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EVANGELHO DA MANIPULAÇÃO
Social, histórica e eclesiástica
Autor
Dr. Eney de Almeida Lima.Th.D Ph.D
Editor
Raimundo Macêdo, Th.B Ph.L
Revisão de Prova
K. Y. Reimap
Capa e Diagramação
Edição do Autor
E-mail: eney_a@yahoo.com.br
eneylima@gmail.com
dr.eney@fatbi.com.br
061-8136-1191
PREFÁCIO
Cheguei a esta conclusão por entender que nos dias atuais, nós os pastores que
temos a responsabilidade de manter o rebanho alimentado nutrido e cônscio de
responsabilidade diante de Deus deparamos com “profissionais do púlpito” que pensam
mais em si próprios e nos resultados temporais que os beneficia do que nortear a noiva
de Cristo na sã doutrina e princípios salutares de uma vida de temor e submissão ao
querer do Senhor.
Dr. Eney de Almeida Lima, o senhor é valente, corajoso, destemido e nos transmite
um invulgar compromisso com a Palavra de Deus. Recomendo aos nossos irmãos Fiéis
aos princípios sagrados esta obra intitulada EVANGELHO DA MANIPULAÇÃO, que
chega ao nosso alcance em tão oportuno momento.
CAPÍTULO IV – MANIPULADORES DA FÉ
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
A verdade é santa, mas a mentira é suja e as duas não podem passar na mesma
porta sem se digladiar e, na luta, vence a mais forte. Este livro faz uma análise da
manipulação do evangelho que está acontecendo no Brasil.
A Igreja viveu aqui sendo perseguida, depois copiada e, então, passou a copiar.
De quem? Assim, hoje é difícil identificar uma congregação que seja realmente parte da
Igreja legítima, porque esta fase da cópia é duvidosa.
O texto que segue aborda uma discussão que gira entre a Igreja do Senhor e as
igrejas neoliberais. O objetivo é mostrar que se não há tem de haver diferença entre os
fiéis e os falsos, entre os justos e os ímpios.
São treze capítulos e todos trabalham os dois temas: Igreja fiel e igrejas
neoliberais. A leitura é divertida e traz sentidos novos de uma análise séria e
responsável.
Assim, você está iniciando uma jornada interessante e de grande valor para sua
vida cristã. Ler “Evangelho da Manipulação” é caminhar nos profundos da realidade e
tomar conhecimento de fatos inéditos.
CAPÍTULO I – O QUE É O EVANGELHO?
Definir o Evangelho neste terceiro milênio não é tão simples como o foi no
passado remoto, quando havia um destacado contraste ente a verdade e o erro.
Objetivo
Mas tudo isso terá fim, pois Deus não aceita o homem zombar da Sua Palavra o
tempo todo e, assim, logo essa parafernália vai acabar.
Etimologia de eisegese
Ecumenismo
Os líderes que trabalham a formação de uma igreja ecumênica não são escravos
da Bíblia, presos à verdade divina nem submissos às orientações do Espírito. Quem luta
pelo ecumenismo cristão tem outros objetivos diferentes dos que estão registrados na
Palavra – dos objetivos de Deus quando enviou Cristo para morrer na cruz.
Esquemas
Se esse tal de ecumenismo cristão fosse orientado pela santa Palavra de Deus,
com certeza teria valor para fortalecer a batalha espiritual e diminuir muitos conflitos.
Legalismo
Politicagem
Na verdade, a Igreja bíblica tem sua política, mas nunca se rendeu à política
sórdida dos homens com objetivos diversos e todos diferentes do projeto de redenção. A
mistura da igreja com a política no Brasil ficou para trás nos idos do século dezenove e
não justifica sua presença nociva e mal-orientada neste terceiro milênio.
Desvio da missão
É preciso, como disse Jesus, permitir que o joio continue junto do trigo, mas não
é possível aceitar chamar o joio de trigo nem o trigo de joio, em hipótese alguma. A
tapeação, o engano, o faz-de-conta e as aparências vêm tentando tomar o lugar da
verdade há muito tempo, mas esta – quando é de Deus, claro! – nunca pode ser
substituída nem perde nenhuma batalha como, de fato, prova a história.
Mesmo que o joio permaneça tirando alguma vantagem nas grandes lavouras de
trigo, não se pode concordar que as identidades sejam trocadas ou alteradas de tal forma
que facilmente se confunda quem é quem no dia-a-dia das diversas igrejas.
Quantidade
Culpa
Terceira, os líderes das instituições da mídia que vivem o tempo todo pescando
em aquário alheio revelam, também, que não encontram em si mesmos coragem para
enfrentar os mares e as vicissitudes da missão verdadeiramente evangelística.
Neoliberalismo
Antes o ataque veio por parte do liberalismo, mas hoje quem governa a mídia é a
filosofia neoliberalista. Os liberais começaram a deixar de lado certas doutrinas
fundamentais e partiram para substituições arbitrárias.
Raimundo Macêdo, no seu livro Crença Filosófica (inédito), páginas 33 e 34, diz
o seguinte:
“A confirmação de que uma informação é verdadeira ou falsa deve ser feita por
pessoas capazes, de maneira correta, exaustiva, com objetividade, sem o concurso da
emoção, isenta de influência política e fora da influência religiosa; com base em
pesquisas bem comparadas; investigações bem confirmadas; informações corretas e
bem fundamentadas; questionamentos muito bem-feitos; críticas confrontadas e
coladas; proposições objetadas, mas não vencidas; duvidadas, mas credenciadas;
perseguidas, mas não mortas; atiradas, mas não alvejadas.
“Uma informação dita falsa só pode ser considerada falsa se continuar falsa
enquanto existir; uma informação verdadeira só pode continuar sendo considerada
verdadeira se permanecer verdadeira enquanto existir.
“Aquilo que é chamado de falso e depois se descobre que é verdadeiro, não era
falso, era verdadeiro e havia sido mal-informado ou mal-investigado.
“Aquilo que é chamado de verdadeiro e depois se descobre que é falso, não era
verdadeiro, era falso e havia sido mal-informado ou mal-investigado.
“O verdadeiro não pode se tornar falso e o falso não pode se tornar verdadeiro.
O que pode acontecer é que o verdadeiro deixa de existir ou se afastar e pode nascer um
falso no lugar, porém nunca há transformação, por ser impossível.
“O verdadeiro pode nascer e morrer, mas não pode ser transformado em falso. O
falso, também, pode nascer e morrer, mas não pode ser transformado em verdadeiro.”
Antidogmatismo
Ninguém que abraça a pura Palavra de Deus aceita mudanças nas verdades
cardeais da fé. Contudo, os neoliberais – aqueles que não aceitam ingerência da
verdadeira Igreja – mudam à vontade, tanto a forma de crer como a maneira de praticar
a liturgia do culto e a fé no cotidiano.
“Estamos libertos”
O troco
Quem se liberta – por sua própria conta – das regras e da ingerência da Igreja,
certamente cai na lei da substituição automática. A partir do momento em que alguém
deixa a Palavra pura de Deus para abraçar outra mensagem ‘liberta’ das ‘regrinhas’ do
Corpo de Cristo, claro que a pessoa se submetera a outra força de identidade duvidosa.
E aquele que se entrega a uma lei diferente das leis da Bíblia terá dificuldade para
retornar às ‘regrinhas’ divinas que ajudam a caminhar no rumo certo da Nova
Jerusalém, Ap 21.27.
Toda vez que uma pessoa deixa um mundo e vai para outro, se liberta de uma
norma e se escraviza debaixo de outra. Esta lei é bíblica e não pode ser rejeitada pelo
cristão saudável. Leia Rm 6.1-23.
Prisão pessoal
Por quê? Quem escolhe esta forma de vida ‘neo-evangélica’ não tem vontade de
voltar para onde estava antes, pois as propostas neoliberais lhe agradam, lhe enchem a
alma de satisfação pessoal – é isso que eles querem!
É como uma pessoa que não saiba nada de submarino e esteja fazendo uma
vigem de um mês no fundo do mar sem ver a terra e sob o controle total dos
funcionários da empresa responsável pelo transporte.
Na verdade, quem come pelas mãos dos outros não pode garantir a qualidade do
alimento que ingere. Assim é o povo que acompanha a mídia por causa do
neoliberalismo em detrimento do Evangelho puro.
O QUE É O EVANGELHO
Amor
Justiça
“Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus”, Rm 3.26. O verdadeiro Evangelho fala da
justiça e rejeita, ao mesmo tempo, a injustiça.
Verdade
Jesus disse certa vez: “Eu sou [...] a verdade”, Jo 14.6. Orando ao Pai, disse
também: “A Tua Palavra é a verdade”, Jo 17.17. Como age uma pessoa que está na
verdade em relação ela? Passivamente! Quem é escravo da verdade é guiado por ela e
não tem projeto próprio para defender ou realizar!
“Mas o que pratica a verdade vem para a luz para que sejam manifestas as obras
dele, as que em Deus são feitas”, Jo 3.21. Quem ama a verdade se aproxima da luz, mas
quem não se aproxima da luz do verdadeiro Evangelho prova que não ama a verdade.
E quem não ama a verdade, ama o quê? E por que muitas pessoas não se chegam
à luz de Cristo? “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que
não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”,
2Co 4.4.
Vontade
Uma das regras do Reino dos Céus é esta: “Se alguém quer vir após mim, que
negue a si mesmo e tome a cruz dele e siga a mim”, Mt 16.24.
Uma lei se desdobra em quatro: primeira, querer seguir a Jesus, ter vontade;
segunda, negar-se a si mesmo, praticar renúncia; terceira, tomar a cruz, ter ação passiva
diante das ordens de Deus; e quarta, seguir a Jesus Cristo, obedecer na prática.
Esta lei declara que o verdadeiro discípulo de Cristo não tem vontade própria,
porque a renunciou para aceitar irrestritamente a vontade de Cristo. Nesse caso, é
impossível um ser humano conseguir fazer as duas vontades: a sua própria e a do
Senhor. Já que ele renunciou a sua, agora resta fazer a do Senhor sem questionar. Isso é
Evangelho!
