Editora Saber Ltda O Brasil irá reagir!

Diretor
Hélio Fittipaldi
Na edição anterior mostramos um certo otimismo
referente às vendas de máquinas no mês de janeiro de
2013, que foi o melhor janeiro desde 2009. Na ocasião
www.mecatronicaatual.com.br pontuamos que, dependendo do resultado dos próximos
meses, teríamos a confirmação da recuperação das vendas
Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi
em nosso mercado.
De fato as vendas vêm aumentando como se pode
Revisão Técnica
Eutíquio Lopez notar na pesquisa da ABIMAQ referente ao mês de
Redação
março, mas o que é gritante é a diminuição da produção
Rafaela Turiani de peças e máquinas nacionais nestas vendas crescentes.
Publicidade O fato é que está sendo muito caro se produzir no Hélio Fittipaldi
Caroline Ferreira Brasil e a indústria que teimar em continuar fabricando,
Designer irá fechar. Como muitas delas dominaram o mercado brasileiro por anos e sabem como,
Diego Moreno Gomes quando e onde vender, se transformaram em distribuidores e representantes de empresas
Colaboradores estrangeiras para não fecharem as portas.
César Cassiolato
Dan Roessler
Empregos técnicos de projetos e produção, estão sendo substituídos por empregos nas
Deivison Silveira áreas de vendas e logística. Caso não se reverta logo essa tendência, faltarão profissionais
Emerson M. A. Alves nos próximos anos para uma possível retomada fabril se os governos federal, estadual e
Eutíquio Lopez
Frank Sill Torres municipal não votarem leis que afetam hoje as empresas, como as leis tributárias, traba-
Guilherme Kenji Yamamoto lhistas, etc.
Renan Airosa Machado de Azevedo
Renato Dourado Maia
O Brasil irá reagir! Ele ainda é maior que todos os despreparados políticos que deveriam
ser autorizados a se candidatarem somente se tivessem um currículo adequado ao cargo
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339 que pleiteiam. Deveriam, no mínimo, ter cursado uma faculdade de administração pública
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para atenuar sua falta de conhecimento. E, também, a ética, a moral e a honestidade de
Capa princípios não podem ser deixadas de lado como exigência principal para a candidatura.
www.sxc.hu
Estamos falando da vida, saúde e bem-estar de quase 200 milhões de pessoas que são
Impressão
EGB Gráfica maiores do que qualquer pseudodireito de se candidatar apenas por ser cidadão brasilei-
Distribuição ro, que, estando despreparado, pode causar muitos danos à nação imediatamente e nos
Brasil: DINAP
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800 próximos 10, 20 anos ou mais.

Hélio Fittipaldi
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Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor, serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar
Mecatrônica Atual é uma publicação da cada apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista Mecatrônica Atual. Iremos trabalhar
Editora Saber Ltda, ISSN 1676-0972. Redação, com afinco em cada etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor
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Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 3

sumário
Índice de Anunciantes:
National Instruments ........ 05
Sick ........................................ 07
Saber Educacional.............. 15
Airzap .................................. 19
Ladder .................................. 23
4
33
38
Nova Saber ......................... 31
Patola .................................. 37
Mouser ........................ Capa 02
Nova Saber ................ Capa 03
Cognex ........................ Capa 04
16 “PST – Partial Stroke Test” em
posicionadores de válvulas: simples,
20
seguro, muito confiável e sem custos
Aprimorando o desempenho da
manufatura com aplicativos móveis
de gerenciamento de informação
24 Projeto de automação do processo
industrial de mini usina de biodiesel
33 Utilização de computador industrial
e placas de aquisição de dados como
controlador final de processo
38 Saiba as vantagens de utilizar
o NI LabVIEW para o controle
de máquinas
44 Melhore seu sistema baseado em
CLP: análise e controle avançados
46 Medições de temperatura com
termistores - Parte 2
48 Como escolher o melhor hardware
de aquisição de dados para o
seu sistema de medição
Editorial 03
Eventos 06
Notícias:
As máquinas de torneamentos verticais da série VL,
da EMAG, para peças de placas – Operação de máquinas
múltiplas reduz o custo com pessoal ........................................ 08
A Andorinha traz para o Brasil soluções exclusivas
para corte de metais ..................................................................... 09
Atuadores elétricos SMC ............................................................ 10
A Sandvik Coromant introduz o mandril de alta precisão
hidráulica, CoroChunkTM 930 .................................................. 10
Nova tecnologia avançada de olhal, da Sandvik,
otimiza o uso de refrigeração .................................................... 11
Parafusadeira PARR-11/6 REP, da Reitz .................................... 12
Lançamento da tecnologia de polos quadrados
de baixo custo ............................................................................... 12
Vibrance EV5000: A nova luminária de luz ultravioleta
LED, da Magnaflux ......................................................................... 13
Southwind apresenta máquia de seleção
automática de peças ..................................................................... 14
Quimatic/Tapmatic lança novo produto:
óleo solúvel sintético vegetal ..................................................... 14
 literatura
Este livro, composto de seis capítulos e dois apêndices, descreve de maneira
dinâmica e didática os conhecimentos fundamentais relativos ao acionamento de
máquinas elétricas. Aborda motores elétricos de indução monofásicos, trifásicos e
síncronos, assim como conceitos relativos à potência e ao fator de potência. Detalha
de maneira clara e técnica os dispositivos utilizados em acionamentos elétricos,
contatores, fusíveis, disjuntores, relés de sobrecarga, inversores de frequência e soft-
-starters, com análise e projeto de chaves de partida e circuitos de comando.
Ao final de cada capítulo há um conjunto de exercícios para facilitar a fixação do
conteúdo. Os apêndices apresentam os principais diagramas elétricos utilizados na
prática e a descrição da simbologia adotada por normas técnicas nacionais e inter-
nacionais.
Destinado a técnicos, tecnólogos e engenheiros que atuam nas áreas de automação,
mecatrônica e eletrotécnica e também aos profissionais que precisam manter-se
atualizados.
Acionamentos Elétricos – 4ª Edição
Autor: Claiton Moro Franchi
ISBN: 978-85-365-01449-9
Preço: R$ 79,90
Onde comprar: www.novasaber.com.br

eventos
Junho
Hidráulica Móbil
Organizador: Festo
Data: 03 – 05
Horário: 8h30 às 17h30 - 13h30 às 17h30
Investimento: R$ 1.210,00 / participante
(Estado de São Paulo) e R$ 1.260,00 /
participante (Demais Estados).
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76, Jd. Santa
Emília – São Paulo – SP
www.festo-didatic.com/br-pt
Eficiência Energética em Sistemas
Pneumáticos
Organizador: Festo
Data: 10 – 14
Horário: 18h00 às 22h00
Investimento: R$ 860,00 / participante
(Estado de São Paulo) e R$ 900,00 /
participante (Demais Estados).
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76, Jd. Santa
Emília – São Paulo – SP
www.festo-didatic.com/br-pt
Técnicas à Prova de Erros
Organizador: Festo
Data: 12
Horário: 8h30 às 17h30
Investimento: R$ 480,00 / participante
(Estado de São Paulo) e R$ 500,00 /
participante (Demais Estados).
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76, Jd. Santa
Emília – São Paulo – SP
www.festo-didatic.com/br-pt
Automação Industrial com Redes de
Comunicação em Ambiente Simatic S7
Organizador: Festo
Data: 17 – 21
Horário: 18h00 às 22h00
Investimento: R$ 1.210,00 / participante
(Estado de São Paulo) e R$ 1.260,00 /
participante (Demais Estados).
Local: Rua Giuseppe Crespi, 76 Jd. Santa
Emília – São Paulo – SP
www.festo-didatic.com/br-pt
Fispal - Feira de Tecnologia
Data: 25 até 28
Horário: 11:00 às 20:00
Local: Pavilhão do Anhembi. Av. Olavo
Fontoura, 1209, Santana - São Paulo - SP
www.fispaltecnologia.com.br
1º Workshop FEBRABAN de
Controles Internos
Organizador: Febraban
Data: 04
Horário: 08:00 às 17:30
Local: Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.485
- Torre Norte - 12º Andar – Auditório –
São Paulo - SP
www.febraban.org.br
Feira e Conferência da Indústria de
Petróleo e Gás
Organizador: Brasil Offshore
Data: 11 a 14
Local: Rod. Amaral Peixoto, Km 170 - São
José do Barreto – Macaé - RJ
www.brasiloffshore.com
Cursos de Treinamento da Festo
Informações sobre inscrição:
Após escolher o seu curso e a data,
envie-nos a Ficha de Inscrição, que deve
ser baixada do site por e-mail ou pelo
fax, e faça a sua reserva. Na semana
anterior à data desejada, a equipe de
cursos da Festo entrará em contato
com você, via e-mail ou telefone, para
confirmar a sua participação.
tel: (11) 5013-1616 / fax: (11) 5013-1613
email: treinamento@br.festo.com

6
//notícias
As máquinas de torneamento verticais
da série VL, da EMAG, para peças
de placa – Operação de máquinas
múltiplas reduz o custo com pessoal
A VL é uma máquina sem supérfluos, mas de tecnologia
sofisticada e completamente equipada com transportador de
cavacos, aspiração da área de trabalho, sistema de refrigeração
com líquido para motofuso e torre, além de uma automação
para a carga e descarga das peças. Assim sendo, toda VL vem
equipada com um magazine de peças recirculante, onde são
encaixados os chamados “arrastadores prismáticos” que fazem
o transporte das peças para dentro e para fora da estação de
pick-up. Isto viabiliza a usinagem automatizada de uma ampla va-
riedade de peças sem que seja necessário trocar as ferramentas.
A estação de pick-up localizada atrás da área de trabalho
permite a retirada de peças acabadas e o posicionamento de
peças brutas novas a qualquer momento pela frente na esteira
de transporte. Suportes de peças e pallets podem ser inseridos
nos carregadores prismáticos para a usinagem de peças assimé-
tricas ou em posição específica. Isso viabiliza a carga e descarga
totalmente automática de uma grande variedade de peças.
Para quem quer usinar quantidades pequenas e grandes das
mais diversas peças, precisa da máquina de aplicação universal,
de programação e setup rápidos, para lotes pequenos e do
sistema de fabricação automatizado e de alta produtividade
para peças seriadas. No decorrer dos anos, a série VL evoluiu
não apenas com relação ao tamanho, mas o leque das possi-
bilidades de aplicação também cresceu. Se o propósito inicial
das máquinas eram operações de usinagem simples, mas de
alto desempenho – ou seja, desbaste, torneamento em verde,
etc. – agora os usuários também conseguiram obter excelentes
resultados no torneamento duro.
Troca de ferramentas simples com
automação totalmente integrada
A troca de ferramentas na máquina também funciona de
forma muito simples: quando a torre com doze ferramentas
acionadas independentes e a placa de fixação foram trocadas
e o programa acionado, a própria máquina modifica a automa-
ção para a peça nova. Nisso, o princípio de funcionamento do
auto-carregador é bastante simples, pois a peça é posicionada
através de arrastadores prismáticos.
O magazine de peças é em forma de esteira de transpor-
te, que circula ao redor da máquina e que leva as peças até
a estação de pick-up. Isso, portanto, permite retirar peças
acabadas e inserir peças brutas a qualquer momento e sem
risco. A corrente recirculante assegura o pré-posicionamento
muito exato da peça. Com as pinças de fixação de curso muito
reduzido e a possibilidade de colocar um mandril de aperto na
peça, até mesmo diâmetros extremamente pequenos podem
ser usinados com alta precisão e segurança nos processos.
8 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
Máquinas de torneamento da série VL, da EMAG.
A automação – simples e confiável
nos processos, perfeita para a
operação de máquinas múltiplas
A automação da série VL foi solucionada de forma
simples, mas muito eficiente. Ela é de fácil operação e não
requer manutenção. Em comparação com outros concei-
tos de automação, a automação EMAG oferece vantagens
inquestionáveis. Enquanto outros fabricantes apostam em
portais e robôs sofisticados para a alimentação de peças,
complicando o sistema todo, a solução da EMAG representa
um sistema de automação simples e muito eficiente, que
evita paradas desnecessárias das máquinas. Não importa se
o operador da máquina está em hora de almoço, se há troca
de turno, ou se o terceiro turno é feito sem operador, as
máquinas de torneamento verticais da EMAG continuam
produzindo!
A automação integrada também viabiliza a operação
de máquinas múltiplas. A carga e descarga automática de
peças nas máquinas VL permite uma produção com número
reduzido de operadores, porque até 5 máquinas podem ser
operadas por uma única pessoa. Com tempos de ciclo de
menos de um minuto até um minuto e meio para peças de
torneamento, ainda sobra tempo suficiente para fazer os
controles de qualidade necessários. Nisso, o conceito de
máquina VL diferencia-se claramente da usinagem conven-
cional com máquinas de torneamento horizontais, porque na
usinagem de peças de placa com tempos de ciclo entre um
minuto e um minuto e meio em máquinas de torneamento
horizontais, na melhor das hipóteses, um funcionário pode
operar duas máquinas. Isso mostra o ganho em eficiência
na operação das máquinas VL.
 //notícias
A Andorinha traz para o
Brasil soluções exclusivas
para corte de metais
Máquina de Serra de Fita Cosen C-TECH C2
Na linha Cosen C-TECH, as máquinas são protegidas
por uma carenagem de 4 portas de acesso, fornecendo
ao operador total segurança e mantendo os trabalhos de
operação e manutenção com fácil acesso.
O seu exclusivo sistema V-Drive permite à máquina
cortar materiais difíceis como titânio, inox e aços ligados,
com taxa de avanço de corte maiores. O V-Drive reduz o
tempo de corte de 25 a 50% e, ao mesmo tempo, aumenta
a vida útil da lâmina, reduzindo os custos da ferramenta.
A capacidade de corte é de 260 mm redondo, ou 300 x
260 mm retângulo.

Máquina de Serra Circular Advance THC-B100NC

Com capacidade de corte de 100 mm, proporciona alto
Detalhes da máquina VL, da EMAG. desempenho, velocidade e precisão do corte, além da dura-
bilidade do disco. Possui acionamento do servomotor (2,9
Flexibilidade, uma estratégia que se paga W ou 3,5 kW) e transmissão do avanço por fuso de esferas.
Flexibilidade tornou-se um fator de sucesso duplo Na linha Advance, as máquinas e magazines de alimenta-
para a EMAG: com a série VL o fabricante de máquinas- ção são compostos por carenagem que protege e fornece
-ferramenta alemão há anos possui um programa de total segurança ao operador.
máquinas de torneamento modulares configuráveis, com Possui também um painel com sistema touchscreen em
as quais o usuário final também pode fazer a usinagem português, única máquina para disco de Cermet, Metal
muito eficiente de uma linha de produtos flexível. Duro (TCT) ou Aço Rápido (HSS) do mercado, fabricada
Há muitos anos a EMAG é conhecida pelas suas em Taiwan com componentes japoneses.
máquinas de alta qualidade específicas para a produção
em série de quantidades médias até grandes no setor de
torneamento. Durante muito tempo, os equipamentos que
fornecemos para todos os OEMs conhecidos e grandes
subfornecedores focavam exclusivamente a usinagem de
uma determinada peça com tempo de ciclo mínimo e
altíssima qualidade.
Depois da virada do século, a EMAG decidiu expandir a
sua clientela, incluindo também empresas menores. Estas,
porém, são mais exigentes com relação à flexibilidade
das máquinas, já que a quantidade de peças que fabricam
varia muito. A fim de permitir uma produção eficiente, as
máquinas para atender estes clientes em potencial devem
permitir uma troca de ferramentas rápida aliada a um alto
grau de automação.
Christoph Hoene explica: "Na certeza de também pos-
suir o know-how necessário para construir máquinas que
atendessem uma fabricação flexível, a EMAG desenvolveu
a sérieVL, o que acabou sendo uma decisão acertada. Hoje
nos destacamos, pois oferecemos tanto soluções custo- Serra Circular Advance THC-B100 NC, da Andorinha.
mizadas como também máquinas modulares baseadas em
uma plataforma padronizada e configurável".

