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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Condições Cárdio-Respiratórias I
Asma

Elaborado por:
André Bessa, nº10080510
D. Quintino Cardoso, nº10070226
Diana Cruz, nº10080426
Filipa Faria, nº10080068
Gisela Sousa, nº10080235
Joana Pereira, nº10080423
Joana Spínola, nº10080375
Margarida Pereira, nº10080369
Marlene Pereira, nº10080438
Marta Fonseca, nº10080463

Turno 1 2
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Índice
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................5

ASMA.....................................................................................................................................6
Fisiopatologia......................................................................................................................................................................6

Epidemiologia e Incidência................................................................................................................................................7

Sinais e Sintomas................................................................................................................................................................8

Origem da Asma.................................................................................................................................................................9

Diagnóstico........................................................................................................................................................................10
Exame Objectivo............................................................................................................................................................10
1.Exames Complementares de Diagnóstico..............................................................................................................13
2.Diagnóstico Diferencial.........................................................................................................................................15
Exame Subjectivo..........................................................................................................................................................15

Tipos de asma....................................................................................................................................................................16

Prevenção...........................................................................................................................................................................17

Educação............................................................................................................................................................................18

Tratamento........................................................................................................................................................................19
Tratamento farmacológico.............................................................................................................................................19
Informação Adicional sobre o Tratamento farmacológico............................................................................................20
Tratamento em fisioterapia............................................................................................................................................22
Outros tratamentos.........................................................................................................................................................23

Factores psicossociais.......................................................................................................................................................23

Asma e o exercício físico...................................................................................................................................................24


Exercício Aeróbio e Anaeróbio......................................................................................................................................26

Normas de boa prática.....................................................................................................................................................26

Escalas utilizadas na classificação de problemas pulmonares......................................................................................29

SISTEMA CARDIO-RESPIRATÓRIO.................................................................................30
Anatomia...........................................................................................................................................................................30
Transporte de Oxigénio..................................................................................................................................................36

CONCLUSÃO......................................................................................................................38

BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................39
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ANEXOS..............................................................................................................................42
Mapa Conceptual..............................................................................................................................................................42

Imagens:............................................................................................................................................................................43

............................................................................................................................................................................................44

............................................................................................................................................................................................44

............................................................................................................................................................................................44

............................................................................................................................................................................................46

............................................................................................................................................................................................47

Tabelas:..............................................................................................................................................................................48

Gráficos:............................................................................................................................................................................51

............................................................................................................................................................................................51

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Introdução
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios. Esta é provocada pela expansão da
parede dos brônquios, o que leva à diminuição do lúmen agravado pelas secreções, dificultando
assim a passagem do ar.
A maior incidência desta doença encontra-se nas faixas etárias mais baixas (infância e
adolescência), contudo pode apresentar-se em qualquer fase da vida.
Calcula-se que mundialmente existam cerca 150 milhões de pessoas a padecer de asma. Quanto a
Portugal não existindo números fixos e fiáveis, estima-se rondar as 600 mil pessoas.
Os sintomas gerais são dificuldades respiratórias, o que resulta em emissão de ruídos denominados
por farfalheira e sibilância. Também consta na lista de sintomas tosse, aperto torácico, cansaço
físico entre outros.
A asma pode desencadear-se através de um ou mais dos seguinte factores alergénios, fármacos,
agentes poluentes, exercício físico e micro organismos, também contribuindo como propulsor desta
doença a genética.
O diagnóstico é baseado no historial clínico do paciente, bem como na realização de exames
médicos que conduzem ao apuramento da existência ou não da doença.
A asma pode ser classificada em extrínseca ou intrínseca e por outro lado de acordo com o seu grau
de gravidade.
O tratamento desta doença é constituído pela administração de fármacos adequados a cada caso, por
acompanhamento no sector de fisioterapia e eventualmente recorrer-se-á à psicoterapia ou
acupunctura.
A prevenção consiste em evitar factores de risco, anteriormente referidos.
Em suma, quando há uma disfunção ao nível do sistema respiratório e se esta não for corrigida,
origina uma patologia.

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Asma
O sistema imunitário preserva a integridade do ser humano face às ameaças (Ex.: agentes
infecciosos ou parasitários) do meio ambiente. No entanto, nem sempre a intensidade das reacções
imunitárias é a mais ajustada, prejudicando o indivíduo. Assim, o sistema imunitário pode
desregular-se ou possuir alguma deficiência, tornando o indivíduo vulnerável a infecções, fazendo
com que o corpo reaja violentamente contra agentes, que numa situação normal seriam tolerados.
Uma das muitas patologias que podem ocorrer é a asma.

Fisiopatologia

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, originando desta forma uma limitação
do fluxo das vias aéreas, generalizada, variável e frequentemente reversível.
Durante um ataque de asma ocorrem mudanças ao nível do interior das vias aéreas do pulmão.
Ocorre a contracção violenta do músculo liso dos bronquíolos como forma de defesa do organismo
a algum corpo estranho que esteja presente na árvore respiratória (broncospasmo). Por sua vez, é
desencadeada uma diminuição do lúmen, devido a uma hipersecreção de muco, pela hipertrofia
das glândulas mucosas; broncoconstrição e edema, devido ao aumento da permeabilidade
vascular, o que permite a infiltração de células inflamatórias. Sendo assim, estamos perante um
processo inflamatório, que é uma reacção protectora contra algo que no nosso corpo é percebido
como ameaça. Acontece como resultado da interacção entre mastócitos, IgE e outras substâncias. A
resposta inflamatória ajuda a combater infecções e repelir outras ameaças para a saúde. (Imagem 1)
A obstrução das principais passagens do ar irá fazer com que o indivíduo tenha limitações
ventilatórias e por isso realizará hiperventilação (aumenta a frequência de ventilação e diminui a sua
amplitude) e hiperinsuflação (que exige manter a caixa torácica mais alta), provocando a fadiga
bem como a diminuição do volume corrente.

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Epidemiologia e Incidência

Hoje em dia, a asma constitui um grande problema quer médico, quer de saúde pública, sendo uma
das patologias mais frequentes a nível mundial.
Assim esta, doença acarreta custos elevados, tanto económicos como psicológicos, condicionando a
qualidade de vida do doente e da família.
Apesar da evolução a que se tem vindo a assistir a nível de tratamentos, segundo vários estudos
realizados, o número de casos de asmáticos tem vindo a aumentar de ano para ano, acabando muitas
vezes estes casos na morte do doente.
Nos EUA, esta patologia é uma das mais prevalentes, tendo como vítimas cerca de 5 a 8% da
população. Da percentagem, anteriormente referida 4,8 milhões tratam-se de casos com crianças,
sendo que as hospitalizações e a mortalidade se verificam preferencialmente em idades dos 5 aos 14
anos. Deste modo, em média, por ano, são registadas cerca de 2 milhões de consultas, 500 mil
hospitalizações e 5 mil mortes por asma.
Na Europa, a asma abrange cerca de 2 a 15% da população, particularmente crianças. No que diz
respeito a custos económicos, estes têm vindo a aumentar nos últimos 10 anos; de notar que, em
1998 se gastaram aproximadamente 13900 milhões de euros.
Tanto nos EUA como na Europa, a asma condiciona muito a paticipação do indivíduo na sociedade,
constituindo a principal causa de absentismo escolar e laboral.
Quanto a Portugal, é difícil referir a incidência da asma, já que não dispomos de muitos estudos
estatísticos fidedignos. No entanto, em 1995, dados fornecidos pela Infarmed apontavam a quantia
de 28 milhões de euros gastos em medicamentos para indivíduos portadores de asma.
Estudos apontam para um aumento da incidência da patologia na última década (Tabela 1).
A maior taxa de asma nas populações urbanas quando comparadas com áreas rurais deve-se
principalmente a factores ambientais, como por exemplo a poluição industrial e hábitos alimentares.
A asma incide mais sobre as crianças, já que estas possuem um sistema imunitário mais frágil. Até
aos 40-45 anos de idade (idade a que ocorre a menopausa) a doença afecta mais o sexo masculino,
já que o estrogénio, hormona produzida pelas mulheres, actua como protector à doença.
Segundo um estudo realizado por um grupo de imunoalergologistas portugueses, publicado no
Livro Branco sobre o futuro da imunoalergologia em Portugal, a incidência da asma tende a
aumentar com o decorrer do tempo em Portugal. Esta conclusão relaciona-se com aspectos como o
desenvolvimento das sociedades urbanas e industriais (Gráfico 1).

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Sinais e Sintomas

Sinais são as manifestações observáveis enquanto que os sintomas são as manifestações sentidas e
referidas pelo paciente.
Sintomas e sinais mais frequentes:
• Falta de ar (dispneia);
• Respiração ruidosa e ofegante (farfalheira);
• “Chiado” no peito (sibilância);
• Tosse seca;
• Secreção;
• Sensação de opressão no peito;
• Cansaço físico;
• Despertar nocturno;
Em ataques mais graves:
• Difícil respiração acompanhada de suores;
• Aumento da frequência cardíaca (taquicardia);
• Aflição e ansiedade;
• O doente não consegue deitar-se;
• Pode não conseguir falar;
• Respiração acelerada (taquipnéia) e ofegante;
• Temperatura baixa;
Num ataque de extrema gravidade:
• A medida do pico de fluxo expiratório fica abaixo de 50% do valor normal da pessoa (nesta
situação precisa urgentemente de cuidados médicos);
• O baixo teor de oxigénio no sangue circulante pode causar cianose (cor azulada) no rosto, e,
especialmente, nos lábios;
• Pele pálida e suada.

