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INICIATIVA NOVAS OPORTUNIDADES

DOIS ANOS EM BALANÇO


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Índice

I. UMA NOVA OPORTUNIDADE PARA OS ADULTOS 3

I.1. Dinamização da procura e expansão da oferta de educação e formação 3


I.2. Alargamento da rede e dinamização da procura 8
I.3. Assegurar a qualidade do sistema nacional de qualificações 13

II. UMA OPORTUNIDADE NOVA PARA OS JOVENS 14

II.1. Reforço da oferta de dupla certificação 14


II.2. Adequar a oferta 15
II.3. Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO) 17
II.4. Campanha alargada de informação e sensibilização para a qualificação 18

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Apresentada em Setembro de 2005 na Assembleia da República pelo Primeiro


Ministro, a Iniciativa Novas Oportunidades está agora a cumprir dois anos de
actividade.

A criação da Agência Nacional para a Qualificação, em 2007, organismo tutelado pelo


Ministério do Trabalho e da Solidariedade e pelo Ministério da Educação, constitui um
momento de reforço da coordenação na execução das políticas de educação e
formação em Portugal. A prossecução dos objectivos e concretização das metas
estabelecidas na Iniciativa Novas Oportunidades assumem grande centralidade na
missão deste organismo.

Estes são alguns dos principais resultados já alcançados.

I. UMA NOVA OPORTUNIDADE PARA OS ADULTOS

I.1. Dinamização da procura e expansão da oferta de educação e formação

A expansão e consolidação da rede de Centros Novas Oportunidades, a reestruturação


expansão dos Cursos de Educação e Formação de Adultos e a gestão desconcentrada
desta oferta, são factores que contribuíram decisivamente para melhorar a
capacidade de resposta das estruturas do sistema de educação e formação.

N.º de adultos abrangidos pela Iniciativa Novas Oportunidades

Até ao final do ano de 2007, foram abrangidos pela Iniciativa Novas Oportunidades –
Adultos 352.563 adultos, 150.542 dos quais procuraram uma qualificação de nível
secundário.

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Total de adultos abrangidos pela Iniciativa Novas Oportunidades

Básico Secundário

Centros Novas Oportunidades 174 759 148 708


Cursos de Educação e Formação de Adultos 27 262 1 834
Total 202 021 150 542

352.563
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007, Programas Operacionais, IEFP.

N.º de adultos inscritos na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007

Os adultos abrangidos pela Iniciativa Novas Oportunidades apresentam, em 31 de


Dezembro de 2007, um posicionamento diferenciado no seu processo de qualificação,
tendo em conta as etapas que constituem a actividades dos Centros Novas
Oportunidades.

Total de adultos abrangidos pela Iniciativa Novas Oportunidades, por situação


(31.Dez.2007)

Básico Secundário

Centros Novas Oportunidades 174 759 148 708


Inscritos 42 518 80 331
Em diagnóstico 19 014 47 721
Encaminhados 3 359 2 710
Em processo de RVCC 59 068 17 778
Certificados 50 800 168

Cursos de Educação e Formação de Adultos 27 262 1 834


Fonte: SIGO, Dezembro de 2007, Programas Operacionais, IEFP.

Relativamente ao balanço da Iniciativa Novas Oportunidades para o ano de 2007,


refira-se que 82% do total de adultos abrangidos inscreveram-se neste ano,
registando-se uma procura muito acentuada da qualificação de nível secundário.
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Adultos que se inscreveram na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007

Básico Secundário

Centros Novas Oportunidades 130 578 143 032


Cursos de Educação e Formação de Adultos 13 718 1 834
Total 144 296 144 866

289 162
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007.

Adultos que se inscreveram na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007 segundo o


género (em %)

Básico Secundário

Femino 55 53
Masculino 45 47
Total 100 100
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007.

Adultos que se inscreveram na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007 segundo a


idade(em %)

Básico Secundário

18 - 24 10 15
25 - 34 25 36
35 - 44 36 29
45 - 54 22 17
55 - 64 6 3
65 ou mais 1 -
Total 100 100
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007.
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Adultos que se inscreveram na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007 segundo a


situação face ao emprego (em %)

Básico Secundário

Empregado 64 79
Desempregado 31 18
Outra 5 3
Total 100 100
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007.

