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Apontamentos da disciplina
Coligidos por Mário Talaia
Departamento de Física
Universidade de Aveiro
2007-8
Ciências Integradas da Natureza
Nós e o Universo
Desde a antiguidade que o homem procura compreender a Natureza e explicar os
fenómenos que nela ocorrem.
No passado a Física era entendida como a ciência que estudava toda a Natureza e os
fenómenos de transformação que nela podem ocorrer; englobava os ramos do
conhecimento que são hoje objecto de outras ciências, por exemplo:
• Botânica
• Zoologia
• Medicina
• Geografia
• Mineralogia
• Astronomia
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mas também porque não conseguia detectar paralaxes anuais nas estrelas. O modelo
criado por TYCHO era de compromisso entre os de PTOLOMEU e COPÉRNICO e teve
pouca aceitação.
COPÉRNICO considerava que as orbitas dos planetas em torno do Sol eram circulares.
KEPLER (1571-1630), astrónomo alemão, mostrou que as orbitas eram elípticas. Teve
a sorte de dispor dos apontamentos das observações de TYCHO.
O movimento dos planetas nas suas órbitas em torno do Sol, segundo KEPLER
concluiu, realiza-se de acordo com três leis:
1. Primeira Lei de Kepler (ou lei das órbitas), publicada em 1609, diz-nos: “os
planetas movem-se em torno do Sol descrevendo órbitas que são elipses, com o Sol
situado num dos focos”
2. Segunda Lei de Kepler (ou lei das áreas), publicada em 1609, diz-nos: “uma linha
(raio vector) que se estenda do Sol a um planeta, orientada nesse sentido (Sol para o
planeta), varre áreas iguais em intervalos de tempos iguais”. afélio (posição em que
o planeta está mais afastado do Sol) e periélio (posição em que o planeta está mais
próximo do Sol)
3. Terceira Lei de Kepler (ou lei harmónica), publicada em 1619, diz-nos: “os
quadrados dos períodos de revolução dos planetas em torno do Sol são directamente
proporcionais aos cubos das suas distâncias médias ao Sol”. T2=k.d3, com k
constante.
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M 1M 2
F =G
d2
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G = 6.672×10-11 N.m2.kg-2
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valor é de 0.76. (Para compreender melhor saiba que o albedo para a superfície neve
recente é 0.80-085, enquanto que para o solo descoberto é 0.10-0.20). Agora percebe
porque deve ter certos cuidados acrescidos quando vai à Serra da Estrela (coberta de
neve).
O valor determinado e medido experimentalmente à superfície da Terra para a constante
solar S, é de 1353 W.m-2 (A energia recebida do Sol - predominante de forma de energia
radiante, de natureza electromagnética - é caracterizada pela radiação solar na unidade
de tempo e por unidade de área que incide na superfície exterior da atmosfera).
Constelações são grupos de estrelas.
Nebulosas são grandes “nuvens” de gases e poeiras, que constituem não apenas as
“maternidades”, mas também o “cemitério” das estrelas. Podem ser brilhantes ou
escuras.
Galáxia é um grande aglomerado de estrelas, planetas, poeiras, gases e nebulosas em
permanente movimento na enorme vastidão do espaço vazio. A nossa galáxia é
chamada de Via Láctea ou Estrada de Santiago. A existência de galáxias exteriores à
nossa só ficou bem esclarecida em 1926, por EDWIN HUBBLE (1889-1953). Muitos
biliões de estrelas constituem as mais de 100 000 milhões de galáxias do Universo.
A Via Láctea ou Estrada de Santiago é formada por cerca de
100 000 milhões de estrelas (1011) entre as quais se inclui o Sol. Tem um diâmetro de
cerca de 100 mil anos-luz (a.l.) e a sua maior espessura é próxima de 12 mil anos-luz.
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Leva cerca de 225 milhões de anos a dar uma volta completa sobre si própria, à
velocidade de 800 000 km.h-1.