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Origem da Asma

Dos estímulos que incitam á hiper reactividade da árvore traqueobrônquica, devemos considerar
primeiro a transmissão hereditária. Esta realiza-se através dos genes localizados nos cromossomas
dos pais. Mas será a asma uma doença hereditária? De facto não! O que existe é uma predisposição
genética do organismo para a asma.
Outros estímulos que desencadeiam a asma são:
• Alergênicos – os alérgenos podem ser: por inalação, transportados pelo ar, (ex.: grãos de
pólen, penas de aves (em casacos e edredões), pó (ácaros), pêlo de animais, fungos, tabaco);
alimentares, (ex.: ovo, peixe, chocolate, crustáceos, moluscos, leite de vaca, morangos,
laranja, nozes, amendoins, conservas, corantes, conservantes); por contacto com a pele
(cosméticos, sabonetes, níquel); por picada (ex.: insectos, serpentes). As partículas
alergénicas microscópicas invadem as defesas pulmonares, originando a libertação de
mediadores específicos, provocando uma reacção inflamatória com broncoconstrição e
edema. Indivíduos com crises de maior intensidade de asma alérgica apresentam os níveis de
IgE* extremamente elevados.
• Farmacológicos – substâncias como, o ácido acetilsalicílico (Aspirina, Cartia, Tromalyte),
ácido mefenâmico (Ponstan), indometacina (Autritis, Elmetacin), agentes sulfitantes (como
por exemplo o dióxido de enxofre, entre outros, que são utilizados na “indústria alimentícia
e farmacêutica”), corantes (como por exemplo, a tartrazina), podem induzir ataques de asma.
Indivíduos que apresentem sensibilidade a estas substâncias apresentam sintomas de rinite,
rinossinusite (“associada a pólipos”), “congestão nasal e ocular”, “obstrução aguda das vias
respiratórias”, seguidos de crises paroxísticas de asma.
• Poluição – a poluição ambiental e atmosférica (ozono, dióxido de nitrogénio e dióxido de
enxofre, oxidantes) são factores de extrema gravidade para indivíduos sofredores de asma.
Áreas industriais e urbanas são os locais de maior poluição. A poluição doméstica e o
tráfego intenso são, também, factores de risco a considerar.
• Infecções – as infecções respiratórias resultam principalmente de viroses (ex.: vírus da
gripe, vírus sincicial respiratório). As infecções bacterianas também constituem estímulos
para a proliferação da asma, embora não sejam tão frequentes. As viroses e infecções
bacterianas modificam o organismo do indivíduo, enfraquecendo o sistema imunitário. Esta
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quebra de defesas imunológicas facilita a proliferação de antigénios, ficando o indivíduo


sujeito a estímulos de origem externa que provoquem a asma
• Factores Psicológicos – os factores psíquicos constituem uma importante influência para o
processo asmático. Podem servir para despoletar a crise asmática por diversos motivos:
stress, ansiedade, nervosismo, pânico, alegria, excitação, angústia, medo…Assim como,
podem ter efeitos contrários e aliviar a crise asmática de um indivíduo, por mentalização e
treino da sua psique. Provocando o relaxamento do sistema nervoso e por conseguinte a
desinflamação das vias respiratórias.
• Exercício Físico – o esforço físico pode, por vezes, induzir uma crise de asma, devido ás
alterações de temperatura que se desenvolvem nas vias respiratórias. O ar inspirado com
maior velocidade e esforço, sendo frio e seco, provoca uma diminuição da temperatura nas
vias respiratórias originando uma inflamação disseminada pela árvore traqueobrônquica. O
ambiente e o clima são factores importantes na prática de exercício físico para um asmático.
• Factores Ocupacionais e de Lazer – o local de trabalho é por vezes um factor
problemático para indivíduos asmáticos. Existem inúmeros compostos que são utilizados na
indústria extremamente prejudiciais: sais metálicos (níquel, crómio), poeiras provenientes da
madeira e de alimentos vegetais (farinha), compostos farmacêuticos, plásticos, substâncias
químicas, detergentes, perfumes, insecticidas. Em actividades de lazer como a pintura, por
exemplo, devido aos solventes das tintas.
• Factores Hormonais – a puberdade, o ciclo menstrual, a gravidez, a menopausa,
hipertiroidismo, doença de Addison (insuficiência da glândula supra-renal), são factores que
podem originar ou agravar um estado de asma.

Diagnóstico

Exame Objectivo

O exame objectivo do doente respiratório inclui inspecção, palpação, avaliação dos sinais vitais,
percussão, auscultação pulmonar e avaliação radiológica.
Na inspecção realiza-se uma avaliação postural, não só, mas principalmente, a nível do tórax. Para
esta inspecção o paciente tem que estar desnudado, assumir uma postura confortável e o local deve
ser bem iluminado. A inspecção abrange a técnica palpatória e a técnica de medição de perímetros.
Uma boa postura é aquela que não exige esforço por parte dos músculos e ligamentos do indivíduo.

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A avaliação postural tem como objectivo observar atrofias musculares, a pele (presença de
cicatrizes, coloração, eczema), cianose, edemas, deformidades em geral e nódulos.
A avaliação dos sinais vitais inclui: temperatura corporal, frequência cardíaca, frequência
respiratória e tensão arterial.
A temperatura corporal é a indicação da intensidade de calor corporal, a temperatura central é
aproximadamente 37º, quando a temperatura aumenta pode ocorrer hipertermia, quando baixa,
hipotermia. Alguns factores condicionantes da temperatura corporal são: idade, temperatura
ambiente, hora do dia, estado emocional, actividade física, estados infecciosos, ciclo menstrual,
temperatura de alimentos ingeridos.
O pulso arterial é a medida indirecta da contracção do ventrículo esquerdo. Permite avaliar
parâmetros objectivos como: frequência, ritmo, amplitude e regularidade.
A frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto (bpm). Em repouso o adulto
tem cerca de 60 a 80 bpm, um recém-nascido 100 a 130 bpm e uma criança entre o primeiro e o
sétimo ano de vida 80 a 120 bpm. São vários os factores que condicionam a tensão arterial, entre os
quais: a idade, a patologia cardio-respiratoria, género, temperatura ambiente, medicação, e outros.
São instrumentos de medição da frequência cardíaca o electrocardiógrafo, o
cárdiofrequencimetros/polares, o método auscultatório e o método palpatório.
A medição dos pulsos arteriais pode ser feita nos pulsos: temporal, carotídeo, braquial, radial,
cubital, femural, popeliteo, tibeal posterior, tibial anterior e apical.
A ventilação permite avaliar parâmetros relativos à frequência, ao ritmo e à amplitude.
A frequência ventilatória é o número de ciclos ventilatórios (inspiração/expiração) por minuto.
Factores que a condicionam são: idade, actividade física, estado emocional, qualidade do ar, altitude
e condições de saúde. Para a medição da frequência ventilatória é preciso: posicionar o utente,
observar movimentos ventilatórios e registar resultados.
A tensão arterial é a força que o sangue exerce contra a parede arterial, pode ser sistólica ou
diastólica. A idade, estado físico, estado emocional, medicação, volume sanguíneo por debito
cardíaco, o diâmetro/elastecidade das artérias, a posição e o local de medição são factores que
influenciam a pressão arterial. Alguns instrumentos de medição arterial são: esfigmomanómetros
electrónicos e o esfigmomanómetro aneróide ou de mercúrio. Para a sua medição existe o método
auscultatório e o método palpatório.
A auscultação pulmonar para o fisioterapeuta tem como finalidade:
• Identificar a localização da obstrução nas vias aéreas e as regiões pulmonares de ventilação
reduzida ou ausente;

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• Identificar a causa da obstrução;


• Seleccionar as técnicas que vai utilizar tendo em conta os resultados obtidos na auscultação;

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1. Exames Complementares de Diagnóstico


• Análise da expectoração: a expectoração do paciente asmático pode ser clara ou opaca, com
tons de amarelo ou verde. A cor não indica invariavelmente infecção, e o exame de um
esfregaço de escarro pelos métodos de Gram e Wright está indicado. “Do mesmo modo, a
expectoração pode parecer purulenta devido ao maior teor de eosinófilos ou a uma resposta
inflamatória à traqueobronquite viral. O esfregaço da expectoração pode revelar espiral de
Cushmann (muco que forma um molde nas pequenas vias respiratórias) ou cristais de
Charcot-Leyden (produtos de degradação dos eosinófilos).” (1)
• Estudos hematológicos: “revelam presença de leucócitos e eosinófilos tanto na forma
alérgica como na forma intrínseca da doença.” (1)
Provas de Função Pulmonar: testes como a Espirometria e/ou Pletismografia Corporal – mede a
capacidade vital forçada (CVF), a máxima quantidade de ar expirada com esforço máximo após
máxima inspiração e as medidas de fluxos instantâneos e volumes em tempos determinados, como o
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). O espirómetro é o diapositivo para medir
volumes pulmonares. Os quatro volumes pulmonares são:
1. Volume corrente: corresponde ao volume de ar inspirado e expirado durante um ciclo de
respiração normal.
2. Volume de reserva inspiratória: é a quantidade de ar que pode ser inspirado, forçadamente,
após a inspiração do volume corrente normal.
3. Volume de reserva expiratória: a quantidade de ar que pode ser expirada, forçadamente, após
a expiração do volume corrente normal.
4. Volume residual: o volume de ar que permanece nas vias aéreas e nos pulmões, após
expiração, o mais forçada possível.
As capacidades pulmonares são a soma de dois ou mais volumes pulmonares. A capacidade
inspiratória corresponde à soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratória; A
capacidade residual funcional corresponde à soma do volume de reserva expiratória com o volume
residual; A capacidade vital corresponde à soma do volume de reserva inspiratória, com o volume
corrente e o volume de reserva expiratória; A capacidade pulmonar total é a soma dos volumes de
reserva inspiratória e expiratória, mais o volume corrente e o residual.
Os volumes pulmonares, as capacidades pulmonares e o fluxo de ar pulmonar são frequentemente
avaliados, para diagnosticar e avaliar a saúde do sistema respiratório.
A avaliação dos volumes pulmonares e a velocidade do movimento do ar é um instrumento
importante na determinação das capacidades e saúde do indivíduo.
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Capacidade Vital Forçada (CVF) – Corresponde à quantidade máxima de ar que um indivíduo


