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Lista de Imagens
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Introdução
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Considerações Finais
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Referências Bibliográficas
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Lista de Imagens
Figura 3 - “Zero and Not”, 1985. Joseph Kosuth. Papel impresso sobre
parede e fita adesiva.
Fonte: http://www.users.zetnet.co.uk/richart/archive/kosuth.jpg
Fonte:
http://www.overmundo.com.br/_agenda/img/1208767890_monologo_para_um_cach
orro_cred_andre_fossati_3.jpg
Introdução
Gê Orthof
8Berkeley, 2008.
9Merleau-Ponty, 2005:132.
9
10Merleau-Ponty, 1980.
11Basbaum, 2007.
10
15Deleuze, 1988:73.
Em Zero & Not (1985), paredes com escritas. Mas uma tarja se
sobrepõe, suprime as palavras e os espaços entre elas, oblitera a
linguagem e reproduz silêncio. É como se a arte conceitual abrisse
mão da imaterialidade e se rendesse à condição de objeto poético.
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asserções” 20
da crítica oriunda do estruturalismo. Asserções essas que,
no final dos anos 60, declararam a morte do autor e que produz ainda
hoje seus desdobramentos, segundo Cristine Macel “na forma de uma
glorificação da não-produção e uma preferência pelo real (em relação
ao trabalho de arte), demonstrando uma atitude, às vezes,
profundamente anti-humanista.” Na França foi por muito tempo
acusada do “crime da autobiografia” e de “egomania”. Razões para a
defesa do direito à auto-referência (ou ao “criminoso” conteúdo auto-
biográfico) à parte, o fato é que em seus diários escritos entre 1978 e
1992 registra eventos entre a factualidade e a ficção, entre a
autobiografia e o anonimato. Há um gênero literário conhecido como
“auto-ficção” 21
, onde o autor empresta seu nome ao conceito em seu
livro, resultando numa narrativa de ficção homodiegética. Nela o
autor declara: “Sou eu e não sou eu” 22
e, se há um gênero que possa
se aproximar desse jogo vertiginoso de espelhos, além da
autobiografia, seria a “auto-ficção”. Enquadrando-se os escritos de
Calle em algum desses gêneros ou não (provavelmente não), atente-
se aqui apenas para o fato de que seu trabalho assume um caráter
distintivo pela ligação com a imagem fotográfica adicionada a (ou que
inspira) essas narrativas.
20Cristine Macel in The Author Issue in the Work of Sophie Calle. Catálogo da
exposição M’as-tu Vue no Centre Pompidou em 2003. Munich, Berlin, London, New
York: Prestel Verlag, 2003:17. Cristine Macel é curadora da mostra. Tradução minha.
21Criado por Serge Doubrovsky em seu livro “Fils”, de 1977. (Macel, 2003:21.)
22Genette, Gérard. Fiction ET Diction, Paris, Seuil, 1991 Apud Macel, Christine In
The Autor Issue in The Work of Sophie Calle. Macel, 2003:21.
19
7.
“Diaries”,
Sophie
Calle,
1978 -
1992.
(excerto).
23Bachelard, 2003:221.
21
24idem:189 - 201.
24
26Nothomb, 2003:16.
26
28Lacan, J. Les nondupes errent, Seminário 21, 1974-5, Apud Kauffman, 1996.
30Freud, 1996.
34Merleau-Ponty,1999, p. 49.
29
35 Barthes, 1990.
30
36Freud, 1987:296.
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Considerações Finais
Dentre as possibilidades de articulação entre palavra e imagem
que se apresentam, procurávamos alguma que pudesse suscitar o
oposto da qualidade factível de comunicação dessas formas de vida
da linguagem. Optamos pela investigação em torno de sua
incomunicabilidade. A idéia da incomunicabilidade nos levou à
proposta de uma configuração espacial que busca alterar, ainda que
de forma sutil, o estado usual de percepção na presença das palavras
ou das imagens, o que acaba por inviabilizar para o espectador a
identificação de uma narrativa transferível, comunicável.
Fizeram parte do processo poético o gesto de subtração de
partes da escrita impregnada ─ o qual carrega uma tentativa de
anulação dos limites daquilo que porventura se esconda por trás dos
limites da escrita ─ assim como o gesto de subtração do nome próprio
─ em cujas entrelinhas se lê o despojamento do que nos marca como
interlocutores. Diante do livro-caderno vazio da condição de ser
humano, evoca-se o silêncio que não leva à verdade e sugere-se certo
desapego do que está estabelecido, como única possibilidade de uma
revelação.
A presença do espectador, nesse trabalho, é solicitada
paralelamente em um espaço maior, um espaço sem respostas, o da
imensidão íntima, onde se perde o vislumbre das fronteiras entre o
que está para ser lido, visto, construído, percebido, lembrado ou
perdido.
Bibliografia
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Catálogos
Fontes Eletrônicas