A Terra gira em torno do Sol. É bom saber que o Sol, tal como todos os corpos celestes,
possui o seu próprio movimento. O Sol gira em torno do seu eixo e uma rotação
completa demora 25 dias.
O sistema solar é constituído pelo Sol, pelos planetas conhecidos e respectivos satélites
e ainda por muitos asteróides e detritos.
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O Sol é constituído quase exclusivamente por dois gases muito quentes (70% da sua
massa é constituída por hidrogénio e 28% por hélio) encontrando-se a sua superfície à
temperatura média de 5500 ºC e o seu núcleo à temperatura média de 15×106 ºC. A luz
que emite demora 8 minutos a chegar à Terra.
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A Expansão do Universo
A Teoria do estado estacionário admite que, embora o Universo se encontre em
expansão, o espaço deixado vazio entre as galáxias que se afastam continuamente seria
preenchido por matéria que se formava na mesma região. Esta criação espontânea
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parecia contrariar um princípio da Física, segundo o qual nem a matéria nem a energia
podem ser criadas ou destruídas. No entanto, ALBERT EINSTEIN (1879-1955, em 1905,
estabeleceu uma relação entre a massa e a energia: “a uma determinada energia E
corresponde a massa m e reciprocamente, de acordo com a expressão E=mc2, sendo c a
velocidade de propagação da luz no vazio (300 000 km.s-1). A teoria de EINSTEIN
exigia apenas a constância do total de massa e da energia no Universo e por isso os
defensores da Teoria do estado estacionário viram nisso um argumento a favor da não
colisão das suas ideias com os princípios da Física.
A Teoria do Big Bang estabeleceu que a evolução e expansão do Universo começou
com uma violenta “explosão” inicial. Nessa explosão, toda a matéria e energia,
extremamente concentradas, libertaram uma energia colossal, inicialmente na forma de
raios X e raios de alta energia. Em 1965, foi detectada segundo autores, radiação da
explosão original na forma de microondas rádio, alongadas e enfraquecidas pela
expansão. Contudo, continua por esclarecer se o Universo continuará indefinidamente a
sua expansão ou se ocorrerá um abrandamento progressivo até à situação extrema de se
inverter o sentido do movimento, iniciando-se então uma lenta contracção, ao fim da
qual ocorreria novo Big Bang, recomeçando o processo. Daí resulta a designação de
Universo oscilatório.
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duração da vida de uma estrela assim como o modo como acabará essa vida, dependem
da sua massa inicial. Tomando com referência a massa solar, as luminosidades e tempos
de vida das diversas classes de estrelas podem atingir valores como os indicados:
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Uma anã branca típica tem dimensões semelhantes à da Terra mas uma massa idêntica
à do Sol. Não pode ter uma massa superior a cerca de 1.4 massas solares.
Uma estrela de neutrões não pode possuir mais de duas a três vezes a massa do Sol.
Algumas estrelas possuem massas muito superiores. Na fase final da evolução de cada
um desses tipos de estrelas, o colapso gravitacional leva à sua contracção a ponto de
toda a matéria de uma estrela de neutrões se reduzir a uma esfera com 15 a 20 km de
diâmetro. Numa estrela de maior massa, a força gravitacional continua a comprimir
mais e mais o núcleo estelar, pelo que a sua densidade irá também aumentando. À
medida que decorre o colapso da estrela, o campo gravitacional na sua vizinhança
aumenta e a radiação luminosa por ela irradiada é progressivamente mais encurvada até
acabar por ser forçada a regressar à origem. Dessa forma, embora a estrela não tenha
terminado completamente a sua vida, ela deixará de ser visível, ficando no seu lugar
uma região escura, que não emite qualquer radiação e captura toda aquela que, vinda de
outras fontes, lhe passar próximo. Diz-se então que se originou um buraco negro
(quando o colapso gravitacional é atingido, nem a luz escapa pois, devido à relação de
EINSTEIN, sabe-se que toda a massa tem um equivalente em energia, relacionando-se
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entre si através do quadrado da velocidade da luz, E = mc .