Santidade
Os neoliberais não revelam preocupação com esses detalhes, pois eles gostam de
viver à vontade, longe das ‘regrinhas’ da Igreja e comendo pelos menos as migalhas da
mídia – aquelas que caem das mesas dos ricos.
Os salvos são participantes da natureza de Deus e, como tais, não têm vontade
própria, não podem escolher onde viver, o que fazer, o que deixar de fazer, porque o
Senhor é que tem o direito de determinar essas coisas para as suas vidas. Leia com
reverência Gl 2.19,20; 5.22,23; Hb 12.14; 2Pe 1.4.
Submissão
Como Jesus andou? Ele mesmo disse: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa
alguma”, Jo 5.30. Jesus era (é) totalmente submisso ao Pai: “Eu desci do céu não para
fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”, Jo 6.38. O discípulo tem
compromisso de submissão e obediência ao Mestre, exceto se for falso.
“Deus [...] predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho”, Rm 8.29.
A vontade de Deus é que os crentes sejam parecidos com Jesus Cristo em tudo, tanto na
teoria quanto na prática. Isso é verdadeiro Evangelho.
Perdão
O perdão traz paz e a paz faz parte de Deus; o perdão traz descanso de
consciência e a boa consciência vem de Deus; o perdão traz certeza de comunhão com
Deus e a comunhão é providenciada pelo Espírito Santo. Isso é Evangelho!
Esta seção tem o objetivo de definir, à luz da Bíblia, o que é a Igreja. No entanto,
para se explicar de forma verdadeira o que é a Igreja, se faz necessário estabelecer uma
comparação entre a verdadeira e a falsa.
Não é possível distinguir o belo sem contemplar o feio; não dá para saber o que
é certo sem a presença do errado; o destaque da verdade é mediante a comparação com
a mentira; a fama do forte ocorre em relação aos fracos; o justo de evidencia por ter em
volta os injustos e assim por diante. Faça uma análise santa do texto a seguir:
As religiões
A Igreja, porém, é corpo e, como tal, não tem visão própria, não fala, não ouve e
não tem cérebro. Por isso, depende desses sentidos e dessas faculdades que estão na
cabeça – Cristo. Isso é Igreja!
As religiões podem ser boas como for, mas não são capazes de mostrar a
verdade divina, o perdão gracioso e a felicidade eterna com Deus. Ao contrário, elas
trabalham mais as propostas de vida boa aqui, de sucesso material, de bem-estar
psicológico, de vitória no cotidiano e não sabem nem a porta de entrada para explicar
sobre a vida eterna.
A caridade
Honestidade
A Igreja não é caracterizada pela honestidade, porque qualquer pessoa pode ser
honesta sem pertencer à Igreja. Os salvos têm de ser honestos, mas a honestidade não
gera salvação. Todo salvo é honesto, mas nem todo honesto é salvo. Assim como
caridade, a honestidade também não pode comprar a salvação.
Quem deseja ser salvo tem de adquirir a salvação que é oferecida de graça por
meio do Evangelho, Rm 1.16, porque a que tem preço é falsa e não merece confiança.
Todas as boas qualidades sociais existem orientadas por três autoridades: Deus,
o homem e o diabo. Dessa forma, não basta ser honesto, é preciso saber de onde vem
esta honestidade, quem é o monitor dela e qual é o seu verdadeiro objetivo.
Templos cheios
Os números empolgam, mas a Igreja não se impõe com base nos números. As
massas humanas atraem, mas esse tipo de atração nada tem que ver com Deus. Virtudes
como justiça, verdade, amor, perdão, graça, humildade, simplicidade, submissão a
Deus, obediência ao Evangelho e outras dessa natureza, não são provadas pelos
números, pelos templos cheios de pessoas.
Não se deve ficar preso a templos cheios para sentir-se no caminho certo, pois a
verdade e a justiça são abraçadas e defendidas pelas minorias, disse Jesus, Lc 12.32.
Quem se empolga com templos cheios pensando que isso é prova de fidelidade a
Deus, simplesmente está equivocado. Deus nunca dependeu de multidões para
demonstrar a Sua presença, o Seu poder e a Sua aprovação para os atos humanos. O
diácono Filipe evangelizou um homem no caminho de Gaza e foi transportado pelo
Espírito para Azoto, no litoral do mar Mediterrâneo, sem a presença de multidões, At
8.26-40.
Jesus Evangelizou a Mulher Samaritana sem ninguém por perto e ela se tornou
uma grande missionária à sua cidade. O Mestre falou com Nicodemos sozinho à noite,
não tinha multidão por ali, Jo 3.1-7. Confundir a presença e o poder de Deus com
multidões é, no mínimo, ingenuidade, prova de manipulação, meninice e “ágnoia”, At
3.17; 17.30; Ef 4.18-24; 1Pe 1.14; 2.15 (únicas refs. no NT).
Uma coisa não depende da outra; obediência pode ser, mas não tem de ser em
templos cheios e templos cheios não significam fidelidade a Deus.
Exibir-se por ser membro de uma instituição que tem templo grande e cheio de
pessoas é o cúmulo do absurdo, pois a Bíblia declara algo ao contrário desse ponto de
vista. Leia Lc 12.32; 1Co 1.18-31. “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,
se perder a sua alma?”, Mt 16.26.
O QUE É A IGREJA
É formada pelo povo que adora a Deus e não reverencia os ídolos. Esta Igreja
tem um ministério organizado pelo Espírito e pela Palavra. Os seus ministros foram
convocados por Cristo para proclamar o Evangelho genuíno por todo o mundo e levar a
salvação eterna dentro do ponto de vista de Deus. Isto é a Igreja! Ela respeita a Palavra
de Deus, Mt 5-7.
Esta Igreja é verdadeira, não prega mensagens inventadas pelos homens – ela
sabe que Jesus não gosta disso, Mt 15.8,9 – nem trabalha orientada pela PNL –
Programação Neurolingüística – método psicológico usado no mundo por psicólogos e
profissionais da comunicação em massa para atrair e dominar multidões, adotado,
atualmente, por líderes pós-modernos de igrejas neoliberais.
Igreja visível
Igreja invisível
Esta, todavia, não é conduzida pelos homens nem julgada por sua autoridade. Ao
contrário, a Igreja invisível, universal, espiritual e eleita eternamente por Deus por meio
de Cristo não tem líder manipulador do Evangelho, que distorça e falsifique a verdade,
2Co 4.2, deturpe as Escrituras, 2Pe 3.16. Não, não tem! Esse tipo de pessoas está só na
Igreja visível. Elas são capazes de atrair multidões e de fazer até milagres, mas não são
capazes de convencer Cristo a levá-las no arrebatamento, Mt 7.15-23.
DE EQUÍVOCOS
O que é um equívoco
Muitas instituições que têm o nome de igreja, porém, estão desempenhando seus
papéis de forma equivocada, ou seja, praticando o evangelho da manipulação instruindo
pessoas a caminharem na vida cristã de modo diferente da Palavra de Deus. Quem faz
isso sem saber está equivocado e quem o faz sabendo é falso profeta.
Eva cometeu cinco erros graves para concretizar a queda no pecado. Esses erros
são ministrados todos os dias, inclusive nas igrejas (mesmo que implicitamente), em
nome de instrução para obreiros. Quais são eles? Observe-os:
A partir do momento em que Eva parou para permitir o diabo falar, com certeza
ela havia deixado de lado as orientações de Deus e, de certa forma, rompido a
comunhão com o Criador. Este é o erro principal, o mais perigoso, cujas conseqüências
são horríveis, só tragédia e desgraça! É a pior decisão que um ser humano pode tomar.
Além de deixar de lado as palavras de Deus e parar para ouvir o diabo falar,
ainda resolve concordar com ele e abraçar as suas idéias malignas e contrárias a Deus!
Que loucura! Isso foi mais grave ainda! Foi isso que Eva fez! Engoliu a derrota, o
fracasso e a miséria!
Desobedecer a Deus
Agora, depois de praticar três erros graves, Eva parte para fazer algo gravíssimo:
desobedecer a Deus e morrer! Leia Gn 2.15-17. A morte de Eva foi espiritual e dupla:
morreu e automaticamente matou toda a humanidade! Isso não é grave, é gravíssimo!
Muitos líderes manipuladores do Evangelho estão fazendo esse trabalho com todo
carinho: caindo e derrubando muitas outras pessoas.
Um porco sujo de lama não tem prazer em ver seu companheiro limpo e faz tudo
que pode para sujá-lo também. Eva, depois de ter caído em transgressão contra Deus, o
Todo-Poderoso, procurou uma forma de cobertura do pecado.
Para isso, ela tentou derrubar o marido e conseguiu, ele aceitou a proposta dela e
desobedeceu a Deus da mesma forma, praticando o mesmo pecado, caiu junto, embora
ele não tenha sido enganado, caiu com os olhos abertos e a certeza de que estava caindo,
1Tm 2.14.
Muitas pessoas, dominadas pela simplicidade e excesso de passividade, estão na
mesma situação de Adão: caindo por dar ouvido à proposta pecaminosa de outros.
Todos os filhos de Deus têm o dever de ouvir as mensagens divinas através dos
pregadores e ensinadores, mas ninguém tem a obrigação de ouvir sermão forjado nas
técnicas de pesquisa de mercado para fortalecer o shopping da fé, o mercado da religião
e o conforto do líder.
O modismo de que um cristão não pode ser pobre tomou conta dos cérebros de
muitos crentes que nunca aprenderam a pensar com a mente de Cristo.
O Senhor disse certa vez à Sua Igreja iniciante: “Os pobres sempre os tendes
convosco”, Jo 12.8a. Ninguém pode mudar essa profecia de Jesus, porque ela é fiel e se
cumpre literalmente! Toda congregação tem de ter pessoas pobres, pois do contrário,
Jesus teria mentido.
