, poderão ser tratados em dias alternados,
duas ou três vezes por semana (YOUNG, 1998; FUIRINI e LONGO 1996).
Sabe-se que quanto maior for a freqüência utilizada, maior será a absorção nos
mais elevadas são utilizadas nos tratamentos de tecidos superficiais, como ocorre no
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fibro edema gelóide. Sendo assim, a faixa de freqüência ideal no tratamento do fibro
penetrar 3,5 cm de tecido adiposo. Então, quando a região a ser tratada apresentar
uma camada de 5-6 cm de panículo adiposo, deve-se optar pelo uso do ultra-som de 1
MHz.
outro há um tempo que facilita a dispersão do calor. Com isso, o seu efeito térmico é
PARIENTI (2001), cita que a sessão de ultra-som não deve exceder 10 minutos,
tonturas, estresse, além de outros efeitos colaterais. Isto limita, portanto, a área de
tratamento. Com esses parâmetros verifica-se que a máxima área de tratamento não é
grande, sendo bem menor que um glúteo ou uma coxa. Então recomenda-se
No caso do fibro edema gelóide se utiliza a aplicação móvel por contato direto, a
qual consiste em manter o cabeçote emissor do ultra-som em contato direto com a pele
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que se deseja tratar. A aplicação deve ser realizada via um agente de acoplamento,
sendo que este deve ser suficientemente viscoso para agir como lubrificante entre o
O transdutor deve ser mantido sempre perpendicular à área a ser tratada, o que
o momento o contato com a mesma. A velocidade de movimento não deve ser rápida,
nem se deve manter o transdutor fixo. Simples rotações contínuas deverão ser feitas
com o cabeçote, e gel deverá ser acrescentado caso necessário. O paciente não deve
de maneira marcante a microcirculação, sendo que a melhora desta deve ser uma das
2001).
nervosos e outros, mostrando que o ultra-som, quando utilizado nas doses terapêuticas
recomendadas (máximo de 3 W/cm²), não causa dano a tecidos sãos. Este fato
Em parte pelo efeito térmico e em parte pela ação direta do ultra-som sobre os
(ROSSI, 2001).
edema gelóide está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua
tem a vantagem de que o medicamento a ser introduzido não necessita ter carga
elétrica, isto é, ser polarizado. O autor relata que soluções enzimáticas são inativadas
desse fato, deve-se evitar a utilização de enzimas em géis aditivados para fonoforese,
extrato de alecrim, extrato de gingko biloba, extrato de centella asiática (ROSSI, 2001).
2002).
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
com idade média de 21,9 anos, não praticantes de atividade física e que
convite verbal.
Assim sendo, 5 mulheres fizeram parte do grupo I, submetidas à terapia com ultra-som
de tratamento .
Uma integrante do grupo controle foi retirada do trabalho, pois iniciou, logo em
Ainda nestas avaliações foram verificados, o grau e o tipo do fibro edema gelóide
marca Sony Digital Câmera, modelo Cyber Shot DSC-P9. As fotos foram realizadas em
Test). A perimetria foi realizada com uma fita métrica da marca Ricsen, de fabricação
participante avaliava o seu grau de satisfação com o fibro edema gelóide apresentado,
satisfação, respectivamente.
6
LEONARD, G.J. A celulite – causas e tratamentos. Publ. Europa-América, 1970.
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MHz, no modo contínuo, com dose de 1,2 W/cm2. Foi realizado o método por
minutos de aplicação para cada glúteo, em uma área aproximada de 36cm². Cada
sessões.
Com o término das vinte sessões, após 6,5 semanas de tratamento, foram
dois meses das reavaliações foram realizadas novas avaliações (ANEXO 3), visando
O grupo II que não recebeu esse tratamento teve direito ao mesmo, com o
término do trabalho.
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4 RESULTADOS
que a faixa etária das participantes deste estudo variou entre 20 e 25 anos, com uma
média de idade de 21,9 anos. A média de peso corporal foi de 56,32 Kg e a média de
administração, foi verificado que 3 participantes (30%) não faziam uso, enquanto que a
de uso foi observado uma média de 3 anos e 1 mês. Os dados estão ilustrados na
figura 1.