Teoricamente, todos os corpos se podem tornar buracos negros. A figura da página 12-a
ilustra o fenómeno.
A Terra tornar-se-ia um buraco negro ao ser reduzida a uma esfera de 9 milímetros de
diâmetro, enquanto o Sol precisaria de passar do diâmetro actual de 1 400 000 km para
3 km apenas.
Como se acendeu o Sol?
Devido ao processo nuclear. Actualmente, no Sol, em cada segundo, 4 milhões de
toneladas de hidrogénio são transformadas em hélio, produzindo luz equivalente à de 4
biliões de lâmpadas. No início o Sol tinha 75% de hidrogénio e 25% de hélio.
Actualmente o hidrogénio é cerca de 35%. Daqui por 5 ou 6 mil milhões de anos vai
dar-se a fusão do hélio para produzir carbono. A temperatura vai baixar para metade e o
Sol passará de anã vermelha, a gigante vermelha, vai dilatar, perder os gases para o
espaço, depois de engolir alguns planetas, e depois colapsar para, talvez, o tamanho da
Terra, tornando-se numa anã branca. Depois irá arrefecendo e, em vez de explodir,
numa supernova, como as estrelas de massa maior, irá transformar-se numa anã negra.
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A densidade do Sol é máxima no núcleo, onde atinge cerca de 200 vezes a densidade da
água. A temperatura é de cerca de 16 milhões de graus Celsius.
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Marés
O nível dos oceanos sobe e desce duas vezes por dia, em qualquer lugar da superfície
terrestre. Este fenómeno tem sido associado à Lua. Como biliões de toneladas de água
se movimentam nos limites de uma “linha de água”?
Por milhares de anos, o fluxo e refluxo diários do mar constituíam um mistério para o
homem. Alguns julgavam que era a respiração da Terra. Só no século XVII o fenómeno
foi explicado por NEWTON, que atribuiu, correctamente, as marés oceânicas à acção
gravitacional da Lua e do Sol. Para explicar as marés, é vantajoso raciocinar como se
um vasto e profundo oceano cobrisse completamente a superfície da Terra.
Lembre que a força gravitacional entre dois corpos diminui à medida que aumenta a
distância entre eles. Embora o Sol tenha pouca influência nas marés, existe ainda um
pequeno contributo para as suas amplitudes: quando a Lua, a Terra e o Sol se encontram
alinhados (fases de lua nova ou lua cheia) a influência solar adiciona-se à Lua
resultando disso uma maré de maior amplitude maré viva.
À medida que a lua se move, atrai a água junto com ela. A maré começa a refluir, ou
baixar, até que a lua se tenha movido um quarto da distância em torno da Terra. A maré
atingiu então sua baixa mar ou maré baixa. A maré baixa (maré vazia) geralmente
ocorre cerca de seis horas depois da maré alta (maré cheia).
Em termos simples pode-se afirmar que quanto mais perto o objecto estiver duma fonte
gravitacional, tanto mais fortemente será atraído. Quando a lua está criando a maré alta
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num lado da Terra, a água do outro lado correspondente está a cerca de 12 800 km de
distância e, assim, sente uma atracção muito menor.
No quarto crescente e no quarto minguante, quando a lua e o Sol exercem a sua atracção
num ângulo recto, a amplitude de maré não é tão grande e temos as marés de quadratura
ou marés de águas mortas.
Na lua nova e na lua cheia, cada mês, a Terra, a lua e o Sol ficam em linha recta, e o Sol
e a lua combinam sua gravitação para produzir marés extra altas e extra baixas
chamadas marés de águas vivas.
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Espectros
Observando o ar íris.
Foi ISAAC NEWTON que pela primeira vez encontrou uma explicação correcta para
este fenómeno. NEWTON, em 1666, constatou que um feixe de luz solar, luz branca, ao
atravessar um prisma óptico de vidro (meio transparente, limitado por duas faces planas
e oblíquas), se decompõe num feixe colorido (banda colorida com cores iguais e
ordenadas como o arco íris), a que chamou espectro solar. A banda colorida que se
obtém designa-se espectro da luz visível (composta pelas seguintes cores, que surgem
sempre pela mesma ordem; vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta).
