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III CNEG - NITERÓI, RJ, BRASIL, 17, 18 e 19 de agosto de 2006

GESTÃO AMBIENTAL EM OBRAS DE GASODUTOS: MEDIDAS DE


CONTROLE AMBIENTAL FORMULADAS NOS ESTUDOS DE
IMPACTOS AMBIENTAIS E A SUA IMPLENTAÇÃO DURANTE A
ETAPA CONSTRUTIVA

Flaviana Venturim Caldas (UFF) - flavi@petrobras.com.br,


Sergio Pinto Amaral (UFF) - samaral@petrobras.com.br

RESUMO
A crescente evolução da indústria de gás vem levado as empresas do ramo a
investirem na ampliação da infra-estrutura de dutos necessárias ao transporte e comércio deste
produto. O impacto gerado pela implantação destes empreendimentos é considerável ao meio
ambiente e devem ser adotadas medidas efetivas para mitigar estes efeitos. Neste sentido, este
trabalho procurou analisar as respectivas medidas de controle ambiental mais comumente
propostas em Estudos de Impacto Ambiental de Empreendimentos de Gasodutos e a aplicação
das mesmas durante o período de implementação destes empreendimentos, coerentes com o
gerenciamento ambiental adotado pela empresa. Para tanto, buscou-se identificar em um
primeiro momento, os principais impactos ambientais existentes em gasodutos e as
respectivas medidas mitigadoras e programas ambientais propostos nos Estudos de Impacto
Ambiental. Após é avaliada a real aplicação destas medidas de controle ambiental propostas
durante as obras de construção dos dutos. Os resultados da pesquisa demonstraram que apesar
destas proposições estarem sendo em sua maioria adotas quando da etapa de construção e
montagem dos gasodutos, não existe uma análise crítica acerca dos procedimentos adotados
para a implementação destas medidas e o conhecimento produzido não é difundido como
forma de melhoria do gerenciamento ambiental da empresa.
Palavras-chave: Licenciamento da Atividade de Gás e Energia, Gerenciamento Ambiental da
Atividade de Gás.

ABSTRACT
The growing evolution of the oil and gas industry has taken its companies to invest in
the increase of the pipes infra-structure, which is necessary for the transport and commerce of
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these products. The generated impact of these investments on the environment is notable, and
measures must be taken to mitigate its effects. In this sense, this dissertation has tried to
analyze the applicability of the Environmental Impact Studies of Pipes Construction
elaborated in accord with the environmental licensing process, on the execution of the
construction and assembling of the pipes. In a first moment, the conformity of the selected
environmental impact studies with the current laws was analyzed, and the quality of the
elaborated document with the application of verifying lists was evaluated. The real application
of mitigate measures and environmental programs proposed in this dissertation was evaluated
during the construction of the pipes. The research results demonstrated that despite the
majority of these propositions have been adopted at the time of the construction and
assembling of the pipes, there was no critical analysis of the adopted procedures for the
implementation of these measures and the produced knowledge was not disseminated as a
way of improving the environmental management of the company.
Keywords: Environmental Licensing, licensing of the Gas and Energy activity ,
environmental management of the Gas and Energy activity.

1. SITUAÇÃO PROBLEMA

O desenvolvimento da malha de gasodutos vem sendo impulsionado pelas constantes


descobertas de gás decorrentes do investimento significativo por parte da Petrobras e outras
empresas do setor, aliado a necessidade de abastecimento do mercado nacional consumidor. A
confiabilidade do sistema, decorrente da evolução tecnologia, coloca o modal dutoviário
como um dos mais seguros e econômicos para o transporte de derivados do petróleo e gás,
principalmente em grandes distâncias.
Os impactos ao meio ambiente e a sociedade gerados devido ao desenvolvimento das
atividades de implementação dos gasodutos devem ser identificados e a proposição de
medidas eficazes de mitigação é necessária para que o desenvolvimento ambiental das
empresas esteja alinhado aos anseios da sociedade e às necessidades do mercado. Além disso,
a legislação ambiental brasileira vem se fortalecendo no cenário internacional como uma das
mais restritivas e exigentes.
Desta forma, a Lei federal 6938/81, estabeleceu os instrumentos da Política Nacional
de Meio Ambiente, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras e criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão consultivo
e deliberativo, com a finalidade, de entre outras atribuições, deliberar, no âmbito de sua
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competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente


equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida
O CONAMA, promulgou em 1986 a Resolução 01/86, que estabeleceu em seu artigo
2º, que as atividades modificadoras do meio ambiente necessitam elaborar o Estudo de
Impacto Ambiental – EIA, e respectivo Relatório de Impacto ambiental – RIMA, dentro do
processo de licenciamento ambiental. Dentre as atividades listadas, estão os oleodutos,
gasodutos e minerodutos. Esta resolução estabeleceu ainda que o EIA deverá conter como
atividades técnicas a definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, e a
elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento.
Entretanto, não basta os EIA’s serem elaborados em conformidade com a legislação
vigente, eles assumem um papel maior no sentido de serem utilizados na esfera de
planejamento de políticas, planos e programas que afetem o meio ambiente. O EIA deve ser
ainda uma ferramenta de suporte para o planejamento das atividades a serem desenvolvidas
durante a implantação e operação dos empreendimentos. Assim, de nada adianta a elaboração
de estudos ambientais consistentes se as ações e programas propostos para monitoramento e
mitigação dos impactos identificados não forem efetivamente aplicados durante as fases de
instalação e operação do empreendimento.
Neste contexto, a Gestão Ambiental assume um papel fundamental no processo de
implementação de dutos. Para Almeida, Mello e Cavalcanti (2001), no processo evolutivo do
comportamento ambiental das empresas, a função ambiental deixa de ser uma função
exclusiva da produção para torna-se uma função de administração. Interfere no planejamento
estratégico, no desenvolvimento das atividades de rotina e na discussão de cenários
alternativos.

2. OBJETIVOS

Este estudo tem como objetivo principal contribuir para a melhoria do processo de
gestão ambiental da implantação de gasodutos, realizando uma análise da aplicabilidade das
medidas mitigadoras e programas de monitoramento propostos nos EIA’s durante a etapa de
construção e montagem.
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3. MÉTODOS

A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa exploratória, aplicada,


qualitativa desenvolvida através de:
• Pesquisa bibliográfica: por meio do acesso e consulta às bibliotecas da Petrobras e da
Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Universidade Federal do Espírito Santo e em acervo pessoal; realizando-se buscas de
livros, artigos, dissertações e normas técnicas sobre os temas vinculados. Da mesma
forma busca em sites de busca na internet com utilização de palavras-chave como:
avaliação de impacto ambiental, sistemas de gestão ambiental, controle ambiental, e;
pesquisa dos principais dispositivos legais e regulamentos ambientais em livros, sites
do governo e Programa Legis Ambiental.
• Pesquisa documental: tendo como fonte inúmeros documentos gerados pela
organização como: estudos de impacto ambiental, licenças ambientais, relatórios de
andamento das atividades de gerenciamento ambiental, manuais, procedimentos,
informativos, páginas intranet e outros.
• Pesquisa de campo: Mediante a aplicação de lista de verificação junto a pessoas
componentes do sistema de gerenciamento ambiental de cinco gasodutos em fase de
implantação pela Petrobras, captando suas opiniões sobre o tema em pauta e
abrangendo análise quantitativa em alguns casos e qualitativa em outros. A tabela 1
apresenta um resumo com as principais características dos cinco empreendimentos
considerados.

Tabela 1. Características dos empreendimentos analisados


Vazão Nº de Fase atual da
Extensão Diâmetro
Caso (MM Localização municípios obra
(km) (‘)
m³/dia) atravessados
1 130 26 4 ES 5 Construção
2 480 28 8,8 RJ e SP 32 Construção
3 67,5 22 0,375 RJ 3 Pré-operação
4 265 26 1 BA e SE 21 Construção
Interestadual Construção
5 177 26 10 12
– SE e AL
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4. RESULTADOS

Dias (2001) observa que diferenças entre o projeto aprovado e a sua implementação
têm sido constatadas com freqüência por vários estudiosos da aplicação da AIA em todo o
mundo e constituem como um forte argumento para o fortalecimento da etapa de
acompanhamento. Para Prado Filho e Souza (2004), uma avaliação da efetiva implantação das
medidas de mitigação propostas em EIA’s/RIMA’s e PBA’s pode oferecer subsídios
importantes para análise de como o licenciamento ambiental preventivo tem contribuído para
a boa prática da gestão ambiental de empreendimentos; e ainda como os empreendedores
“executam, respeitam e implementam” as medidas de controle ambiental estabelecidas nas
licenças.
Após a análise das medidas mitigadoras propostas em cada estudo, foi possível
contabilizar vinte e uma principais, as quais foram listadas no Quadro 1 e associadas com os
impactos ambientais pertinentes.

