You are on page 1of 124

ii Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais

Programa Nacional de Promoção da


Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência


das Doenças Orais

2008

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais iii


Portugal, Ministério da Saúde. Direcção-Geral da Saúde
Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, Lisboa: DGS, Julho de 2008, 126 p

ISBN: 978-972-675-164-9
Saúde Oral/ Higiene Oral/ Cárie Dentária/ Doenças Periodontais/ Fluorose Dentária/ Comportamentos
de Risco/ Promoção da Saúde/ Prevenção e Controlo / Qualidade de Vida/ Percepção/ Serviços de
Saúde Bucal.

Coordenação científica e Relatório:


Gregória Paixão von Amann, Chefe de Serviço de Saúde Pública, Direcção-Geral da Saúde.
Coordenação técnica:
Cristina Ferreira Cádima, Higienista Oral, Direcção-Geral da Saúde.

Agradecimentos
À Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação, por ter permitido a
realização do Estudo e facilitado a sua execução nas escolas seleccionadas, nomeadamente:
Dr.ª Cristina Paulo, Dr.ª Isabel Baptista e Dr. Rui Lima
Aos profissionais de saúde oral que realizaram as observações (sem os quais nenhum Estudo seria possível):
HO Abigail Teixeira e HO Victor Diogo Região Norte
HO Mário Valdez e HO José Relvas Região Centro
HO Rute Horta e HO Filomena Jesus Região de Lisboa e Vale do Tejo
HO Delmira Regra e HO Ana Cristóvão Região Alentejo
HO Carla Sofia e HO Hugo Santos Região Algarve
Dr. Ricardo Viveiros Cabral e Dr.ª Madalena Montalverne Região Autónoma dos Açores
Dr.ª Isabel Bico e HO Filomena Santos Região Autónoma da Madeira
Aos responsáveis pela calibragem:
Prof. Doutor César Mexia de Almeida Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Dr. António Toscano Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Dr. José Frias Bulhosa Universidade Fernando Pessoa
Aos responsáveis Regionais do Programa Nacional de Saúde Oral pelo apoio à operacionalização do Estudo:
Dr.ª Fátima Marques ARS Norte
Dr.ª Fernanda Pinto ARS Centro
Dr.ª Ana Paula Ramalho Correia ARS Lisboa e Vale do Tejo
Dr. Augusto Santana de Brito ARS Alentejo
Dr. Carlos André ARS Algarve
Aos responsáveis pela Saúde nas Regiões Autónomas:
Dr. Domingos Cunha e Dr.ª Antónia Sequeira Dutra RA Açores
Dr.ª Conceição Estudante e Dr.ª Isabel Lencastre RA Madeira
Ao Prof. Doutor Paul Erik Pettersen, Responsable Officer for Oral Health, na OMS, pela assessoria.
Ao Dr. Mário Carreira, Médico de Saúde Pública, Direcção-Geral da Saúde e à Dr.ª Carla Cardoso pelo apoio estatístico.
À Higienista Oral Maria João Seia, do Centro de Saúde da Amadora, pela organização da calibragem.
Ao Dr. Rui Calado, Chief Dental Officer, pelo reconhecimento do nosso trabalho.
À Dr.ª Judite Catarino, à Dr.ª Mariana Neto e ao Dr. António Esteves pelas criticas e sugestões.
À Dr.ª Emília Nunes Directora de Serviços da Direcção de Serviços de Promoção e Protecção da Saúde.
À Dr.ª Maria João Quintela Chefe da Divisão de Saúde no Ciclo de Vida e em Ambientes Específicos.
À Ana Rita Ramalho Correia pela introdução dos dados no computador.
À Dr.ª Otília Riscado Duarte pela revisão do texto.
À Mestre Sandra Ribeiro, coordenadora do Curso de Higienistas Orais, pela leitura critica final.

Editor:
Direcção-Geral da Saúde

Arranjo Gráfico:
Vítor Alves e Luciano Chastre

Impressão:

Tiragem:

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor

iv Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Resumo
Portugal, nos últimos 20 anos, tem desenvolvido programas de promoção da saúde e
de prevenção das doenças orais assentes em estratégias universais (para toda a
população), selectivas (para grupos risco) e indicadas (para os que têm doença),
cuja monitorização tem sido feita, regularmente, pela Direcção-Geral da Saúde.

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, realizado no ano lectivo


2005/06, teve como objectivo avaliar a prevalência da cárie dentária, das doenças
periodontais e da fluorose, bem como compreender alguns dos seus determinantes,
nomeadamente, os relacionados com os hábitos alimentares e de higiene oral.

Para isso, realizámos um estudo transversal a uma amostra aleatória de 2612


crianças de 6, 12 e 15 anos de idade, representativa de todas as regiões de saúde
do Continente e das Regiões Autónomas, que frequentavam as escolas públicas do
ensino básico.

A metodologia cumpriu todos os procedimentos definidos pela Organização Mundial


de Saúde para este tipo de estudos tendo, a mesma, validado as questões
epidemiológicas.

As acções foram desenvolvidas de acordo como o Protocolo e as sete equipas de


observação fizeram a calibragem para a aplicação dos critérios clínicos na
observação e no registo. Relativamente à cárie dentária, os índices de confiança
intra e inter-observadores atingiram valores de 92,8% e 88,9%, respectivamente. Os
conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral foram avaliados
através de um questionário, previamente testado.

O presente Estudo Nacional, ao olhar para a saúde oral como parte integrante da
saúde em geral, destaca a importância de, aos 6 anos de idade, 51% das crianças
portuguesas estarem livres de cárie, quer na dentição temporária, quer permanente.

O peso das doenças orais na população infantil e juvenil foi avaliado através dos
índices de cárie dentária (cpod/CPOD) e de doença periodontal (ICP).

Dos resultados, destacamos o índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos, respectivamente de


0,07, 1,48 e de 3,04, com variações regionais significativas. Aos 12 e aos 15 anos de
idade, a Região de Lisboa e Vale do Tejo apresentava o menor índice de cárie
dentária (0,84 e 1,80, respectivamente) e a menor gravidade da doença, enquanto a

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais v


Região dos Açores, aos 12 anos e da Madeira, aos 15 anos, se destacavam pelos
motivos inversos.

Utilizando como referência os valores da OMS para o índice CPOD aos 12 anos,
Portugal com 1,48, classificava-se entre os países de baixa prevalência de cárie,
tendo atingido em 2006 o valor preconizado para a Região Europeia em 2020 (1,50).

De 2000 para 2006, aos 12 anos, verificou-se um aumento de 30% de jovens com os
dentes tratados. Estes ganhos em saúde oral resultaram, em grande parte, do
processo de contratualização com o sector privado para a prestação de cuidados
médico-dentários às crianças e jovens.

No Estudo Nacional, verificámos que, quanto à prevalência das doenças


periodontais, aos 12 e aos 15 anos de idade, mais de 70% dos jovens apresentavam
hemorragia à sondagem e/ou cálculo. As diferenças regionais são significativas,
evidenciando-se as regiões do Centro e do Algarve por terem a maior percentagem
de jovens com as gengivas saudáveis. As regiões do Alentejo e do Norte tinham a
maior prevalência de hemorragia à sondagem e as da Madeira e dos Açores
apresentavam a maior percentagem de jovens com cálculo.

Numa estratégia de prevenção das doenças orais e de redução do risco, os selantes


de fissura e os fluoretos têm indicações precisas. No Estudo Nacional verificou-se
que, aos 12 anos, 38% dos jovens apresentavam um ou mais dentes selados. Por
regiões de saúde, a Madeira e Lisboa e Vale do Tejo apresentavam percentagens
superiores à média nacional.

A maior parte das crianças não apresentavam alterações do esmalte devido a flúor
em excesso. A aplicação do Índice de Dean aos grupos etários de 6, 12 e 15 anos,
permitiu identificar 6%, 10% e 7% de crianças e jovens, respectivamente, com algum
grau de fuorose nas categorias “muito leve, leve, moderado ou intenso”.

Numa estratégia de promoção da saúde, os conhecimentos correctos e os


comportamentos adequados reduzem os riscos de doenças crónicas, entre elas as
doenças orais.

A higiene oral, questionada através da execução da escovagem dos dentes, duas


vezes por dia com uma pasta dentífrica fluoretada, era realizada por 50% das
crianças de 6 anos e aos 12 e 15 anos, por 67% e 69% dos jovens respectivamente.

vi Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A escovagem dos dentes ao deitar era efectuada, sempre ou quase sempre, por
50% dos jovens. A utilização diária do fio dentário foi referida por 14% e 10% dos
jovens de 12 e 15 anos, respectivamente com variações regionais significativas.

Quanto ao comportamento alimentar, os jovens de 12 e 15 anos responderam que


os alimentos ingeridos com maior frequência eram a fruta (93%) e o leite (90%),
seguidos dos sumos naturais (86%), chocolates (85%), bolos de pastelaria (80%),
refrigerantes com gás (78%), leite achocolatado (78%), rebuçados e gomas (77%).

A qualidade de vida dos jovens pode ser afectada por problemas orais, com impacto
mais ou menos significativo nas suas actividades sociais, familiares e escolares.

No Estudo Nacional, as limitações funcionais decorrentes de problemas orais foram


sinalizadas por muito poucos jovens, sendo referida perturbação nas actividades
escolares por uma pequena percentagem.

A acessibilidade a cuidados médico-dentários, aos 12 e aos 15 anos, foi referida por


mais de 85% dos jovens, no último ano. Os principais motivos da ida a uma consulta
com médico dentista ou higienista oral foram a vigilância da saúde da boca e o
tratamento dos dentes.

A autopercepção que os jovens portugueses tinham da sua saúde oral era boa ou
muito boa para 50% e razoável para outros tantos.

Comparando os indicadores de saúde oral em Portugal, hoje com os de há 20 anos,


independentemente do sistema de recolha de informação epidemiológica, que a
própria OMS também foi ajustando ao longo dos tempos, concluímos que os ganhos
em saúde são bem evidentes. Após 20 anos de programas de saúde oral, dirigidos,
prioritariamente às crianças e aos jovens, a percentagem de crianças livres de cárie
dentária, aos 6 anos, passou de 10% em 1986 para 51% em 2006, o índice de
CPOD de 1,1 para 0,07 e, aos 12 anos de 3,97 para 1,48.

