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Gravitacdo & Cosmologia Uma Introducdo pra Prefacio Este livro é 0 resultado de 12 anos de trabalho em Portugal onde tive a oportunidade de dirigir um clube de Astronomia para estudantes do ensino fundamental e médio e das agoes de formagao que dei a professores. Muito do material que aqui utilizei, fez parte da minha tese de mestrado em Ensino de Astronomia na Universidade do Porto, em Portugal, que foi adaptado e revisto para ser editado como um livro. A forcga gravitacional é uma das quatro forgas elementares da natureza. Do ponto de vista newtoniano, é uma forca de longo alcance, que atua em todos os corpos que possuem massa. Foram falhas em suas previsées que despertaram o interesse de Einstein (e muitos outros) que juntamente com Marcel Grossmann e o desenvolvimento do cdiculo tensorial pelo matemdtico italiano Gregério Ricci - Cubastro (1853-1925) e seu assistente Tullio Levi-Civita (1873- 1941) permitiram que este chegasse a Teoria da Relatividade Geral, que é uma teoria de gravitagdo?. A concep¢do relativista modificou ao extremo nossas ideias de espago e tempo e a maneira de entendermos o proprio Universo. Entretanto, hd diversos trabalhos de pesquisa no sentido de modificar as teorias de gravitacdo devido a dificuldades encontradas em suas aplicagées, mesmo '“Supernovas e Cosmologia’. Editada por esta editora na “Colectio Teses” ? Para uma discussGo completa sobre a construcéo da Teoria da Relatividade Geral, veja “Subtil é€ 0 Senhor “ Abraham Pais. Editora Gradiva, Série Ciéncia Aborta. 6 na Teoria da Relatividade Geral. A Cosmologia é uma ciéncia que procura estudar o Universo com um todo, mas na fase atual apenas conseguimos criar modelos de universo que se baseiam nas observagées. A Cosmologia néo € uma ciéncia experimental. Vemos o universo, e daquilo que vemos, construimos teorias que o possam explicar. Um dos problemas fundamentais em Cosmologia e, na Astronomia de modo geral, é a medigéo de disténcias juntamente com a busca de padrées para medi-las. Com a descoberta da correlagéo da luminosidade absoluta e do periodo de uma varidvel cefeida, em 1912, por Henrietta Leavitt, a melhoria dos telescopios, e a posterior descoberta de cefeidas na galaxia de Andrémeda por Hubble, o Ser Humano pode, enfim, comegar a determinar distdncias a objetos, muito para além da galdxia que habita. Este livro se destina a alunos do ensino médio, curiosos, professores dos ensinos médio e fundamental juntamente com estudantes universitdrios, que queiram um ponto de partida para compreensdo desses temas. Muitos dos assuntos que sdo abordados sao t6picos correntes de pesquisa. Procurei seguir um contexto histérico para o desenvolvimento dos assuntos abordados, 0 que considero ser o mais adequado, jd que muitas vezes é passada impressdo que o conhecimento atual surgiu “num passe de magica’. No fim do livro hé uma atividade para entender melhor o fator de escala e, duas atividades de cosmologia. O objetivo é auxiliar professores ou alunos que queiram entender como a partir de dados observacionais se constroem modelos, e mede- se a constante de Hubble. Fico a disposigdo, para qualquer esclarecimento, critica ou sugestdo, através do e-mail amorais64@gmail.com indice de llustragdes Figura 1-1 “O Ancido dos Dias” por William Blake... 17 Figura 1-2 Shu, o deus da atmosfera, eleva a sua filha Nut, a deusa do céu, acima do corpo deitado de seu filho Gheb, a Terra. 