Quadro 1. Principais Medidas Mitigadoras propostas em EIA’s de gasodutos


Medida Mitigadora / Potencializadora Impacto relacionado
1. Dinamização da economia local.
2. Interferência sobre os modos de vida das
populações.
Priorizar a contratação de mão-de-obra local.
3. Aumento dos postos de trabalho.
4. Pressão sobre a infra-estrutura de serviços
essenciais.
1. Dinamização da economia local.
Dar preferência ao uso dos serviços, comércio e 2. Pressão sobre a infra-estrutura de serviços
insumos locais. essenciais.

1. Interferência sobre os modos de vida das


Prover a população local de informações acerca populações.
do empreendimento (implantação de Programa 2. Aumento dos postos de trabalho.
de Comunicação Social). 3. Exposição da população ao risco de
vazamento ou explosão do duto.
1. Interferência sobre os modos de vida das
populações.
2. Interferências com o Patrimônio
Elaborar e divulgar Código de Conduta dos Arqueológico.
Trabalhadores e demais ações de educação 3. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
ambiental. Poeiras.
4. Aumento da Pressão da Caça e Pesca.
5. Perda de Vegetação Nativa
6. Perturbação na fauna e perda de hábitats.
Elaborar um programa específico de diagnóstico
1. Interferências com o Patrimônio
e salvamento do patrimônio arqueológico. Prever
Arqueológico.
ações de monitoramento ao longo das obras.
Elaborar um programa de interferência com as 1. Interferências com Áreas de Autorizações e
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atividades minerárias. Prever uma análise Concessões Minerarias.


atualizada e detalhada dos processos no DNPM, e
solicitar ao órgão o bloqueio da faixa e que se
imponham restrições a novos pedidos de pesquisa
ou de licenciamento.
1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
Umectação de vias e acessos principais.
Poeiras.
Execução de manutenções periódicas em 1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
veículos e equipamentos. Poeiras.
Controle do ruído em função dos equipamentos 1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
utilizados. Poeiras.
Planejamento para o transporte de materiais e 1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
equipamentos, evitando-se horários de pico. Poeiras.
1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
Melhoria das condições das estradas de acesso.
Poeiras.
Implantação de sinalizações adequadas e 1. Aumento do Tráfego de Veículos, de Ruídos e
redutores de velocidade, principalmente nas Poeiras.
proximidades de escolas, igrejas e postos de 2. Interferência sobre os modos de vida das
saúde. populações.
1. Início e/ou aceleração de processos Erosivos.
2. Alteração da rede de drenagem.
Evitar cortes perpendiculares em encostas de
3. Carreamento de sólidos, assoreamento e
declividade acentuada.
modificações na vazão de corpos d’água.
4. Poluição dos corpos d’água.
1. Início e/ou aceleração de processos Erosivos.
Evitar intervenções nas estações mais chuvosas 2. Carreamento de sólidos, assoreamento e
do ano. modificações na vazão de corpos d’água.
3. Poluição dos corpos d’água
1. Início e/ou aceleração de processos Erosivos
2. Alteração da rede de drenagem.
Implantar estruturas de drenagem. 3. Poluição dos corpos d’água.
4. Carreamento de sólidos, assoreamento e
modificações na vazão de corpos d’água
1. Início e/ou aceleração de processos Erosivos.
2. Alteração da rede de drenagem.
Realizar revestimento vegetal em encostas e 3. Carreamento de sólidos, assoreamento e
revegetar áreas degradadas (Programa de modificações na vazão de corpos d’água.
Recuperação de Áreas Degradadas). 4. Poluição dos corpos d’água.
5. Perda de Vegetação Nativa
6. Perturbação na fauna e perda de hábitats.
Adoção de sistema de tratamento de efluentes 1. Poluição dos corpos d’água.
nos canteiro de obras e disposição final dos
mesmos.
Adoção de condicionamento e destinação final 1. Poluição dos corpos d’água.
adequados de resíduos oleosos.
Acondicionar o lixo do canteiro de obras e 1. Poluição dos corpos d’água.
frentes de obra de maneira adequada e
transferência para local adequado.
Indenização da produção renunciada, 1. Restrição ao Uso do Solo
temporariamente, durante as obras.
Limitar a supressão de vegetação ao mínimo 1. Perda de Vegetação Nativa.
necessário às operações de construção e 2. Perturbação na fauna e perda de hábitats.
segurança do empreendimento. 3. Carreamento de sólidos, assoreamento e
modificações na vazão de corpos d’água.
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Os principais planos e programas ambientais desenvolvidos nas fases de planejamento,