Palavras-chave: Saúde oral, cárie dentária, doença periodontal, fluorose, comportamentos,


conhecimentos, hábitos alimentares, qualidade de vida, percepção da saúde oral.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais vii


viii Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Índice

Página

Nota Prévia 1

Introdução 3
Objectivos do estudo 6

Metodologia 7
Tipo de estudo 8
Dimensão da amostra 8
Selecção da amostra 8
Procedimentos 9
Calibragem 9
Instrumentos de recolha de dados 11
Material utilizado 11
Procedimentos para controlo da infecção cruzada 12
Critérios de diagnóstico 13
Tratamento dos dados 17

Apresentação dos resultados 19

Caracterização sociodemográfica da população em estudo 19


Regiões de saúde 20
Género 20
Nível de escolaridade dos pais 21
Profissão dos pais 22

Saúde Oral 23
Crianças livres de cárie dentária 23

Doenças Orais na Infância e na Adolescência 27


Cárie dentária aos 6 anos de idade 28
Cárie dentária aos 12 anos de idade 29
Cárie dentária aos 15 anos de idade 31
Doença periodontal aos 12 e aos 15 anos de idade 34
Fluorose dentária 37

Medidas de redução do risco de doenças orais 39


Selantes de fissura na dentição permanente 39
Suplementos de fluoretos usados pelas crianças e jovens 42

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais ix


Promoção da Saúde 45
Conhecimentos e comportamentos relacionados com saúde oral 45
Escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade 46
Escovagem dos dentes ao deitar 48
Utilização do fio dentário aos 12 e 15 anos de idade 51
Fontes de aprendizagem da higiene oral 53
Hábitos alimentares dos jovens de 12 e 15 anos de idade 56

Qualidade de vida em saúde oral 59


Limitações funcionais devido a problemas de saúde oral 60
Limitações escolares devido a problemas de saúde oral 60
Limitações sociais devido a problemas de saúde oral 60

Utilização dos serviços de saúde 63


Acessibilidade a consultas de saúde oral 63
Periodicidade das consultas de saúde oral 64
Motivos da consulta de saúde oral 66

Percepção do estado de saúde oral 69

Discussão e conclusões 71
Saúde oral 72
Doenças orais na infância e na adolescência 73
Medidas de redução do risco de doenças orais 77
Promoção da saúde 78
Qualidade de vida em saúde oral 80
Utilização dos serviços de saúde 81
Percepção do estado de saúde oral 82
Caracterização sociodemográfica da população em estudo 82

Recomendações 85

Índice de Quadros 87

Índice de Figuras 91

Abreviaturas 93

Referências bibliográficas 95

Anexos

x Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Nota Prévia
Investigar é uma forma sistemática de produzir conhecimento.

À luz da evidência científica actual, a compreensão das causas e das consequências


das doenças crónicas no nível de saúde das populações e na sua qualidade de vida
está em mudança. Hoje, os determinantes sociais, económicos, políticos e culturais
têm um impacto significativo na saúde em geral e, melhorá-la, passa por reduzir o
seu maior factor de risco, as desigualdades sociais.

No dealbar do século XXI, em 2003, a World Dental Federation (FDI), a International


Association for Dental Research (IADR) e a World Health Organization (WHO)
envolveram-se activamente na preparação das metas da saúde oral para o novo
milénio.1

Tendo como horizonte temporal o ano de 2020, produziram o documento Global


Goals for Oral Health, com o objectivo de fornecer uma base de trabalho que permita
aos países definir estratégias e políticas de saúde oral a todos os níveis da decisão,
na senda da consecução do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas
Think Globally, Act Locally.

Portugal, cinco anos depois do primeiro Estudo Nacional de Prevalência da Cárie


Dentária, necessitava reavaliar a tendência das doenças orais e medir o impacto de
algumas medidas, entretanto tomadas, sobre a saúde oral das crianças e dos jovens
portugueses.

Por isso, era necessário detalhar conhecimento a nível nacional sem deixar de
evidenciar as diferenças regionais, tendo em conta os determinantes
comportamentais que afectam a saúde oral e a qualidade de vida dos jovens.

O actual Estudo Nacional de avaliação da Prevalência das Doenças Orais abrangeu


as crianças e os jovens que frequentavam os estabelecimentos de educação do
ensino público, tal como o realizado há cinco anos.

Apesar da responsabilidade que a administração pública tem, também, sobre os


estabelecimentos de ensino privado, todos os estudos realizados com alunos que
frequentam estas instituições evidenciam uma prevalência e gravidade das doenças
orais, mais baixa ou muito mais baixa quando comparada como a dos que
frequentam os estabelecimentos públicos.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 1


Esta investigação teve, ainda, a preocupação de produzir conhecimento que possa
servir de suporte à monitorização das metas do Plano Nacional de Saúde (2004-10),
ao mesmo tempo que se propôs dar resposta a alguns indicadores de saúde oral da
Organização Mundial de Saúde para a Região Europeia.

No contexto do Estudo Nacional foi realizada uma colheita de saliva e placa


bacteriana aos jovens de 12 anos, que servirá para o estudo epidemiológico do
Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus. Esta é uma investigação pioneira
em Portugal, conduzida pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Abel Salazar,
que visa servir de suporte à produção de uma vacina contra a cárie dentária, cujos
resultados, da responsabilidade dos investigadores, serão oportunamente
publicados.

2 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Introdução
Nas últimas décadas, a cárie dentária tem diminuído significativamente, em especial
na população infantil e juvenil portuguesa. Apesar desta evolução favorável, a cárie
dentária tem uma elevada prevalência e constitui, ainda, um problema de saúde
pública, com uma clara distribuição assimétrica, como os estudos exploradores tem
revelado.

Os factores de risco das doenças orais são, muitas vezes, os mesmos que estão
implicados na maior parte das doenças crónicas e que se apresentam fortemente
relacionados com os estilos de vida.2,3,4

Por isso, a saúde oral é parte integrante da saúde em geral, sendo cada vez mais
consensual que as mudanças de comportamento requerem acções integradas de
promoção da saúde e prevenção das doenças crónicas, entre as quais se incluem as
doenças orais.5

Em Portugal têm sido realizados desde 1986, programas de promoção da saúde e


prevenção das doenças orais, dirigidos especialmente às crianças e aos jovens, sob
orientação técnico-normativa da Direcção-Geral da Saúde.

Ao longo dos anos, as actividades desenvolveram-se predominantemente nos


ambientes onde as crianças passam a maior parte do seu tempo, o jardim-de-
infância e a escola, envolvendo o processo um conjunto diversificado de profissionais
de saúde e de educação, pais e encarregados de educação, entre outros, que têm,
seguramente, contribuído para a evolução favorável do padrão de doença.

Genericamente, entre 1987 e 2005, as orientações dos programas de saúde oral


desenvolvidos em Portugal preconizavam a toma de fluoretos pelas crianças, sob a
forma de gotas orais (dos 6 meses aos 2 anos) e comprimidos (dos 2 aos 16 anos),
cuja dosagem podia chegar a 1mg/dia, dependendo da idade e do teor desse
elemento nas águas de abastecimento público. Esta toma poderia ser feita nos
jardins-de-infância após o consentimento dos encarregados de educação. Nas
escolas do 1.º ciclo do ensino básico, a estratégia era complementada através do
bochecho com uma solução de fluoreto de sódio a 0,2%, efectuado quinzenalmente.

A educação alimentar e a prática da higiene oral através da escovagem dos dentes


com um dentífrico fluoretado, duas vezes por dia, inseriam-se numa estratégia

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 3


preventiva das doenças orais, que incluía, também, a aplicação de selantes de
fissura em dentes molares permanentes, aos 7 e aos 13 anos.

No Serviço Nacional de Saúde, os procedimentos clínicos preventivos,


nomeadamente a aplicação de selantes de fissuras nos dentes permanentes, foram
realizados, maioritariamente por higienistas orais, à medida que foram sendo
integrados nos quadros dos Centros de Saúde.

Em 1999, a estratégia foi redefinida através da aprovação do Programa de


Promoção da Saúde Oral em Crianças e Adolescentes (PPSOCA). Este Programa
complementava a estratégia de prevenção das doenças orais com uma inovadora
forma de tratar os dentes das crianças que necessitavam de uma intervenção
médico-dentária, a contratualização.6

No ano 2000, iniciou-se a prestação de cuidados dentários às crianças de 6-7 anos,


9-10, 12-13 e 16 anos, através de contratualização com médicos dentistas e
estomatologistas do sector privado. Este processo visou o tratamento de lesões de
cárie dentária que a prevenção não conseguiu evitar e a aplicação de selantes de
fissura nos mesmos grupos etários, quando os Centros de Saúde não dispunham de
higienistas orais.

Em 2005, face à evidência científica sobre a eficácia dos fluoretos na prevenção da


cárie dentária na sua forma tópica através de dentífrico com 0,15% F,7 à polarização
da doença, em que 2/3 da mesma se concentram em 1/3 da população8 e, face à
necessidade de trabalhar os determinantes da saúde globalmente, foi aprovado o
Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) através do despacho
ministerial n.º 153/2005, incluído no Plano Nacional de Saúde.9

A estratégia global de intervenção assenta na promoção da saúde ao longo do ciclo


de vida, em contexto familiar e nos ambientes específicos que as crianças
frequentam, o Jardim-de-infância e a Escola. As medidas de prevenção deverão ser
baseadas na avaliação do risco e os tratamentos deverão ser adequados às
necessidades dos indivíduos.

Ao longo dos anos, a Direcção-Geral da Saúde foi monitorizando os programas


desenvolvidos e promovendo a realização de estudos epidemiológicos que nos
permitiram ir aferindo e propondo novas estratégias.

