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Responsável por alguns arquivamentos polémicos enquanto inspector-geral da

Segurança Social e secretário de Estado da Solidariedade, todos já noticiados pelo CM, o


ex-juiz José Simões de Almeida viu o Ministério Público arquivar, sem qualquer
diligência, um processo de que era alvo.

O caso remonta a 2004, mas só agora foi conhecido, após notícia do ‘Público’. Neste meio
tempo, a magistrada titular do caso e responsável pelo arquivamento “sem quaisquer
diligências”, Maria Paula Figueiredo, recusou o acesso ao processo.

Na origem do inquérito a Simões de Almeida estiveram, segundo o ‘Público’, “indícios de


infracções criminais” quando era inspector-geral da Segurança Social, segundo o entendimento
da juíza Isabel Lilaia, do 5.º Juízo de Instrução de Lisboa.

Em causa estava um relatório da Inspecção-Geral de Segurança Social (IGSS) que propunha a


extinção da Fundação D. Pedro IV (instituição privada) e que Simões de Almeida, então
responsável pela IGSS, entendeu arquivar sem qualquer despacho ou explicação.

Como secretário de Estado, Simões de Almeida validou um outro relatório que dizia bem da
Fundação D. Pedro IV – que em 2005 recebeu do Estado 1400 fogos de habitação social em
Chelas, Lisboa.

Um ex-administrador da Fundação e com ela em litígio, Seixas Antão, acusou Simões de


Almeida pelo arquivamento sem conhecimento ministerial, considerando que “as acções e
omissões do inspector-geral indiciam violação dos deveres de isenção, zelo, obediência e
lealdade e são passíveis de constituir ilícito criminal”.

OUTROS CASOS

Entre outros processos noticiados


que envolvem o actual advogado
e polémicas decisões encontram-
se o arquivamento de uma sindicância à Casa Pia (antes do processo de pedofilia) segundo a
qual era proposta a demissão do então provedor Luís Rebelo. Admitindo “irregularidades
financeiras” e “factos graves”, Simões de Almeida declarou, em Maio de 2003, que “a maior
parte dos factos estavam prescritos e amnistiados” e que um parecer de uma jurista do seu
gabinete contrariava a proposta de demissão do provedor.

Em Agosto desse ano o CM noticiou o arquivamento de uma auditoria da IGSS a um lar do


Porto, onde uma testemunha do processo Casa Pia terá sido violada sem que vítima ou
agressor fossem ouvidos. À data, o inspector-geral era Simões de Almeida, que assinou o
despacho final.

Ainda em 2003, Simões de Almeida foi também notícia no CM por ser um dos juízes que mais
‘passaram ao lado’ das inspecções do Conselho Superior da Magistratura (três vezes, no seu
caso).

Contactado pelo CM, Simões de Almeida recusou qualquer comentário por ter abandonado a
vida pública “há cinco anos”.

PERFIL

Formado em Direito, José Simões de Almeida seguiu a magistratura judicial. Após comissões
de serviço como inspector-geral da Segurança Social e como secretário de Estado da
Solidariedade, Simões de Almeida regressou ao Tribunal da Boa-Hora. Actualmente está fora
da vida pública e magistratura e passou a exercer a profissão de advogado.

Rui Arala Chaves

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