implantação e operação de dutovias são apresentados de forma sucinta no EIA, ficando o seu
detalhamento para uma etapa posterior quando do requerimento da Licença de Instalação. Em
geral, os programas possuem a seguinte itemização: justificativas, objetivos, público-alvo,
procedimentos metodológicos, Inter-relação com outros planos e programas, atendimento a
requisitos legais e/ou outros requisitos, indicadores e cronograma físico.
Os Projetos Básicos Ambientais (PBA) propostos em cada um dos estudos diferiram
pouco, sendo basicamente os seguintes:
• Plano de Gestão Ambiental: O objetivo deste programa é dotar o empreendimento de
mecanismos eficientes que garantam a execução e o controle das ações planejadas nos
programas ambientais e a adequada condução ambiental das obras, no que se refere
aos procedimentos ambientais. As ações previstas no programa são: Detalhamento dos
Programas Ambientais; Elaboração dos Procedimentos Ambientais a serem adotados
nas obras; Implementação e Acompanhamento dos Programas Ambientais;
Acompanhamento das Ações Ambientais Durante o Desenvolvimento das obras.
• Programa de Educação Ambiental: A educação ambiental é necessária não somente
para o gerenciamento criterioso da inter-relação do duto com a população por ela
impactada, mas também para cumprir plenamente com a responsabilidade ambiental
da empresa no tocante ao princípio de responsabilidade social, para a construção de
noções sobre o meio ambiente (características locais) e desenvolvimento sustentável.
As ações propostas dependem da região onde o empreendimento se inseri, no entanto
são previstas geralmente as seguintes etapas: Articulação e Mobilização com as
Secretarias Municipais e Estaduais de Educação; Elaboração dos Aspectos Teóricos e
Metodológicos e dos Materiais Didáticos do Projeto Pedagógico e Execução dos
Eventos propostos.
• Programa de Comunicação Social: No contexto social atual, em que a sociedade cobra
e reivindica informações acerca das ações que interferem no meio ambiente e,
conseqüentemente, em suas vidas, a publicidade de informação em torno dos
Empreendimentos e o estabelecimento de canais de comunicação entre Empreendedor
e sociedade fazem-se necessários para uma relação dialógica através de atividades
planejadas visando esclarecer, trocar informações e evitar eventuais conflitos entre
empreendedor e a sociedade local (BOURSCHEID, 2005). O Programa de
Comunicação Social tem como objetivo principal informar aos diferentes públicos
sobre as etapas e ações mais importantes do Empreendimento, nas fases de projeto,
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construção/implantação e operação, estabelecendo um canal de comunicação que


