You are on page 1of 21

Escola Secundária Antero de Quental

Ano lectivo 2010/2011

Geometria Descritiva

Docente: Discentes:
José Artur Cabral Beatriz Brilhante

Mariana Brandão
Introdução

Decidimos realizar este trabalho porque o tema nos foi abordado em aulas,
sendo assim um modo de estudar as intersecções dos planos não só para nós ao
realizá-lo como para os nossos colegas. No trabalho não só iremos explicar qual o
resultado de uma intersecção, como apresentar vários tipos de intersecções entre
vários tipos de planos e também os vários processos existentes para a sua resolução.

1
Intersecção de Planos
Para que haja uma intersecção entre dois planos, estes têm que ser secantes
entre si, ou seja, têm que se tocar em algum lado. O resultado de uma intersecção
entre dois planos é assim, uma recta.

É-nos permitido verificar isto no seguinte exemplo:

Intersecção entre dois planos.

A recta i é o lugar geométrico dos pontos do espaço que pertencem


simultaneamente aos dois planos

2
Com base nisto, iremos dar início ao estudo das diferentes formas possíveis de
intersecção entre planos.

Para facilitar o nosso estudo iremos dividir este processo de descobrir a recta
de intersecção entre dois planos em quatro abordagens. Estas quatro abordagens irão
ajudar-nos a organizar as nossas ideias para conseguirmos resolver os problemas
relativos à intersecção de planos.

Primeira abordagem:

Na primeira abordagem podemos fazer a pergunta:

“Os planos estão definidos pelos seus traços?”

Caso a resposta seja sim, a resolução do exercício pode ser relativamente simples.

Por exemplo:

Intersecção entre dois planos oblíquos.

Resolução:

3
Nesta situação temos apenas de marcar o traço frontal da recta i na intersecção
dos traços frontais dos dois planos e depois marcamos o traço horizontal da recta de
intersecção na intersecção dos traços horizontais dos dois planos. Para finalizar,
unimos as projecções homónimas dos pontos F e H, o que dará as projecções da recta
de intersecção.

4
Outro exemplo da 1ª abordagem:

Intersecção entre um plano oblíquo e um plano de rampa.

Resolução:
5
Neste exemplo temos que fazer o mesmo raciocínio do exercício anterior. É-nos

dado um plano oblíquo (θ) e um plano de rampa ( ρ). Onde os traços frontais dos dois
planos se cruzarem assinalamos o traço frontal “F” da recta de intersecção e o mesmo
se dá com os traços horizontais dos dois planos onde encontramos o “H”, traço
horizontal da recta. Depois, unimos as projecções de mesmo nome (projecções
homónimas) e encontramos as projecções da recta de intersecção.

Após a primeira abordagem e se não conseguirmos resolver o exercício através


dela, podemos passar à 2ª abordagem.

Segunda Abordagem:

6
Na segunda abordagem podemos fazer a pergunta:

“ Algum dos planos é projectante?”

Se sim, ou seja, se um dos planos for horizontal, frontal, de topo, vertical ou de


perfil, nós ficamos logo a conhecer uma das projecções da recta i (nome que
costumamos dar à recta de intersecção) porque um plano projectante tem sempre um
dos seus traços absorvente, o que nos facilita muito o exercício.

Por exemplo:

Intersecção entre um plano de frente e um plano horizontal ou de nível.

Resolução:

7
Neste exemplo é-nos dado um plano de nível ( δ) e um plano de frente (φ). Este
caso é simples porque como já foi dito, todos os planos projectantes têm um traço
absorvente e neste caso os dois planos são projectantes, logo, a recta i estará
coincidente com os traços absorventes de cada um dos planos. O plano de nível
conterá a projecção frontal da recta de intersecção e o plano de frente conterá a
projecção horizontal da recta de intersecção, nos respectivos traços absorventes.

Outro exemplo:

8
Intersecção entre um plano de perfil e um plano de nível.

Resolução:

9
Neste caso temos um plano de nível e um plano de perfil. Como ambos os planos são
projectantes sabemos que as projecções da recta de intersecção estarão coincidentes
com os traços dos planos, mas onde? Se repararmos o plano de nível é definido apenas
pelo seu traço frontal e o plano de perfil tem ambos os seus traços absorventes, pois
estão coincidentes, logo onde estará a projecção frontal da recta i? Como mostra a
figura, esta irá ser um ponto e a recta i1 estará coincidente com o plano de perfil.
Assim a recta de intersecção será uma recta de topo.

Se a resposta à segunda abordagem for não, ou seja, se não houver nenhum


plano projectante, passamos logo para a 4ª abordagem porque a terceira não nos
resolverá o problema.

Terceira Abordagem:

Na terceira abordagem podemos fazer a pergunta:

10
“Conhecemos alguma projecção da recta?”

Caso a resposta seja sim, ficamos a saber que como ela é complanar, será paralela ou
concorrente com todas as rectas dos planos.

Por exemplo:

Intersecção entre um plano de topo e um plano oblíquo.

