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Organização e Seleção: Célio da Cunha, Sueli Teixeira, Maria Luiza Monteiro e Vera Ros
Revisão Técnica: Sueli Teixeira
Revisão: Reinaldo de Lima
Assistente Editorial: Rachel Gontijo de Araújo
Diagramação: Fernando Brandão
Projeto Gráfico: Edson Fogaça
© UNESCO, 2003
Werthein, Jorge
Crenças e esperanças: avanços e desafios da UNESCO no Brasil/ Jorge
Werthein. – Brasília : UNESCO Brasil, 2003.
376p.
CDD 337.1
Resumo ...............................................................................................................9
Abstract ............................................................................................................11
5
• Educação para Todos: um Imperativo do Nosso Tempo .................93
• Semana Internacional de Educação para Todos ................................96
• Educação: a Contribuição das ONGs ...............................................99
• A UNESCO e o Parlamento ............................................................103
• Educação para Todos e Cooperação Empresarial ...........................106
• A UNESCO no Telecongresso Internacional de Educação
de Jovens e Adultos ..........................................................................109
• Por um Novo Ensino Médio .............................................................111
• Escolas Internacionais de Avaliação .................................................116
• A Educação Infantil como Política de Melhoria da Qualidade
do Ensino ............................................................................................119
• Prêmio NOMA de Alfabetização ....................................................122
• Educação e Exclusão Social ..............................................................127
• A UNESCO e o CONSED ..............................................................129
• Escola, Trânsito e Cidadania .............................................................131
• Visão Renovada da Alfabetização ................................................... 133
6
CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE: POLÍTICA E ENSINO
• Água da Amazônia ............................................................................. 183
• Conhecimento e Inovação Contra a Exclusão ................................185
• Ensino de Ciências: Novas Diretrizes .............................................188
• Que Ciências Ensinar? ......................................................................191
• Futuro do Planeta Está na Água ........................................................193
• Educação Científica e Desenvolvimento ........................................ 196
• Fernando de Noronha, Patrimônio Mundial ...................................199
• Ciência, Ética e Sustentabilidade .................................................... 201
7
COMUNICAÇÃO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO:
NOVAS TECNOLOGIAS NO INTERCÂMBIO DO SABER
• Dia Nacional da Educação a Distância ............................................299
• Reflexões sobre os Caminhos do Livro ..........................................302
• América Latina e Caribe na Sociedade da Informação ..................305
• Aspectos Éticos da Sociedade da Informação: a Marca da
UNESCO no Debate Global ...........................................................308
• Sociedade da Informação, Exclusão Digital e Desigualdade
Social ..................................................................................................314
• Observatório da Sociedade da Informação em
Língua Portuguesa ..............................................................................317
• Novas Tecnologias e a Comunicação Democratizando
a Informação ......................................................................................320
• Por um Sistema de Informações para a Cultura ..............................337
• Exercendo a Liberdade de Imprensa ...............................................344
• Livros: Passaporte para o Futuro ......................................................347
• Perspectivas sobre a Criança e a Mídia ...........................................349
• Informação e Conhecimento para Todos ........................................353
8
RESUMO
Miriam Abramovay1
A presente
Assim
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sendo,
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a collection nas áreas
e discursos
of articles de educação,
dewritten
Jorge Werthein,
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tanto no âmbito do poder público quanto da sociedade civil. Eles
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Peace; Social
atividades desenvolvidas
Development and Human pela UNESCO
Rights, Brasil. Todos elesInformation
and Communication, convergem paraand
um objetivo
Freedom of comum
the Press. que é o ser das pessoas. Em outras palavras, os artigos
e discursos de Jorge Werthein expressam a esperança da Organização num
mundoAll of humano
mais the articles and speeches point to the fight for a common
e solidário.
objective. This objective incorporates assuring education and culture
for all,Defendendo a diversidade
stimulating scientific and cultural e criadora,
technological a política guaranteeing
development, de educação
para todos,
access o patrimônio
to information histórico,
and a educação
knowledge, ambiental,freedom
and preserving os direitos humanos,
of the press.
a liberdade
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imprensa ou the
keeping defendendo
primary goaluma ofeducação
UNESCO preventiva
in sight em se
at all
tratandoand
times, de that
AIDS, drogas
is the goale of
violências,
a cultureosoftextos
peace.de Jorge Werthein apontam
em direção à necessidade que todos nós sentimos de construir um novo século
sustentado pelos pilares da identidade, da justiça e da solidariedade.
Célio da Cunha
Assessor da UNESCO
9
ABSTRACT
Miriam Abramovay1
11
Educação:
Em tempos de renovação e esperança
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Nem milagreira, nem impotente: assim é a escola. Para que ela possa
exercer os seus papéis, é preciso que seja vista a partir de uma posição de
equilíbrio. Entre o otimismo e o pessimismo pedagógico, situa-se o
realismo. Nessa perspectiva, é possível examinar o que a escola pode
fazer, na qualidade de sujeito, para influenciar a história do homem, em
vez de ser apenas um reflexo da história.
1
Artigo preparado para o periódico: “Gestão em Rede”, Brasília: CONSED, dez. 2003.
15
metade do impacto sobre o êxito do aluno, do que será capaz caso
tomemos um conjunto de medidas para melhorá-la e torná-la uma escola
renovada, a serviço da inclusão social?
16
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
2
Estas características se encontram presentes em escolas públicas inovadoras na superação
das violências, estudadas pela UNESCO (cf. ABRAMOVAY, M. (Coord.). Escolas inovadoras :
experiências bem sucedidas em escolas públicas. Brasília: UNESCO, 2003).
17
Que dizer de tudo isso? As ciências sociais nos ensinam que o
caminho entre escola e sociedade tem idas e vindas. As violências do
mundo de hoje têm múltiplas e intrincadas causas, mas certamente estão
relacionadas à erosão de valores sociais, numa crise de legitimidade, e à
própria super exposição e exploração da violência como produto
industrial, a ser vendido para gerar lucros. Se a sociedade se torna mais
violenta e/ou desenvolve novas formas de violências, a escola deixa de
ser o sonhado casulo e se patenteia como espelho da sociedade em que
se insere. Por outro lado, as violências nos estabelecimentos educacionais
constituem uma ameaça àquele clima favorável ao sucesso. Elas são
responsáveis pela suspensão de aulas; pelas ausências de professores e
alunos, em certos casos intimidados por pessoas de dentro ou de fora da
escola; pelo mau aproveitamento do tempo letivo, na medida em que é
preciso debelar a desordem primeiro para, depois, dedicar-se à aquisição
de conhecimentos e à formação de comportamentos, atitudes e valores.
As violências constituem, por conseguinte, um prejuízo coletivo e
individual incomensurável, que neutraliza em parte os investimentos de
países pobres e ricos. Embora vitime grandes segmentos no mundo
ocidental, as violências são depressoras da aprendizagem e do sucesso
escolar, atingindo sobretudo os grupos sociais mais vulneráveis, quer nos
países desenvolvidos, quer nos países em desenvolvimento. Por isso
mesmo, a UNESCO tem realizado uma série de pesquisas sobre o assunto3
e, no ano passado, instituiu um projeto conjunto com a Universidade
Católica de Brasília, o Observatório de Violências nas Escolas – Brasil,
dedicado a atividades de pesquisa, ensino e extensão na área.
3
Cf. em especial ABRAMOVAY, M.; RUA, M. G. Violências nas escolas . Brasília: UNESCO,
Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME,
2002.
18
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
4
A UNESCO realizou um estudo, com ampla ilustração de experiências, sobre como os atos e
princípios das Nações Unidas e da UNESCO podem ser traduzidos para projetos escolares e
políticas educacionais. Cf. GOMES, C. A. Dos valores proclamados aos valores vividos . Brasília:
UNESCO, 2001.
19
disso é simples. Nada disso cai do céu de graça, mas precisa ser arduamente
conquistado pelo homem, ao que indica a história, depois de páginas e
páginas de sangue, suor e lágrimas. Também não será fácil para a escola,
porém é possível – e, mais que possível, urgente – que ela se olhe e
indague sobre as linhas da sua atuação:
• É uma escola onde os alunos podem sentir-se felizes e seguros, fazer amigos e
aprender ainda mais, se quiserem?
20
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
• É uma escola que vê o aluno pela sua cognição ou como pessoa que sente, pensa e age?
• É uma escola que trata de temas significativos para a vida do aluno, como o
desenvolvimento sustentável, a saúde, o meio ambiente e os diversos elementos que,
entrelaçados, conduzem ao bem-estar?
21
Reforma Universitária como Compromisso Histórico1
O evento que ora se inaugura nos coloca face a face com a missão
de mobilizar as lições do passado histórico e as vivências do presente
para delinear o futuro que queremos e que podemos. Temos aqui
representadas, por meio dos participantes, experiências dos diversos
continentes, no mesmo espírito de comunicação ecumênica que presidiu
ao estabelecimento da UNESCO ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Diante deste incomensurável acervo de idéias, pensar a universidade para
o século XXI na América Latina implica um duplo movimento: o de partir
da nossa realidade, para enriquecê-la com o amplo conhecimento
disponível hoje no mundo, e o de voltar a ela, focalizando os aspectos
imanentes à nossa realidade, de modo a inseri-los no que lhes transcende.
Esta viagem de ida e volta que se precisa fazer a cada momento permite
que tenhamos a sintonia das necessidades dos países em desenvolvimento,
sem jamais perder de vista o processo de mundialização que nos envolve
e que não nos pergunta se dele queremos participar.
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Internacional Universidade XXI, Brasília 25-27
nov. 2003.
22
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
23
perda de espaço no processo de mundialização, de empobrecimento do
país e de aprofundamento das disparidades sociais. Nesse sentido, cumpre-
nos lembrar a conferência da UNESCO que, também em Paris, revisitou
as conclusões da sua antecessora, de 1998. Inserida nas encruzilhadas da
história e com a sua vocação ecumênica, a educação superior está no
centro dos debates sobre a categoria da educação: trata-se de um serviço
público ou de um serviço que, à semelhança de mercadorias, pode ter o
seu comércio liberalizado internacionalmente?
24
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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O Futuro Começa pela Primeira Infância1
1
Artigo publicado nos jornais: “Jornal Cruzeiro do Sul”, SP, 11/10/2003; “Mogi News - Mogi das
Cruzes”, SP, em 08/10/2003; “Jornal do Commercio – Manaus”, AM, em 07/10/2003
26
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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A Educação Infantil como Meta Prioritária1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “Financiamento da Educação Infantil” e lançamento
das publicações “Anais do Simpósio Educação Infantil: construindo o presente” e “Os serviços
para a criança de zero a seis anos no Brasil: algumas considerações sobre o atendimento em
creches e pré-escolas e sobre a articulação de políticas”, Brasília, 8 set. 2003. Artigo publicado
no jornal “Zero Hora”, RS, em 16/09/2003.
28
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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no mês de abril, no Auditório Petrônio Portela, do Senado Federal,
integrou a Semana de Educação para Todos do ano 2002. Constituiu, ainda pauta
da reunião ordinária da Comissão de Educação do Senado Federal,
representando uma iniciativa de aproximação entre os legisladores e
segmentos sociais relevantes na área da educação infantil.
30
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
31
Brasil Alfabetizado, a Vez dos Excluídos1
32
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Pode-se afirmar, assim, que a educação contribui tanto para dar frutos
como para distribuí-los. Por isso mesmo, o combate à pobreza começa na escola.
33
Educação para o Trânsito e Mobilidade Inteligente1
1
Artigo publicado nos jornais: “Correio Braziliense”, DF, em 21/09/2003; “Boletim Notícia em
Trânsito”, DF, set. 2003.
34
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
35
O Programa tem o mérito de ultrapassar os limites da escola e
envolver a comunidade na discussão de assuntos ligados à cidadania. Com
isso, os jovens passam a ter uma atuação pró-ativa, democrática e solidária
para a resolução dos problemas locais que afligem seus vizinhos. Eles
desenvolvem a sensibilidade e observação em relação aos fatos do
cotidiano, tendo cuidado e respeito com o próximo e buscando
alternativas que promovam a igualdade de oportunidades de acesso e
mobilidade para toda a comunidade.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Educação Infantil:
É Preciso Reconhecer a sua Importância1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Nacional “Financiamento da Educação Infantil”.