30%
70%
Não Sim
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100%
40%
60%
Sim Não
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verificado que a grande maioria das participantes, adota preferentemente esta postura
durante o seu dia. Das 10 participantes do estudo, 9 delas, ou seja, 90%, permanece a
maior parte do dia na postura sentada, e apenas 1 participante (10%) refere que esta
postura não é a principal adotada durante o seu dia. Esses dados estão ilustrados na
figura 4.
10%
90%
Sim Não
média verificada depois do tratamento, e por fim, a média realizada após dois meses de
tratamento, para os dois grupos da pesquisa. Observa -se, para o grupo I, que foi
entre a medida realizada depois das vinte sessões de terapia e a medida realizada
Tabela 3 - Perimetria
Outro parâmetro utilizado foi uma escala de grau de satisfação, incluso na ficha
tratamento, e uma diminuição de 0,2 entre a avaliação inicial e a avaliação após dois
apresentadas, sendo elas: fibro edema gelóide duro, flácido e edematoso, verificou-se
que a maioria das participantes envolvidas neste estudo apresentavam a forma flácida
do fibro edema gelóide, enquanto apenas 10% apresentavam o fibro edema gelóide na
10%
90%
Flácido Duro
do glúteo esquerdo, antes do tratamento, depois deste, e após 2 meses de terapia, para
Antes do tratamento 1 3 1
Depois do tratamento 3 2 -
60% apresentavam o fibro edema gelóide em grau 1. Depois do tratamento obser vou-
apresentavam grau 3. A última avaliação, realizada após dois meses, demonstrou que
novamente 40% das participantes apresentavam grau 3, tal qual no início. Além disso,
observou-se que dos 60% de grau 1 apenas 40% manteve este grau e 20% evoluiu
Antes do tratamento 3 - 2
Depois do tratamento 3 1 1
Os resultados obtidos analisando o glúteo direito do grupo II, que serviu de grupo
controle, não sendo submetido a nenhuma intervenção, revelaram que a maioria (60%)
participantes (100%), uma vez que este grupo teve uma desistência, apresentavam
Antes do tratamento 1 3 1
Depois do tratamento - 4 -
maioria das voluntárias (80%) apresentavam fibro edema gelóide grau 2, enquanto 20%
avaliação observou-se que 50% apresentavam grau 2, 25% apresentava grau 1 e 25%
já apresentava grau 3. Por fim, na avaliação realizada após dois meses de terapia com
o grupo I, verificou-se que a maioria (75%) das participantes evoluíram para fibro
expostos na tabela 8.
Antes do tratamento 1 4 -
Depois do tratamento 1 2 1
5 DISCUSSÃO
edema gelóide. Porém, apenas alguns fatores foram analisados nesta pesquisa. Os
quadro de fibro edema gelóide apresentado pelas participantes deste trabalho, uma vez
região poplítea e inguino crural e agravar o quadro do fibro edema gelóide devido à
A perimetria realizada não foi utilizada para identificar o fibro edema gelóide ou
classificá-lo, mas como uma medida complementar e indireta na avaliação deste, pois
peso e este com o fibro edema gelóide. Observou-se que no grupo I houve um aumento
do diâmetro entre a medida realizada depois das vinte sessões de terapia e a medida
diâmetro entre a medida realizada após o tratamento e a medida realizada após dois
terapêutica.
satisfação, realizada pela própria participante, a qual graduava de zero a dez a sua
satisfação com relação ao seu fibro edema gelóide apresentado na região glútea.
participantes deste estudo nota-se que os resultados estão de acordo com GUIRRO e
GUIRRO (2002), que referem-se a forma flácida do fibro edema gelóide como sendo a
das participantes deste estudo, as quais não eram praticantes de atividade física.
período de dois meses o fibro edema gelóide voltou a ter o mesmo aspecto observado
entanto, foi que na avaliação final não houve retorno para a classificação original de
todas as participantes tal qual foi observado no glúteo direito, e sim uma piora pois
possíveis causas para esta diferença de resultados entre os dois glúteos podem ser
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distribuição do fibro edema gelóide, ou devido a disposição da área que foi tratada
durante a aplicação, uma vez que o aparelho de ultra-som estava localizado próximo ao
lado direito das participantes, sendo mais difícil a sua aplicação no glúteo esquerdo.