Resolução:

11
Neste caso deram-nos três pontos, A, B e C e um plano projectante (Υ). Como
há um plano projectante, sabemos que esse plano irá conter uma das projecções da
recta de intersecção. Neste caso o plano é de topo, o seu traço frontal é absorvente,
logo i2 estará coincidente com este. Para achar o i1 o exercício dá-nos três pontos não
colineares, os quais temos de unir definindo duas rectas concorrentes num só ponto,
neste caso em B. Onde as projecções frontais dessas duas rectas ( a2 e b2)
intersectarem i2, obtemos dois pontos da recta de intersecção que irão baixar para as

12
respectivas rectas ( a1 e b1). Unimos as projecções homónimas desses dois pontos e
obtemos as projecções da recta de intersecção.

Outro exemplo:

Intersecção entre um plano de nível e um plano oblíquo.

13
Resolução:

Neste exemplo temos um plano projectante horizontal (de nível), θ e três


pontos não colineares, A, B e C. Como temos um plano projectante sabemos que uma
das projecções da recta i estará coincidente com o traço absorvente. Neste caso i2
estará coincidente com fθ. De seguida unimos os pontos dois a dois onde as rectas são
concorrentes num ponto (B). Onde as projecções frontais dessas rectas intersectarem
i2, teremos dois pontos da recta de intersecção que são baixados para as respectivas
rectas e de seguida unem-se as projecções homónimas desses pontos obtendo-se as
projecções da recta de intersecção.

14
Quarta abordagem:

A 4ª abordagem não nos pergunta nada. Apenas nos recomenda a utilização de


um plano auxiliar. Os planos que nos irão dar mais jeito serão os planos projectantes
porque têm um traço absorvente.

Observemos o seguinte esquema:

Este esquema diz-nos que temos dois planos θ e δ, onde o nosso objectivo é
encontrar a recta de intersecção (i) entre esses dois planos. Recorremos a um plano
auxiliar Ψ. Esse plano auxiliar irá intersectar os planos  e  segundo duas rectas, a e b.
Onde a e b se intersectarem (são complanares, logo são paralelas ou concorrentes)
ficaremos com um ponto I que será um ponto da recta de intersecção uma vez que é
comum aos três planos. Após termos o ponto I poderemos, com a informação
entretanto recolhida com as outras abordagens, definir a recta de intersecção ou
então será necessário recorrermos a mais um plano auxiliar para acharmos mais um
ponto da recta.

15
Por exemplo:

Intersecção entre dois planos de rampa.

16
Resolução:

Neste exemplo temos dois planos de rampa φ e ρ. Os seus traços nunca se


cruzam. Concluímos que a recta de intersecção não tem traços: é fronto-horizontal.
Nesta situação precisaremos de um plano auxiliar e neste caso usamos um plano
vertical (Ψ). Após termos escolhido o plano, temos de definir duas rectas que
intersectem este plano com os planos iniciais. Estas intersecções auxiliares são
facilmente resolvidas com a primeira abordagem: determinam-se os traços das rectas
e obtêm-se as projecções das rectas. Determinamos, de seguida, o ponto de
concorrência das duas rectas (ponto I) e, como vimos, através da primeira abordagem
percebemos que a recta é fronto-horizontal logo, desenham-se as duas projecções
paralelas ao eixo X contendo o ponto I.

17
Outro exemplo:

Intersecção entre dois planos oblíquos que têm um ponto em comum no eixo x.

18
Resolução:

Neste exemplo são nos dados dois planos oblíquos que se cruzam no mesmo
sítio no eixo de X, ponto M. Como se cruzam no mesmo lugar não conseguimos
resolver o exercício através da primeira abordagem e a segunda abordagem também
não nos resolve o problema porque nenhum dos planos é projectante. Sendo assim,
recorremos logo à quarta abordagem. Como tal, precisamos de um plano auxiliar σ
horizontal (de nível) que nos permitirá achar as recta a e b através da intersecção
deste plano com os dois planos originais. a2 e b2 estarão coincidentes com fσ pois o
plano é projectante e a1 será descoberto passando uma paralela a hθ por F1a, e b1
será descoberto passando uma paralela a fΨ por F1b (as rectas de nível de um plano
oblíquo são paralelas ao seu traço horizontal). Onde estas projecções se cruzarem
encontramos o I1, um ponto da recta de intersecção, que se sobe para a2 e b2 que
estão coincidentes. De seguida basta unir cada projecção do ponto I com o ponto M.

19
Conclusão

Em suma, conseguimos perceber que há diferentes formas de dois planos se


intersectarem, sendo eles projectantes ou não, e ainda que nada melhor para se
compreender a geometria descritiva e os seus respectivos exercícios como a
construção em 3D dos mesmos. Por isso, fizemo-nos acompanhar de um trabalho à
parte, realizado em Sketchup mostrando os diferentes tipos de intersecções referidos
ao longo deste trabalho, em três dimensões.

20

You might also like