4 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Em Portugal, vários investigadores e instituições científicas têm realizado e publicado
estudos de prevalência das doenças orais, constatando-se uma redução significativa
da cárie dentária nos locais onde os programas se desenvolvem de forma holística e
continuada.10,11,12,13,14,15,16

Historicamente, o primeiro Inquérito Nacional foi realizado em 1983-84, numa


parceria entre a OMS/DGS/ESMDL e deu-nos o primeiro retrato da saúde oral dos
portugueses. Neste estudo, aos 6 anos os índices cpod e CPOD eram de 5,2 e 0,5,
respectivamente. Aos 12 anos o índice CPOD era de 3,8.10

Em 1999, um estudo que utilizou o método pathfinder da OMS numa amostra de


conveniência, apresentava, para os 12 anos, valores médios de CPOD de 1,5 com
desvios acentuados entre grupos de diferentes níveis socioeconómicos.17

Em 2000, foi realizado e publicado pela Direcção-Geral da Saúde o Estudo Nacional


de Prevalência da Cárie Dentária na População Escolarizada,18 representativo da
população escolar, cujo objectivo era avaliar a prevalência da cárie dentária na
população que frequentava os estabelecimentos de ensino público com 6, 12 e 15
anos de idade.

Neste Estudo a percentagem de crianças livres de cárie dentária, aos 6 anos, era de
33% e o índice CPOD, aos 12 anos de idade, era de 2,95. Nas conclusões
recomendava-se a realização de um novo estudo a cada 5 anos e propunha-se que,
para além da avaliação da prevalência da cárie dentária, se estudasse a prevalência
das doenças periodontais, o nível socioeconómico, o nível de conhecimentos e o tipo
de comportamentos preventivos sobre saúde oral das crianças e dos jovens.

Assim, em 2005-2006 a Direcção-Geral da Saúde, com o apoio técnico da


Organização Mundial da Saúde, coordenou a realização do Estudo Nacional de
Prevalência das Doenças Orais, que agora se apresenta.

O presente Estudo foi desenhado para determinar a prevalência da cárie dentária e


das doenças periodontais, da fluorose dentária, bem como, avaliar os determinantes
comportamentais relacionados com a saúde oral.

O estudo da prevalência das doenças orais impunha-se pela necessidade de


monitorizar a tendência evolutiva da cárie dentária e, ao mesmo tempo conhecer a
situação das doenças periodontais, já que estas nos dão os primeiros indícios da
qualidade da higiene oral.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 5


Os estudos sobre a fluorose, em Portugal Continental, são escassos. Apesar do teor
de fluoretos nas águas de abastecimento público ser normalmente baixo e as águas
não estarem sujeitas a fluoretação artificial, têm sido detectados locais,
especialmente zonas de águas termais, onde o teor de flúor na água é elevado.19 A
inclusão do estudo da fluorose surge, assim, da necessidade de monitorizar as
manifestações da doença.

A avaliação de conhecimentos e comportamentos sobre alimentação e higiene oral,


apesar de largamente estudados,20,21 oferecia-nos, na actual investigação, uma
excelente oportunidade de os correlacionar com as doenças orais mais prevalentes
na população infantil e juvenil.

Objectivos do Estudo

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais tinha como objectivos:


1. Avaliar a prevalência da cárie dentária na população escolar de 6, 12 e 15
anos de idade;
2. Avaliar a prevalência das doenças periodontais na população escolar de 12 e
15 anos de idade;
3. Avaliar a prevalência da fluorose dentária na população escolar de 6, 12 e 15
anos de idade;
4. Avaliar os conhecimentos e comportamentos sobre os determinantes de
saúde oral na população escolar de 6, 12 e 15 anos de idade;
5. Comparar a prevalência das doenças orais entre as diferentes Regiões de
Saúde;
6. Comparar comportamentos e conhecimentos de saúde oral entre as diferentes
Regiões de Saúde;
7. Estimar os ganhos em saúde obtidos através da estratégia estabelecida com
os programas de saúde oral;
8. Enquadrar os indicadores de saúde oral das crianças e adolescentes
portugueses face às metas estabelecidas pela OMS.

Esta avaliação pretendia, ainda, constituir-se como um referencial para a


monitorização dos indicadores de saúde oral do Programa Nacional de Promoção da
Saúde Oral, inserido no Plano Nacional de Saúde 2004-2010 e no Global Oral Health
Programme da OMS.

6 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Metodologia
O Estudo que realizámos iniciou-se com a elaboração de um Protocolo, que
descrevia todos os procedimentos a executar pelos intervenientes durante o trabalho
de campo. Este Protocolo foi submetido a aprovação superior e dado a conhecer aos
parceiros, considerados indispensáveis para a sua consecução.

À OMS solicitámos assessoria técnica, tendo-se obtido resposta favorável, assim


como para o acompanhamento do Estudo e recebido sugestões para que fosse feita
a avaliação de conhecimentos e comportamentos dos grupos em estudo.

Às Administrações Regionais de Saúde (ARS) e às Secretarias Regionais da Saúde


(SRS) dos Açores e da Madeira foi solicitado apoio para a operacionalização do
Estudo, tendo, todas elas, disponibilizado uma equipa de profissionais de saúde oral
para a realização das observações.

À Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) solicitámos


apoio para a formação teórica e supervisão do exercício de calibragem dos
profissionais que constituiriam as equipas de observação, o que foi integralmente
concedido.

Para apoio à preparação e realização dos procedimentos da calibragem, solicitámos


a colaboração de um perito da área da medicina dentária da Faculdade de Ciências
da Saúde da Universidade Fernando Pessoa que acompanhou todo o processo.

Ao Ministério da Educação, através da Direcção-Geral de Inovação e


Desenvolvimento Curricular (DGIDC), pedimos autorização para a realização das
observações nas escolas do ensino básico e secundário, tendo-nos sido dada pronta
colaboração, quer para a circulação da informação pelas Direcções Regionais de
Educação, quer para a identificação e documentação das equipas.

Assim, com base nos procedimentos preconizados pela OMS, na sua publicação
Oral Health Surveys – basic methods22, uniformizámos os critérios de diagnóstico e
as metodologias de intervenção, tendo em vista a fiabilidade e a comparabilidade
dos dados recolhidos com outros estudos, quer nacionais, quer internacionais.23

As questões epidemiológicas foram estabelecidas com os serviços competentes da


Direcção-Geral da Saúde e devidamente validadas pela Organização Mundial da
Saúde.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 7


Tipo de estudo

Este é um estudo descritivo, transversal, que visou obter informação acerca do


estado actual das doenças orais no universo da população que frequenta a escola
com 6, 12 e 15 anos de idade.

Dimensão da amostra

Tendo em conta os objectivos do estudo e a população-alvo, constituímos três


amostras: uma com crianças de 6 anos (nascidas em 1999), outra com jovens de 12
anos (nascidas em 1993) e uma terceira com jovens de 15 anos (nascidos em 1990).

Para a definição do tamanho da amostra, utilizámos como critérios o número de


crianças nascidas, em cada um dos grupos etários, com base nos dados dos
registos de nascimento do Instituto Nacional de Estatística e a prevalência da cárie
dentária (CPOD), encontrada no Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária,
realizado pela DGS em 2000, segundo o qual o índice CPOD aos 6 anos era de
0,23, aos 12 anos de 2,95 e aos 15 anos de 4,72.

Através do programa informático, EPIINFO, foi seleccionada uma amostra de cada


um dos grupos etários, tendo em conta os critérios definidos para a sua selecção, um
intervalo de confiança de 95% e uma margem de erro admissível de 4,5%.

A amostra para o Estudo foi estimada em 2507 crianças e jovens, distribuídas pelos
grupos etários da seguinte forma: 6 anos – 822, 12 anos – 813 e 15 anos - 872.

Para o cálculo da amostra por regiões, utilizámos os mesmos critérios, isto é, o


número de crianças nascidas em cada região, nos anos respectivos e, o índice de
CPOD regional obtido no Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária, nos
mesmos grupos etários.18

Selecção da amostra

Para a selecção da amostra de escolas e de alunos, utilizámos os métodos de


amostragem aleatórios sistemáticos.

A selecção das escolas foi realizada pela Direcção-Geral da Saúde, a partir da lista
dos Estabelecimentos de Educação e Ensino inscritos no Roteiro das Escolas, no
Portal da Educação, referente ao ano lectivo 2004-05.24

8 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A partir da listagem das escolas de cada distrito esta lista seleccionaram-se,
aleatoriamente, as que iriam entrar no estudo segundo a sua tipologia. Esta lista foi
entregue a cada equipa com o número de observações a realizar.

A selecção dos alunos foi feita, em cada escola, a partir da lista de cada grupo etário,
por ano de nascimento. Essa selecção foi realizada, igualmente de forma aleatória
sistemática, por cada equipa de observação. Quando as escolas seleccionadas
tinham sido encerradas ou não possuíam o número de alunos suficientes, as equipas
dispunham de uma lista de escolas suplentes.

Procedimentos

Constituíram-se sete equipas, formadas por um observador e um registador, que,


após calibragem, realizaram as observações na sua Região de Saúde.

Cada equipa de observação organizou as deslocações às escolas de acordo com a


sua administração regional de saúde e com o apoio logístico que a mesma
disponibilizou.

Aos encarregados de educação dos alunos seleccionados foi solicitada a devida


autorização para a participação dos seus educandos no Estudo. Para isso, foi
enviada uma carta, com informação sobre o mesmo, que continha um destacável de
autorização, cuja assinatura era indispensável para a participação das crianças.
(Anexo 1)

Calibragem
A calibragem define-se como o conjunto de meios de que nos servimos para que os
critérios de diagnóstico aplicados pelos observadores estejam de acordo com o
padrão adoptado e, para que assim se conservem ao longo do estudo.

Esta etapa, prévia ao trabalho de campo, visou assegurar uniformidade na


interpretação do protocolo, compreender e aplicar os critérios adoptados, minimizar
os erros e as diferenças eventualmente existentes entre observadores e entre
observações e, acessoriamente, reduzir as variações intra e inter-observadores.

Através da calibragem fomos, também, calcular os Índices de Concordância (IC), os


quais medem a proporção de casos colocados em idênticas categorias por duas
avaliações independentes, da mesma equipa ou entre as diferentes equipas. Estes
índices apresentam-se em percentagem e em estatística kappa.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 9


A aferição foi discriminada por áreas de diagnóstico, considerando-se que os níveis
de concordância são altos quando o IC se situa entre 85% e 100% e k > 0,80.

