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Centro de Ensino Superior do Amapá – CEAP

Rafael Pinheiro Macêdo

Ética Geral e Jurídica


Relatório: A Ética nas demais Instituições Jurídicas

Macapá – AP
Outubro/2008
Rafael Pinheiro Macêdo

Ética Geral e Jurídica


Relatório: A Ética nas demais Instituições Jurídicas

Trabalho apresentado à disciplina


Ética Geral e Jurídica, sob
orientação do Prof0 Marlon
Marcelo; curso de bacharelado em
Direito, turma 20-Div-1, do Centro
de Ensino Superior do Amapá –
CEAP, como atividade de
aplicação.

Macapá – AP
Outubro/2008
Em 17 de outubro de 2008, ocorreu a Primeira Sessão de Estudo Dirigido,
com o Tema: ’’A Ética das demais Instituições Jurídicas (Magistratura,
Ministério Público, Defensoria Pública e Polícia’’; onde uma autoridade de cada
instituição esteve presente no 2˚ Div para discutir sobre como a Ética encontra-
se em suas carreiras. Todo esse evento sendo supervisionado pelo professor
de Ética Geral e Jurídica,Marlon Marcelo.
Os convidados e seus seguintes testemunhos foram:

• Promotor: Laércio Mendes

O palestrante afirmou que o Ministério Público é o defensor da sociedade.

Que, mesmo o Ministério Público sendo órgão investigativo/acusador, em


certos momentos é necessário reconhecer a injustiça de determinados casos e
tomar certas atitudes visando o bem da sociedade.

É dever do promotor de justiça utilizar eticamente as leis injustas de modo que


elas se tornem justas.

Ainda afirmou que o Ministério Público é um quarto poder,além do Judiciário,


Executivo e Legislativo.

• Defensor Público: Douglas Alexandre

Compete à defensoria pública prestar assistência à indivíduos que não


possuem recursos financeiros suficientes para obter um defensor particular.

Frisou a necessidade de um concurso público para a entrada na Defensoria


Pública.

Apesar do baixo salário,o defensor não deve se conter à isso em busca da


justiça,deve trabalhar de modo justo, já que o indivíduo possui o direito de
ampla defesa.
Ressaltou que o Inciso LV do Art 5º da Constituição Federal garante o direito do
contraditório e ampla defesa a qualquer individuo.

Após ter sido indagado sobre a negação de causas, o palestrante respondeu


que embora sendo um defensor público já negou determinadas causas.

Justificando esta ação por, segundo o palestrante, ser anti-ético defender


certas causas em que é necessário elaborar uma defesa contra uma parte
claramente injustiçada. Ainda disse que esse tipo de caso acontece muito no
campo Criminal.

• Delegado: Idelberto Carneiro

O delegado mostrou as formas que a Ética atua em seu campo, dando


exemplos de fatos ocorridos em sua vida profissional.

Ressaltou a forma de tratamento não-grosseira para com os meliantes, que se


deve respeitá-los, mesmo eles tendo cometido o crime que for, e não julgar
culpa ao indivíduo, antes mesmo de ele ter ido á tribunal.

Sua área é muito susceptível a subornos e a Ética se faz indispensável neste


caso. Visto que Ética é escolha, e aceitar uma propina, pode até melhorar a
pessoa economicamente, mas sua consciência não estará limpa.
O palestrante afirmou também que é Ético e necessário um tratamento igual
para qualquer tipo de cidadão, sem distinções de qualquer natureza.

Disse que se considera um ‘’gari’’ da sociedade, pois seu dever é limpar o lixo
que a própria sociedade cria.

• Juiz: Carmo Antônio

Uma de suas primeiras afirmações, foi que Ética é toda conduta que é
direcionada para o bom.
Fez uma analogia entre o Poder Judiciário e a Delegacia, dizendo que a
sociedade só procura estes órgãos quando há algo de errado em sua vida.

Frisou que o Ministério Público não é somente o promotor da acusação, mas


antes de tudo o promotor da justiça.

O Magistrado tem por principal conduta ética a imparcialidade,não


pressupondo a neutralidade, sendo que sua decisão depende acima de tudo da
Ética.