Brasília, 8 set. 2003.
37
A educação e o cuidado da Primeira Infância são, freqüentemente,
percebidos como uma última fronteira a ser conquistada, ao se criar um
sistema integrado de educação que favoreça a aprendizagem durante
toda a vida. Este sistema deve, com efeito, começar a partir do
nascimento.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
39
Educação para Todos, a meta de ampliar a oferta de educação e cuidado
na primeira infância, com especial atenção às crianças em situação de
vulnerabilidade.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
A Infância em Debate1
Este tema faz parte dos documentos que orientam nossa ação diária,
tais como a Conferência Mundial sobre Educação para Todos (realizada em Jomtien,
na Tailândia, em 1990) – um importante marco na luta pela “educação
para todos ao longo de toda a vida”. Afirmam que a aprendizagem se
inicia a partir do nascimento e que a educação e o cuidado na primeira
infância são um componente essencial da Educação Básica.
1
Pronunciamento por ocasião da Solenidade de lançamento da Série “Coordinators Notebook:
A infância em debate, perspectivas contemporâneas”, Brasília, 7 ago. 2003.
41
a) Disseminar conhecimentos no campo da educação infantil;
42
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
bastante revelador do bem-estar geral de uma nação ou de uma população” que a UNESCO
se alia à Fundação ORSA e ao Grupo Consultivo com o intuito de fazer
avançar as práticas e políticas destinadas às crianças de zero a seis anos e
de influir na definição de uma agenda política que situe a criança pequena
no foco das prioridades nacionais.
43
Made in Brazil1
Outra política social brasileira também foi elevada, ainda que mais
silenciosamente, à condição de modelo universal de combate à exclusão
social e de promoção da educação. As experiências iniciais do Bolsa-
1
Artigo publicado no jornal “O Globo”, RJ, em 18/08/2003.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
45
como grandes entraves ao desenvolvimento social. Com a adoção da
Declaração do Milênio pelas Nações Unidas, em 2000, ficou evidente a
prioridade absoluta que a solução de mazelas como a pobreza, a exclusão
social, a fome, os baixos níveis educacionais e a AIDS teria na formulação
de políticas sociais, especialmente nos países em desenvolvimento.
46
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Universidade: Por que e como Reformar?
“Universidade: Relevância e Reforma”, Brasília, 6 ago. 2003.
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A universidade é semelhante a uma torre de vigia. Trata-se de um
lugar privilegiado de observação da sociedade, localizado no seu topo.
Dela se avistam as tendências e as perspectivas. Dela se pode partir para
desenhar os horizontes do futuro. Futuro marcado não só pelos
conhecimentos e competências, mas também pelos valores de aceitação
da diversidade, da paz, da valorização do desenvolvimento humano, da
igualdade e tantos outros. No entanto, a universidade não pode cumprir
plenamente seus papéis se não está inteiramente sintonizada com seu
tempo e o futuro que ajuda a construir. Lócus histórico da divergência,
tende também a ser conservadora, como guardiã de certos valores, idéias
e critérios. Por isso, sua mudança é processo delicado que não se cumpre
por ato de vontade. É processo negociado, em face das divergências que
enriquecem o debate. Porém, se a universidade não se reforma, não pode
sobreviver. Como elaborar o futuro da sociedade e do mundo voltada
para trás e para dentro e não como um facho de luz dirigido para a frente?
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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A Lição dos que Avançaram1
1
Artigo publicado nos jornais: “Correio Braziliense”, DF, em 15/07/2003; “O Imparcial”, MA, em
16/07/2003; “A Gazeta – Cuiabá”, MT, em 21/07/2003; ; “Diário de Cuiabá”, em 27/07/2003 ;
“Folha de Pernambuco”, PE, em 27/07/2003; “Jornal do Comércio – Recife”, PE, em 27/07/
2003; “O Rio Branco”, AC, em 21/08/2003.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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do processo de transformação econômica, o problema é o recrutamento
de profissionais mais qualificados e com maiores conhecimentos técnicos.
Buscava, portanto, aproximar a escola do mundo real, aproveitando os
progressos científicos para a melhoria do aprendizado. Teria isso ocorrido
no Brasil? Infelizmente, esse processo de reforma se deu na França, após
a ocupação na Segunda Guerra Mundial, sendo apontado como um fator
fundamental na melhoria do ensino do país.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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A Importância da Educação para o Desenvolvimento1
1
Entrevista publicada no “Boletim Informativo da ONG Missão Criança”, DF, n.12, jun. 2003.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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pobres nas escolas. Ao levar a diferentes localidades a idéia e o apoio a
ações como o Bolsa-Escola Cidadã, a Missão Criança atua para que a educação
seja de fato acessível a todos. Com a universalização da educação, também
se democratiza o acesso ao emprego, à renda, aos bens culturais e às
condições de vida adequadas. É o círculo virtuoso que almejamos.
56
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “Plano Nacional de Educação: o compromisso do
Poder Legislativo”. Brasília, 4 jun. 2003.
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pela UNESCO e outras Agências e Organismos Internacionais, do Fórum
Mundial de Educação de Dacar, convocado para examinar e refletir sobre os
avanços e limitações da política mundial de educação para todos.
58
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Artigo publicado no jornal: “Jornal da Cidadania”, DF, n. 117, jun./jul. 2003.
59
Por outro lado, pelo menos no ensino médio, aprovação e
aproveitamento verificado em testes padronizados vão para lados
diferentes: há Estados com alto rendimento e reprovação tanto alta como
baixa, o mesmo ocorrendo com aqueles de baixo rendimento. É como se
tocasse um ritmo e professores(as) e alunos(as) dançassem outro. Na União
Européia, verifica-se algo idêntico: não são os países que mais reprovam
os que alcançam maiores notas nas avaliações internacionais e vice-versa.
60
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
61
Em outras palavras, a escola tem qualidade e é cara, ao mesmo
tempo em que exige de si mesma e é exigida. Pensando no Brasil, conclui-
se que não reprovar é bom, porém não é suficiente para que a qualidade
melhore. Ao contrário, pode até piorar. Para que a escola efetivamente
ensine e alunos e alunas aprendam, de fato, são necessários recursos e
dedicação. A escola que não reprova precisa ser uma escola de melhor
qualidade, com mais recursos e mais atenção. Não reprovar não significa
deixar passar de qualquer jeito, mas continuar exigindo. O caminho não é
estreito e é suado, mas os resultados compensam.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do 3º Encontro do Fórum Brasil de Educação do Conselho
Nacional de Educação “Uma Parceria em Busca de Respostas”, Brasília, 3 jun. 2003.
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Em breve teremos o prazer de divulgar os resultados de uma pesquisa
nacional sobre o magistério brasileiro feita pela UNESCO, a qual aponta
um quadro altamente preocupante, tanto no que se refere à carreira e
salários, como também em relação à situação cultural e social dos
professores e às suas aspirações e expectativas de vida.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
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A Importância Estratégica
da Gestão Descentralizada1
1
Pronunciamento por ocasião da abertura do 9º. Fórum Nacional do Dirigentes Municipais de
Educação “Educação Nacional: Importância Estratégica dos Municípios”, Brasília, 07 mai. 2003.
2
TEIXEIRA, A. A educação no Brasil . São Paulo: CEN, 1969. p. 335.
66
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
67
Para tanto, torna-se cada vez mais necessário elevar e sedimentar a
consciência do País de que a política de educação para todos não apenas
contribui para fortalecer a cidadania e aumentar o capital social e cultural
de uma nação, como também, poderosamente, para a produtividade. As
taxas de retorno da educação básica são altas. Quanto mais perto da base,
maior é o retorno individual e coletivo. Além disso, a educação ajuda a
distribuir mais eqüitativamente a renda. É sempre oportuno frisar que
não há desenvolvimento real com renda concentrada. Além do mais, a
educação conduz à participação política e aumenta a confiança na luta
por melhores condições de vida.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da cerimônia de lançamento da “Década das Nações Unidas
para a Alfabetização, 2003-2012, Congresso Nacional, Brasília, 20 mai. 2003.
69
tornou menos dependente dos fatores tradicionais, tais como o capital e
mão-de-obra, tendo sido mais influenciada pelos conhecimentos e pelas
pessoas, valorizadas pela educação, pela saúde e pela busca informal do
conhecimento. Não se trata, pois, de novidade, mas de fatos que continuam
a ser desvelados, decênio após decênio, reiterando a indispensabilidade
da educação para o desenvolvimento.
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CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
das despesas em outros setores. Por seu lado, elas são mais elevadas, tanto
em termos de benefícios individuais quanto coletivos, para o nível primário
ou fundamental do que para os demais níveis de escolaridade. Em outras
palavras, quanto mais perto da base, que deve ser universal e compartilhada
igualmente por todos, maiores são os benefícios da educação, que, por
sua vez, tende a ter custos menores.
71
A agricultura e a indústria ocuparão pequena parcela da população
economicamente ativa, de tal modo que o setor terciário terá uma demanda
muito mais expressiva de pessoas qualificadas.
72
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
73
prazo, ou fazer uma semeadura cuja colheita surgirá agora e logo depois:
nos resultados dos próprios adultos e dos seus cuidados com a nova
geração. Neste sentido, ainda retornando ao relatório da UNESCO e da
OCDE, cada ano de escolaridade acrescentado à população adulta dos
países participantes do Programa Mundial de Educadores Educacionais leva ao
incremento de 3,7% na taxa de crescimento econômico de longo prazo.
Mais ainda, cabe ainda refletir sobre a referência explícita ao Brasil como
um dos países em que é maior o hiato educacional entre a geração adulta
e a geração em idade escolar.
74
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
internas, fica transparente, mais uma vez, que a casa se constrói pelos
seus alicerces. A alfabetização e a educação básicas constituem o
fundamento sólido, do qual emanam maiores frutos econômicos e sociais.
Pelo seu caráter, concorrem de maneira essencial e intrínseca à conquista
dos valores basilares das Nações Unidas e da UNESCO, sintetizados na
Declaração do Milênio, que selecionou como fundamentos a liberdade, a
igualdade, a solidariedade, a tolerância, o respeito pela natureza e a
responsabilidade compartilhada pelo desenvolvimento econômico e
social, pela paz e pela segurança.
75
Alfabetização para Todos: um Grito de Guerra1
1
Apresentação em parceria com o Ministro Cristovam Buarque, feita ao livro: Alfabetização
como liberdade. Brasília: UNESCO Brasil, 2003, para o lançamento da “Década das Nações
Unidas para a Alfabetização – 2003". Artigo publicado nos jornais, “Jornal do Brasil”, SP, em 20/
05/2003; “A Gazeta de Cuiabá”, MT, em 24/05/2003.
76
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
77
como crianças na prática da sala de aula e o currículo podia ter ou não
conexões com a vida cotidiana. Era uma educação em grande parte dissociada
da sua circunstância, como se o aluno fosse uma criança grande que havia
simplesmente perdido as oportunidades educacionais e podia ser introduzido
numa espécie de máquina do tempo para recuperá-las.
78
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
79
em papel, em meio eletrônico etc.). Embora as comunicações eletrônicas
não tenham substituído a alfabetização impressa, o analfabetismo e o divisor
digitais, separando incluídos e excluídos das novas linguagens, são algumas
das preocupações da UNESCO, manifestadas em especial pelo documento
A UNESCO e a Sociedade de Informação para Todos (1995). As alfabetizações,
como conceito plural contemporâneo, implicam também a aceitação dos
caminhos da educação formal e não-formal, assim como da educação
presencial e da educação a distância. Além disso, é aconselhável a
diversificação de públicos que apresentam características e necessidades
diferentes: adolescentes e jovens, meninas e mulheres, trabalhadores e
outros. Também o seu enfoque precisa ser integrado e, ao mesmo tempo,
flexível para articular-se a todos os aspectos da vida, para além da
comunicação, tanto oral como escrita, tendo uma visão da linguagem como
totalidade (falar, escutar, ler e escrever). Para isso, pode incluir, conforme
o contexto, agrotecnologia, saúde, nutrição, cidadania, pequeno comércio,
artesanato, literatura religiosa e microcrédito, entre outras áreas.
