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ª Ministra da Educação
C/C
- Exmo. Senhor Presidente do Conselho Geral Transitório
- Exma. Senhora Presidente do Conselho Pedagógico
- Exma. Senhora Presidente do Conselho Executivo
- Directora Regional de Educação do Centro
- Plataforma Sindical
- Grupos Parlamentares
- Órgãos de Comunicação Social
Queremos que saibam que se fazemos greve, isso acontece por razões muito fortes,
que não se prendem, como vos quer fazer crer o governo, com manipulações políticas
e sindicais e muito menos por recusa a sermos avaliados.
A principal preocupação deste governo não é criar condições que contribuam para a
melhoria da escola pública, mas antes resolver problemas financeiros à custa dos
professores. Por isso dividiu a carreira docente entre professores titulares e
professores, com um único objectivo: impedir o acesso ao topo da carreira da
esmagadora maioria dos professores. Não existe mais nenhum país na Europa que
tenha esta divisão. O que fazem os professores titulares é o mesmo que todos os
professores sempre fizeram e o que os professores em qualquer parte do mundo
fazem: ensinar, ajudando os vossos filhos a crescer, a enriquecerem-se em saberes
e competências e a serem felizes.
O êxito que eles alcançam é o nosso êxito. O seu sucesso é o nosso sucesso e a
razão de ser do nosso trabalho. Não precisamos de processos de avaliação
burocráticos que privilegiam o preenchimento de papéis e mais papéis, que nos
roubam tempo e energias necessárias, desviando o nosso trabalho e preocupações
daquilo que é realmente importante: o trabalho com e para os nossos alunos dentro
e fora da sala de aula.
120 mil professores na rua manifestando-se, mais de 90% fazendo greve: não podem
estar todos errados e a ministra certa! A esmagadora maioria dos educadores e
professores deste país não pode aceitar passivamente continuar a ser maltratada,
humilhada e responsabilizada pelas sucessivas asneiras que ministérios atrás de
ministérios fazem e desfazem, reformas nunca avaliadas e que, muitas das vezes,
apenas trazem às escolas instabilidade, desorientação, acrescentando problemas aos
problemas já existentes.
Governos vão e governos vêm. Todos querem deixar a sua marca no sistema educativo!
Mas os professores ficam. São eles que asseguram, apesar de tudo, o funcionamento
das escolas e os projectos de animação cultural e pedagógica. São eles que
acompanham os alunos, que os apoiam nos seus problemas, que os incentivam a ir
mais longe.
Professores e famílias, são os principais interessados em que a escola pública,
universal, gratuita e democrática ofereça um ensino de qualidade e promova a
integração e o sucesso de todos.