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VISAO INTEGRADA DAS FONTES DE ENERGIA Luiz Pinguelli Rosa APRESENTAGAO 08 aspectos mais bisicos da questio fica (1 parte) até os aspectos téc- nigos ¢ econémicos (2% parte), procurando sugerit algumas reflexGes de carder ‘© sobre © assunto, Os conceitos de Fisica sio apresentados de forma Simplificada para recapitular nogSes gerais que possam servir aos leitores de formagio na rea das ciéncias sociais ou para resumi-las concisamente para 's de formacio técnica. A sistematizacio e nomenclatura tsual nos” estu dos de economia e planejamento do setor de energia so também. sin zadas com a dupla finalidade de servir de glossério e ressaltar pontos que merc- cem uma Ieitura eritica. Ao fim, alguns exemplos particulates sio detathados com apéndices, seguidos de diggrama contendo algumas férmulas que podem set eventualmente Gteis ao leitor, com a adverténcia de que os némeros uss. dos so aproximados © os edleulos so rudimentares, servindo os. resultados fepenas pata dar idéia de ordem de magnitude, 1 PARTE: © QUE E ENERGIA CIENTIFICAMENTE © conceito tedrico de energia ___A primeira coisa, © mais trivial, que poder gia € que se trata de um conceito que apresenta fisicos, a respeito de ener- ! los aspectos, Para os tém a primazia quanto 4 definigao de energia, este conceito esté ligedo a um principio Go abstrato quanto © da homogencidade do tempo. As propriedades de simetria do espago-tempo, palco onde ocorrem os eventos fisi- cos, so a homogencidade e a isotropia do espago € a homogencidade do tempo. A homogeneidade do espaco significa que todos os pontos do espaco sio eq yalentes entre si, do que decorre uma invaridneia por translasdo espacial 2 conservacio de um aitibuto do sistema fisico dotado desta propriedade; este atribulo € 0 chamado. momentum ou quantidade de mov A ‘sottopia do espaco € a equivaléncia de todas as ditecoes entre si, dat a inva rifncia do. sistema fisico por rotagio e a conservacéo do que se mentum angular? Da equival wstantes entre si decor # conservagzo de uma grandeza fisica que se convencionou chamar de ener do universe? Podemos entender aqui 2 palavra universo significando uin i tema fisico isolado, isto & que nao atua e nem sofre ago do meio exterior a ele. E ébvio que 0 proprio Universo, entendido como o conjunto de tudo © que existe na natureza, € um 4 nada externo inventaram uma nova forma de energia, até cntdo desconhecida, mas que tinha de existir em obediéncia a ei de conservacao, O mais curioso é que estas de energia achbaram por revelar ia ot, pelo nos, so consstentes com todo o afcabougo teérico © experimental da Fisica, Energia no senso comu Além da conceituacio do que seja energia no ambito da cincia, espe cialmente da Fisica, que veremos em detalhe, hd pelo menios dois outros tipos de conceituagses: a técnica e econémica, de cardter igedo & produgio e a0 consumo; a do senso comum ou da. lin gueira, de significacéo difusa mas reveladora sob 0 aspecto soc riiltiplos usos da palavra energia na Tinguagem comum, téo ricos de significados, hé alguns mais proximos e outros bast conceituagées cientilica ou técnica € econdmica, Por exemplo, dizemos que tum individuo possui muita’ energia quando é muito ativo e vigoroso, capaz de realizat muito trabalho. Jé © individuo considerado et é 0 € aquele is, como um governo, um partido ou movimento politico wes sio formados em expressdes tais como 1 sistemas impesst ou social. Significados mais ps energia psiquica, energia sexual, cnergia espiritual Na cigncia, as palavras ganham um significado preciso, ‘mas permitindo maior clareza e co erdendo a ri sie. O prego © Pare wing particula de massa M e yelocidade V. © momentum linear & vetor P = MV 2 Sela particula ertd em movimento citeular de rela R, em torno de im ponto, 9 momentary angular 6L = MV 3A energia da pa por dois. 12 & 0 produto da massa pelo quadrado da velocidade dividido a pagar por isto € a necessidade de se saber © ter sempre em mente as d nigdes precisas, o que tora a linguagem cientifica excludente © hermética, ‘acessivel apenas aos iniciados. No senso comum energia é freqiientemente con fa com forca € associada 20 calor, por exemplo, energia € um concei € de poténcia, enquanto que o calor é assume, Fssas grandezas so precitamente definidas na Ges usuais tetido jentos que sofrem combustio no orgar contabitizado em calorias que sobram a ponto de serem controladas na nossa dicta enquanto faltam no prato de considerével parte da populacdo. Outro aspecto cientifico da energia que chegou a ser popular foi lada pelo fant jzado como uma espécie de mago do século XX. Entretanto, a idéia hoje dominente de energia no senso comum & a asso ciada 4 chamada “crise energética”, convencionalmente iniciada com o em- bargo do petréleo arabe pela OPEP hé cerca de dez ano: ica” tornou-se uma espécie de pesadelo coletivo infindével Em nossa vida (quilowatt horas) ow na gasolina que compramos aos, ros ou no GLP para cozinha, A energia elétrica nos faz subic em elevadores, poupando