A calibragem que realizámos para este Estudo constou de uma formação teórica de
um dia e um exercício prático de dois dias. O processo foi supervisionado por peritos
da área da saúde oral comunitária, docentes de duas Faculdades de Medicina
Dentária, referidos no início do capítulo.

A formação teórica realizada a partir de imagens projectadas teve como objectivo a


discussão dos conceitos e dos critérios de diagnóstico usados no Estudo até à
assimilação uniforme e à compreensão global dos mesmos. Percorreu todos os
índices bem como a aplicação do questionário.

O exercício prático de calibragem decorreu numa Escola do 2.º e 3º ciclos do Ensino


Básico. Consistiu na execução de um conjunto de observações e reobservações das
estruturas orais e no preenchimento de um Questionário pelos jovens de um dos
grupos etários em estudo.

Durante o exercício, as discrepâncias identificadas, os critérios de diagnóstico


duvidosos, as codificações e os erros de registo foram discutidas com os
calibradores.

Em cada dia de exercício prático foram observados 21 jovens dos grupos etários de
12 e 15 anos, por 7 equipas, constituídas por observador e registador, tendo-se
realizado, ainda, duplas observações a 10% dos participantes na calibragem.

Todas as Fichas de observação foram agrupadas e introduzidas numa matriz de


dados em ficheiro informático, a que se seguiu a verificação da concordância intra e
inter-observador.

Das 294 observações realizadas durante a calibragem das equipas, obteve-se um


valor de concordância intra-observador de 92,8% e de concordância inter-
observadores atingido 88,9%, o que representa uma fiabilidade muito boa para a
validade dos dados recolhidos sobre prevalência da cárie dentária.

Para que o nível de concordância se mantivesse em níveis elevados durante o


trabalho de campo, efectuaram-se duplas observações durante o mesmo.

10 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Instrumentos de recolha de dados

O Estudo, que constou na observação da boca e dos dentes das crianças e no


preenchimento de um questionário de avaliação de conhecimentos e
comportamentos sobre hábitos de higiene oral e de alimentação, tinha dois
instrumentos de recolha de dados.

Para o exame objectivo das estruturas orais, utilizámos:

1. Ficha de Observação dentária; (Anexo 2)


i. Adaptada do documento da OMS.

Para a avaliação de conhecimentos e comportamentos, utilizámos:


2. Questionário dirigido aos alunos de 6 anos e de 12 - 15 anos; (Anexo 3 e 4)
ii. O questionário para os alunos de 6 anos foi preenchido por entrevista e o
destinado aos alunos de 12 e 15 anos foi de auto-preenchimento;
iii. Os questionários continham, maioritariamente, perguntas fechadas com
respostas alternativas em termos de frequência, com e sem descrição;
iv. Ambos os questionários, apesar de já terem sido utilizados pela DGS, no
âmbito de outros estudos de avaliação de conhecimentos e
comportamentos em saúde oral e do Inquérito de Saúde dos
Adolescentes na Escola, em 2004, foram adaptados ao Estudo actual.
Após as observações, os instrumentos de recolha de dados, devidamente
numerados e emparelhados, foram enviados para a, então, Divisão de Saúde
Escolar da Direcção-Geral da Saúde, para tratamento estatístico.

Material utilizado
Para a observação da cavidade oral, foram utilizados os seguintes materiais:
• Um espelho bucal plano, nº 4 e respectivo cabo (ref.ª ASA 2100 ED5B25);
• Uma sonda periodontal (ref.ª ASA 0702L-12S205C08), a
qual apresenta, na sua extremidade activa, uma esfera de
0,5 mm de diâmetro e uma faixa preta entre 3,5 e 5,5 mm,
bem como anéis com a referência a 8,5 mm e 11,5 mm em
relação à extremidade activa, como a figura ilustra;
• Fonte de luz artificial (candeeiro com braço articulado).
Para garantir o controlo da infecção cruzada, os observadores cumpriram todos os
procedimentos universais de assepsia.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 11


Procedimentos para controlo da infecção cruzada

Os princípios gerais do controlo da infecção cruzada passam por evitar o contacto


com o sangue, limitar a sua difusão e tornar os instrumentos e o equipamento
portadores do menor risco possível, durante a sua utilização.

Para isso, os observadores deveriam procurar não tocar na mucosa, utilizar luvas
novas para cada observação, lavar as mãos entre cada mudança de luvas e secá-las
com toalhetes de papel ou limpar as mãos utilizando toalhetes próprios.

O uso de máscara e de bata eram obrigatórios e os materiais contaminados


(máscaras, luvas, toalhetes) eram depositados em sacos de plástico grossos e com
fecho, para posterior recolha selectiva.

Nas escolas onde se realizaram as observações, as superfícies das mesas eram


previamente desinfectadas com desinfectante de superfície. A zona limpa era
protegida com um babete, sobre o qual se colocaram os kits de observação (um
espelho bucal e uma sonda periodontal), esterilizados e empacotados
individualmente em manga, compressas esterilizadas, rolos de algodão e máscaras.

Cada kit de observação individual era aberto no momento de se iniciar a observação.

Em cima de uma outra mesa estava organizada a zona suja, também protegida com
um babete sobre o qual se colocava uma caixa de inox com tampa, onde, após cada
observação, os instrumentos utilizados eram depositados.

Todos os procedimentos de higienização das mãos eram repetidos após cada


observação.

Após a observação dos alunos, no estabelecimento de ensino, as mesas utilizadas


eram desinfectadas com anti-séptico ou toalhetes desinfectantes de superfície.

No final de cada dia de trabalho, os instrumentos utilizados eram colocados na caixa


inox, sendo posteriormente desinfectados, lavados, secos, empacotados e
submetidos a novo processo de esterilização, em autoclave, no Centro de Saúde.

O saco do lixo, colocado junto do lavatório, na zona onde também estavam o sabão
desinfectante para as mãos, os toalhetes de papel e a caixa de luvas eram
recolhidos no final das observações.

12 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Critérios de diagnóstico
Os critérios de observação e registo utilizados no estudo da cárie dentária, das
doenças periodontais e da fluorose são os preconizados pela Organização Mundial
da Saúde.22

Os índices foram avaliados da seguinte forma:

Índice de Cárie Dentária (cpod/CPOD)


Os critérios relativos à determinação do índice de cárie dentária na dentição
temporária (cpod) e na dentição permanente (CPOD) foram os utilizados no Estudo
Nacional de Prevalência da Cárie Dentária, efectuado em 2000 pela Direcção-Geral
da Saúde. (Anexo 5)

Para a determinação do índice de cárie dentária (cpod/CPOD), registaram-se na


Ficha de Observação Dentária, segundo um sistema de codificação, os dentes
cariados, os dentes obturados com cárie e sem cárie, os dentes perdidos devido a
lesões de cárie, os dentes perdidos por outras causas que não a cárie. Registam-se
ainda, os dentes sãos, os dentes com selantes, os dentes que apresentam coroas ou
facetas, os dentes não erupcionados e os dentes fracturados ou perdidos por
traumatismos.

Os códigos de registo, quer do estado da dentição decídua (dd), quer do da dentição


permanente (DP), foram introduzidos nas mesmas caixas, identificadas na Ficha de
Observação Dentária.

Para a dentição decídua utilizaram-se letras e para a dentição permanente, números,


conforme o sistema de codificação seguinte:
Codificação
Condição
Dente decíduo Dente permanente
A 0 São
B 1 Cariado
C 2 Obturado com cárie
D 3 Obturado sem cárie
E 4 Perdido por cárie
- 5 Perdido por outro motivo
F 6 Selante de fissura
G 7 Suporte de prótese, coroa, faceta ou implante
- 8 Não erupcionado
T T Traumatismo
- 9 Não registado
As superfícies dentárias deveriam ser todas observadas, seguindo sempre a mesma
sequência: 1.º quadrante (17-11); 2.º quadrante (21-27); 3.º quadrante (37-31); 4.º
quadrante (41-47). Um dente era considerado presente na boca, sempre que

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 13


qualquer parte dele fosse visível. No caso de um dente permanente e outro decíduo
ocuparem o mesmo espaço dentário, deveria ser registada a condição observada no
dente permanente.

O diagnóstico era essencialmente visual. Só era utilizada sonda quando havia


dúvidas sobre a condição da superfície dentária.

A secagem das superfícies dentárias, com compressas ou rolos de algodão, era um


procedimento usual para o correcto diagnóstico de lesões de cárie e para a avaliação
do estado dos selantes de fissuras ou de reconstruções estéticas.

Índice Comunitário Periodontal (ICP)

A gengivite, pela possibilidade de hemorragia durante a escovagem e por


representar um risco acrescido de outras doenças orais deve ser diagnosticada,
prevenida e controlada precocemente.

Nos adultos a periodontite é uma das doenças crónicas mais prevalentes.26 Se não
for tratada, representa um risco potencial para a saúde em geral e para o bem-estar,
sendo considerada um co-factor na progressão da diabetes e de algumas doenças
cardiovasculares, assim como no risco de prematuridade.

A doença periodontal está, também, associada a populações de baixos recursos


socioeconómicos.

A OMS recomenda a avaliação da doença periodontal, através do Índice Comunitário


Periodontal (ICP), a partir dos 12 anos de idade.25 Nestas idades, o ICP deve ser
avaliado em três categorias: saudável, hemorragia gengival e cálculo.

Para a avaliação do ICP, a boca é dividida em sextantes, de modo a serem


examinados 6 dentes: um em cada sextante – 16, 11, 26, 36, 31 e 46.

Um sextante é examinado somente se houver dois ou mais dentes presentes. Na


ausência de um dos dentes de referência todos os outros dentes do sextante
deveriam ser observados, sendo de registar a mais elevada categoria verificada no
diagnóstico de ICP.

Todas as superfícies dos dentes índice (distais, vestibulares, mesiais e linguais) são
sondadas para a verificação da presença de cálculo e para a avaliação de
hemorragia gengival.