Adultos que se inscreveram na Iniciativa Novas Oportunidades em 2007 segundo a


região (em %)

Básico Secundário

Norte 43 36
Centro 23 26
Lisboa 19 22
Alentejo 11 10
Algarve 3 5
R. A. da Madeira 1 1
Total 100 100
Fonte: SIGO, Dezembro de 2007.

N.º de adultos certificados na Iniciativa Novas Oportunidades

O número de adultos certificados através dos Centros Novas Oportunidades e dos


Cursos de Educação e Formação de Adultos cresceu de forma muito significativa nos
últimos dois anos, sendo que os últimos dois anos representam cerca de 60% dos
adultos que já alcançaram uma certificação através destas vias de educação e
formação de adultos desde 2001.
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Total de adultos certificados

TOTAL 143.010

2001 a 2005 59.040


Centros Novas Oportunidades 44253
Cursos de Educação e Formação de Adultos 14787

2006 e 2007 83.970


Centros Novas Oportunidades 76922
Cursos de Educação e Formação de Adultos 7048

Catálogo Nacional de Qualificações

O Catálogo Nacional de Qualificações, elemento constitutivo do Sistema Nacional de


Qualificações, é um instrumento que contribui para o desenvolvimento de um quadro
de qualificações mais legível que promove a flexibilidade na obtenção das
qualificações e na construção dos percursos individuais de aprendizagem ao longo da
vida, facilitando e valorizando o reconhecimento das qualificações,
independentemente das vias de acesso.

O Catálogo Nacional de Qualificações integra cerca de 240 qualificações de nível não


superior, distribuídas por 41 áreas de educação e formação. Estão definidos para
cada qualificação o respectivo perfil profissional, bem como o referencial de
formação associado, organizado numa lógica modular.

Foram já construídas mais de 5000 Unidades de Formação de Curta Duração,


certificáveis de forma autónoma, permitindo uma maior flexibilidade no acesso à
qualificação. Cerca de 800 são Unidades de Formação de Curta Duração transferíveis
entre diferentes percursos de qualificação, promovendo não apenas uma maior
mobilidade intra e inter áreas de educação e formação, como também uma maior
mobilidade profissional.
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As qualificações inseridas no Catálogo Nacional das Qualificações são acessíveis por


via da formação de adultos ou por via de processos de reconhecimento e validação de
competências.

Campanha Novas Oportunidades

Foi lançada, no primeiro semestre de 2007, uma campanha alargada de informação e


sensibilização, nos meios de comunicação social, com o objectivo de promover a
valorização social do investimento em educação e formação de adultos, numa óptica
de aprendizagem ao longo da vida, e em particular do sistema de reconhecimento de
competências como oportunidade de certificação e reforço de aprendizagens.

Nos meses de Março e Abril de 2007 surgiram os primeiros anúncios na televisão, na


rádio e imprensa nacional e regional, bem como na Internet, multibanco e outdoors.
Estes anúncios incidiram em testemunhos de adultos evidenciando a importância, do
ponto de vista pessoal, social e profissional, de retomar os estudos e salientando a
valorização da experiência de vida na conclusão de um percurso escolar.

A mensagem da campanha, cujo slogan consistia em “Aprender Compensa”, foi


reforçada com a distribuição de folhetos que divulgavam os percursos formativos
para adultos, incentivando os mesmos a dirigirem-se a um Centro Novas
Oportunidades, entidades responsáveis pelo seu encaminhamento com vista à
obtenção de uma qualificação.

I.2. Alargamento da rede e dinamização da procura

Alargamento da rede

A rede de Centros Novas Oportunidades (ex-Centros de Reconhecimento, Validação e


Certificação de Competências) conheceu uma forte expansão em 2006, passando de
98 para 269 Centros, ultrapassando-se assim em larga medida a meta fixada para
este ano na Iniciativa Novas Oportunidades.
9

Os 269 Centros actualmente existentes são promovidos por uma tipologia


diversificada de entidades, assegurando a cobertura de todo o território (Continente
e Região Autónoma da Madeira). O processo de alargamento da rede de Centros
passou a abranger uma nova tipologia de entidades, como escolas secundárias ou
sedes de agrupamento escolar, centros de formação do Instituto de Emprego e
Formação Profissional, organismos da Administração Pública e empresas.

