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www.embalagemmarca.com.br
De piruetas e trapalhadas
E mbora o presidente
da República consi-
dere o Brasil “fácil de go-
Em épocas pré-eleitorais,
tudo é possível.
Agora mesmo nós, que de-
vas para que os custos de
distribuição de EMBALA-
GEMMARCA não venham a
vernar” (porque o faz à sua pendemos dos correios prejudicar sua qualidade
maneira), para os governa- para a distribuição da re- final. Ao mesmo tempo es-
dos este é um país no míni- vista, somos surpreendidos peramos que tal alternativa
mo difícil. É complicado, com a informação de que o resulte na chegada da re-
por exemplo, saber se as aumento médio das tarifas, vista às suas mãos com
piruetas e trapalhadas dos em torno de 26%, chegou maior rapidez que a conse-
ocupantes de postos deci- a 145% em nosso caso es- guida hoje pelos correios.
sórios sobre os destinos da pecífico. O que se quer Em países sérios, esse ser-
nação nascem da incompe- com isso? Fazer caixa? viço é plenamente confiá-
tência ou da má intenção. Não somos tão entendidos vel, pois, estatizado ou pri-
Há, por exemplo, quem quanto a equipe econômi- vado, os governos mantêm
diga que, na crise energéti- ca, mas achamos que é rígido controle sobre ele.
ca, a ameaça de apagão faz muito para um país em que Inclusive o controle das ta-
as vezes do bode que o ra- a inflação, segundo se rifas, em geral compatíveis
bino mandou colocar na ouve, está sob controle. com a renda per capita das
casa do homem queixoso Ante tal situação, informa- populações. Até agosto.
de tê-la cheia demais. Reti- mos aos leitores que já es-
rado o bode, alívio geral. tamos buscando alternati- Wilson Palhares
24cartas 17/07/01 19:24 Page 1
julho 2001
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
8 ENTREVISTA:
30 NOVOS MERCADOS Reportagem
PEDRO NEGRINI Fabricantes de redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
Especialista em embalagens assépticas flavio@embalagemmarca.com.br
prevenção de roubos tentam ganhar espaço Guilherme Kamio
de cargas diz como no mercado de guma@embalagemmarca.com.br
Thays Freitas
combater as quadrilhas alimentos sólidos thays@embalagemmarca.com.br
Colaboradores
14 CAPA
Uma análise da Fispal
com critério,
Josué Machado
Luiz Antonio Maciel
Circulação e Assinaturas
Claudia Regina Salomão
assinaturas@embalagemmarca.com.br
34 MAKING OF
Como foi desenvolvida
a embalagem “for
Assinatura anual (11 exemplares):
R$ 60,00
export” da cachaça
premium Veritas Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
IMAGEM
26
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
Como o papel cartão
conseguiu tornar-se um
material de embalagem
38 CONVENIÊNCIA
Ketchup e mostarda
em embalagens
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.
conhecido e aprovado sem complicações
4 Cartas 41 Transporte
A opinião, as sugestões e Um sistema que substitui
os comentários dos leitores papelão por plásticos
32 Materiais 42 Panorama
EMBALAGEMMARCA
é uma publicação mensal da
Bloco de Comunicação Ltda.
Papel cartão extrusado na Movimentação na indústria de Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo
origem é novidade no mercado embalagens e seus lançamentos Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
36 Setor 44 Display
www.embalagemmarca.com.br
Dois eventos da Abre Lançamentos e novidades
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
movimentam a área no mercado de consumo resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
50 Almanaque cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
Fatos e curiosidades não muito conhecidos matérias assinadas não refletem necessaria-
do universo das embalagens mente a opinião da revista.
24entrevista 17/07/01 19:31 Page 8
entrevista
S
roubo de cargas rodoviárias pro-
voca prejuízos de aproximada-
mente 500 milhões de reais por
ano no Brasil. Só no Estado de
São Paulo, no ano 2000, as qua-
drilhas levaram 195,4 milhões de reais –
um roubo a cada quatro horas.
Isso tem pesadas implicações no custo fi-
nal dos produtos, pois os prejuízos aca-
bam sendo debitados à cadeia produtiva e
arrebentando na parte mais fraca, o consu-
midor. Para quem se ilude acreditando
que, dessa forma, a conta estará paga,
convém lembrar que esse já sacrificado
personagem só tem uma alternativa ante
as faturas que vão além de seu poder de
pagamento: deixar de comprar.
