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HISTORIA LOCAL E CONSTRUCAO DA. IDENTIDADE SOCIAL” Joana Neves” RESUMD Neste trabalho procura-se. estabelecer a relag&o entre:a construgdo da identidade social e 0 conhecimento. de histéria local, entendida tanto.como objeto quanta como teferéncia para o estudo. da historia, Esta relagic é analisada no contexte da prépria produgdc do. conhecimente historice, tendo em vista a acao de transformagdo que este conhecimento pode engendrar: Para o desenvolvimento do. tema proposto; foi, inicialmente, estabelecido: o. sentido dos termos-empregados e, em seguida, discutida a questo da relagde passade/presente 20 Ambito do processo-de producao do conhecimento histérico, Baseando-se ne pensamtento histeriografico de Carre de Chesneaux, afirmou-sé .a importancia da construgZo de um didlogo entre passado.e presente de modo a se produzir-um. conhesimento histérico capaz de, nao sé. possibilitar a compreensio do passado, mas, sobretudo, ensejar agdes que representem intervengSo cada vez mais coerente e consciente.na realidade. atual, por parte de agentes (sujeitos).que, por meio de suas agdes, expressem sua identidade social, HISTORIA LOCALE CONSTRUCAO DA IDENTIDADE SOCIAL ‘Ao refletir sobre 0 tema proposto, trés imagens da TV chamaram minha atencZo: uma noticia e duas propagandas, uma. delas enganosa. texto yerviu de base pats patestsa apzescutada ne SEMINARIO: Constracde dy Conhecimente ©-Agae ‘Transformadora, Promogta;, Teadincia Sociofisis do Partido. dos Trabslbadores «DS - PT/PB. 14: de anatgis de 1997; Assoviscio Paraibena de imprease = API - Sais Pessoa. : “ Professora Adjunto, aposoatada . do DW/CCHLA/UEPB, Pesyulbadore Volusia do NDMIRUUFED. Steecubtin. sfise/Dez/1997 2B “io Colegial, mostrava a atitude intransigente de grupos sos judeus contra-os comerciantes que, desrespeitando 6 Ssabal”, mantinham abertos seus estabelecimentos apés o cntardecer da sexta-feira, As imagens mosiravam agressio e violéncia. Em contrapartida, aqueles que seguiam o preceito tradicional tinham um selo.de pureza afixado na porta. As duas propagandas eram: a primeira, do “Bing3o”, na qual o ieverente e, para um certo tipo de senso de humor, considerado engracado, Zé Lezin da Paraiba, aparecia.“furanda” a fila, constrangendo os outros imteressado’ em adquirir as cartelas. A outra, do PPB, ou Partide do Maluf, na qual uma voz em “off? informa o telespectador que @ povo ric quer mais saber de conversa, esté cansado de politica e 0 que quer é resultados, em seguida,. uma..bonita joira - profissional da publicidade.~ conhecida por aparecer em comerciais de creme.de beleza, anuncia os “grandes feitos” de Paulo Maluf) na prefeitura de Sao Paulo;-no final-o proprio Maluf, de viva voz. reitera’ que ° pove nfo quer conversa, nem politica, quer resultados .. . No “evorsee da -exposigao, espero esclarecer como. essas. imagens se articulam com 6 tema. 1. UMA DEFINICAG BOS TERMOS, Histéria local e identidade social. Duas expressdes que demandam esclarecimentos; o que: significam ¢ como se articulam? . Evidentemente, por-hisidria local deve-se entender todos os seutidos decorrentes do. uso da palavra historia: 0 processo hisidrico, a ciéncia da histéria e-a historiografia, considerados da perspectiva de um determinado local. No entanto, atentando-se para d.tema do Seminario --Construgéo do Conhecimento ¢ ago transfermadora - € de se supor que o que esta sendo Saccutnen. Fan, DBeL/iE37 considerade € o conhecimento histérice. Neste caso, historia local refere-se ao conhecimente histérico, sob a perspectiva local, ¢ pode significar: o local como. objets do. conhecimento ¢/ou o local como referéacia para o conhecimento. identidade social, por sua vez, implica na.consciéncia que se tem de si mesmo. Essa consciéncia supde um teconhecimento.do mundo (contexto) no qual se. existe e atua. Portante, por identidade social pode-se entender o reconhecimento. de si préprio como -sujeife da historia (processo}. E, na medida em que o sujeito da historia ¢ realizador de agdes. ele é, também, objeto da historia (ciéncia). Assim sendo, o:que est4.em discussiio-nesta palestra, no contexto’ do tema~.do> Seminario. é- a articulagdo. entre’ “0. conhecimento da historia local ¢-a identidade social.de. seus agentes, que este conhecimento, -a-tim: s6-kempo, :constf6ie- expressa. : a Cag . 2- HISTORIA: SUJEITO E CONHECIMENTO, Os. diferentes sentidos da palavra histéria -exigem, sempre, desdobramento nas definigées, cada uma delas, por seu lado, gerando novos desdobramentas. Na dimens%o do processo histérico, sujeito é.quem faz a histéria, ou seja, é quem realiza agGes, na dimension da ciéncia da hist sujeito ¢ quem produz o conhecimento. © conhecimento desvenda e fundamenta acSes. Assim sendo, sujeito e conbecimento interagem, para produzir agBes, vale dizer, para produzir historia, O recenhecimenta desta interacéo cria e desenvolve identidade social A identidade social é, portanto, um atributo. de sujeitos da historia que'se definem e se reconhecem na agaio. ‘Eis, ent&o, um primeiro aperte para o conhecimento histérico: desvendar a identidade social de sujeitos histéricos que se tevclam por meio de suas prdprias agdes. Esse desvendamento, por sua vez, norteara novas acdes. Salvo,-é claro, (¢ isso #30 6 muito raro em nossa sociedade) se a nogao Saecutur, Jase /Dee/t9oF eee

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