80
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
81
Vencendo a Cegueira1
“Que ônibus é este?”, “Para onde vai?”, “Qual o nome desta rua?”,
“O troco está certo?”, “O que diz o cartaz à entrada da repartição
pública?”, “Que remédio é este e como tomá-lo?” Olhar e não ver, ouvir
e não entender, querer fazer e depender dos outros, estejam disponíveis
ou não, são algumas facetas do drama de uma parte da humanidade, sem
convivência tanto com a cartilha quanto com o computador.
1
Artigo publicado no “Jornal do Commercio – Recife”, PE, em 15/05/2003.
82
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
83
e não é um acréscimo aos compromissos internacionais estabelecidos pelos
países-membros. Ao contrário, permanece em vigor o que foi fixado pelo
Fórum Mundial da Educação, em Dacar. Ocorre, porém, que a
alfabetização é amplamente concebida como habilidades e conhecimentos
básicos necessários a um mundo em mudança, projetando-se na educação
ao longo da vida. Por sua importância, as Nações Unidas fixaram esta
década como um meio de chamar a atenção para processos e metas de
suma importância. Não se trata de mero exercício, de um documento
adicional, mas sim de evento destinado a mobilizar esforços no sentido
de que o mundo, em 2015, conforme a Declaração de Dacar, apresente-se
com uma face bastante diferente. No Brasil, nunca é demais relembrar
que os compromissos de Dacar estão consubstanciados no Plano Nacional
de Educação.
84
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Tal quadro cria uma situação nova, em que a escola, em tese, torna-
se mais democrática, ampliando as possibilidades de jovens – antes
excluídos – avançarem nos estudos além da educação básica, conseguirem
um bom emprego e exercerem plenamente a cidadania. Porém, dentro
desse contexto, novos desafios e problemas se apresentam, compondo
um quadro em que o investimento na qualidade de ensino torna-se urgente
e prioritário.
1
Artigo publicado nos periódicos: “Revista do Terceiro Setor”, SP, em 24/05/2003 e “Cidadania-
e”, disponível em: <www.rits.org.br> em 12/06/2003.
85
A pesquisa constatou, por meio de depoimentos de alunos, professores
e demais membros das equipes pedagógicas das escolas, que existe uma
série de desafios e problemas a serem superados, principalmente no que
diz respeito à qualidade de ensino. Atento aos problemas existentes nas
escolas brasileiras, o Ministro Cristóvam Buarque elegeu a capacitação de
professores e a qualidade de ensino como duas de suas prioridades máximas.
86
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
que esses jovens disponham de uma renda que lhes permita dedicar-se
exclusivamente aos estudos e ao seu desenvolvimento intelectual.
87
15% dos docentes dizem que não dominam a informática e 40% dos
professores ouvidos na pesquisa não têm computador em casa. E, o que é
mais grave, desse último percentual, 44,5% também não têm acesso a
computadores na sua escola.
88
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento da Pesquisa Ensino Médio: Múltiplas Vozes
(UNESCO/SEMTEC/MEC), Brasília, 29 abr. 2003.
89
Segundo a Reunião Internacional de Especialistas sobre Educação Secundária
Geral, realizada pela UNESCO em Beijing, China, em maio de 2001, é
necessário conceder alta prioridade a esse nível de ensino e, ao mesmo
tempo, redefinir seus objetivos e funções à luz dos horizontes do século
XXI. O que era de poucos passou a ser de muitos, não de tantos quanto
seria desejável, mas gerando a necessidade de mudanças qualitativas que
exigem uma política própria e um equacionamento de problemas
compatível com a identidade desse nível de ensino, que deixa de ter uma
função apendicular do ensino fundamental.
90
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
91
auspicioso para a educação brasileira. Refiro-me ao impulso inovador da
gestão Cristovam Buarque, o qual encontra-se empenhado em imprimir
um enfoque holístico à política nacional de educação, visando
potencializar a interdependência entre os diversos níveis e modalidades
do ensino.
92
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Reunião do Conselho Nacional de Educação, na Semana
de Educação para Todos, “Educação para Todos: um imperativo do nosso tempo”, Brasília,
abr. 2003.
93
compromissos traduzem a vontade dos Países Membros da UNESCO com
uma educação básica de qualidade para todos.
94
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
95
Semana Internacional da Educação para Todos1
1
Pronunciamento por ocasião da teleconferência em comemoração à Semana Internacional de
Educação para Todos, Brasília, 11 abr. 2003. Brasília: UNESCO Brasil, Embratel 21, 2003. (Programa
Biblioteca Digital Multimídia).
96
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
97
5) eliminar, até 2005, disparidades de gênero na educação primária e
secundária e alcançar igualdade de gênero até 2015, com foco no acesso
de meninas a educação básica de boa qualidade; e 6) melhorar todos os
aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência para todos.
98
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da abertura da Reunião Anual 2003 da Consulta Coletiva de
ONGs sobre Educação para Todos, Porto Alegre, 19 jan. 2003, no Fórum Mundial de Educação.
99
significativa parte da humanidade. Diante desse quadro, o sistema das
Nações Unidas passou a ser instado a atuar com vigor, em cooperação com
outras organizações internacionais e multinacionais, no encaminhamento
de políticas de combate à pobreza e às iniqüidades sociais.
100
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
101
E é para avaliar a participação da sociedade civil no processo de promoção
da Educação para Todos que aqui se realiza esta reunião anual da Consulta
Coletiva de Organizações Não Governamentais sobre Educação para Todos.
102
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
A UNESCO e o Parlamento1
1
Pronunciamento por ocasião da III Conferência Brasileira de Educação, Ciência e Cultura da
Câmara dos Deputados, Brasília, 3 dez. 2002.
103
Sem dúvida, a política de educação depende das opções econômicas
e dos modelos de desenvolvimento. Daí ser o Parlamento o fórum
privilegiado para se discutir a política de educação e tomar as decisões
que requerem consenso e legitimidade política, de forma a criar para o
Poder Executivo as condições básicas de governabilidade educacional.
104
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
105
Educação para Todos e Cooperação Empresarial1
Sem dúvida, em que pesem os avanços feitos pelo Brasil nos últimos
anos, sobretudo no que se refere à meta de assegurar escolas para todas as
crianças e jovens, há ainda um enorme caminho a percorrer para que o
País possa ostentar um sistema público de educação de qualidade, capaz
de garantir o atendimento, com sucesso, às necessidades mínimas de
educação exigidas pela atualidade.
1
Pronunciamento por ocasião da Solenidade de Assinatura da Cooperação Banco de Boston e
Missão Criança, com Apoio da UNESCO e do UNICEF, Brasília, 28 nov. 2002.
106
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
107
necessidade de superar limitações e obstáculos mediante ações concretas
que possam harmonizar e conciliar interesses, visando colocar a sociedade
brasileira em um circuito moderno de inovações cidadãs.
108
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do II Telecongresso Internacional de Educação de Jovens e
Adultos. Brasília, 14 ago. 2002.
109
Essa competente rede de apoio mostra o crescente reconhecimento
do Telecongresso como um evento sintonizado com as idéias e aspirações do
nosso tempo. O núcleo temático deste ano, Aprender a Viver Juntos – Educação
para a Diversidade, representa um dos maiores desafios educacionais da
atualidade. Foi pensado a partir da Conferência Internacional de Educação que a
UNESCO realizou em 2001, em Genebra.
110
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “O Ensino Médio no Contexto das Transformações
Socioeconômicas”, Brasília, 22 ago. 2002.
111
pouco tempo impensáveis. De um modo ou de outro, certas tendências
de desenvolvimento econômico, social e cultural perpassam, hoje, todos
os continentes e afetam todos os povos, condicionando, inclusive, o leque
de respostas e de alternativas possíveis para satisfazer a todas as
necessidades humanas e, em particular, as educativas.
112
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
113
Ao mesmo tempo, atenção especial deverá ser dada à educação para a
diversidade. A riqueza cultural e multiétnica brasileira deverá ser fonte
permanente, inspiradora de currículos e de ações voltadas para a cidadania.
A atenção à diversidade implica, também, a liberdade para criar e adotar as
metodologias mais apropriadas para cada situação e grupo de alunos. São
requeridas, assim, numerosas e complexas mudanças na vida cotidiana das
instituições educativas, na capacitação e na formação docente e nos
organismos de condução, de avaliação e de acompanhamento dos sistemas
educativos.
114
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
115
Escolas Internacionais de Avaliação1
1
Pronunciamento por ocasião da 2ª Escola Internacional de Avaliação Educacional: Análise
Comparada de Sistemas de Avaliação, Brasília, 06 mai. 2002.
116
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
117
do que de grandes consensos. Assim, capacidades técnicas e decisões
políticas convertem-se, atualmente, no eixo das características que
assumem nossos ainda incipientes sistemas de avaliação.
118
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da abertura do Simpósio Educação Infantil: Construindo o
Presente, Brasília, 23 abr. 2002.
119
O foco de trabalho da UNESCO, com relação aos programas
educacionais, tem sido acompanhar e promover a implementação das seis
metas de Educação para Todos, firmadas no Fórum Mundial de Educação para Todos,
realizado no ano de 2000, em Dacar, no Senegal. A primeira meta do
Marco de Ação de Dacar é “a expansão e o aprimoramento da educação e
cuidados na primeira infância, especialmente para as crianças mais
vulneráveis e desfavorecidas”.
• A ciência, por sua vez, está mostrando que o período que vai da
gestação até o sexto ano de vida é o mais importante na
preparação das bases das competências e habilidades. É no
decorrer destes primeiros anos de vida que a criança aprende a
aprender, aprende a fazer, a conviver e a ser;
120
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
121
Prêmio NOMA de Alfabetização1
1
Pronunciamento por ocasião da comemoração do Prêmio Alfabetização NOMA, atribuído ao
Instituo Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – IBEAC, São Paulo, 11 dez. 2001.
122
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
123
Desde sua criação, em 1946, a UNESCO manifestou grande interesse
pela educação de jovens e adultos, área que, desde então, tem constituído
prioridade absoluta para a Organização. Foi assim que, no propósito de,
por um lado, fazer frente aos desafios com que se confrontam os Governos
e Organizações Não Governamentais no âmbito da educação de jovens e
adultos e, por outro, de analisar as tendências e preocupações mundiais,
a UNESCO criou e tem mantido prêmios mundiais atribuídos por júris
internacionais, semelhantes ao Prêmio NOMA, que nos reúne aqui, hoje.
124
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
125
de escolha dessas possibilidades. A preservação dessas possibilidades e
da liberdade de escolha, partes integrantes da dignidade humana,
continuará sendo a luta principal da UNESCO, dentro de suas prioridades
mais prementes.
Esta é uma luta de todos e deve ser reconhecida por todos. Parabéns,
pois, ao Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário.
126
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da 2 a Conferência Nacional de Educação, Cultura e Desporto.
Brasília, 20 nov. 2001.
127
Estou convencido de que o Brasil tem condições de vencer sua
pobreza. Há muitas condições favoráveis e, sobretudo, há uma nova
vontade do Poder Executivo, do Legislativo e da sociedade civil.
128
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
A UNESCO e o CONSED1
1
Pronunciamento por ocasião da III Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Educação.
Sessão Solene de Abertura em Comemoração dos 15 anos do CONSED. Belém, 15 set. 2001.
129
Assim sendo, em seus quinze anos de profícua e relevante existência,
quero deixar o reconhecimento da UNESCO na luta que o CONSED
tem travado em prol do ideal de educação de qualidade para todos que
ela defende em todo o mundo, como condição fundamental ao processo
em marcha de universalização da cidadania.
130
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do Projeto Rumo a Escola (UNESCO/Ministério
da Justiça/DENATRAN). Brasília, 23 ago. 2001.