Não sendo prudente aguardar soluções a
curto prazo de parte das autoridades, o
melhor é prevenir os roubos. Como? Para
responder, EMBALAGEMMARCA entrevis-
tou Pedro Paulo Negrini, diretor do Ca-
DIVULGAÇÃO
drões passaram a agir organizadamente, afeta todos os setores. Não há como os ór-
enquanto as vítimas jamais se organiza- gãos de repressão conhecerem os mean-
ram. Quando digo ladrões não me refiro dros das atividades dos segmentos econô-
àqueles que executam o assalto, seja no micos, o que acaba possibilitando os
ambiente onde a carga esteja guardada ou crimes. É burrice e utopia dizer: “Eu pago
na estrada. O ladrão não é aquele que in- imposto e o governo que me proteja; se eu
vade a transportadora ou a empresa, ou for assaltado, o governo que investigue e
que ataca o caminhão. É uma organização prenda”. Vivemos num país pobre, em
muito maior, aquela que vai receber a car- que parte da polícia trabalha para o bandi-
ga roubada, que encomendou o roubo e do, e não para a vítima. Mesmo se fosse
vai comercializar a mercadoria. absolutamente honesta, a polícia não tem
recursos humanos, recursos estruturais
A que nível de organização chegam? nem dinheiro para investigar.
O ataque à carga começa com o planeja-
mento. Aquele que acaba empunhando a Como então se defender?
arma e executando a ação, se for Na prática, cada segmento econô-
pego, é punido. Mas o cabeça do mico deve se preparar para montar
negócio, que pensou e planejou, no É burrice e seus mecanismos de autodefesa.
fim vai figurar só como receptador, utopia dizer: Em matéria de roubo de cargas,
como se tivesse sido um compra- houve um total “jogo de empurra”
dor de boa fé ou um receptador
“Eu pago imposto e entre o produtor do bem, o transpor-
culposo, não o receptador doloso, o governo que me tador e o segurador. Dava-se como
que sabe que a carga é roubada. proteja, ele que lógico que o transportador, que é a
Ele vai fazer de conta que não ava- vítima final, deveria executar todas
liou a desproporção entre o valor e
investigue e prenda as medidas para evitar o roubo das
o preço, que “não sabia” que a se eu for assalta- cargas. O transportador, quando faz
carga era roubada. O receptador é do”, pois vivemos o preço do frete, inclui o desgaste
co-autor da ação, mas geralmente
num país pobre, em do caminhão, o combustível, a mão-
sua punição é muito branda. de-obra, a tributação que incide so-
que parte da polícia bre isso e ainda o seu lucro. Nesse
Qual o nível de organização das trabalha para o preço também está incluído o custo
vítimas? bandido, e não do seguro, em seus variados tipos. É
A falta de organização que afeta a um quadro confuso e, dentro dele,
vítima, seja o dono da carga ou o para a vítima na ponta da linha, quem paga tudo é
transportador, impede os segmen- o consumidor.
tos afetados pelo roubo de mostra-
rem para o ministério público e para a po- Qual o papel do segurador nessa cadeia?
lícia que o sujeito não é apenas um recep- Para complicar a indefinição de quem de-
tador, e sim um participante da atividade veria recolher o seguro, havia uma confu-
desde o seu planejamento. são ainda maior: achar que cabia ao segu-
rador, que recebia um dinheiro para pagar
Qual o grau dessas entidades para conse- as indenizações, gerenciar os riscos do
guir informações? proprietário da carga, do embarcador e do
Como a criminalidade cresceu muito, ela transportador contra os riscos de roubos.