Portanto, essa estória da mídia afirmar que os crentes não podem ser pobres é, de
fato, estratégia para arrecadar dinheiro dos pobres e deixar que eles continuem pobres e,
além disso, cada vez mais pobres.
Na verdade, quem gosta não sabemos, mas quem pratica são sempre pessoas que
trabalham na igreja com visão materialista, objetivo de sucesso financeiro, poder
político, fama, nome, domínio. Pessoas passivas diante da autoridade da Palavra de
Deus não têm esse tipo de pretensão e nunca buscam vantagens por meio do
Evanagelho.
CAPÍTULO IV – MANIPULADORES DA FÉ
Além dos toques ligeiros dados no capítulo anterior, apresenta-se, neste, uma
exposição mais específica tentando esclarecer algo a respeito dos manipuladores da fé.
Quem são eles? Observe:
São os inteligentes
Quase todas as pessoas que se consideram não-inteligentes dificilmente se
arriscam a formar grupos para liderar. Os que estão sempre tentando e acabam
conseguindo são aqueles dotados de grande inteligência administrativa. Mesmo sendo
leigos, têm estratégias para conquistar corações para os seus pontos de vista religiosos.
São bons vendedores de idéias!
São os eloqüentes
Eles não revelam compromisso com Deus e Deus, por Sua vez, não tem,
também, compromisso com eles. Aliás, “Deus não tem compromisso com quem não
tem compromisso com Ele”, já dizia Euclides Ribas.
São os que querem ser líderes
Quem fabrica em sua alma o dom de líder e não tem o reconhecimento de sua
Igreja (porque, na verdade, a Igreja não deve reconhecer como ministro aquele que não
demonstra ter recebido chamada divina), logo ele dá um jeito de se consagrar e se tornar
um líder, pastor, bispo ou apóstolo. Essas pessoas não dependem de ninguém para
serem consagradas, pois elas mesmas se declaram e pronto!
Muitos pensam que servir a Deus numa igreja que não lhe dá a chance de ser o
líder principal “não dá dinheiro”. Mas, como ele gosta de conforto e precisa de um
‘dinheirinho’, acaba partindo para uma aventura eclesiástica.
Uma pessoa que leia a Bíblia e se diga convertida a Cristo, e pratique rebeldia, e
crie uma liderança para si mesmo para ter oportunidade de pregar as mensagens que o
povo gosta de ouvir, certamente não tem temor de Deus. A Igreja recebeu a missão de
pregar, sim, mas não o que o povo quer ouvir e, sim, o que Deus quer falar.
A maioria dos líderes que gostam de falar não gosta de ouvir. Porém, o NT
contém a palavra grega “hupakouo” e “akouo”, ouvir, entender, guardar, submeter-se à
autoridade de, prestar atenção em 291 ocorrências diversas, de Mateus a Apocalipse no
NT grego.
Como se sabe que uma instituição está ou não falida? Talvez, no início da
análise, o leitor possa achar difícil, mas, com certeza, logo descobrirá os segredos.
Nesta seção, os comentários estão presos a três tópicos básicos: o sucesso dado
pelo diabo, o êxito do homem e a vitória de Deus. Acompanhe o raciocínio e tente
discernir a diferença entre eles:
O sucesso deles não pode ser duradouro, porque a interpretação dada é paradoxal
e conflitante, contrária em muitos aspectos e, por isso, a derrota de uns (cristãos
humildes e pobres) é mais importante do que a vitória de outros (líderes bem-sucedidos
na área financeira).
Para maior clareza, vale mais o sofrimento dos que vivem no caminho certo com
dificuldade material do que o sucesso de quem pratica coisas que a Palavra de Deus
condena. Vale mais o pouco do justo do que a riqueza de muitos ímpios.
O sucesso dos líderes não chamados por Deus (ou que tenham sido chamados,
mas saíram do projeto de redenção para entrar na luta pela prosperidade material) não
tem grande duração nem promessa de vitória.
A vitória de Deus
Todo julgamento correto passa pelo filtro de Deus, mas os juízos diabólicos e
humanos não são submetidos a esse filtro. É aí que está a derrota dos líderes neoliberais.
Todavia, quando Deus abençoa um líder do Seu povo Ele não pergunta nada
para o diabo nem para o homem, pois a decisão do Senhor é soberana, onipotente,
onipresente e onisciente, além de extremamente amorosa.
Com o homem acontece a mesma coisa, pois ele considera vitória algo que para
ele seja útil, bom e benéfico independentemente do que Deus pense a respeito daquilo.
Então, a vitória de Deus é todo-poderosa e invencível. Ninguém pode
transformar uma vitória de Deus em derrota, exceto a própria pessoa por negligência e
ignorância. A porta que Deus fecha ninguém abre e a porta que Deus abre ninguém
fecha. Toda vitória dada por Deus tem o Seu selo de proteção e o maligno não lhe toca,
1Jo 5.18.
Por que falida? Já que elas funcionam em nome de Deus, em nome de Jesus, em
nome do Espírito Santo, em nome da Bíblia e em nome da Igreja, se não tiver todas as
qualidades ensinadas pela Palavra de Deus, não passa de uma empresa falida no
shopping da fé, no mercado da religião onde existem sermões, campanhas e orações no
atacado e no varejo.
E, assim como a figueira que não tinha fruto foi amaldiçoada por Jesus e secou-
se imediatamente, da mesma forma, os líderes cristãos que não produzirem frutos
dignos do Evangelho serão, também, amaldiçoados para sempre!
Eles estão na lista do “nunca vos conheci” de Mt 7.15-23. Eles fazem para Deus,
mas não servem a Deus; trabalham na obra, mas em benefício próprio; apascentam
ovelhas, mas por interesse do leite e da lã; lutam para que suas igrejas cresçam, mas o
objetivo é aumentar seu próprio conforto material.
Deus tem acréscimos materiais grandiosos para oferecer aos Seus servos e Ele
sempre os oferece a muitos que se encaixam no Seu plano e sensibilizam Seu querer.
Respondendo a uma pergunta da mãe dos filhos de Zebedeu, Jesus deu uma
resposta forte: “Não sabeis o que pedis”, Mt 20.20-22. Aos apóstolos, Jesus disse dentro
da mesma linha de pensamentos: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que
o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder”, At 1.7.
Os líderes cristãos não têm o direito de resolver algo que Deus deixou privativo
a Ele, coisas que Ele colocou à dependência de Sua própria autoridade. Veja no grego:
“ous o patêr etheto em tê idía exousía”. Estas palavras de At 1.7, significam,
literalmente: “Que o Pai colocou em a própria autoridade”.
Todos esses itens dizem respeito a monopólio da União e, por isso, o Distrito
Federal, os Estados e os Municípios não podem, sequer, legislar, exceto executar as leis
prontas e promulgadas.
No Reino dos Céus é também assim: há limites. A Igreja não tem autoridade de
legislar sobre doutrinas, exceto sobre costumes, assim mesmo com restrições, pois os
costumes que são reflexos doutrinários são intocáveis. A conduta visível produzida pela
Palavra de Deus é exigida como prova externa e social da transformação interna e
espiritual. Deus não abre mão dessas coisas.
Jesus ressuscitou Lázaro, mas não tirou a enorme pedra que tampava a entrada
do túmulo nem, depois do milagre, tirou as faixas que enrolavam o corpo. A parte de
Deus Ele faz, mas a parte do homem este tem de fazer. Inverter as obrigações e os
direitos, também, não é possível, não é permitido. Deus nunca aceitou trocas indevidas.
CORROMPIDAS
O tema do capítulo anterior se parece com este, mas o objetivo deste é destacar
algumas nuances de corrupção. Não há choque nos comentários a seguir.
Esse julgamento é feito por Deus na Bíblia, pois segundo a santidade do texto, o
Senhor olha do céu e contempla as atitudes dos homens em Seu nome, porém, os vê
(nem todos, claro) fora dos Seus planos. Isso é corrupção!
Deus não tolera isso, ao contrário, já decretou a sentença: “Nunca vos conheci,
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”, Mt 7.23. Para uma ação ser
‘iniqüidade’, não precisa muitas coisas, não é necessário haver imoralidade, basta fazer
as coisas diferentes do que diz a Bíblia, pois ‘anomía’, de cujo termo grego foi traduzida
a palavra ‘iniqüidade’, é a transgressão da lei divina.
Adultério espiritual
Do latim ‘adulterium’, desde o século VIII, e significa deturpação, falsificação,
corrupção. A partir do grego “moickéia” (século I d.C.) tem o mesmo sentido original.
Este termo aparece no NT grego em 27 versículos com diversas declinações, mas sem
desviar do sentido de falsificação, distorção e deturpação das verdades de Deus.
Porém, existem duas partes: a de Deus e a do homem. E para que haja vitória,
ninguém pode falhar no cumprimento de seus deveres determinados pelo pacto.
Por um lado, Deus é fiel e Jesus, o cabeça do pacto, cumpriu corretamente Sua
parte e disse: “Está consumado”, Jo 19.30. O homem, todavia, é tendente a fugir
radicalmente à responsabilidade e isso é o que têm feito os neoliberais, partindo para a
busca da prosperidade material e da saúde física em detrimento do propósito primeiro –
a salvação.
Cristo foi enviado do céu pelo Pai para morrer em lugar dos pecadores e prover a
redenção de todos que cressem no Seu Nome e obedecesse à Sua Palavra.
Hermenêutica distorcida
Eles não aprenderam a distorcer a mensagem com o Pai nem com o Filho nem
com o Espírito Santo nem, também, com a Igreja fiel. Eles, certamente, copiaram de
alguns falsos profetas ou inventaram a distorção por conta própria. Isso é falsidade
contra a sã doutrina, desrespeito à santidade de Deus!
Explorando os pobres
Mas foi isso que Jesus mandou a Igreja fazer em primeiro lugar? Ele se esqueceu
de falar da salvação? Os neoliberais trabalham massageando o Ego humano,
prometendo vitória na vida material e sentimental deixando de lado o principal foco – a
redenção, o perdão, a justificação, a regeneração, a santificação, a transformação de
vida e a dedicação a Deus de forma humilde, correta e passiva.