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 9

//notícias
Atuadores Elétricos SMC
Série CQU, da SMC.
A SMC traz as novas séries de atuadores elétricos com
opções de motor de passo, servomotor DC ou AC, e
Gateway para aplicações nas quais velocidade, precisão e
controle de paradas intermediárias são necessárias. Esse
tipo de equipamento pode ser aplicado em pick and place,
transferência de peças, envase e processos que exijam
grande precisão nos movimentos ou quando equipamentos
pneumáticos não podem ser instalados devido à falta de ar
comprimido.
Com os novos modelos disponíveis com servomotor
AC houve um aumento considerável no torque, chegando
até a 400 W.
Essa tecnologia está cada vez mais acessível e vem sen-
do muito utilizada pela baixa manutenção, fácil instalação,
configuração e excelente custo-benefício.
Como principais benefícios, possui até 64 pontos de
parada (32 absolutos e 32 relativos), Encoder Incremental e
Absoluto (Interpolação). Conta também com repetibilidade
de ± 0,02 mm, duas opções de motores (motor de passo
ou servo motor DC ou AC) e duas opções de transmissão
(fuso ou correia). Além disso, torque do motor de até 400
W, alimentação do Driver (24 Vcc e 100 a 120 Vca ou 200
a 230 Vca), e gateway com protocolos (CC-Link, Devicenet,
Profibus e Ethernet/IP).
10 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
A Sandvik Coromant introduz
o mandril de alta precisão
hidráulica, CoroChuckTM 930
Esse mandril hidráulico de alta precisão da Sandvik Coro-
mant proporciona um desempenho seguro para operações
de fresamento e furação, sendo perfeito para atender às de-
mandas de batimento radial de alta precisão.Testes extensivos
mostraram que esse novo mandril hidráulico proporciona a
melhor segurança contra extração.
Tecnologia Fulcrum
O segredo por trás da segurança de alta precisão e contra
extração está no desenho otimizado da membrana soldada
que permite segurança máxima de fixação com dois suportes
em cada lado (fulcrums).
Esse desenho garante uma excelente transmissão de tor-
que para melhorar o desempenho das fresas de topo inteiriças
de metal duro, brocas e alargadores. Esse desempenho é re-
petido em vários ciclos de fixação, resultando em superfícies
de alta qualidade e maior vida útil. Além disso, o CoroChuck
930 foi projetado com características de amortecimento, o
que minimiza as vibrações durante o processo de usinagem.
Baseado no sistema de fixação hidráulico, o CoroChuck
930 pode ser facilmente fixado ou liberado com um tor-
químetro específico, que melhora a eficiência por meio de
trocas e set ups rápidos e eficazes. Não há necessidade de
equipamento externo para fixar ou soltar o sistema.
O mandril trabalha com tolerâncias micrométricas o que
melhora a precisão da ferramenta, o acabamento superficial e
a produtividade. O batimento radial preciso pode ser medido
em <4 μm (157 μpol.) a 2.5 × DC.
O CoroChuck 930 é adequado para todos os tipos de
máquinas-ferramentas que tenham um fuso rotativo ou peça
rotativa; tornos, máquinas multitarefas, centros de usinagem
e ferramentas acionadas em Centros de torneamento e
tornos verticais.
Disponível em desenho tipo lápis, delgado e para usinagem
pesada, o CoroChuck 930 é balanceado conforme a norma
DIN 69888.
Mandril de alta precisão, Corochuck TM930, da Sandvik.
 //notícias
Nova tecnologia avançada de
olhal, da Sandvik, otimiza
o uso da refrigeração
Direcionamento preciso da refrigeração durante a usina-
gem proporciona efeito máximo no escoamento de cavacos.
Entretanto, a precisão e a pressão são aspectos igualmente
importantes da refrigeração. A refrigeração de alta precisão
requer menor pressão. Quanto maior a pressão, aplicações
mais exigentes podem ser usinadas com excelentes resultados.
A Sandvik Coromant lidera a tecnologia de soluções de
refrigeração e geometrias de pastilha dedicadas para aços,
aços inoxidáveis e HRSA para todas as aplicações de usina-
gem. Contamos com acréscimos na gama de opções para Coroturn HP, da Sandvik.
aplicar a refrigeração no processo de usinagem.
A gama de novas geometrias de pastilha e porta-ferra- 150–200 bar (2200–2900 psi)
mentas customizados com olhais fixos garante um jato de Poucas máquinas proporcionam soluções para esses valores
refrigeração preciso diretamente na zona de corte. de pressão, entretanto, a Sandvik Coromant oferece suportes e
pastilhas standard até 275 bar (3900 psi) de pressão. As unidades
Tecnologia avançada de olhal de fixação Coromant Capto para refrigeração de alta pressão
O refrigerante flui da bomba para os olhais de maneira com capacidade para 200 bar (2900 psi) proporciona um de-
precisa e diretamente na zona de corte. Isso produz uma sempenho imbatível, garantindo que a utilização da máquina seja
cunha de refrigeração que remove de maneira eficaz o calor otimizada devido ao set up e ao tempo de produção reduzidos.
da zona de corte e forma o cavaco. Um melhor controle de
cavacos e vida útil mais longa são apenas dois dos benefícios Porta-ferramentas
que contribuem para uma usinagem segura e previsível, A tecnologia avançada de refrigeração da Sandvik Coro-
evitando paradas de máquina não planejadas. mant tem sido até o momento ideal para clientes que usam o
Maior produtividade também pode ser alcançada em sistema de fixação SL- e QS Coromant Capto®. Agora, essa
aplicações difíceis e em materiais difíceis de usinar, inde- mesma tecnologia premium pode ser aplicada em ferramentas
pendentemente da pressão que você usar. convencionais, tornando possível que qualquer um que trabalhe
com usinagem com refrigeração use essa solução altamente
Baixa pressão 7–10 bar (100–150 psi) produtiva, mesmo em tornos pequenos.
Ao usar baixa pressão, os novos suportes CoroTurn
HP da Sandvik Coromant, com olhais de alta precisão, su-
peram, em termos de desempenho, os porta-ferramentas
convencionais que em geral têm a tendência de fornecer
refrigeração mais do que necessário, “inundando” a área de Curtas
corte. Essa ferramenta propicia melhor controle de cavacos
e melhor segurança do processo em aços e outros materiais Patola de cara nova na web!
comuns. Dados de corte substancialmente mais altos podem O novo site da
ser aplicados e isso é outra consequência bem-vinda. Patola é mais pra-
tico, rápido e tem
70–80 bar (1000–1200 psi) muito mais informa-
Para materiais exigentes, tais como aços inoxidáveis du- ções, acesse: www.
plex e HRSA (super ligas resistentes ao calor), é necessária patola.com.br e
uma pressão de refrigeração maior. A tecnologia exclusiva veja em breve no-
de olhal do CoroTurn HP, em combinação com as novas vos produtos como
geometrias de pastilha -SMC, -MMC, -PMC resultam em os gabinetes para o
uma produtividade impressionante. Arduíno/Tatuino e
outros.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 11

//notícias
Parafusadeira PARR-11/6 REP, da Reitz
A Reitz Ferramentas Pneu-
máticas, de Porto Alegre, atende
o mercado eletroeletrônico,
eletrodomésticos de linha bran-
ca, brinquedos, metalurgia em
geral e outros com uma ampla
linha de parafusadeiras. Merece
destaque a PARR-11/6 REP: leve,
versátil, resistente e durável,
essa parafusadeira é ideal para
operações que exijam precisão,
pois proporciona segurança e to-
tal conforto ao operador, sendo
indicada para aplicações de alta
repetibilidade.
A PARR-11/6 REP é utili-
zada em linhas de montagem
industriais, nas operações com
parafusos cujas bitolas sejam M6.
Os diferenciais desse modelo são
o seu botão de reversão, que
inverte o sentido de rotação do
motor, facilitando parafusamen-
to e a retirada do parafuso e o
acionamento, chamado de Push
Start, na qual a ferramenta liga
somente ao ser pressionada
contra o parafuso.
A regulagem de torque é
simples e rápida, feita através
de pino de regulagem, onde
ao se aumentar ou diminuir a
compressão da mola do con-
junto de torque já altera a força
da ferramenta, para cima ou
para baixo. Para cada modelo
de parafusadeira da Reitz há
conjuntos específicos de molas,
PARR-11/6 REP,
identificados pela cor, e saem
da Reitz Ferramentas.
regulados de fábrica diretamente
para o cliente.
A ergonomia também merece destaque: por serem
superleves, próprias para utilização em bancada na posição
vertical (modelos retos), e perfeitamente adaptáveis a siste-
mas com balancins de sustentação, braços pantográficos ou
articulados e sistemas automatizados (como ilhas de para-
fusamento). As carcaças em alumínio recebem tratamento
de anodização na cor azul e possuem frisos que favorecem
a ventilação e a firmeza na empunhadura.
12 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
Lançamento da tecnologia de
polos quadrados de baixo custo
Por meio de padronização global, a SCHUNK,
líder em competência para a tecnologia de fixação
e sistemas de garras, oferece uma solução muito
econômica da tecnologia magnética de polos qua-
drados para pequenas e médias empresas.
Os custos de investimento para placas de polos
quadrados da linha MAGNOS Performance são
40% menores do que as placas convencionais,
polivalentes e modificáveis MAGNOS de polos
quadrados. De acordo com a SCHUNK, esta série
MAGNOS-Performance foi desenvolvida princi-
palmente para todos os usuários, que necessitam
obter os benefícios proporcionados pela tecnologia
de fixação magnética, pela primeira vez, ou que irão utilizar
os dispositivos de aperto para aplicações específicas.
Em comparação com placas magnéticas de polos qua-
drados, a linha MAGNOS Performance fornecida por uma
inovadora empresa familiar é muito superior. A SCHUNK
apenas consegue obter este ganho de eficiência através da
redução da diversidade de opções. Portanto, a linha MAG-
NOS Performance é limitada ao tamanho de polo quadrado
de 50 mm, na versão MFR-A1, e em três tamanhos, de 400
x 400 mm, 400 x 600 mm e 400 x 800 mm. Modificações
individuais não são disponíveis para esta versão de preço/
desempenho otimizados.
Usinagem de 5 lados sem interferências
ao redor da peça a ser usinada
A Linha MAGNOS Performance oferece uma vasta gama de
possibilidades para o usuário. Placas desgastadas ou danificadas
em sua superfície podem ser retificadas em até 3 mm. Além
disso, as placas de polos quadrados da Linha MAGNOS Perfor-
mance podem ser combinadas com o sistema de troca-rápida
SCHUNK VERO-S, que permite enorme redução no set-up
das máquinas-ferramenta. A SCHUNK oferece também uma
unidade de controle com preço competitivo, para fixar e soltar
a peça, modelo KSS-01, para ser utilizada com esta nova linha.
Além disso, todos os outros tipos de unidades de controle
MAGNOS e o programa completo de acessórios MAGNOS
estão disponíveis. As placas de fixação são adequadas para
operações de fresamento, furação e retificação plana. A tec-
nologia de fixação magnética SCHUNK MAGNOS permite
a usinagem nos cinco lados da peça a ser usinada, em uma
única fixação, permitindo ainda que furos passantes, rasgos ou
rebaixos sejam usinados, sem danificar a superfície de apoio
da placa magnética. O design monobloco da placa magnética
SCHUNK MAGNOS assegura elevada estabilidade e rigidez
na fixação, minimizando-se vibrações e melhorando a qua-
lidade da superfície usinada. Com o uso dos prolongadores
de polos móveis, se possibilita uma fixação livre de tensões
ou deformações.
 //notícias
VIBRANCE EV5000: A Nova
Luminária de Luz Ultravioleta
– LED, da Magnaflux®
A Luminária de Luz Ultravioleta VIBRANCE® EV5000 UV-
-LED foi desenvolvida para aplicação de Ensaios Não Destrutivos
(END), auxiliando na inspeção visual e identificação de desconti-
nuidades, trincas, inclusões e outras formas de defeitos em peças
ou componentes, utilizando os métodos de Líquidos Penetrantes
Fluorescentes ou Partículas Magnéticas Fluorescentes. Gera luz
A linha MAGNOS ultravioleta, que não é visível ao olho humano. O comprimento
Performance da onda desta radiação eletromagnética está fora do espectro
proporciona a visível ao olho humano e ele é mais curto que o comprimento
introdução econô-
de onda da luz azul-violeta que é visível aos humanos.
mica da tecnologia
SCHUNK de polos A radiação ultravioleta é gerada por lâmpadas UV-LEDs de
quadrados na desempenho especialmente alto. Eles geram uma luz UV com
pequena e média um comprimento de onda de aproximadamente 360 a 370 nm;
empresa. porém eles mantêm principalmente, uma radiação divergente
com um comprimento de onda de 365 nm.
Isto corresponde a uma radiação UV da assim chamada faixa
UVA. Como o UV-LED não gera qualquer radiação UVB ou
UVC perigosa, podem ser usados filtros de vidro mais simples
e econômicos.

Aplicação para Ensaios Não Destrutivos

Durante os Ensaios Não Destrutivos, os componentes e
pigmentos fluorescentes do material de teste são estimulados
para brilharem através da luz UV-LED. Desta forma, qualquer
descontinuidade se torna mais visível ao observador e também
ao sistema de processamento de imagem, se este for o caso.
Devido à faixa de espectro muito estreita da luz UV-LED,
a luz UV gerada pode ser perfeitamente ajustada aos pig-
mentos no material de teste. Isto permite uma identificação
de descontinuidades, falhas e trincas com mais precisão, em
comparação com outras fontes de UV, tais como luminárias
com lâmpadas de vapor de mercúrio.
A partir de uma distância de aproximadamente 40 centí-
metros, a intensidade de radiação diminui consideravelmen-
te. Na prática dos Ensaios Não Destrutivos, uma distância
da luz UV até a peça de trabalho não deve ser superior a
40 centímetros.
Uma boa intensidade de luz UV na superfície de teste é
importante para assegurar a detecção segura de descon-
tinuidades.
A MAGNAFLUX® é líder mundial no fornecimento de
soluções completas para Ensaios Não Destrutivos por Par-
tículas Magnéticas e Líquidos Penetrantes. São mais de 80
anos de experiência e comprometimento com a qualidade
e desempenho, sempre inovando, investindo em tecnologia
e fabricando no Brasil produtos, máquinas e acessórios
reconhecidos mundialmente.
Vibrance® EV5000 UV- Para mais informações acesse: www.magnaflux.
-LED, da Magnaflux. com.br.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 13

//notícias
SOUTHWIND apresenta Máquina
de Seleção Automática de Peças
A SOUTHWIND International apresenta uma máquina de
seleção automática de peças para controle de qualidade, fabri-
cada pela empresa CCM de Taiwan. A máquina é destinada para
inspeção e seleção de defeitos em fixadores standards e especiais,
opera com uso de câmeras de alta resolução que, por meio das
imagens, realiza a inspeção das peças, fazendo comparações com-
pletas de diversos itens (variáveis dimensionais e/ou atributos)
a critério do operador. Através de um setup simples, o sistema
compara parâmetros que vão desde diâmetro e altura da cabeça
da peça, comprimentos de rosca e total, passando por espessura
da flange, chave e diagonal, entre outros. A máquina seleciona
ainda defeitos visuais, tais como trincas abertas e defeitos de
forma, além do empenamento das peças.
O modelo da máquina exposto na FEIMAFE 2013 foi a PSL-
1500, que opera em velocidades de seleção de 100 até 400 pçs/
min, com precisão dimensional de +/- 0,03 mm.
A SOUTHWIND International é uma empresa especializada
em processos de forjamento e conformação a frio de elementos
de fixação e peças metálicas a partir de arames ou barras. Sua
linha de fornecimento se estende desde a trefilação do arame
passando pelos processos de manufatura, inspeção e seleção
automática até a embalagem dos produtos.Atua como represen-
tante de empresas internacionais de oito países e como impor-
tador/ distribuidor de ferramentas e máquinas para a produção
de fixadores, além de equipamentos auxiliares. Comercializa seus
produtos por meio da importação direta pelo cliente, importação
via SouthWind, ou sistemas de fornecimento Just-in-time com
estoques no Brasil para ferramentas de conformação a frio,
laminação de roscas e rosqueamento de porcas.
Máquina de seleção automática de peças, no
modelo PSL-1500, da Southwind.
14 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
Quimatic/Tapmatic Lança
Novo Produto: Óleo Solúvel
Sintético Vegetal
A Quimatic/Tapmatic, maior fabricante de especialidades
químicas no Brasil, lança o produto ME-3, um Óleo Solúvel
Sintético Vegetal. Ele é indicado para usinagem de metais ou
máquinas operatrizes que trabalham com óleos de corte
recirculantes. Consiste em uma combinação de agentes
emulsionantes, anticorrosivos, bactericidas, antiespumantes e
lubrificantes sintéticos vegetais, que garante o melhor balan-
ceamento em refrigeração e lubrificação. Além disso, o ME-3
também proporciona aos clientes melhor custo-benefício para
os óleos solúveis com ele formulados, nas operações de corte
de metais. A novidade completa a linha de produtos ME-1,
Óleo Solúvel Semi Sintético; e ME-2, Óleo Solúvel Sintético.
“Decidimos lançar mais um produto nesta linha, pois
os óleos solúveis desenvolvidos por nós proporcionam
excelente lubrificação e refrigeração, com alta resistência
à contaminação, e o aumento da velocidade de corte está
aliada à redução do esforço de cisalhamento. Dessa forma,
esta opção apresenta melhorias tanto no acabamento de
peças, quanto no desgaste de ferramentas de corte, poden-
do ser aplicado em todo tipo de máquinas operatrizes, por
conter alta taxa de diluição e longa vida útil. A novidade ME-3
é uma solução ecológica, que não ataca componentes das
máquinas e peças usinadas, nem a pele do operador, poden-
do ser utilizado tranquilamente no ambiente de trabalho”,
explica o diretor da Quimatic/Tapmatic, Walter Strebinger.
Apostando em disponibilizar soluções de qualidade às
indústrias de diferentes segmentos, a empresa aposta também
em oito produtos que compõem a Linha de Fluidos, volta-
dos aos mais diversos
tipos de usinagem. Eles
aumentam a lubrificação
e refrigeração, agregadas
a maior velocidade de
corte, melhor precisão
dimensional, acabamen-
to da peça e redução
do torque do motor da
máquina em até 30%.
São indicados para usina-
gem: de metais ferrosos
e amarelos – Quimatic
1, Quimatic 11, Aquatic e
Quimatic Jet; em todas as
ligas de alumínio – Qui-
matic 2; e em aço inox e
metais de elevada dureza
– Super Fluido 3.
ME-3, óleo solúvel sintético vegetal,
da Quimatic/Tapmatic.
manutenção

