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VIEIRA, Alberto (1996), Os engenhos de Açúcar e aguardente na Madeira. Situação actual, Funchal,
CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/
hsugar-pontomadeira.pdf, data da visita: / /
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OS ENGENHOS DE AÇUCAR
E AGUARDENTE NA
MADEIRA
SITUAÇÃO ACTUAL
ALBERTO VIEIRA
1996
FUNCHAL-MADEIRA http://www.madeira-edu.pt/ceha/
EMAIL:CEHA@MADEIRA-EDU.PT
O período áureo da cultura do açúcar decorreu entre meados do século XV a XVI. A grande
solicitação do mercado europeu permitiu a expansão da cultura e que os madeirenses adquirissem
elevados lucros. A este momento sucederam-se outras duas fases, mas a cultura nunca adquiriu a
dimensão do primeiro momento. A informação dos engenhos deste primeiro momento surgem apenas
em Gaspar Frutuoso que, em finais do século XVI, nos dá conta de 33 em toda a ilha
A primeira metade do século XVI, em que a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro
obrigou os madeirenses a apostar de novo na cultura para manter a sua indústria de conservas e
casquinha. O incentivo à construção de novos engenhos foi promovido pela coroa.
Em finais do século XIX o crise do vinho obrigou ao recurso da cana como alternativa
económica. É no decurso desta fase que ainda hoje persiste a cultura na ilha, não obstante o golpe
mortal desferido em 1985 com o encerramento definitivo da Fábrica do Hinton, a única que ainda
produzia açúcar.
A política de proteccionismo e favorecimento do engenho do Torreão afastou todos os demais
da industria, levando a maioria ao encerramento. Em 1934 um decreto estabeleceu claramente a
situação: proibiu a construção de mais engenhos até 1953 e os demais existentes deixaram de poder
laborar açúcar, actividade que passou a ser exclusiva do engenho do Torreão. Pior foi o que sucedeu em
1954 com o decreto que determinou a concentração de todos os fabricantes de aguardente em apenas
três fábricas: Sociedade dos Engenhos da Calheta, Lda, Companhia dos Engenhos de Machico lida,
Companhia de Engenhos do Norte(Porto da Cruz).
O primeiro engenho da última fase surgiu e, 1826 por iniciativa de Severiano Ferraz. A energia
para mover estes novos engenhos poderia ser escolhida entre a força motriz dos bois, da água e do
vapor. Dependendo a opção do volume de cana a laborar e da capacidade financeira do seu
proprietário. Ao mesmo tempo diferencia-se a aposta na produção de açúcar ou e aguardente.
Em 1861 dos 29 engenhos temos apenas cinco para a produção de açúcar, situadas na Calheta,
Santa Cruz, Ponta de Sol e Funchal. A redução destes últimos é inevitável nos anos seguintes com a
existência em 1900 de apenas três no Funchal: Hinton, Silva Manique(Ponte Nova), José de Faria e
Cª(S. Martinho). Em 1929 eram apenas duas e passados dez anos tudo ficou reduzido a apenas uma
unidade industrial com o exclusivo do fabrico de açúcar, isto é, o engenho do Hinton.
A afirmação da cana sacarina na segunda metade do século XIX conduziu inevitavelmente ao
aumento do número de engenhos, atingindo-se o máximo em 1906 com 57 unidades para fabrico de
aguardente e açúcar. Todavia as medidas limitativas a partir de 1939 conduzem ao encerramento da
quase totalidade destas.
Engenhos de Açúcar na
Madeira.1590 -2001
VESTÍGIOS
Os vestígios de engenhos que ainda hoje são visíveis na ilha resulta da última fase açúcareira, sendo
na totalidade construídos entre finais do século XIX e princípios do século XX.
FUNCHAL.
Engenho do Hinton fundado em 1856 por W .H. Hinton. Desactivado em 1986.
Engenho fundado por Pedro Pires em 1867.Estrada Monumental, actuais
instalações da Casa de Vinho Barbeitos.
RIBEIRA BRAVA.
Engenho fundado por José Maria Barreto e Co. Actuais instalações do Museu
Etnográfico
Engenho da Tabua: propriedade de Valério Roiz da Cova e José da Silva.
PONTA DE SOL
Engenho do Livramento, de Francisco Silva Gaspar de 1907
CALHETA
Engenho do Arco da Calheta, fundado em 1901 por Juliana Lopes Jardim
Engenho da vila da Calheta de António Roiz Brás, fundado em 1908
Engenho do Paul do Mar. Fundado pelo conde de Carvalhal em 1858
Engenho da Serra de Água, fundado em 1857 por Diogo de Ornelas Frazão
Engenho do Jardim do Mar, fundado em 1900 por Francisco João de Vasconcelos
S. VICENTE
Engenho de Ponta Delgada, fundado em 1858 pelo Conde de Carvalhal
Engenho fundado em 1861 por Cândido Lusitano da França Andrade
Engenho da Ribeira do Porco, fundado em 1899 por Francisco António Abreu
Cardoso
SANTANA
MACHICO
Engenho do Faial, fundado em 1899 pelo Dr. João Caetano de Menezes
Engenho Casas Próximas(Porto da Cruz), fundado em 1858 por João e Valentim
Leal
Engenho do sítio da Estacada(vila de Machico), fundado em 1858 por João
Escórcio Câmara
Engenho Engenho do sítio dos Moinhos (vila de Machico), fundado em 1858 por
Manuel António Jardim
EM FUNCIONAMENTO
CALHETA
Na vila da Calheta existiram dois engenhos, mas hoje funciona apenas um, restando do outro apenas
para da fornalha e chaminé do engenho fundado em 1908 por António Roiz Brás. O actual engenho
em funcionamento existia já em 1901 e era pertença da firma Lopes & Duarte. Nesta data o engenho
movido a água foi adaptado para funcionar a vapor e água. Fabrica aguardente e mel.
FUNCHAL
No Funchal, depois do encerramento do engenho do Hinton em 1986, resta apenas o do Ribeiro Seco,
fundado em 1883 por Aluísio César Betencourt. Fabrica mel
MACHICO(PORTO DA CRUZ)
Nas Casas Próximas no Porto da Cruz o primeiro engenho foi montado em 1858 por João Leal e
Valentim Leal para o fabrico de aguardente e mel. O segundo surgiu em 1927, na fase de encerramento
da maioria dos engenhos do norte, ficando este, sob a designação de Companhia dos Engenhos do
Norte Ltda, com o rateio da cana de quatro engenhos. Fabrica aguardente e mel.