De onde surge tanto dinheiro para tamanho luxo como fruto do ensino falso? Os
pobres filiados a essas instituições sofrem, pois a motivação para dar ofertas em
dinheiro, imóveis, veículos, cheques, eletrodomésticos, jóias e outros valores é muito
forte e é enfatizada na maioria das reuniões, as quais são realizadas várias vezes por dia.
Aliás, o foco é o dinheiro. A promoção, às vezes, depende da Capacidade para arrecadar
fundos.
Os argumentos de que “se você ofertar tanto vai ganhar tanto a mais” acabam
dominando muitas pessoas e famílias que lutam para sobreviver e, no entanto, têm de
repartir o pouco que ganham com a instituição para benefício de líderes vaidosos,
insensíveis e de corações maus.
Enxovalhando o Nome de Deus
E aí, como fica o nome de Deus – do Deus justo, fiel, santo, honesto, a quem os
crentes – inclusive os neoliberais – invocam com a mesma religiosidade? Isso não vale à
pena, pois o preço a ser pago depois da cobrança de Deus será muito alto! Haverá choro
e ranger de dentes! Desperta enquanto é tempo! Acorda antes que a porta da graça seja
fechada!
A hipóstase divina presente na Igreja fiel às verdades bíblicas está, aos poucos,
perdendo a qualidade na mente dos pecadores por causa dos escândalos que explodem
na mídia. Até dentre os fiéis têm surgido esporadicamente notícias desagradáveis, as
quais têm colaborado com a formação de opinião negativa sobre o Deus santo, a Palavra
inerrante e a Igreja fiel.
A palavra ‘corrompida’ vem do grego “skoliás”, torta. O pecador ter uma vida
religiosa torta não é ignorado pela Igreja, mas uma pessoa que se diga ser membro da
Igreja nunca poderá viver sua religião de forma tortuosa, perversa e cheia de estratégias
maldosas.
Muitas pessoas que poderiam ser bons filhos de Deus e importantes servos de
Cristo estão estragadas pelos maus testemunhos que as notícias apresentam
constantemente relacionadas à manipulação indevida de dinheiro do povo e, em
paralelo, à manipulação do Evangelho.
Destruindo vidas
Os líderes que apontam o caminho do céu para outra direção deveriam pensar
exaustivamente o que estão fazendo! Uma reflexão demorada e sincera pode salvar uma
vida, ou melhor, milhões de vidas que estão comendo com as mãos dos outros sem
analisar a comida.
O cristão sincero e realmente convertido a Cristo não aponta caminho errado
conscientemente. Pode apontar, sim, por ignorância, não por maldade. Porém, a maioria
indica um rumo duvidoso do céu por intenção maligna mesmo! Há um objetivo voltado
para a aquisição de riqueza material seguida de construção e ampliação do nome no
cenário nacional em detrimento da salvação.
É uma pena que isto esteja acontecendo no Brasil, um dos maiores países do
mundo na pregação do Evangelho. Isso dói e envergonha! O lenitivo, porém, é saber
que no meio da distorção há a verdadeira mensagem divina.
Impedindo salvação
Mas se não houver ensino de qualidade, como as pessoas vão saber que têm de
abraçar a verdade e permanecer nela, mesmo debaixo de provas? E como um cristão que
ouve quase todos os dias pregação de prosperidade material vai aceitar a doutrina da
fidelidade a Deus debaixo de provas? A mensagem verdadeira passa a parecer
falsificação.
Benito Mussolini, o italiano, no início do século XX, disse: “Uma mentira falada
vinte vezes seguidas para a mesma pessoa se torna verdade”. Nesse caso, o evangelho
neoliberal já virou verdade há muito tempo! Os “fiéis” nem pensam em reavaliá-lo, nem
aceitam reavaliação! Eles preferem morrer no erro a se humilhar para a releitura da fé, a
reavaliação da conduta e a reconstrução para a vida eterna.
É por isso que eles estão impedidos de serem salvos da forma como o Senhor
determinou. Aliás, já se acostumaram tanto em ouvir pregações de prosperidade
material que nem pensam mais em mensagens de salvação, de arrependimento, de
conserto de conduta, de santificação, de vida reta na presença de Deus e dos homens e
de ensino fiel à verdade.
O que justifica uma pessoa que se julgue abençoada ouvindo pregações falsas a
tomar a decisão de deixar sua igreja e procurar outra onde possa ouvir a verdade,
mesmo para viver debaixo de perseguições?
Dessa forma, tenta-se explicar que o Espírito Santo e a Palavra de Deus não são
respeitados em tais igrejas. O que caracteriza esse tipo de trabalho é a inovação livre, a
estratégia para arrecadar mais dinheiro e os métodos para alcançar crescimento
numérico como carro-chefe.
Em contrapartida, mostra-se, também, que o “Eu” precisa ser tirado do trono,
para que o Senhor, o Dono da Igreja, governe o Seu povo com liberdade e no caminho
santo da Nova Jerusalém. Na verdade, este caminho é muito santo e não cabe muita
bagagem pessoal. Jesus disse: “Entrai pela porta estreita... apertado o caminho que leva
à vida”, Mt 7.13,14. “E não entrará nela [na Nova Jerusalém] coisa alguma que
contamine e cometa abominação e mentira”, Ap 21.27.
O que é destronar?
Esta palavra é triplamente construída, pois contém a parte ‘des-’, prefixo latino
que significa, dentre outros sentidos, ação contrária, como: desarrumar, desmascarar,
desimpedir, desmentir, desfazer, desenterrar, destronar.
Se eles não se deixarem convencer dos erros que praticam, com certeza serão
destronados de outra forma e por uma Força Onipotente e invencível. Será pior!
A Igreja é rejeitada
Em todas as igrejas onde a Igreja não pode exercer autoridade, domínio, direção,
coordenação, o Ide de Jesus, com certeza, não é atendido satisfatoriamente.
Por quê? A Igreja, pelo fato de ser escrava consciente da vontade de Deus, não
tem como agir de modo contrário à sã doutrina. Por outro lado, a igreja neoliberal, pelo
fato de estar numa situação livre da coordenação da Igreja, ela não se importa de agir de
forma diferente e nociva, já que não tem compromisso com nenhuma instituição mais
forte do que ela.
Efeitos negativos do Eu
E, se ele é consciente, sabe que não está no caminho de Deus e, por isso, não tem
compromisso com Ele e vice-versa. Este é um dos segredos: saber que está fora do
caminho do Senhor e sentir-se com liberdade para fazer o que quiser e da forma que
achar melhor.
Nessa situação, se a Igreja não é respeitada nem consultada, evidente se torna
que ela não tem autoridade para impor a sã doutrina nem para corrigir falhas, sendo que
ela foi constituída por Cristo para esta importante tarefa espiritual, Mt 18.15-17; 2Co
10.4-6.
Um líder da Igreja (de Mt 16.18 e Ef 5.27) visitar uma igreja neoliberal e chamar
alguém à responsabilidade cristã à luz da Bíblia é, no mínimo, uma atitude esdrúxula
para eles. Por que esdrúxula? Porque será considerada invasão de direito, pois os
neoliberais vão utilizar a força das leis humanas para rejeitar tal visitante.
Atração contrária
O ponto mais negativo que se vê aqui é que em vez de a Igreja atrair as igrejas
neoliberais, está acontecendo exatamente o contrário, as igrejas neoliberais (uma gota
d’água) estão atraindo e instruindo a Igreja de Mt 16.18; Ef 5.27 (um oceano).
Até o ministério já foi atingido, pois vem recebendo acréscimos. Hoje se ouve
falar de vários ministérios praticados no culto que nunca foram estabelecidos por Jesus
nem pelos apóstolos, são coisas do Ocidente e da engenharia do homem que não tem
identificação firme com Cristo.
A pessoa realmente convertida a Cristo e ao Evangelho nada cria, nada inventa,
só investiga e obedece da forma como está escrito e corretamente interpretado.
Mas, pelo que conheço da vida e escritos de Paulo, nunca se ouviu falar que ele
inventasse estratégias esdrúxulas, práticas ignóbeis ou costumes desvinculados da
verdade com a desculpa de ganhar almas.
Ao contrário, ele agiu com muita firmeza e grande determinação! Ele sabia em
quem havia crido! Paulo tinha qualidade cristã, revelava verdadeira fé, era
comprometido com a verdade, tinha identidade com Cristo. Ele havia deixado tudo para
trás, pois decidira servir a Cristo sem restrição, ou seja, de forma completa e sem limite.
A vida dele passou a ser a de uma pessoa presa na cruz, isto é, crucificada com Cristo,
Gl 2.19,20.
Quando Jesus disse: “Vós sois o sal da terra”, Mt 5.13, Ele estava determinando
que a Igreja tivesse o dever irreversível de influenciar e, por outro lado, nunca poderia
ser influenciada como, de fato, está acontecendo.
A verdade
Nos movimentos das igrejas neoliberais, a Igreja e sua autoridade divina não são
bem-vindas e a verdade também não. Ao contrário, quanto mais longe estejam, melhor,
para seus objetivos não serem frustrados, Jo 3.18-21.
A verdade inibe a mentira, por isso as igrejas neoliberais não gostam dela (da
verdade). E se não gostam, o que fazem com ela? Selecionam alguns aspectos de
interesse e os reveste de uma capa capaz de convencer os adeptos de que se trata da
verdade “pura”.
Hermenêutica distorcida
Em que se apóiam esses intérpretes da Bíblia? Pelo que se notam, eles se firmam
na liberdade de interpretar como quiser, de organizar a igreja da forma que desejar e de
estabelecer objetivos que sejam do seu interesse.
Dinastia eclesiástica
Quando Deus governa uma Igreja, ninguém tira nem põe dirigente, só Ele. Mas
quando o próprio líder é que decide essas coisas, Deus não tem liberdade para agir em
relação àquele povo, àquela congregação.