21 Figura 1-3 Uma antiga representagdo egipcia que mostra a deusa Isis com a estrela Sirius sobre a sua cabega, e segurando o ceptro wadj e o ank (da dilatagéo e da espiritualidade da vida), precedida por Orion, que segura o ceptro uas (do fluxo da seiva), enquanto olha para tras, para Isis, e apresenta a vida com a sua mao esquerda. Atras de Isis estéo representados Jdpiter, Saturno e Marte. Todos esto numa barca que desce o rio Nilo, na diregdo do Oriente para o Ocidente. .. 1.23 Figura 1-4 Tabua em escrita cuneiforme: Mul Apin “As 33 estrelas na trajetdria de Enlil” - Tabua N° 86378 do Museu Britanico. .. 28 Figura 1-5 Estrela de sete pontas representando a ordem de adoragaio dos astros na Mesopotamia. .. wat Figura 1-6 A posigdo assinalada com um tlrculo © @ indicada por uma seta, neste antigo mapa chinés, marca a posi¢ao da supernova de 1054 que deu origem a nebulosa do caranguejo.. Figura 1-7 A esquerda Brahma; a direita Shiva. . Figura 1-8 O sistema pirocéntrico. Figura 1-9 Representacdo tridimensional do modelo geocéntrico, 1660, Do Atlas de Andreas Cellarius:; Harmonia Macrocosmica. Lamina 2: SCENOGRAPHIA SYSTEMATIS MVNDANI PTOLEMAICI A imagem mostra o sistema solar com a Terra ao centro e o zodiaco. 245 Figura 1-10 O sistema de Herdclides. .. Figura 1-11 Modelo geométrico de Ptolomeu. Figura 1-12 O universo medieval como representado na Divina Comédia. $1 Figura 1-13 - Quadro do pintor polonés Jan Mateyko. “Copérnico conversando com Deus” 53 Figura 1-14 — Pagina titulo do livro de Copérnico, Pa edicdo, Basel, Officina Henricpetrina, 1566 54 Figura 1-15 O sistema heliocéntrico. Andreas Cellarius: Harmonia macrocosmica seu atlas universalis et novus, totius universi 10 creati cosmographiam generalem, et novam exhibens. Lamina 5. SCENOGRAPHIA SYSTEMATIS COPERNICANI — Cenografia do sistema de mundo copernicarno. .. Figura 1-16 O universo de Thomas Digges... Figura 1-17 O modelo de universo de Tycho Brahe. 1-18 - Telescdpio de Galileu. .. Figura 1-19 Modelo Heliocantrico de Galileu.. Figura 1-20 Representagao de uma regiao tipica do Universo tal como. imaginada por René Descartes. A figura mostra a situagao (2) do texto. Uma estrela em N colapsa e transforma-se num cometa. Observe a trajetoria irregular que o cometa apresentaria. ..... 65 Figura 2-1 Isaac Newton . 71 Figura 2-2 A lei de Newton da Gravitagao. 3 78 Figura 2-3 A érbita de merctirio seria uma elipse fechada e teria 0 periélio fixo no espago, se nao existissem os outros corpos do sistema solar. .. 80 Figura 2-4 A Orbita de Mercurio nao € fechada e o seu periélio desloca-se no espago. Isto ocorre em rigor, com todos os corpos do sistema solar. A figura esta propositadamente exagerada. 81 Figura 2-5 Albert Einstein Figura 2-6 Maxwell .. Figura 2-7 Movimento relativo entre dois referenciais inerciais. Figura 2-8 Composigao de velocidades... Figura 2-9 Aparato experimental original de Michelson e Morley. Figura 2-10 Diagrama de espago-tempo ilustrando um evento, a linha de universo de uma particula em repouso e a linha de universo de uma particula acelerada, 93 Figura 2-11 Diagrama de espago-tempo representando as linhas de universo correspondentes a particulas com diferentes velocidades, com a velocidade da luz normalizada. .... i SA Figura 2-12 Regides interiores e exteriores ao cone de luz de um dado observador. A regiao interior divide-se em duas sub-regides: cone de luz do passado e cone de luz do futuro. A regiao exterior @ a regiéo de afastamento absoluto ou regio inacessivel, ou seja, é a regio constituida por todos os eventos que nao se encontram causalmente ligados ao observador. ... 95 Figura 2-13 Localmente, o campo gravitacional é uniforme a) Figura 2-14 Entretanto, globalmente, o campo gravitacional terrestre nao é uniforme. .. 100

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