consegue expirar forçadamente após uma máxima inspiração.
Volume Expiratório Forçado (VEF) – Denomina a percentagem da capacidade vital forçada que o
indivíduo consegue expirar forçadamente em intervalos de 1, 2 e 3 segundo (VEF 1, VEF 2, VEF 3)
Ventilação Voluntária Máxima (VVM) – designa um teste da função pulmonar que combina
medidas de volume e de fluxo, para avaliar a ventilação pulmonar total.
Estas medidas indicam o limite máximo de trabalho que um indivíduo é capaz de executar, baseado
nas capacidades do seu sistema respiratório.
O sexo, a idade, a altura e a condição física, são factores que influenciam as variações das
capacidades e volumes respiratórios, de um indivíduo para outro.
“Nas provas de função pulmonar, a capacidade residual funcional (CRF) está aumentada, o volume
expiratório máximo por segundo (VEMS) está diminuído, a relação VEMS / CVF está reduzida mas
pode melhorar após inalação de um broncodilatador. O volume residual (VR), a capacidade
pulmonar total (CPT) e a complacência pulmonar estão, em geral, aumentados e frequentemente
observa-se aumento da difusão do monóxido de carbono. Após a recuperação sintomática a CPT e a
complacência pulmonar retornam ao normal, mas a taxa de fluxo expiratório máxima pode
permanecer reduzida com baixos volumes pulmonares. A distribuição anormal da ventilação pode
persistir, reflectindo obstrução resistente das pequenas vias respiratórias.”(1)
• Provas de Broncomotricidade – broncodilatação (determina a eficácia dos
broncodilatadores) e broncoprovocação (determina a predisposição das vias aéreas para o
broncoespasmo, o grau de reactividade das vias aéreas).
• Radiografia do Tórax: “no geral revela apenas insuflação excessiva, que se verifica através
das cúpulas diafragmáticas e campos pulmonares anormalmente transparentes. Achados
ocasionais incluem espessamento das paredes dos brônquios e diminuição das imagens
vasculares pulmonares periféricas, em virtude de um grande tampão de muco e o sinal
sombrio de pneumotórax ou pneumomediastino, reflectindo a ruptura de tecido alveolar
causada pela alta pressão intra-alveolar.” (1)
• Gasometria Arterial: A gasometria arterial não precisa ser realizada em indivíduos com crise
leve de asma, no entanto, se a asma for suficientemente grave ao ponto de exigir observação
prolongada, a gasometria arterial será um exame indicado. A pressão parcial de dióxido de
carbono está, em geral, baixa (isto é, inferior a 36 mmHg). A pressão parcial de dióxido de
carbono aumenta em relação ao normal (40 mmHg) indica obstrução grave. A hipóxia

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arterial é comum apesar da ventilação aumentada e é decorrente da subventilação dos


segmentos pulmonares supridos por vias respiratórias estreitadas. (1)

2. Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico da asma brônquica nem sempre é correcto, uma vez que partilha sintomas com as
seguintes patologias: Obstrução das vias aéreas superiores, Inalação de corpo estranho, Embolia
Pulmonar, Edema Agudo de Pulmão, DPOC agudizada, Fibrose Quística e Pneumotórax. Para
realizar um diagnóstico correcto, deve afastar-se imediatamente a possibilidade de o quadro clínico
poder estar associado a estas patologias.
Apesar da similaridade com determinadas patologias, a asma tem características muito próprias
como:
• Obstrução ao fluxo aéreo reversível (embora não completamente em alguns pacientes)
espontaneamente ou com tratamento;
• Inflamação na qual muitas células têm um papel importante, em particular mastócitos e
eosinófilos;
• Aumento da reactividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos – hiper-
responsividade (ou hiper-reactividade) brônquica (HRB);
• Episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite
e pela manhã ao acordar.

Exame Subjectivo

O exame subjectivo é uma análise que um técnico de saúde, neste caso fisioterapeuta, faz ao
paciente. O paciente é avaliado segundo o que diz sentir, sintomas, e segundo as manifestações
observáveis, sinais.
A esta entrevista realizada ao paciente dá-se o nome de anamnese.
O exame subjectivo é dividido em cinco partes:
• Dados demográficos, ao qual o paciente refere o seu nome, idade, actividade profissional,
naturalidade, etc;
• Motivo pelo qual o paciente procurou o fisioterapeuta e o seu principal problema;

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• História clínica, em que o paciente explica os seus sintomas e o fisioterapeuta organiza os


dados indispensáveis para o problema, segundo a cronologia, localização, qualidade,
quantidade, circunstâncias, factores agravantes ou atenuantes e manifestações associadas;
• Antecedentes pessoais, pela qual o paciente menciona doenças previas, alergias
traumatismos, cirurgias, hospitalizações, medicamentos, hábitos, etc;
• Antecedentes familiares, de modo a analisar alguma hereditariedade das doenças.

Quanto aos sinais, o técnico de saúde tem que ter em conta vários aspectos.
Por exemplo num doente asmático:
• A sua tosse pode ser aguda ou crónica, seca ou produtiva, associada a outras queixas (ex.
rouquidão) e em relação ao comportamento diário ou sazonal dessa tosse.
• Quanto à sua expectoração, o fisioterapeuta avalia o volume, as circunstâncias do
aparecimento e o aspecto macroscópico (mucosa, serosa, purulenta e hemoptóica).
• A dispneia, pode ser súbita ou gradual e pode ter alguma relação com a tosse e pieira. Neste
caso o técnico de saúde tem que avaliar também a variação diária, condições ambientais e o
esforço decúbito.
• Este pode apresentar dor no tórax, ou seja, toracologia, ao qual pode ser localizada ou
irradiada, aguda ou intensa, e pode ter uma relação com a tosse e movimentos do tronco.
(1) http://www.asmabronquica.com/asma-bronquica-diagnostico.html

Tipos de asma

• Asma extrínseca ou atópica está associada a uma, hipersensibilidade devido a estímulos


externos ambientais, ou à presença de compostos químicos orgânicos (alimentos, corantes,
amendoins) ou inorgânicos (pólen, ácaros), ou seja, de origem ambientais.
Os indivíduos com este tipo de asma de faixa etária inferior a 35 anos, têm normalmente
antecedentes familiares com doenças alérgicas e esta patologia está associada á rinite
alérgica.
• Asma intrínseca ou não atópica – é caracterizada pela produção de um anticorpo, devido á
presença de substâncias nocivas ao organismo (ex. toxina, parasita), ou seja, antígenos, de
origem viral ou auto-antígenos (ex. através de uma gripe ou de uma infecção respiratória das
vias aéreas superiores). Este tipo de asma também pode ocorrer em resposta à fadiga, stress

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ou esforço físico, e assim podemos dizer que nesta patologia as causas que podem
desencadear uma crise são ideopáticas.
A asma intrínseca aparece normalmente no adulto e esta associada á bronquite ou sinusite.
• Classificação quanto á gravidade:
A asma pode ser classificada quanto á gravidade conforme a intensidade dos sintomas
(Tabela2)

Prevenção

A asma é uma doença que não tem cura, contudo grande parte das exacerbações podem ser evitadas,
basta, para tal, ter alguns cuidados e tomar a medicação adequada.
Falamos em prevenção no sentido de identificar e evitar os factores de risco desencadeantes das
crises. Alguns destes factores não são, por si só, causadores de asma mas, contudo, agravam-na.
Além disso, há sempre a possibilidade de se recorrer à dessensibilização que consiste numa série de
inoculações (através de injecções) dos agentes alergénios embora, nestes casos, os resultados nem
sempre sejam os mais satisfatórios.
A partir do momento que o doente identifica e evita os factores de risco, verifica-se uma diminuição
dos sintomas; da ocorrência das exacerbações; e da necessidade da terapêutica medicamentosa.
Seguem-se algumas medidas que poderão ser tomadas. Designam-se por medidas de evicção. São
elas:
• No primeiro ano de vida a alimentação deve ter, sempre que possível, por base o leite
materno, uma que vez que é, ele próprio, uma prevenção em relação a eventuais alergias que
possam vir a degenerar em asma. Da mesma forma, também é aconselhada a não ingestão de
leite de vaca, de ovos, bem como de outras substâncias potencialmente alergizantes como,
por exemplo, corantes e conservantes.
• Evitar: animais na área privada da casa, com a consequente abundância de pêlos do epitélio
de cão ou de gato; pó da casa (ácaros) e pólen das flores, todos eles potenciais agentes
desencadeadores de crises;
• Não usar utensílios de limpeza que contenham pêlo, bem como tapetes e cortinas no quarto;
• Não usar determinadas coberturas de colchões e roupa de cama, bem como almofadas de
pena e flocos de espuma, principalmente no quarto;