131
Essa ação continuada e sistemática garantirá a formação de uma nova
consciência no sentido de ver o trânsito em seus aspectos de interação e
de cidadania.
132
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do IV Encontro de Educação de Jovens e Adultos – ENEJA, Belo
Horizonte, 21 ago. 2001.
133
o analfabetismo como um fenômeno estrutural e de responsabilidade social.
Por essa visão, não tem mais sentido metas de “erradicar o analfabetismo”
ou de “reduzir as taxas de analfabetismo” e, sim, criar ambientes e
sociedades letrados, em que o domínio das diversas linguagens, inclusive
a do computador, se cultive e se reforce pelo contexto em que são
utilizadas. Em tempos anteriores, a alfabetização infantil e a alfabetização
de jovens e adultos eram vistas e desenvolvidas como campos separados,
não raro a última como alternativa remediadora e de segunda classe. Hoje,
ambas são articuladas segundo um marco e uma estratégia integrados de
política. Antes, a alfabetização estava ligada a um período determinado
da vida de uma pessoa, ao passo que hoje ela é entendida como um
processo de aprendizagem que dura toda a sua existência e se aperfeiçoa
ao longo dela. Entrelaça-se, assim, a educação regular com a educação
continuada. Isso ocorre, em grande parte, porque anteriormente a
alfabetização estava associada apenas à linguagem escrita e aos meios
impressos. Hoje, ela é compreendida como o desenvolvimento da
expressão e comunicação oral e escrita, com uma visão da linguagem como
totalidade, envolvendo falar, escutar, ler, escrever.
134
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
135
Não se trata de um mero exercício, de um documento a mais e, sim,
de um evento destinado a mobilizar esforços no sentido de que o mundo,
em 2015, conforme a Declaração de Dacar, apresente-se com uma face
bastante diferente. No Brasil, nunca é demais relembrar que os compromissos
de Dacar estão consubstanciados no Plano Nacional de Educação, de duração
decenal, traduzidos, aos níveis estadual e municipal, pelos respectivos planos
de educação. Esses documentos devem constituir letras vivas, orientadoras
das ações articuladas em cada nível administrativo e na articulação entre as
Organizações Governamentais e as da sociedade civil.
136
Cultura:
Patrimônio e diversidade
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do livro “Vinte ficções breves: antologia de
contos brasileiros e argentinos”, Rio de Janeiro, 19 mai. 2003.
139
Violeta Weinschelbaum foi muito feliz na escolha dos autores e das
ficções que compõem o livro. A antologia de contos organizada por ela,
tendo por eixos orientadores os direitos humanos e o combate às violências
e discriminações que, lamentavelmente, continuam a vitimar pessoas inocentes,
mostra como a literatura participa do debate contemporâneo e pode ajudar
a encontrar novas alternativas para o futuro das sociedades. A literatura de
ficção tem o mérito de mostrar realidades que escapam até mesmo às análises
econômicas e sociológicas mais sofisticadas.
2
MOROSINI, M. Mercosul: desafios sociolingüísticos da integração. Educação Brasileira, Brasília:
CRUB, n. 38, 2001. p.45.
140
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
141
Por uma Visão Política da Cultura1
1
Artigo publicado nos jornais: “Correio Braziliense”, DF, em 28/05/2003; “Cultura e Mercado”,
disponível em <http://culturaemercado.terra.com.br/>, em 29/06/2003.
142
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Essas reflexões vêm a propósito de uma nova fase que o Brasil começa
a viver com esperanças que se reacendem na perspectiva de um dos
compromissos mais importantes dos países-membros da UNESCO, que é
o de cultura para todos. Declaração recente do Ministro Gilberto Gil ao
jornal La Nación sinaliza em direção a uma política cultural de alcance
coletivo. Afirma o Ministro que é necessário uma visão política da cultura.
A cultura precisa acompanhar o projeto político. As comunidades de
risco, por exemplo, poderiam ser resgatadas mediante sua inclusão cultural.
Os habitantes de favelas podem ter acesso a centros culturais e a
bibliotecas. Além disso, é preciso considerar a produção cultural das
favelas. Há cultura em seus modos de vestir e falar. Levar e trazer coisas
das favelas pode ser importante para afastar crianças e jovens do crime
organizado. Como sabiamente reconhece o Relatório da UNESCO sobre
Cultura e Desenvolvimento, não existem culturas superiores, mas
diferentes. Nessa diferença reside a riqueza de uma nova política cultural
construtora de uma cultura de paz.
143
Com essa sinalização dada pelo Ministro Gilberto Gil, a
democratização da cultura no Brasil tende a se ampliar de forma
considerável. Nesse sentido, o projeto da Secretária Claudia Costin, de
São Paulo, de combater violências por intermédio de atividades culturais
é alentador e tem respaldos em estudos e experiências realizados pela
UNESCO. As experiências de abrir escolas nos fins de semana em áreas
de maior incidência de crimes e violências, por exemplo, conduzidas no
Rio de Janeiro e em Pernambuco, mostram uma redução altamente
significativa de vários tipos de violência entre os jovens.
144
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
O Programa Monumenta1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário de Intercâmbio do Programa Monumenta , Brasília,
22 abr. 2003.
145
Os componentes que se referem ao fortalecimento institucional,
ao apoio à recomposição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
nacional – IPHAN e à Educação Patrimonial são os que farão com que os
efeitos do Monumenta se prolonguem ao longo do tempo, tornando-o, de
fato, uma ação de Estado em favor da preservação do patrimônio cultural
brasileiro.
146
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Por isso mesmo, não tem medido esforços para, em escala mundial,
estabelecer metas de comum acordo com outras nações, objetivando garantir
a todos o direito à educação, à cultura e aos conhecimentos científicos e
tecnológicos considerados essenciais para a universalização da cidadania.
1
Pronunciamento por ocasião da 10ª. Jornada Nacional de Literatura “Vozes da Inclusão”,
Passo Fundo, RS, 26 ago. 2003.
147
significa que os esforços não devem apenas continuar, mas serem
redobrados. Existem fundadas razões para se prever que o Terceiro Milênio
que se inicia passará para a história como o Século da Cidadania. Vozes
do mundo inteiro começam a ser ouvidas devido aos avanços das ciências
e tecnologias da informação e da comunicação.
148
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da exposição fotográfica e lançamento do livro “Patrimônio
Mundial no Brasil” 2.ed. Brasília, 16 dez. 2002.
149
A versão em inglês e francês da Exposição já está sendo exibida na sede da
UNESCO em Paris e, em 2003, deve circular pela Europa e Estados Unidos.
150
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
A UNESCO e a ABEP1
1
Pronunciamento por ocasião do XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais
“Âncoras de um novo conhecimento: O compromisso com a qualidade de vida da população”,
Ouro Preto, 4 nov. 2002.
151
Faria, falecido em novembro de 2001, cuja amizade tive o privilégio de
desfrutar por vários anos. A singular personalidade de Vilmar Faria aliava
qualidades diplomáticas de fazer política com elevada cidadania; o gosto
do melhor das tradições mineiras ao compromisso social consciente e a
um sólido nome na Sociologia – e, também, na Demografia, como bem
ressalta a Doutora Elza Berquó, no Novos Estudos Cebrap.
152
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
2
Participam do Encontro da ABEP como expositores convidados – Julio Jacobo Waisenfisz
(Coordenador do Escritório da UNESCO em Pernambuco) e Miriam Abramovay (Professora
da Universidade Católica de Brasília, que vem participando como consultora de várias pesquisas
da UNESCO) - que, juntamente com Martin Hopenhayn (CEPAL/CELADE, convidado pela
UNESCO), comporão a Mesa-Redonda sobre Juventudes e Políticas Públicas na América
Latina; Fabiano de Sousa Lima (Pesquisador da UNESCO) - apresentando trabalho selecionado
pela ABEP; Mary Garcia Castro (Pesquisadora Sênior da UNESCO e, também, Vice-Presidente
da ABEP) como comentarista no Pré-Encontro sobre Mulheres Chefes de Família; Organizadora
da Plenária sobre “Violência, o Estado e a Qualidade de Vida da População Brasileira”;
comentarista de uma Sessão Temática sobre Juventude e em outra sobre Migrações
Internacionais.
153
Vem a Organização, por exemplo, insistindo na necessidade de
repensar os paradigmas educacionais e a instituição escola, abandonando
a convencional preocupação com níveis de matrícula e currículos formais.
A qualidade da educação para a vida e a satisfação de necessidades, sociais
e existenciais, são dimensões que precisam ser consideradas. Tal orientação
passa pela construção de uma cultura de paz, não somente como paradigma
civilizatório e antítese a violências, mas como estratégia para outras formas
de ser e estar perante a vida.
O mote para uma cultura de paz pede abrir espaços de várias ordens,
inclusive repensar o espaço da produção do conhecimento, da geração de
dados, do questionamento de tipos de informações que se vêm produzindo
– para quem, para que e para qual Estado – nos leva a refletir e parabenizar
a ABEP por ter selecionado, como tema nuclear deste Encontro, a temática
“Violências, o Estado e a Qualidade de Vida da População Brasileira”.
154
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
3
Ver sobre esta idéia em relação a Ouro Preto, MACHADO, J. Ouro Preto: a alma e os ornatos,
Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, n. 147, p. 107-121, out./dez. 2001.
155
A Relevância da Memória Histórica1
1
Pronunciamento por ocasião do Simpósio “Caminhos do Pensamento: Horizontes da Memória”,
Rio de Janeiro, 3 set. 2002.
156
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
157
Goiás na Roda de Novos Tempos1
1
Pronunciamento por ocasião do recebimento do Título Honorífico de Cidadão Goiano,
Goiânia, 16 ago. 2002.
158
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
159
materiais locais”. Mais ainda, “Goiás é o último exemplo de ocupação do
interior do Brasil conforme foi praticado nos séculos XVIII e XIX.”
160
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Primeira Candidatura Brasileira à Proclamação de Obras
Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, Brasília, 30 ago. 2002.
161
humano são necessárias para entender e proteger o meio ambiente e, ao
mesmo tempo, atender às necessidades desta e das próximas gerações. É
preciso entender como as diferentes culturas moldam e se relacionam com
o seu meio-ambiente.
162
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Lançamento do Concurso Grafite no Trânsito DENATRAN/
UNESCO, Brasília,17 abr. 2002.
163
No Brasil, a UNESCO vem empreendendo grandes esforços no
sentido de mobilizar e de conscientizar a sociedade com vistas à criação
de um ambiente favorável à instauração de políticas de valorização da
vida e de uma Cultura de Paz.
Há pessoas que têm fascínio pelo grafite por ser uma “galeria ao ar
livre”, uma “arte grátis”. Outras, ainda o confundem com pichação. Mas,
na realidade, é um movimento organizado nas artes plásticas. Embora
reprimido até hoje, o número de adeptos é crescente, passando de simples
assinaturas, para o grafite de figuras. Atualmente os artistas do grafite são
convidados a exporem seus trabalhos em museus de arte moderna de todo
o mundo. Mas, ainda existem preconceitos...
164
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
165
Educação, Diversidade Criadora e Cultura de Paz1
1
Pronunciamento por ocasião da VIII Conferência Nacional de Direitos Humanos, “O Brasil e
o Sistema Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos”, Brasília, 10 jun. 2002.
166
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
167
Pérez de Cuéllar, composta por 12 personalidades eminentes oriundas
dos vários continentes e mais 7 membros honorários, entre eles Claude
Lévi-Strauss, Ilya Prigogine e Derek Walcott. O Brasil foi convidado a
participar por intermédio do economista e pensador social Celso Furtado.
A Comissão concluiu seu trabalho em setembro de 1995, produzindo um
denso relatório de reflexões, publicado no Brasil, em 1997, sob o título
de “Nossa Diversidade Criadora”.
168
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
169
advento de uma nova ética universal. Para tanto, torna-se essencial e
imperativo “identificar um núcleo de valores e princípios éticos comuns” a
todas as culturas para serem aceitos e colocados como “pontos de referência
partilhados de forma a estabelecer um guia mínimo de moral a ser considerada
pela comunidade mundial” em seus esforços para resolver o problema.