14 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A força utilizada não deve ser superior a 20 gramas. Para o estabelecimento dessa
força, recorreu-se a um procedimento prático, que correspondia à colocação da
ponta da sonda sobre a unha do polegar pressionando-a até que ocorresse
empalidecimento na base distal ungueal.

Sobre a angulação de inserção da sonda, foram dadas rigorosas instruções aos


observadores, para que a ponta esférica seguisse a configuração anatómica da
superfície radicular do dente.

Para a pesquisa dos cálculos subgengivais seria utilizada a menor força possível que
permitisse a movimentação da ponta esférica da sonda ao longo da superfície
dentária. Caso o jovem referisse dor durante a sondagem, isto seria sinal de
utilização de força excessiva e o procedimento deveria ser repetido.

Para o diagnóstico do ICP, a ponta da sonda era inserida suavemente no sulco


gengival ou na bolsa periodontal e deveria ser explorada a extensão total do sulco ou
da bolsa.

Todos os dentes deveriam ser sondados, registando-se, no respectivo campo, o


valor mais elevado verificado.
0 Gengiva saudável
1 Hemorragia Durante ou logo após a sondagem (até vinte segundos). Observada directamente
ou com o espelho bucal
2 Cálculos Detectados durante a sondagem, mas toda a faixa preta da sonda está visível. Os
cálculos visíveis são essencialmente supra-gengivais
3 Bolsa periodontal A margem gengival encontra-se dentro da faixa preta da sonda
superficial (4-5 mm)
4 Bolsa periodontal A faixa preta da sonda não está visível
profunda (6 mm ou mais)
X Sextante excluído Quando há menos de dois dentes presentes
9 Não registado

Por exemplo: a sonda deveria ser colocada no sulco gengival da superfície


distovestibular de um 1.º molar, o mais próxima possível do ponto de contacto com o
2.º molar (caso este já esteja erupcionado), a qual se deveria manter paralela ao
longo do eixo do dente. A sonda seria depois movimentada suavemente, com
movimentos curtos para cima e para baixo, ao longo do sulco vestibular ou da bolsa
periodontal até à superfície mesial do 1.º molar e ao ponto de contacto com o pré-
molar permanente ou 2.º molar decíduo. Todo o procedimento deveria ser repetido
na superfície lingual.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 15


Índice de Fluorose de Dean (ID)

A fluorose dentária pode manifestar-se em ambas as dentições. Na observação


clínica, as lesões apresentam-se geralmente bilaterais, simétricas e com uma
tendência para assumirem um padrão estriado horizontal no esmalte dentário.

Os dentes pré-molares, os molares inferiores e os incisivos superiores são


normalmente os mais afectados. As lesões assemelham-se a “picos com neve” sobre
as cúspides dos pré-molares.

Em alguns jovens, os 2.º molares são os mais atingidos. Os incisivos inferiores são
normalmente os menos afectados. A gravidade da expressão clínica está
directamente relacionada com o efeito tóxico cumulativo. O tipo de dente atingido
depende, sobretudo, do momento em que o efeito tóxico se iniciou e do seu tempo
de duração.

No estudo, o diagnóstico implicava a observação do padrão de distribuição de


quaisquer defeitos e a decisão sobre, se estes, apresentavam características típicas
de fluorose.

Os defeitos nas categorias “em dúvida” a “leve” (categorias com maior probabilidade
de ocorrência) consistem na apresentação de finas linhas esbranquiçadas ou placas,
geralmente próximas dos bordos incisais ou das pontas das cúspides. Estes defeitos
têm uma aparência branca-porosa, semelhante a gelo, como se fosse um pico
nevado, que tende a espalhar-se para o esmalte circundante.

Os critérios de observação e registo são os seguintes:

0 Normal Esmalte superficial liso, brilhante e geralmente de cor branco-bege pálido


1 Em dúvida Esmalte apresentando leves alterações da transparência de esmalte normal, que podem
variar entre pequenos pontos/traços esbranquiçados e manchas ocasionais
2 Muito leve Áreas pequenas, opacas, cor de papel branco, irregularmente distribuídas sobre o dente,
envolvendo menos de 25% da superfície dentária vestibular
3 Leve Opacidades brancas do esmalte dos dentes mais extensas do que para o código 2,
ocupando mais de 25% e menos de 50% da superfície dentária
4 Moderado Superfície do esmalte dos dentes apresentando um desgaste acentuado e pigmentação
castanha, com frequência esteticamente desfigurante
5 Intenso Esmalte muito afectado e hipoplasia (perda de substância) tão acentuada que a forma do
dente pode estar afectada. Áreas com fossetas ou desgaste e manchas acastanhadas
espalhadas por toda a parte; dente muitas vezes com um aspecto corroído
8 Excluído Por exemplo, um dente com prótese fixa – coroa
9 Não registado

16 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


O registo deveria ser feito com base nos dois dentes que estão mais afectados. Caso
os dois dentes não estivessem igualmente afectados, deveria ser registado o valor
obtido para o dente menos afectado.

O profissional que realizava o exame usaria um método de exclusão de partes, isto


é, começava por classificar o que observava pelo critério mais elevado, avançando
sucessivamente para as pontuações mais baixas, até que o observado se ajustasse
aos critérios de classificação mais próximo do nível que está a ser considerado.

Em caso de dúvida, o índice mais baixo era o que deveria ser registado.

Tratamento dos dados

Na Direcção-Geral da Saúde foi criada uma base de dados informatizada, constituída


por 72 variáveis, para os grupos etários de 12 e de 15 anos de idade, e de 41
variáveis, para o grupo etário de 6 anos.

Cada registo corresponde aos dados do exame objectivo da boca e dos dentes, bem
como às respostas ao questionário de avaliação de conhecimentos.

Para a organização e interpretação dos dados recolhidos, recorremos ao programa


de análise de dados Statistical Package for Social Sciences® (SPSS), versão 14.0.
Todas as variáveis em estudo foram analisadas individualmente.

Para as variáveis de medida ordinal e nominal, fez-se uma análise univariada,


determinando-se a frequência absoluta e as percentagens. Para as variáveis com
nível de medida quantitativo, calculámos os valores das médias e dos desvios-
padrão.

Para avaliar a distribuição normal, ou não, das variáveis dependentes, aplicámos o


teste de Kolmogorov-Smirnov. Verificada a distribuição da amostra, utilizámos testes
de comparação de médias e de análise de variância.

A aplicação de testes paramétricos permitiu-nos fazer a análise de variância e testar


diferenças entre diversas situações para duas ou mais variáveis.

Para a análise da significância estatística, utilizaram-se os testes do Qui-Quadrado,


Teste T e ANOVA (Analysis of Variance).

Todos os testes estatísticos usados foram aplicados para um nível de significância


inferior a 5%.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 17


Algumas variáveis independentes foram recodificadas, para melhorar a sua
operacionalidade, nomeadamente o cpod e o CPOD e os respectivos componentes,
para todos os grupos etários.

Para as duplas observações, utilizou-se a estatística k e o Índice de Concordância.

18 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Apresentação dos Resultados
A saúde oral, enquanto parte integrante da saúde em geral, deverá ser
compreendida num contexto mais vasto, onde, as doenças orais são influenciadas
por comportamentos individuais e colectivos e, têm um peso mais ou menos
significativo na qualidade de vida das populações.

No âmbito do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais as observações


foram realizadas por sete equipas de profissionais de saúde oral, médicos dentistas
e higienistas orais, devidamente calibrados, que efectuaram os exames clínicos da
boca e dos dentes e promoveram a realização dos Questionários, em todas as
Regiões de Saúde do Continente e das Regiões Autónomas.

Os resultados são o produto do apuramento dos dados das observações que, numa
lógica de análise da saúde e das doenças orais na infância e na adolescência, são
lidos à luz da compreensão dos seus determinantes, evidenciáveis no questionário.

Começamos por fazer uma breve caracterização sociodemográfica da população


abrangida pelo estudo, apresentando depois, os indicadores de prevalência das
doenças orais, os quais, são ilustrados com quadros de frequência e histogramas
comparativos entre grupos e entre regiões. Os testes estatísticos e a sua
significância são referenciados a cada variável.

Caracterização sociodemográfica da população em estudo

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, que decorreu no ano lectivo
de 2005/2006, nas Escolas do Ensino Básico e Secundário, do Ministério da
Educação abrangeu uma amostra de 2612 crianças e jovens, representativa dos
grupos etários de 6 anos (890), 12 anos (837) e 15 anos (885) de idade.

Quadro 1: Distribuição da população do estudo por regiões e grupo etário

Região de Saúde / Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos Total


Norte 133 127 123 383
Centro 93 105 139 337
Lisboa e Vale do Tejo 155 126 130 411
Alentejo 121 124 126 371
Algarve 148 138 136 422
Açores 105 99 104 308
Madeira 135 118 127 380
Total 890 837 885 2612

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 19


Regiões de Saúde
A amostra tem uma distribuição homogénea por regiões de saúde e por grupo etário.

100%

80%

60%

40%

20%

0%
Norte Centro Lisboa e Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
v Tejo

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 1: Distribuição dos alunos observados, por Regiões e grupo etário

Género

Foram observados 1270 rapazes e 1342 raparigas, com a distribuição por grupo
etário e por género que se apresenta no Quadro 2 e Figura 2.

Quadro 2: Distribuição da amostra segundo o género e o grupo etário


Grupo etário /Género 6 Anos 12 Anos 15 Anos
M F M F M F

Total 449 441 413 424 408 477

100%

90%

80%
50% 51% 54%
70%

60%

50%

40%

30%
50% 49% 46%
20%

10%

0%

6 anos 12 anos 15 anos


Masculino Feminino

Figura 2: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos observados, segundo o género


Por idade, por género e por região o número de alunos observados não teve
diferenças, estatisticamente significativas.

20 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Os determinantes sociofamiliares condicionam comportamentos individuais, tais
como, as práticas de higiene oral, hábitos alimentares e cuidados preventivos.
Atendendo aos grupos etários em estudo é importante analisar o contexto familiar,
nomeadamente através do nível de escolaridade e da profissão de ambos os
progenitores.
Nível de escolaridade dos pais

Esta avaliação foi feita apenas aos alunos de 12 e 15 anos e contemplava o nível de
escolaridade, mais alto, atingido pelo pai e pela mãe.