Falou que na faculdade, aprendermos a ser litigantes,quando na verdade


deveríamos saber lidar com o litígio e fazer parte dele.
Questionário referente ao Tema: Ética na Magistratura

1. As corregedorias gerais da Justiça constituem instrumento de


apuração das faltas éticas do juiz brasileiro?
Não,as Corregedorias são o órgão disciplinar que se encarrega de fiscalizar e
controlar a atividade funcional e a conduta particular dos juízes.Vem admintindo
uma nova concepção, não só de punição, e sim de orientação e instrução.

2. A função judicial deve ser encarada como qualquer profissão ou


necessita de um código deontológico próprio?
Esse código não existe, mas muitas dos deveres dos magistrados estão
contidos na Constituição Federal. Seria bom um código desses para a
magistratura, pois delimita o até onde todos os poderes da magistratura
alcançam, demonstrando quais características o juiz deve possuir, para que ele
seja um juiz honesto, um modelo de conduta para a sociedade.

3. O povo brasileiro sabe distinguir a pessoa da função por ela exercida e


a relevar faltas éticas cometidas pelos juízes como pessoas, sem reflexo
necessário no desempenho funcional?
Não, o povo brasileiro sempre vê a pessoa, num mesmo prisma, tanto em sua
vida profissional quanto pública. Se caso ele venha a cometer um erro, em sua
vida particular, a sociedade irá julgá-lo como se ele estivesse em sua posição
de juiz. Um exemplo bem simples que pode ser usado é este; se caso um
magistrado venha a atropelar um indivíduo, quem cometeu a infração não foi o
‘’homem’’, e sim o magistrado quem pecou em sua segurança no trânsito.

4. Em que consiste a conduta irrepreensível na vida pública e na vida


particular, exigível ao juiz brasileiro, pela Lei Orgânica da Magistratura?
A conduta irrepreensível nada mais é que uma que a vida perfeita que o juiz
deve levar, tanto no campo particular, quanto no campo público. O Juiz deve
ser uma pessoa de exemplo, mostrando uma conduta perfeita e impecável, não
pode viver de atos duvidosos,e devem mostrar respeito perante a comunidade.
5. As decisões judiciais têm conteúdo ética identificável? É fácil localizar
nas decisões a sua feição ética ou depende de mera análise subjetiva?
Elas estão localizadas na liberdade conferida ao magistrado, no seu caráter, na
imunização da justiça sem renunciar a fidelidade ao ornamento.

6. Como é que a cidadania pode contribuir para aperfeiçoar a


magistratura?
O Juiz, em qualquer comarca que trabalhe, deve se adaptar à cultura daquele
povo, para que suas decisões possuam o efeito desejado. Por isso que a
cidadania contribui para a magistratura, atuando como niveladora e requisito do
poder do magistrado.

7. A criação de ouvidoria aprimoraria o funcionamento da justiça?


Sim, porque assim seria analisado como que a sociedade pensa e espera de
como a justiça funcione, ouvindo as suas reclamações. Seria uma forma de
inspeção e controle dessa instituição, tornando o instituo jurídico um pouco
mais humano.

8. A súmula vinculante é uma solução satisfatória para os problemas da


justiça brasileira?
A Súmula Vinculante possui uma solução satisfatória, porém não totalmente
completa. A lei Orgânica possui grande alcance, mas não está presente em
todos os campos, já que o juiz deve trabalhar de acordo com suas experiências
profissionais, e não apenas baseando-se em normas e limites.

9. O Poder Judiciário deve conviver com as demais alternativas de


resolução dos conflitos, subtraídas à administração convencional da
Justiça?
A solução alternativa dos conflitos, a subordinação à lei do mais forte ou a lei
da selva – seja ela a favela, a empresa, a corporação ou o conglomerado
capitalista sem pátria –, a justiça pelas próprias mãos. Tudo isso deve
atormentar o juiz eticamente afinado com os ideais de justiça.
10. Qual o papel das Escolas Nacionais de Formação e Aperfeiçoamento
da Magistratura?
Essas escolas têm um grande papel na vida dos magistrados; são escolas
trabalham na formação e no aprimoramento dos juízes. Essas escolas
procuram ensinar aos juízes a serem honestos e independentes; serenos e
dinâmicos; firmes e corajosos; humano e compreensivo; cultos e inteligentes;
para que assim exerçam suas atividades de forma justa e sábia.

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