24entrevista 17/07/01 19:31 Page 10
Ora, o segurador tem a sua própria plani- deve-se montar no sindicato, na associa-
lha para fazer a tarifa do seguro. Essa pla- ção, o seu próprio banco de dados. Nele,
nilha, que gera o prêmio que qualquer se- primeiramente vão ser colocados dois da-
gurado vai pagar ao segurador, leva em dos básicos: 1) dos sinistros já ocorridos,
conta o montante do valor de bens segu- qual foi a característica de cada um, que
rados e a perspectiva de sinistralidade. elementos se repetem; 2) nos poucos si-
nistros que foram solucionados, a carga
Que, do jeito que a coisa anda no país, foi parar na mão de quem? Toda carga é
deve estar perto de 100%… roubada para ser vendida no mercado pa-
Para que a atividade do seguro seja possí- ralelo. O ladrão que rendeu o motorista
vel, não é viável que toda carga segurada transportando medicamentos não tem ne-
seja sinistrada, porque não há prêmio nhuma condição de colocar o produto no
pago pelo segurado que suporte esse vo- mercado. Há uma rede de receptadores es-
lume de indenizações. Na planilha do se- pecializados. Se é receptador de medica-
gurador, obviamente, não é suportável in- mento, não tem condições de ser distribui-
cluir preços de escolta armada, essa dor de jeans. Se for receptador de
coisa toda, que são medidas de ge- eletrônicos, não venderá gasolina
renciamento. Na cadeia de respon- É complicado roubada.
sabilidades, todo mundo acha que
fazer uma
está coberto. O senhor tem exemplos concretos?
investigação, pois a Em minha experiência pessoal, o
E a criminalidade crescendo… responsabilidade do que não deu certo foi a vez em que
Sim, e sem repressão, até porque é fomos contratados por transporta-
receptador se dilui
um crime difícil de reprimir. Na dores rodoviários de carga, pois nas
hora em que é comunicado um rou- através de notas suas planilhas de custos não cabe o
bo à polícia, é complicado fazer fiscais frias, que custo da repressão e da segurança.
uma investigação. Essa atividade vão mostrar que ele Tivemos grandes resultados quan-
se complica ainda mais porque a do fomos contratados pelo dono do
responsabilidade do receptador se comprou o produto bem. Isso ocorreu no transporte de
dilui através de notas fiscais frias, de boa fé, e daquele minérios. No começo dos anos 80,
que vão mostrar que ele comprou o que assaltou, e o quilo da cassiterita saltou de 4 dó-
produto de boa fé, e aquele que lares para 14 dólares no mercado
executou o assalto – a pessoa me-
não sabe quem é internacional, e um caminhão trans-
nos importante no contexto, porque o mandante portava 30 toneladas. Ou seja,
só executou uma ação para a qual 420 000 dólares sobre um caminhão
não precisa de nenhuma inteligên- vindo de Rondônia ou do Pará. Na
cia – não sabe quem mandou executá-lo. época, algumas estradas não eram asfalta-
Ele acabou de roubar a mercadoria e a en- das, e a viagem, dependendo de chuvas,
trega para uma terceira pessoa, e os dois podia demorar até quinze dias. Havia as-
não conhecem a rede inteira da ação. Te- saltos, simulações de assaltos, perda par-
mos de um lado uma vítima completa- cial de carga – que o caminhoneiro permi-
mente despreparada, que deveria ser pro- tia. Com o transporte de 420 000 dólares,
tegida por uma estrutura de repressão que imagine o lucro de qualquer atividade que
é nenhuma, e muitas vezes mais interes- tirasse a carga do caminhão.
sada em trabalhar para o bandido. De ou-
tro, um sistema judiciário lento, arcaico. Que medida concreta foi adotada?
Nesse quadro, não é surpresa que a crimi- Para aquele caso específico – não quer di-
nalidade chegou ao ponto que chegou. zer que seja a solução geral – foram feitas
escoltas armadas, com o agente de segu-
Como as vítimas podem organizar-se? rança viajando dentro da cabina do cami-
Essa guerra se ganha com inteligência. nhão. Não tinha cabimento, numa viagem
Não adianta dizer que vai dar revólver, tão longa, fazer a escolta num carro. Era
viatura, computador para a polícia. Antes, mais fácil mandar os vigilantes de avião e
preocupação de atingir de maneira mais direta e tação não diminuiu o número de visitantes da feira ou os
Berço esplêndido
19 edição
Feira Internacional de Máquinas para Enologia e Embalagens
fabricação nacional – an- verticais agora conta com Entrada: Viale Scarampo
tes, elas eram importadas um sistema opcional de
Horários: 9h30 - 18h00
da Alemanha. Isso possi- aplicador de zíperes, para
bilitou uma redução de formação de embalagens
> 70.000 m2 de área ocupada
35% no preço da máqui- resseláveis. Segundo
na. “Após analise de mer- Cruz Jr., empresas de pro- > 46.000 visitantes de 102 países
cado, detectamos uma dutos lácteos, congelados > 652 expositores de 18 países
crescente demanda no e de rações, entre outras,
Brasil para esse tipo de manifestaram interesse
equipamento, principal- em adaptar o acessório TUDO PARA A PRODUÇÃO,
mente na indústria farma-
cêutica”, conta Nilson
em seus equipamentos.