A alteração da designação de Centros de RVCC para Centros Novas Oportunidades


espelha bem a existência de um novo contexto de actuação, em que os Centros
passam a assumir a função de porta de entrada para qualquer pessoa, com mais de
18 anos, que pretenda obter uma qualificação, cabendo às equipas técnico-
pedagógicas dos Centros Novas Oportunidades definir o encaminhamento mais
adequado ao perfil de cada adulto – encaminhamento para processos de RVCC ou
para ofertas educativas e formativas.

Centros Novas Oportunidades por tipo de entidade


Entidade
Escolas Públicas 94
Escolas Profissionais 23
Outras instituições de ensino 8
Centros de Formação Profissional 57
Empresas e Associações Empresariais 32
Instituições de Desenvolvimento Local 23
Autarquias, Empresas Municipais e Associações
de Municípios 9
Outras Entidades 23
Total 269
Agência Nacional para a Qualificação, Dezembro de 2007.

O processo de alargamento da rede corresponde a uma efectiva consolidação


institucional e metodológica do sistema nacional de reconhecimento, validação e
certificação de competências, no âmbito da qual foi desenvolvido um exaustivo plano
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de formação, acompanhamento e monitorização da actividade dos Centros Novas


Oportunidades.

Está presentemente em curso uma nova fase de alargamento da rede de Centros


Novas Oportunidades, estimando-se que já em 2008 a rede de Centros se aproxime da
meta fixada para 2010, ou seja, 500 Centros.

Principais protocolos celebrados no âmbito da Iniciativa Novas Oportunidades

Com o objectivo de mobilização de entidades empregadoras e trabalhadores para o


esforço de qualificação foram celebrados mais de 500 protocolos e acordos de
cooperação que envolvem a ANQ, o IEFP e outras entidades.

Apresentam-se em seguida os protocolos mais significativos celebrados desde o início


de implementação da iniciativa que abrangem no total cerca 600 mil pessoas.

Entidades Data de Assinatura

Portugal Telecom 26-09-2005

Estaleiros Navais de Viana do C. 05-11-2005

Associações Empresarias, Industriais e Comerciais do Distrito de Braga:


Associação Comercial e Industrial de Barcelos, Associação Comercial de
Braga, Associação Empesarial de Fafe, Cabeceiras de Basto e Celorico
16-01-2006
de Basto, Associação Comercial e Industrial de Famalicão, Associação
Comerical e Industrial de Guimarães, Associação Comercial e Industrial
de Vizela

AEP (Associação Empresarial de Portugal) 19-05-2006

Ministério da Defesa Nacional 30-05-2006

Exército Português 30-05-2006

Casa Pia de Lisboa, Associação dos Cegos e Ambilíopes de Portugal


04-07-2006
(ACAPO), Associação Portuguesa de Surdos (APS)
Centro Novas Oportunidades Arrábida, APPACDM de Setúbal, CERCIMB,
28-09-2006
CERCISA, RUMO, CERCIMA, CERCIZIMBRA

Centro de Reabilitação Profissional de Gaia 06-12-2006


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Núcleo Regional do Centro da Associação Portuguesa de Paralisia


27-09-2007
Cerebral (NPR-APPC)

Ministério da Administração Interna (MAI) 16-12-2007

AIP (Associação Industrial Portuguesa) 31-05-2007

Unicer Bebidas de Portugal. SGPS, SA 23-07-2007

Grupo Jerónimo Martins 04-07-2007

Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã 21-09-2007

União das Misericórdias Portuguesas 17-11-2007

Estrutura de Missão da RD do Douro, DREN, Turismo de Portugal,


16-11-2007
DRAgricultura do Norte e a DR da Cultura do Norte

El Corte Inglês 07-12-2007

Direcção Geral dos Serviços Prisionais 10-12-2007

Instituto do Desporto de Portugal e o Sindicato de Jogadores


10-12-2007
Profissionais de Futebol

Empresa Portuguesa das Águas Livres, EPAL, S.A. 10-12-2007

Câmara de Comércio Luso-Sueca 10-12-2007

Comunidade Muçulmana Ismaili 10-12-2007

Sistemas Mac Donald’s Portugal, Lda 10-12-2007

Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades

Em 2007 foi apresentada a Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades que
é o instrumento, por excelência, regulador e orientador da sua actividade, visando
promover a exigência, clarificar estratégias de acção e níveis de serviço. Esta Carta
de Qualidade define a missão, princípios estruturantes e as diferentes dimensões de
intervenção dos Centros Novas Oportunidades. Para além disto, a Carta de Qualidade
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integra um Sistema de Indicadores de Referência para a Qualidade que define níveis


de serviço e resultados a obter em cada uma dessas dimensões de intervenção.

