You are on page 1of 16
Vd MINERAIS E ROCHAS: PoE eee Crt fara estudarmos o planeta Terra é necessiti, ini lcialmente, conhecer as caracteristicas dos ‘materiais que 0 constituem, especialmente os mais su perficiais © com os quais temos maior contato. Na superficie terrestre, podem ser observados materiais inconsolidados (por exemplo, os salos dos nossos jar- dins, as areias dos rios ¢ das praias) e rochas consolidaclas, ambos constituidos por associagoes mais ‘ou menos caracteristicas de minerais, (Os principas usosatuais dos miners e rochas mais comuns sio apresentados no Cap. 21, \ importincia dos minerais erochas no desenvolvimento teenolbico dda humanidade cresceu continuamente desde a época da pedra lascada. Entre outras coi ade tecnol6gica no teria conseguido cheyar A Lua no fosse © seu conhecimento sobve as earactersticas e proprie- dlades dos minerais. A dureza excepeional do diamante, or excmplo, foi responsivel pela fabricacio de pe- a8 mecinicas de alissima precisio que ausiliaram a ida do homem a Lue. Além dessas aplicagdes muito cspecializadas, muita coisa que usamos no nosso dia- ada vem do teino mineral 2.1 Minerais: Unidades Constituintes das Rochas 21.1 © que so minerais e rochas? Minerais sio elementos ou compostos quimicos com composigio definida, dentso de certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geoldgicos inorginieos, na Tetra ou em corpos extraterrestres. A composigio quimica as propricdades cristalogrificas bem definidas do mine- ral fazem com que ele seja tinico dentro do reino mineral ¢, assim, receba um nome catacteristico, Cada tipo de mineral, tl como 0 quartzo (SiO)), constitui uma espécie mineral. Sempre que a sua cris. talizagio se der em condiedes geol6gicas ideais, a sua Organizagio at6mica interna se manifestaré em uma forma geométrica externa, com o aparecimento de faces, aestas ¢ vertices naturais. Nesta situagio, a amos- tra do mineral seri chamada também de cristal © termo rocha é usado para deerever uma asso- clagao de minerais que, por diferentes motivos geoldgicos, acabam ficando intimamente unidos. cee ee Embora coesa c, muitas vezes, dura, a rocha nfo é homogénes. Il nio tem a continuidade Fisica de um mineral ¢, portanto, pode ser subdividida em todos (8 seus minerais eonstituintes. Jo termo minério é utiizado apenas quando 0 mineral ou a rocha apresentar uma importincia eco- ‘ndmica (Cap. 21). Para conhecer mais sobre os minetais, vamos de talhar os principais conceitas usados na definiezo apresentacla. Como seri visto, a tradigio estabelecida pelo uso ¢, as vezes, 0 abuso dos termos, conduz a algumas inconsisténcias, Consegjientemente, a utiliza- sa0 do termo mineral nem sempre completamente 2) Quanto i definicio *.. ekmento on compact quimito ‘om compascio defini dentro de certos limites. . Alguns poucos minerais tém uma composigio qui- ‘mica muito simples, dada por étomos de um mesmo clemento quimico, Sio exemplos o diamante (itomos de carbono), 0 ensofie (tomos de enxofie) e 0 ouro Gromos de ouro). A grande maioria dos minerais, entretanto, é formada por compostos quimicos que resultam da combinacio de diferentes elementos gui- micos; sua composicio quimica pode ser fixa ou variar dentro de limites bem definidos. Na composicio qui- smiea do quartzo (SiO,), um étomo de silcio combina com dois de oxigénio, qualquer que seja 0 tipo de ambiente geolbgico em que o quartzo se forme. 42a composicdo do mineral olvina (Mg, Fe, SiO, mineral incomum nas rochas da superficie trrestre cxjo membro magaesiano, no entanto, deve Format parte imporeante das rochas do interior da Terma (Cap. 5) ~as relagdes que se mantém fixas sio a soma das aquantdades de ferro e magnésio, com dois étomos, a quantidade de slcio, com um fromo, ea de osigéaio, com quatro étomos. A composigio quimiea das olivinas pode varie entre dois dtomos de ferro ¢ 2et0 dle magnésio e dois de magnésio e zero de ferro, sem- pre com um étomo de slcio © quatro de oxigénio, formando uma série de minersis que fuzem 0 grupo cas olivinas, b) Quanto & definigio *..nistaligads, . 