Certo pastor tomou posse como dirigente de uma Igreja. Ele, por ser eloqüente,
fez um grande trabalho e a Igreja cresceu de modo espantoso em pouco tempo.
“Meu servo, chegou o tempo, vou te tirar daqui e vou te levar para outro lugar”.
O pastor levou um susto e respondeu: “Não, Senhor. Como o Senhor vai me tirar daqui,
se está me abençoando de forma maravilhosa?”
Deus repetiu a mesma palavra duas vezes. Após a terceira vez, ele perguntou a
Deus por que estava tirando ele (o pastor) da frente daquela congregação tão abençoada
por meio do seu trabalho pastoral.
Deus lhe respondeu imediatamente: “Eu vou te tirar daqui porque em vez de tu
colocares o povo nos meus pés, o colocaste nos teus pés. Por isso, vou te levar para
outro lugar onde tu farás a minha obra”.
O pastor ficou muito triste, porque estava abençoado e vendo a Igreja vitoriosa.
Porém, ele havia esquecido um ponto-chave: o líder que trabalha na vontade de Deus
leva o povo para os pés do Senhor e nunca o atrai para si mesmo. Aliás, Paulo percebeu
que em Éfeso havia esses obreiros que lutam para arrastar o povo atrás de si, At 20.30.
Na Igreja governada por Deus, isso não acontece, pois ninguém tem autoridade
para destronar ninguém nem para estabelecer liderança ‘forte’, porque o próprio Deus é
o líder insubstituível e Ele decide tudo sobre a administração da Igreja.
Muitos israelitas tentaram tirar Moisés da frente do povo no deserto, mas toda
luta foi em vão, pois ele fora estabelecido por Deus e Este não permitiu ingerência de
quem não tinha o cargo de trocar dirigente. Moisés perdeu, na verdade, o cargo, mas foi
o próprio Deus que o substituiu empossando Josué.
Esse não é o caso dos neoliberais, pois eles não são trocáveis, são vitalícios e nas
trocas, os sucessores são sempre (talvez com raras exceções) alguém da família, como
aconteceu recentemente na política de Cuba.
A Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 tentar destronar o “Eu” dos líderes das igrejas
neoliberais é quase impossível. Por quê? Eles são nocivos ao andamento da Igreja, mas
estão firmados no poder das leis civis, que têm autoridade comum sobre todos.
Assim, pois, uma medida sábia incluiria uma estratégia que não tocasse nos
direitos como cidadãos brasileiros. Talvez, visando a evitar qualquer tipo de problema
jurídico, fosse melhor partir para uma ação coletiva da Igreja por meio da oração.
NO PRAGMATISMO
Protágoras, um filósofo da primeira geração de sofistas pré-socráticos, disse: “O
homem é a medida de todas as coisas”. Quais eram os sintomas característicos daquele
protagorismo nascente? Alguns se destacaram, como, por exemplo: a negação de
verdades absolutas e o relativismo fragmentado que gera leis particulares com a
intenção de alcançar objetivos gerais.
Troca de foco
O básico do efeito é que houve uma mudança drástica de foco: antes era
teocentrismo (Deus no centro), hoje é praticismo, praticalismo, utilitarismo ou
pragmatismo sob o ponto de vista do homem – antropocentrismo ou androcentrismo.
Não é necessário Deus entrar nesse negócio, pois, talvez, a Sua presença seja
interpretada como inconveniente ou ‘mata alegria’.
Líder profissional
O que você acha desse ‘conselho’? Qual era a filosofia daquele conselheiro?
Para ele, que objetivo tem o ministério pastoral? Agradar a Deus ou buscar segurança
material, seguro de vida, aposentadoria, status, fama, conforto?
Por quê? Os dízimos e as ofertas dos crentes são recursos de Deus e da Igreja,
não do líder em particular! Cada centavo gasto além da espórtula justa e suficiente para
a sobrevivência digna será anotada no céu como dívida.
E como pagar isso depois da morte, já que a maioria dos líderes que exageram
nos gastos não está disposta a pagar aqui? Isso é um problema de quem não vigia e
excede em sua forma de administrar os recursos de Deus!
Inversão de objetivos
Veja, porém, que há uma inversão perniciosa de objetivos, pois quem quer correr
atrás de seus desejos pessoais deve, no mínimo, ser sincero e desocupar o púlpito da
Igreja para que se coloque (que Deus coloque) outro que seja realmente servo e busque
fazer a vontade do Senhor.
Exemplo perfeito
Muita gente caminha arrastada pela filosofia de seus líderes eclesiásticos como
peixe puxado pelo anzol do pescador. Esses estão indo para onde? Ora! Para o cesto do
interessado na venda do peixe e no faturamento no fim do mês! Isso é troca de foco,
pois o foco da Igreja está apontado e determinado por Deus nas páginas da Bíblia! Não
há oportunidade – dentro do plano de Deus, claro! – para a criatividade maldosa!
Cadê as respostas?
Pouca gente consegue dar respostas corretas e reais a estas quatro perguntas no
campo da espiritualidade: De onde eu vim? Por que estou aqui? O que estou fazendo?
De quem sou escravo? Para onde estou indo?
Pode-se comparar esta atitude como alguém que come um quilo de comida com
os olhos fechados e pelas mãos dos outros. Qual é a realidade? Não sabe o que está
comendo, come na base da confiança! Aí vem Jeremias, o profeta, e afirma: “Maldito o
homem que confia no homem”.
O excesso de confiança na pregação do líder faz com que o povo caminhe sem
saber para onde. Todo bom cristão confia no sermão que vem do púlpito de sua Igreja,
mas a confiança cega e exageradamente passiva tem jogado milhões de crentes no risco,
na dúvida e no perigo de chegar frustrado ao fim da jornada cristã.
Quem viaja sem ter a certeza saudável de que está indo para o lugar certo pode,
na verdade, chegar a um destino não desejado! O pragmatismo não olha o objetivo do
outro, pois a luta dos pragmáticos é pela satisfação de seus desejos e realização de seus
sonhos – através das massas humanas, claro!
Muitos membros de igreja estão nas vitrines como mercadoria para gerar lucro
para os seus líderes e, o pior, uma grande parte não viu nem aceita que alguém lhe
mostre a realidade em que vive. Eles estão reagindo mais ou menos assim: “Não me
correge não, deixa eu viver como eu querer”. O excesso de liberdade vira
licenciosidade, relativismo e apostasia e, em conseqüência, gera dívida diante de Deus!
A situação não é boa e o futuro não promete muito nem garante nada!
Os salvos têm de acreditar na Palavra, mas, por outro lado, não têm de
acompanhar líderes neoliberais que os guia para destino errado visando a despejá-los no
inferno certo. Cada sermão neoliberal tem o seu valor de tabela segundo a cotação
sujeita a reajuste sem aviso prévio.
Dessa forma, estão indo sem saber pra onde, fazendo sem saber o quê, vivendo
sem saber pra quem e escravos sem saber por quê. Ai deles!
DENOMINACIONALISMO
A leitura do passado era feita com base no real que se apresentava à luz do dia, à
lógica da prática e ao entendimento de todos que contemplavam a simplicidade em que
viviam os crentes, os protestantes, os ‘bíblias’.
No terceiro milênio, porém, já não é possível se fazer apenas uma leitura como
se fez com tanta facilidade em dias remotos. A necessidade nos força a fazer, sim, uma
releitura, ou uma leitura superior com visão de investigador secreto.
Ver uma igreja nova aberta já não gera mais curiosidade como, de fato, gerou
algum tempo atrás. É possível que muitas pessoas passem na frente de um templo
evangélico cheio de adoradores realizando o seu culto e não se sintam atraídas pelo
desejo de entrar e descarregar ali sua alma cheia de pecados, seu corpo carregado de
doenças, sua mente travada de estresse e depressão; sua vida estragada pelos tropeços
do cotidiano, pelos desvarios da má influência e do pós-modernismo ateu.
Certo tédio e saturação invadem as mentes das pessoas que convivem com
cristãos e, no entanto, não sentem nem vêem nada de novo – de Deus – nas suas vidas!
O brilho de Deus continua o brilho de Deus em Deus, mas o brilho de Deus nos
crentes já não brilha como antes, porque os sermões que se fundamentavam na Palavra e
na unção, hoje se debandam para o campo da prosperidade material, fazendo propostas
que caracterizam um novo tipo de ateísmo nascente no meio das multidões que afirmam
viver pela fé.
Umas duas ou três décadas atrás, entrar em um templo evangélico pela primeira
vez era uma experiência relevante e capaz de mudar a cabeça da pessoa. Hoje, todavia, é
necessário reler essa prática e reinterpretar os resultados.
Quem mudou?
Por que, então, tudo funciona tão diferente nas igrejas neoliberais? Qual é o seu
verdadeiro objetivo? O que pensam seus líderes? Os critérios do juízo de Deus, também,
permanecem os mesmos! Tudo intactos! Nada diferente! Tudo igual como sempre!
Uma leitura comum como se fazia antes – há uns quarenta anos, talvez –
nenhum resultado positivo terá. Para ser mais claro, será tempo perdido essa busca de
sentido do trabalho dos neoliberais. É preciso mesmo usar novas regras capazes de
decifrar o enigma do desencontro entre os sonhos de Deus e os sonhos dos líderes da
mídia, da moda e do medo.
A Igreja de Mt 16.18 e Ef 5.27 tem a tendência a pensar como Deus pensa; olhar
como Deus olha; querer como Deus quer; gostar como Deus gosta; rejeitar como Deus
rejeita; amar como Deus ama; odiar como Deus odeia; disciplinar como Deus
disciplina; perdoar como Deus perdoa e fazer tudo da forma como Deus faz.
E as igrejas neoliberais? Você é capaz de julgar essa causa com justiça? O que
há nelas que se parece com Cristo? Todos nós, cristãos professos e decididos a servir a
Deus, temos a obrigação de lutar permanentemente para nos parecer com o Filho de
Deus, conforme diz Paulo: “Porque [Deus...] os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho”, Rm 8.29.
