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PROCESSO CIVIL

Da CF e dos Recursos

Recurso – é um instrumento processual que se busca o reexame de uma decisão, sendo


aplicado dentro do processo no momento em que houver uma decisão (decisão
interlocutória, sentença e acórdão). Esta decisão pode ocorrer desde a petição inicial até
o trânsito em julgado.

Fundamentos do recurso – Sucumbência e Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.

O recurso é uma garantia fundamental do cidadão, e não somente um instrumento


de defesa. Cabe aos tribunais julgar os recursos específicos e revê as decisões.
O direito fundamental do cidadão é o direito de ação, que é subjetivo, e implica em
exigir do Estado a solução do conflito, isto porque a auto-tutela é vedada no nosso
ordenamento jurídico.
O cidadão tem o direito de levar a sua pretensão para o Estado e dele exigir a
prestação jurisdicional.

A ação prossegue por meio de um processo, que por sua vez possui as seguintes
fases:
- Postulatória – a ação tem o seu início através da petição inicial.
- Probatória – produção de provas.
- Instrução – termina com o despacho saneador.
- Julgamento
- Execução – cumprimento da sentença.
- Recursal – pode ter início se o juiz indeferir a petição inicial, ou a qualquer momento,
desde que a parte não concorde com uma decisão prejudicial.

O direito de ação possui regras a serem observadas: Pressupostos processuais;


Condições da ação; Elementos da ação. Ocorre que com muito mais rigor essas regras
também se aplicam aos recursos.

- Condições da ação:

Legitimidade ad causa – em matéria de recurso os terceiros interessados/prejudicados


podem recorrer, e não somente as partes legitimadas para a causa, que são aquelas que
irão sofrer o ônus e o bônus. O MP também é legitimado.
Interesse de agir – interesse, adequação e necessidade de se utilizar o procedimento
correto.
Possibilidade jurídica do pedido

Hoje cada decisão só admite uma espécie de recurso, portanto, embargos de


declaração interrompem o prazo para o próximo recurso.
Em matéria de recurso admite-se o Princípio da Fungibilidade, ao passo que em
nome desse princípio, se o advogado interpôs um recurso errado, e esse era mais
complexo (com mais formalidades) do que o recurso correto, o juiz pode receber
esse recurso como se correto fosse.
Ex: impetrou agravo de instrumento, mas o recurso correto deveria ser embargo de
declaração, o juiz recebe o agravo como embargos, pois o agravo de instrumento é mais
complexo, entretanto deve-se respeitar o prazo.

- Pressupostos Processuais para o recurso:

Capacidade para o processo – desde que demonstre o prejuízo em decorrência da


decisão.
Investido no poder jurisdicional – examinar a CF para saber quem é competente para
receber o recurso de outro órgão.
Demanda devidamente formulado – forma específica para ser elaborado.

- Elementos do recurso:

Partes, Pedido, Causa de pedir.

Obs.: Não pode emendar o recurso.

Da organização do poder judiciário – revisão das decisões judiciais

- CF; CE/RJ; LC 73/93; LC75/93; CODJERJ; Reg. Interno dos Tribunais.

→ Justiça Federal “comum” art. 109, I CF – tudo que estiver relacionada com a União,
bem como direitos humanos, exceto falência e acidentes de trabalho.
- Justiça do Trabalho e Justiça Eleitoral – também são justiças federais só que
especializadas.

→ Justiça Estadual comum – tudo que não estiver relacionado com a União.

STF “4° grau”

Justiça Federal Justiça Estadual


TST TSE STM STJ TSE STJ STJ STJ STJ
26ministros 7ministros 15ministros 33ministros
TRT TRE X TRF TRE TJ TJ TJ TJ
(24) (27) 5 Regiões
RJ /ES – 2º
Varas do Junta/Zona Auditoria Varas Zona CJM T. Vara J.
Trabalho Eleitoral Militar Federais Eleitoral do de
(73) Júri paz

