Professional Documents
Culture Documents
VIOLAÇÃO DO SEGREDO
PROFISSIONAL
_____________________________
Prevê o art. 154 do Código Penal: “revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a alguém”. A pena cominada é detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Sujeito ativo é a pessoa que, em razão de sua função, ministério, ofício ou profissão,
conhece o segredo do outro.
Sujeito passivo é qualquer pessoa que possa sofrer dano em razão da divulgação do
segredo. Pode ser aquele que confidenciou o segredo ao agente ou a terceira pessoa à qual
se refere a informação sigilosa.
32.2 TIPICIDADE
32.2.1 Conduta
O núcleo do tipo é revelar, empregado no sentido de contar a uma pessoa o que sabe.
Basta que o segredo seja revelado a uma só pessoa, por qualquer meio. Uma carta, um
telefonema, numa conversa qualquer.
Por função deve-se entender toda e qualquer atividade a que o sujeito se obriga em
virtude de uma lei, de um contrato ou de uma decisão judicial. Assim as funções do tutor,
do curador, do depositário judicial, do síndico e do inventariante, bem como as funções de
natureza pública, que decorrem do exercício de cargos públicos.
A norma contém o mesmo elemento normativo dos tipos anteriores: sem justa
causa. Assim, pode o agente revelar o segredo justificadamente.
Também o advogado não tem o direito de comunicar à autoridade policial que seu
cliente cometeu determinado crime ainda desconhecido. Ao contrário, seu dever é de
fidelidade para com aquele que lhe confiou o segredo.
ainda não foi descoberto, não tem o dever de revelar o segredo, todavia, se recebe, no
confessionário, a notícia de que um crime vai ser cometido, haverá justa causa para
revelá-la à autoridade policial, porque aí o interesse público deve prevalecer, ainda
porque o padre não tem o direito de recusar-se a depor como testemunha.
O crime é doloso. Deve o agente ter consciência da conduta, do segredo que vai
revelar, da potencialidade do dano, da ausência de justa causa para revelá-lo e a vontade
livre de fazê-lo, realizando o tipo. Errando sobre um desses elementos, a tipicidade
desaparece por exclusão do dolo.
Ocorre a consumação quando o agente conta o segredo para uma outra pessoa,
independentemente da produção do dano que, aliás, pode nem ocorrer.
Admite-se a tentativa quando a revelação se fará por meio de carta que não chega a seu
destinatário por razões alheias à vontade do remetente.