PST – Partial Stroke Test –

em Posicionadores
de Válvulas:
simples, seguro, muito
confiável e sem custos
O PST (Teste de Curso Parcial, em português) é um pro-
cedimento utilizado para fazer o teste parcial do curso
da válvula. Nada mais é do que um método que pode
ser programado de forma manual (ou automática) para
movimentar a haste da válvula parcialmente, e verificar as
condições desta movimentação. E mais: pode-se medir a

velocidade de resposta da válvula, ou mesmo verificar se
ela não está emperrada, ou se o atuador pneumático está
sendo adequadamente pressurizado sem necessidade
de ir até o local onde está instalada.
A adoção do Partial Stroke Test é uma solução simples,
barata e muito confiável e que pode aumentar signifi-
cativamente a segurança operacional.
César Cassiolato
SMAR Equipamentos Industriais Ltda
cesarcass@smar.com.br
A
grande vantagem é que é independente da
atuação humana. Uma vez programado
no posicionador, um método automático
se encarregará de executar o teste e gerar
status de diagnósticos facilitando as in-
formações e tomadas de decisões no caso
de uma manutenção. Outra vantagem é a
redução de custos quando comparado com
os métodos convencionais, uma vez que a
manutenção pode ser feita somente quando
há a necessidade.
Ainda é muito comum, em uma para-

saiba mais da, testar todas as válvulas. Durante essas

Manutenção preventiva em válvulas
de controle
Mecatrônica Atual 30
Como selecionar a válvula correta
para sua aplicação
Mecatrônica Atual 12
Manual FY303
www.smar.com/PDFs/Manuals/
FY303MP.PDF
ApplicationNotes FY303
www.smar.com/PDFs/
ApplicationNotes/FY300PST.pdf
www.smar.com/brasil2/products/
function.asp#positioners
Material Profibus – César Cassiolato
Site do fabricante:
www.smar.com.br
paradas, aproveita-se para acionar a válvula,
abrindo-a e fechando-a totalmente, permi-
tindo a verificação, por exemplo, do possível
emperramento da haste, de vazamentos de
ar de alimentação do atuador, de vedação
quando totalmente fechada, da integridade
do conjunto válvula/atuador e da sinalização
nos painéis de controle, etc.
Como a indústria não pode parar com
frequência por questões de produtividade

16 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 manutenção

e lucratividade, tais testes em algumas

situações podem demorar meses ou anos
para serem feitos e aí, a manutenção fica
complicada, gerando paradas indesejadas,
aumentando custos de forma geral. Além
disso, em algumas situações, para não dizer
em sua maioria, expõe-se os técnicos a riscos
indo a campo e sem necessidade.
“Será que tais válvulas irão operar
quando requisitadas?”
Quando se fala em válvulas de bloqueio
ou válvulas de sistemas de segurança, o ideal
é testá-las de tempos em tempos para saber
se estão funcionando corretamente. Essas
válvulas, em geral, passam um bom tempo,
anos às vezes, sem serem atuadas. Por esta-
rem instaladas ao tempo, ou em ambientes
agressivos e corrosivos, normalmente sofrem
uma degradação inerente a seus materiais
construtivos e a conceitos de seu projeto. F1. PFD x Testes Funcionais.
Nessas situações, o que pode ser aplicado
com sucesso é o PST.
Outra vantagem deste teste é a redução do
PFD (Probabilidade de Falha sob Demanda,
PFD = 1 - D, onde D é a disponibilidade)
e ainda, permite a manutenção preditiva,
uma vez que falhas potenciais em válvulas
críticas podem ser detectadas com antece-
dência. Vale lembrar que nenhum sistema
é totalmente imune a falhas e sempre deve
proporcionar mesmo que uma falha aconteça,
uma condição segura.
O PFD é o indicador de confiabilidade
apropriado para sistemas de segurança.
Se não for testado, a probabilidade de
falha tende a 1,0 com o tempo. Testes pe-
riódicos mantêm a probabilidade de falha
dentro do limite desejável. Veja a figura 1.

PST no FY303 – Posicionador

Profibus-PA Smar
A descrição da configuração do PST, a
seguir, foi realizada usando o ProfibusView
(software de parametrização Profibus da
Smar). O PST também pode ser configurado
através do Simatic PDM ou com ferramentas
baseadas em FDT/DTM.
O método PST foi implementado para
atuar no SP (Set Point), incrementando ou
decrementando a posição atual da válvula
em valores e intervalos pré-definidos.
Ao abrir a tela de configuração do PST,
na aba Method são apresentados os campos
desabilitados.
Para iniciar a configuração é necessário
clicar no botão Start PST e seguir a sequência
F2. Tela principal do PST no ProfibusView.
de configuração definida pelo PST. Observe
a figura 2 e o box 1.
No item “Test Type” selecione a opção
modo “Manual, Auto” (Automático) ou
“Stop”, veja tabela 1. E, também, acompanhe
as figuras 3 e 4 e a tabela 2.
Válvulas de Segurança
Quando a válvula é de segurança, antes
de iniciar o teste, o SP é salvo, pois se durante
o teste vier um SP diferente, significa que
o controle possivelmente está mandando
a válvula para a posição de segurança e
Box 1: Observação
O PST somente poderá ser executado
se o posicionador FY303 não estiver
em autocalibração (SETUP), ou mesmo
executando o TRIM de posição. Se
tentar executar o PST nestas condições,
na aba Status será indicada a seguinte
mensagem: PST in Setup Or Trim.
Para mais detalhes do FY303 consulte:
www.smar.com/brasil2/products/
FY303.asp

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 17

manutenção

Parâmetros Descrição
Maual Quando em manual, o teste será executado somente uma vez sob o comando do usu-
ário
Auto (Automático) Quando em Auto, o teste será executado ciclicamente de acordo com a configuração de
tempo no parâmetro Cycle To Exec.Veja figura 3.
Ao escrever em Cycle To Exec e habilitar o Enable PST, o teste entrará em execução de
acordo com sua temporização, ou seja, tempo definido pelo usuário.
Stop Utilizado para o usuário finalizar (parar) o teste PST, quando necessário.
Em condições de erro vai para esse estado automaticamente.
T1. Seleção do modo de operação do PST.

Parâmetros Descrição
Cycle To Exec Tempo que determina o ciclo (período) de teste do PST. Será executado o teste
somente quando o parâmetro Test Type estiver configurado para Auto (Automático).
Valor configurado de 1 a 43200 minutos (30 dias).
SP Offset Valor a ser incrementado no SP durante a atuação do PST. Sempre é feito um teste F3.Tela principal para a configuração do
para verificar se não ultrapassou os limites de 0% e 100%. método PST no ProfibusView.
O método PST decrementará o valor do SP se o valor de Offset indicado no
parâmetro SP OffSet for negativo.
SP Offset for 0% Permite incrementar quando o SP for 0%. nesta condição é abortado o teste. Pode
SP Offset for 100% Permite decrementar quando o SP for 100%. acontecer também que a válvula esteja se
TimeOut Define o tempo máximo de conclusão do teste. A conclusão do teste se dá ao atingir movimentando para a posição de seguran-
o novo SP dentro dos limites de erro indicado no parâmetro Dead Band. Se o teste ça e o teste comece. Então, segundo estes
não for executado com sucesso antes do tempo de time out esgotar-se, será gerado
um status de PST Time Out. requisitos, configura-se indicando ao PST
Esse parâmetro é usado de acordo com a natureza de inércia e movimento das se a válvula é de controle ou de segurança, e
válvulas; existem válvulas mais lentas ou mais rápidas, e deve ser configurado pelo qual a posição de segurança de acordo com
usuário. Valor máximo de 1310,7 segundos (21,83 minutos).
a figura 5. Atente para a tabela 3.
Test Type Permite selecionar o tipo de teste desejado: Manual e Auto (Automático), ou para
interromper o teste que está sendo executado com a opção Stop.
Stop: Toda vez que precisar mudar o tipo de teste, ele deverá ser selecionado para Condições de
parar o teste corrente. diagnósticos do PST
Enable PST Permite iniciar o teste quando o parâmetro Test Type estiver em modo Manual, Durante a execução do método de PST,
clique no botão Enable. Veja figura 4. o FY303 monitora várias condições gerando
Dead Band Esse valor é definido pelo usuário. É o erro permitido conforme o tempo máximo as informações de status de acordo com a
(TimeOut) que se permitirá que o teste seja executado.
figura 6 e tabela 4.
T2. Configuração do PST.
Conclusão
Segundo o Manual de Dados de Con-
fiabilidade em Instalações Offshore, editado
pela OREDA (Offshore Reliability Data), o
PST pode detectar 70% dos problemas nas
válvulas que, estatisticamente, ocorrem com
maior incidência.
O PST está disponível no FY303 da Smar
sem custos adicionais, e pode proporcionar
redução nos custos de manutenção através
dos diagnósticos gerados durante o teste.
A grande vantagem deste tipo de teste é
que basicamente não tem custo, utiliza menos
instrumentação para executá-lo, é simples,
seguro e muito confiável. Além disso, pode
estender o período de Full Stroke Test.
O objetivo principal de um PST é des-
cobrir de forma antecipada uma parte de
falhas perigosas não detectadas (dangerous
undetected failures).
A PFD pode ser melhorada com o fator
de cobertura de diagnósticos proporcionados
F4. Enable PST – ProfibusView. pelo PST. MA

18 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 manutenção

Parâmetros Descrição
Safety Control Indica ao método de PST se a válvula é de controle ou segurança.
Valve
Safe Position Permite configurar a posição de segurança da válvula, por exemplo, 0%, 100% ou
qualquer outra posição (configurado no bloco AO).
T3. Configuração para válvulas de segurança.

Parâmetros Descrição F5. Tela de configuração do Safety Control

Time to Initiate Informa quanto tempo falta até iniciar o teste. Valve no ProfibusView.
Counter Success Contador que totaliza o número de execuções com sucesso do PST. Esse contador é
salvo em flash ao desenergizar o FY303.
Counter Unsuccess Contador que totaliza o número de execuções com falhas do PST. Esse contador é
salvo em flash ao desenergizar o FY303.
Reset Permite resetar os contadores Counter Success e Counter Unsuccess.
Status Indica a condição de erro ou diagnóstico do PST: No error
Ao ligar o equipamento ele apresentará este status:
“PST in execution”: O método está em execução.
“SP Offset is out of limit”: Indica que o parâmetro SP Offset está fora do limite.
“PST time out”: Indica que não foi possível executar o teste conforme configurado no
parâmetro TimeOut.
“PST succeed”: Indica que o teste foi executado com sucesso.
“PST in auto mode and waiting for execution”: O Test Type está em modo automático
e aguardando o momento para ser executado, conforme definido no Cycle To Exec.
“PST In Stop Mode”: Indica que o teste foi finalizado pelo usuário ou que ocorreu
algum erro durante o teste.
“PST in Setup Or Trim”: Indica que está executando o SETUP ou o TRIM.
“PST Valve is in Safe Operation”: Indica que a válvula está na posição de segurança. F6. Tela de configuração do Diagnóstico e
T4. Condições de diagnósticos do PST. do Status do PST no ProfibusView.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 19

manufatura

Aprimorando o
Desempenho da
Manufatura com
Aplicativos Móveis
de Gerenciamento
de Informação
O
A tecnologia de gerenciamento de informação mudou
e evoluiu de forma extremamente rápida nos últimos desafio, para muitas empresas, é descobrir a
maneira certa de usar dispositivos e aplicativos
30 anos, tornando-se uma parte muito importante no
móveis em ambientes de manufatura. Esses
modo como as empresas executam funções de negócio aplicativos permitem aos usuários controlar
diárias. Hoje, os dispositivos móveis estão em toda parte ajustes de termostato em casa, ou configurar
o DVR doméstico para gravar remotamente.
e são considerados ferramentas essenciais para fazer
Isso significa que os fabricantes deveriam
negócios, o que não acontecia há apenas 10 anos. Já adotar essa tecnologia para controlar a
existem aplicativos móveis para praticamente tudo que velocidade do agitador do reator em uma
planta química? Muitos argumentariam que
você possa imaginar!
não é a maneira certa de usar a tecnologia
Dan Roessler móvel no momento, mas isso não quer dizer
Aspen Technology que os aplicativos móveis não possam ser
explorados para proporcionar benefícios às
empresas de manufatura.
Uma aplicação lógica da tecnologia

saiba mais móvel na manufatura é aprimorar o acesso a

dados críticos de processo e de negócio para
melhorar o tempo de resposta e a tomada de
Sistema Integrado da Manufatura
Mecatrônica Atual 17 decisão. Os sistemas de gerenciamento de
informação da planta coletam e armazenam
Como detectar falhas na manufatura?
informações de processo vitais que são usadas
Mecatrônica Atual 34
em muitas funções em uma organização de
Conectividade de pontos de entrada produção, tornando-as uma base natural para
digital em CLPs
Mecatrônica Atual 07 a criação de aplicativos móveis pertinentes.

20 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013


F1. Informação de processo em tempo real a qualquer hora, em qualquer lugar.
A adoção de tecnologia móvel deve ser
uma decisão consciente dos fabricantes e
levar em conta vários fatores importantes:
• Quais são os desafios do negócio que
geram uma necessidade?
• Quais são os requisitos-chaves de
implementação de uma solução eficaz?
• Quais são os benefícios esperados
do Gerenciamento de Desempenho?
O restante deste artigo examinará estas
áreas para um maior entendimento da melhor
maneira de aplicar a tecnologia móvel para
proporcionar benefícios em um ambiente
de manufatura.
A Necessidade de Tecnologia
Móvel na Manufatura
Frente à natureza competitiva da indús-
tria, os recursos profissionais em uma equipe
enxuta frequentemente são responsáveis por
numerosos locais ou unidades de produção
onde talvez nem sempre estejam presentes
fisicamente. Muitas vezes, o monitoramento
remoto de um local requer que um engenhei-
ro se conecte através de uma rede privada
virtual (VPN) ou algum outro protocolo,
para acessar o sistema de gerenciamento de
informação da planta a fim de controlar o
desempenho, diagnosticar e solucionar pro-
blemas e executar outras funções essenciais.
A logística pode tornar este procedimento
moroso e resultar em atrasos na identifica-
ção de problemas e, mais importante, na
implantação de ações corretivas.
Muitos gerentes, hoje em dia, são obrigados
a viajar para diversos locais e regiões. Eles
podem ser convocados a tomar decisões de
negócio críticas durante a viagem e, muitas
vezes, precisam fazê-lo sem acesso em primeira
mão a informações e métricas de produção
chaves, sem absolutamente quaisquer dados,
com informações de segunda mão, ou com
dados desatualizados ou obsoletos. Como
alternativa, os gerentes podem adiar decisões
totalmente até que os dados estejam acessí-
veis e que seja feita uma avaliação completa
da situação. De qualquer forma, a decisão
não será tão oportuna ou embasada quanto
poderia ser para proporcionar os melhores
resultados de negócios.
Em ambos os cenários acima, aprimorar
a acessibilidade dos dados é uma necessidade
importante do negócio. Com aplicativos
móveis de gerenciamento de informação,
os dados são disponibilizados sob demanda
independentemente da localização física,
provendo uma visão em tempo real do
desempenho operacional e do negócio. Veja
a figura 1.
Na manufatura, a qualquer momento
podem ocorrer eventos operacionais anor-
mais que exigem ação, e é importante que
os recursos profissionais adequados estejam
cientes desses eventos o mais próximo possível
do tempo real para minimizarem o impacto
sobre a lucratividade. Considere o exemplo
de uma engenheira de produção responsável
pela introdução de um novo catalisador no
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
manufatura
processo de produção. A engenheira tinha
trabalhado até tarde a semana inteira, moni-
torando a produção com o novo catalisador
que apresentou bom funcionamento, e decidiu
tirar folga no fim de semana. Na noite de
sábado, enquanto ela jantava fora com seu
marido, a entrada do tubo do catalisador para
o reator principal entupiu com sólidos. O
operador, ao perceber o problema, começou
a experimentar vários métodos para desen-
tupir o tubo do reator, mas, bombardeado
por alarmes e tentando manter o sistema em
funcionamento, demorou mais de uma hora
para conseguir ligar para o telefone celular
da engenheira. O sistema, incluindo o reator
principal, acabou sendo desligado, o que
resultou em inatividade onerosa.
Aumentos de temperatura ou pressão
poderiam ter sido indicadores iniciais de um
problema antes do entupimento da linha do
catalisador. Se estes indicadores ultrapassas-
sem um limite de alarme, notificações de
eventos disponíveis em aplicativos móveis de
gerenciamento de informação poderiam ter
disparado um aviso automático por e-mail
para o telefone celular da engenheira de
produção. Ela poderia ter tomado conhe-
cimento do problema um ou dois minutos
após o evento, e dado sugestões para evitar
o desligamento. Notificações de eventos em
tempo real encaminhadas ao pessoal-chave
através de dispositivos móveis ajudam a
melhorar o desempenho da produção e
evitar eventos onerosos.
21
manufatura
F2. A configuração fácil das preferências do usuário aumenta o valor.
A necessidade geral do negócio por
aplicativos móveis de gerenciamento de
informação está na melhoria da flexibilidade
de acesso aos dados para que o gerenciamento
de desempenho possa ser feito a qualquer
hora, em qualquer lugar, otimizando a
eficácia dos funcionários e capitalizando o
conhecimento especializado dos recursos
profissionais.
Principais Requisitos
de Implementação
A implementação de um aplicativo móvel
de gerenciamento de informação ajudará a
alavancar o sucesso na comunidade usuária.
Um dos primeiros requisitos é explorar a
infraestrutura e as ferramentas existentes.
Se o aplicativo móvel requer a instalação
de servidor, cliente ou outro hardware de
gerenciamento de informação oneroso adi-
cional, consequentemente contribui para a
complexidade da solução e começa a reduzir
o retorno sobre o investimento (ROI). Além
22 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
disso, os aplicativos devem ser projetados
para funcionarem com um amplo espectro
de dispositivos móveis e navegadores em
uso hoje para que os usuários não sejam
obrigados a comprar novos dispositivos
móveis ou software navegador.
A segurança é outra preocupação crí-
tica que deve ser abordada. Um sistema
que permita aos usuários tirar vantagem
de tecnologias e protocolos de segurança
padrão da indústria existentes será mais
fácil de implementar e manter.
A solução também deve suportar a capa-
cidade de estabelecer privilégios de usuários
por cargos. Uma vez que muitos recursos
profissionais diferentes em toda a empresa
acessam os sistemas de gerenciamento de
informação para realizar suas funções de
trabalho específicas, o administrador deve
contar com uma interface flexível para
atribuir direitos com base em cargos. Por
exemplo, um técnico de manutenção desig-
nado para a Unidade de Produção A não
quer (ou não precisa ter) o mesmo acesso
que o gerente do local, que é responsável
por todas as quatro unidades de produção
no local. Observe a figura 2.
Como extensão disso, o usuário deve
ter a capacidade de configurar parâmetros
para tornar a informação que recebe, a mais
valiosa possível para ele. Se um engenheiro
de produção está executando um teste, talvez
queira monitorar alarmes que normalmente
ele não incluiria em suas atividades nor-
mais de gerenciamento de desempenho. O
engenheiro tem que poder acessar e ativar
esses alarmes em seu dispositivo móvel
rapidamente. Um supervisor de turno
precisa ter a capacidade de configurar seus
alertas para que as notificações de evento
fiquem inativas durante sua semana de
folga. Dotar os usuários com capacidade
de configuração flexível para gerenciar
notificações de eventos e alertas é essencial
para maximizar o valor do aplicativo para
usuários individuais.