→ O 1º grau da Justiça Militar, que é composta por Auditorias Militares, ao todo são 12
CJM (circunscrição da justiça militar), 6 delas estão localizadas no RJ, isto porque no RJ
está concentrado o maior volume das três armas.
A Auditoria Militar é o único em 1ª instância que julga em colegiado. Formado por
05 juízes, sendo 1 juiz togado (concursado - relator) + 4 oficiais. O presidente será o
oficial de maior patente.
→ A Justiça Eleitoral, julga matéria tanto de âmbito Estadual quanto Federal.
→ O TRF da 2ª região engloba RJ e ES.
→ O STJ é o guardião do Pacto Federativo.
→ Tribunal do Júri, ainda que seja cometido por militar (do âmbito estadual), se o crime
for doloso contra a vida será julgado por este tribunal.
→ Se o crime for cometido por um militar contra um civil (roubo, furto), será julgado pelo
Juízo criminal. Agora se for cometido por militar contra militar, ou qualquer que seja o
autor do crime, e este tenha ocorrido em território militar, será competente a Justiça
Militar - CJM.
→ Em relação ao direito previdenciário, se no domicílio do autor não tiver justiça federal, é
permitido propor a ação na justiça estadual, mas a competência continua sendo federal,
isto ocorre para facilitar para o segurado/beneficiário.
Agora se for recorrer, tem que interpor recurso no TRF.
→ quando se tratar de justiça comum (federal TRF ou estadual TJ), o tribunal competente
para dirimir conflitos surgidos será o STJ.
→ tanto os Juizados Federais, quanto os Juizados Estaduais, terão suas matérias
reexaminadas nas turmas recursais, recurso inominado, só prevê este recurso.
Nos Juizados Estaduais, o Estado não poderá ser demandado, já no Juizado
Federal, é possível o acionamento da União.
→ Supressão de instância, tem que esgotar primeiro uma instância para depois
provocar a outra.
→ Se a decisão do juiz singular, inclusive do juizado, afrontar a CF, o advogado pode se
utilizar da Reclamação (administrativa) interposta direto no STF, que suspende a
execução da sentença.
Se afrontar uma interpretação de lei federal, deve-se utilizar o incidente de
uniformização da jurisprudência, dirigido ao STJ.

- Embargos de declaração – é um recurso de 1º grau. Não tem custas, sendo revisto


pelo próprio prolator da sentença.
- Agravo de instrumento ou retido – é um recurso de 1ºgrau que ataca uma decisão
interlocutória.
- Apelação – é um recurso que ataca a decisão que encerra a fase de conhecimento.

O TJ possui:
- 08 Câmaras criminais + 01 Seção Criminal – utilizada para revisar, bem como para
realizar a uniformização da jurisprudência dentro das próprias câmaras.
- 20 Câmaras cíveis – não há seção cível.

O TRF possui:
- 04 seções, sendo 02 administrativas, 01 tributária e 01 previdenciária / penal.
- 08 turmas, sendo 04 administrativas, 02 tributárias e 02 previdenciária / penal.
São 05 magistrados que compõem tanto as câmaras quanto as turmas, porém
somente 03 deles votam, os outros dois ficam para o rodízio.
Art. 555. No julgamento de apelação ou de agravo, a decisão será tomada, na câmara ou turma, pelo voto
de 3 (três) juízes.

Se a parte interpõe agravo de instrumento, suponhamos que o relator indefere a


liminar deste recurso, deixando para depois julgar o mérito. Ao propor a apelação,
obrigatoriamente, deverá ser encaminhado para o mesmo relator do agravo, pois ele é o
“dono da ação”, visto que ele já analisou o caso. Desta forma, primeiro o relator deverá
julgar o mérito do agravo de instrumento para depois julgar a apelação.
Se o relato ao analisar o mérito do agravo de instrumento deferiu o mesmo, o
processo retorna para o juiz de 1º instancia que possui a oportunidade de mudar sua
decisão, posto que todos os atos são alterados.
A distribuição do recurso é feita de forma aleatória, sendo escolhido o relator, que
decide sozinho a liminar do recurso, que será revisionado pelos demais.

Obs.: O Conselho da Magistratura é responsável pelo julgamento do juiz.


Obs.: Cabe reclamação ou correição dirigida a Corregedoria de Justiça caso o juiz haja
de má-fé.