(11) 6465-2500
O ENCHIMENTO E O
Cruz Jr., coordenador de
vendas e marketing da
www.fabrima.com.br
ACONDICIONAMENTO
empresa. O laboratório DE BEBIDAS
CREDENCIAMENTO ANTECIPADO
Visite o site: www.simei.it
imagem
Mostrando a cara
Campanha faz papel cartão tornar-se mais familiar ao consumidor
Fórum internacional
Dentro da estratégia da campanha do pa-
pelcartão, o comitê costuma apresentar
dados sobre reciclagem e sobre as princi-
pais tendências de design e marketing
ambiental, no Brasil e no mundo, para
profissionais das diversas áreas envolvi-
das na cadeia de embalagem, num Fórum
Internacional da Embalagem de Papel-
cartão. Os palcos para esse evento, que já
teve duas edições realizadas, foram os
auditórios dos hotéis Maksoud Plaza, em
abril de 2000, e Renaissance, em maio úl-
FONTE: ABRE, 1999
cartonadas
a is espaço Suprimento
mais que suficiente
De olho no crescimento da demanda
mesmas utilizadas para acondicionar produ- por embalagens assépticas cartonadas,
empresas do ramo de alumínio estão
tos líquidos, só que com dosadores usados
investindo para suprir as necessidades
nas linhas de empacotamento de alimentos.
dos fabricantes dessas embalagens, já
Como a Tetra Pak mostrou na Fispal, as má-
que o metal compõe, ao lado do papel
quinas permitem adaptar unidades para in- e do polietileno, a estrutura das caixi-
serção de figurinhas e brindes nas caixinhas. nhas longa vida.
A expectativa é de que as gôndolas rece- A Alcan e a CBA – Companhia Brasilei-
bam a novidade dentro de poucos meses, Tetra Pak
ra de Alumínio, empresa do grupo Vo-
(11) 5501-3262
pois já existem projetos em andamento. Em www.tetrapak.com.br torantim, anunciaram a intenção de in-
breve, revela Lucimar, a empresa pretende vestir em novas unidades laminadoras
aproximar a embalagem de outros produtos, SIG Combibloc para processar folhas de alumínio com
(11) 3168-4029
como açúcar, café, massas e arroz, sempre 2 metros de largura. Hoje, o material,
www.combibloc.com.br
em nichos de valor agregado. “Temos tec- usado na fabricação das embalagens
Alcan cartonadas, não é fabricado no Brasil.
nologia para atender a todos esses merca-
(11) 5503-0809 Ele seria fornecido à Tetra Pak e possi-
dos.” Para os interessados, a Tetra Pak man- www.alcan.com.br
velmente à SIG Combibloc, que está
tém em exposição uma máquina para ali-
Companhia Brasileira de Alumínio preparando a instalação de uma fábrica
mentos, na sua fábrica de Monte Mor (SP), (11) 224-7000 no Brasil (veja quadro abaixo).
para eventuais testes e consultas. www.cia-brasileira-aluminio.com.br
materiais
Qualidade desde o i n
Papel cartão com extrusão na origem é o diferencial da Ripasa para acondi c
xtrusão na origem. Através Mas um apelo que já está sendo traba- Ripasa
rida em junho, a Ripasa passa a oferecer quem em contato direto com a parede ex-
um diferencial sensível no fornecimento trudada do cartão, dispensando outros en-
de papel cartão para embalagens de ali- voltórios – a Ripasa pode fornecer o pa-
mentos, principalmente para produtos re- pel cartão com as duas faces revestidas.