Complementarmente à monitorização e avaliação enquadrada pela Carta de


Qualidade lançou-se, recentemente, um processo avaliação externa da Iniciativa
Novas Oportunidades e da Rede de Centros.

Certificação de nível secundário

A aprovação do referencial de competências-chave de nível secundário, lançado em


finais de 2006, constitui um passo decisivo na concretização da Iniciativa Novas
Oportunidades.

Em 2007 foi implementado um plano de formação faseado que abrangeu as equipas


técnico-pedagógicas de todos os Centros Novas Opoprtunidades, podendo estes, após
a frequência da formação, realizar processos de nível secundário. No final do ano,
todos os centros da rede estavam habilitados a certificar adultos com o nível
secundário.

De referir que a certificação formal dos adultos em processo RVCC é feita em sessões
de júri dinamizadas com recurso a avaliadores externos acreditados pela Agência
Nacional para a Qualificação. Nestas sessões realiza-se a avaliação e validação final
das competências evidenciadas ao longo do processo RVCC.

Também em 2007 foram lançados os Cursos de Educação e Formação de Adultos de


nível secundário, cuja formação de base integra, de forma articulada, as três áreas
de competências-chave constantes do respectivo referencial de competências. Estes
cursos, organizados, à imagem dos de nível básico, numa lógica de dupla
certificação, vêm dar um contributo decisivo à generalização do nível secundário
como qualificação mínima da população adulta.

Desconcentração dos processos de certificação e simplificação administrativa

Em 2007 o processo de certificação dos adultos foi descentralizado, passando a ser os


próprios Centros Novas Oportunidades a emitir os certificados e/ou diplomas a partir
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do Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO). Esta


alteração permitiu, por um lado, tornar mais célere um processo que muito contribui
para a credibilização do sistema, e, por outro, o estabelecimento de parcerias entre
as entidades, uma vez que os certificados emitidos por entidades privadas têm de ser
homologados por escolas da rede pública (ou estabelecimentos de ensino com
paralelismo pedagógico) ou por centros de formação profissional do IEFP. A
cooperação institucional que desta forma se fomenta, consubstanciada em texto de
protocolo, é um factor determinante para a organização de respostas de qualificação
territorialmente contextualizadas por parte das várias entidades que operam no
sistema de educação e formação.

Foram também implementados mecanismos de simplificação e desconcentração


administrativa ao nível dos processos de autorização de funcionamento dos Cursos de
Educação e Formação de Adultos.

Paralelamente, foram consolidadas estruturas locais de acompanhamento, no âmbito


dos serviços regionais do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e da
Solidariedade Social.

I.3. Assegurar a qualidade do sistema nacional de qualificações

A aprovação do Sistema Nacional de Qualificações constitui um momento de viragem


no modelo de organização e de funcionamento das entidades promotoras das
actividades de formação.

A garantia de qualidade do Sistema Nacional de Qualificações é um objectivo central


presente nos vários elementos que constituem este sistema, designadamente através
da certificação das entidades formadoras e da qualificação dos formadores e outros
técnicos de formação. A certificação das entidades formadoras, obrigatória para o
acesso a financiamento público da actividade formativa, é significativamente
reforçada, através da realização de auditorias externas anuais a todas as entidades e
da simplificação e desburocratização do processo de certificação
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II. UMA OPORTUNIDADE NOVA PARA OS JOVENS

II.1. Reforço da oferta de dupla certificação

A aposta na diversificação das modalidades de educação e formação de nível


secundário, medida emblemática da Iniciativa Novas Oportunidades na vertente dos
jovens, permitiu já inverter a tendência de perda de alunos no ensino secundário,
bem como reduzir a taxa de retenção e, consequentemente, prevenir a saída precoce
do sistema de ensino.

Em 2007 estão matriculados em cursos de dupla certificação de nível secundário


120.764 jovens. A expansão da população estudantil no ensino secundário deve-se,
em larga medida, ao aumento dos alunos matriculados em cursos profissionais nas
escolas secundárias públicas, que passaram de 44.466 alunos, no ano lectivo de
2006/2007, para 62.996, no ano lectivo de 2007/2008.