Ministério Público

1 – MPU:
- MPT – procuradores do trabalho.
- MPE (Ministério Público Eleitoral) – é provisória, os procuradores do MPF atuam
temporariamente para o MPE – Procuradores da República / Procuradores Regionais da
República.
- MPF – Procuradores da República (1º instância); Procurador Regional da República (2º
instância); Sub-Procurador Geral da República (STJ); Procurador Geral da República
(STF).
- MPM – promotores / procuradores

2 – MPE (Ministério Público Estadual):


- Curadores de justiça – representa os interesses do menor.
- Promotores de justiça – são promovidos a Procurados de Justiça, uma vez atingindo
tal ápice, ele não poderá mais atuar em 1º instância.
O MPE não atua em 1º grau em relação à Vara de Trabalho.

Advocacia Pública

1 – Município – Procurador Geral do Município e Procuradores do Município;


2 – Estado e DF – Procurador Geral do Estado e Procuradores do Estado;
3 – União

Advocacia Geral da União



Procuradoria Geral da União – trata de matéria comum. Atuam o Advogado da União
e o Assistente Jurídico, por lei este seria um assessor,
↓ mais na prática não ocorre.

Procuradoria Geral da Fazenda – Trata das causas fiscais atua o Procurador da


Fazenda Nacional.

Procuradoria Geral da Fazenda – Tratam das causas relacionadas com autarquias,


fundações e empresas públicas federais. Atua o
Procurador Federal.
Dos Recursos em Geral
Arts. 496 a 512

1 – Introdução – surgiu no Código de Hamurabi.


2 – Fundamentos e finalidades do recurso:
- Fundamentos – é a possibilidade da falha humana por isso se criou o recurso;
inconformismo humano natural;
- Finalidade – é revisar a decisão para que se torne justa; e permitir o reexame de uma
decisão que seja desfavorável, afastando a ocorrência da coisa julgada.

3 – Conceito – é instrumento processual que se permite uma revisão judicial perante um


colegiado que tenha trazido um prejuízo.
→ Princípio do Duplo grau de jurisdição – a parte tem o direito de pelo menos realizar
uma revisão das decisões que lhe forem desfavoráveis. O direito de recorrer decorre
deste princípio que está implícito na CF.

4 – Natureza Jurídica:
- Fase processual:
1º corrente (majoritária) – é uma fase do processo, e não o processo em si, pois a coisa
julgada não acontece enquanto não for julgado o recurso. Por isso que se diz que o
recurso não é um processo mais uma fase especial dele. Além disso, só é possível
recorrer se houver um processo. Cabe ressaltar ainda que a mesma constitui uma fase
diferenciada do processo, podendo ter seu início em qualquer momento.

- Ação específica recursal


2º corrente – entende que o recurso é uma ação específica de natureza recursal, pois
segue por uma trilha diferente, com requisitos e condições de admissibilidade próprios
diferentes das condições da ação. Até um 3º estranho a relação processual que se sentir
prejudicado poderá recorrer.
Se entendêssemos que fosse uma fase processual o 3º nunca poderia recorrer.

- Instrumento processual
3º corrente – é instrumento para permitir o reexame das decisões, caminha independente
do processo.

5 – Classificação:
a)
- Ordinários (comum, normais) – quando estão ligados ao mérito, é instrumento
processual para revisar uma decisão prejudicial da parte. Defende os interesses do
cidadão.

- Excepcionais (extraordinários, especiais) – visa proteger algo muito maior que os


interesses do indivíduo que são a CF e o Pacto Federativo. Mais por vias reflexas pode
proteger seu interesse.

b)
- Voluntário – é uma faculdade jurídica da parte de recorrer.
- Ofício – 475 CPC, reexame necessário em relação à Fazenda Pública, toda vez que
esta for sucumbente o juiz deverá recorrer de ofício.
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda
Pública (art. 585, VI).

c)
- Constitucionais – está diretamente previstos na CF: recurso extraordinário, recurso
especial.
- Legais – a maioria dos recursos estão previstos nos códigos e em leis extravagantes.
- Regimentais – previstos no próprio Regimento Interno do Tribunal. Ex: Agravo
regimental ou interno.