Da forma antiga não se pode mais ler as práticas de certos cristãos evangélicos,
pois hoje a interpretação é muito mais profunda e cheia de figuras de linguagem, de
implícitos, enigmas, símbolos e, no meio de tudo isso, muitas profetadas elaboradas
pelos próprios líderes que costumam dizer nos seus sermões: “Profetiza aí para o seu
irmão do lado! Diga a ele que Jesus vai fazer dele um grande vencedor. Pode profetizar
que o Senhor vai lhe dar uma casa nova, um carro do ano”. Quem não gosta desse tipo
de profecia? Pode ser carnal, mas os leigos aceitam e gostam!
Que fundamento tem uma profecia falada por insinuação do pregador, sem a
intervenção do Espírito, sem nenhuma ordem de Deus? Pelo que parece, o shopping da
fé tem também entretenimento, brincadeiras, abusos religiosos, desvios da seriedade
para a profanação.
É Deus quem manda esse tipo de pregador insinuar essa profecia, como se a
mensagem profética estivesse com ele e que ele possa distribuir a quem quiser? Ou, por
outro lado, ele caiu mesmo no sacrilégio? Já pode fazer as vezes de Deus profetizando a
mandando profetizar?
É tempo de parar com esse tipo de brincadeira no púlpito das igrejas! É tempo de
parar de usar a palavra ‘profetizar’ de forma indevida e com objetivos escusos! Sim, é
tempo! Pare, em nome de Jesus! Não brinque com as coisas de Deus; não abuse da
profecia divina; não insinue carnalmente os seus ouvintes! Pare! Pare! Pare, em nome
de Jesus! Pare!
O que eles pensam realmente que é ser líder cristão? Como eles entendem a
palavra ‘igreja’? Que sentido tem o termo (que eles consideram chato) doutrina? Para os
neoliberais, o que é fé vinda de Deus e sem a contaminação das tendências mundanas?
De onde vem a fé que leva as pessoas a abraçarem uma denominação neoliberal que é,
também, rebelde em relação à Igreja que vai subir no arrebatamento (a de Mt 16.18 e Ef
5.27)? Você consegue identificar estas coisas?
Estas perguntas soam forte nos ouvidos de quem se sente curioso diante desse
neoliberalismo autoritário, ousado, arrogante, ditador, déspota, mandão, anárquico,
hipócrita, rebelde, revoltado, abusivo, sacrílego, apóstata e dono da verdade!
Eles fazem tudo que querem no culto e quanto mais longe da Bíblia, mais
adeptos conseguem atrair. Por quê? Esta pergunta está viva e ativa no planeta Terra
buscando resposta! A sede da solução é forte, a fome da verdade é grande e o desejo do
retorno dos neoliberais se mostra ainda mais intenso!
Conservador
Ser conservador não quer dizer fiel a Deus nem rebelde diante do Todo-
Poderoso. Porque, antes de tudo, se faz necessário uma definição clara e bem-elaborada.
A palavra ‘conservador’ pode ser definida com pelo menos três visões distintas:
Visão química. Conservar é o mesmo que preservar a natureza, a substância, a
qualidade, o sabor, o valor, a aparência, etc. Todos os alimentos precisam ser
conservados de forma adequada para que sejam consumidos sem nenhum risco. Aliás,
não só os alimentos, mas os medicamentos, os produtos de cuidado pessoal, as roupas,
etc.
Aliás, a tradição bíblica – sem definir uma teoria de interpretação, porque este
assunto não tem acordo entre os eruditos e expositores teológicos – se mostra, em certo
sentido, radical, pois defende a observação da verdade bíblica interpretada
corretamente, sem nenhum tipo de alteração.
Neoliberalismo
Pelo fato de o neoliberalismo ser contra os conservadores, ele, obrigatoriamente,
não conserva nada, considera tudo liberado e cada um que se cuide.
O respeito dos líderes para com o povo chega a ser idólatra, pois reverencia as
opiniões e os direitos de cada um e deixa a ‘coisa’ correr livre, à vontade.
CAPÍTULO X – REINVENTANDO
O EVANGELHO
Esse não tem tendência, não tem dono, exceto Deus. É original, não foi
deformado, não sofreu os ataques dos inimigos da Palavra de Deus, ou melhor, resistiu a
todos os ataques como, de fato, Jesus profetizara, Mt 16.18.
Não existe apóstolo, bispo, presidente, pastor ou líder que mande mais na Igreja
do que o Evangelho puro. Ele é considerado a verdadeira Palavra inspirada de Deus e
definida como única regra de fé e prática para os cristãos submissos a Cristo, obedientes
a Deus, guiados pelo Espírito e que esperam Jesus Cristo para a salvação, Hb 9.28.
Evangelho falso
Esse tem nome e aparência de piedade, mas nega o poder. Não confirma as
propostas feitas nos sermões profissionalizados e estratégicos. O objetivo do evangelho
falso não está no plano de Deus, não faz parte da doutrina de Cristo e nunca foi
registrado pelos apóstolos do Senhor.
Esse evangelho é de origem estranha, extrabíblica e não pode ser confirmado nas
páginas do Livro de Deus. A maioria dos sermões desse tipo de evangelho é embasada
na psicologia prática, na neurolingüística e na teologia da prosperidade material. Nada
tem que ver com o objetivo de Deus para os pecadores.
Pelo que parece, alguns líderes neoliberais descobriram que o povo – que
sustenta tudo na igreja com seus dízimos e ofertas – gosta mais de sermões light e
pouco de doutrinas bíblicas verdadeiras, puras e ortodoxas.
Eles são independentes e não querem deixar de sê-lo nunca. Para os neoliberais,
a independência deles é importante, pois gera uma liberdade – que não foi Deus que
lhes dera, mas eles a apreciam assim mesmo – que encaixa direitinho nos seus
propósitos e sonhos pessoais.
A realidade não cede espaço para a ilusão. Para se reinventar o Evangelho se faz
necessário abandonar cinco práticas: independência da Igreja, evangelho horizontal,
respeito exagerado à privacidade, teologia da prosperidade material, liberalismo
exagerado. Estas representam pouco, mas servem de amostra.
Independência da Igreja
A igreja que se tornara independente da Igreja não faz parte da Igreja, porque
esta é escrava da vontade de Deus e não tem vontade de deixar de sê-lo nunca. Um povo
que se diga igreja e se mostre, ao mesmo tempo, independente da verdadeira Igreja
prova adultério espiritual, que é caracterizado pela falsificação da verdade, 2Co 4.2; 2Pe
3.16. Logo, para reinventar o Evangelho é preciso deixar de ser independente da Igreja e
se tornar parte legítima dela.
Evangelho horizontal
Assim, o sermão do pregador não pode partir do homem para o homem, mas de
Deus para o pecador, contendo as propostas divinas para sua salvação eterna, a qual
deve ser preservada na graça com ou sem prosperidade material. Leia Mt 6.19-34; Lc
12.13-21; 2Co 8.9; 1Tm 6.8-10.
Isso é bom e todo mundo gosta, mas diante do onisciente não pode existir – é
impossível praticar. O cristão não é preso diretamente a Deus, como o último dos
grupos de Corinto, 1Co 1.12; pelo contrário, como indivíduo é membro do Corpo (a
Igreja) e não da Cabeça (Cristo). O Corpo é ligado à Cabeça, mas cada membro
individualmente é parte do Corpo. “Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo
em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”, Rm 12.4,5.
Como cidadãos brasileiros, podemos ter (e temos) nossa privacidade, mas como
cidadãos do céu, a Bíblia nos impede de ter privacidade, porque Cristo nos contempla
em todos os lugares, em todos os momentos e nossa prática não escapa aos Seus olhos
penetrantes.
Quem quer viver em privacidade diante da Igreja tem dificuldade para obedecer
à Bíblia! Não se esqueça de que “individualmente somos membros uns dos outros” e,
como tais, todos têm compromisso com todos, Mt 18.15-17. Não há nem pode haver
isolamento, particularidade e independência! Como ter privacidade?
Os salvos podem ser ricos, mas os ricos têm dificuldade para ser salvos, porque
priorizam os bens materiais e deixam de lado (ou em segundo plano) o Reino de Deus, o
que ofende ao Todo-Poderoso. “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma
agulha, do que entrar um rico no reino de Deus”, Mc 10.25. “Louco, esta noite te
pedirão a tua alma, e o que tens preparado para será? Assim é aquele que para si ajunta
tesouros, e não é rico para com Deus”, Lc 12.20,21.
Liberalismo exagerado
Quem muda a doutrina está em confronto com Deus e todos que se chocam as
verdades divinas, se não se converterem em tempo serão condenados. Por quê? Deus
teria prazer em salvar quem condena as Suas atitudes e a Sua Palavra? Isso é um
absurdo!
CAPÍTULO XI – A PROFANAÇÃO
DO SAGRADO
Este ato de ligar (ou melhor, religar), todavia, tem natureza de graça, perdão,
comunhão perfeita, dependência para sobreviver e submissão para servir ao Deus
verdadeiro e Criador do céu e da Terra.
“Eles pregam diferente de nós, mas vivem como nós e querem nos conquistar
para sermos cristãos diferentes deles”, questionam alguns, com base na incoerência
entre a mensagem (santidade) e a conduta (leviandade).
Nesse caso, então, Deus fica de fora da pregação neoliberal, haja vista Ele não
ter liberdade de determinar a conduta dos pregadores, as doutrinas da igreja, a forma de
culto, o sistema de adoração, a interpretação da Bíblia e o que deve ser ensinado à
igreja.
Se Deus não é o presidente, que interesse Ele tem de estar lá? A igreja local que
não permite Deus ser o centro do seu culto não pode garantir a salvação dos pregadores,
quanto mais dos adeptos (pobres vítimas do engano!).