A estrutura e a hierarquia da informação
são outros aspectos da implementação. Um
engenheiro de processo corporativo que
cobre quatro locais em uma região, cada
um com três unidades de produção, quer
poder encontrar rapidamente informações
analisadas por local e, em seguida, por uni-
dade de produção. O fluxo da estrutura de
menu do aplicativo móvel é essencial para
possibilitar facilidade de acesso.
Visualização flexível também é um
requisito-chave. Um técnico de manutenção
provavelmente está mais interessado em “tag
trends” individuais, enquanto que o gerente
do local talvez queira ver um resumo dos
indicadores chaves de desempenho (KPIs).
Para maximizar o valor do aplicativo, os
recursos de visualização têm que suportar
uma variedade de visões, tais como “tag
trends”, KPIs, campos de valor de dados e
notificações de eventos.
À medida que os aplicativos móveis
continuarem a avançar na arena de geren-
ciamento de informação, será essencial dar
profunda atenção à abordagem de imple-
mentação e garantir que o aplicativo móvel
escolhido tenha a flexibilidade certa para
suprir as necessidades de negócio específicas
da manufatura.
Benefícios do Gerenciamento
de Desempenho
O gerenciamento de desempenho envolve
o uso de ferramentas de análise e visualização
para converter dados brutos de processo
em informações pertinentes e acionáveis.
A tomada de decisão passa de reativa a
proativa quando a informação é colocada no
contexto adequado e entregue no formato
certo em tempo real. Os aplicativos móveis
consistem uma boa plataforma para apri-
morar o acesso à informação, aumentando a
eficiência do funcionário ao oferecer acesso
aos dados em tempo real a qualquer hora,
em qualquer lugar.
Os aplicativos móveis de gerenciamento
de informação aprimoram a acessibilidade
aos dados, trazendo diversas vantagens para
a manufatura:
• Mais rapidez na localização de pro-
blemas e na ação corretiva;
• Decisões mais oportunas e embasadas;
• Identificação precoce e gerenciamento
proativo de problemas de produção.
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
manufatura
Todas estas vantagens se traduzem em
benefícios cruciais à manufatura, tais como
utilização aprimorada de ativos, redução da
variabilidade e maior lucratividade.
Conclusão
O uso de aplicativos móveis na manu-
fatura deverá continuar aumentando. Os
benefícios são enormes e podem ajudar
a alavancar os resultados financeiros. Os
usuários pioneiros destes aplicativos móveis
vão ajudar a identificar novas maneiras de
explorar esta tecnologia e moldar a direção
futura das iniciativas de desenvolvimento.
Os aplicativos móveis de gerenciamento de
informação proporcionam aos usuários uma
visão da produção vinte e quatro horas por dia,
sete dias por semana, independentemente de
sua localização física. Este acesso expandido
aos dados contribui para o aproveitamento
dos recursos profissionais especializados
e a melhoria da eficácia dos funcionários.
Como resultado, é possível prever que os
aplicativos de tecnologia móvel passarão a
ser um elemento essencial da infraestrutura
de operações de manufatura. MA
23
automação

Projeto de Automação do
Processo Industrial de
Mini Usina de Biodiesel
O crescente índice de poluição existente na camada atmos-
férica proporcionou variações de temperatura no mundo,
determinando o derretimento das calotas polares, enchentes
e outros fatores, ocasionados também pela emissão de gás
carbônico (CO2), sendo que um dos fatores que elevou o
índice de emissão deve-se ao aumento da frota de veículos
existentes, e por isso surgiu a necessidade de desenvolver
biocombustíveis.

Os pesquisadores identificaram que o diesel é o combustível
que emite maior índice de CO2, a partir de então, desen-
volveram o biodiesel através de plantas oleaginosas para
reduzir o índice de emissão além de utilizar recursos reno-
váveis. Porém, para todo e qualquer processo é necessária
a existência de sensores, atuadores e controladores que, em
conjunto, realizam a automação e controle do processo de
produção além das variáveis do processo como temperatura,
vazão, temperatura e nível. Pensando neste conceito e no
contexto acadêmico, será desenvolvido o projeto de criação
de uma Mini Usina de Biodiesel.
Deivison Silveira
Engenheiro de Controle
e Automação – FAMEC
A
degradação ambiental é um problema que
já afeta os habitantes de todo o planeta. As
anomalias da temperatura média da atmos-
fera e dos oceanos da Terra são realmente
preocupantes, sendo que um dos fatores
responsáveis é a emissão de gás carbônico
provocado pelos veículos automotivos. Com
base nisso, serão apresentados aspectos
que caracterizam e justificam o trabalho
apresentado, partindo do princípio que
existem diversas razões para o interesse pelo
biocombustível como:
• Diminuir a dependência do petróleo;
• Reduzir a emissão de gás carbônico
na atmosfera.
O consumo mundial de energia pra-
ticamente dobrou entre os anos de 1975 e
2005, passando de seis bilhões de Mtoe para

saiba mais perto de doze bilhões de Mtoe (BUENO;

ESPERANCINI; TAKITANE, 2009). Desse
total, quase 87% referem-se a energias não
A automação de um setor em franco
desenvolvimento renováveis, o que representa uma matriz
Mecatrônica Atual 33 energética não sustentável, no longo prazo
Sistema de Controle na Usina de
(FERRES, 2010). A previsão do consumo
Itaipu de combustível é essencial para as empresas
Mecatrônica Atual 29 que trabalham neste setor, pois esta auxilia
Automação da Subestação da Usina no desenvolvimento do plano logístico,
Termelétrica de Linhares (ES) orçamentário, estratégico, entre outros
Mecatrônica Atual 52 (BRAFMAN, 2009).

24 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013


F1. Número de publicações científicas e patentes de biodiesel. Fonte: TESSER, 2012.
Leal, 2007 afirma em seu artigo: “A busca
por soluções alternativas para o consumo do
petróleo, desde a década de 1970 até hoje, e
a preocupação com a poluição ambiental e a
emissão de gases de efeito estufa na atmosfera
reforçam cada vez mais a importância da
produção comercial dos biocombustíveis.”
Visto isso, o número de publicações e
patentes vêm crescendo de forma exponen-
cial ao longo dos anos conforme mostra a
figura 1.
De acordo com a Lei nº 11.097, de 13
de janeiro de 2005, o biodiesel pode ser
classificado como qualquer combustível
alternativo de natureza renovável que possa
oferecer vantagens socioambientais ao ser
empregado na substituição total ou parcial
do diesel de petróleo, em motores de ignição
por combustão interna.
F3. Produção de biodiesel no Brasil, EUA e Alemanha. Fonte: (D’AVILA, 2011).
Dessa forma, o biodiesel pode ser classi-
ficado como sendo um combustível oriundo
de óleos vegetais e animais, sendo extraídos
principalmente de plantas oleaginosas. Sua
composição química é baseada em três
moléculas de ácido graxo e uma molécula
de glicerina, conforme ilustra a figura 2.
Para Meirelles (2003), o biodiesel é o
éster alquílico de ácidos graxos, obtidos da
reação de transesterificação de qualquer
triglicerídeo (óleo vegetal ou animal) com
álcool de cadeia curta (metanol ou etanol).
Grimoni et al, [s.d] afirma que a crise
energética brasileira gerou questões em
discussão quanto à disponibilidade de
recursos energéticos e oferta de energia. As
fontes de energias são caracterizadas por
convencionais e alternativas, sendo que as
primeiras se caracterizam por baixo custo e
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
automação
F2. Composição didática do Triglicerídeo.
Fonte: ATKINS, 2001.
podem causar grandes impactos ambientais,
podendo ser subclassificadas em energias
renováveis e não renováveis. As fontes de
energia não renováveis são encontradas na
natureza e poderão acabar de acordo com
a sua utilização, como é o caso do petróleo.
As fontes de energia renováveis são extraídas
de fontes naturais e têm a capacidade de
se regenerarem, além do que a sua geração
causa um menor impacto ambiental (como
é o caso do biocombustível).
De acordo com a figura 3, diante das
consideradas potências mundiais: Estados
Unidos e Alemanha, no período entre janeiro
de 2009 e janeiro de 2011, o Brasil teve um
crescimento significativo com a produção
de biodiesel.
O biodiesel é um substituto do diesel,
de combustão mais limpa, feito de energias
25
automação
F4. Produção mundial de biocombustíveis. Fonte: SCHECHTMAN e PIRES [s.d.].
renováveis tais como óleo vegetal e mineral,
onde da mesma forma que o diesel mineral,
ele opera motores de combustão-ignição.
Produção de biodiesel
A evolução da humanidade e o processo
tecnológico fizeram com que pesquisado-
res e cientistas não conformados com a
tendência mundial referente ao alto índice
de gás carbônico na atmosfera buscassem
desenvolver alternativas para diminuir a
emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
Rampin, 2009 afirma que o aumento da
demanda mundial por combustíveis líqui-
dos, aquecimento global, vontade política
por desenvolvimento nos campos agrícola,
social e também energético são pontos que
abrangem novas áreas de interesse. Dois
desses interesses são o etanol e biodiesel,
ambos já produzidos no Brasil.
De acordo com SCHECHTMAN
e PIRES [s.d.], a figura 4 representa o
crescimento de produção no mercado
mundial de biocombustíveis entre o ano
de 1990 e 2008.
Na Bélgica em 1937, o pesquisador
Charles George Chavane patenteou a forma
de transformação de um óleo vegetal em
ésteres metílicos e etílicos de ácidos graxos e
em combustíveis para motores de combustão
interna com o título “Procedé em vue de leur
utilisation comme carburants”, em português:
“Método para sua utilização como combus-
tível”, descrevendo a transesterificação do
óleo de palma africana (dendê).
26 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
Mas nem só de plantas e animais pode
ser produzido o biodiesel, estudos indicam
que o óleo de frituras representa um grande
potencial de oferta. Petris et al, 2007 afirma
que um levantamento primário da oferta de
óleos residuais de frituras, suscetíveis de serem
coletados, revela um potencial de oferta no
país superior a 30 mil toneladas por ano.
Suas estruturas químicas seguem, con-
forme exibe a figura 5.
Segundo Atkins et al. (2001), os ésteres
de moléculas maiores constituem os óleos
e gorduras, tanto de origem vegetal como
animal. Ésteres de moléculas muito grandes
aparecem nas ceras vegetais e no organismo
dos animais.
Para realização do biodiesel através
de plantas oleaginosas é necessário que
ocorra um processo químico denominado
transesterificação.
Por definição da patente PI – 0603857-
3A (2008), a transesterificação é a produção
de ésteres alquílicos, tal como o biodiesel, a
partir de quaisquer óleos vegetais ou gordura
animal, nas rotas metílicas ou etílicas, cata-
lisada por base forte modificada, tanto na
fase homogênea, onde se obtém um elevado
rendimento, na reação de transesterificação,
promovendo a decantação espontânea da
glicerina.
A figura 6 expressa de forma simplificada
o processo de produção de biodiesel.
De acordo com PARENTE, (2003) o
processo de produção do biodiesel procede
conforme o fluxograma da figura 7.
F5. Estrutura química do (a) ácido graxo,
(b) glicerol, (c) triglicerídeo. Fonte:
ATKINS, 2001.
Preparação da matéria-prima
Em princípio, necessário se faz que a
matéria-prima tenha o mínimo de umidade
e de acidez, o que é possível submetendo-a
a um processo de neutralização, através de
uma lavagem com uma solução alcalina de
hidróxido de sódio ou de potássio, seguida
de uma operação de secagem ou desumidi-
ficação. As especificidades do tratamento
dependem da natureza e condições da ma-
téria graxa empregada como matéria-prima.
(PARENTE, 2003)
Reação de transesterificação
A transesterificação é um processo
químico de separação da matéria-prima
utilizada (óleo ou gordura) em éster etílico
ou metílico de ácidos graxos, o qual constitui
o biodiesel.
A transesterificação tem sido largamente
utilizada para redução da viscosidade dos
triglicerídeos, melhorando as propriedades
físicas dos combustíveis para o motor a diesel
(URIOSTE, 2004),
sendo que para a realização da transeste-
rificação é necessária a aplicação de álcool.
GERIS, 2007 afirma que na transesterificação
de óleos vegetais, um triacilglicerídeo reage
com um álcool na presença de uma base ou
ácido forte, produzindo uma mistura de
ésteres de ácidos graxos e glicerol.
Para uma transesterificação estequio-
metricamente completa, uma proporção
molar 3:1 de álcool por triacilglicerídeo
é necessária, conforme revela a figura 8.
 automação

Para a produção é necessário a utiliza-

ção de álcool, sendo que se pode utilizar o
álcool etílico ou metílico, onde na tabela
1 se comparam estes dois tipo de álcool.
De acordo com a Companhia Nacional
de Abastecimento, conforme indica a tabela
2, o etanol é um biocombustível já produzido
no Brasil por todas as regiões, facilitando a
sua entrega e diminuindo custos referentes
à transposição do álcool.
Sob o ponto de vista ambiental, o uso do
etanol leva vantagem sobre o uso do metanol,
quando este álcool é obtido de derivados do
petróleo, no entanto, é importante considerar F6. Diagrama de bloco simplificado para o processo de produção do biodiesel. Fonte: SANTO-
RI, 2011.
que o metanol pode ser produzido a partir
da biomassa, quando essa suposta vantagem
ecológica pode desaparecer. (PARENTE,
2003)

Separação de fases
Após a transesterificação, sua matéria
é constituída em duas partes que segundo
Parente, 2003, pode ser separada de duas
maneiras: decantação e/ou centrifugação.
Decantação é também um processo
mecânico que serve para desdobrar misturas
heterogêneas de um sólido num líquido, ou
de dois líquidos imiscíveis entre si. (FEL-
TRE, 2004)
A centrifugação é utilizada ainda para
acelerar a separação entre as fases. De acordo
com MTSUDA, 2004 uma centrífuga im-
prime rotação rápida ao recipiente em que
está o sistema de um sólido em suspensão em
um líquido; com a aceleração provocada pela
rotação, as partículas sólidas sedimentam
mais depressa. F7. Processo de produção do biodiesel, segundo o Engº. Expedito José de Sá Parente. Fonte:
PARENTE, 2003.
Uma dessas partes é sólida, que por
consequência é a mais pesada, sendo com-
posta de glicerina bruta, e a menos densa é Quantidade e Condições Usuais Rotas de Processo
Médias Aproximadas Metílica Etílica
constituída de misturas de ésteres metílicos
ou etílicos. Quantidade consumida de álcool por 1.000 litros de biodiesel 90 kg 130 kg
Preço médio de álcool, US$/kg 190 360
Recuperação de álcool da glicerina Excesso recomendado de álcool, recuperável, por destilação, após reação 100% 650%
A fase pesada (contendo água e álcool) Temperatura recomendada de reação 60 °C 85 °C
é submetida a um processo de evaporação, Tempo reação 45 min 90 min
eliminando-se da glicerina bruta esses T1. Comparação do processo de produção. Fonte: PARENTE, 2003.
constituintes voláteis, cujos vapores são
liquefeitos num condensador apropriado. Região Produção (milhões de toneladas) Área (em Milhas) Produtividade (ton/ha)
(PARENTE, 2003) Norte 1.420 21,9 64,9
Nordeste 64.619 1.133 57,1
Recuperação do álcool dos ésteres Centro-Oeste 45.016 605 74,5
Da mesma forma, mas separadamente, o Sudeste 327.843 3.941 83,2
álcool residual é recuperado da fase mais leve, Sul 368.829 489 75,3
liberando para as etapas seguintes, os ésteres Total 475.727 6.189,9 355
metílicos ou etílicos. (PARENTE, 2003) T2. Produção de Etanol no Brasil. Fonte: CONAB, 2008.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 27