Vale ressaltar que este modo de aplicação foi realizado apenas no início da pesquisa,
próximo do aparelho.
Como visto, de uma forma geral, o grupo que foi submetido ao tratamento
acometimento do fibro edema gelóide na região glútea. Isto está de acordo com
GUIRRO e GUIRRO (2002), ROSSI (2001), e LONGO (2001), que afirmam que o ultra-
som terapêutico constitui um recurso eficaz no tratamento do fibro edema gelóide. Esta
redução inicial pode, por exemplo, ser visualizada no ANEXO 4, quando é comparada a
terapia.
Contudo, foi verificado que após dois meses sem intervenção houve um retorno
à classificação inicial, ou seja, não houve manutenção dos resultados obtidos com o
FERNANDES (2003), o fibro edema gelóide não deve ser considerado isoladamente
abordadas para devolver ou manter a harmonia corporal. Isto pode ser obtido através
não manutenção dos resultados obtidos com o tratamento proposto pode ser
visualizada em ANEXO 5.
Analisando-se o grupo controle, tanto glúteo direito como glúteo esquerdo, foi
quadro uma vez que evoluíram para grau 3. Ou seja, neste grupo que não recebeu
intervenção terapêutica notou-se que não houve melhora alguma do quadro do fibro
edema gelóide, mas manutenção ou evolução para grau mais avançado. Isto pode ser
fotográficas. Estas fotografias digitais segundo RATNER e THOMAS (2003), têm sido
obstáculo não sobreposto observado nesta pesquisa foi em relação a execução das
execução deste trabalho diz respeito a inspeção e as fotografias digitais que foram
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determinação da classificação.
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CONCLUSÃO
Conforme os objetivos propostos para este estudo, o fibro edema gelóide foi
edema gelóide foi eficaz após vinte sessões de terapia. Por fim, verificou-se que os
resultados obtidos ao término da terapia não foram mantidos após dois meses do
tratamento.
se realizar pesquisas mais acuradas. Para tanto, sugere-se o uso de meios avaliativos
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ANEXOS
ANEXO 1
B. Ficha Clínica:
Peso: __________ Altura: _________
Diabetes: ( )não ( )sim
Uso de medicamentos: ( )não ( )sim.
Qual?__________________________________
Hipertensão( ) Hipotensão( ) Normotensa( )
Disfunção hormonal: ( )não ( )sim.
Qual?__________________________________
Transtorno circulatório: ( )não ( )sim
Anticoncepcional: ( )não ( )sim. Há quanto tempo?________
Tabagismo: ( )não ( )sim, quantos por dia?______
Ingestão diária de refrigerantes: ( )não ( )sim. De bebidas alcoólicas: ( )não ( )sim
Ingestão diária de líquidos: ( )abaixo de 1litro ( )entre 1 e 2 litros ( )acima de 2
litros
Alimentação gordurosa: ( )sim ( )não
Permanece por muito tempo na posição sentada:( )não ( )sim
História de fibro edema gelóide na família: ( )não ( )sim
Aparecimento do fibro edema gelóide em outras regiões:_______
Tratamentos anteriores para o fibro edema gelóide:
( )não ( )sim;
E o resultado foi: ( )ruim ( )bom ( )ótimo
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Glúteo D
Grau:
Tipo:
Temperatura local da pele:
Sensibilidade:
Glúteo E
Grau:
Tipo:
Temperatura local da pele:
Sensibilidade:
D. Perimetria:
0_____1_____2_____3_____4_____5_____6_____7_____8_____9_____10
pouco satisfeita muito satisfeita
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ANEXO 2
Identificação:______________________________________
ANEXO 3
Glúteo D
Grau:
Tipo:
Temperatura local da pele:
Sensibilidade:
Glúteo E
Grau:
Tipo:
Temperatura local da pele:
Sensibilidade:
D. Perimetria:
0_____1_____2_____3_____4_____5_____6_____7_____8_____9_____10
pouco satisfeita muito satisfeita
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ANEXO 4
ANEXO 5
bilateral.
ANEXO 6
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ANEXO 7
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bilateral.