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Ssifo Recomea Se puderes, Sem angstia e sem pressa.

E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro, D-os em liberdade. Enquanto no alcances No descanses. De nenhum fruto queiras s metade. E, nunca saciado, Vai colhendo Iluses sucessivas no pomar E vendo Acordado, O logro da aventura.

s homem, no te esqueas! S tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheas. Miguel Torga, Dirio XIII

Mito de Ssifo

que serviu de inspirao a este poema de Miguel Torga

Ssifo, rei da Tesslia e de Enarete, era o filho de olo. Ssifo tinha a reputao de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta razo dizia-se que era pai de Ulisses. Ssifo despertou a ira de Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egina. Zeus mandou o deus da morte, Tanatos, perseguir Ssifo, mas este conseguiu engan-lo e prender Tanatos. A priso de Tanatos impedia que os mortos pudessem alcanar o Reino das Trevas, tendo sido necessrio que fosse libertado por Ares. Foi ento que Ssifo, no podendo escapar ao seu destino de morte, instruiu a sua mulher a no lhe prestar exquias fnebres. Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano do reino das sombras, da negligncia da sua mulher e pediu-lhe para voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto perodo, para a castigar. Hades deu-lhe permisso para regressar, mas quando Ssifo voltou ao mundo dos vivos, no quis mais voltar ao mundo dos mortos. Hermes, o deus mensageiro e condutor das almas para o Alm, decidiu ento castig-lo pessoalmente pelo logro aos deuses, infligindo-lhe um duro castigo, pior do que a morte. Ssifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra at ao cimo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo seria sempre repetido at eternidade.

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