Quadro 3: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 12 anos


Nível escolaridade dos pais PAI MÂE
n.º % n.º %
Não sabe ler e escrever 11 1,3 7 0,8
Sabe ler e escrever 34 4,1 42 5,0
1º Ciclo/4º ano 262 31,3 203 24,3
2º Ciclo/6º ano 168 20,1 174 20,8
3º Ciclo/9º ano 144 17,2 152 18,2
Secundário/12º ano 101 12,1 144 17,2
Curso Médio ou Superior 73 8,7 93 11,1
Não respondeu 44 5,3 22 2,6

Total 837 100,0 837 100,0

Quadro 4: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 15 anos


Nível escolaridade dos pais PAI MÂE
n.º % n.º %
Não sabe ler e escrever 19 2,1 11 1,2
Sabe ler e escrever 33 3,7 47 5,3
1º Ciclo/4º ano 331 37,4 288 32,5
2º Ciclo/6º ano 164 18,5 189 21,4
3º Ciclo/9º ano 139 15,7 169 19,1
Secundário/12º ano 86 9,7 85 9,6
Curso Médio ou Superior 69 7,8 71 8,0
Não respondeu 44 5,1 25 2,9
Total 885 100 885 100

Os pais dos jovens de 12 e de 15 anos tinham, maioritariamente, a escolaridade


básica obrigatória. A percentagem de pais que tinham o 12.º ano, curso médio ou
curso superior, oscilava entre os 17 e os 28%, tendo, as mães dos adolescentes de
12 anos um nível de escolaridade mais elevado.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 21


Profissão dos pais

Esta avaliação contemplava a profissão principal, do pai e da mãe, dos alunos de 12


e 15 anos.

Quadro 5: Profissão dos pais dos jovens de 12 anos


Profissão dos pais PAI MÂE
n.º % n.º %
Desempregado 18 2,2 18 2,2
Quadros superiores da AP, dirigentes e empresas 57 6,8 24 2,9
Especialistas das profissões intelectuais e científicas 47 5,6 66 7,9
Técnicos e profissionais de nível intermédio 39 4,7 40 4,8
Pessoal administrativo e similares 41 4,9 65 7,8
Pessoal dos serviços e vendedores 104 12,4 152 18,2
Agricultores e trabalhadores qualificados da
agricultura e pescas 55 6,6 20 2,4
Operários, artífices e trabalhadores similares 286 34,2 59 7,0
Operadores de instalações e máquinas e
trabalhadores da montagem 70 8,4 6 0,7
Trabalhadores não qualificados 14 1,7 104 12,4
Forças Armadas 4 0,5 0 0
Doméstica 0 0 202 24,1
Não responde 102 12,0 81 9,6
Total 837 100,0 837 100,0

Quadro 6: Profissão dos pais dos jovens de 15 anos


Profissão dos pais PAI MÂE
n.º % n.º %
Desempregado 28 3,2 22 2,5
Quadros superiores da AP, dirigentes e empresas 62 7,0 24 2,7
Especialistas das profissões intelectuais e científicas 50 5,6 47 5,3
Técnicos e profissionais de nível intermédio 33 3,7 31 3,5
Pessoal administrativo e similares 17 1,9 49 5,5
Pessoal dos serviços e vendedores 103 11,6 148 16,7
Agricultores e trabalhadores qualificados da
agricultura e pescas 54 6,1 20 2,3
Operários, artífices e trabalhadores similares 282 31,9 69 7,8
Operadores de instalações e máquinas e
trabalhadores da montagem 99 11,2 3 0,3
Trabalhadores não qualificados 33 3,7 138 15,6
Forças Armadas 2 0,2 0 0
Doméstico/a 1 0,1 258 29,2
Não responde 121 13,8 76 8,6
Total 885 100 885 100

Os pais dos jovens de 12 e 15 anos tinham, maioritariamente, profissões de nível


intermédio. Cerca de 25 % das mães eram domésticas e, eram também elas, as que
desempenham, com mais frequência, profissões não qualificadas.

22 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Saúde Oral

A saúde oral, enquanto parte integrante da saúde em geral, põe em evidência a


percentagem de crianças e de jovens livres de cárie dentária, isto é, a face positiva
da saúde bucal.

A OMS definiu um conjunto de indicadores de saúde oral para a Região Europeia


que visam, monitorizar os processos e os resultados das intervenções desenvolvidas
nesta área, tendo em conta os seus determinantes.

Para o ano 2020, as metas referentes às crianças e aos jovens, são dirigidas para
que, aos 6 anos de idade aumente o número de crianças livres de cárie e, aos 12
anos diminua o número médio de dentes cariados (C) perdidos (P) e obturados (O),
na dentição permanente, especialmente da sua componente «C».

Crianças e jovens livres de cárie dentária


Por «livre de cárie» entende-se a inexistência de qualquer experiência de cárie em
ambas as dentições, isto é, nenhum dos dentes presentes na boca apresenta
evidência clínica de cárie dentária, tratada ou não.

No Estudo Nacional este indicador foi analisado por grupo etário e por regiões de
saúde.

Aos 6, 12 e 15 anos de idade a percentagem de crianças livres de cárie dentária era


de 51%, 44% e 28%, respectivamente.

60%
51%
50% 44%
40%

28%
30%

20%

10%

0%

6 anos 12 anos 15 anos


Figura 3: Percentagem de crianças livres de cárie dentária, por grupo etário

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 23


Por regiões de saúde a variabilidade foi estudada através da estatística z, que
analisa a proporção das crianças e dos jovens ‘livres de cárie’ de cada região com a
média nacional, tendo em conta a dimensão da amostra de cada grupo etário. A
verificação do significado estatístico foi feita utilizando a tabela da distribuição normal
padronizada.
Quadro 7: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Livres de cárie /Região de Saúde 6 Anos 12 Anos 15 Anos


Norte 48,1 37,0 31,7
Centro 50,5 45,7 32,4
Lisboa e Vale do Tejo 56,1 63,5* 48,5*
Alentejo 59,5 37,1 24,6
Algarve 58,1 49,3 25,7
Açores 41,9 22,2* 11,5*
Madeira 39,3* 47,5 18,9*
Nacional 50,9 43,8 28,1
* |Z|<5%
Ao nível regional, existiam variações em todos os grupos etários. Aos 6 anos,
Lisboa e Vale do Tejo, apresentava a percentagem mais elevada de crianças livres
de cárie (60%) e, a Madeira tinha a percentagem mais baixa (39%), a qual, é
estatisticamente significativa, quando comparada com a média nacional.

Nos grupos etários de 12 e 15 anos, Lisboa e Vale do Tejo tinha a melhor


percentagem de jovens livres de cárie dentária (64% e 49%) e, os Açores
apresentavam a percentagem mais baixa (22% e 12%, respectivamente), sendo
estes valores, estatisticamente, significativos em comparação à média nacional.

70%
64%
60%
60% 58%
56%

51% 49%
50% 48% 49% 48%
46%
42%
39%
40% 37% 37%

32% 32%
30% 26%
25%
22%
20% 19%

12%
10%

0%
Norte Centro Lisboa e vale Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 4: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

24 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


No grupo etário de 6 anos de idade analisámos, separadamente, a percentagem de
crianças livres de cárie na dentição temporária e na dentição permanente segundo a
região de saúde. Os valores destes indicadores apresentam-se no Quadro 8 e na
Figura 5.

Quadro 8: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos na dentição


temporária e na dentição permanente, por região de saúde
6 Anos
Dentes sãos /Região de Saúde
Dentição temporária Dentição permanente
Norte 48,1 95,5
Centro 53,8 97,8
Lisboa e Vale do Tejo 56,8 97,4
Alentejo 60,3 96,7
Algarve 58,8 98,6
Açores 43,8 84,8
Madeira 39,3 95,6
Nacional 51,7 95,5

Na dentição temporária, metade das crianças (52%) tinham os seus dentes sãos e,
outras tantas apresentavam cárie dentária. A Região da Madeira, com 39%,
apresentava a pior percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos de idade.

Na dentição permanente, a maior parte das crianças (95%) tinham os dentes


saudáveis. A Região dos Açores, com 85%, apresentava uma percentagem de 10%
abaixo da média nacional.

100% 96% 98% 97% 97% 99% 96%

90% 85%

80%

70%
60% 59%
60% 57%
54%
48%
50% 44%
39%
40%

30%

20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa e v Alentejo Algarve Açores Madeira
Tejo
Dentição temporária Dentição permanente

Figura 5: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos, na dentição


temporária e na dentição permanente, por regiões de saúde

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 25


26 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Doenças Orais na Infância e Adolescência
As doenças orais mais frequentes na infância e na adolescência, como a cárie
dentária e as doenças periodontais, apesar das melhorias observadas, têm afectado,
ao longo dos anos, muitos jovens. A estas patologias, em áreas geográficas
específicas, junta-se a fluorose.

O Índice CPOD que permite calcular o 3,5


3,04
número médio de dentes cariados, 3

2,5

perdidos e obturados na dentição 2


1,48
permanente, foi avaliado aos 6, 12 e 15 1,5

anos, sendo a prevalência da doença, de 0,5


0,07

0,07, 1,48 e 3,04, respectivamente, 0


6 anos 12 anos 15 anos

conforme está representada na Figura 6. Figura 6: Índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos

O Índice Comunitário Periodontal 60%


52%
23,26
(ICP) que avalia a prevalência e o 50%

40% 36% 36%


número médio de sextantes afectados 30%
29% 27%
22%
por hemorragia gengival e/ou cálculo foi 20%

10%
estudado aos 12 e aos 15 anos. A Figura
0%
Gengiva saudável Hemorragia à sondagem Cálculo
7 compara a taxa de prevalência da
ICP aos 12 anos ICP aos 15 anos
doença entre os dois grupos etários.
Figura 7: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos

O Índice de Dean, que mede a


100%
percentagem de crianças e de jovens 90%
2%
7% 4% 5%
13%
14%
80%
que não apresentam alterações do 70%

60%
esmalte dentário e os que têm fluorose 50%
87%
40%
76% 79%
em dúvida, muito leve, leve, moderado e 30%

20%
intenso, foi avaliado aos 6, 12 e 15 anos. 10%

0%
A maior parte das crianças e dos jovens 6 anos 12 anos 15 anos

não têm fluorose. A Figura 8 representa Normal Em dúvida Muito leve Leve Moderado Intenso

Figura 8: Índice de Fluorose aos 6, 12 e 15 anos


a prevalência das alterações do esmalte
nos três grupos etários.