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

• Providenciar a lavagem das roupas com água quente em níveis adequados (mínimo 55ºC)
para eliminar destas, sobretudo das de cama, os ácaros. Reduzir também o uso exagerado de
produtos de limpeza que fixam o cheiro no tecido;
• Evitar o mofo e a humidade;
• Utilizar periodicamente desumidificadores que permitam o controle da humidade do ar;
• Não fumar e evitar locais com muito fumo;

Educação

A asma brônquica é uma doença crónica, como tal necessita de uma terapêutica prolongada, sendo
imprescindível a colaboração do doente para um melhor controlo da mesma. De acordo com os
Consensos Internacionais para o tratamento da asma brônquica, a educação do asmático associada
com a terapêutica farmacológica têm um papel fundamental na diminuição da morbilidade e
mortalidade desencadeadas por esta doença.
A educação deve ser contínua. Inicia-se logo no primeiro contacto com o doente e permanece nas
consultas subsequentes. O principal objectivo e, talvez o mais importante em todo o processo de
tratamento, é incentivar à envolvência activa do doente quer no auto-controlo quer na prevenção de
situações de crise, permitindo-lhe uma melhoria da qualidade de vida.
Cabe ao profissional de saúde, assim como aos outros elementos da equipa multidisciplinar auxiliar
o doente. Em primeiro lugar informando-o de uma forma detalhada e compreensível, em relação à
natureza da doença: do seu carácter crónico, dos factores de agravamento e das atitudes a adoptar
nas diversas situações. Deverá indicar também ao doente, de forma muito clara, quais os
indicadores de agravamento de asma a que deve estar atento (ex. aumento de tosse, aperto
torácico…), orientando-o no sentido de recorrer à ajuda médica adequada sempre que necessário e
sem hesitações. Posteriormente, após a indicação do tratamento, cabe-lhe orientá-lo na utilização
correcta dos medicamentos. Explicar a diferença entre terapêutica preventiva, que controla e evita o
aparecimento dos sintomas, e tratamento imediato, ou de recurso, que alivia os sintomas em
situação de crise. Deverá, para que seja de facto eficaz, organizar-lhe um plano escrito com a
terapêutica de manutenção e a terapêutica em caso de exacerbação dos sintomas.
Posto isto, tanto a prevenção como a educação do doente asmático são elementos fundamentais quer
para um melhor controlo da doença como para uma melhoria significativa da qualidade de vida do
doente.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Tratamento

Tratamento farmacológico

O tratamento da asma é dividido em dois grupos: Tratamento de manutenção e os tratamentos de


alívio. No tratamento de manutenção são usados medicamentos para manter a doença assintomática,
ou seja, actuam preventivamente, de modo a controlar a doença. Os medicamentos mais usados
nesta forma de tratamento são os anti-inflamatórios, como por exemplo, o cromoglicato (anti-
inflamatório não hormonal), nedrocomil, corticosteróides ou corticóides... Os corticóides ou
corticosteróides, pela sua poderosa acção anti-inflamatória, diminuem, a longo prazo, a inflamação
dos brônquios. Consequentemente, o doente “tem crises menos frequentes e de menor intensidade”
(2).
No tratamento de alívio são usados medicamentos para se obter uma rápida melhoria dos “sintomas
agudos e exacerbações” (3). Nesta forma de tratamento são usados broncodilatadores que actuam no
sentido de relaxar o “músculo das paredes das vias aéreas permitindo a sua abertura, o que facilita a
inspiração e expiração do ar” (4). São exemplos de medicamentos de alívio a teofilina,
anticolinérgicos, beta-adrenérgicos agonistas... No entanto, actualmente, a teofilina é mais usada
como prevenção.
Porém, tanto os anti-inflamatórios como os broncodilatadores têm efeitos secundários. Os anti-
inflamatórios provocam palpitações, insónia, náuseas, aumento do ritmo cardíaco, diarreia,
nervosismo, tremores e tendem a engrossar o muco nos brônquios... Os corticóides, quando
administrados em doses altas ou durante longos períodos de tempo, podem induzir supressão supra-
renal. Por sua vez, os broncodilatadores causam irritação da garganta, secura da boca, aumento da
tensão arterial.
O tratamento deve ser feito, primeiramente, recorrendo às beta-adrenérgicos antagonistas, depois as
teofilinas e os broncodilatadores e, em último recurso, aos corticóides.
Existem três dispositivos para a inalação dos broncodilatadores e dos anti-inflamatórios: Inaladores
€pressurizados, inaladores de pó seco e nebulizadores. No caso dos inaladores pressurizados, o
medicamento está misturado com ”propelente, surfactantes e lubrificantes sob regime de alta
pressão” (4). Em termos de eficácia, este dispositivo não é dos melhores, uma vez que apenas 10%
do medicamento se deposita nos pulmões. Para além disso, muitos pacientes têm dificuldade em
coordenar os movimentos de inspiração e disparo, diminuindo a eficácia do inalador. Para
minimizar este facto, recorre-se ao uso da câmara expansadora, que aumenta a deposição de

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

medicação nas vias aéreas e diminui a sua deposição na orafaringe. O uso correcto do inalador deve
seguir os seguintes passos: Agitar o dispositivo; retirar a tampa; expirar “todo o volume corrente”
(4); inspirar e pressionar o inalador, simultaneamente; suster a respiração por uns segundos; soltar o
ar e ventilar normalmente. Ao suster a respiração,o paciente vai permitir que o medicamento se
espalhe e se deposite mais eficazmente nos pulmões.
Por outro lado, temos os inaladores de pó seco, que são actuados pela inspiração, eliminado, deste
modo, a necessidade de coordenação da inspiração e do disparo. Quando o inalador de pó seco é
bem utilizado, 20% da medicação é depositada nos pulmões.
O nebulizador, por seu lado, é uma espécie de máquina com uma máscara, que contém o
medicamento, geralmente, misturado com soro fisiológico. Os nebulizadores podem ser
pneumáticos ou ultassónicos e, tal como os inaladores de pó seco, não necessitam de coordenação
de movimentos. É, portanto, vantajoso, em caso de exacerbação ou no caso de o doente ser uma
criança ou um idoso. Porém, apenas 12% do medicamento se deposita nos pulmões, dado que o
restante é perdido durante a expiração.
A asma também pode ser tratada através da administração de antibióticos. Para a prescrição deste
tipo de tratamento é necessário saber qual o agente infeccioso perturbador através da análise do
escarro (por coloração Gram), proveniente das secreções. Após a selecção do antibiótico adequado,
o paciente deverá ser submetido a um teste de sensibilidade ao mesmo, pois se existir uma reacção
ao antibiótico, e se este fosse administrado sem qualquer teste prévio, poderia desencadear uma
reactividade da crise asmática.
(2) http://www.asmasobcontrole.com.br/asma/como_tratar.asp
(3) “Istoé-Guia de saúde familiar-volume 4 "ASMA", pagina 38”, citado em
http://www.lincx.com.br/lincx/saude_a_z/prevencao/medicament_asma.asp
(4)
http://books.google.pt/books?id=ngU4QB8dooIC&pg=PA213&lpg=PA213&dq=Factores+psicol%
C3%B3gicos+implicados+na+asma&source=web&ots=3VCWB

Informação Adicional sobre o Tratamento farmacológico

Beta-Adrenérgicos – estes medicamentos incluem as catecolaminas (ex.: adrenalina, isoproterenol,


isoetarina, o rimiterol e a hexoprenalina), os resorcinóis (ex.: metaproterenol, terbutalina, fenoterol)
e as saligeninas (ex.: albuterol ou salbutamol). Estas substâncias têm função semelhante, a de
broncodilatadores. As catecolaminas presentam uma acção curta e apenas são eficazes via

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

intravenosa ou inalatória. A adrenalina e o isoptoterenol, embora tenham um efeito mais eficaz no


combate á asma, apresentam efeitos cardíacos, aumentando consideravelmente a contractilidade das
suas células. Os resorcinóis (com excepção do metaproterenol) e as saligeninas, são eficazes por
qualquer via de administração, têm uma durabilidade superior e não têm efeitos colaterais para o
coração.
Metilxantinas – este medicamento inclui a teofilina. Esta substância actua como broncodilatador
médio e melhorando a expectoração do muco presente nas vias respiratórias. São eficazes, embora
menos potentes. Apresentam efeitos colaterais, como, nervosismo, náuseas, anorexia, cefaleia s,
arritmias e convulsões.
Glicocorticóides – têm como função reduzir a acção inflamatória das vias respiratórias (não são
broncodilatadores). São exemplos a hidrocortisona, o cortisol, a metilprednisolona. Estas
substâncias não têm efeitos imediatos (6 horas ou mais), recomendando-se durante este intervalo a
administração de broncodilatadores. Têm uma actuação bastante eficaz no combate á asma, embora
apresentem também efeitos colaterais, tais como, candidíase orofaríngea sintomática e a interrupção
do crescimento em crianças, quando a administração é contínua.
Cromonas – como por exemplo o cromolin. Actua na “inibição da desgranulação dos mastócitos,
evitando assim a libertação de mediadores químicos da anafilaxia”. É uma substância eficaz que,
por vezes, permite a redução de medicação.
Anticolinérgicos – como por exemplo o sulfato de atropina e metilnitrato de atropina e brometo de
ipratrópio. São broncodilatadores, mas o primeiro apresenta efeitos colaterais sistémicos, tendo-se
limitado o seu uso. A segunda substância é utilizada em aerossol (agente do tipo amónia quaternária
inabsorvível), não apresenta efeitos colaterais, e é eficaz.
Tranquilizantes, sedativos e opiáceos (fármacos derivados de constituintes do ópio) não são
aconselhados a indivíduos asmáticos, devido á possível paragem respiratória. Os estados de
ansiedade e nervosismo que surgem num ataque de asma podem ser controlados pela presença do
médico ou familiar próximo com ligação afectiva, com demonstrações de confiança e segurança.
Bloqueadores beta-adrenérgicos devem ser administrados de forma cautelosa, porque “podem
provocar deterioração acentuada da função pulmonar.
A acetilcisteína (agente mucolítico) e os expectorantes não são muito eficazes na broncodilatação
das vias respiratórias. O primeiro apresenta broncoespasmos.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Tratamento em fisioterapia