proporcione permanente contato entre o empreendedor e as comunidades das áreas de
influência direta. As etapas deste programa consistem de: Identificação e segmentação
dos Públicos-Alvo (interno-externo e seus sub-grupos), Criação dos Canais de
Comunicação e Divulgação para a População em nível regional; Consolidação dos
Canais de Interação com a Sociedade Local; Manutenção dos Canais/Fluxos de
Comunicação com a Comunidade Local.
• Programa de Avaliação e Salvamento do Patrimônio Arqueológico: Considerando a
necessidade de proteção do Patrimônio Arqueológico e a possibilidade de ocorrência
de sítios na Área de Influência do empreendimento, deve ser elaborado programa
específico sobre o tema antes da intervenção das obras nas áreas de influência do
empreendimento visando o atendimento da Portaria do IPHAN 230/2002. As
atividades consideradas no programa geralmente são: Diagnóstico do Patrimônio
Arqueológico, baseado em pesquisa bibliográfica e sondagens e prospecções
arqueológicas; Elaboração do Programa de Salvamento Arqueológico, caso
identificada a ocorrência de sítios arqueológicos; Resgate e Salvamento do Patrimônio
Arqueológico através da delimitação antecipada das áreas que poderão ser impactadas,
salvamento dos sitos, coleta e envio das evidências arqueológicas para as instituições
de pesquisa especializadas no assunto e autorizados pelo IPHAN.
• Programa para Estabelecimento da Faixa de Servidão Administrativa: A implantação
da dutovia implicará na necessidade de liberação de áreas para que sejam realizadas as
obras necessárias para instalação do empreendimento. Cabe ao empreendedor realizar
todos os procedimentos relativos ao inventário e avaliação de terras e benfeitorias para
instituir a faixa de servidão, assim como a negociação com os proprietários. Este
programa tem por objetivo reduzir os problemas gerados pela necessidade de
utilização da faixa de servidão e restrições ao uso da mesma. Após o levantamento
topográfico e cadastral de cada propriedade e definição do valor indenizatório pela
servidão, inicia-se a negociação. Chegando a um acordo, os proprietários assinam um
Termo de Compromisso, aceitando os valores apresentados, e, em seguida, é lavrada,
em cartório, a Escritura Pública de Constituição Amigável de Servidão de Passagem.
No caso de haver arrendatários, o proprietário é responsável em informá-los e em
obter deles as questões indenizatórias tratadas diretamente entre empreendedor e
proprietários. Não havendo acordo e sendo o duto uma obra de interesse público, o
processo segue via judicial para que sejam tomadas as providências cabíveis.
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• Programa de Gestão das Interferências com as Atividades Minerarias: Este Programa


tem por objetivo geral a liberação da faixa de servidão, resolvendo conflitos potenciais
representados pela sobreposição espacial da dutovia com áreas de interesse extrativo
mineral, áreas de exploração mineral requeridas e as que estiverem em diferentes
estágios de licenciamento da atividade de lavra junto ao DNPM. As etapas usualmente
previstas são: levantamento preliminar do quadro legal minerário na faixa de servidão;
visita a áreas abrangidas pelos processos minerários; solicitação ao DNPM de pedido
de bloqueio da faixa; elaboração de levantamento detalhado com a análise do quadro
atual e previsionário do desenvolvimento das atividades de extração e seus impactos
sobre o duto; proposta ações de gestão.
• Plano Ambiental para a Construção – PAC: este programa estabelece os princípios que
deverão ser seguidos pela empresa construtora, obrigando-a ao exercício de métodos
construtivos compatíveis com a menor agressão possível ao meio ambiente e à
melhoria da qualidade de vida de seus empregados e das comunidades envolvidas. O
PAC defini para cada atividade a ser desenvolvida durante as obras, as principais
medidas que devem ser seguidas para mitigar ou evitar os impactos inerentes a
implantação do empreendimento. Também apresenta diretrizes para gerenciamento e
disposição de resíduos, diretrizes para o programa de saúde e segurança nas obras,
gerenciamento dos riscos da obra, plano de ação de emergência e definição do Código
de Conduta para os Trabalhadores.
• Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD: A recomposição de áreas
degradadas pós-obras é necessária e de fundamental importância para o meio
ambiente, pois evita que sejam instaurados processos erosivos, além de possibilitar a
retomada do uso original ou alternativo das áreas que sofreram intervenções diretas
decorrentes da implantação do duto. As técnicas e os procedimentos a serem
empregados na recuperação de áreas degradadas são individualizados para cada uma
delas, respeitando-se suas características específicas originais. As atividades
constantes neste programa são basicamente: Delimitação das áreas a serem
recuperadas; Remoção, armazenamento e manejo do material vegetal e da camada
superficial do solo; Amenização dos taludes; Adequação da rede de drenagem e
proteção de taludes; Reafeiçoamento e sistematização do terreno; Seleção de espécies
e implantação da revegetação.
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• Programa de Controle de Processos Erosivos, Assoreamento e Estabilidade dos