frigerados e congelados, nichos nos quais “O acondicionamento direto foi aprovado
sua marca de cartões frigorificados Ice- em estudos realizados
card sempre obteve boa penetração. pelo Cetea (Centro de
Trata-se de um processo no qual o pa- Tecnologia de Emba-
pel cartão recebe um revestimento de po- lagens Para Alimen-
lietileno de baixa densidade (PEBD) ime- tos) e abre campo
diatamente após sua fabricação. Fundida para se pensar novas
e moldada ao cartão num movimento estruturas de embala-
contínuo a 320o C por calandras refrige- gem”, ele afirma. Um
radas, a resina termoplástica confere ao
material resistência e barreiras em níveis
superiores aos oferecidos pelos processos
de laminação tradicionalmente encontra-
dos no mercado. Também evita a delami-
nação e a formação de bolhas no cartão
revestido, que podem manchar a reputa-
ção de qualquer cartucho, e permite uma
impressão de qualidade sobre o substrato.
Caixas de amostra
feitas sem uso de
cola ou dobra com
fecho, distribuídas
FOTOS: DIVULGAÇÃO
com bombons e
sorvetes da
Kopenhägen na
Fispal 2001
i nício
di cionar alimentos
Menor manuseio
De acordo com Varella, as vantagens
também se estendem às gráficas. “Ganha-
se agilidade na produção, já que o proces-
so intermediário de revestimento, geral-
mente um serviço terceirizado, é elimina-
do”, diz. Isso acaba revertendo em outro
ponto favorável ao trabalho com alimen-
tos, pois “há um manuseio muito menor
do cartão, o que evita possíveis contami-
nações do material”. Outra possibilidade
ao alcance do convertedor: a compra do
cartão revestido somente de um lado,
para revestir o outro com processo con-
vencional, também gerando um produto
diferenciado.
Com fins mercadológicos, a empresa
resolveu denominar a tecnologia como
PEX, para a qual criou um selo de identi-
ficação seguido dos números 1 ou 2, que
representam a quantidade de faces que
recebeu a extrusão. Todas as famílias de
papel cartão normalmente comercializa-
das pela empresa receberão a rubrica
caso apresentem essa nova solução em
barreira. Varella frisa que a Sadia e a Per-
digão já vêm utilizando os cartões PEX
para embalar grande parte de seus produ-
tos e, agora, espera que fabricantes, de-
signers e agências de publicidade sugi-
ram novas formas de se trabalhar com a
extrusão na origem. “Estamos abertos a
estudos e à criatividade, pois acreditamos
que há um universo enorme a ser explo-
rado com os cartões PEX”, arremata.
24makingof 18/07/01 14:35 Page 34
making of
m
s
-
Mudança de planos
a
m
z Embalagem leva Agrivale a lançar cachaça for export no Brasil
a
-
oncebida para ser exportada, avançada e rigoroso controle de qualida-
Elementos característicos
Foram mapeados os componentes visuais
básicos das embalagens de marcas mun-
diais de uísque, vodca, conhaque, tequila
e rum. Detectou-se então que, além de
garrafas bonitas, os elementos caracterís-
ticos mais constantes dessas bebidas são:
1) rótulos com bordas; 2) uso de neck la-
bel; 3) brasões, emblemas e símbolos he-
ráldicos; 4) medalhas; 5) fechamentos se-
guros. Ficou definido, também, que o
Brasil tem larga tradição na produção de
cachaça. Todos esses elementos foram in-
corporados à embalagem da Veritas.
Para sorte da Agrivale, a vidraria Saint- Caixa de papelão
Gobain (ex-Santa Marina) acabara de co- ondulado para seis na marca. Finalmente, não havendo meda-
unidades: “Para
locar no mercado uma garrafa cônica inco- arrasar”
lhas conquistadas em premiações, já que o
lor de 750ml, com fechamento pilfer- produto sequer estava lançado, a Packing
proof em substituição à boca adequada criou uma coleção de fantasia, com ima-
para tampas Guala. Embora standard, o re- gens que remetem ao reconhecimento do
cipiente tem perfil bem diferenciado. Foi produto, à sua tradição e à sua origem: um
imediatamente adotado, com tampa de bandeirante, um cortador de cana, um ve-
alumínio fornecida pela Altec, de São Pau- lho engenho e o Pão de Açúcar.