 automação

Desidratação do álcool trabalhando em conjunto considera-se que Para realização do controle e auto-
No caso da desidratação do metanol, o processo é automatizado. mação do processo de produção da Mini
a destilação é bastante simples e fácil de “A automação no meio produtivo tem Usina de Biodiesel é necessário realizar o
ser conduzida, uma vez que a volatilidade por objetivo facilitar os processos, utilizando controle das seguintes variáveis: pressão,
relativa dos constituintes dessa mistura é componentes básicos, como sensores, contro- vazão, temperatura e nível. Este processo é
muito grande, e ademais, inexiste o fenôme- ladores e atuadores. O sistema automatizado conhecido também como Instrumentação.
no da azeotropia para dificultar a completa visa sua otimização, aumentando a velocidade Acompanhe a tabela 3.
separação. (PARENTE, 2003) da produção, precisão e qualidade, sendo Instrumentação é a ciência que desenvolve
aliada a esses itens, a diminuição de custos". e aplica técnicas de medição, indicação,
Purificação dos ésteres (PRUDENTE, 2007) registro e controle de processos de fabri-
Os ésteres deverão ser lavados por centri- A automação consiste na interação das cação, visando a otimização e eficiência
fugação e desumidificados posteriormente, áreas de elétrica/eletrônica, mecânica e destes processos. Para que exista controle
resultando finalmente o biodiesel, o qual informática, onde a mecânica, através das do processo, os instrumentos devem estar
deverá ter suas características enquadradas nas máquinas que possibilitam transformar interligados entre si para que possam de-
especificações das normas técnicas estabelecidas matérias-primas em produtos “acabados”; sempenhar uma determinada função no
para o biodiesel como combustível para uso em a engenharia elétrica que disponibiliza os processo e produção (figura 9).
motores do ciclo diesel. (PARENTE, 2003) motores, seus acionamentos e a eletrônica De acordo com a norma ISA-S5, cada
indispensável para o controle e automação instrumento ou função programada será
Destilação da glicerina das malhas de produção; a informática identificado por um conjunto de letras que
A purificação da glicerina bruta é feita que através das arquiteturas de bancos de o classifica funcionalmente e um conjunto
por destilação a vácuo, resultando um pro- dados e redes de comunicação permitem de algarismos que indica a malha à qual o
duto límpido e transparente, denominado disponibilizar as informações a todos os instrumento ou função programada pertence.
comercialmente de glicerina destilada. níveis de uma empresa. (GONÇALVES, 2003)
(PARENTE, 2003) Na teoria de controle trata-se de análise As simbologias apresentadas nas figura
de comportamento dos sistemas dinâmicos, 10 e figura 11 são utilizadas em fluxogra-
Automação e controle da onde pode ser verificado o comportamento mas de processo e engenharia, sendo que
mini usina de biodiesel real de um sistema automático. Quando os sinais de transmissão podem variar de
Para que seja realizado o objetivo do interagido com a automação surge um novo acordo com a figura 10.
estudo é necessário que a Mini Usina de conceito denominado Mecatrônica, o qual Para representar o instrumento e indicar
Biodiesel seja compostas por sensores, atu- também é conhecido como Automação e o local onde o mesmo está instalado, utiliza-
adores e controladores. Estes instrumentos Controle. -se a maneira conforme mostra a figura 11.
Cada instrumento recebe uma nomen-
clatura distinta, onde através desta é possível
saber a funcionalidade da mesma no sistema.
De acordo com a figura 10 e figura 11
pode-se identificar um instrumento conforme
ilustra a tabela 4, onde, de acordo com seu
tag este instrumento seria um Controlador
F8. Equação geral de uma transesterificação de um triacilglicerídeo. Fonte: GERIS, 2007. Registrador de Temperatura localizado na
malha 210, sendo o 2° instrumento desta
Conceito Definição malha, logo assumindo a etiqueta TRC-
Pressão Pressão pode ser definida como a ação de uma força contra uma força contrária. Ela 210-2-A.
tem a natureza de um empuxo distribuído uniformemente sobre uma superfície plana no
interior de um recipiente fechado.
O processo de produção da Mini Usina
Vazão Define-se como sendo a quantidade de fluido que passa pela secção reta de um duto, por de Biodiesel para este projeto não será com-
unidade de tempo. Sendo que este fluido pode ser líquido, gás ou vapor. pleto conforme a figura 7, pois não haverá
Temperatura Segundo a física clássica, a temperatura quantifica o calor, que é a forma de energia até então a recuperação do álcool (metílico
associada à atividade molecular de uma substância. Quanto maior a agitação molecular, ou etílico). Por isso o processo será realizado
maior a quantidade de calor e maior será a temperatura da substância. de acordo com a figura 12.
Nível Determinação da posição como a indicação de uma interface entre dois meios. O estudo de caso deste projeto consiste
T3. Definição das variáveis a serem controladas. Fonte: Bega (2006), Delmée (2006), Cohn (2006) em sugerir uma proposta para automatizar
o processo de produção de uma Mini Usina
T RC 210 2 A de Biodiesel a ser montada pela instituição
Variável Função Área de Atividade Nº Sequencial da Malha Sufixo de ensino “Faculdade Metropolitana de
Identificação Funcional Identificação da Malha Camaçari”.
Identificação do Instrumento A figura 13 ilustra a planta automatizada
T4. Identificação do instrumento. Fonte: BEGA, 2006. do processo de produção da Mini Usina de

28 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 automação

Biodiesel, a qual será explicada a seguir.

Conforme mencionado em capítulos e
figuras anteriores, o processo de produção
referente à automação do processo ocorre
em 6 etapas

Preparação da matéria-prima:
Nesta etapa é utilizada Mini Prensa Ecir-
tec MPE-40TI, portando o tag ES-FA-101
responsável pela trituração da matéria-prima
que, em seguida, será transportada para o
tanque TQ-FA-101. F9. Ligação dos instrumentos. Fonte: SENAI, 1999.

Transposição da matéria-prima
triturada:
A transposição da matéria-prima tritu-
rada será realizada pela bomba BO-101-05,
porém após a bomba haverá instrumentos
responsáveis pelo controle de fluxo FIC-101-
06, indicador de pressão PI-101-07 que terá
dados tratados pelo PLC, o qual controlará
a velocidade do motor-bomba através de um
inversor de frequência.
Como neste transporte o tanque TQ-
-FA-102, o qual receberá a matéria-prima
triturada, estará a seis metros de altura, será
utilizada uma válvula retentora de fluxo F10. Simbologia Conforme Norma ABNT (NBR-8190). Fonte: NBR-8190, 1983.
RV-101-07 para que não haja o retorno do
fluido contido na tubulação, evitando assim
pressão reversa na bomba e nos componentes.
O tanque TQ-FA-101 terá também um
controle de nível para que o processo não
inicie com uma quantidade mínima prede-
terminada, evitando assim uma entrada de
ar na bomba BO-101-04.
Deve-se prestar atenção na escolha dessa
tubulação, pois existirá uma pressão interna
ocasionada da bomba e a viscosidade da F11. Simbologia para instrumento. Fonte: SENAI, 1999.
oleaginosa, na qual dependendo do material
utilizado, a tubulação poderá não suportar
e começará a existir vazamentos. Atente
para a figura 14.

Armazenamento de Álcool e
Hidróxido de Sódio
Para a realização da transesterificação
será necessário a adição de álcool (metílico
ou etílico) e hidróxido de sódio, para isso
serão utilizados tanques de armazenagem,
o TQ-FA-104 e o TQ-FQ-103. Ambos os
tanques contarão com o controle de nível,
impedindo que o processo se inicie sem ou
com a quantidade mínima de necessária
dos fluidos para sua realização; contará
com suspiros, pois não há a necessidade de
controlar a pressão interna para realização F12. Produção da Mini Usina de Biodiesel da FAMEC. Fonte: FAMEC, 2012.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 29

automação

F13. Projeto de Automação e Controle da Mini Usina de Biodiesel da FAMEC. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.

30 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 automação

F14. Trituração e transporte da matéria-prima. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.

F15. Tanque de armazenagem de etanol e soda. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.

F16. Controle de pH e controle de saída do tanque. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 31

automação

da produção; além do controle de fluxo

que será predeterminado para cada tipo de
oleaginosa utilizada. Observe a figura 15.
O abastecimento do tanque TQ-FA-104
será realizado por uma bomba visto que estará
a uma altura igual ou superior a seis metros,
então o tanque de abastecimento estará no
primeiro pavimento, a partir de então toda
transposição de fluido será realizada por
gravidade. Para abastecimento do tanque
TQ-FA-103 não é necessário a utilização
de bomba, pois este terá uma capacidade
menor podendo ser abastecido manualmente
sendo liquido ou sólido (barra).

Controle de pH:
Nesta etapa haverá adição de hidróxido
de sódio no tanque TQ-FA-102, contendo a
matéria-prima preparada a fim de realizar o
controle de pH do fluido em questão, para F17. Realização da transesterificação. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.
este controle será utilizado um conjunto de
equipamentos comunicando-se entre si, com
funções e objetivos distintos, composto por
um sensor de pH, transdutor deste sensor,
controlador e indicador da variável em
questão e uma válvula que será controlada
pelo DIC-103-107; quando alcançado o
índice de pH desejado, este realizará o con-
trole da válvula fechando-a. Em paralelo,
o motor MO-102-06 irá realizar a mistura
da matéria-prima com a soda. Durante o
período de neutralização, pré-estabelecida,
este estará a uma temperatura de 80°C e
posteriormente será transportada por gra-
vidade para o tanque TQ-FA-105.
Nesta etapa também se deve levar a
temperatura da oleaginosa em questão para
a escolha da tubulação; outro detalhe é o
diâmetro escolhido, visto que o processo
a partir de então será realizado através de
gravidade. Veja a figura 16.

Transesterificação
Além da adição de soda, nesta etapa será
adicionado também o etanol, realizando
por fim o processo de transesterificação
e da mesma forma que na etapa anterior,
haverá um motor misturador MO-105-06,
em paralelo será mantida a temperatura em
100 °C. É nesta etapa que ocorre a reação
química onde o triglicerídeo (oleaginosa)
reage com o álcool na presença de uma base
ou ácido forte, dessa forma será produzida
uma mistura de ácidos graxos e glicerol.
Quando mantida a temperatura e a
mistura química ideal dos elementos, este
F18. Separação da matéria-prima. Fonte: FAMEC-MUB-02-001.
permanecerá por 120 minutos para reali-
zação do processo de decantação, em outra
palavras o glicerol e o ácido graxos ficarão
separados. Observe a figura 17.
Separação de fases
Depois de concluída a decantação, com
os fluidos separados, por gravidade estes irão
escoar. Como o glicerol é mais denso, logo
este estará na parte inferior do tanque, o qual
será direcionado para o tanque TQ-FA-107
até que o sensor de densidade detecte a mu-
dança de fluido. Percebendo esta mudança,
o fluxo será redirecionado para o tanque
TQ-FA-106 através de uma válvula-globo
de três vias, separando assim a glicerina.
Os tanques estão contidos com contro-
lador de nível para determinar a finalização
de um ciclo de produção (capacidade má-
xima de armazenamento) e saber também
a quantidade produzida de biodiesel e de
glicerina. Atente para a figura 18. MA

32 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 automação

Utilização de
computador
industrial e placas
de aquisição
de dados como
controlador final
de processo
Este artigo tem como objetivos, não apenas descrever

A
a automação com a utilização de computadores indus-
triais e placas de aquisição como controladores diretos
do processo, mas também discutir as particularidades
com relação ao poder de processamento, robustez e
confiabilidade. O artigo é baseado na experiência dos
autores no projeto e implantação de sistemas que con-
trolam importantes processos em indústrias de grande
porte, já há mais de quatro anos.
Emerson M. A. Alves
tecnoemerson@hotmail.com
LIASA – Ligas de Alumínio S/A
utilização do computador industrial e placas
de aquisição de dados como controlador direto
do processo vem ganhando espaço dentro
das indústrias devido, principalmente, ao
avanço tecnológico e à facilidade de acesso
aos hardwares que integram esses sistemas.
Esses hardwares fazem parte das indústrias
da informática e da microeletrônica, que
têm um campo de aplicações muito vasto.
Na área da informática, podem ser
citados desde os computadores pessoais até

saiba mais Dr. Frank Sill Torres

A hora e a vez do PC industrial
Mecatrônica Atual 33
Ethernet Industrial - A tendência na
indústria para a automatização do
chão-de-fábrica
Mecatrônica Atual 12
Comando numérico
computadorizado
Mecatrônica Atual 04
franksill@ufmg.br
Universidade Federal de Minas Gerais
Dr. Renato Dourado Maia
renato.dourado@unimontes.br
Faculdade de Ciência e Tecnologia de
Montes Claros
Universidade Est. de Montes Claros
Universidade Federal de Minas Gerais
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
mainframes, que são computadores dedicados
ao processamento de grandes volumes de
dados, que mantêm servidores de bancos
de dados, servidores de internet e demais
recursos necessários ao funcionamento de
sistemas computacionais de grande porte. A
demanda por novas soluções para problemas
de engenharia motiva o avanço tecnológico,
que é acompanhado pelos computadores
33
automação
F1. Exemplo de um Computador Indutrial.
industriais, na melhoria da capacidade de
processamento e robustez, inclusive de peri-
féricos tais como: discos rígidos, memórias,
placas de vídeo e placas-mãe. Paralelamente
à evolução dos hardwares, ocorre o avanço
dos softwares e recursos computacionais,
como, por exemplo, utilização da Ethernet
na automação, aplicações multitarefas, apli-
cações distribuídas e utilização de servidores
de banco de dados.
Como os computadores, também as pla-
cas de aquisição evoluíram com os avanços
na área de microeletrônica, especialmente
no que se refere à redução contínua das
dimensões dos componentes, permitindo
altas densidades de integração dos circuitos
integrados. Os circuitos integrados utilizados
em placas de aquisição são do tipo circui-
tos de sinais mistos, ou seja, contemplam
circuitos analógicos e digitais. Uma classe
dos circuitos integrados a ser destacada nesse
contexto são os conversores de sinais, que
têm a função de realizar a conversão das
grandezas físicas (analógicas) para digitais.
Nesses circuitos a melhoria se manifesta não
apenas no aumento da resolução, que pode
superar 21 bits, mas também nas tecnologias
que aumentam a velocidade da conversão,
como a Flash, ou na redução do consumo.
34 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
Esses avanços conduziram ao aumento do
desempenho e à redução dos custos dos
microcontroladores e microprocessadores,
promovendo grandes avanços na indústria
de sistemas embarcados que inclui celula-
res, GPS, câmeras, indústria automotiva e
brinquedos (Hohl, 2009).
Essa evolução permite a utilização de
computadores industriais e placas de aquisição
para coletar dados diretamente dos sensores/
transdutores, realizar o tratamento dos sinais
e o processamento dos algoritmos de controle
e atuar diretamente nos equipamentos finais
de controle: balanças dosadoras, inversores
de frequência, válvulas solenoides, atuadores
e até CLPs (Controladores Lógicos Progra-
máveis) empregados em tarefas críticas de
intertravamento.
Quando se considera a utilização de
computadores industriais como controladores
de processo, um aspecto importante a ser
discutido é a confiabilidade do sistema de
automação, que está diretamente relacionada
aos cuidados envolvidos na instalação e pro-
teção dos equipamentos, que devem ser os
mesmos considerados no âmbito dos sistemas
clássicos que utilizam CLP. A tecnologia OPC
(Ole for Process Control) surgiu para padro-
nizar e facilitar a integração entre diferentes
equipamentos na automação, facilitando a
troca de informações entre computadores e
CLPs. Usando-se essa tecnologia, é possível
integrar um CLP ao sistema, podendo-se
atribuir a ele as tarefas que necessitem de
forte intertravamento, como o acionamento
de uma sequência de correias transportado-
ras, enquanto o computador industrial atua
como o controlador do processo.
Um sistema de controle consiste em
subsistemas e processos (ou plantas) reuni-
dos com o propósito de controlar as saídas
dos processos. Uma caldeira, por exemplo,
produz calor como resultado da queima do
combustível (Nise, 2000). Normalmente,
um sistema de controle é formado pela in-
terconexão de vários componentes, de modo
que seja produzida uma resposta apropriada
(Dorf, 2004). A relação entre a entrada e
a saída determina uma relação de causa e
efeito do processo, que é o processamento
dos sinais de entrada por meio de equações
matemáticas para fornecer sinais de saída
variável. O fundamental de qualquer sistema
de controle é medir a saída e realizar ações
corretivas a fim de eliminar desvios em
relação aos valores desejados (Burns, 2001).
Existe atualmente uma grande variedade
de técnicas de controle que podem ser utili-