6 – Dos atos do juiz sujeito a recurso


Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

- Decisão interlocutória – liminar. Não encerra o processo.


- Sentença – o recurso típico é apelação.
- Acórdão – decisões proferidas nos tribunais.

Obs.: Não é todo ato do juiz que pode ser alvo de recurso. Se for um simples despacho
de mero expediente não cabe recurso.
Seja despacho ou decisão interlocutória, se houver prejuízo cabe recurso.

Dos Recursos no Primeiro Grau de Jurisdição


Art. 496 a 546 CPC
Art. 102, III e 105, III da CF

No ordenamento jurídico brasileiro para cada tipo de decisão cabe somente um


recurso.
Pelo princípio do duplo grau de jurisdição a parte tem o direito subjetivo de recorrer.
Esse princípio é o fundamento do recurso.

1 – Apelação – 3 possibilidades: sentença, liquidação de sentença e impugnação da


fase executória do processo de conhecimento (desde que tenha extinguido o processo
de conhecimento).

- BUSART – Toda decisão que não seja uma sentença será atacada por um recurso
especifico chamado de agravo. Ao passo que, quando a decisão for uma sentença, será
atacada por apelação.

Com a fase de execução sendo incorporada à fase de conhecimento, o direito de


defesa foi garantido através da impugnação. Se a decisão da impugnação encerrar o
processo, ela será atacada pela apelação. Agora, se não encerrar o processo, o recurso é
o agravo.
A apelação não é mais um recurso típico para atacar a sentença, pois hoje ela
ataca também a liquidação da sentença e a impugnação da fase executória do processo
de conhecimento, desde que tenha extinguido o mesmo.

2 – Agravo – no CPC de 73 a regra era o agravo de instrumento.

a) Retido – Hoje é o recurso regra. É aquele onde se apresenta a minuta (razões), não
precisa recolher custas, permanece retido no processo, não sendo julgado naquele
momento. Ele só será julgado se o agravante entender que ele deverá ser julgado. Ex: o
autor arrola 3 testemunhas e o juiz ouve apenas 1, daí o autor recorre através do agravo
retido. Se ao final da ação o juiz julgar improcedente o pedido autoral, o autor/agravante
apela e alega em preliminar que antes da apelação deverá ser julgado o agravo que está
retido nos autos. Ressalta-se que a preliminar será julgado pelo relator.

b) Instrumento – tem que demonstrar a gravidade da lesão ou a irreparabilidade da


mesma, isto é, se a decisão é lesiva ou passível de lesionar o direito da parte. Ex: o autor
arrolou 3 testemunhas e o juiz não ouve nenhuma delas, isto poderá ocasionar um dano
irreparável à parte.

Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da
petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos
documentos que instruíram o recurso.
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo
agravado, importa inadmissibilidade do agravo.

O agravo retido apresenta a minuta, que nada mais é que as razões para recorrer,
permanecendo retido nos autos para ser julgado posteriormente, ao final do processo
principal, desde que a sentença seja desfavorável.

No agravo de instrumento, a parte monta um “processinho” completo, sendo


julgado imediatamente, sendo que o processo principal tem o seu prosseguimento normal.

3) Embargos de declaração - até 2002 era considerado um procedimento administrativo,


hoje o CPC tirou a subjetividade do juiz, desta forma o juiz deve sempre receber os
embargos, sendo que o prazo para interpor o recurso de apelação fica interrompido até a
intimação do embargante a cerca da decisão dos embargos. Por conta disso os
doutrinadores consideram os embargos como um recurso.
Quando se tratar de erro material, não é preciso embargar, mas tão somente
interpor um requerimento.

a) Simples – Serve para resolver: dúvida, omissão, obscuridão, o autor formula 3 pedidos
e o juiz julga somente 2.

b) De Efeitos Infringentes – é uma construção doutrinária. Ocorre quando os embargos


têm o condão de modificar a essência da decisão beneficiando o embargante. Quando
uma possível interpretação da decisão do juiz possa causar prejuízo à parte. Ex:
indeferimento da liminar no mandado de segurança, o impetrante embarga alegando que
tal indeferimento poderá ter força de sentença, pois o impetrante poderá sofrer um
prejuízo imediato. Daí o impetrante poderá interpor o embargo, requerendo ao juiz a
modificação de sua decisão para beneficiar o embargante.