2” fito de a definicio de mineral destacar o termo. cristalizado, para esses materais, significa que eles tém lum arranjo atémico interno tridimensional. Os 4to- “= Veio pegmatico no quel se destocam eras contimeticos de Amazonia {cor esverdeada},intusivo em roche gadisica, cua ‘etrutra orentadafpica & visivel no canto inferior esquerdo, Foto: Museu de Geaciéncag/IG-USP eee ‘mos constituintes de um mineral encontram-se distsi- buidos ordenadamente, formando uma rede tridimensional (0 reticulo cristalino), gerada pela re- peticfo de uma unidade at6miea ou nica fundamental ‘que ja tem as propriedades fisico-quimicas do mineral completo, Esta unidade que se repete & a cela unité- tia, 0 “tijolo” que vai servir de base para a consteucio do reticulo cristalino onde cada tomo ocupa uma posigio definida dentro da cela unitiria (Fig, 2.1) Fig, 2.1 Arronio especial des fons de Na’ @ C-no composto NoC (halite), mostrando a cela unitéria que resulta no hébito cstalina em cubos garalmente apresentados pelo mineral Duas propriedades fisicas que por si sé atestam cesta organizacio interna sto 0 hibito cristalino ¢ a clivagem. © hibito cristalino € a Forma geométtica ‘externa natural do mineral, desenvolvida sempre que a cristalizagio se der sob condigdes calmas ¢ ideais. Jia clivagem & a quebra sistemética da massa mineral ‘em planos preestabelecidos que retinem as ligacdes quimicas mais fracas oferceidas pela estrutura do mineral. = [Na natureza, os eristais perfeitos dos minerais sio raros ¢ conseqtientemente constituem as j6ias do rei- ‘no mineral. Mais comumente os minerais se apresentam como massas irregulares. No entanto, a cristainidade estas amostras de minerais também pode ser reco- nhecida de outras formas, por meio de suas propriedades dpticas, por exemplo. Q meretirio (elemento native), é 0 iinico liquido considerado espécie mineral. O gelo formado natu- ralmente (nas calotas polares, por exemplo) & considerado mineral, mas a agua liquida, nto. Ree uke en ee) incias siidas amorfas, tais como ggis, vidros _¢ carves naturais, nfo slo cristalinas e, portanto, nao satisfazem as exigéncias da definicio de mineral. Estas substincias formam parte da elasse dos mineraldides. formados de itomos, ions ou moléculas sustenta 0 conceito de simetria cristalogedfica. A Cristalografia estuda a orizem, desenvolvimento © classificagio dos cristais narurais - 0s minerais que exi- tem formas externas geométricas -e artificiais, © estudo da simetria externa dos cristais é feito com auxilio dos elementos abstratos de simetria (planos, eisos e centro) as suas respectivas opera- ‘Ges de simettia (reflexio, rotacio einversio). Assim, reconhecer a existéncia de um plano de simetria no cristal é visualizar uma superficie que o corta em duas rmetades iguais,simétricas (Fig. 2.2. Fig. 2.2 Plano de simetria, que corta © cbjeto am duos partes iguais,simétricas, como um objeto esua imagem refletida num espelho, O exo de simetria é uma reta imagindra que passa pelo centro geométrico do cristal e a0 redor da qual, ‘num giro total de 360°, uma feica geométrica do cristal se repete certo niimero de vezes (Fig, 2.3). O centro de simetria ¢ um ponto de simetria coin: cidente com o centro geométrico do cristal, em relacio 20 qual as feigdes geométricas do cristal se invertem (ig 24). © conjunto dos possiveis clementos de simetsia encontrados em um cristal é chamado de grau ou classe de simettia ou grupo pontual, Existem, na natureza, apenas 32 graus de simettia, agrupaclos de acordo com a similaridade de seus elementos de simetria em sete sistemas cristalinos, do “mais simétrica” s0 “me- nos simétrico”: ctibico, tetragonal, trigonal, hexagonal,

You might also like