A luz ao atravessar a superfície de separação entre o ar e o vidro vai sofrer uma
refracção. Ao sair do prisma sofre nova refracção. NEWTON concluiu que a luz branca
é uma luz composta, correspondendo a cada cor uma radiação com características
diferentes.
A luz propaga-se com diferentes velocidades conforme o meio óptico.
Faz o teu próprio arco-íris
Coloca um copo de água no peitoril da janela, à claridade da luz do Sol. Coloca um a
folha de papel no chão. O que se observa são as cores do arco-íris. E isto porquê?
Porque separaste as várias cores (o espectro) que constituem a luz branca. Quando a luz
inclinada passa, do ar para o copo de água, os raios mudam de direcção “são
refractados”. Cada cor inclina-se diferentemente: o violeta inclina-se mais e o vermelho
menos. Então quando a luz sai do copo de água, as diferentes cores viajam em direcções
ligeiramente diferentes e alcançam a folha de papel em lugares diferentes. Passa-se o
mesmo com o arco íris no céu. Ele é simplesmente um espectro curvado, feito quando
a luz do Sol brilha sobre gotas de água com um ângulo entre 40º e 42º com o horizonte.
As gotas de água curvam os raios do Sol.
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Os nossos ouvidos podem captar sons com determinadas frequências (ondas sonoras
com uma frequência entre 16 Hz e 10 kHz). Do mesmo modo, os nossos olhos apenas
são sensíveis a uma muito pequena parte do conjunto de todas as radiações que formam
o espectro electromagnético.
Cada uma das radiações é caracterizada por duas grandezas físicas:
O comprimento de onda λ, (varia conforme o meio de propagação da onda e exprime-
se em m no SI) é a distância percorrida por uma onda até se completar uma oscilação;
A frequência f, (que se mantém constante para tipo de onda e exprime-se em s-1 ou Hz
(hertz) no SI) é o número de ondas que se produzem em cada segundo.
A frequência e o comprimento de onda são duas grandezas que se encontram
relacionadas pela expressão v = λf , em que v é a velocidade de propagação da luz no
meio de propagação (m.s-1). Quando a radiação se propaga no vazio, onde a velocidade
de propagação, c, de qualquer tipo de radiação electromagnética é 300000 km.s-1, a
λ
expressão transforma-se c = λf ou c = , em que T é o período.
T
• Raios cósmicos ( f > 10 23 Hz) provenientes do espaço e resultam principalmente da
explosão de estrelas;
• Radiação gama ( 3 × 10 20 < f < 3 × 10 23 Hz) emitida por substâncias radioactivas.
Muito penetrante na matéria. É perigosa para o ser humano;
• Raios X ( 3 × 1016 < f < 3 × 10 20 Hz) emitidos por estrelas e aparelhos apropriados.
Grande poder penetrante (são utilizados nas radiografias). São prejudiciais para o ser
humano;
• Radiações ultravioletas ( 8 × 1014 < f < 3 × 1016 Hz) são emitidas pelas estrelas. As
lâmpadas de mercúrio ou materiais aquecidos a temperaturas muito elevadas
também emitem radiações ultravioletas. São responsáveis pelo bronzeado da nossa
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pele quando estamos expostos à luz solar (podem provocar o cancro da pele). Em
quantidades apropriadas ajudam a medicina;
• Luz visível ( 4 × 1014 < f < 8 × 1014 Hz) é apenas vista pelo olho humano nesta
pequeníssima faixa de radiação;
• Radiações infravermelhas ( 3 × 1011 < f < 4 × 1014 Hz) são emitidas pelas estrelas,
pela Terra, pelos seres humanos e por qualquer corpo aquecido. São utilizadas na
medicina e em algumas industrias (exemplo: secagem de pinturas). São responsáveis
pela manutenção da temperatura da atmosfera adequada à vida;
• Microondas ( 3 × 10 9 < f < 3 × 1011 Hz) existem no espaço e podem ser produzidas
por diversos aparelhos (fornos microondas);
• Ondas de rádio ( 3 × 10 4 < f < 3 × 10 9 Hz) são emitidas pelas estrelas, radares e
pelas estações de televisão e de rádio.