O fisioterapeuta é um técnico de saúde que tem como objectivo tratar e/ou prevenir, segundo
diferentes técnicas, de modo a promover a máxima funcionalidade do individuo.
O fisioterapeuta na área cardiorespiratória tem a finalidade de proporcionar uma melhor qualidade
ventilatória (para maximizar a capacidade de transporte de Oxigénio). Sendo assim, este:
• Avalia as capacidades funcionais do doente;
• Efectua exercícios de fisioterapia respiratória, que ajuda na:
♦ Remoção de secreção pulmonar através de:
₋ Vibração, ou a corporação da vibração com a compressão torácica,
denominada vibro compressão, melhorando a expiração do fluxo;
₋ Drenagem postural (o doente é esclarecido sobre as posições a adoptar que
ajudam a drenagem das secreções devido a acção da gravidade);
₋ Técnica de expiração forçada (huffing);
₋ Ciclo activo da respiração, TCAR (1.Controle da respiração: respiração
profunda, estimulando o uso do tórax inferior; 2. Exercícios de expansão
torácica: exercícios de respiração profunda com a expiração calma e
relaxada; 3. Técnica de expiração forçada: uma ou duas tosses forçadas,
ajustados com períodos de controle da respiração);
₋ Drenagem autógena (esta técnica baseia-se com 3 a 4 respirações com
volumes pulmonares baixos, seguidas de 3 a 4 respirações até o volume
corrente, finalizando com expirações forçadas e prolongadas);
₋ Expiração lenta associada a terapia expiratória manual passiva lenta (TEMP
lento);
₋ Manobra de desinsuflação e frenolabia (padrão ventilatório com retardo
expiratório).
♦ Desinsuflação pulmonar (apertar com as mãos as ultimas costelas para controlar
o tempo de expiração),
♦ Redução do trabalho respiratório,
♦ Optimização das trocas gasosas.
• Desenvolve a reeducação ao esforço;
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

• Incentiva a pratica de um desporto adequado;


• Promove ao doente a necessidade mínima de medicação;
• Impulsiona-o a ter uma actividade diária normal.

O fisioterapeuta deve esclarecer ao doente a melhor posição deste, para que haja um melhor gasto
energético e funcional. A posição mais adequada é aquela em que os músculos da cintura escapular
se libertam, desenvolvendo o uso destes só para a função ventilatória, e assim levando ao doente a
se posicionar de forma que os membros superiores fiquem apoiados (Imagem 2, 3, 4).
O técnico de saúde tem que ter em conta a faixa etária do doente em questão. O fisioterapeuta deve
ainda esclarecer ao doente o uso correcto de medicamentos, esclarecer dúvidas, informar pontos
gerais da doença e os factores que podem desencadear uma crise e informar aos familiares.

Outros tratamentos

A psicoterapia funciona como complemento do tratamento. É um importante factor educacional,


para que o asmático, perante uma crise, possa manter-se equilibrado e consiga regular o estado de
ansiedade.
A acupunctura também pode ajudar na recuperação de um asmático. É uma terapia chinesa que
actua ao nível dos meridianos do corpo, em pontos específicos. Promove o relaxamento e a
prevenção de possíveis ataques.

Factores psicossociais

É frequente, indivíduos portadores de doenças crónicas apresentarem distúrbios emocionais.


A asma e os factores psicossociais são dois aspectos que estão interligados, como podemos ver na
seguinte dicotomia: a persistência da doença pode aumentar os problemas a nível emocional, e, por
sua vez, mudanças de personalidade dos doentes podem originar uma adesão inadequada ao
tratamento e consequentemente um pior controlo da doença.
No caso de crianças portadoras de asma, embora os factores psicológicos não sejam a causa
primária da asma, os distúrbios emocionais podem ser desencadeadores dos sinais e sintomas,
agravar os ataques de asma e influenciar adesão da criança ao tratamento. Os pais podem sentir
culpa pela doença do filho e terão tendência a superprotegê-lo.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Os adolescentes também apresentam comportamentos particulares. Nesta idade, estes sentem uma
necessidade de aceitação, gerando insegurança, que se pode traduzir muitas vezes em rebeldia e à
recusa dos planos de tratamento. É típico desta fase da vida a participação numa grande variedade
de actividades. No entanto, a asma pode inibir a prática de algumas delas por não condizerem com a
capacidade física do indivíduo, propiciando a frustração e, frequentemente quadros depressivos.
Como vimos, alguns comportamentos ou traços de personalidade podem interferir no controlo da
doença. Deste modo, deve-se avaliar se os ataques de asma são provocados por estados de stress, e,
se assim for, qual a sua origem: ansiedade, depressão, problemas pessoais (ex: morte de um
familiar). Assim, é fundamental estudar a situação do doente a nível familiar (apoio e suporte), bem
como os seus conflitos. É também necessário avaliar a participação do indivíduo na sociedade,
como por exemplo o seu desempenho no trabalho ou na escola.
No caso de doentes extremamente ansiosos, verifica-se que estes têm menor capacidade de
obedecer às orientações dadas, têm tendência a auto-dirigirem o seu tratamento e a ter uma
consciência extrema de todos os sintomas, mesmo daqueles menos relevantes, podendo ser muitas
vezes influenciados pela sugestão.
Por outro lado, doentes com predisposição à depressão, assiste-se a uma atitude de resignação e
desesperança, o que leva a uma falta de empenho nos tratamentos.
Desta forma, podemos inferir que os factores psicossociais se podem apresentar a vários níveis, de
acordo com a gravidade da asma, com a idade do indivíduo, participação na sociedade e com a sua
personalidade. Sendo assim, será pertinente avaliar psicologicamente o indivíduo antes de se
planear o tratamento contra a doença.
Assim, para que a intervenção seja bem sucedida é também necessário que os pais das crianças
asmáticas tomem inteiro conhecimento da doença, tornando-se parceiros no tratamento; seja dada
atenção ao doente e não apenas à doença, no caso de adolescentes e adultos, deve haver um diálogo
entre tratador e doente (discussões sobre a situação do indivíduo); se estabeleçam objectivos
comuns entre o utente e o profissional de saúde e uma parceria activa, baseada na confiança.

Asma e o exercício físico

Tem vindo a aumentar nas últimas décadas as síndromas alérgicas desencadeadas pelo exercício,
entre as quais a AIE (asma induzida pelo exercício).
A asma induzida pelo exercício pode definir-se como a resistência das vias aéreas superiores,
manifestada pelo broncospasmo, após a realização de exercício físico de longa duração e elevada

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

intensidade. Pode iniciar-se em qualquer idade, podendo começar a manifestar-se no doente em


estado adulto.
Os sintomas da AIE são semelhantes às outras formas de asma aguda, mas muitas vezes é
interpretada apenas como intolerância ao exercício, traduzida por cansaço, fadiga, sensação de
opressão torácica, sensação de "garganta seca" ou mesmo cefaleias.
Entre as várias formas de diagnosticar a AIE existe a Prova do Exercício no Laboratório, em tapete
rolante ou bicicleta.
A broncoprovocação farmacológica com metacolina, embora inespecífica, é mais sensível do que a
prova do exercício e por isso deve ser realizada a todos os doentes com AIE.
Apesar do risco elevado de broncospasmo induzido pelo exercício, este a longo prazo ajuda a
controlar a asma, até porque a crise asmática pode resultar mais pelo sedentarismo de uma
preparação física reduzida do que da asma em si mesma.
O exercício físico ajuda a melhorar a respiração e ventilação pulmonar, previne as alterações
posturais torácicas, reduz as complicações respiratórias, auxilia na eliminação das secreções
brônquicas, entre outros.
Alguns desportos são mais propícios do que outros para o asmático. Ambientes frios e secos, por
exemplo, estão mais associados à asma de esforço, devido ao efeito de aquecimento e humidade do
ar exercido pelas fossas nasais. Factores condicionantes são: o ambiente, a intensidade e a duração
com que é praticado o exercício. Bem como, será melhor praticar desporto num dia de menor índice
de alergénios (pólenes) ou de poluição.
Os asmáticos, antes de praticarem desporto, devem sempre fazer um aquecimento e devem respirar
pelo nariz com a maior frequência possível, e evitar desta forma respirar exclusivamente pela boca.
Devem também ser evitados certos alimentos, como bananas, amendoins, ovos, ou fármacos, como
a aspirina, pois são factores que estão associados ao desencadeamento de crises de asma.
Desportos ao ar livre, como o atletismo, e desportos de Inverno (ex: hóquei no gelo) são dos menos
indicados para pacientes com asma.
A natação é particularmente boa para pacientes com asma, pois é normalmente praticada em
ambientes quentes e húmidos. O ioga também é bom uma vez que usa técnicas de relaxamento,
alongamento, respiração e expansão torácica, levando à redução do stress e à abertura das vias
aéreas.
Actividades que envolvem curtos intermitentes períodos como voleibol, ginástica, basebol são
geralmente bem toleradas por pessoas com asma. São menos tolerados desportos como o futebol,
basquete, corridas longas…

Turno 1 25
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Um programa de actividades físicas apropriadas ao asmático também pode conter: caminhadas,


exercícios posturais, exercícios de alongamento, ginástica aeróbica, jogging, entre outros.
Quando o paciente quer iniciar algum tipo de actividade física para à qual não está habituado deve
fazer reeducação ao esforço. Esta tem como principal objectivo tentar aumentar progressivamente a
tolerância ao exercício.
A reeducação ao esforço deve ser feita gradualmente, se possível, de acordo com a profissão do
paciente.