Taludes: Uma das principais preocupações de ordem ambiental nas atividades de
construção é o controle da erosão, da geração e do transporte de sedimentos que
podem causar assoreamento dos corpos d´água de superfície. Assim, a principal
justificativa para este programa refere-se à necessidade de recuperação e estabilização
da faixa de servidão, evitando danos aos solos, ao sistema hidrográfico, aos
mananciais e à tubulação enterrada. As ações deverão ser executadas durante a
implantação do duto, após o término dessa atividade e nas fases de operação e
manutenção da faixa de servidão. As atividades constantes no programa em geral são:
Definição das áreas críticas; Controle de erosão durante a abertura e nivelamento de
faixa; Proteção e restauração da área da pista; Conservação dos acessos; Proteção de
áreas de válvulas, pontos de entrega e demais instalações do duto e Revegetação da
área de domínio.
• Programa de Monitoramento e Salvamento da Fauna e Flora: Os principais impactos
sobre a fauna silvestre são decorrentes da supressão e fragmentação de hábitats, além
disso, a intensa movimentação de máquinas e de pessoal torna os ambientes próximos
ao lançamento do duto totalmente inadequados à presença de animais, especialmente
os vertebrados. Os efeitos sobre a fauna vão desde a morte acidental até o
deslocamento voluntário para outras áreas (BOURSCHEID,2005). Portanto, tornam-se
necessário o acompanhamento e o salvamento de fauna nas áreas onde houver
desmatamento e o acompanhamento durante toda a obra enquanto existirem valas
abertas. O resgate e conservação da flora nativa justifica-se no intuito de minimizar os
impactos da atividade de supressão sobre as distintas formações florestais
interceptadas pelo duto.
• Plano de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de Emergência: O Plano de
Gerenciamento de Riscos (PGR), a ser desenvolvido pela empreiteira, terá por
objetivo básico a execução de ações que minimizem ou evitem acidentes durante a
operação da dutovia. O PGR deverá proceder à prevenção de acidentes, através das
adequadas manutenção e inspeção do empreendimento, promovendo, para tal,
treinamentos e auditorias periodicamente. Será, basicamente, assim constituído:
identificação dos riscos - a partir dos estudos de Análise de Riscos (AR);
reconhecimento da existência dos riscos - pela empresa e pela população envolvida, a
partir da divulgação pública da matéria; implantação das medidas minimizadoras -
propostas nos estudos de AR, com a efetiva participação dos órgãos competentes e da
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população envolvida; manutenção das medidas implantadas - através do


monitoramento de sua eficácia e divulgação sistemática de seus resultados e/ou
ajustes. O Plano de Ação de Emergência – PAE, terá como finalidade estabelecer
procedimentos técnicos e administrativos a serem adotados em situações de
dificuldades prementes que eventualmente venham a ocorrer, resultando em atuações
rápidas e eficazes, visando preservar a vida humana, bem como a segurança das
comunidades circunvizinhas. Etapas que usualmente são previstas: definição dos
órgãos participantes no desenvolvimento e aplicação do PAE – Empresa, Defesa civil,
Corpo de Bombeiros, Hospitais, Polícias Civil, Militar e Rodoviária, Associações
Comunitárias e Igrejas, dentre outros; determinação de responsabilidades para o
desencadeamento das ações; mapeamento dos acessos e roteiros a serem seguidos;
divulgação do PAE — internamente e externamente; implantação e operacionalização
do PAE - treinamento de pessoal específico, cadastramento dos órgãos e respectivas
responsabilidades, definição e simulações junto à população envolvida.
São propostos ainda, porém com menos freqüência, os seguintes programas: Programa
de Compensação Ambiental, Programa de Supressão de Vegetação, Programa de Apoio
Técnico as Prefeituras, Programa de Saúde da Mão-de-Obra e o Programa de Monitoramento
dos Recursos Hídricos.
Para análise da aplicabilidade das medidas mitigadoras e programas de monitoramento
usualmente propostos em EIA’s de gasodutos buscou-se a aplicação de uma LV (Tabela 2)
junto a profissionais componentes das equipes de gestão ambiental dos empreendimentos
listados na tabela 01 tendo como base as 21 medidas mitigadoras principais e os programas de
monitoramento considerados. Ressalta-se que devido ao estágio atual de cada
empreendimento, não foi possível a verificação de todos os aspectos levantados, sendo estes
considerados na LV como não aplicáveis, N/A.