zadas em processos industriais. Entretanto,
no chão de fábrica, a maioria dos sistemas
utiliza o clássico controlador PID. Isso se
deve a dois aspectos fundamentais: 1) con-
troladores PID são robustos e eficientes; e 2)
equipamentos como CLPs e controladores
de processos oferecem esse controlador de
uma forma simples de ser empregada.
O sistema com computador industrial
e placa de aquisição permite altas taxas de
amostragem, alto poder de processamento e
armazenagem de dados, o que proporciona
um ambiente propício para a aplicação de
outros controladores, que podem substituir os
controladores PID, ou até mesmo trabalhar
em conjunto, como, por exemplo, por meio
da utilização de Lógica Fuzzy configurando
os ganhos do PID. A flexibilidade desse
tipo de sistema pode ajudar as indústrias a
absorverem tecnologias modernas de controle
com um orçamento pequeno.
Operação em Indústria
de Grande Porte
O sistema opera na LIASA – Ligas de
Alumínio S/A, uma metalúrgica de grande
porte produtora de silício metálico locali-
zada em Pirapora-MG, e foi tema de artigo
publicado do XXII Congresso Brasileiro
de Automática em Campina Grande-PB
(Alves et al., 2012).
Em 2009, o sistema de carregamento da
LIASA foi integrado a um novo sistema. O
sistema, que gera uma carga balanceada de
800 kg em 40 segundos, opera durante 21
horas por dia, utilizando 4 matérias-primas
distribuídas em 8 balanças dosadoras, passou
a ser controlado pelo sistema baseado em
computador industrial e placas de aquisição
de dados. O novo sistema atribui ao CLP o
acionamento das correias transportadoras e
a responsabilidade de seus intertravamentos,
como, por exemplo, proteção por sobre-
corrente, desalinhamento, e entupimento.
Nesse projeto, o CLP recebe o comando
para ligar e desligar as correias e retorna as
informações de status e alarmes, via OPC, para
o controlador implementado no computador
industrial. Todos os controles para formação
de carga, incluindo os setpoints, verificação
de intertravamento das balanças, telas com
sinóticos para mostrar status do processo,
cálculos metalúrgicos para a estequiometria da
carga e algoritmos de controle, são realizados
pelo software no computador industrial. As
interfaces entre o software de controle e os
equipamentos de campo são realizadas através
das placas de aquisição de dados, que realizam
a leitura dos pesos das balanças e de todos os
sensores de intertravamento, como retroaviso
de equipamento ligado, e enviam os sinais
de controle para os inversores de frequência
e vibradores eletromagnéticos.
Atualmente, existem 3 sistemas de
carregamento que abastecem 4 fornos que
somam uma potência de 100 MW e que
já operam há 4 anos com alta eficiência
e baixa manutenção. Os softwares foram
desenvolvidos em C++ Builder.
Estrutura de PC Industrial
Um computador industrial possui al-
gumas diferenças quando comparado aos
computadores comuns. Dentre essas dife-
renças, pode-se destacar: uma placa-base,
a backplane, que tem a função de receber
alimentação da fonte e disponibilizar um
conjunto variado de slots para conexão de
tipo ISA (Industry Standard Architecture) e
PCI (Peripheral Component Interconnect).
Atualmente, o padrão mais utilizado de
slot é o do tipo PCI, visto que o slot ISA
corresponde ao padrão das placas mais
antigas. Outro periférico de destaque para
os computadores industriais são as fontes,
que são projetadas para suportar oscilações
das redes de energia elétrica e proporcionar
filtros a ruídos oriundos da alimentação.
Um computador industrial em rack 19" é
mostrado na figura 1.
Na aplicação industrial citada neste
trabalho, foram utilizados computadores
industriais com Intel® core® 2 duo, com 8
GB de memória RAM e HD convencional
de 250 GB com conexão SATA. Existem
no mercado HDs de estado sólido, que
aumentam a robustez para os casos em
que o ambiente requeira essa configuração.
Placas de Aquisição
Placas de aquisição são placas dedicadas à
amostragem ou geração de sinais com saídas
e entradas analógicas e/ou digitais. Caracte-
rísticas importantes são o número e os tipos
das entradas e saídas, a resolução e a taxa de
amostragem dos conversores analógico- digitais
e digital- analógicos, a forma de leitura de
sinais, que pode ser simples ou diferencial, a
robustez e o barramento usado para conexão
com o sistema computacional. Uma aplicação
digital interessante de placas de aquisição é a
captura de pulsos de alta frequência e a gera-
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
automação
ção de interrupções no software de controle
quando um pulso for detectado.
Placas ISA
O barramento ISA utiliza 16 bits para a
comunicação entre sistemas computacionais
e foi padronizado em 1981. Como esse
barramento é muito velho e relativamente
lento, as placas ISA foram substituídas pelas
placas PCI.
Placas PCI
As placas de aquisição PCI (figura 2)
oferecem grande velocidade de aquisição e
a possibilidade de utilizar a tecnologia de
DMA (Direct Memory Access). Essa tecno-
logia permite que os dados sejam enviados
diretamente para a memória do computador,
sem envolvimento do processador para trans-
porte de dados: depois que o software de
controle recebe uma interrupção sinalizando
que um conjunto de dados está numa faixa
de endereços de memória disponíveis para
processamento. Um exemplo desse tipo de
placa é a de entrada analógica da Advantech
PCI-1768, que tem resolução de 16 bits e
capacidade de amostragem de 250.000
amostras por segundo.
Placas USB
As placas de aquisição USB (Univer-
sal Serial Bus) são uma forma simples de
iniciar trabalhos com placas de aquisição.
Utilizando-se, por exemplo, um notebook,
em conjunto com uma placa desse tipo,
é possível implementar um controlador.
Essa configuração foi o controlador usado
como protótipo para o processo de teste
na automação citada neste artigo. A placa
utilizada foi a Advantech USB-4711A,
com uma taxa máxima de amostragem de
150.000 amostras por segundo.
Placas Ethernet
Como o padrão Ethernet está crescendo
dentro da indústria da automação devido
às melhorias dos equipamentos de rede, à
utilização de fibras óticas e às altas velo-
cidades de transmissão, essas placas, que
implementam protocolos de transmissão
de dados com o MODBUS TCP/IP, estão
se tornando cada vez mais onipresentes.
No caso da aplicação industrial citada, as
placas foram desenvolvidas com a utilização
de microcontroladores ARM7 de 32 bits,
do LPC2368 da NXP, do barramento SPI,
35
automação
de conversores analógico- digitais de 13
bits e do sistema embarcado uTasker com
MODBUS TCP/IP. Na aplicação não são
utilizadas altas velocidades de transmissão
para o computador industrial via Ethernet,
mas são aplicadas altas taxas de amostragem
e filtros dentro do sistema embarcado: os
resultados obtidos com as filtragens são
enviados para o controlador do computador
industrial.
Descrição de Software
- Drivers: Estes são softwares fornecidos
pelos fabricantes para acesso e configuração
das placas. Os softwares incluem não apenas
bibliotecas, que podem ser compartilha-
das por vários programas, mas também
algoritmos para acesso às bibliotecas com
funções para configuração, escrita e leitura.
Normalmente são disponibilizados exemplos
implementados nas linguagens mais comuns
de programação, como C, C++ ou Java.
- Sistema operacional e ambiente de
desenvolvimento: A aplicação industrial
citada neste artigo utiliza o sistema opera-
cional Windows XP 32 bits, com lingua-
gem de programação C++ no ambiente
de desenvolvimento C++ Builder. O C++
Builder facilita acesso às várias tecnologias
proporcionadas pelo sistema operacional, além
do paradigma de programação orientada a
objetos e do conceito de reuso e modularidade.
Vários recursos do sistema operacional são
utilizados, como, por exemplo, os recursos
do uso de aplicações concorrentes.
- Aplicações Concorrentes: No contexto
dos sistemas de supervisão, controle e auto-
mação, aplicações que executam as rotinas
de forma sequencial estão condenadas ao
fracasso, especialmente se o tempo necessário
para a execução de todas essas operações
gerar atraso nas animações, de modo que o
software aparentemente se comporte como se
estivesse travando: nessa situação, o operador
em desespero pode iniciar apertando botões
para interagir com a planta, o que pode ser
bem desastroso (Seixas Filho, 2002).
Para resolver esse problema, surgiram
as aplicações concorrentes, que são aquelas
que executam instruções importantes de
processo sequenciais de forma alternada por
meio da divisão da aplicação em processos
e/ou tarefas. Uma aplicação multitarefa
é uma aplicação que possui mais de um
processo/tarefa, podendo tirar proveito não
só do sistema operacional, como também
36 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
F2. Placa de aquisição PCI.
dos recursos de hardware, especialmente
processadores com mais de um núcleo
de processamento(Seixas Filho, 2002).
O sistema operacional Windows passou
a dar suporte a este tipo de arquitetura
multitarefa nos sistemas operacionais mais
modernos a partir do Windows NT com
a utilização dos threads, que são processos
menores que podem ser executados dentro
de um processo principal, que é a aplicação.
Assim, uma aplicação pode ter vários threads
ou processos, que são executados de forma
concorrente pelo sistema operacional.
Aquisição de dados
- Aquisição Direta: Aquisição de dados
de forma direta é a maneira mais simples
de comunicação com as placas de aquisição.
Para escrever na saída da placa é necessário
enviar o valor juntamente com o endereço
que corresponde à saída, para a execução do
driver. Para a leitura basta enviar o endereço
da porta e solicitar a execução do driver,
que retorna o valor amostrado. Para rotinas
que precisam de uma maior frequência de
amostragem, é necessário programar um
laço para as solicitações ao driver, também
conhecido como polling.
- DMA (Direct Memory Access): em
conjunto com interrupções, é uma forma
poderosa de aquisição de dados. Os dados
são enviados diretamente para a memória do
computador sem envolvimento do proces-
sador para transporte de dados. Isso não só
proporciona altas taxas de velocidade, mas
também elimina a necessidade realizar polling.
O problema em trabalhar com alta
velocidade de amostragem de dados com
DMA é o acesso simultâneo ao mesmo
endereço de memória, ou seja, tentar aces-
sar um endereço de memória ao mesmo
tempo em que a placa atualiza o valor no
endereço, provocando conflito no softwa-
re. A estratégia para evitar a violação do
endereço de memória é definir um buffer,
composto por uma matriz ou array com
o dobro do tamanho da quantidade dos
dados disponibilizados no momento da
interrupção. Essa matriz é passada como
referência para o driver, que vai retornar o
evento sinalizando qual metade da matriz
está sendo acessada. Dessa forma, o sof-
Referências Bibliográficas
Burns, Roland S. Advanced Control
Engineering. ButterWorth. 2001.
Hohl, W.(2009). ARM Assembly Language:
Fundamentals and Techniques.
Dorf, C. R.(2004). Modern Control System.
Alves Et Al.(2012). Desenvolvimento
Interno de Sistemas de Automação e
Controle na Liasa – Ligas de Alumínio S/A
Nise, S. N.(2000). Control Systems
Engineering
Maia, R. D. (2009). Desenvolvimento de
Sistemas de Controle e Supervisão em
Tempo Real: Introdução à Programação
Concorrente. Montes Claros – MG.
Seixas Filho, C.; Szuster, M. (2003).
Programação Concorrente em Ambiente
Windows: Uma Visão de Automação. Belo
Horizonte – MG. Editora UFMG.
Smith, Steven W. The Scientist and
Engineer’s Guide to Digital Signal
Processing.

tware pode acessar a outra parte da matriz,
evitando o acesso simultâneo.
Tratamento dos Dados
O sistema apresentado com placa de aqui-
sição com alta taxa de amostragem e elevada
resolução fornece uma grande quantidade de
dados que devem ser tratados (Smith, 2008).
A forma mais eficiente de tratar os dados,
principalmente para a tomada de decisões
nos sistemas de controle, é utilizando filtros
digitais, que podem ser implementados em
algoritmos no software do controlador. Um
exemplo de um filtro simples muito eficiente
é a média móvel (Smith,2008).
Conectividade
O sistema de automação com computador
industrial e placas de aquisição aproveita
as conectividades nativas do computador,
como comunicação serial RS232/485, USB,
Ethernet e conectividades proporcionadas
por softwares, como o caso do OPC.
Dessa forma, é possível trabalhar com um
sistema de arquitetura bem abrangente em
termos de hardware. As redes Ethernet são
uma oportunidade de conectividade forte
para os sistemas modernos de automação,
aproveitando os protocolos de rede TCP/IP,
aliados a protocolos de comunicação como
MODBUS. O protocolo MODUS/TCP/IP
possibilita segurança na comunicação entre
os equipamentos de processo, além de altas
taxas de trocas de dados.
Atributos de Confiabilidade
Como o sistema apresentado é novo
dentro da indústria, a confiabilidade é
muito questionável, porque existem várias
possibilidades de prejuízos ou ocorrências
de acidentes em caso de falhas. Consequen-
temente, a confiabilidade é um atributo que
deve ser levado em consideração.
Com relação à segurança, algumas ações
devem ser realizadas, como a existência de
uma chave geral de contato mecânico que,
quando atuada, faz com que o sistema pare
de interferir no processo. Além disso, é uti-
lizado um conceito de controle que desliga
o sistema em caso de travamento, ou seja,
as placas somente atendem a comandos
continuamente enviados; caso contrário,
todo o sistema é desligado ou entra em
estado de segurança.
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
automação
Para evitar prejuízos devido a controle
inadequado, é imprescindível que toda a
instalação, conectores e cabeamento atentem
a regiões e sistemas que podem proporcionar
distorção dos sinais ou geração de ruídos.
Esse parâmetro de projeto é o mesmo para
os sistemas clássicos, ou seja, se o sinal vier
distorcido, a placa vai amostrá-lo. Para forta-
lecer a confiabilidade das placas de aquisição é
importante implantar um plano de verificação
e calibração de forma a serem corrigidos erros
sistemáticos. Outra estratégia é projetar um
sistema de redundância a quente, ou seja, mais
de uma placa amostrando o mesmo sinal.
Esses sinais devem ser isolados eletricamente
uns dos outros, o que pode ser realizado com
módulos de sinais comerciais ou amplificadores
operacionais com fontes isoladas.
Conclusão
No mundo moderno, diante da rápida
evolução da computação aliada aos avanços
dos hardwares, a utilização de computa-
dor industrial e placas de aquisição como
controlador final de processo abre amplo
espaço de opções de controle para os siste-
mas industriais. MA
37
instrumentação

Saiba as vantagens de utilizar o

NI LabVIEW para
o controle de
máquinas
O processo tradicional para desenvolver sistemas
embarcados para controle de máquinas envolve di-
versos estágios, os quais utilizam diversas ferramentas
para projetar circuitos integrados (Electronic Design
Automation - EDA), assim como, diagrama de estados
e fluxogramas, simulação de circuitos SPICE, layout
e roteamento de placas, ferramentas de projeto de
controle, análise de elementos finitos (Finite Element
Analysis - FEA), linguagens C e VHDL, compiladores

para múltiplos dispositivos e ferramentas para Interfa-
ce Homem-Máquina (IHM). Agora, com a ferramenta
NI LabVIEW da National Instruments, você pode ter
acesso a recursos de baixo nível enquanto mantém as
vantagens da facilidade de programação agregada e
centenas de funções nativas para automatizar tarefas
comuns de controle de máquinas.
Guilherme Kenji Yamamoto
Renan Airosa Machado de Azevedo
National Instruments
T
écnicas como projeto gráfico de sistemas
(Graphical System Design - GSD), assim como
as plataformas PACs (Programmable Auto-
mation Controller) podem ajudar você com
o processo de desenvolvimento de sistemas
embarcados para o controle de máquinas.
Estas novas técnicas e ferramentas oferecem
completa personalização dos FPGAs, proces-
sadores de tempo real e módulos de entradas
e saídas (E/S) industriais usando a linguagem
de programação gráfica LabVIEW.

saiba mais PACs, como por exemplo o NI Compac-

tRIO, são projetados para perfeita integração
com o LabVIEW. Com eles, você pode
Sistemas de Controle por PC
Mecatrônica Atual 17 construir sistemas avançados incorporando
funcionalidades de software como controle
Interfaces Homem-Máquina
avançado, comunicação, armazenamento
Mecatrônica Atual 17
de dados e processamento de sinal com um
A hora e a vez do PC industrial controlador robusto que realiza operações
Mecatrônica Atual 33
lógicas, controle de movimento, controle de
Supervisórios e IHMs Critérios de processos e visão de máquina. Veja a figura 1.
seleção para projetos de máquinas
Mecatrônica Atual 47

38 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 instrumentação

F1. Uma única ferramenta para programação gráfica e projeto de sistemas embarcados.

F2. Loops paralelos de alta velocidade no NI LabVIEW FPGA.