Cada um dos indicadores das doenças orais será analisado segundo o grupo etário
e o tipo de dentição e, comparados os valores médios entre as regiões de saúde.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 27


Cárie dentária aos 6 anos de idade

Aos 6 anos, a prevalência da cárie dentária na dentição temporária (índice cpod),


era de 2,10 e na dentição permanente (índice CPOD) de 0,07.

Quadro 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade por regiões de saúde


Índice de cárie / Região de Saúde cpod CPOD

Norte 2,42* 0,06


Centro 1,90 0,02*
Lisboa e Vale do Tejo 1,61* 0,03*
Alentejo 1,45* 0,04*
Algarve 1,86* 0,03*
Açores 1,74* 0,24*
Madeira 3,61* 0,06*
Nacional 2,10 0,07
* p<5%
Por Regiões de Saúde as variações do índice cpod e CPOD têm diferenças
estatisticamente significativas.

Na dentição temporária, a Madeira, com um índice cpod de 3,61, apresentava a


maior prevalência de doença, sendo a diferença, estatisticamente significativa face à
média nacional.

Na dentição permanente, os Açores, tinham um índice CPOD de 0,24, que era


triplo da média nacional. As regiões do Centro (0,02), de Lisboa e Vale do Tejo e do
Algarve (0,03) apresentavam os valores mais baixos. Estas variações são
estatisticamente significativas.

4
3 ,6 1

3,5

3
2 ,4 2
2,5
2 ,1
1,9 1,8 6
2 1,7 4
1,6 1
1,4 5
1,5

0,5 0 ,2 4
0 ,0 6 0 ,0 2 0 ,0 3 0 ,0 4 0 ,0 3 0 ,0 6 0 ,0 7

0
Norte Centro Lisboa V. Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

cpod CPOD

Figura 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade, por regiões de saúde

28 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


O índice cpod é um indicador composto, com uma componente de dentes cariados,
perdidos e obturados, cuja decomposição permite pôr em evidência a distribuição
média da doença. No grupo de crianças de 6 anos de idade, a percentagem de
dentes temporários com cárie por tratar era de 88%.

100%

80%

60%

90% 94% 88%


87% 83% 87% 83% 88%
40%

20%

0%
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Vale Tejo

cariados perdidos por cárie obturados com cárie obturados sem cárie

Figura 10: Percentagem de dentes temporários cariados, perdidos e obturados, aos 6 anos, com índice
cpod>0, por regiões

Por regiões de saúde a percentagem de dentes temporários cariados era muito


elevada, variando entre 83% no Alentejo e Açores e 94% em Lisboa e Vale do Tejo.

Cárie dentária aos 12 anos de idade

Aos 12 anos de idade, a prevalência da cárie dentária, avaliada através do índice


CPOD é um indicador sentinela, usado como referência, em todo o mundo. Por si só,
o índice CPOD, enquanto valor médio de um grupo, não permite identificar os
subgrupos de maior risco, deixando-os dissimulados entre os resultados globais.

Atendendo a que, a cárie dentária é uma doença polarizada e assimétrica, para que
se possa fazer uma maior aproximação à realidade da doença, Douglas Bratthall,
propôs um indicador mais específico, o Índice SiC (Significant Caries Índex), ou
Índice de Cárie Significativo.27

O índice SiC tem por base o índice CPOD e calcula-se a partir do terço da
população, com maior prevalência de doença. Permite identificar os grupos de
indivíduos com elevados índices de cárie dentária, numa população.

Bratthall (2000, citado por Marthaler, 2004) refere que o índice SiC é uma ferramenta
fiável para identificar grupos de crianças e regiões com experiência elevada de cárie
dentária.28

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 29


Segundo a OMS, o índice SiC deverá ser utilizado, complementarmente, ao índice
CPOD, nos países e zonas onde, este último atingiu um valor de três ou inferior. O
grupo etário, recomendado, para esta monitorização é o dos 12 anos.

Atendendo a que, no Estudo Nacional, aos 12 anos, o índice CPOD era de 1,48,
fomos avaliar o índice SiC, cujo valor médio era de 3,8.
Quadro 10: Índice CPOD e Índice SiC aos 12 anos de idade, por regiões de saúde
Índice de cárie/ Índice Indice
Região de Saúde Cariados (C) Perdidos (P) Obturados (O) CPOD SiC
Norte 0,83 0,12* 0,67 1,62* 4,0
Centro 0,67 0,14* 0,67 1,48 3,7
Lisboa e Vale do Tejo 0,46* 0,03* 0,35* 0,84* 2,4
Alentejo 1,08* 0,05* 0,64 1,77* 4,3
Algarve 0,48* 0,05* 0,85* 1,38 3,8
Açores 1,13* 0,14* 0,78* 2,05* 4,0
Madeira 0,73 0,08 0,58 1,39 3,8
Nacional 0,75 0,08 0,65 1,48 3,8
* p<5%
Por regiões de saúde, a região de Lisboa e Vale do Tejo, com um índice CPOD de
0,84, apresentava o valor mais favorável e, a região dos Açores, com um índice
CPOD de 2,05, tinha a maior prevalência de cárie dentária. A polarização regional da
doença, avaliada através do índice SiC, identificou as regiões do Alentejo, do Norte e
dos Açores, como as que apresentavam grupos de jovens, com índices de cárie
dentária mais elevados. Estas variações regionais são, estatisticamente,
significativas.
5

4,5 4,3
4 4
4 3,8 3,8 3,8
3,7
3,5

3
2,4
2,5
2,05
2 1,77
1,62
1,48 1,38 1,39 1,48
1,5

1 0,84

0,5

0
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
CPOD Índice SiC
Figura 11: Índice de CPOD e Índice SiC, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

30 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A decomposição do índice CPOD nos seus componentes C (Cariado), P (Perdido) e
O (Obturado), permitiu-nos verificar que, dos 50% de jovens do grupo etário de 12
anos que já tiveram experiencia de cárie, 51% dos dentes permanentes estavam
cariados, 5% foram perdidos devido a cárie e 44% estavam tratados.

Por regiões de saúde, o Algarve, com 62%, tinha a percentagem mais elevada de
com dentes tratados e, as regiões com menos dentes tratados eram, o Alentejo e os
Açores, com 36% e 38%, respectivamente.

Estas variações são, estatisticamente, significativas em relação à média nacional e,


encontram-se representadas na Figura 12.
100%

90%

80% 36% 38%


41% 45% 42% 42% 44%
70% 62%
3%
60% 7%
7% 4% 6%
5%
50% 9%

40%
4%
30% 61%
51% 55% 55% 53% 51%
45%
20%
35%
10%

0%
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
Cariados Perdidos Obturados
Figura 12: Percentagem de dentes permanente Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de
12 anos com índice CPOD > 0, por regiões

Cárie dentária aos 15 anos de idade

Aos 15 anos a avaliação da prevalência da cárie dentária foi feita através do Índice
CPOD e índice SiC.

A OMS utiliza, frequentemente, os 18 anos como indicador de referência, no entanto,


em Portugal, os 15 anos são uma idade de frequência da escolaridade obrigatória,
pelo que, nas nossas investigações anteriores e na actual, optámos por estudar este
grupo etário.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 31


Dos resultados do Estudo Nacional verificámos que, aos 15 anos, o Índice CPOD é
de 3,04 e o Índice SiC é de 6,9, conforme se pode observar no Quadro 11 e na
Figura 13.

Quadro 11: Índice CPOD e índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Índice de cárie/ Região de Índice Índice


Saúde Cariados Perdidos Obturados CPOD SiC
Norte 1,24* 0,28* 1,23 2,75* 6,4
Centro 1,40 0,32 1,15 2,87 6,7
Lisboa e Vale do Tejo 0,97* 0,15* 0,68* 1,80* 4,7
Alentejo 1,83* 0,29 1,36* 3,48* 7,8
Algarve 1,21* 0,27* 1,25 2,73 6,0
Açores 2,11* 0,52* 1,14 3,77* 7,1
Madeira 2,30* 0,61* 1,17 4,08* 9,0
Nacional 1,56 0,34 1,14 3,04 6,9
* p<5%

Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo, com um Índice CPOD de 1,80,
apresenta a média mais baixa de dentes cariados e, em sentido contrário, a Madeira,
com 4,08 apresenta a maior prevalência de cárie dentária aos 15 anos de idade.

Face à média nacional, o número de dentes perdidos é maior nas regiões da


Madeira e dos Açores e número médio de dentes obturados, por jovem, é superior à
média nacional no Alentejo. Estas variações são, estatisticamente significativas.

10,0
9
9,0

8,0 7,8
7,1 6,9
7,0 6,7
6,4
6
6,0

5,0 4,7
4,08
3,77
4,0 3,48
2,87 3,04
2,75 2,73
3,0
1,80
2,0

1,0

0,0
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
CPOD Índice SiC
Figura 13: Índice CPOD e Índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

32 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


O Índice SiC acompanha a polarização da doença, identificando a região da
Madeira, como aquela que apresenta, grupos de jovens de 15 anos, com maior
severidade de cárie dentária.