170
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
171
política multicultural de educação. A educação tem por missão, afirma o
relatório, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da
espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomarem conhecimento
da semelhança e da interdependência entre todos os seres humanos do
planeta. Ensinando, por exemplo, os jovens a adotar a perspectiva de
outros grupos étnicos ou religiosos, pode-se evitar incompreensões
geradoras de ódios e de violências entre os adultos .
A proposta de uma nova educação para o século XXI requer uma escola
que se defina como agência de cidadania para formar mentes lúcidas e sem
preconceitos. As sociedades do século XXI demandam cidadãos capazes de
operar a solidariedade em todas as situações de vida. Na formação das crianças
e dos jovens de hoje estará a esperança no futuro da sociedade.
172
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
173
No campo do desenvolvimento econômico, por exemplo, é preciso
dar um novo sentido à globalização, agregando-lhe mecanismos de
governabilidade de modo a evitar que os excessos da competitividade
convertam-se em fatores de ampliação da pobreza. Há de se revisar a política
de adotar, acriticamente, modelos de desenvolvimento que não levem em
conta a dimensão cultural do progresso. É necessário respeitar cada vez
mais os direitos culturais. Um enfoque puramente instrumental é perigoso.
A teia complexa de relações, crenças, valores e motivações existentes no
centro de toda cultura, não pode ser subestimado por concepções
burocráticas, homogêneas e lineares. O processo de desenvolvimento é
dialético e pressupõe uma lúcida visão de conjunto em permanente interação.
Concepções parciais podem ser deformadoras. Temos hoje, a necessidade
de sínteses que só podem ser conseguidas por uma metodologia que
transcenda o universo estreito da divisão compartimentada que pode
conduzir a equívocos e distorções da realidade.
174
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
promova uma educação para aprender a viver juntos, para analisar, pensar
sua unicidade e tornar-se capaz de enriquecer-se na diversidade . Essa é a
face humana da globalização que precisa ser trabalhada pelas escolas como
parte do esforço em prol de uma nova ética.
Para isso, impõe-se uma nova postura das pessoas no sentido de não
se fecharem sobre si mesmas e se prepararem para o diálogo das
diversidades. Esse tipo de diálogo, eleva-se à condição de peça-chave
para a construção de uma democracia da diversidade. Esta, supõe um
profundo respeito às raízes de cada comunidade cultural e às suas maneiras
de pensar e produzir cultura.
175
educação confronta-se com a riqueza das expressões culturais dos vários
grupos que compõem a sociedade .
“A educação deve, no futuro, ser encarada no quadro de uma nova problemática em que
não pareça apenas como um meio de desenvolvimento, entre outros, mas como um dos elementos
constitutivos e uma das finalidades essenciais desse desenvolvimento”.
“Um dos principais papéis reservados à educação consiste, antes de mais nada, em dotar
a humanidade da capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento. Ela deve, de fato,
fazer com que cada um tome o seu destino nas mãos e contribua para o progresso da sociedade
em que vive, baseando o desenvolvimento na participação responsável dos indivíduos e das
comunidades.”
176
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Encontro Internacional sobre Educação e Cultura do
SESC, São Paulo, 20 ago. 2001.
2
CUÉLLAR, J. P. de (Org.). Nossa diversidade criadora: relatório da Comissão Mundial de
Cultura e Desenvolvimento. São Paulo: Papirus, UNESCO, Ministério da Cultura, 1997.
177
É importante sublinhar que não trata somente de chamar a atenção
para a importância econômica do setor cultural em termos de Produto
Nacional Bruto – PNB. Se insistirmos, exageradamente, nessa linha de
argumentação, os objetivos culturais correm o risco de serem suplantados
por objetivos puramente mercantis 3. As práticas culturais possuem um
significado mais profundo e se vinculam à identidade de uma comunidade
ou de um povo.
3
Idem, p. 310
4
SARUP, M. Marxismo e educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
178
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
5
MORIN, E. Por uma reforma do pensamento. In: PENA-VEGA, A.; NASCIMENTO, E.P. O pensar
complexo. Rio de Janeiro: Garamond, 1999. p. 25.
6
Idem, p.33.
179
Ciência e Meio Ambiente:
Política e ensino
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Água da Amazônia1
1
Apresentação feita em conjunto com Alex Bolonha Fiúza de Mello, reitor da UFPA, do livro:
ARAGÓN, L. E.; GLÜSENER-GODT, M. (Orgs.). Problemática do uso local e global da água da
Amazônia . Belém: UFPA, NAEA, UNESCO Brasil, 2003.
183
A crise, na realidade, refere-se principalmente ao acesso à água
doce potável. Conforme o Relatório Mundial sobre Desenvolvimento de Recursos
Hídricos, lançado recentemente pela UNESCO:
“O fato de facilitar ao pobres um melhor acesso a uma água mais bem gerenciada
pode contribuir para a erradicação da pobreza”.
184
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Artigo preparado para o jornal Correio Braziliense.
185
em todos os grandes fóruns mundiais convocados para discutir o
desenvolvimento. Os países que perceberam a tempo essa tendência, e
isso já era possível nas décadas de 1970 e 1980, empreenderam reformas
em áreas estratégicas como a da educação e aumentaram seus investimentos
em ciência e tecnologia e, devido a isso, conseguiram entrar na divisão
especial da competitividade; outros, como Brasil, Argentina, México,
procuram recuperar o tempo perdido; e há os que podem estar condenados,
a menos que uma nova lucidez tenha acento na cúpula dos incluídos.
186
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
187
Ensino de Ciências: Novas Diretrizes1
1
Apresentação feita ao livro: SOUSSAN, G.; FREITAS, G. Como ensinar as ciências experimentais?
Didática e formação. Brasília: UNESCO Brasil, OREALC, 2003.
188
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Por sua vez, a Conferência Mundial sobre a Ciência para o Século XXI, em
Budapeste, 1999, na sua “Agenda para a Ciência”, recomendou que os governos
devam entrar em acordo quanto às mais altas prioridades para melhorar a
educação científica em todos os níveis, com especial atenção à eliminação
de efeitos de preconceitos quanto ao gênero e aos grupos em desvantagem.
Para isso, currículos, metodologias e recursos devem ser desenvolvidos
pelos sistemas educacionais, levando em conta essas diversidades.
Acrescentou, ainda, que os professores de ciências e pessoas envolvidas
na educação científica devam ter acesso à contínua atualização dos seus
conhecimentos.
189
novas alternativas, criem sobre elas e levem seus alunos à descoberta
motivada do ambiente em que vivemos. Tudo isso norteado pela formação
de valores, tão caros à continuação da vida, como parte da formação de
uma cidadania planetária, em que cada um deve sentir responsabilidade
pelo ambiente e pelo desenvolvimento sustentável. Portanto, as ciências
não são um compartimento dos currículos, mas uma forma de
conscientização e promoção da vida.
190
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Apresentação feita ao livro: SASSON, A.; MACEDO, B.; KATZKOWICZ, R. Cultura científica:
um direito de todos, Brasília: UNESCO Brasil, OREALC, 2003.
191
de poucos para se tornar escolaridade obrigatória ou progressivamente
obrigatória. Isso traz o novo à baila das discussões educacionais e,
também, desafios sobre o que fazer e como fazer. É então que se colocam
as necessidades básicas da aprendizagem. Jomtien preocupou-se
eminentemente com a qualidade: não adianta conceber a educação como
uma caixa vazia (que, aliás, faz mais barulho que a cheia) ou como um
certificado desprovido de competências. Matricular é importante, porém
mais relevante ainda é o que acontece ao aluno na caixa preta da escola e
da sala de aula. Parte dessas necessidades básicas de aprendizagem se refere
ao conhecimento do mundo natural, do mundo físico, que é a casa do
homem, aliás, seu inquilino (por sinal, nada bem comportado). Sabemos
como continuam a existir crenças mágicas, ilusões e áreas de total
desconhecimento não só nas populações de baixa como de alta renda,
como nos países em desenvolvimento e desenvolvidos. As ciências
contribuem, portanto, para que o homem substitua o conhecimento comum
pelo científico e possa ser melhor inquilino do Planeta.
192
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Artigo publicado nos jornais: “ Diário da Região - S. J. do Rio Preto”, SP, em, 19/07/2003;
“A Tarde”, BA, em 16/04/2003; “Diário de Cuiabá”, MT, em 12/04/2003; “Jornal do Commercio”,
RJ, 03/04/2003.
193
Segundo o Relatório Mundial, cerca de 2 milhões de toneladas de
dejetos são jogados diariamente em águas receptoras, incluindo resíduos
industriais e químicos, dejetos humanos e agrícolas (fertilizantes e
agrotóxicos). Ainda de acordo com o estudo, estima-se que a produção
global de águas residuais chegue a aproximadamente 1,5 mil km3.
194
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
195
Educação Científica e Desenvolvimento1
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do Prêmio “Experiências Inovadoras para o
Aperfeiçoamento do Aprendizado das Ciências da Natureza e Matemática”, Brasília, 5 ago. 2003.
196
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Nunca será demais observar que uma política para o setor precisa
estar atenta a vários fatores que condicionam o seu êxito, particularmente
197
no que se refere à formação inicial e a carreira do magistério que precisam
ser revistas e redirecionadas para um horizonte que estimule a escolha
pela profissão docente. O Brasil dispõe hoje de excelentes cientistas que
se dedicam ao ensino das ciências e que começam a serem convocados
para enfrentar esse desafio.
198
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da entrega do título de Patrimônio Mundial ao Sítio Natural do
Arquipélago de Fernando de Noronha, Recife, 27 dez. 2002.
199
da Ilha e seu reconhecimento a todos aqueles que vêm crescentemente
trabalhando pela sua preservação – pesquisadores, Organizações Não-
Governamentais, cidadãos de Fernando de Noronha, instituições
governamentais e em, especial, ao Governo do Estado de Pernambuco.
200
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Apresentação do livro: BURSZTYN, M. et al. Ciência, ética e sustentabilidade: desafios ao novo
século. Brasília: UNESCO Brasil, Cortez, CDS-UnB, 2001.
201
Trata-se de estudos que contribuem, sob diversos ângulos, para o
aprofundamento do debate, no qual a UNESCO se empenha por força de
seu mandato.
202
Desenvolvimento Social e Direitos Humanos:
Paz e respeito como caminhos
para o desenvolvimento
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Estou seguro de que o Brasil está iniciando uma nova fase de sua vida
como nação. Essa nova fase pode ser caracterizada pela oportunidade de
poder expressar seus diversos Brasis, de um País composto por pessoas que
hoje têm voz e vez, que cresce a cada dia e se orgulha de ser a nação que é.
1
Pronunciamento por ocasião da Cerimônia de entrega do “Prêmio UNESCO 2003”, Brasília,
19 nov. 2003
205
comprometido com o passado, com o presente e com o futuro. Essa
confluência deságua na diversidade criadora do povo brasileiro,
produzindo uma criatividade que valorizada em todo o mundo. Essa
diversidade só é possível em um clima de tolerância e cultura de paz,
valores sempre presentes nas ações da UNESCO.
206
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
207
Juventude e Direitos Humanos1
1
Pronunciamento por ocasião do Encerramento do Curso “Juventude e Direitos Humanos”,
Brasília, 06 nov. 2003
208
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
209
novos padrões de relacionamento, superando a visão negativa sobre a
juventude, que costuma predominar em nossa sociedade. Pois na medida
em que se ultrapassa os estereótipos e as visões cristalizadas, reconhecendo
as diferenças e especificidades dos atores sociais, abre-se a via para a
criação de uma cultura de paz, em que a tolerância e o diálogo dão o
tom. É assim que se abre a via para que os diferentes aprendam a viver
juntos, inviabilizando a cultura de violência.
210
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Arena de Responsabilidade Social do 17º. Congresso Mundial
de Petróleo, “Educação e Transformação”, Rio de Janeiro, 3 set. 2003.