Desenvolvimento de uma
lógica FPGA personalizada
Você não precisa mais ser um expert
em programação VHDL para aproveitar as
vantagens da confiabilidade e desempenho
do hardware reconfigurável FPGA.
O Módulo LabVIEW FPGA permite
que você rapidamente desenvolva aplicações
para o NI CompactRIO gerando códigos
em VHDL baseados em seu programa
gráfico, e então automaticamente efetua a
otimização, síntese e compilação.
O LabVIEW oferece uma linguagem
de programação completa para o hardware
RIO e tira proveito da capacidade de pro-
cessamento verdadeiramente paralelo dos
FPGAs, permitindo a execução do código
com um único ciclo de clock (40 MHz).
Além das estruturas básicas de progra-
mação e das funções de lógica digital, você
pode utilizar os recursos como blocos de
funções para controle de movimento, PID
analógico, análise, geração de onda, filtros
entre outras. Observe a figura 2.
Processamento em tempo real
Com o Módulo LabVIEW Real-Time,
você pode utilizar mais de 650 funções nativas
do LabVIEW para controle de movimento,
PID, análise e para execução determinística
em processadores de ponto flutuante. As apli-
cações em tempo real envolvem tipicamente
dois loops fundamentais. O loop de tempo
crítico efetua a interface com o FPGA para
a interação determinística com as entradas e
saídas do FPGA. Você pode sincronizar seu loop
de tempo crítico via pedidos de interrupção.
Loops de tempo crítico fazem o con-
trole enquanto o loop de prioridade faz
armazenamento de dados, análise e tarefas
de comunicação com o computador host.
Atente para a figura 3.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 39

instrumentação

Interface Homem-Máquina (IHM)
Você pode criar uma interface de usuário
para qualquer computador com sistema
operacional Windows/Linux/Macintosh
para o sistema de controle de máquinas.
As controladoras que usam LabVIEW
Real-Time possuem um Web Server nativo
que, automaticamente, publica a interface de
usuário da aplicação em tempo real através
da rede para um computador host e oferece
uma IHM adicional sem programação.
Acompanhe na figura 4.
Arquitetura de hardware
O NI CompactRIO é um sistema robusto
e reconfigurável que contém três compo-
nentes - Módulos de E/S Industriais, um
FPGA reconfigurável e uma Controladora
de tempo real. Veja na figura 5.
de vibração. O resultado final é um sistema
robusto e de baixo custo que pode ser imple-
mentado em uma variedade de aplicações e
ambientes, onde equipamentos tradicionais
seriam impróprios.” – Darren Lingafeldt,
engenheiro de sistemas da Nexjen Systems,
uma fornecedora de equipamentos de testes
elétricos pesados e sistemas de monitoramento
personalizados de vibração.
Controladora de tempo real
A controladora de tempo real contém
um processador industrial que executa
aplicações desenvolvidas em LabVIEW
Real-Time de maneira confiável e determi-
nística, e oferece controle em diversas taxas,
rastreamento da execução e comunicação
com periféricos. Funções adicionais incluem
entrada de alimentação redundante de 11 a
30 VDC, um DIP switch com funcionali-
dade definida pelo usuário, LED de status,
clock, temporizadores de watchdog e outras
características para aplicações que exigem
alta de confiabilidade. Repare na figura 8.
Acompanhe as especificações do Com-
pactRIO nas tabelas 1 e 2, a seguir.
Desenvolvimento de
módulos personalizados
Com o kit de desenvolvimento de módulos
do NI CompactRIO, você pode desenvolver
módulos personalizados para satisfazer as
necessidades mais específicas de suas apli-
cações. O kit fornece acesso à arquitetura

Módulos de E/S industriais

Os módulos de entrada e saída possuem
isolação, circuito de conversão, condiciona-
mento de sinal e conectividade direta com
sensores e atuadores industriais. Com a
integração entre os conectores e os módulos,
o NI CompactRIO reduz significativamente
a quantidade de espaço utilizado e os custos
com cabeamento em campo. Diversos mo-
delos de módulos de E/S estão disponíveis,
incluindo entradas de termopares de ± 80
mV; Entradas e saídas analógicas de ± 10
V com amostragem simultânea; E/S indus-
triais digitais de 24 V com correntes de até
1 A; Entradas digitais diferenciais/TTL; e F3. Processamento determinístico em tempo real no LabVIEW Real-Time.
entradas de acelerômetros IEPE de 24-bit.
Olhe a figura 6.

Chassi FPGA reconfigurável

O chassi FPGA reconfigurável é o centro
da arquitetura embarcada. O FPGA RIO
é conectado aos módulos de E/S em uma
topologia de estrela, para acesso direto ao
circuito de E/S de cada módulo e flexibili-
dade ilimitada para temporização, trigger e
sincronia. Como cada módulo é conectado
diretamente ao FPGA em vez de ser por um
barramento, quase não há latência no con-
trole para a resposta do sistema comparado a
outros controladores industriais. Um único
chassi pode executar mais de 20 loops de
controle PID analógico simultaneamente
a taxas de 100 kHz. Observe a figura 7.
“A natureza reconfigurável do CompactRIO
e do NI LabVIEW FPGA mudam as regras
do controle de máquinas e do monitoramento F4. IHM integrada sem programação adicional.

40 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 instrumentação

F5. Arquitetura de um sistema com tecnologia RIO (entradas e saídas reconfiguráveis).

F6. Módulos NI CompactRIO de E/S com opções de cabo D-Sub, BNC e terminal de parafusos.

F7. Chassi FPGA reconfigurável do NI CompactRIO.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 41

instrumentação

elétrica de baixo nível do CompactRIO para A figura 10 mostra o layout e o esquema de

Aplicações típicas de o projeto especializado de E/S, comunicação um módulo personalizado do CompactRIO.
controle de máquinas: e módulos de controle. Inclui bibliotecas do “O NI CompactRIO e o kit de desenvol-
- Máquinas de embalagens; NI LabVIEW FPGA para interagir com vimento de módulos oferecem um poderoso
o circuito do seu módulo personalizado, sistema de prototipagem universal, com o qual,
- Maquinário de solda; comunicando-se a taxas superiores a 40 Mb/s. engenheiros e desenvolvedores de sistemas de
- Controle de movimentos em alta A figura 9 ilustra o NI cRIO-9951 MDK controle podem rapidamente implementar
velocidade; Suite que auxilia os usuários OEMs e integra- sistemas embarcados altamente personalizados
- Misturas químicas; dores de sistemas a desenvolverem módulos usando ferramentas comercialmente disponí-
- Máquinas de parafusar; personalizados para atender os requisitos veis.” – Carroll G. Dase, presidente da Dri-
exclusivos que alguns sistemas necessitam. O vven, Inc., uma provedora de soluções para
- Manutenção preventiva. kit inclui o software CompactRIO Module controle automotivo e aquisição de dados.
Development e o manual do desenvolvedor. A Process Automation Corporation
usa o CompactRIO para criar um sistema
Parameter Specification Units de aquisição e controle que adquire dados
Physical/Environmental analógicos em alta velocidade em múltiplos
Dimensions 179.5 x 881 (7.07 x 3.47) mm (in)
canais, executa algoritmos de processamento
Temperature range -40 to 70 °C
personalizados e provê controles determinísti-
Shock rating 50 g
cos para operar uma ferramenta de instalação
Industrial I/O Modules
de parafusos confiável para parafusar metais.
Channel Density (channels per module) 4, 6, 8 or 32 channels
Esta aplicação requer um sistema em tempo
Analog Resolution 12, 16, or 24 bits
real de alto desempenho e confiabilidade
Maximum Analogi Input Rate 800 kHz
Analog Input Range ± .08 to ± 60 V
durante a aquisição para calcular o ponto
Maximum Analog Output Rate 333 kHz
exato de parada da parafusadeira, pois os
Analog Outpute rate ± 10 V valores de torque e deslocamento variam
Digital Logic Levels 5 (TTL) or 24 V quando se parafusa em materiais de densi-
Maximum Digital I/O Speed 500 ns dade e espessura diferentes.
Maximum Digital Current Drive 4 A O maior benefício que a Process Au-
Typical Isolation (withstand) 2,300 Vrms tomation Corporation tem observado no
Reconfigurable Chassis CompactRIO é sua habilidade de adquirir
I/O Module Slots 4 or 8 slots e processar dados dos sensores do sistema
FPGA System Gates 1 or 3 M em velocidades que, normalmente, estão
Number of FPGA logic slices 5120 or 14336 slice reservadas a hardwares personalizados de alto
FPGA Timebases 40, 80, 120, 160 or 200 MHz custo. Por ser compacto e apropriado para
Real-Time Controller operação embarcada, a Process Automation
Real-Time Processor 200 MHz Corporation conseguiu desenvolver uma
Dual DC Supply Range 11 to 30 V solução autônoma para controle de hardware
Serial Port RS232 com um tempo de desenvolvimento e custo
Ethernet Port 10/100 Mbps reduzidos. Atente para a figura 11.
T1. Especificações de CompactRIO. “Associando a reputação da National
Instruments com a tecnologia de ponta e o
Description Standard baixo custo, a plataforma NI CompactRIO se
Electromagnetic Compatibility (EMC) 89/336/EEC; EN 55011 Class A at 10 m; FCC Part 15A above tornou a plataforma de melhor custo-benefício
1 GHz; Industrial levels per EN 61326-1:1997; +A2:2001,
para essa aplicação. Ela fornece a capacidade
Table A.1 CE, C-Tick, and FCC Part 15 (Class A) Compliant
de processamento suficiente para permitir que
Product Safety 73/23/EEC
EN 61010-1, IEC 61010-1 múltiplas ferramentas de instalação de para-
UL 61010-1 fusos sejam comandadas com um único chassi
CAN/CSA C22.2 No. 61010-1 CompactRIO. Isso faz o CompactRIO ser duas
Hazardous Locations, Class 1, Division 2 Class 1, Division 2, Groups A, B, C, D, T4; vezes mais rentável que o sistema anterior.” -
Class 1, Zone 2, Aex nC IICT4, EEx nC IICT4 Greg Sussman, Consultor de Sistemas de
Shock and Vibration IEC 60068 2-64, IEC 60068-2-27, IEC 60068-2-6 Automação, Process Automation Corporation.
Mean Time Before Failure (MTBF) Bellcore Issue 6, Method 1, Case 3, MIL-HDBK-217F A figura 12 mostra módulos projetados
Marine Lioyds Register (LR Type Approval System Test Spec No 1) pela Drivven, Inc. para controle das velas e da
Quality/Environmental Management System ISO 9001/14001 injeção de combustível em uma motocicleta
(QMS/EMS) Yamaha YZF-R6 2004 em velocidades que
T2. Certificações típicas. Visite www.ni.com/certification para maiores detalhes. superam 15.500 RPM. MA

42 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 instrumentação

F8. Controladora de tempo real NI Com-

pactRIO. F9. NI cRIO-9951 MDK Suite.

F10. Layout de PCB finalizado para módulo personalizado.

F11. Máquina de verificação da instalação F12. Implementação do módulo persona-

de parafusos. lizado.

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 43

instrumentação

Melhore seu sistema

baseado em CLP:
Análise e Controle
Avançados
O objetivo deste artigo é informar ao leitor que trabalha
com CLP (Controlador Lógico Programável) sobre a
possibilidade de melhorar o seu sistema com o uso dos
PACs (Controladores Programáveis para Automação)
baseados no LabVIEW, da National Instruments.
Guilherme Kenji Yamamoto
Renan Airosa Machado de Azevedo
National Instruments

Abordagens diferentes para processo – normalmente através da mudança

Processamento de Sinal
e Controle Avançado
Milhares de engenheiros e cientistas
confiam nos hardwares e softwares da Na-
tional Instruments para desenvolver suas
aplicações de teste, medição e controle.
A plataforma de programação gráfica NI
LabVIEW oferece poderosas ferramentas
de programação e centenas de funções para
análise que você pode usar para processar e
filtrar dados, além de extrair a informação
exata para as suas tarefas de análises ou
como resposta para algoritmos de controle
avançado. Dependendo dos requisitos da
sua tarefa, você pode incorporar análises
de parâmetros ou da execução de ações. Pela
medição e análise de certos aspectos dos
sinais, você pode fazer a aplicação se adaptar
às circunstâncias e habilitar os parâmetros de
execução adequados. Embora este seja apenas
um exemplo, há milhares de aplicações onde
um certo grau de inteligência – a habilidade
de tomar decisões baseadas em várias con-
dições – e adaptabilidade é exigido, o qual
você pode conseguir apenas pela adição de
algoritmos de análise na aplicação.
Enquanto os controladores lógicos pro-
gramáveis (CLPs) padronizados são bem
adequados para controle discreto (ligado/
desligado), lhes falta o poder de processa-

saiba mais em sua aplicação de diferentes maneiras.

Análises Inline versus Análises

Programação de um CLP. Modos de
programação.
Mecatrônica Atual 46
O funcionamento da memória de
um CLP
Mecatrônica Atual 42
Redundância de CLPs
Mecatrônica Atual 15
Entenda os CLPs
Mecatrônica Atual 49
Offline
Análise inline significa que você está
analisando os dados dentro da mesma
aplicação que usou para adquiri-los. Este
é geralmente o caso de quando você está
lidando com aplicações onde tem que tomar
decisões durante o tempo de execução, e os
resultados têm consequências diretas no
mento e de funcionalidade necessários para
realizar medições e análises analógicas de alta
velocidade. Acrescentando ao seu sistema os
controladores programáveis para automação
(PACs) baseados no LabVIEW e usando
os protocolos industriais para conectá-
-los com os CLPs, você pode facilmente
adicionar essas capacidades ao seu sistema
existente. Enquanto os PACs oferecem alto
poder de processamento e precisão através
dos módulos de entradas e saídas (E/S), o

44 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013


LabVIEW proporciona análises e rotinas
matemáticas que naturalmente trabalham
em conjunto com funções de aquisição de
dados e com recursos de exibição, para que
assim você possa construí-las facilmente em
qualquer aplicação.
Além disso, o LabVIEW oferece rotinas
de análises para execução “ponto a ponto”;
essas rotinas são desenvolvidas especifica-
mente para atender às necessidades da análise
inline em aplicações de tempo real. Análise
“ponto a ponto” é essencial quando se lida
com controle de processos de alta velocidade,
determinismo, aquisição de dados “ponto a
ponto”. A qualquer momento, recursos que
são dedicados para aquisição de dados em
tempo real e análise ponto a ponto tornam-se
uma necessidade porque taxas de aquisição
e de controle de loops são aumentadas pela
ordem de magnitude.
Análises “ponto a ponto” são simples e
estáveis porque elas estão diretamente ligadas
ao processo de aquisição e análise. Com a
análise “ponto a ponto” simplificada e está-
vel, o processo de aquisição e análise pode
se aproximar ao controle dos chips FPGA
(Field-programmable Gate Array – Arranjo
de portas programáveis em campo), dos
controladores embarcados, ou das CPUs
dedicadas executando sistemas operacionais
de tempo real.
Para aplicações offline, você tipicamente
não precisa obter os resultados em uma for-
ma de tempo real a fim de tomar decisões
durante o processo. Aplicações com análise
offline exigem apenas que os recursos com-
putacionais estejam disponíveis. A intenção
principal de tais aplicações é identificar a
causa e os efeitos que as variáveis têm em um
processo, correlacionando vários conjuntos
de dados. Essas aplicações geralmente exigem
importar dados de arquivos binários ou ASCII
customizados, e de base de dados comerciais
como, por exemplo, Oracle, Access e outras
como base de dados habilitadas QL/ODBC.
Uma vez que os dados são importados
para o LabVIEW, você pode realizar cen-
tenas de rotinas de análises, manipular os
dados e organizá-los em formatos específicos
para propósitos de relatórios. O LabVIEW
fornece funções para acessar qualquer tipo
de formato de arquivo e de base de dados,
com fácil conexão às poderosas ferramentas
de relatório como o software NI DIAdem
e a ferramenta adicional do LabVIEW NI
Report Genaration Toolkit para Microsoft
Office, e execução das últimas tecnologias
de compartilhamento de dados como, por
exemplo, XML, apresentação de dados via
Web e Active X.
Análises comuns e
Algoritmos de Controle
avançado no LabVIEW
• Transformada Rápida de Fourier:
A transformada rápida de Fourier
(FFT) e o espectro de energia são
poderosas ferramentas para analisar
e medir sinais. FFTs são úteis para
medição do conteúdo de frequência
de sinais estacionários e transitórios.
Eles produzem o conteúdo médio da
frequência de um sinal ao longo de todo
o tempo em que o mesmo é adquirido.
• Análise tempo-frequência: Esta
técnica pode revelar informação que
não é imediatamente evidente com
ferramentas de análise de frequência-
-padrão como, por exemplo, o espec-
tro baseado em FFT. Engenheiros
geralmente implementam algoritmos
de análise de tempo-frequência para
analisar sinais variáveis no tempo,
cujos componentes de frequência se
desenvolvem com o tempo. Alguns
sinais comuns variáveis com o tempo
incluem biossinais, som e vibração e
sinais sísmicos.
• Análise Wavelet: Wavelets são sinais
oscilatórios e compactos que têm
média zero e limite de largura em
ambos os domínios do tempo e da
frequência. Algoritmos de análise
Wavelet representam um sinal por
Wavelets e são ideais para o seguinte:
• Detectar descontinuidades, picos,
picos agudos/vales, bordas e outros
transientes em sinais ou imagens;
• Comprimir sinais/imagens;
• Reduzir ruídos ou remover ten-
dências.
• Som e Vibração: Análise de Som e
Vibração funciona em uma variedade
de aplicações incluindo medições
acústicas, monitoramento de ruí-
do ambiental, monitoramento de
condição de máquina e avaliação de
rotação de máquina.
• Análise de Imagem: Você pode utilizar
análise e processamento de imagem
para melhorar seu sistema de visão,
verificar presença, localizar recursos,
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
instrumentação
identificar objetos e medir peças.
• Ajuste de Curva: Este é o processo
de encontrar uma função ou modelo
que corresponde a uma série de pontos
de dados e, possivelmente, outras
restrições. O processo de ajuste de
curva pode ser muito importante para
modelagem, previsão e calibração
de equipamento de teste e medição.
• Sistema de identificação: Algoritmos
de sistema de identificação possibi-
litam modelagem de uma determi-
nada planta exata. Você pode tomar
vantagem das ferramentas intuitivas
de aquisição de dados do LabVIEW
para estimular e adquirir dados de
uma planta e, em seguida, identificar
um modelo de sistema dinâmico.
Você pode converter modelos de
identificação de sistema para espaço
de estado, função de transferência
ou forma polos/zeros para análise e
projeto do sistema de controle.
• Projeto de controle e simulação:
Com as ferramentas de projeto de
controle e simulação do LabVIEW,
você pode analisar o comportamento
de modelo de malha aberta, projetar
controladores de malha fechada,
simular sistemas online ou offline e
conduzir implementações físicas. Pode
criar modelos a partir de princípios
básicos usando representações de espa-
ço de estado, função de transferência
ou polos/zeros. Com as ferramentas
de análise do tempo e da frequência
como, por exemplo, tempo de resposta
ao degrau ou diagrama de Bode, você
pode inclusive analisar interativamente
o comportamento de malhas fechadas
ou abertas, e implantar seus algoritmos
para hardware de tempo real usando
funções pré-construídas e o módulo
Real-Time do LabVIEW.
Como melhorar seu Sistema CLP
Quando for adicionar medições de
alta velocidade e outras atualizações ao seu
sistema, como análise e controle avançado,
os PACs da National Instruments consistem
em uma boa opção porque são construídos
com recursos de processamento de mais alto
desempenho, como de um PC, e, portanto,
podem transferir milhões de amostras por
segundo diretamente ao processador para
análises e tomada a decisão imediata. MA
45
instrumentação

Como fazer medições

de temperatura
com termistores Parte 2
Neste segundo artigo do curso “Aprenda os principais
conceitos sobre medição” vamos apresentar as medi-
ções de temperatura utilizando-se os termistores como
sensores, sejam eles do tipo NTC ou PTC.