Diferenças
1 – ARC95
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
2 – LTT07
“Em verdade te digo que hoje estarás coMigo no Paraíso”
3 – BV88
“Hoje você estará comigo no Paraíso”
4 – BLH
“Eu lhe afirmo que hoje você estará comigo no paraíso”
5 – TNM67
“Deveras, eu te digo hoje: estarás comigo no Paraíso”
Assim, nas quatro versões primeiras o tempo é “hoje” (no dia da morte de Jesus
e do ladrão arrependido); e o Paraíso seria o seio de Abraão, no centro da Terra, uma
parte do hades onde ficavam os justos (hoje no céu, 2Co 12.4). Na última citada, porém,
o tempo seria no milênio após o arrebatamento da Igreja e o Paraíso seria a Terra.
PÓS-MODERNOS
Os fariseus ensinavam verdades aos outros, mas eles mesmos não tinham
disposição para observar tais verdades, ou seja, tinham a teoria, mas não demonstravam
a prática, Mt 23.1-7. Eles estavam sempre acusando Jesus, criticando as Suas atividades
e criando algum tipo de problema para o Mestre resolver.
Dois tipos de líder são culpados diretamente pela realidade dominante nesse
campo: os líderes neoliberais e grande parte dos líderes da Igreja. Os primeiros não
teriam meios de sobrevivência se os segundos fossem fiéis, porque, sem dúvida, a
marca divisória entre o azeite e a água seria incapaz de ser camuflada.
Os cristãos do terceiro milênio têm também seus pontos fracos e, por isso, se
mostram impotentes diante da massa humana que acompanha – contrário à natureza da
Igreja – a influência dos neoliberais que são, hoje, os fariseus pós-modernos.
Quem imita o erro não deve criticar de quem pratica o erro. Quem censura o
errado não pode fazer o que o errado faz. Muitos líderes que ficaram – e, na verdade,
estão já influenciados pelos que saíram – pisam igualmente na palavra de Deus escrita
por Paulo que disse:
“E estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa
submissão”, 2Co 10.6. O que significa isso, na realidade de uma interpretação ortodoxa
e responsável?
Não adianta tentar fugir, correr ou esconder da verdade, pois tudo que está
oculto será revelado, Lc 12.1-3. Quem censura o errado tem de viver certo e quem vive
errado não pode censurar quem erra! Deus não gosta disso! Quem tem direito de
censurar o errado é quem crê certo, vive certo, anda certo!
Quem critica os que andam errados tem de andar certo e quem anda errado não
pode censurar ninguém! Hoje a guerra nesta área está muito bem travada, pois parte dos
que ficaram de cá está, na prática, imitando os que passaram para lá. Isto é lamentável!
Esta é uma notícia triste!
Aqueles que são neutros – não fazem parte de nenhum dos grupos em análise –
que o digam depois de investigação fria, calculista e justa, dentro de uma filosofia
também neutra sem elogiar nem condenar ninguém.
Os que têm a visão aberta à luz da verdade divina estão vendo, com tristeza, as
aparências dos dois grupos se aproximando. A tendência, aliás, é se ajustarem fielmente
e se confundirem de tal forma que ninguém seja capaz de separar quem é quem nessa
briga.
Pode-se afirmar, sem medo de falha e de erro, que os fiéis a Deus estão ficando
cada vez mais no canto da parede sem saber para que lado olhar, para o que olhar, para
quem olhar! Confira Mt 5.13-16; 11.29; Rm 8.29; 1Co 11.1; 4.16; Fp 3.17; 1Jo 2.6.
A Igreja fiel a Deus e obediente à Sua Palavra nunca realizou culto horizontal,
no entanto, o que se vê hoje é esse tipo de ‘latréia’ partindo do homem e sendo
direcionada para o homem, deixando, assim, Deus do lado de fora do processo do culto.
Este, aliás, é feito com compromisso fechado para a busca da prosperidade material e da
vida fácil aqui na Terra.
DEVE FAZER
Abordam-se, neste capítulo, doze tópicos relacionados ao que a Igreja deve fazer
para cumprir o seu papel como verdadeira representante de Cristo na Terra: manter-se
na Palavra, corrigir os líderes que permanecem, forçar a diferença entre a verdade e o
erro, não permitir a censura falsa. Deve, também, publicar a Bíblia traduzida dos
originais, destacar a identidade dos fiéis, ensinar a importância do sacrifício de amor,
instruir todos a renunciarem aos bens materiais.
Explicam-se, ainda, a respeito dos instrutores darem bom exemplo, não aceitar
duvidosos instruir, nunca bater no peito e, por fim, definir a verdadeira vida cristã à luz
da Palavra de Deus.
Manter-se na Palavra
O fiel é o sal da terra (foi levantado por Deus para influenciar) e o neoliberal é a
terra do sal (foi arrastado pelo diabo e pelo mundo para ser influenciado). A Igreja,
porém, não pode cair em digressão, isto é, fugir ao compromisso de crer na verdade
divina e de viver orientada por ela em todas as circunstâncias, mesmo diante da cova
dos leões e da fornalha ardente.
Sê fiel até a morte; mantenha-se firme em Cristo mesmo diante das ameaças
violentas; seja crente de qualidade com base na verdade divina; não se mova da
coerência cristã. A Igreja como tal é um Corpo, mas representa a própria Cabeça e os
membros individualmente dependem de sua firmeza para se apoiarem, se espelharem, se
nortearem por sua orientação.
O líder que não é influenciado pelo Pai, pelo Filho, pelo Espírito, pela Bíblia e
pela Igreja fiel não é digno de reivindicar comunhão no Corpo de Cristo. Um membro
comum fazer isso já está errado, mas um líder? De forma alguma isso deve ser
permitido.
Este não é composto de falsos, neoliberais, desviados, disfarçados, lobos
vestidos de ovelha e coisas parecidas. Pelo contrário, é constituído de pessoas
convertidas a Cristo que, como os verdadeiros mártires da história, se mantêm intactos
diante das influências negativas oriundas do mundo e do maligno. Assim como o
organismo humano rejeita os corpos estranhos que se alojam nele, da mesma forma o
Corpo de Cristo não aceita pessoas de reino contrário, ou seja, não colocadas por Deus.
“Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada”, Mt 15.13.
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer”, Jo 6.44. Esta
é uma regra divina revelada por Cristo e não pode ser mudada por ninguém, nem pelos
falsos nem pelos verdadeiros.
A Igreja tem uma moral a cumprir e cada membro dela tem um moral a
preservar. Enquanto os neoliberais alimentam uma fé subjetiva (particular), os fiéis
membros da Igreja santa são obrigados a se manterem na fé objetiva, vinda de fora,
extraída da santa Palavra de Deus (externa, divina e dogmática).
É impossível evitar totalmente o subjetivismo, mas a Igreja luta para viver uma
vida cristã objetiva, à luz da verdade divina e não à mercê das opiniões de seus líderes.
Desde o começo do mundo, Deus agiu em relação ao homem com duas cordas
para lhe amarrar no plano celestial: o ensino e a disciplina. Na verdade, o primeiro sem
a segunda não atinge o objetivo de Deus nem a segunda sem o primeiro, pois ensinar e
não disciplinar é o mesmo que disciplinar e não ensinar. Os romanos fazem isso!
A Igreja não pode ceder sua autoridade para seus líderes, pois se ela fizer isso
estará derrotada. O grupo sustenta o indivíduo, mas o indivíduo não sustenta o grupo.
Assim sendo, se a Igreja fiel não disciplinar seus líderes quando estes erram,
falham em alguns aspectos do ministério, com certeza a maioria dos ministros despenca
água abaixo, perde a autoridade e a santidade.
A disciplina nunca foi aceita com bons olhos, mas sempre cumpriu o seu papel
com eficácia e bons resultados. A maioria dos grupos que impõe verdadeira disciplina
tem força para superar dificuldades, mas aqueles que afrouxam a maneira de corrigir os
erros e os errados sempre perdem e dificilmente ganham.
O ensino verdadeiro é meia bênção e a outra parte só poderá ser completada com
a disciplina correta. O ensino bíblico acompanhado da verdadeira disciplina da conduta
dos ouvintes ou leitores da sã doutrina é sustentado por esta. Por outro lado, todavia, o
ensino sem disciplina é um convite para a queda e homologação do erro.
Quem ensina e não disciplina está dizendo: “A verdade é esta, mas você a segue
se quiser”. Porém, quem ensina e disciplina de maneira correta está dizendo diferente:
“A verdade é esta e se você não aceitá-la estará fora do plano de Deus e da lista dos
salvos”.
A experiência dos apóstolos quando acharam que Jesus era um fantasma não
pode ser reproduzida hoje, Mt 14.26. Quem tem esse tipo de visão não consegue liderar
um grupo no caminho da Canaã Celestial, da Nova Jerusalém, pois lá não entra
contaminação, Ap 21.27.
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e perverso, entre o que serve a
Deus e o que não o serve”, Ml 3.18. Qualquer das partes quando passa pela outra tem
algo errado, pois a cor branca não é a cor azul nem a cor azul é a cor branca. O certo
não é errado e o errado é certo.
A igreja local que permite seus membros cair no vício de viver criticando outras
denominações não tem boa qualidade cristã, pois a santidade evita essas práticas.
O tempo de a igreja comer com as mãos dos outros já passou. Hoje vivemos uma
nova época, novo tempo, cuja visão é mais ampla, a experiência mais madura e a
capacidade para enfrentar desafio, muito maior.
É covardia e também pecado explorar as pessoas simples que não sabem separar
o trigo do joio com relação às Bíblias corretas e as Bíblias erradas. Muitas pessoas
simples compram Bíblias pela aparência, os recursos adicionais e o preço, sem levar em
conta a mensagem que a mesma contém com relação ao hebraico e ao grego. E este
assunto é muito mais sério do que se imaginam!
Depois que uma pessoa se acostuma com uma Bíblia aprende a amar o santo
livro como a verdadeira Palavra de Deus, mas, na realidade, a decisão melhor não é
esta. A maioria dos usuários de Bíblia é constituída de pessoas que não sabem nada de
hebraico e grego e, por causa disso, compram qualquer Bíblia que surge no mercado,
desde que seja bonita e barata.