211
Na medida em que isso ocorrer de forma generalizada, uma rede de
proteção contra o atraso e a ignorância começa a ser formada e se converte
em fator de progresso e desenvolvimento.
2
COMISIÓN EUROPEA. Enseñar y aprender: hacia la sociedad de conocimiento. Luxemburgo:
Comisión Europea, 1995. p. 6.
212
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
3
TEDESCO, J. C. O novo pacto educativo. São Paulo: Ática, 1998. p. 17.
213
formarmos pessoas autônomas e críticas, em condições de formular seus
próprios juízos de valor. O Aprender a Fazer é indispensável para
credenciarmos todos ao trabalho produtivo, inclusive no que se refere à
formação de uma mentalidade empreendedora. Por último, o Aprender a
Viver Juntos, responde à necessidade do diálogo no panorama mundial da
diversidade de culturas.
Sem um novo professor e uma nova escola não será possível dar
respostas plenas às exigências do nosso tempo. A presença na sociedade
de pessoas bem formadas, tanto em termos éticos quanto cognitivos,
constitui condição indispensável para o desenvolvimento sustentado e
para a consolidação do processo democrático. Daí a importância de uma
educação de qualidade para todos. Qualidade e ética são termos
indissociáveis.
214
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
215
São portadores de atitudes de cooperação, valores, tradições, visões da
realidade que formam sua própria identidade. Se isso for ignorado,
importantes capacidades aplicáveis ao desenvolvimento serão inutilizadas4.
A escola pode dar uma contribuição importante para o fortalecimento e
a expansão do capital social e cultural. Sobretudo uma escola que ofereça
uma educação de qualidade.
4
KLIKSBERG, B. Falácias e mitos do desenvolvimento social. Brasília: UNESCO, Editora Cortez,
2002. p.115.
216
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
217
Precisamos Desarmar a Violência1
1
Artigo publicado no jornal “Mogi News - Mogi das Cruzes”, SP, em 30/08/2003.
218
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
219
Caminhos da Esperança1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário do Instituto Ayrton Senna e Microsoft sobre
Educação e Tecnologia para o Desenvolvimento Humano “Os Quatro Pilares da Educação: seu
papel no desenvolvimento humano”, São Paulo, 13 jun. 2003.
220
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
221
Até poucos anos atrás, o símbolo da associação de industriais de
importante país latino-americano era uma chaminé expelindo fumaça,
símbolo de orgulho da modernidade.
Esse pequeno e doce paraíso, entretanto, não resistiu por muito tempo
à árvore do discernimento entre o bem e o mal. Uma sucessão de hecatombes,
de divisões, de incapacidades de conviver e de ser, tornou difícil acreditar
em um mundo que funcionasse com a racionalidade de um relógio, dando
lugar, na filosofia, a conceitos como os de náusea e de absurdo.
222
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
223
• Um mundo só não basta: se cada habitante do planeta se
comportasse como o habitante médio de um país de alta renda,
precisaríamos de 2,6 planetas para satisfazer às necessidades de
todos (Effeto uomo..., 2002).
224
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Foi assim que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento propôs,
a partir do seu primeiro Relatório sobre o Desenvolvimento Humano, em 1990, que
o bem-estar do homem fosse considerado como a finalidade do
desenvolvimento.
225
O homem educado e capacitado, como parte da força de trabalho,
contribuía para explicar em grande medida aquele crescimento.
226
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Mais uma vez, esses fatos e processos têm raízes em situações sociais
injustas, nos contrastes dos regimes de participação e níveis de vida e na
crise de valores que se expressa no domínio do cinismo e do vale-tudo.
227
Quanto vale, então, a ética?
228
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
229
Isso ocorre nas diversas experiências sociais e de trabalho que se
apresentam ao longo de toda a vida.
Este pilar significa que a educação tem como papel essencial “conferir
a todos os seres humanos a liberdade de pensamento, discernimento,
sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver os seus
talentos e permanecerem, tanto quanto possível, donos do seu próprio
destino” (Delors et al., 1996).
230
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
231
O custo médio total mensal desse programa foi estimado em R$
1,00 por participante em Pernambuco e em R$ 2,00 no Rio de Janeiro.
Esses valores podem ser considerados muito baixos, segundo os padrões
internacionais, para programas preventivos e, ainda, enormemente mais
baixos que os gastos originados por atividades repressivas ou punitivas,
como os custos de internação de adolescentes infratores ou prisionais de
jovens criminosos (Waiselfisz e Maciel, 2003).
4. CAMINHOS DE ESPERANÇA
E, com isso, resolver uma contradição cada vez mais aguda: a que
existe entre os separatismos e um mundo que se torna cada vez menor.
232
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
233
RUST, V. D. Postmodernism and its comparative education implications.
Comparative Education Review, Chicago, v. 35, n. 4, p. 610-626, nov. 1991.
234
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Artigo publicado no jornal “A Tarde”, BA, em 11/06/2003.
235
A expectativa é que tais Programas estaduais, apoiados pela UNESCO,
funcionem como um importante aporte na elaboração de políticas públicas
voltadas para a juventude.
236
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
237
Escola da Família1
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do Projeto Escola da Família “Abrindo espaços
para uma nova educação”, São Paulo, 26 mai. 2003.
238
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
239
de violências que são veiculados pela televisão e outros meios de
comunicação.
Assim sendo, o Projeto Escola da Família, tendo seu foco nos jovens e
utilizando como metodologia, entre outras, a abertura de escolas nos
finais de semana, tornando-a uma agência de cultura que se converta em
ponto de encontro entre a comunidade escolar, a família, a juventude e
diversos outros segmentos, visando, ainda, a participação ativa em inúmeras
atividades culturais e esportivas, poderá imprimir ao processo educativo
uma nova perspectiva, certamente mais consentânea com a natureza das
mudanças em curso.
240
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Por último, quero dizer que estou certo de que, ao final deste
processo, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, em
cooperação com a UNESCO, terão desenvolvido uma experiência
inovadora capaz de servir de referência na construção de uma pedagogia
para a juventude, em tempos de incertezas, como os atuais.
241
A Escola Kabum: Novos Espaços para os Jovens1
Por um lado, mostram uma triste realidade enfrentada pela maioria dos
jovens brasileiros: falta de oportunidades, exclusão e vulnerabilidade –
1
Pronunciamento por ocasião da Inauguração da Escola de Arte e Tecnologia Kabum, Rio de
Janeiro, 30 mai. 2003.
242
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
características constantes para muitos deles. Por outro lado, apesar das
constatações preocupantes, os estudos nos mostraram que é possível encontrar
soluções impactantes e de baixo custo para os problemas dos jovens.
Pudemos perceber, por exemplo, que uma das principais causas para a
violência entre jovens é a falta de espaços onde eles possam exercer sua
criatividade. Espaços culturais, educacionais e esportivos que permitam aos
jovens o exercício máximo de sua potencialidade. Uma estratégia efetiva,
nesse sentido, é justamente a criação de novos espaços para os jovens.
243
ações que, no médio e longo prazos, colaborem para a reversão do quadro
social de exclusão que presenciamos hoje, em especial no que toca seu
componente de violência – mal que afeta de forma ainda mais drástica os
jovens, em especial aqueles em situação de exclusão. Buscamos, assim,
promover um desenvolvimento social e sustentável, cristalizando uma
cultura de paz.
244
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do III Colóquio Internacional de Direitos Humanos, São Paulo,
26 mai. 2003.
245
de raça e religião são as responsáveis pelos conflitos e pelas guerras. O
encontro de diferentes civilizações não precisa gerar choques e conflitos,
como esperava Huntington, mas pode representar uma oportunidade
singular para plantarmos as sementes da paz e da tolerância.
246
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Inaugural do Grupo Temático Fundamentos
Estratégicos para o Desenvolvimento. “A UNESCO e o compromisso com o desenvolvimento”,
São Paulo, 28 mai. 2003.
247
Para alcançarmos um padrão comparável ao da Grécia – país
relativamente bem situado nesse quesito, onde reformas estruturais puderam
ser realizadas com sucesso – estima-se que o Brasil precisaria crescer 5% ao
ano durante 20 anos, além de implantar, com urgência, políticas redistributivas
e autopromotoras. Temos, portanto, uma grande tarefa pela frente.
248
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
249
devem ser feitas nessa perspectiva, destacam-se: Quais são as
conseqüências éticas das políticas em curso? É eticamente lícito
o sacrifício de gerações? Por que os mais frágeis, como as crianças
e os velhos, são mais afetados? Por que as famílias estão sendo
destruídas? As prioridades não deveriam ser reexaminadas? Não
há políticas que precisariam ser descartadas por seu efeito letal
em termos sociais?
Se quisermos que a África, algum dia, viva seu milagre econômico próprio, será
preciso que os países africanos, longe de serem excluídos dos processos de
globalização, sejam mais e mais incluídos neles.
250
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
251
bem como para a criação de uma Agenda para a Educação no Século XXI, baseada
no Fórum Mundial de Educação, realizado em Dacar, no Senegal.
252
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
253
O que precisamos é de uma política social com letra maiúscula,
como diz Kliksberg, onde possamos dar prioridade efetiva às metas sociais
no desenho das políticas públicas, procurar articular de forma estreita as
políticas econômicas e as sociais, montando uma institucionalidade
moderna e eficiente, assegurando recursos apropriados, formando recursos
humanos qualificados na área, fortalecendo as capacidades de gerência e
hierarquizando esta área da atividade pública.
254
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Um Livro de Vanguarda1
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do livro de Bernardo Kliksberg “Falácias e Mitos
do Desenvolvimento Social”, Rio de Janeiro, 26 mar. 2003.
255
promovido análises importantes a propósito dos dilemas e dos impasses
do continente.
256
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Políticas e Ações no Combate à Violação dos
Direitos da Criança e do Adolescente,“Política de cooperação internacional para o enfrentamento
da violação dos Direitos da Criança e do Adolescente”, Brasília , 5 fev. 2003.
257
Como todos sabem, a UNESCO promove os direitos humanos
desde o momento da formulação e implementação, pelas Nações Unidas,
da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, e sempre estimulou e
buscou a mobilização de governos e sociedade nas ações desta área. Isso
expressa nosso entendimento de que direitos humanos são para todos e é
uma responsabilidade coletiva e de cada um.
258
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
259
preocupação permanente com os fatores que atrasam ou impedem o
aprendizado das crianças e adolescentes.
260
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
261
Educação e Racismo no Brasil1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “Educação e Racismo no Brasil: Avaliação e Desafios
no Pós-Durban”, Brasília, 11 dez. 2002.
262
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
facilitar o diálogo entre jovens tanto a nível nacional e internacional sobre racismo,
discriminação racial, xenofobia e intolerâncias correlatas (art. 216)”.
Assim sendo, este Seminário deve ser visto como uma das iniciativas
do compromisso da UNESCO no Brasil em dar continuidade à
mobilização e colaborar com a agenda acordada quando da Conferência
Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata,
realizada em Agosto, na África do Sul. Na ocasião, buscou-se resgatar,
em particular, o lugar da educação, da cultura, da promoção do
reconhecimento da diversidade, da cruzada contra a pobreza e as
desigualdades sociais e a importância estratégica da juventude no combate
ao racismo.
Mas para tal resgate, há que colaborar para que o capital cultural,
práticas e formas de conhecimentos diversas sejam reconhecidos e
transmitidos.
263
raciais que se reproduzem hoje, não por inércia histórica movida por
uma herança colonial e escravista, por mais que esta nos pese, mas por
dinâmica inscrita nas relações sociais, culturais e políticas de várias ordens.
2
SANÉ, P. Reivindicações articuladas e (contestadas) de reparação dos crimes da história a
propósito da escravidão e do colonialismo por ocasião da Conferência de Durban. In:
SEMINÁRIO CIENTÍFICO REPARAÇÕES E CRIMES DA HISTÓRIA: o Direito em Todas suas
Formas. Genebra, 22-23 mar. 2002. Anais. Genebra: Nações Unidas, 2002.