C) Pré-questionadores – Serve para exigir que o tribunal se manifeste acerca da


inconstitucionalidade suscitada pelo recorrente em sua apelação, possibilitando que a
parte leve determinada discussão ao STF.
Esta espécie de embargos não introduz uma matéria nova para ser discutida, e sim
força a manifestação do juiz acerca de uma matéria já introduzida.
O juiz de primeiro grau pode até, em sua decisão, ignorar uma possível
inconstitucionalidade ou ofensa à uma lei federal suscitada pela parte no processo, mas o
TJ não poderá, sob pena do interessado estar impedido de valer-se do recurso especial e
do recurso extraordinário.
OBS: para se valer do recurso especial ou recurso extraordinário, a parte deverá alegar
uma ofensa à lei federal ou a CF, respectivamente, em todas as instâncias. Vale dizer que
tais recursos não são considerados típicos, vez que não se preocupam com os interesses
das partes.

4 – Recurso adesivo – só serve quando ambas as partes são sucumbentes. Este recurso
permite aquele, que também foi sucumbente e não quer mais brigar, a possibilidade de
apresentar o recurso adesivo em cima do recurso principal (apelação).
Se a outra parte desistir do recurso principal/apelação, o recurso adesivo não será
julgado, por ser “adesivo”, voltam as coisas como eram antes.
Quando há sucumbência recíproca, pode ocorrer:
- 2 apelações e duas contra-razões de apelação ou;
- 1 apelação, 1 recurso adesivo e uma contra-razão de apelação e uma contra-razão de
recurso adesivo.

5 – Embargos Infringentes.
Lei 6825/80 – quando a fazenda pública é ré.
Não tem mais utilidade pois a lei foi derrogada.
Lei 6830/80 – quando a fazenda pública é autora.
Este recurso era julgado pelo juiz de primeiro grau, quando a condenação não
ultrapassasse, hoje a quantia de R$ 1,20.
Lei 10522/00 – a fazenda pública não recorre quando o valor for até R$100,00.

6 – Recurso inominado – as decisões prolatadas nos juizados são reexaminadas pelo


menos uma vez, que por sua vez são julgadas pelo próprio juizado.

Dos Recursos Admitidos no Segundo Grau de Jurisdição.

7 – Embargos de Declaração – idem ao item anterior.

8 – Embargos Infringentes - o seu fundamento é o principio do duplo grau de jurisdição


e sucumbência, a parte só recorre se sofreu um prejuízo.
Este recurso só pode ser utilizado por aquele que estava ganhando (em primeiro
grau, portanto, não recorreu) e por conta da apelação interposta pela parte que sucumbia
(também em primeiro grau), passou a perder.
Só é possível utilizar este recurso quando o acórdão que julgou a apelação, por
maioria, muda a sentença de primeiro grau.
Requisitos de admissibilidade:
- Acórdão julgado por maioria;
- Mudança da sentença de primeiro grau;

9 – Recurso Ordinário – é como se fosse uma apelação, quando a ação tem o seu inicio
nos tribunais. É utilizado em homenagem ao duplo grau de jurisdição. Isto é, é um recurso
que tem por objetivo atacar um acórdão, quando a ação não tenha passado pelo primeiro
grau, originando-se no segundo grau.

10 – Recurso Especial – é interposto no STJ quando uma decisão afrontar uma lei
federal.
11 – Recurso extraordinário – é interposto no STF quando a decisão for contrária a CF.
OBS: tanto o RESP quanto o REXT não tutela o interesse subjetivo das partes.

12 – Embargos de Divergência – só é cabível dentro das turmas ou seções do STJ e do


STF respectivamente. Toda vez que um acórdão contrariar o entendimento de outra turma
(STJ), ou seção (STF) sobre determinada matéria.

≠ do incidente de uniformização de jurisprudência – é uma medida administrativa


interposta no STJ, com o objetivo de unificar o entendimento de tribunais pertencentes a
Estados Federativos diferentes.