De quem Deus vai cobrar isso? Dos leigos? Dos novos convertidos que não
sabem se defender? Dos analfabetos? Daqueles que mal escrevem e lêem para seu
gasto? Tudo indica que os responsáveis diante de Deus serão os líderes que têm
autoridade sobre milhares e milhões de pessoas e, contudo, ‘deixam o barco correr
frouxo’.
A parábola da ovelha perdida, Lc 15, é uma ilustração clássica para este fato.
Jesus mostra que a ovelha que se desgarrou dependeu do cuidado, amor e dedicação de
seu responsável, pois ela não tinha capacidade para procurar o rebanho, o curral e o
pastor. Compare Mt 9.36.
Se os líderes não defenderem os membros das igrejas, estes, por sua vez, são
incapazes de fazê-lo com segurança, pois lhes faltam recursos técnicos, lingüísticos,
espirituais, políticos e financeiros. Isso só os líderes têm!
Acorde, líder, Deus está lhe despertando para um novo desafio! É hora de abrir
os olhos e fazer alguma coisa a favor do nosso povo, da nossa gente, dos nossos irmãos
que não foram dotados por Deus de certos dons – administrar, por exemplo. Se você,
líder, que foi chamado por Deus para cuidar do rebanho não defendê-lo, quem o fará?
Não se esqueça dos significados dos termos gregos ‘poimén’ e ‘bosko’[1]1.
Existem muitas Bíblias distribuídas pelo Brasil que não são dignas de confiança
em relação às palavras originais de Deus. Não se pode fazer uma pesquisa com a certeza
de que o resultado será benfeitor. Chega de ‘engolir o boi com chifre e tudo’ e ‘tomar
gato por lebre’.
Primeiro, Dt 28.13 é promessa de Deus para Israel e não de Cristo para a Igreja.
Se assim não o fosse, qualquer versículo bíblico seria doutrina para os crentes,
enquanto, na realidade, a Palavra de Deus requer uma interpretação cuidadosa e que
separe as promessas de Deus para a Nação de Israel das promessas de Cristo para a Sua
Igreja.
Quarta, a Bíblia ensina os crentes fiéis a se sacrificarem por amor visando tão
somente a melhorar sua fidelidade a Deus. Confira o exemplo de Paulo em 1Co 9.27.
Leia, ainda, 2Co 13.5. A Bíblia é rica sobre este tema.
Você pode oferecer seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, Rm
12.1,2, e, ao mesmo tempo, exigir bênçãos e mais bênçãos, como se o culto fosse
apenas uma reunião para buscar tudo que se deseja ter?
Por outro prisma, a Igreja santa aprendeu que todos que não renunciam a tudo
quanto possuem não podem ser discípulos do Senhor Jesus. Compare Mt 6.19-34;
16.24; Mc 8.34; Lc 9.33; 14.26,33.
A Igreja, porém, tem de viver a vida pautada pela reta Palavra de Deus e, com
muito amor, ensinar esse mesmo cuidado a todos os membros. Por que em vez de a
Igreja, que é grande, influenciar a comunidade neoliberal, que é pequena, acontece o
contrário? É possível perceber que há uma força estranha ajudando a conquistar esse
“sucesso”.
Parece que o sal da terra “descobriu” que não compensa ser fiel a Cristo e, por
isso, deixou de influenciar e passou a ser influenciado? A Igreja sofredora cresceu
assustadoramente e, depois de grande, começou um processo de passividade contrária e
negativa, ou seja, de aprender com as novas comunidades desviadas dela mesma.
O refugo está tendo mais força para influenciar! A cada ano mais de um por
cento da santidade da Igreja cede espaço para os neoliberais e eles parecem crescer com
mais rapidez. Indiretamente, a Igreja está participando e homologando esse crescimento
neoliberal inconveniente.
Por que esta preferência? Os neoliberais parece que estão mais experientes nas
estratégias de crescimento numérico, porque a Igreja começou há pouco tempo e eles –
os neoliberais – começaram primeiro nessa corrida atrás do ouro. Assim, na disputa por
crescimento material e financeiro da Igreja, os neoliberais são mais maduros, têm mais
“know how”.
Por que a Igreja condenou tão duramente o desvio deles e depois passou a
aceitar suas idéias estratégicas para obter conforto material à custa dos contribuintes?
Tem erro feio nesse negócio e os culpados serão responsabilizados por Deus. O ensino
de Paulo em Fp 2.15 está em vigor, pois ele se firmou em Mt 5.13-16, que é ensino de
Cristo.
Um peso muito grande nesse emaranhado todo é que os líderes da Igreja têm a
obrigação de dar bom exemplo e, na realidade, esse está difícil de ver. Imagine se um
cristão for viver imitando seus líderes em tudo? Aonde ele vai parar? Como ele vai ser
salvo? O que se vê, com tédio e angústia, é que parte dos líderes da Igreja faz tudo que
pode para manter seus cargos rendosos. Depois que eles entram lá nunca mais querem
sair, como se os outros nunca tivessem direito de nada. Isso pesa! É certo deixar Deus
escolher e decidir, tirar e colocar, aprovar e disciplinar.
Cadê o bom exemplo que Jesus requer dos líderes? Cadê o preço que todos eles
têm de pagar? O mau exemplo parece um problema pequeno, mas, na realidade, é
enorme!
Quem quiser ser vitorioso que se cuide, pois a maioria dos líderes está só
acumulando dívida para pagar num momento em que não será capaz, assim como
aquele mordomo que devia dez mil talentos, Mt 18.23-35; Lc 16.1-13.
Hoje – enquanto se diz hoje – pode-se errar e corrigir o erro. Mas se continuar
acumulando erros sobre erros sem nunca corrigi-los chegará um ponto em que não será
possível saldar a dívida e terá que pagar de outra forma no fogo do inferno. Trabalhou
tanto tempo na Igreja para conquistar o inferno! Que contraste! Mt 7.21-23. Não valeu à
pena! Foram enganados e enganaram muita gente!
Quem não tem força espiritual para dar bom exemplo como fez Jesus, talvez seja
mais prudente deixar a liderança, passá-la para outra pessoa e continuar salvo servindo a
Deus como membro.
Quem deve ministrar a instrução bíblica doutrinária? Quem está autorizado por
Deus a fazer o trabalho de aplicação da verdade à vida do cristão? Estas e outras
perguntas desse tipo ecoam nos arraiais do Evangelho.
Por que um infiel se arrisca a disciplinar outro? Não sabe que estará acumulando
dívida? Praticando incoerência? Fazendo injustiça? Sendo ímpio e passando-se por
santo? Defendendo e praticando a hipocrisia? O preço será muito caro! Caia fora disso!
Fuja enquanto é tempo! Deixe os santos ensinarem!
A instrução para a vida em santidade não deve ser deixada por conta de qualquer
um, pois as conseqüências serão grandes e quem delega poderes para quem não tem
qualidade será também responsabilizado. Só os santos devem instruir e apenas os
comprometidos têm condições de convidar os negligentes para o centro do Evangelho.
Nunca bater no peito
A Igreja não pode deixar por conta do membro a definição da fé, da doutrina, da
obediência e da fidelidade a Deus. Para isto o Senhor levantou ministros: para
interpretar a verdade e determinar, à luz da Bíblia, como devem viver os Seus filhos. Os
crentes são ovelhas e estas não têm definição; ao contrário, são passivas e dependentes.
Dessa forma, a igreja que não permite Deus lhe governar, o que tem de
característica da verdadeira Igreja? Só o nome! Muitas congregações vivas e
abençoadas já perderam a natureza, a santidade, o compromisso e o respeito à Palavra
de Deus por causa desse tal relativismo – cada um decide, pensa, faz como quiser, como
achar melhor. Para essas igrejas, a Bíblia já não vale mais nada, só serve para manter a
tradição de Cristianismo, mas na essência, o objetivo é outro – prosperidade material.
Assim como Jesus não criou novas verdades, não omitiu nada da Palavra de
Deus, nunca alterou os conceitos divinos e foi fiel ao Pai à risca, da mesma forma a
Igreja tem de agir, definir e administrar a fé e a obediência.
E para que isso ocorra a contento, se faz necessário que a Igreja observe quatro
aspectos imutáveis: primeiro, nunca acrescentar doutrinas à Bíblia para os membros
praticarem; segundo, nunca omitir verdades bíblicas impedindo os membros de serem
fiéis a Deus; terceiro, nunca alterar os conceitos de Deus; e quarto, ser fiel ao Senhor
com irrepreensibilidade.
A Igreja fiel é santa e ungida, mas não é dona dos seus narizes e, por isso, não
pode fazer o que deseja, haja vista que ela tem a mente renovada, Rm 12.2; e pensa com
o cérebro de Cristo, 1Co 2.16; Rm 8.29; Fp 4.8; 1Jo 2.6.
Quem faz tudo que quer não é membro do Corpo de Cristo, pois esse é
governado pela Cabeça – e esta não permite o Corpo fazer o que quer, pois tem
autoridade e comanda todas as ações das partes.
Para sua edificação espiritual, leia as seguintes referências bíblicas sobre parte
do exemplo e mandamentos do Senhor: Mt 11.29; Jo 5.19,24,30; 6.38; 7.16-18; 8.40,54;
12.43,49; 13.15-17; 14.24,31; 15.15; 17.8,14, 22,26.
CONCLUSÃO
Você leu um texto fruto de uma análise séria e profunda entre dois temas
antagônicos: a Igreja e os neoliberais. Na verdade, o que pretendeu foi enfatizar a
diferença que está morrendo e precisa recobrar a saúde com urgência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNT, Dave e McMAHON T. A. A sedução no cristianismo – discernimento
espiritual nos últimos dias. 3ª Edição. Porto Alegre, RS: Chamada da Meia-Noite.
Abril de 1995. 272p