264
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Tal dívida para com os outros, para consigo e para com a nação em
desenvolvimento, requer criatividade, por mais importante que sejam as
fórmulas internacionais, os programas contra o racismo e a discriminação
que vêm sendo acionados em outros contextos. O conhecimento de
experiências internacionais, como o que nos traz nosso convidado,
Professor Thomas Boston, do Instituto de Tecnologia dos Estados Unidos,
é importante, inclusive para refletirmos sobre nossos próprios desafios.
265
É quando os apelos à cultura e à educação inclusiva são mais do que
elementos necessários de postura de direitos humanos e justiça social,
mas inerentes ao desafio à criatividade.
266
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Por outro lado, adiantamos que vários passos já vêm sendo dados
pela UNESCO no Brasil, além dos que se expressam durante este
Seminário, no sentido de cumprir uma agenda de atividades a médio
prazo.
267
Este Seminário, portanto, mais que um evento é, insisto, peça de
um processo de mobilização e de relacionamento com os presentes,
pesquisadores, ativistas, formadores de opinião e indutores de políticas
públicas.
268
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Artigo publicado no “Jornal do Brasil”, SP, em 05/11/2002.
269
desfrutando hoje de uma posição singular e de um status moral. É o que a
torna caixa de ressonância dos impasses sociais que se aguçam em nível
mundial e, ao mesmo tempo, porta-voz das aspirações que crescem e se
avolumam em ritmo sem precedentes. Para dar continuidade a essa
expectativa, a UNESCO repensou suas estratégias e definiu, em
consonância com o seu passado e com sua visão de futuro, novas linhas de
prioridades e de ações.
270
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
271
Violências nas Escolas e Cultura de Paz1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário Internacional Violência Nas Escolas: Educação
e Cultura Para a Paz, Brasília, 27 nov. 2002
272
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
273
no avanço do tratamento da questão. Feito o diagnóstico e a análise do
problema, o momento agora é de discutir soluções e colocá-las em prática.
274
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da VIII Conferência Nacional de Direitos Humanos, “O Brasil e
o Sistema Nacional de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos”, Brasília, 10 jun. 2002.
275
indicando a importância dos direitos humanos ao expressar que “o respeito
aos direitos humanos é uma condição indispensável para a paz, a segurança,
a estabilidade e a democracia no mundo, e é o objetivo último do
desenvolvimento econômico, político, social e cultural”.
276
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
277
Juventude: um dos Grandes Desafios
para as Políticas Públicas1
1
Pronunciamento por ocasião da “Assembléia Anual de Governadores do Banco Interamericano
de Desenvolvimento e Seminário Liderança Juvenil no Século XXI. Painel:A Juventude e a Formação:
Aprendizagem Continuada na Economia do Conhecimento”, Fortaleza, 07 mar. 2002.
278
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
2
Estas cifras incluem serviços médicos, aparelhos de segurança e de justiça.
279
mais amplo, onde a luta contra as desigualdades econômicas, sociais e de
conhecimento, é o principal vetor do trabalho de governos, sociedades
e setores privados.
280
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
281
A segunda é atrair instituições nacionais para os projetos
governamentais. Essas agências estão em posições singulares para promover
a aproximação de organizações e institutos que trabalham em áreas
tangenciais, mas que, tradicionalmente não coordenam seus esforços. A
terceira é oferecer transparência e flexibilidade administrativa para que
os projetos possam avançar rapidamente, mediante respostas concretas a
problemas específicos.
282
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Encontro Juventude, Violência e Cooperação Internacional
para o Desenvolvimento na América Latina: a Contemporaneidade do Tema,, México, DF, 15
mar. 2002.
283
Minha exposição consistirá em um breve panorama deste assunto.
Também tentarei apontar possíveis soluções que os países podem encontrar,
mediante a utilização extensiva da cooperação internacional principalmente
junto a agências do Sistema das Nações Unidas, fundações privadas,
instituições financeiras internacionais e Organismos Não-Governamentais.
AS PERGUNTAS CENTRAIS
OS DESAFIOS
284
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
AS SOLUÇÕES:
285
1. A PROGRAMA BOLSA ESCOLA. Uma forma eficaz de garantir
a permanência de crianças e jovens de comunidades excluídas na
escola é garantir que exista um sistema de renda vinculado ao
desempenho escolar de cada aluno. As famílias recebem um
pequeno “salário” em troca de que seus filhos cumpram as
obrigações escolares. O efeito que esse programa teve no Brasil,
no México e na Argentina é bastante impressionante: não só o
número de jovens matriculados nas escolas cresceu
exponencialmente, como as famílias adquiriram uma capacidade
de autonomia que até esse momento não haviam tido.
286
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
287
estamos produzindo conhecimentos importantes porque ilustram a
dramaticidade do problema e ajudam a definir políticas que sejam
consistentes com as necessidades nacionais. Ao mesmo tempo, este tipo
de pesquisa serve como guia para que os governos possam investir recursos
financeiros, domésticos e internacionais, para reverter a situação dos jovens
em situação de vulnerabilidade.
288
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do I o Fórum de Cooperação da Juventude: Construindo uma
Agenda para a Formulação de Políticas Públicas, “Juventude e desenvolvimento”, Rio de Janeiro,
13 dez. 2001.
289
com o fim do embate ideológico no seio de cada sociedade, que tipo de
dinâmica política ocuparia a cena na Europa do Leste, na África, na Ásia
e na América Latina e Caribe?
Efetivamente, foi isso o que pôde ser visto nos mais diversos
contextos: a América Latina passou a contar eleições periódicas e
competitivas na imensa maioria de seu países; a Africa do Sul abandonou
o apartheid e incluiu a população negra ao sistema político; a Europa do
Leste passou a reconhecer as facções de oposição como interlocutores
válidos; inúmeros países asiáticos começaram a pensar a adoção do modelo
eleitoral democrático do Ocidente etc.
290
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
Citarei alguns:
291
Nesse contexto, as tendências que podem ser observadas são
bastante alarmantes: ser afrodescendente aumenta significativamente
a exposição do jovem brasileiro a algum tipo de agressão física ou
violência simbólica; quase a metade dos desempregados têm até
24 anos e as taxas de desemprego entre os jovens em certas regiões
do País chegam a bater a taxa dos 20%, uma realidade até pouco
tempo desconhecida no Brasil; nas favelas desta cidade, 62% dos
jovens não completaram o ensino fundamental; o trânsito mata
jovens num ritmo semelhante ao de uma guerra civil; mais da metade
dos jovens brasileiros não leu nenhum livro em 2001 e nunca foi ao
cinema na vida; os serviços públicos são insuficientes e não estão
equipados para lidar com uma perspectiva de atendimento rápido
e eficaz ao público – quando se trata de atender ao jovem, essa
situação é ainda mais dramática.
292
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
293
a política nacional para doenças sexualmente transmissíveis e Aids que
associa recursos internacionais e Organizacões Não-Governamentais na
promoção da saúde sexual; o programa nacional de Educação para o
Trânsito, que utiliza os principais meios de comunicação e a escola para
criar uma cultura de respeito ao pedestre, dentre outros.
294
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
295
Comunicação, Informação
e Conhecimento:
Novas tecnologias no intercâmbio do saber
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Teleconferência em Comemoração ao Dia Nacional de
Educação a Distância, Brasília, 27 nov. 2003
299
A incorporação de métodos e práticas da educação a distância impõem-
se como estratégia efetiva no processo de realizar as metas de Dacar.
300
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
301
Reflexões sobre os Caminhos do Livro1
1
Apresentação do livro: PORTELLA, E. (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro . São Paulo:
Ed. Moderna, UNESCO, 2003.
302
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
303
ao livro. Na sua absoluta escassez ou inserido na teia competitiva das
novas formas de comunicação, cabe a ele, com plasticidade, responder às
múltiplas e cambiantes exigências que se lhe fazem. Há frutos da civilização
que têm a capacidade de combinar a continuidade histórica, atravessando
os tempos, com o dinamismo de se adaptar às novas exigências do futuro.
É o que se espera do livro, esse fruto tão estimado da nossa formação, que
nos faz capazes de apreender o passado e projetar o futuro.
304
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Fórum Internacional: América Latina e Caribe na Sociedade
da Informação, Rio de Janeiro, 26 set. 2002
305
abordagem da UNESCO decorre de sua missão de promover o livre
intercâmbio de idéias e conhecimento e de manter, incrementar e difundir
o conhecimento.
• Liberdade de expressão;
306
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
307
Aspectos Éticos da Sociedade da Informação:
a Marca da UNESCO no Debate Global1
1
Artigo publicado no portal “Observatório da Sociedade da Informação da UNESCO em
Língua Portuguesa”, em 03 set. 2003. Disponível em: <http://osi.unesco.org.br>.
308
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
como parte de seu mandato garantir que essas preocupações não sejam
excluídas do debate.
309
inclusive por meio de legislação adequada para proteger os direitos do
cidadão na era digital. A perda do sentimento de controle sobre a própria
vida e a perda da identidade são temas que continuam preocupantes e
que estão ainda por merecer estratégias eficientes de intervenção.
310
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
311
propriedade intelectual, inclusive na Internet. Uma outra questão é
elevar o volume de informação de qualidade e de domínio público
disponível na Internet no(s) idioma(s) de expressão da população de
cada sociedade. Isso envolverá convencer o governo e centros
produtores de conhecimento financiados por recursos públicos a tornar
disponíveis ao público as informações produzidas.
Esses são alguns dos desafios que nem sempre são levados em
consideração na euforia que acompanha o desenvolvimento da Sociedade
da Informação. É para acompanhar esse desenvolvimento e estimular a
reflexão crítica sobre eles que a UNESCO mantém um portal, o
“UNESCO Observatory of the Information Society”, por meio do qual
dissemina informação nos idiomas inglês e francês. Em conformidade
com seu compromisso de promover a diversidade cultural e lingüística
na Internet, a UNESCO fomenta a elaboração de versões do Observatory
em vários idiomas, estando já em operação versões em russo e para os
países asiáticos. À Representação da UNESCO no Brasil foi solicitada a
tarefa de elaborar, hospedar e manter a versão do Observatório para
países de língua portuguesa.
312
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
313
Sociedade da Informação, Exclusão Digital e
Desigualdade Social1
1
Apresentação do livro: SORJ, B. Brasil@povo.com . São Paulo: Ed. Jorge Zahar, UNESCO, 2003.
314
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
315
O apoio da UNESCO na publicação deste livro é ilustrativo do
modo pelo qual a Organização se insere no esforço coletivo que conduz
à Cúpula Mundial. A UNESCO contribui para os objetivos da Cúpula
com sua visão e competência específicas, de acordo com os três
compromissos estratégicos da Organização. O primeiro é o compromisso
com a formulação de normas e princípios universais, baseado em valores
compartilhados, que permitirão proteger e fortalecer o “bem comum”
no enfrentamento dos desafios emergentes, em escala global, em educação,
ciência, cultura e comunicação. Em segundo lugar, a UNESCO está
comprometida em promover o pluralismo, reconhecendo e estimulando
a diversidade e respeitando os direitos humanos. Finalmente, a UNESCO
traz para a Cúpula Mundial seu compromisso com o acesso eqüitativo, a
capacitação e o compartilhamento do conhecimento como formas de
promover o empoderamento e a participação na Sociedade da Informação.
316
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Teleconferência de Lançamento do Observatório da Sociedade
da Informação em Língua Portuguesa, Brasília, 5 set. 2003.
317
pública hoje incorpora esses comentários, pelo que agradecemos a todos
os que se envolveram nesse processo.
318
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
319
Novas Tecnologias e a Comunicação
Democratizando a Informação1
1
Pronunciamento por ocasião do III Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço
Público“Novas tecnologias e a Comunicação no Serviço Público: Democratizando a informação”,
São Paulo, 28-29 ago. 2003.
320
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
321
Ninguém em sã consciência vive hoje sem acessar, constantemente, os
mais conhecidos modos de comunicação a distância, por exemplo, como
o telefone, o telefone celular, o fax, a Internet... Só para ficar nos mais
usados. Em cada um desses modos de comunicação, existe um sem número
de tecnologias que nos conduzem a outra enorme gama de opções.