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Reflexão da luz
Reflexão da luz: uma superfície polida e regular, permite a reprodução de uma imagem
do objecto. “É o fenómeno óptico que ocorre quando a luz incide numa superfície
polida e esta a desvia numa só direcção, mantendo-a no mesmo meio de propagação”.
Difusão da luz: uma superfície não polida e irregular, não permite a reprodução de uma
imagem do objecto. “É o fenómeno óptico que ocorre quando a luz incide numa
superfície não polida e esta a desvia em direcções diferentes, mantendo-a no mesmo
meio de propagação”.
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4. Foco (F) é o ponto, real ou virtual, conforme resulta da intersecção dos raios
luminosos reflectidos (espelhos côncavos) ou dos prolongamentos dos raios
luminosos reflectidos (espelhos convexos).
Os espelhos esféricos convexos são úteis nos retrovisores dos automóveis (reduzem o
tamanho das imagens e aumentam o campo de visão) e nos cruzamentos de estradas.
Os espelhos esféricos côncavos são úteis nos faróis dos automóveis (como reflectores),
na astronomia (construção de telescópios), em algumas casas de banho (produzir
imagens maiores que os objectos).
A imagem é real, invertida, menor que o objecto e forma-se entre o centro de curvatura
e o foco.
A imagem é real, invertida, maior que o objecto e forma-se para além do centro de
curvatura.
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Refracção da luz
A luz propaga-se com diferentes velocidades conforme o meio óptico que está a
atravessar. A luz ao incidir na superfície de separação entre dois meios transparentes
atravessa-a, provocando uma mudança de direcção na propagação da luz. Este
fenómeno designa-se por refracção da luz (é o fenómeno óptico que ocorre sempre que
a luz atravessa a superfície de separação entre dois meios transparentes diferentes,
alterando a sua velocidade de propagação e, em geral, também a direcção da sua
propagação).
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Um raio incidente ao atravessar duas superfícies de separação entre dois meios ópticos
diferentes, vai sofrer duas refracções. A primeira refracção ocorre quando o raio passa
do ar para o vidro (passa para um meio que é mais refrangente). O raio refractado
aproxima-se da perpendicular à superfície no ponto de incidência.
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Ciências Integradas da Natureza
Agora este raio vai incidir sobre a segunda superfície de separação, entre o vidro e o ar,
passando para um meio menos refrangente. O novo raio refractado afasta-se da
perpendicular à superfície no respectivo ponto de incidência.
Constata-se por observação que o raio emergente (r) é paralelo ao raio incidente inicial
(i).
De acordo com a lei de Snell (resultado descoberto experimentalmente em 1621) ou lei
de refracção, quando a luz, ou qualquer outra onda, incide sobre uma fronteira que
separa dois meios, parte da energia é reflectida e parte é transmitida. O ângulo entre o
raio transmitido e a normal à superfície (denominado ângulo de refracção), está
relacionado com o ângulo de incidência por n1 sin θ i = n2 sin θ r em que os índices
indicam os meios.
n2 sin θ i sin θ i
Da igualdade, determina-se o valor do índice de refracção = ou n2,1 =
n1 sin θ r sin θ r
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Olho míope é demasiado convergente (os raios convergem num ponto à frente da
retina, forma imagens turvas). Corrigi-se com uma lente divergente.
Olho hipermetrope é pouco convergente (os raios convergem num ponto atrás da
retina, verificando-se dificuldade em ver ao perto). Corrigi-se com lente convergente.
Olho astigmático tem dificuldade em ver simultaneamente com nitidez num plano
horizontal e num plano vertical. Corrige-se com lentes cilíndricas (não pode ser
corrigido com lentes esféricas).