Tabela 2: LV para verificação da aplicação de Medidas Mitigadoras e Programas de Monitoramento propostos


em EIA’s de dutos
Item Sim Parcial Não N/A
Medidas Mitigadoras / Potencializadoras
Priorizar a contratação de mão-de-obra local. 5
Dar preferência ao uso dos serviços, comércio e insumos locais. 5
Prover a população local de informações acerca do 5
empreendimento (implantação de Programa de Comunicação
Social).
Elaborar e divulgar Código de Conduta dos Trabalhadores e 5
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demais ações de educação ambiental.


Elaborar um programa específico de diagnóstico e salvamento do 5
patrimônio arqueológico. Prever ações de monitoramento ao
longo das obras.
Elaborar um programa de interferência com as atividades 5 1
minerárias. Prever uma análise atualizada e detalhada dos
processos no DNPM, e solicitar ao órgão o bloqueio da faixa e
que se imponham restrições a novos pedidos de pesquisa ou de
licenciamento.
Umectação de vias e acessos principais. 5
Execução de manutenções periódicas em veículos e 5
equipamentos.
Controle do ruído em função dos equipamentos utilizados. 4 1
Planejamento para o transporte de materiais e equipamentos, 1 4
evitando-se horários de pico.
Melhoria das condições das estradas de acesso. 5
Implantação de sinalizações adequadas e redutores de velocidade, 5
principalmente nas proximidades de escolas, igrejas e postos de
saúde.
Evitar cortes perpendiculares em encostas de declividade 4 1
acentuada.
Evitar intervenções nas estações mais chuvosas do ano. 5
Implantar estruturas de drenagem. 4 1
Realizar revestimento vegetal em encostas e revegetar áreas 1 1 3
degradadas (Programa de Recuperação de Áreas Degradadas).
Adoção de sistema de tratamento de efluentes nos canteiro de 5
obras e disposição final dos mesmos.
Adoção de condicionamento e destinação final adequados de 5
resíduos oleosos.
Acondicionar o lixo do canteiro de obras e frentes de obra de 5
maneira adequada e transferência para local adequado.
Indenização da produção renunciada, temporariamente, durante as 5
obras.
Limitar a supressão de vegetação ao mínimo necessário às 5
operações de construção e segurança do empreendimento.
Programas de Monitoramento
Plano de Gestão Ambiental 4 1
Programa de Educação Ambiental 5
Programa de Comunicação Social 5
Programa de Avaliação e Salvamento do Patrimônio 5
Arqueológico
Programa para Estabelecimento da Faixa de Servidão 4 1
Administrativa
Programa de Gestão das Interferências com as Atividades 4 1
Minerarias
Plano Ambiental para a Construção – PAC 5
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD 1 1 3
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Programa de Controle de Processos Erosivos, Assoreamento e 1 4


Estabilidade dos Taludes
Programa de Monitoramento e Salvamento da Fauna e Flora 3 1 1
Plano de Gerenciamento de Riscos e Plano de Ação de 1 4
Emergência.

5. CONCLUSÕES

O principal objetivo da elaboração de Estudos de Impacto Ambiental é subsidiar a


análise da viabilidade ambiental de um empreendimento e conseqüentemente contribuir para o
alcance do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, é importante que esta ferramenta
tenha uma real aplicação durante as fases de construção e operação do empreendimento
servindo como base para o planejamento das ações voltadas ao monitoramento e a mitigação
dos principais impactos ambientais decorrentes da implantação da atividade.
A partir da análise dos resultados obtidos na aplicação da LV e das entrevistas
realizadas, as seguintes conclusões são feitas:
• As medidas mitigadoras selecionadas estão sendo em sua maioria implantadas nos
empreendimentos selecionados. Este fato deve-se em grande parte a todas as unidades
responsáveis pelo gerenciamento da construção e montagem dos dutos estarem ligadas
a Engenharia da Petrobras, que possui um sistema de gestão que define metas e
ferramentas a ser atendidas por suas unidades com prazos para o seu cumprimento.
Entretanto, falta a adoção de índices ambientais que verifiquem e mensurem o efetivo
cumprimento das medidas mitigadoras propostas. Inclusive os relatórios exigidos aos
órgãos relatam apenas o cumprimento dos programas constantes no PBA, que podem
não apresentar informações sobre a implementação de todas as medidas mitigadoras.
• Os programas de monitoramento propostos, devido ao nível de detalhamento
apresentado nos estudos ambientais, os quais em sua maioria apresentam apenas
diretrizes para a sua implementação, em geral foram atendidos pelos
empreendimentos. Este fato gera uma forma diferenciada de atendimento dos
programas em cada empreendimento.
• Considerando a área ambiental, falta uma maior troca de informações entre as
unidades organizacionais sobre as práticas adotadas para o cumprimento das medidas
mitigadoras e dos programas de monitoramento durante as obras de construção e
montagem.
III CNEG - NITERÓI, RJ, BRASIL, 17, 18 e 19 de agosto de 2006