Guilherme Kenji Yamamoto

Renan Airosa Machado de Azevedo
National Instruments

T ermistores, da mesma forma que os RTDs,

são semicondutores termicamente sensíveis
cuja resistência varia com a temperatura. Eles
são fabricados com material semicondutor
de óxido metálico encapsulado em uma base
de vidro ou epóxi. Além disso, os termistores
têm valores nominais de resistência muito
maiores que os RTDs (algo entre 2.000 e
10.000 Ω) e podem ser usados em correntes
mais baixas. Veja a figura 1.
Cada sensor tem um valor de resistência
nominal que varia proporcionalmente com
a temperatura, seguindo uma aproximação
linearizada. Os termistores podem ter coe-
ficientes de temperatura negativos (NTC),
ou positivos (PTC). Os termistores NTC,
mais comuns, têm uma resistência que cai
com o aumento da temperatura, enquanto
que o PTC apresenta aumento de resistência
mente na medição de temperatura, sendo
muito comuns em termostatos digitais e na
monitoração da temperatura de motores
de automóveis.
Os termistores tipicamente têm uma
sensibilidade muito alta (~200 Ω/°C), o
que os torna extremamente responsivos a
variações de temperatura. Embora tenham
uma alta taxa de resposta, eles têm faixas
de temperatura limitadas até 300 °C. Essa
característica, juntamente com a sua alta
resistência nominal, permite oferecer medi-
ções precisas em aplicações de temperaturas
mais baixas.
Como fazer uma medição
com termistores
Como os termistores são dispositivos
resistivos, é necessário fornecer a eles uma

saiba mais com o aumento da temperatura.

Como fazer medições de
temperatura com RTDs – Parte 1
Mecatrônica Atual 61
Arquiteturas para sistemas de
medição
Mecatrônica Atual 37
Imprecisão nas Medidas
Mecatrônica Atual 09
Podemos usar os PTCs, também cha-
mados posistores, como dispositivos li-
mitadores de corrente para a proteção do
circuito (em substituição aos fusíveis), além
de poder utilizá-los como elemento do sis-
tema de aquecimento em pequenos fornos
de temperatura controlada. Por outro lado,
os termistores NTC são usados principal-
fonte de excitação para então ler a tensão
entre os seus terminais. Essa fonte deve ser
constante e precisa.
As medições de temperatura são feitas
pela conexão diferencial do termistor a
um canal de entrada analógica. Em outras
palavras, é necessário conectar os terminais
+Ve e -Ve do canal de entrada analógica aos
terminais do termistor. Os termistores são

46 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013


F1. Símbolo comumente usado para o
termistor.
F2. Diagramas de conexão com dois, três e quatro fios.
fornecidos em configurações de dois, três ou
quatro fios, e podem ser conectados como
mostrado na figura 2.
Quando houver mais de dois fios, os
fios extras serão reservados para a conexão
com a fonte de excitação. Os métodos de
conexão de três ou quatro fios colocam os
cabos em um circuito de alta impedância
que passa pelo dispositivo de medição, o
que atenua o erro causado pela resistência
dos fios do cabo (R L).
A maneira mais fácil de se conectar um
termistor a um dispositivo de medição é por
uma conexão de dois fios (veja a figura 3). Por
esse método, os dois fios que levam a fonte de
excitação ao termistor também são usados para
medir a tensão entre os terminais do sensor.
Como os termistores têm uma alta resistência
nominal, a resistência dos fios do cabo não
afeta a exatidão de suas medições, dessa forma,
as medições a dois fios são adequadas para
os termistores, sendo os termistores de dois
fios os mais comumente usados.
A diferença de tensão nos terminais do
resistor é lida como um valor de temperatura.
A relação entre a tensão nos terminais do
resistor e a temperatura não é perfeitamente
linear. Portanto, podemos utilizar a corres-
F3. Conexão a dois fios do termistor ao
instrumento.
pondência entre a resistência do termistor e a
temperatura usando a aproximação de terceira
ordem de Steinhart-Hart para termistores:
1 = A + BR-1 + CR-3
T eliminar o ruído das linhas de alimentação
Onde:
T é a temperatura em graus Kelvin,
R é a resistência medida,
A, B e C são constantes fornecidas pelo
fabricante do termistor.
Para fornecer a excitação, pode-se usar
uma fonte externa como uma fonte de saída
de tensão ou de corrente. Como a resistência
nominal de um termistor é muito alta, você
precisará de uma fonte que possa fornecer
correntes baixas com exatidão. Pode usar,
então, uma fonte de saída analógica como uma
fonte de corrente de excitação para o termistor.
Se não for possível dissipar o calor extra,
o aquecimento causado pela corrente de
excitação poderá elevar a temperatura do
elemento de detecção, provocando erro na
leitura da temperatura ambiente. Você pode
minimizar os efeitos do autoaquecimento,
reduzindo a corrente de excitação.
Os sinais emitidos pelos termistores
tipicamente estão na faixa de milivolts, o que
Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual
instrumentação
F4. Leitura do termistor no painel frontal do
LabVIEW.
os torna suscetíveis ao ruído. Os sistemas de
aquisição de dados por termistor normalmente
utilizam filtros passabaixa para eliminar o
ruído de alta frequência nas medições. Por
exemplo, os filtros passa- baixa são úteis para
de 50 e 60 Hz normalmente encontradas
em muitos laboratórios e fábricas.
Na Prática: veja uma medição de
temperatura no ambiente gráfico
de programação NI LabVIEW
Um exemplo de software para medição
de temperatura é o NI LabVIEW. Nesta
plataforma você pode montar seu sistema
de medição da maneira como quiser, isto
devido ao alto poder de customização desta
plataforma que oferece ao usuário a possibi-
lidade de programar graficamente, ou seja,
utilizando blocos de funções.
O NI LabVIEW também possui diversas
funções de análise e processamento de sinais,
além de ter compatibilidade com diversos
dispositivos presentes na indústria.
A figura 4 mostra um exemplo de
visualização dos dados de temperatura me-
didos dentro do ambiente de programação
LabVIEW. MA
47
instrumentação

Como escolher o melhor

hardware de
aquisição de dados
para o seu sistema
de medição
Com tantos dispositivos de aquisição de dados (DAQ) a
sua escolha, pode ser difícil selecionar o mais adequado
para a sua aplicação. Este artigo apresenta as principais
perguntas que o leitor deverá se fazer quando for escolher Que tipos de sinais preciso
o seu hardware. medir ou gerar?
Diferentes tipos de sinais devem ser
Guilherme Kenji Yamamoto medidos ou gerados de maneiras diferentes.
Renan Airosa Machado de Azevedo Um sensor (ou transdutor) é um dispositivo
National Instruments que converte um fenômeno físico em um
sinal elétrico mensurável, como tensão ou
corrente. Você pode também enviar um
sinal elétrico mensurável ao seu sensor para
criar um fenômeno físico. Por esse motivo, é
importante conhecer os diferentes tipos de
sinais e seus atributos. Com base nos sinais
de sua aplicação, você poderá começar a
pensar em qual dispositivo DAQ irá utilizar.
Funções dos dispositivos DAQ:

saiba mais • Entradas analógicas medem sinais

analógicos;
• Saídas analógicas geram sinais ana-
Como escolher o melhor software
de aplicação para o seu sistema de lógicos;
medição • Entradas/saídas digitais medem e
Mecatrônica Atual 61 geram sinais digitais;
Sistema Integrado da Manufatura • Contadores /temporizadores contam
Mecatrônica Atual 17 eventos digitais ou geram pulsos/
CLPs e Programação Hardware sinais digitais.
Mecatrônica Atual 41 Há dispositivos que são dedicados somente
a uma das funções relacionadas acima e há
Aquisição de dados em plataformas
Multicore dispositivos multifuncionais, que trabalham
Mecatrônica Atual 39 com todas elas. Você pode encontrar dispo-

48 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013

 instrumentação

Amplificação Atenuação Isolação Filtragem Excitação Linearização CJC Completação de pontes

Termopar X X X X
Termistor X X X X
RTD X X X X
Strain Gage X X X X X
Carga, pressão, torque X X X X
(mV/V, 4 -20 mA) X X X X
Acelerômetro X X X X
Microfone X X X X
Sonda de proximidade X X X X
LVDT/ RVDT X X X X
Alta tensão X X
T1. Condicionamento de sinais para diversos sensores e medições.

sitivos DAQ com um número fixo de canais
para uma única função, incluindo entradas
analógicas, saídas analógicas, entradas/
saídas digitais ou contadores. Entretanto,
seria uma boa ideia considerar a compra
de um dispositivo com mais canais do que
você precisa atualmente, caso sua aplicação
necessite de mais canais no futuro. Se você
comprar um dispositivo que tenha recur-
sos que atendam somente à sua aplicação
atual, será difícil adaptar o hardware para
aplicações futuras.
Dispositivos DAQ multifuncionais têm
quantidade fixa de canais, mas oferecem
uma combinação de entradas analógicas,
saídas analógicas, entradas/saídas digitais
e contadores. Dispositivos multifuncionais
trabalham com diferentes tipos de E/S.
Dessa forma, eles podem ser usados em
muitas aplicações diferentes, o que não seria
possível fazer com um dispositivo DAQ de
uma única função.
Outra opção é uma plataforma modular,
que você pode customizar para atender
exatamente aos seus requisitos. Um sistema
modular é formado por um chassi, que
controla a temporização e a sincronização, e
módulos de E/S diversos. Uma das vantagens
de um sistema modular é que você pode
selecionar diferentes módulos, com funções
diferentes, o que possibilita a criação de um
maior número de configurações. Com essa
opção, é possível encontrar módulos que
executam uma determinada função com
maior exatidão que um dispositivo multi-
funcional. Outra vantagem de um sistema
modular é a sua capacidade de selecionar a
quantidade de slots de seu chassi. Um chassi
tem uma quantidade de slots fixa, mas você
pode comprar um chassi que tenha mais
slots do que você precisa atualmente, para
poder fazer expansões no futuro.
Necessito de condicionamento
de sinais?
Um típico dispositivo DAQ de uso
geral pode medir ou gerar +/-5 V ou +/-10
V. Alguns sensores geram sinais que podem
ser difíceis demais ou perigosos demais para
serem medidos diretamente com esse tipo
de dispositivo DAQ. A maior parte dos
sensores requer condicionamento de sinais,
como amplificação ou filtragem, para que
um dispositivo DAQ possa medir esses sinais
com eficácia e exatidão.
Por exemplo, os termopares fornecem
sinais na faixa de mV, que precisam ser
amplificados para que possamos otimizar
os limites dos conversores analógico-digitais
(ADCs). Além disso, é possível obter melho-
res medições com termopares com o uso de
filtros passabaixas, que removem o ruído de
alta frequência. O condicionamento de sinais
oferece uma óbvia vantagem aos dispositi-
vos DAQ, pois melhora o desempenho e a
exatidão das medições feitas pelos sistemas
de aquisição de dados.
A tabela 1 oferece um resumo dos tipos
comuns de condicionamento de sinais para
diferentes tipos de sensores e medições.
Se o seu sensor for um dos tipos relacio-
nados no quadro 1, você deverá considerar
o condicionamento de sinais. E poderá
incluir condicionamento de sinais externo,
ou utilizar um dispositivo DAQ que tenha
condicionamento de sinais integrado. Muitos
dispositivos também incluem conectividade
para sensores específicos, o que torna a
integração desses sensores mais conveniente.
Com que velocidade
preciso adquirir ou gerar
amostras do sinal?
Uma das especificações mais importan-
tes de um dispositivo DAQ é a sua taxa de
amostragem, que é a velocidade na qual o
ADC desse dispositivo obtém amostras de
um sinal. Taxas de amostragem típicas são
temporizadas por hardware ou software, em
valores de até 2 MS/s. A taxa de amostragem
a ser usada em sua aplicação dependerá da
componente máxima de frequência do sinal
que você irá medir ou gerar.
O Teorema da Nyquist diz que você pode
reconstruir com exatidão um sinal fazendo
sua amostragem em uma frequência que é o
dobro da maior componente de frequência
desse sinal. Entretanto, na prática, é possível
fazer amostragens de pelo menos 10 vezes da
frequência máxima para representar o formato
de seu sinal. Escolhendo um dispositivo DAQ
que tenha uma taxa de amostragem de pelo
menos 10 vezes a frequência de seu sinal,
você medirá e construirá representações de
seu sinal com maior exatidão.
Por exemplo, suponha que em sua apli-
cação você queira medir uma onda senoidal
que tenha uma frequência de 1 kHz. Pelo
teorema de Nyquist, você deveria fazer a
amostragem a pelo menos 2 kHz. Mas é
altamente recomendado que você faça essa
amostragem a 10 kHz. A figura 1 compara
uma onda senoidal de 1 kHz amostrada a
2 kHz e a 10 kHz.
Sabendo qual é a máxima componente de
frequência do sinal que você quer medir ou
gerar, você poderá escolher um dispositivo
DAQ com a taxa de amostragem apropriada
para a aplicação.
Qual é a menor variação no
sinal que preciso detectar?
A menor variação detectável em um
sinal determina a resolução necessária para
o seu dispositivo DAQ. Resolução refere-se à
quantidade de níveis binários que um ADC
pode usar para representar um sinal. Para

Maio/Junho 2013 :: Mecatrônica Atual 49

instrumentação
F1. Representação de uma onda senoidal de 1 kHz com amostragens de 10 kHz e 2 kHz.
F2. Representação de uma onda senoidal com resoluções de 16 bits e 3 bits.
ilustrar essa questão, imagine como uma
onda senoidal seria representada após ser
convertida por ADCs de diferentes resoluções.
A figura 2 compara ADCs de 3 bits e 16
bits. Um ADC de 3 bits pode representar
oito (23) níveis discretos de tensão. Um ADC
de 16 bits pode representar 65.536 (216)
níveis discretos de tensão. A representação
da onda senoidal com uma resolução de 3
bits parece mais com uma função degrau
que uma senoide, enquanto que o ADC de
16 bits oferece uma representação clara de
uma onda senoidal.
Dispositivos DAQ típicos têm faixas de
tensão de +/-5 V ou +/-10 V. Os níveis de
tensão que podem ser representados estão
distribuídos uniformemente por uma faixa
50 Mecatrônica Atual :: Maio/Junho 2013
selecionada, de modo a aproveitar toda a
resolução. Por exemplo, um dispositivo
DAQ com faixa de +/-10 V e resolução de
12 bits (2¹², ou 4.096 níveis distribuídos
uniformemente) pode detectar uma variação
de 5 mV, enquanto que um dispositivo com
resolução de 16 bits (2¹⁶, ou 65.536 níveis
distribuídos uniformemente) pode detectar
uma variação de 300 µV. Os requisitos de
muitas aplicações são atendidos por dispo-
sitivos que têm resolução de 12, 16 ou 18
bits. Entretanto, se estiver medindo sensores
com faixas de tensão grandes e pequenas,
provavelmente lhe será proveitoso ter a
faixa dinâmica de dados disponível com
dispositivos de 24 bits. A faixa de tensão
e a resolução exigida para a sua aplicação
são fatores essenciais para que você possa
selecionar o melhor dispositivo para a sua
aplicação.
Qual é a quantidade de
erro de medição permitida
pela minha aplicação?
Exatidão é uma medida que mostra a
capacidade de um instrumento de indicar
fielmente o valor de um sinal medido. Esse
termo não está relacionado à resolução,
mas a exatidão nunca poderá ser melhor
que a resolução do instrumento. O modo
como você especifica a exatidão de sua me-
dição dependerá do tipo de dispositivo de
medição utilizado. Um instrumento ideal
sempre mede o valor real com certeza de
100 por cento. Entretanto, na vida real, os
instrumentos fornecem um valor que tem
uma incerteza especificada pelo fabricante.
Essa incerteza pode depender de muitos
fatores, tais como o ruído do sistema, erro
de ganho, erro de offset e não linearidade.
Uma especificação muito utilizada pelos
fabricantes para informar a incerteza é a
exatidão absoluta. Essa especificação fornece
o erro de pior caso de um dispositivo DAQ
em uma determinada faixa.
Um exemplo de cálculo da exatidão
absoluta de um dispositivo multifuncional
da National Instruments é mostrado abaixo:
Exatidão absoluta =
([leitura * erro de ganho] + [faixa
de tensão * erro de offset] +
incerteza do ruído)
Exatidão absoluta = 2,2 mV
É importante observar que a exatidão
de um instrumento depende não somente
dele, mas também do tipo de sinal que está
sendo medido. Se houver muito ruído no
sinal medido, a exatidão da medição será
prejudicada. Há diversos tipos de dispositivos
DAQ, com graus variados de exatidão e
preço. Alguns dispositivos podem oferecer
autocalibração, isolação e outros circuitos
eletrônicos, para melhorar a exatidão. Onde
um dispositivo DAQ básico fornece uma
exatidão absoluta maior que 100 mV, um
dispositivo que tenha os recursos citados
acima pode oferecer uma exatidão absoluta
de aproximadamente 1 mV. Sabendo qual
é a exatidão de que precisa, você poderá
escolher um dispositivo DAQ com exatidão
absoluta que atenda as necessidades de sua
aplicação. MA