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• se o objecto estiver entre o foco e a dupla distância focal, a imagem é real, invertida
e maior do que o objecto (caso de um projector de diapositivos);
• se o objecto estiver entre o foco e a lente, a imagem é virtual, direita e maior do que
o objecto (caso de uma lupa).
Numa lente divergente as imagens são virtuais, direitas e menores do que o objecto.
Aberrações
Quando todos os raios de um objecto pontual não estão focados num único ponto
imagem, a imagem não é nítida e o efeito tem o nome de aberração.
A falta de nitidez da imagem de um ponto objecto sobre o eixo e que se deve aos raios
que atingem um espelho ou uma lente em pontos afastados do eixo é denominada a
aberração de esfericidade (aberração esférica).
Algumas das aberrações podem ser eliminadas, ou parcialmente corrigidas, mediante
superfícies não esféricas para os espelhos ou lentes, mas é usualmente difícil e caro
construir estas superfícies em comparação com as superfícies esféricas. Um exemplo de
superfície reflectora deste tipo é o espelho parabólico. Os raios paralelos que incidem
sobre a superfície parabólica são reflectidos e focados num ponto comum, qualquer que
seja a distância ao eixo. As superfícies parabólicas reflectoras são importantes nos
telescópios astronómicos grandes, nos quais se precisa de uma superfície reflectora
grande a fim de ter imagens com intensidade tão grande quanto possível.
Uma aberração importante das lentes, que não se encontra nos espelhos, é a aberração
cromática devida à variação do índice de refracção com o comprimento de onda.
Dispersão da luz
NEWTON em 1666 realizou a seguinte experiência. Fez com que um pequeno feixe de
luz solar, luz branca, atravessasse um prima óptico de vidro (meio transparente,
limitado por duas faces planas e oblíquas) e observou que, ao receber sobre um alvo a
luz que saía do prima, surgia uma banda colorida com cores iguais e ordenadas como o
arco íris. Posteriormente, colocou um segundo prisma invertido em frente daquela
banda colorida e voltou a obter um feixe de luz branca. Este fenómeno chama-se
decomposição ou dispersão da luz branca. A banda colorida que se obtém designa-se
por espectro da luz visível e é constituída pelas seguintes cores, vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul e violeta.
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Assim se comprova que a luz branca não é uma luz simples, mas sim uma luz
policromática.
Observação: um feixe de luz branca incide sobre um prisma de vidro e é disperso nas
suas cores componentes. O índice de refracção diminui à medida que o comprimento de
onda aumenta (conforme a figura mostra) de modo que os comprimentos de onda
grandes (vermelho) são menos desviados que os pequenos comprimentos de onda
(violeta).
Temperatura e calor
Na linguagem corrente diz-se:
• Faz frio nas altas montanhas, porque a temperatura é baixa.
• Está quente nas zonas desérticas, porque a temperatura é alta.
O que é a temperatura?
A temperatura é uma propriedade dos corpos que está relacionada com a agitação dos
corpúsculos (átomos, moléculas ou iões) que os constituem. Quando os cientistas falam
da temperatura de um corpo, referem-se a uma medida da energia cinética dos
corpúsculos constituintes desse corpo. Assim:
• Quando a temperatura de um sistema aumenta, o valor médio da energia
cinética dos corpúsculos aumenta:
• Quando a temperatura de um sistema diminui, o valor médio da energia cinética
dos corpúsculos diminui.
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O calor não se transmite com a mesma facilidade em todos os corpos. Há bons e maus
condutores térmicos.