O peso dos jovens inseridos nas vias profissionalizantes de nível secundário


representa já 40 por cento do total de inscritos nesse nível de ensino. Esta
percentagem tem vindo a aproximar-se, gradualmente, dos valores registados nos
países da OCDE, nos quais cerca de 50 por cento dos jovens optam por estas vias de
formação, meta definida na Iniciativa Novas Oportunidades para 2010.

Nº de jovens em cursos de dupla certificação de nível secundário

CURSOS 2005 2006 2007


Cursos Tecnológicos 49.800 42.676 29.042
Cursos Profissionais 33.341 44.466 62.996
Cursos de Aprendizagem 21.769 20.563 18.309
Cursos de Educação e Formação de Jovens (Rede ME) 3.103 4.898 6.212
Cursos de Educação e Formação de Jovens (IEFP) 337 1.149 1.949
Cursos do Ensino Artístico Especializado 2.063 2.256 2.256*
TOTAL 110.413 116.008 120.764

Programação Novas Oportunidades 110.000 115.000 120.000


Fonte: GEPE, Recenseamento Escolar. IEFP.
* Estimado com base no valor relativo ao ano de 2006.
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Em 2007, no nível básico de ensino, encontram-se inseridos em cursos de dupla


certificação 44.129 jovens, valor este que tem vindo a apresentar um grande
crescimento desde 2005. Este crescimento é tributário da forte aposta nos Cursos de
Educação e Formação – onde estão inscritos mais de 41 mil jovens -, oferecidos nas
escolas públicas, nos Centros de Formação Profissional e em entidades privadas,
designadamente nas Escolas Profissionais. A aposta nesta modalidade tem constituído
uma opção fundamental no combate ao abandono escolar precoce, sendo muito
significativo o número de jovens que, para além de concluírem por esta via o ensino
básico, escolhem prosseguir estudos para o ensino secundário.

A prioridade dada ao alargamento do ensino profissional às escolas secundárias


públicas reflecte-se, também, no elevado grau de concretização de mais uma das
medidas inscritas na Iniciativa Novas Oportunidades. No ano lectivo de 2007/08,
foram constituídas 1.019 novas turmas (1.º ano), contra 615 turmas no ano lectivo de
2006/07 (em 2005/2006 tinham sido criadas 85 turmas de ensino profissional nas
escolas secundárias). Presentemente, 73% das escolas da rede pública com ensino
secundário integram na sua oferta cursos profissionais (a meta é de 100% para 2010).

II.2. Adequar a oferta

Para além do reforço das oferta de cursos de dupla certificação, onde importa
sublinhar ainda, a prioridade atribuída a estas modalidades na planificação da
actividade formativa do Instituto de Emprego e Formação Profissional, promoveram-
se estratégias de adequação destas respostas à situação diversificada do público alvo
que constitui a potencial procura desta Iniciativa.

Mais oportunidades para a conclusão do ensino secundário

O desenvolvimento da oferta de Cursos EFA de habilitação escolar vai neste sentido,


permitindo, por exemplo, que os jovens abrangidos por ofertas que apenas permitiam
a obtenção de uma qualificação inicial possam completar o ensino secundário
concluindo um Curso EFA de habilitação escolar.
16

Também a reorganização dos Cursos de Especialização Tecnológica, possibilitando a


conclusão nesta via do ensino secundário, constituiu um importante contributo para
diversificar as oportunidades de qualificação dos jovens. No caso dos jovens com o
ensino secundário incompleto, a obtenção de uma qualificação profissional de nível
IV, além de permitir concluir aquele nível de escolaridade (com base na frequência
de módulos adicionais), assegura a formação de quadros intermédios que respondem
a necessidades manifestas do mercado de trabalho.

Também a criação de respostas para quem frequentou, sem concluir, percursos


formativos de nível secundário de educação, desenvolvidos ao abrigo de planos de
estudo já extintos ou em processo de extinção, constitui um importante passo no
sentido da adequação das respostas às situações concretas das pessoas. Deste modo,
quem abandonou numa fase adiantada de frequência o ensino secundário, tem agora
a possibilidade de obter o diploma de nível secundário através da realização de
exames ou da frequência de módulos de formação do Catálogo Nacional de
Qualificações.