• Foi relatado que apenas os profissionais que atuam na área de meio ambiente
conhecem o conteúdo dos programas de monitoramento propostos. Segundo as
informações obtidas, existe a necessidade de transferir as informações ambientais para
os projetos executivos de construção e montagem, de forma clara e de fácil
entendimento para o entendimento de todos os técnicos envolvidos.
• Falta de padronização das diretrizes dos programas básicos, onde cada
empreendimento segue uma linha de atuação, que varia conforme a empresa de
consultoria responsável pela elaboração dos mesmos. Para alguns programas inclusive,
uma empresa elabora o programa que consta no EIA e outra o detalha quando é
necessário o envolvimento de outros órgãos, como é o caso do Programa de Avaliação
e Salvamento do Patrimônio Arqueológico, que necessita da aprovação do IPHAN.
Desta forma, pela pesquisa realizada, constata-se que estas proposições estão sendo
em sua maioria adotas quando da etapa de construção e montagem. Esta prática pode ser
explicada pelo processo evolutivo deste setor iniciado quando do desenvolvimento das obras
do gasoduto Bolívia-Brasil, que é adotado como modelo por técnicos de dutos, por ter se
caracterizado como uma obra de grandes proporções regionais, o que resultou na existência de
diversos atores e conflitos ambientais envolvidos no processo de construção e montagem.
Entretanto apesar de ter adquirido uma grande experiência em obras dutoviárias, este
conhecimento necessita ser difundido pela companhia e até mesmo junto aos consultores
ambientais responsáveis pela elaboração dos EIA’s, como forma de subsidiar o processo de
licenciamento ambiental. A falta de um acompanhamento mais efetivo dos órgãos ambientais
durante as obras é um aspecto negativo para a evolução do processo, onde não se tem um
feedback se as ações executadas estão adequadas segundo o ponto de vista destas
organizações. Outro ponto de melhoria neste processo é a efetiva utilização de indicadores
ambientais para o acompanhamento das ações desenvolvidas, como forma de avaliar o
desempenho ambiental da atividade. O conhecimento acerca do EIA/RIMA, PBA,
condicionantes das licenças e demais documentos relativos ao licenciamento ambiental deve
estar melhor sedimentado entre os técnicos e inspetores das obras no sentido de difundir as
práticas ambientalmente recomendadas para a execução das tarefas inerentes ao
desenvolvimento das obras.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2002. Dispositivos para a compatibilização e obtenção de licenças ambientais em áreas de
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BRASIL. Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Resolução CONAMA no.


001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. Brasília. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legi.cfm >. Acesso: 15 out. 2005.

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DELLAMEA, Giovani Schiffini. Proposta de indicadores ambientais para a gestão da


implementação de empreendimentos de construção e montagem industrial, 2004. 121f.
Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão). Universidade Federal Fluminense, Rio de
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DIAS, Elvira Gabriela Ciacco da Silva. Avaliação de Impacto Ambiental de projetos de


mineração do Estado de São Paulo: a etapa de acompanhamento, 2001. 283f. Tese
(Doutorado em Engenharia de Minas) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São
Paulo.

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Ambiental da Mineração no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais: uma análise da
implementação de medidas de controle ambiental formuladas em EIAs/RIMAs. Revista
Engenharia Sanitária Ambiental. Rio de Janeiro, v.9, n.4, p.343-349, out/dez 2004.

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