lo. Obviamente, não foi difícil decorar Para valorizar o conjunto, explica Fá-
com bordas o rótulo e o contra-rótulo bio Mestriner, foi criado um cartucho de
auto-adesivos, impressos pela Baumgar- papel cartão com janela de acetato, im-
ten, de Blumenau (SC), em papel com ver- pressão em alto relevo e hot-stamping,
www.embalagemmarca.com.br
niz protetor e detalhes em ouro ou prata. prateado para a variedade Silver e doura-
Igualmente, foi simples adicionar elemen- do para a Gold. São fornecidos também
tos de referência do produto, isto é, canas pela Baumgarten, assim como as caixas
de açúcar. No contra-rótulo há informa- de transporte de papelão ondulado, para
ções sobre a cachaça e receitas de drinques Agrivale seis unidades. “Para arrasar de uma vez”,
(24) 2762-8375
(na versão em inglês, a receita é de caipi- agrivale@agrivale.com.br diz o diretor da Packing Design, “está em
rinha, que se tornou uma vedete mundial). desenvolvimento um estojo cilíndrico de
Altec
O monograma da família Crespo, que aço, litografado, como se usa nos melho-
(11) 6422-0143
já existia, serviu como item principal para www.altectampas.com.br res uísques”. A distribuição, que será ter-
a criação de um brasão, juntamente com a ceirizada, começará por São Paulo, Rio
Baumgarten
imagem de dois barris e a expressão “bra- (47) 321-6666
de Janeiro e Estados do Sul.
zilian spirit”, inscrita numa faixa (e, ainda, www.baumgarten.com.br
Todas as agências (inclusive os departamentos
no rótulo do gargalo e, em relevo, na tam- internos das empresas) e todos os designers
Packing Design
pa, junto com o monograma familiar). Im- (11) 3064-9822 interessados em colaborar com esta seção da
presso em tom rebaixado, ampliado, o bra- www.packing.com.br revista estão convidados a participar. Para
são contribui para dar ao rótulo um aspec- obter detalhes, entre em contato com a reda-
Saint-Gobain Embalagens
to de produto tradicional, sensação que é (11) 3874-7482 ção, por telefone (11) 5181-6533 ou por e-mail
reforçada pelo uso de tipologia “de época” www.saint-gobain.com.br (redacao@embalagemmarca.com.br).
setor
Eventos prometem
3ª Semana de Design e Prêmio Abre de Design prenunciam êxito
A 3ª Semana Abre do Design de Embalagem e o Sua empresa, seu produto e sua marca não po-
Prêmio Abre do Design de Embalagem terão am- dem ficar de fora. Participe. Fale com o nosso De-
pla cobertura em documentos especiais de EMBA- partamento Comercial.
LAGEMMARCA, a exemplo do que ocorreu nas
Tel.: (11) 5181-6533
edições anteriores. Serão documentos de referên-
cia e consulta permanente. Fax: (11) 5182-9463
conveniência
Na direção certa
Embalagem para food service promete mudar conceitos
FOTOS: DIVULGAÇÃO
uem já utilizou temperos, cre-
amostragem
Cheiro de vendas
Impressão com aroma é boa alternativa para ações de amostragem
nologia que permite a impressão de pa- mento. Antes, era necessário enviar para os
péis com aromas, a partir de substâncias Estados Unidos ou para a Alemanha as es-
microencapsuladas. sências a serem microencapsuladas e veicu-
Trata-se de uma técnica que, basica- ladas no verniz. A devolução passava por
mente, consiste em fragmentar as essên- todas as implicações burocráticas e alfande-
cias em gotículas microscópicas e, sobre gárias envolvidas na operação. A Congraf
elas, aplicar um verniz protetor, que se decidiu então contratar uma empresa espe-
rompe, por exemplo, com o atrito da mão cializada, a P&D Consultoria Química,
sobre a superfície em que foi aplicado. para desenvolver a tecnologia. Depois de
Com isso, é exalado o aroma – de perfu- quase um ano de pesquisas, chegou-se à
me, cosmético, alimento, remédio ou ou- técnica de dispersão das microcápsulas em
tros que se queira. verniz, fornecido pela Heliocolor, que já su-
pria a empresa com vernizes.