Por exemplo, o cobre, o alumínio, o mercúrio, o latão, o chumbo são bons condutores
de calor;
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P = UA∆θ
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designada por capacidade térmica mássica (c). É expressa em cal.g-1.ºC-1 (se a energia
for expressa em calorias e a massa em gramas), ou kcal.kg-1.ºC-1 (se a energia for
expressa em quilocalorias e a massa em quilogramas) e J.kg-1.ºC-1 (se a energia for
expressa em joules e a massa em quilogramas). A capacidade térmica mássica é a
quantidade de energia que é necessário fornecer a 1 kg de qualquer material de modo
que a sua temperatura se eleve de um grau Celsius. É necessário recorrer à expressão
matemática que permite o cálculo da quantidade de energia necessária para provocar
uma variação de temperatura de uma substância.
E = cm∆θ
São a seguir mostrados valores das capacidades térmicas mássicas de alguns materiais:
Material Capacidade térmica mássica Capacidade térmica mássica
-1 -1
(J.kg .ºC ) (cal.g-1.ºC-1)
Água 4.19×103 1.00
3
Ferro 0.46×10 0.11
Vidro 0.80×103 0.20
Forças e movimentos
Em qualquer meio de transporte é importante ter conhecimentos básicos de Física, tais
como por exemplo movimento dos corpos, velocidade, aceleração, força, atrito e
inércia.
Vamos dar algumas noções: Considera um automóvel que se move da posição inicial
(A) para a posição final (B)
• As sucessivas posições ocupadas pelo automóvel, à medida que o tempo
decorre, constituem a trajectória.
• O comprimento da trajectória compreendido entre a posição inicial e final
corresponde à distância percorrida pelo automóvel.
• O segmento de recta orientado que se inicia em A (posição inicial) e termina em
B (posição final) chama-se deslocamento.
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Forças
Os físicos dizem: “define-se força como a variação do momento linear de uma partícula
(onde essa força actua) por unidade de tempo (devida à interacção com outra ou outras
partículas)”.
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Sistema de forças
Um corpo pode estar sujeito, ao mesmo tempo, à acção de duas ou mais forças. Neste
caso diz-se que existe um sistema de forças que actua nesse corpo. Na prática, muitas
vezes, é útil determinar uma única força, cujos efeitos sejam exactamente equivalentes
aos das forças aplicadas. A única força capaz de substituir todas as forças do sistema
que actuam no corpo chama-se força resultante ou apenas resultante. Cada força é
uma componente do sistema.
Inércia
Há muitos exemplos na nossa vida diária que apenas acontecem devido à inércia.
Um corpo parado assim permanecerá devido à inércia até que uma força o faça mover.
Se um corpo estiver em movimento contínua sempre em movimento por causa da
inércia até que uma força o faça parar. Por exemplo, os superpetroleiros e as naves
espaciais deslocam-se devido à inércia quando desligam os motores.
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Ciências Integradas da Natureza
É necessário que actuem forças para que um corpo possa iniciar o seu movimento ou
parar.
Por si próprio, qualquer corpo não é capaz de alterar o seu estado de repouso ou de
movimento rectilíneo e uniforme.
Referenciais inerciais
É bom saber que a classificação do movimento quer da trajectória de uma partícula,
dependem do referencial escolhido. Designa-se por referencial inercial todo o corpo
em repouso ou movimento rectilíneo e uniforme. Um referencial inércia é um
referencial sem aceleração.
Sendo a maioria dos fenómenos da vida corrente, ligados à Terra, há tendência para
considerar a Terra um referencial de inércia. No entanto, sabemos que a Terra tem
acelerações nos seus movimentos de rotação e de translação. NEWTON solucionou o
problema do seguinte modo: “em movimentos de curta duração o efeito das acelerações
da Terra (muito pequenas) é desprezável. Pode-se, por isso, na maioria das situações
que estudamos, considerar a Terra um referencial de inércia.
Um corpo encontra-se em movimento em relação a um referencial quando as posições
ocupadas pelo corpo, nesse referencial, variam no decurso do tempo.
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Atrito
É fácil detectares na tua vida situações em que há atrito ou fricção.
Considera uma bola a deslocar-se sobre uma superfície.
O que se observa?