13 – Agravo (Interno/Regimental) - não está previsto no CPC, mas sim dentro dos
regimentos internos dos tribunais, visa atacar as decisões monocráticas ocorridas dentro
dos tribunais que são prejudiciais a parte. Ex: uma decisão isolada do relator.

14 – Agravo de instrumento – é utilizado quando a decisão for monocrática, grave, e ao


mesmo tempo impeça que o recurso especial ou extraordinário alcance a instância
superior.
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no
prazo de 10 (dez) dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o
caso.

Das Medidas Administrativas Com Efeitos Recursais Reflexos

1 – Reclamação para o STF – Ex: quando o juiz do juizado julga de maneira contrária ao
entendimento do STF.

2 – Correição (Parcial) ou Reclamação Correcional – serve para atacar um despacho


de mero expediente, quando não seria cabível o recurso. Ex: para o juiz marcar um
horário diferente para ouvir a testemunha.

3 – Incidente de Uniformização de Jurisprudência no STJ – é uma medida


administrativa interposta no STJ sempre que existir decisões contrárias em tribunais de
Estados diferentes sobre a mesma matéria. Diferentemente dos embargos de divergência,
que é um verdadeiro recurso.

Dos Prazos para Recorrer

1 – Regra Geral - 15 dias.

2 – Exceções:
a) agravo (retido e instrumento) – 10 dias.
b) embargos de declaração – 5 dias, ainda que meramente protelatório. Os embargos
interrompem o prazo para entrar com apelação.
* embargos infrigentes (primeiro grau) – está em desuso. Lei 6830/80 – 10 dias.- Este
recurso foi criado para o próprio juiz de primeiro grau decidir, quando a fazenda pública for
condenada. Ele caiu em desuso pelo fato de não ter corrigido a moeda prevista na
referida lei, hoje o valor da condenação é de R$ 1,20.
OBS: os prazos dos recursos começam a contar a partir do primeiro dia útil após a
citação (para se defender) ou intimação feita no diário oficial (tomar ciência de um ato
praticado no processo).
A fazenda pública deve ser intimada pessoalmente através de seu representante
legal, sendo que o prazo só começa a correr a partir do primeiro dia útil após a juntada do
mandado de intimação nos autos.
Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.
Art. 277. O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta dias, citando-se o
réu com a antecedência mínima de dez dias e sob advertência prevista no § 2º deste artigo, determinando o
comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.

Dos Fatos Jurídicos Suspensivos do Prazo Recursal

1 – Férias Forenses
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido
em dia em que não tenha havido expediente forense.

2 – Inspeções Internas

3 – Greve dos Servidores

4 – Morte ou Perda da Capacidade Processual das Partes/Causídico - tem que levar


a certidão de óbito e requerer o juiz a suspensão para regularizar o processo.

5 – Interposta a exceção: incompetência, impedimento ou suspeição. Os prazos ficam


suspensos, pois os atos praticados pelo juiz são nulos se for reconhecida uma dessas
causas.

* embargos de declaração interrompem o prazo do recurso principal – Só há um fato


jurídico que tem o poder de fazer voltar a contagem do zero, é o embargo de declaração,
o resto suspende.

Recurso de Ofício

Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo
tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e
fundações de direito público
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda
Pública (art. 585, VI).
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não
apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor
certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do
devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor.
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do
plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente
Sum 423 STF – não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio,
que se considera interposta ex lege.
É o recurso pelo o qual o próprio juiz recorre sempre em que a fazenda pública for
sucumbente. Serve como um instrumento de proteção ao interesse público. Ao recorrer de
ofício o juiz está pedindo que o tribunal reexamine aquela decisão que ele mesmo
prolatou.
Estão excluídos do reexame necessário condenações da fazenda pública inferiores
a 60 salários-mínimos.

Do Juízo de Admissibilidade dos Recursos


(recebido – conhecido – provido)

Alguns recursos possuem o seu juízo de admissibilidade pelo próprio juiz de


primeiro grau que prolatou a sentença, o objetivo é saber se ele encaminha ou não o
recurso para o primeiro grau. Ex: apelação (o juízo de admissibilidade é feito pelo próprio
juiz prolator da sentença).