Coerência e legibilidade da oferta

Tendo em vista um reforço da coerência e legibilidade da oferta de dupla certificção


foi iniciado o processo de revisão da estrutura curricular dos Cursos de Aprendizagem
com vista à harmonização da carga horária destes cursos com a de outras ofertas
análogas, designadamente dos Cursos Profissionais.

O objectivo de reforçar a coerência e legibilidade da oferta de dupla certificação


beneficiou ainda com a regulamentação do processo de reorientação do percurso
formativo dos alunos. Esta regulamentação veio facilitar a mudança de curso,
evitando que os estudantes fiquem retidos no mesmo ano de escolaridade, situação
que, frequentemente, contribui para o acumular de retenções e para o abandono da
escola antes da conclusão do nível secundário de educação. São abrangidos os jovens
dos cursos científico-humanísticos, tecnológicos, artísticos especializados nos
domínios das artes visuais e dos audiovisuais, profissionais e dos cursos de educação e
formação, podendo concretizar-se com recurso ao regime de permeabilidade ou ao
regime de equivalência entre disciplinas.
17

O Catálogo Nacional de Qualificações é um instrumento que também contribuirá para


reforçar a coerência entre as várias tipologias de oferta de educação e formação,
uma vez que todos os referenciais de formação estão organizados de acordo com uma
lógica modular. Prevê-se que todas as ofertas de educação e formação de dupla
certificação venham a ser estruturadas de acordo com o CNQ.

II.3. Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO)

A implementação do Sistema de Informação e Gestão da Oferta Educativa e


Formativa (SIGO), medida estruturante da Iniciativa Novas Oportunidades, passou
pela concretização dos seguintes pontos:

• construção de uma plataforma integradora da oferta educativa e formativa


profissionalmente qualificante anteriormente dispersa por diferentes
organismos do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e da
Solidariedade Social, sendo de assinalar progressos significativos,
nomeadamente ao nível da legibilidade da rede de oferta, da simplificação
administrativa e da utilização da plataforma como instância de lançamento,
acompanhamento e monitorização da oferta (também a dirigida a adultos).
Foram assim criadas condições para efectuar uma efectiva e racional
regulação da rede;
• publicação de duas edições do Guia de Acesso ao Secundário – Educação e
Formação (Maio de 2006 e Maio de 2007), instrumento fundamental de apoio à
orientação escolar e profissional, possibilitando aos jovens escolhas mais
diversificadas, mais informadas e mais adequadas ao seu perfil e projecto
profissional;
• criação do Conselho de Gestão do SIGO.

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II.4. Campanha alargada de informação e sensibilização para a qualificação

Em 2007 tem lugar uma campanha alargada de informação e sensibilização, nos


meios de comunicação social, com o objectivo de promover a escolarização do 12.º
ano e a valorização social da escola e da formação profissional.

Numa primeira fase, em Abril, reforçou-se a importância do investimento em


qualificação para aceder a melhores oportunidades de emprego e realização pessoal.

Em Julho, tem lugar a segunda fase da campanha dirigida aos jovens com uma
mensagem de valorização da escola pública enquanto espaço integrador de múltiplas
ofertas e de informação sobre a diversidade de saídas profissionais e promotores que
integram a rede. Esta fase envolveu diferentes meios de comunicação social, tais
como televisão, rádio, imprensa, e ainda a produção e distribuição de folhetos por
todas as caixas de correio. Estes folhetos destinaram-se aos encarregados de
educação e também aos mais jovens, nomeadamente aos alunos na faixa dos 14-15
anos, altura em que fazem a escolha de um curso do nível secundário de educação.

Paralelamente, foram distribuídos kits Novas Oportunidades junto das escolas. Estes
kits continham folhetos apenas destinados ao público-alvo juvenil e diverso material
didáctico.
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Informação aos “públicos” Novas Oportunidades

A implementação do contact centre Novas Oportunidades (707 24 2004), a partir de 7


de Março, deu resposta à necessidade de informar e esclarecer dúvidas junto dos
públicos-alvo das campanhas. Através deste contact centre, cujo número foi
divulgado em todas as campanhas, tem sido possível informar mais detalhadamente
jovens e adultos, encaminhando-os para os percursos educativos e formativos mais
adequados às suas expectativas e interesses. Desde a sua implementação até ao final
de 2007, foram atendidas aproximadamente 80.000 chamadas. Este serviço, prestado
pela Agência Nacional para a Qualificação, respondeu, em igual período, a
aproximadamente 23.000 e-mails.

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