A bola acaba por parar. De facto, quando a bola se desloca, entre outras, actuam duas
forças que se opõem ao movimento: a força de atrito (ou simplesmente atrito), que é a
fricção entre a superfície da bola e aquela sobre a qual se desloca. Origina uma certa
resistência ao movimento; a força devida à resistência do ar que também retarda o
movimento da bola, fazendo-a parar.
O atrito é uma força por vezes bastante útil (a fricção do arco nas cordas do violino
produz música; um pára quedas funciona porque há atrito entre o ar e a sua superfície;
as correntes colocadas nos pneus aumentam o atrito permitindo que o carro se desloque
na neve).
O atrito pode ser uma força indesejável. Pode ser eliminada ou reduzida recorrendo por
exemplo a lubrificantes e rolamentos.
O peso de um corpo é uma das variáveis que influenciam as forças de atrito. Quanto
mais pesado for um corpo, maior é a intensidade da força de atrito exercida pela
superfície na qual se desloca
A rugosidade das superfícies em contacto também influi no atrito. A existência de
atrito depende da textura das superfícies em contacto. Quanto maior for a rugosidade
entre essas superfícies, mais intensa é a força de atrito. Isto mostra a necessidade das
estradas serem de textura áspera (maior rugosidade) e a superfície exterior dos pneus
(no piso) apresentarem sulcos profundos.
Forças e movimento
São as forças aplicadas nos automóveis que os fazem mover. Se aplicarmos forças com
igual intensidade, nas mesmas condições, num carrinho de criança e num automóvel,
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Ciências Integradas da Natureza
Leis de Newton
• 1ª lei de Newton (lei da inércia): Se a resultante das forças que actuam sobre a partícula
for nula, ela continua em repouso ou em movimento rectilíneo e uniforme;
• 2ª lei de Newton: A aceleração adquirida por um corpo (considerado partícula material) é
directamente proporcional à intensidade da resultante das forças que actuam sobre o corpo
(partícula material), tem a direcção e sentido dessa força resultante e é inversamente
proporcional à sua massa.
• 3ª lei de Newton (lei de acção e reacção): Quando um corpo A exerce uma força noutro
corpo B, este exerce em A uma força que tem a mesma linha de acção, a mesma intensidade
mas sentido oposto ao da primeira força.
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Ciências Integradas da Natureza
Correntes de convecção
Durante o dia, o ar ao ser aquecido por estar em contacto com a superfície terrestre,
dilata (aumenta de volume), torna-se, por isso, menos denso e sobe. No entanto, à
medida que o ar aquecido vai subindo, vai entrando em contacto com ar mais frio e vai
arrefecendo, o que provoca uma contracção do volume desse ar, que, por isso, se torna
mais denso e desce. Como consequência deste processo o ar circulando sob a forma de
correntes de convecção. Estas correntes de convecção estão sempre a ocorrer, quer em
grandes áreas da superfície terrestre (como nos desertos), quer em pequenas áreas
(campo lavrado).
A figura ilustra o que acabamos de referir.
Brisas
Há ventos periódicos, como por exemplo as brisas das regiões litorais, que alternam
regularmente de sentido. Estes ventos surgem devido à desigual capacidade de
aquecimento entre a terra e o mar (a terra aquece e arrefece mais rapidamente do que o
mar).
A água é a substância que apresenta maior valor de capacidade térmica mássica (4.18
J.g-1.ºC-1), o que significa que é a substância que necessita receber ou perder maior
quantidade de energia, para que a temperatura de 1 g de água varie de 1 ºC, de modo
que demora mais tempo a aquecer, e também demora mais tempo a arrefecer.
Durante o dia, como a terra aquece mais depressa, o ar que está sobre ela dilata e sobe
(cria um centro de baixa pressão); então, o ar frio que está sobre o mar desloca-se para a
terra, constituindo o que se chama a brisa marítima.
Durante a noite, o processo é inverso. O mar demora mais tempo a arrefecer, sobre ele
encontra-se ar mais quente do que sobre a terra. Este ar quente ao subir faz com que o ar
frio se desloque para o mar e temos a brisa terrestre.
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