Redução expressiva de custos A aplicação do verniz – à base de água,
Até dois anos atrás, essa tecnologia só era e patenteado pela Congraf – é feita on-line
disponível com produtos importados e, na máquina de impressão e não exige tem-
depois, também localmente, mas neste po adicional para secagem. Os testes-pilo-
caso apenas em peças produzidas pela to e a produção em escala limitada foram
Congraf, que fabricava os insumos para feitos no Grupamento de Processos Quí-
uso próprio. Agora, a empresa está enca- micos do IPT – Instituto de Pesquisas Tec-
minhando parceria com um fabricante nológicas, de São Paulo. Foi para produzir
de São Paulo para produzir as micro- em escala industrial, de modo a poder ofe-
cápsulas em quantidades industriais e recer preços atraentes aos interessados,
que a Congraf está fechando parceria com
um fornecedor industrial.
Congraf
www.congraf.com.br
(11) 5563-3466
transporte
Casamento perfeito
Canecão padroniza linha de produtos Agências e clientes que criam promo-
ções conjugadas no ponto-de-venda
sempre se depararam com um grande
problema: como expor os produtos de
forma conjugada oferecendo praticida-
de para o consumidor e segurança
para o cliente. Os idealizadores da
campanha “Casório”, realizada recente-
mente no Nordeste, resolveram a
questão. A promoção conjunta de
Coca-Cola e Yoki apresentou uma em-
balagem com duas garrafas de Coca-
Cola PET de dois litros e produtos Yoki
voltados para as festas juninas. A No-
belplast desenvolveu então o Pack-Lock,
uma sacola de polietilieno de baixa
A indústria Café Canecão, de Cam- 5 Kg), Canecão Café Expresso, densidade, com a segurança de um en-
pinas, (SP), modernizou seu visual. com blend Cerrado, torrado em velope com fechamento inviolável.
As novas embalagens foram desen- grãos (em embalagem de 1 Kg) e
volvidas para dar total garantia de torrado e moído (em pote de plásti-
preservação ao produto, e a cor co de 500 g), Cappuccino (em latas
vermelha ganhou destaque. Com de 200 g) e Café Padroeiro (torrado
as mudanças, foi padronizada toda e moído, em embalagem de 500 g).
a linha de cafés da marca , que O layout foi criado pela Spaço Publi-
compreende o Café Canecão Tradi- cidade, e as embalagens são pro-
cional (em almofada, torrado e moí- duzidas pela Shellmar Embalagem
do em embalagens de 500 e 250 g Moderna e pela Santa Rosa Emba-
e torrado em grãos em pacotes de lagens.
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Almanaque
Mais de um século de tampas e garrafas
2
Antes do sistema Crown interna da garrafa e a Garrafa Relâmpago (3) - Águas Gazozas Dore, da
(“coroa”) de fechamento, pressão atmosférica. Ainda em uso em alguns Paraíba, cujo guaraná até
patenteado em 1892 nos países da Europa, tem hoje é um dos mais con-
EUA por William Pain- Garrafa Hutchinson uma rolha de porcelana sumidos no Estado.
ter, fundador da Crown ou “Pop” (2) – Possuía que fica presa ao pescoço
Cork & Seal, usavam-se uma alça de arame que da garrafa por meio de (Colaboração de Erik
os seguintes tipos de gar- era comprimida e na qual uma articulação de ara- Teichner, diretor comer-
rafa para refrigerantes: estava preso um disco de mes. Essa rolha possui cial e de marketing da
borracha. O disco vedava uma arruela de borracha, Tapon Corona)
Garrafa COBB (1) – Foi a garrafa também graças que é responsável Garrafas das Águas Gazozas Dore,
a primeira a ser empre- ao diferencial de pressão pela vedação. Ser- do início do século até hoje
gada com êxito. Era ve- existente no interior e a ve para vedar tanto
dada por um anel de bor- do exterior à garrafa. bebida com gás
racha embutido no lado Para abri-la, bastava le- como sem gás. Foi
interno do bocal, contra vantar a alça de arame. apelidada de “Gar-
o qual ficava pressionada Ouvia-se então um baru- rafa Relâmpago”.
uma bolinha de vidro. lho inconfundível, o que Era largamente
Isso ocorria devido à di- lhe valeu o apelido de usada no Brasil
ferença entre a pressão “Garrafa Pop”. pela Fábrica de