Segundo dados da União internacional de Telecomunicações, analisados
pela professora da Universidade de São Paulo (USP) Heloiza Matos, o
Brasil está em 5º lugar no mundo em número de telefones fixos instalados
e está entre os 10 primeiros com relação ao número de telefones celulares.
322
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
323
que cada pessoa pode expressar o seu pensamento livremente, mas também
que nenhuma outra pessoa ou instituição tem o poder de decidir o que o
outro pode ler, ouvir ou assistir. Há toda uma literatura em defesa da
liberdade de expressão e da liberdade de imprensa. A importância desses
temas é tal que os coloca no topo da lista de referência quanto aos direitos
do ser humano.
324
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”
325
longo do tempo; houve uma ampliação de sua abrangência, para incluir
atividades de natureza comercial, industrial e social”. Mais do que isso,
ela diz que:
“O serviço público varia não só no tempo como também no espaço, pois depende
da legislação de cada país a maior ou menor abrangência das atividades definidas
como serviços públicos”.
Antes com uma presença muito mais forte em todas as áreas da vida
das pessoas, o Estado hoje mantém sua presença em áreas fundamentais,
aquelas consideradas suas funções essenciais. A reengenharia pela qual o
Estado Brasileiro tem passado nos últimos anos chama a atenção quanto à
importância da comunicação com a sociedade e da prestação de serviços
públicos de qualidade. O Estado não só tem o dever e o compromisso de
fornecer serviços básicos como também de fazê-lo bem. O
desenvolvimento crescente dos movimentos de defesa do consumidor
reforça isso. É o uso das novas tecnologias que constitui ferramenta
fundamental em direção a essa eficiência na prestação dos serviços.
326
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
327
• fornecer algumas informações exigidas para a produção do
documento;
Esse processo não leva mais do que alguns minutos. Se for uma guia
de pagamento de imposto e você deixou passar a data do vencimento, não
tem o menor problema: o site fornecerá uma guia atualizada que o cidadão
pode pagar também via internet no minuto seguinte à obtenção da guia!
328
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
329
revolução tecnológica da comunicação do cidadão com o serviço público
que gera uma nova dinâmica nos relacionamentos.
330
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
331
A perversidade da situação mostra que dois estados da região
nordeste estão entre as menores taxas de acesso à Internet, ainda segundo
o estudo da FGV: o estado do Maranhão ficou com o menor índice, 1,44%,
seguido de Tocantins, com 1,79%, e depois Piauí, com 2,02%.
332
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
333
estudo “Ensino Médio; múltiplas vozes”, uma edição da UNESCO no
Brasil e do Ministério da Educação, lançado em abril passado, que faz
uma radiografia da atual situação do ensino médio no País. Trata-se da
maior pesquisa já realizada sobre o assunto na América Latina.
334
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
335
próximo, quando será lançado em âmbito mundial o portal do
Observatório da Sociedade da Informação. O site será o ponto
de encontro de todos os países de Língua Portuguesa que
buscarem, na Internet, informações sobre a Sociedade da
Informação ou atividades referentes ao assunto. Assim como esses
mesmos países serão responsáveis pelo fornecimento de
informações que estarão disponíveis a todos no site.
336
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “Políticas Culturais para o desenvolvimento: uma
base de dados para a cultura”, Recife, 27 ago. 2003.
337
sobre a Cultura é hoje de uma tal evidência que teremos a capacidade de
concepção e as adesões necessárias para construí-lo.
“Energia criadora e desejo de expressar identidade” não seria esta uma bela
definição para cultura? Ou para desenvolvimento? Ou para os dois?
338
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
339
inquietação. Nada, no entanto, que nos impeça de começar pelo que já
sabemos, pelo que os mais experientes têm para nos dizer e,
principalmente, pela construção de critérios que sejam pactuados como
referências para que não se perca tempo em polemizar sobre resultados,
sem considerar as premissas de onde se originaram as análises.
340
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
341
O que chamo de novo não é esse “grande produtor” de estatísticas
culturais. Também não seria um novo IBGE ou um novo IPEA, agora
dedicados à cultura. Menos ainda, um novo Ministério da Cultura, novas
Secretarias de Cultura, ou mesmo de uma nova UNESCO, todos se
transformando em grandes órgãos de Estatística.
E mais:
342
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
343
Exercendo a Liberdade de Imprensa1
1
Pronunciamento por ocasião do Seminário “Exercendo a Liberdade de Imprensa”, Brasilia, 8
mai. 2003
344
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
345
concretas. Nesse sentido, é preciso um trabalho contínuo, diário e
incessante. A liberdade de imprensa é construída a cada dia, caso por
caso. A luta pela liberdade (e credibilidade da informação, devo dizer) é
positiva a todos: aos governos e aos cidadãos.
346
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da teleconferência em comemoração ao Dia Mundial do Livro e
dos Direitos Autorais, Brasília, 24 abr. 2003.
347
para todos os destinos, para todas as culturas e para todas as formas possíveis
de imaginação. Eles permitem, ainda, que crianças e jovens de todo o
mundo se divirtam com a variedade de formas de pensamento e os fazem
capazes de participar ativamente de suas próprias histórias e compartilhar
a dos outros.
É por esta razão que o Programa da UNESCO Livros para Todos (Books
for All) tem proposto o acesso a livros e a promoção da leitura,
particularmente entre crianças e jovens de áreas urbanas e rurais
problemáticas, tanto por meio de fornecimento de livros a bibliotecas
públicas, quanto por meio da circulação de ônibus de leitura, bibliotecas
móveis, kits portáteis de atividades culturais de incentivo à leitura, entre
outros. Além de seus resultados imediatos no plano da cultura e do
conhecimento, como fonte de prazer e enriquecimento espiritual, as ações
do Programa Livros para Todos têm a função de servir como um complemento
às políticas nacionais de desenvolvimento da indústria editorial.
“Hoje mais do que nunca, o livro permanece, sob as suas diversas formas, das
mais tradicionais às mais inovadoras, um meio insubstituível de informação, de reflexão
crítica e de educação. Está assim na própria base do edifício, sempre por consolidar, da
democracia, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, das quais a proteção
do direito de autor e o acesso eqüitativo do público são atributos incontornáveis”.
348
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Cerimônia de Lançamento do Livro: “Perspectivas sobre a
criança e a mídia”, no Ministério da Justiça,‘Brasília, 17 abr. 2002.
349
As organizadoras e autoras do livro, Cecilia von Feilitzen e Catharina
Bucht são duas pesquisadoras com reconhecimento internacional sobre o
assunto, o que garante rigor científico e informações valiosas para todos
que estudam, trabalham ou se preocupam com o tema da criança e da
mídia.
350
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
absolutos, são 2,1 bilhões de crianças para uma população total de cerca
de 6 bilhões de pessoas. Do total de crianças, apenas 13% vivem nos
países mais ricos e 87% vivem nos países em desenvolvimento e menos
desenvolvidos. Como sabemos da fragilidade dos direitos das crianças
principalmente nesses países em desenvolvimento e menos desenvolvidos,
estamos falando de um contingente de mais de 1 bilhão e oitocentos
milhões de crianças, que são influenciados positiva e negativamente pelas
informações, pela propaganda, pelo entretenimento digital, pela Internet
e pela mídia em geral – rádio televisão, jornais, revistas etc.
351
A televisão por satélite e a cabo tanto traz maior liberdade de escolha
como padroniza o entretenimento e a propaganda, desconsiderando a cultura
e as tradições de cada povo.
352
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
No que diz respeito ao evento que nos traz aqui – cujo titulo “Da
sociedade da Informação à sociedade do conhecimento: desafios da Educação a distancia” é
bem elucidativo – abordarei rapidamente três aspectos que, no fundo,
traduzem três das tensões mais presentes.
1
Pronunciamento por ocasião do VIII Congresso Internacional de Educação à Distância da
ABED. “Da sociedade da Informação à Sociedade do Conhecimento: desafios para a Educação
a Distância”, Brasília, 6 ago. 2001.
353
A primeira é a tensão entre a diversidade de abordagens coerente
com a diversidade dos contextos e a necessária busca de clareza e
sistematização, se queremos ultrapassar o entusiasmo inicial, se me
permitem exprimir-me assim. Quero dizer que é cada vez mais premente
a definição clara dos objetivos e métodos da educação a distancia se não
quisermos que ela amplie as incoerências e erros da educação tradicional.
Esse paradoxo é reforçado pela tensão que designo, em segundo lugar, e
que é traduzida pela resistência ancestral da instituição ‘escola’ a qualquer
tipo de inovação, tais como as que as novas tecnologias introduzem no
próprio relacionamento e nos processos pedagógicos, face à realidade
circundante, formal ou informal.
354
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
355
AIDS e Saúde:
Educar para prevenir
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião do lançamento do Projeto Nacional de Disponibilização de
Preservativos nas Escolas, Curitiba, 19 ago. 2003.
359
a educação sexual deve ser entendida como um processo que contempla
aspectos psicológicos, afetivos, biológicos e socioculturais.
360
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da Abertura do 7 º EDUCAIDS - Encontro Nacional de
Educadores na Prevenção da AIDS, São Paulo, 12 jun. 2003.
361
ações para minimizar os impactos sociais da epidemia HIV/Aids, configura-
se como uma iniciativa que merece o apoio e o reconhecimento da
UNESCO. Ademais, a presença neste evento de um grande números de
representantes da área de educação e de saúde amplia o alcance e a
legitimidade das discussões.
362
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
363
As ações da UNESCO no Brasil têm o seu foco no jovem e no
adolescente, mediante um conjunto de ações educativas e culturais que
favoreçam o desenvolvimento do protagonismo juvenil. E além disso,
ajudem o jovem a estruturar o seu projeto de vida num mundo de
crescentes interrogações e descrenças. Por vivermos numa sociedade
permeada por interrogações quanto ao futuro, é que sobressai a relevância
desse encontro, pois precisamos com a maior urgência buscar respostas
que restabeleçam e valorizem a subjetividade. Nesse sentido, a inserção
do jovem em processos de busca compartilhada de respostas possíveis,
seguramente o colocará como sujeito protagonista da sua própria história.
364
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
365
Ética e Qualidade na Educação Profissional
para a Saúde1
1
Pronunciamento por ocasião do I Fórum Nacional do PROFAE “ Construindo uma Política
Pública de Formação Profissional em Saúde”, Brasília, 9 dez. 2002.
366
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
367
Além de apoiar a formação dos trabalhadores na equipe de saúde, o
PROFAE também vem atuando em outros aspectos que estão contribuindo
no desenvolvimento da política de recursos humanos para o SUS.
368
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
369
O Prêmio UNESCO/PROFAE1
1
Pronunciamento por ocasião da entrega do Prêmio UNESCO/PROFAE da Gestão Escolar da
Formação Profissional. Brasília, 10 dez. 2002.
370
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
371
A Riqueza Singular da Infância1
1
Pronunciamento por ocasião da exposição “...só vemos bem com o coração...”, dedicada às
crianças de Moçambique, Lisboa, Portugal, 12 set. 2002.
372
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
373
A UNESCO no Brasil, País irmão de Moçambique e Portugal,
também tem muito a contribuir num modelo de cooperação entre os povos.
Recentemente, por exemplo, temos trabalhado junto a Moçambique em
áreas nas quais ambos os países podem se beneficiar de experiências sociais
inovadoras. Nossa cooperação tem se estendido a campos que vão desde
a prevenção ao vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/
AIDS), a programas de cooperação de cunho técnico-científico, todos
com um claro objetivo implícito: um futuro melhor para nossas crianças.
374
CRENÇAS E ESPERANÇAS: Avanços e desafios da UNESCO no Brasil
1
Pronunciamento por ocasião da “Oficina Regional em HIV e AIDS dos Países do Mercosul.Grupo
de Parlamentares para a AIDS na Argentina”, Buenos Aires, 10-11 mai. 2001.
375
educacional e os que vivem diretamente com o HIV/AIDS. Estamos
reconhecendo que o problema da AIDS será solucionado quando todos
os atores sociais se sintam co-responsáveis nessa luta.
376