Exercício Aeróbio e Anaeróbio

O exercício físico consiste em trabalho muscular, e independentemente do tipo de exercício


necessita de energia, a qual é obtida através de ATP, podendo ser fornecida por diferentes processos.
O músculo, além de conter reservas de ATP, tem também reservas de CP, que permite uma síntese
imediata do ATP a partir do ADP, o conjunto destas reservas designa-se fosfagénio.
Pode-se classificar o exercício físico como sendo anaeróbio e aeróbio, esta classificação tem como
base o tipo de metabolismo energético utilizado aquando da actividade física, havendo ou não, a
participação do oxigénio na produção de energia.
Por via anaeróbia aláctica o fosfagénio é a principal fonte de energia, porém por via anaeróbia
láctica a fonte de energia é a glicose, que se degrada em ATP e ácido pirúvico.
Por via aeróbia, o oxigénio intervém na formação de energia utilizada pelo trabalho muscular
(Tabela 3).

Normas de boa prática

A conduta do profissional e os recursos que este tem ao seu dispor são determinantes no tratamento
da asma.
A boa prática destas normas depende dos seguintes requisitos:
• Avaliação da predominância da asma e dos custos que esta acarreta na comunidade;
• Especial atenção a lactentes, provenientes de famílias com casos de atopia;
• Consideração das “posses” do doente e, de acordo com estas e tendo em conta a relação
preço/eficácia, aconselha aos mesmos tratamentos adequados, informando sempre dos riscos
e dos benefícios destes;
• Promoção da educação adequada ao doente.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Direitos do paciente

1. Pacientes/Clientes têm o direito a serviços de fisioterapia de boa qualidade


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Serviços de fisioterapia adequada, sem discriminação;
• Pedir uma segunda opinião a outro fisioterapeuta em qualquer fase de tratamento;
• Ser tratado de acordo com os seus interesses;
• Escolher livremente e mudar de fisioterapeuta, instituição ou serviço de saúde,
independentemente se eles se baseiam no sector público ou privado;
• Advocacia se o paciente/cliente não consegue falar por si próprio.

2. Pacientes/Clientes têm o direito à informação


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Informação adequada sobre a decisão de consentir ou recusar a análise/avaliação e
intervenção/tratamento;
• Receber informações de si próprio sobre os procedimentos que estão a ser prestados e os
resultados esperados;
• Escolher quem, se alguém deve ser informado em seu nome;
• Discutir as opções de intervenção/tratamento, incluindo informações importantes sobre
benefícios, riscos e efeitos colaterais;
• Receber informações de uma forma que seja compreensível e apropriada para o
paciente/cliente.

3. Pacientes/Clientes têm o direito do consentimento informado


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Fornecer ou reter o consentimento informado para o tipo de fisioterapia fornecida;
• Conhecer:
₋ Os efeitos de qualquer exame ou intervenção/tratamento;
₋ O risco associado a qualquer intervenção/tratamento;
₋ Os benefícios esperados de qualquer intervenção/tratamento;
₋ Alternativas razoáveis em relação à intervenção/tratamento;
₋ As implicações de reter o consentimento
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

• Autodeterminação, incluindo participação em decisões sobre as intervenções fisioterapia;


• Tomar livre decisões em relação a si próprio com o conhecimento das consequências das
suas opções.

4. Pacientes/Clientes têm o direito à confidencialidade


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Sigilo das informações (por exemplo, o estado da saúde, diagnóstico, prognóstico,
intervenções / tratamentos e quaisquer outras informações pessoais) obtidas a partir dele /
dela a menos que seja dado consentimento explícito ou expressamente previstos na lei.

5. Pacientes/Clientes têm o direito de acesso aos dados


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Ter acesso a todas as informações mantidas pelo fisioterapeuta que lhes dizem respeito.

6. Pacientes/Clientes têm o direito à educação em saúde


Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Educação para a saúde que irá ajudar a fazer escolhas informadas sobre saúde pessoal e
sobre os serviços de saúde disponíveis;
• Continuidade dos serviços de saúde.

7. Pacientes/Clientes têm o direito à dignidade


• Todos os pacientes/clientes têm o direito a:
• Ser tratados com dignidade;
• Privacidade, que deve ser respeitada em todos os momentos, em todos os serviços de
fisioterapia;
• Ser respeitado independentemente da sua cultura, valores e crenças;
• Morrer com dignidade;
• Cuidados paliativos.

Turno 1 28
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Escalas utilizadas na classificação de problemas pulmonares

“O risco operatório é a soma total de anomalias que podem ocorrer em todos os sistemas orgânicos
e suas interacções”
Estas escalas servem para averiguar o risco de os pacientes desenvolverem complicações pós-
operatórias. Estes exames são efectuados no pré-operatório.
A primeira escala foi publicada na década de 1940 e basicamente estimava a mortalidade.
Desde esta altura com o aumento da complexidade e da demanda de alguns procedimentos
específicos juntamente com os custos hospitalares devido a internamentos prolongados foi
necessário criarem-se novas escalas, algumas dessas escalas são: a Escala de Torrington e
Henderson, validada em 2000.
Esta escala é capaz de prever a probabilidade de complicações pulmonares e mortalidade nas 3
categorias de risco: alto, moderado e baixo.
Um exemplo da necessidade destas escalas, é a recessão pulmonar que é o tratamento utilizado na
Neoplasia Maligna, podendo proporcionar a sua cura em estágios iniciais da doença. Logo, com
uma escala de risco precisa, pode-se permitir uma diminuição de problemas no bloco operatório. A
escala neste tipo de tratamento é a escala de Epstein
Escala de Torrington e Henderson
Baseia-se em dados clínicos e espirométricos, que recebem uma pontuação, a soma final dos pontos
permite classificar o doente dentro de uma das três faixas de risco.
Escala de Epstein
Contempla não só, os aspectos relacionados com o quadro respiratório, mas também a tem em conta
a condição cardiovascular do candidato ao procedimento operatório
Escala de Borg
Através da observação das alterações do nosso corpo, é possível compreender a alteração da
frequência cardíaca durante o exercício físico. Pode ser utilizada em qualquer actividade aeróbica.
Os números de 6-20 são baseados na Frequência Cardíaca de 60-200 bpms por minuto, sendo que o
número 12 corresponde aproximadamente 55% e o 16 a 85% da Frequência Cardíaca máxima.
Como é que se deve aplicar a escala durante o exercício?
Como a nossa frequência cardíaca tende a aumentar durante a prática de exercício, o nosso maior
problema é puxar o nosso coração a um nível de colapso. É ai que entra Borg & Nodle, 1974, que

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

desenvolveram esta escala propositadamente para medir o cansaço do nosso coração, controlando
assim a intensidade dos nossos exercícios.
Segundo a AFAA, 1995, se durante a prática de exercício mantermos a intensidade do nosso
exercício, entre 12 e 16, estamos a praticar desporto correctamente e a melhorar a nossa preparação
física.
Consoante a nossa percepção da intensidade do exercício, sempre que verificarmos que este, esta a
ser demasiado intensivo ou vice-versa, podemos alterar sempre o plano e intensidade de treino
(Tabela 4).