Doa Requisitos de Admissibilidade dos Recursos

1 – Previsão Legal;

2 – Forma Prescrita em Lei - Ex: as razões de apelação são anexadas a petição que é
dirigida ao juiz que prolatou a sentença em primeiro grau. Após o juiz receber a petição, e
vislumbrar que a decisão é passível de recurso, ele recebe o mesmo e encaminha as
razões para o tribunal.

3 – Tempestividade

1º Momento – o juiz analisa os requisitos acima, formando o seu juízo, a fim de receber
ou não o recurso.

2º Momento – o tribunal analisa o recurso novamente, a fim de conhecê-lo ou não.

3º Momento – o tribunal analisa as razões para dar ou não provimento.

Dos Pressupostos Recursais

1 – Subjetivos – superada a fase do recebimento, são analisados os pressupostos a


seguir, para ver se o recurso é conhecido, após passa-se para a análise do mérito.
Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público.
§ 1o Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a
relação jurídica submetida à apreciação judicial.
§ 2o O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte, como naqueles
em que oficiou como fiscal da lei.

a) Parte Sucumbente – pode ser autor, réu ou ambos (provimento parcial);

b) MP (parte ou fiscal) - se o prejuízo é contra a ordem pública, cabe ao MP recorrer;


c) Terceiro Prejudicado – são aqueles que conseguem demonstrar o nexo causal entre a
decisão e seu prejuízo, isto é, quando a decisão surte efeitos em desfavor de terceiros,
estes possuem legitimidade para recorrer. Neste caso litisconsórcio pode ser iniciado
ainda na fase recursal.

2 – Objetivos:
a) Cabimento – é uma análise para saber se a decisão suporta recurso. Ex: Decisão do
pleno do STF.

b) Adequação - afeta ao tipo de recurso, onde para cada decisão existe um recurso
próprio. Ex: juiz relator – Agravo Regimental; decisão interlocutória – Agravo de
Instrumento ou Retido.

c) Tempestividade – o prazo do recurso é contado a partir da data em que ele é


protocolado na secretaria do tribunal. O juiz de segundo grau faz uma nova análise,

d) Singularidade do Recurso – para cada decisão, ainda que caiba mais de um recurso,
a parte só poderá interpor um. Ex: embargos de declaração e apelação, os embargos
interrompem o prazo para apelação.

e) Inexistência de Farto Impeditivo ( renúncia/desistência) - se uma parte interpões


um recurso e depois realiza um acordo com a outra, isto é desistência. A parte também
pode renunciar o direito de recorrer, pelo fato de aceitar o acordo.

Da Fluência dos Prazos Recursais


Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o juiz
determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido
em dia em que não tenha havido expediente forense.

Princípio da Fungibilidade dos Recurso

Em nome desse princípio deve-se aproveitar os atos já produzidos. Se o recurso


interposto pela parte não ofender os pressupostos de ordem pública, o juiz poderá
receber como se correto fosse, desde que o recurso interposto seja mais complexo do
que o recurso adequado.

Dos Efeitos que Podem Ser Gerados dos Recursos

1 – Devolutivo - é atribuído a todo e a qualquer recurso menos aos embargos de


declaração, pois o juiz que decide é o mesmo que prolatou a sentença.

2 – Suspensivo – quando a matéria é complexa. Serve para impedir que aquela decisão
produza efeitos imediatos.
Obs: A regra é que, aos recursos seja atribuído duplo efeito, isto é, devolutivo e
suspensivo.
3 – Regressivo/retratatório/diferido – neste caso o juiz poderá voltar atrás.

4 – Extensivo – Ex: Litisconsórcio unitário: o recurso interposto por um favorece a todos.

* efeito protelatório – é uma criação doutrinária, Câmara Leal Defende que pode-se
interpor um recurso para adiar a coisa julgada.

Obs: quando a lei não mencionar o tipo de efeito que deve ser atribuído ao recurso,
caberá ao juiz, com seu poder geral de cautela, diante do caso concreto, decidir.

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