o esforyo concretissimo de subir escadas ou faz girar os motores des batedeiras ¢ liquidificadores na cozinha ou das enceradeitas, poupando-nos © esforzo muscular dos bragos para efetuar servigos domésticos. Além disso nos traz comodidedes insu! rOnicos — 0 rédio, ‘os aparelhos de som, velocidades considerdveis. Isto sem falar nos usos industriis As formas de energia na Fi AA idgia de energia € extremamente poderosa na descrigio dos fenémenos fisicos e itil nas aplicagées préticas desses fendmenos, mas, a0 mesmo tempo, € extremamente abstrata. A palavra encrgia deriva do grego ¢, segundo essa ‘mos que possuem energia um corpo que se move, um corpo, mesmo em repou- 50, sob a atraco do campo gravitacional, cargas elétricas sob a atragio ou re- Pulsio do campo el uma mola comprimi és aquecido se expan z 86 propagando no espaco, uma massa de um combu: is6topo nuclear ial qualque siderarmos que a energia térmica é nada mais do que a energia ci moléculas do gés ou do corpo aquecido, que a energia radiente da mais € do que energia do campo eletromagnético, que a energia produzida pela atragdo elétrica entre os stomos, que a ener simplesmente calor ou para produzir trabalho — ou sej mento de uma massa sob ago de uma forca. Assim, produz trabalho a0 mover uma turbina; 9 catvéo 20 bustdio, aquecendo um fluido que empurra um émbolo em uma maq vapor ou fez girar uma turbina; 0 petréleo ao explodir no cilindro deslocando um émbolo; uma corrente elétrica ao passar pot fio condutor sob um campo magnético (que ela prépria pode induzir num eletroima), fezendo surgir uma que formam o enrolamento de um motor -a (do motor). Esse é.em geral o nosso problem: de uma forma de que dispomos para outra de que necessi tamos. A questo € que nem toda a energia pode ser sempre transformada nna forma que desejamos. Ha sempre perdes, como as provocadas pelo a em qualquer tipo de méquina, Essas perdas ndo significam o desapar é conservada no total. Elas se traduzem no aqueci que as perdas por at podemos conve Iho, Essa restrigio. nos essa razio as méquinas térmicas tim rendimento muito Embora’a energia sempre se conserve — ese € 0 19 Pi mica —, parte da energia térmica permanece como tal ¢ nio pode ser conve em trabalho. ‘A principal fonte de energia para a Terra € 0 Sol, que fornece duas « Flas por centimetro quadcado por minuto em uma érea sobre a atmosfera restte, perpendicular aos raios solares. Cerca de 30% dessa energia & refletida es sfo sofridas por essa para a sintese da matéria orginica dos veget Ela pode ser transferida & terra off & sua atmosfera. Ela também ¢ respon. sdyel pela evaporacdo da Agua na superficie de oceanos, Iagos e rios. © vapor inte sobe & atmosfera © apés vi é de dgua, retornando & terra como chuva © de condensasio. renga enite as quantidades de energia solar recebida nas v rengas de temperatura e pressio, provocando iventos 8 POr suid vez provocam 0 atrito do ar em desloca- ie da terra, pi do calor, que também é emitido ara 0 espago como-radiagéo Jetande © balango da energi solar! erando energia partes da terra causa di Origem da matéria e da energia do universo dade de formas com que a energia se apresenta, os clas elas se originam de apenas trés interagées fundementais da natureza: grav ubdividindo-se essa gas entre as -particulas vepelem mutuamente, a distancia nergia disponivel no mundo se reduz a0 em do universo. Esse 6 uy ees, 0 colapso gra toda 2 matéria que atinge sua vizinhanga, Os estudos cosm duzido a modelos sobte a origem ¢ a evolugdo do universo. Segundo um desses modelos 0 nou de uma grande explosio que teria provocado 2 expansio temperatura. es apés a explosio haveria apenas as par tio térmico entre si. Hoje conhecemos particulas: neutrinos), hadrons (prétons, néutrons, mé observadas) © suas antiparticulas (que se aniquilam 0 colidirem com as respectivas particulas, produzindo £6 98 quais por sua vez podem prot importante observar que essas part aps curto tempo de vida, disso elas reagem entre A formacio dos elementos do Hidrogénio (nicleo € um préton) — como o Deutétio, © Tritio, deu-se entre 2 e 1.000 segundos apés a explosio, pela agregacio de nucleo (prétons © neutrons), formando os micleos atémicos. Os elementos pesados 96 foram formados desses elementos leves nes estrelas, as qj condensa¢do dos elementos leves io de anos apés a exp! 8, foram capturando os 5» que por sua ver. se agregar tempo depois pela is surgiram com as apenas que condicdes especi ticularmente @ menor massa, petmitiram maior resfriamento, Energia do Sot A nossa galéxia, cujo didmetro ¢ de 100 mil anos-luz, pertence, com mi: tes de outras, a uma gigantesca nuvem achatada de galéxias, de didmetro a cerca de 50 milhdes de anos-uz. Uma galé: estrelas, que tém idades muito variadas por isso esto em diferentes de cvolugio: supernovas, gigantes vermelhas, ans brancas, trons. Esses diversos ia, segundo esta 1 gragas 4 enor 20 esta confinados nte, favorecendo a fusfio. A energia liberada pelo Sol ae

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