Sistema Cardio-Respiratório

Anatomia

O coração é um órgão muscular que bombeia o sangue para todas as partes do corpo o qual está
situado na cavidade torácica. O seu tecido muscular chama-se miocárdio, o qual é revestido
externamente pelo pericárdio e internamente pelo endocárdio.
O coração é dividido em duas metades (direita e esquerda) por um septo longitudinal. Cada metade
é constituída por uma aurícula e um ventrículo, e há comunicação entre cada um deles através de
válvulas aurículo-ventriculares, havendo isolamento em relação a cada metade (Imagem 5).
O coração funciona como uma bomba, sendo responsável pela circulação do sangue nos vasos
sanguíneos. Contraindo-se energicamente, produz uma pressão responsável pela manutenção do
fluxo sanguíneo nos vasos. Na verdade, o coração é constituído por duas bombas, o lado direito
bombeia o sangue para a circulação pulmonar, transportando-o para os pulmões, onde o sangue é
oxigenado. O dióxido de carbono difunde-se do sangue para os pulmões enquanto o oxigénio se
difundo dos pulmões para o sangue. O lado esquerdo do coração bombeia o sangue para a
circulação sistémica, transportando-o para todos os outros tecidos do corpo.
À aurícula direita chegam a veia cava superior e a veia cava inferior. À aurícula esquerda chegam as
veias pulmonares. Quando o sangue chega às aurículas, estas contraem-se – sístole auricular – e o
sangue passa para os ventrículos. A válvula mitral e tricúspide fecham, os ventrículos contraem-se –
sístole ventricular – e o sangue sai do ventrículo direito pela artéria pulmonar e do ventrículo

Turno 1 30
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

esquerdo pela artéria aorta. Depois desta contracção, o coração descansa umas décimas de segundo
– diástole -, e reinicia o seu trabalho.
À saída do coração, no inicio das artérias encontram-se válvulas que impedem o regresso do sangue
ao coração. O movimento de “fecha e abre” das válvulas da aorta pode ser sentido ao longo das
artérias e é vulgarmente designado por pulsação.
Como já referi existem dois tipos de circulação: Circulação pulmonar ou pequena circulação e
circulação sistémica ou grande circulação.
Na pequena circulação o sangue venoso do ventrículo direito sai para as artérias pulmonares na
direcção dos pulmões, onde se dá a hematose. O sangue arterial regressa ao coração pelas veias
pulmonares, entrando na aurícula esquerda.
A grande circulação inicia-se no ventrículo esquerdo que impulsiona o sangue arterial para a artéria
aorta. Esta ramifica-se para os principais órgãos do corpo onde o oxigénio é utilizado. O sangue
venoso regressa ao coração pelas veias cavas, entrando na aurícula direita.
A cavidade torácica descreve-se por um cone truncado, mais estreito superiormente, a qual
apresenta uma parede com a mesma espessura que o esqueleto. Nela incluem-se os principais
órgãos dos sistemas respiratório e circulatório.
Esta cavidade divide-se em três espaços principais: os compartimentos laterais, a cavidade direita e
a cavidade esquerda da pleura, em que cada uma delas circunda um pulmão, e o mediastino, que é o
compartimento central que contém as estruturas condutoras que formam as vísceras torácicas com
excepção dos pulmões.
A parede torácica inclui:
• Elementos esqueléticos (caixa torácica)
• Músculos a ela acoplados
• Estruturas adjacentes (pele, tecido celular subcutâneo, etc.)
O facto de esta parede apresentar alguma rigidez, propicia:
• A protecção dos órgãos internos torácicos e abdominais, protegendo desta forma os
principais órgãos da respiração e circulação.
• Resistência às pressões internas negativas geradas pela retracção negativa
• Pontos de fixação aos membros superiores e sustentação do peso
• Fixação de muitos músculos
A superfície posterior é formada pelas doze vértebras torácicas e pela parte posterior das doze
costelas.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

A superfície anterior é formada pelo esterno e pela cartilagem costal (que contribui para a
mobilidade e a elasticidade da parede), e as superfícies laterais são formadas pelas costelas, por três
camadas de músculo liso que preenche os espaços intercostais entre as costelas adjacentes, move as
costelas e fornece o suporte dos espaços intercostais
As costelas podem ser consideradas:
• Verdadeiras (vertebrocostais; 1ª à 7ª) pois fixam-se directamente ao esterno através das suas
próprias cartilagens costais
• Falsas (vertebrocondrais; 8ª,9ª e/ou 10ª) pois fixam-se através da cartilagem da costela
acima
• Flutuantes (vertebrais livres; 11ª e 12ª) pois apresentam cartilagem rudimentar, não se
conectam e terminam na musculatura posterior.
Há um aumento do tamanho da 1ª à 7ª costela, decrescendo até à 12ª. O ângulo também aumenta até
à 9ª costela, e decresce até à 12ª.
A costela é constituída por: cabeça, colo, tubérculo e corpo.
A cabeça é cuneiforme, ou seja, em forma de cunha, com duas faces articulares.
O colo une a cabeça ao corpo, ao nível do tubérculo, o tubérculo por sua vez, situa-se na junção do
colo ao corpo, e apresenta uma face articular lisa. O corpo é fino, plano e curvo, principalmente no
ângulo da costela, e possui um sulco no bordo inferior para a protecção de vasos e nervos (Imagem
6).
O esterno forma a região anterior da caixa torácica. É um osso plano alongado
dividido em três partes: manúbrio do esterno, corpo do esterno e apófise xifóide.
O manúbrio do esterno é o osso mais largo e espesso e possui uma incisura jugular e duas incisuras
claviculares.
A sínfise (fusão) manubrioesternal (parte inferior do manúbrio com o corpo do esterno) forma o
ângulo esternal, o qual constitui um importante factor aquando da realização de exames físicos do
tórax, até porque é ao nível do ângulo esternal (localizado entre as vértebras torácicas T4 e T5 ao
nível da segunda cartilagem costal) que se dá a bifurcação da traqueia em brônquio principal
esquerdo e direito.
O corpo do esterno é um osso mais fino, e é duas vezes mais longo do que o manúbrio. Localiza-se
ao nível das vértebras torácicas T5 a T9 e apresenta as incisuras costais onde se fixam as cartilagens
costais. O corpo do esterno do esterno é relativamente flexível e pode ser comprimido sem que haja
fractura, sendo por isso possível a realização da massagem cardíaca.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

No entanto, o corpo do esterno nos jovens apresenta algumas diferenças, pois apresenta-se segundo
quatro esternebras (segmentos originários do esterno) que se articulam entre si por articulações
cartílagineas primárias (sincondroses esternais), estas esternebras fundem-se a partir da extremidade
inferior entre a maturidade e os 25 anos.
A margem inferior do corpo fixa-se junto à apófise xifóide originando-se assim a articulação
xifoesternal, indicando o limite inferior da parte central da cavidade torácica, projectado na parede
anterior da cavidade.
A apófise xifóide é o menor osso do esterno, é fino e alongado e localiza-se ao nível da vértebra
T10 e marca o limite superior do fígado, do tendão central do diafragma e a borda inferior do
coração (Imagem 7).

Os músculos responsáveis pela inspiração são o diafragma, músculos intercostais externos, pequeno
peitoral e os escalenos. O diafragma ao contrair-se provoca o aumento em cerca de dois terços do
volume total da caixa torácica. A contracção dos restantes músculos leva á elevação da grade costal
contribuindo para o aumento de volume torácico.
Dos músculos da expiração fazem parte os músculos da parede abdominal e os intercostais internos
que têm como função o abaixamento da grelha costal e esterno.
Os músculos intercostais externos e internos para além de participarem respectivamente na
inspiração e expiração têm como principal função o fortalecimento da parede torácica, impedindo o
colapso da mesma durante a inspiração.
O diafragma, principal músculo da respiração tem inserção na porção interior do limite inferior da
cavidade torácica, sendo constituído no seu topo por uma zona ampla de tecido conjuntivo
designado de centro frénico.
Na respiração em repouso, o diafragma contrai-se, levando ao abaixamento do centro frénico que
ocorre devido ao relaxamento dos músculos da parede abdominal, impedindo o contacto das
vísceras abdominais com o diafragma. Quanto mais profunda for a respiração maior é a resistência
das vísceras à descida do centro frénico. Deste modo a contracção continuada do diafragma provoca
o seu achatamento e a elevação das costelas mais inferiores. Os restantes músculos participam na
elevação da grelha e aquando desta, as cartilagens costais levam à expansão lateral da cavidade
torácica. Durante a inspiração os diâmetros torácicos aumentam.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Durante a expiração dá-se o relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais externos que
leva à diminuição do volume torácico. Com a ajuda dos músculos da parede abdominal estes
provocam a elevação das vísceras e do diafragma. Durante a expiração os diâmetros torácicos
diminuem.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Fisiologia

A estrutura dos pulmões (Imagem 8) divide-se em duas partes:


• As vias aéreas superiores – Cavidade nasal e faringe
• As vias aéreas inferiores – laringe, traqueia, brônquios e pulmões
Têm como função:
• Trocas gasosas (liberta CO2 e capta O2)
• Receptores olfactivos
• Produção de sons
• Regulação do pH sanguíneo
• Filtração e aquecimento do ar inspirado
• Libertação de H2O e calor (regulação temperatura)
A respiração divide-se em 3 fases (trocas gasosas:
1. Ventilação pulmonar – fluxo de ar para o interior (inspiração) ou exterior (expiração) dos
pulmões
2. Respiração externa – trocas gasosas entre o ar pulmonar e o sangue nos capilares
pulmonares (há um aumento de O2 e uma diminuição de CO2)
3. Respiração interna – trocas gasosas entre o sangue nos capilares sistémicos e os tecidos
(aumento de CO2 e diminuição de O2)
A respiração celular é um conjunto de reacções metabólicas por produção de ATP (consumo O2
mais libertação de CO2)
Componentes e função dos Alvéolos Pulmonares
O Alvéolo é um tecido epitelial pavimentoso simples (pneumócitos I e II) e é suportado pela
membrana basal elástica fina.
Dentro do Alvéolo podemos encontrar:
• Pneumócitos de tipo I, que formam o revestimento do Alvéolo
• Pneumócitos tipo II, que segregam Surfactante (fosfolipidos mais lipoproteinas)
• Macrófagos alveolares, fagocitam partículas de pó e outros resíduos
• Fibroblastos, estes produzem fibras reticulares e elásticas
A Membrana Respiratória (2µm) é constituída por:
• Parede alveolar (Pneumócitos de tipo I e II mais macrófagos)
• Membrana basal epitelial (sob a parede alveolar)
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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

• Membrana basal capilar (sob o endotélio)


• Endotélio capilar

Transporte de Oxigénio

O sistema respiratório ou pulmonar realiza funções importantes no fornecimento de oxigénio


durante a inspiração, na remoção do dióxido de carbono durante a expiração, e ainda no ajuste do
equilíbrio ácido-base (pH) do corpo, removendo ácidos e formando CO2. A respiração é uma das
funções essenciais do organismo, é nos alvéolos pulmonares que se dá a hematose pulmonar, isto é,
a troca gasosa que consiste na passagem de oxigénio do alvéolo para o sangue e do dióxido de
carbono do sangue para o alvéolo.
As vias respiratórias são constituídas pelas cavidades nasais, faringe, traqueia e árvore bronquial
que conduzem, aquecem, humedecem e filtram o ar inalado das partículas de pó e gases irritantes,
antes de chegarem à parte pulmonar.
A parte respiratória dos pulmões é formada pelos pulmões com os bronquíolos respiratórios, os
alvéolos pulmonares e o tecido elástico. Todas as vias respiratórias das narinas até aos bronquíolos
terminais mantém-se húmidas pela presença de uma camada de células denominada epitélio. Este
produz um substância chamada muco, o muco humedece o ar e impede que as delicadas paredes
alveolares se sequem ao mesmo tempo que apanha partículas de pó e substâncias estranhas. No
epitélio também há células ciliadas, os cílios são espécies de pelos na superfície da célula que
produzem um movimento ondulatório. Este movimento faz com que o muco flutue lentamente até à
faringe e a partir da tosse faça expelir as partículas que leva presas.
A ventilação consiste no movimento de ar para dentro e para fora dos pulmões. O ar movimenta-se
das áreas de maior pressão, para aquelas em que a pressão é menor. A pressão pulmonar diminui à
medida que o volume dos pulmões aumenta.
A inspiração promove a entrada de ar nos pulmões e a expiração promove a saída de ar dos
pulmões.
No final da expiração (A), a pressão intrapulmonar iguala a pressão atmosférica e não há
movimento de ar. Durante a inspiração (B), o volume dos espaços intrapleurais aumenta,
provocando a diminuição da pressão nos espaços intrapulmonares. Assim o ar entra de fora do
corpo (da atmosfera) onde a pressão é maior (760 mm Hg), para os alvéolos, onde a pressão é
menor (759 mm Hg). No final da inspiração (C) o valor da pressão intrapulmonar e atmosférico
voltam a igualar e o ar deixa novamente de se movimentar. Durante a expiração (D) dá-se uma

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

diminuição do volume dos espaços intrapeurais, provocando um aumento da pressão dos espaços
intrapulmonares. Como a pressão intrapulmonar é maior (761 mm Hg) que a pressão atmosférica
(760 mm Hg), o ar flui para fora do corpo (Imagem 9).
As membranas respiratórias dos pulmões localizam-se nos bronquíolos respiratórios, nos canais
alveolares e nos alvéolos. Rodeando cada alvéolo, existe uma rede de capilares, dispostos de forma
que o ar dos alvéolos está separado do sangue dos capilares alveolares, por uma fina membrana
respiratória.
Os factores que influenciam o débito da difusão de um gás através da membrana respiratória
incluem: a espessura da membrana; o coeficiente de difusão de gás na substância da membrana, que
é aproximadamente igual ao coeficiente de difusão desse gás na água; a área da superfície da
membrana; a diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana.
O aumento da espessura da membrana diminui o índice de difusão. O normal é 0.5 mm de
espessura, mas algumas doenças respiratórias podem aumentá-la. Se a espessura da membrana
duplicar ou triplicar o número das trocas gasosas é muito baixo.
O coeficiente de difusão é uma medida de facilidade com que um gás se difunde através de um
líquido ou de um tecido. Se for atribuído o valor 1 ao coeficiente de difusão do oxigénio, o
coeficiente do dióxido de carbono é 20. Isto significa que o dióxido de carbono se difunde 20 vezes
mais rápido que o oxigénio, através da membrana respiratória.
No adulto normal, a área total da superfície da membrana respiratória (Imagem 10) é de cerca de 70
m². Esta superfície da membrana respiratória pode ser menor por diversas doenças respiratórias. Se
a superfície diminui as trocas gasosas são reduzidas mesmo durante o repouso.
Por último a diferença de pressão parcial de um gás através da membrana respiratória, é a diferença
entre a pressão parcial do gás dentro do alvéolo e a sua pressão parcial no sangue do capilar
alveolar. Normalmente a pressão parcial de oxigénio é maior nos alvéolos do que no sangue dos
capilares alveolares e, a pressão parcial de dióxido de carbono é maior no sangue dos capilares
alveolares e menor nos alvéolos. Quando a pressão é maior num dos lados da membrana
respiratória, ela difunde-se do lado onde é maior para aquele onde é menor. A diferença da pressão
parcial do oxigénio e do dióxido de carbono pode aumentar através da elevação da ventilação
alveolar minuto. O grande volume de trocas entre o ar atmosférico e o ar residual eleva a pressão
parcial de oxigénio alveolar, baixa a pressão parcial do dióxido de carbono alveolar, favorecendo
então as trocas gasosas. Uma ventilação desajustada conduz a trocas insuficientes.
Em situações de ventilação e fluxo sanguíneo normais, as trocas de oxigénio e de dióxido de
carbono, através da membrana respiratória, são próximas do ideal.

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Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Após a difusão do oxigénio através da membrana respiratória para o sangue, a sua maioria combina-
se, de forma reversível, como a hemoglobina e uma pequena parte dissolve-se no plasma (Imagem
11).

Conclusão
A iniciação ao Módulo “Cardio-Respiratório I” revelou-se um pouco difícil, não só por começarmos
com a primeira patologia, mas também porque não estávamos assim tão preparados no que diz
respeito à Anatomia e Fisiologia do corpo humano.
No entanto, ao longo das duas semanas trabalhamos arduamente para compreendermos a
fisiopatologia da asma e os restantes subtemas a ela associados.
Concluímos que a asma não tem apenas uma componente fisiológica, mas também uma
componente psicossocial, sendo ambas importantes para a escolha do melhor tratamento. A
educação e a prevenção são também essenciais.
O papel do fisioterapeuta passa, principalmente, pela correcção da postura do indivíduo asmático e
pela ajuda na eliminação de secreções. É também indispensável ensinar os pacientes a utilizar os
dispositivos para a administração de aerossóis.
Após a elaboração deste portefólio, sentimo-nos muito mais esclarecidos em relação ao papel do
fisioterapeuta em doentes asmáticos e em relação a todas as questões inerentes à asma.

Turno 1 38
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

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Turno 1 40
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

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• Vídeo, Anatomia e fisiologia dos pulmões 1 (disponível em:
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lungs-video.htm).
• Vídeo, Anatomia e fisiologia 2, (disponível em:
http://videos.howstuffworks.com/hsw/16919-the-human-respiratory-system-video.htm).
• Vídeo, Biologia: A Fisiologia do Sistema Respiratório (Prof. Toid) (disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=Jq3U0K0E1uU).
• Os dados sobre a Escala de Borg foram cedidos por uma aluna do 2º ano de fisioterapia.
• http://www.ff.up.pt (imagem da capa)

Turno 1 41
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Anexos

Mapa Conceptual

Turno 1 42
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Imagens:

Imagem 1 – Processo Inflamatório

Imagem 1 – Reeducação da posição

Turno 1 43
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Imagem 2 – Treino de soprar com os lábios

Imagem 3 – Posições de descanso nos doentes sintomáticos

Imagem 5 – Coração

Turno 1 44
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Imagem 6 – Costela

Imagem 7 – Esterno

Turno 1 45

Imagem 4 – Sistema Pulmonar


Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Imagem 8 – Sistema pulmonar

Imagem 9 – Alterações da pressão durante a inspiração e expiração

Turno 1 46
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Imagem 10 – Membrana Respiratória

Imagem 11 – Trocas Gasosas

Turno 1 47
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Tabelas:

Tabela 1 – Incidência da asma, em vários países,


ao longo do tempo.

Turno 1 48
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Sintomas Sintomas Nocturnos


6 -
7 Asma intermitente Surgem
Muitomenos
fácil de umaMenos de duas vezes por
8 -
vez por semana mês
9 Fácil
Asma persistente
10 Uma ou -mais vezes por
Relativamente
Mais de duas vezes por
ligeira 11 semana, mas menos de
fácil mês
12 uma vez por
- dia
Asma persistente Diários
Ligeiramente Mais de uma vez por
13
moderada cansativo semana
14 -
Asma persistente Permanentes
15 Cansativo Frequentemente
grave 16 -
17 Muito cansativo Tabela 2 - Gravidade da asma
18 -
19 Exaustivo
20 -

Tabela 3 – Classificações do exercício físico

Turno 1 49
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Tabela 4 – Escala de Borg

Turno 1 50
Condições Cardio-Respiratórias I – 1º Problema – Asma

Gráficos:

Gráfico 1 – Asma, em Portugal, de acordo com a idade

Turno 1 51

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