A decomposição do Índice CPOD nos seus componentes (Cariado), (Perdido) e


(Obturado), permite-nos verificar que, dos 71% de jovens de 15 anos que já tiveram
experiência de cárie, 51% dos dentes permanentes estavam cariados, 11% foram
perdidos devido a cárie e 38% estavam tratados, conforme se pode observar na
Figura 14.
100%

90%
30% 29%
80% 40% 38% 39% 38%
45% 46%
70%
14% 15%
60% 8% 8% 11%
11%
50% 10% 10%

40%

30% 56% 56%


54% 53% 51%
45% 49%
20% 44%

10%

0%
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

Cariados Perdidos Obturados

Figura 14: Percentagem de dentes permanente Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de


15 anos com índice CPOD> 0, por regiões

Por regiões de saúde, o Algarve e o Norte têm as melhores percentagens de dentes


tratados (46% e 45% respectivamente). As regiões com menos dentes tratados são a
Madeira e os Açores, com 29% e 30%, respectivamente. Estas diferenças são
estatisticamente significativas.

Aos 15 anos, as regiões com maior percentagem de dentes perdidos devido a cárie
são a Madeira e os Açores (15% e 14%, respectivamente), tal como as que
apresentam mais dentes cariados.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 33


Doença periodontal aos 12 e aos 15 anos de idade

A prevalência da doença periodontal foi avaliada através do Índice Comunitário


Periodontal (ICP) no grupo etário de 12 e de 15 anos, a partir do exame de seis
dentes: um em cada sextante – 16, 11, 26, 36, 31 e 46.

Este índice é apresentado sob a forma de taxa de prevalência e média de sextantes


afectados. A taxa de prevalência da doença periodontal corresponde à percentagem
de jovens com o índice mais elevado na condição observada, isto é, com gengiva
saudável, com hemorragia à sondagem e com cálculo.

A média de sextantes afectados corresponde ao número de dentes observados com


a condição em causa ou mais alta, por indivíduo.29

O resultado do estudo do ICP, aos 12 e aos 15 anos, está expresso no Quadro 12.

Quadro 12: Índice Comunitário Periodontal, aos 12 e aos 15 anos de idade


ICP aos 12 anos ICP aos15 anos
Condição periodontal/
Prevalência Média de Prevalência Média de
Grupo etário (%) sextantes (%) sextantes
Gengiva saudável ICP 0 29% 3,2 22% 3,0
Hemorragia à sondagem ICP 1 36% 2,8 27% 3,0
Cálculo ICP 2 36% 0,9 52% 1,2

Aos 12 e 15 anos, a prevalência da doença periodontal é de cerca de 70% e 80% e,


a média de sextantes saudáveis é de 3,2 e 3,0 respectivamente.

3,5
3,2 3 3
3 2,8
2,5

1,5 1,2
1 0,9

0,5

0
Gengiva saudável Hemorragia à sondagem Cálculo

12 Anos. N.º médio de sextantes 15 Anos. N.º médio de sextantes

Figura 15: Número médio de sextantes com doença periodontal, aos 12 e 15 anos

À medida que se sobe no grupo etário, acentua-se a gravidade da doença


periodontal. Aos 12 anos, 36% dos jovens têm, cerca de um sextante, com cálculo e,
aos 15 anos, 52% apresentam, mais de um sextante, com essa condição.

34 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, a condição periodontal é muito variável aos 12 e aos 15
anos.

Quadro 13: Prevalência de doença periodontal, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Condição periodontal/ Prevalência Média de Sextantes


Região de Saúde
ICP 0 ICP 1 ICP 2 Saudáveis Hemorragia Cálculo

Norte 0%* 58%* 42% 0,7** 5,2** 0,7**


Centro 52%* 14%* 33% 5,1** 0,9** 0,6**
Lisboa e Vale do Tejo 40%* 42% 18%* 4,8** 1,2** 0,3**
Alentejo 0%* 86%* 14%* 1,1** 4,9** 0,2**
Algarve 57%* 28% 16% 4,0** 2,0** 0,7**
Açores 36% 2%* 62%* 3,5** 2,5** 2,1**
Madeira 19%* 8%* 74%* 3,4 2,6** 1,9**
Total 29% 36% 36% 3,2 2,8 0,9
*|z|<5% **t<5%

Aos 12 anos, a região do Algarve, com 57%, detém a melhor percentagem de jovens
com gengivas saudáveis, seguida da região Centro com 52%.

A hemorragia gengival afecta 86% dos jovens do Alentejo e o cálculo atinge, na


Madeira e nos Açores, 74% e 62% dos adolescentes, respectivamente.

O número médio de sextantes saudáveis é maior na região Centro (5,1). Os Açores e


a Madeira apresentam o maior número de dentes com cálculo por indivíduo (2,1 e
1,9, respectivamente). Face às médias nacionais, as diferenças são estatisticamente
significativas.

Quadro 14: Prevalência da doença periodontal, aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Condição periodontal/ Prevalência Média de Sextantes


Região de Saúde
ICP 0 ICP 1 ICP 2 Saudáveis Hemorragia Cálculo

Norte 0%* 30% 70%* 0,7** 5,3** 1,4**


Centro 48%* 9%* 43%* 5,0** 1,0** 0,7**
Lisboa e Vale do Tejo 32%* 36%* 32%* 4,2** 1,7** 0,6**
Alentejo 2%* 67%* 32%* 1,6** 4,4** 0,4**
Algarve 29% 34% 38%* 2,9 3,1 1,1**
Açores 10%* 6%* 84%* 3,3** 2,7** 2,2**
Madeira 27% 5%* 68%* 3,1 2,9 2,3**
Total 22% 27% 52% 3,0 3,0 1,2
*z<5% **t<5%

Aos 15 anos, a região Centro, com 48%, destaca-se por ter a menor prevalência de
doença periodontal e o maior número de sextantes saudáveis (5,0). Os Açores e a
Madeira detêm a maior prevalência de jovens com doença periodontal (84% e 68%)
e o maior número de dentes com cálculo (2,2 e 2,3, respectivamente).

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 35


Comparámos depois a prevalência da doença periodontal e a média de sextantes
afectados, nos dois grupo etários. Os resultados encontram-se representados nas
Figuras 16 e 17.
100%

14%

16%
18%
32%

32%
33%

38%
42%

43%
80%

28%

62%
68%
70%

74%
42%
14%

84%
60% 9%

36%

34%
86%
40%

67%
58%

57%
52%
48%

40%

36%
20%
32%
30%

29%

27%

19%
10%
0%
12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15
Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos

Norte Centro Lisboa e V. Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira


Tejo
ICP0 ICP1 ICP2
Figura 16: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões
Verificámos que, dos 12 para os 15 anos, há um aumento da prevalência da doença
e do número médio de sextantes com cálculo.
9,0

8,0

2,3
2,2
2,1

7,0
1,9
1,4

1,1
0,7
0,9 0,6

0,7
0,7

0,6

0,4
1,2 0,3

0,2

6,0
1

1,7

2,0

5,0
2,5

2,6
2,7

2,9
3,1

4,0
4,4
4,9
5,2

5,3

3,0
5,1

4,8
5

4,2

4,0

2,0
3,5

3,4
3,3

3,1
2,9

1,0
1,6
1,1
0,7

0,7

0,0
12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15
Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos Anos

Norte Centro Lisboa e V. Tejo Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

Saudável Hemorragia Calculo


Figura 17: Média de sextantes com doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões
As diferenças observadas entre as regiões são, estatisticamente, significativas,
quando comparadas com a média nacional.

36 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Fluorose dentária

A avaliação da fluorose dentária foi feita através do Índice de Dean, aos 6, 12 e 15


anos de idade. No Estudo Nacional, o estado do esmalte dentário das crianças
observadas, encontra-se descrito no Quadro 15.

Quadro 15: Índice de Dean por grupo etário


6 Anos 12 Anos 15 Anos
Índice de fluorose / Grupo etário

0 Normal 775 634 702


1 Em dúvida 61 118 116
2 Muito leve 16 35 41
3 Leve 18 25 12
4 Moderado 8 11 5
5 Intenso 1 1 0
8 Excluído 0 2 2
9 Não registado 11 11 7
Total 890 837 885

Da análise dos resultados verificámos que, a maior parte das crianças e dos jovens
não apresentavam alterações significativas dos seus dentes devido a flúor em
excesso. Aos 6, 12 e 15 anos, os dentes foram considerados “normais” para 87%,
76% e 79%, respectivamente. Nos mesmos grupos etários, entre os que
apresentavam algum grau de fluorose, esta foi encontrada no grau “duvidoso” em
7%, 14% e 13 % e, nos graus “leve e muito leve” em 4%, 7% e 6%, respectivamente.
A fluorose de grau “moderado” foi observada em 1% de cada grupo etário e de grau
“intenso” entre 0,1% e 0,2%.
100%

90% 87%
79%
80% 76%

70%

60%

50%

40%

30%

20% 14% 13%


10% 7% 4% 3% 5%
2% 2% 1% 1% 1% 1%
0%
6 anos 12 anos 15 anos

Normal Em dúvida Muito leve Leve Moderado Intenso

Figura 18: Percentagem de crianças com e sem fluorose, por grupo etário

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 37


O grupo etário dos 12 anos é o recomendado pela OMS para a avaliação do Índice
de Dean. No Quadro 16, avaliámos o peso relativo de cada categoria do índice, nas
várias regiões de saúde e o seu contributo para a percentagem a nível nacional.

Quadro 16: Índice de Dean aos 12 anos de idade por regiões de saúde

Região de Normal Em duvida Muito Leve Moderado Intenso Excluído Não


leve registado
Saúde N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º %
Norte 87 10,4 24 2,9 4 0,5 8 1,0 1 0,1 0 0,0 0 0,0 3 0,4
Centro 92 11,0 5 0,6 1 0,1 4 0,5 1 0,1 0 0,0 0 0,0 2 0,2
Lisboa V
121 14,5 3 0,4 1 0,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,1
Tejo
Alentejo 83 9,9 17 2,0 5 0,6 8 1,0 8 1,0 1 0,1 0 0,0 2 0,2
Algarve 129 15,4 0 0,0 4 0,5 2 0,2 1 0,1 0 0,0 0 0,0 2 0,2
Açores 25 3,0 58 6,9 13 1,6 3 0,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Madeira 97 11,6 11 1,3 7 0,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,2 1 0,1

Nacional 634 75,7 118 14,1 35 4,2 25 3,0 11 1,3 1 0,1 2 0,2 11 1,3

Da padronização do índice de Dean por regiões de saúde, verificámos, que os


Açores apresentavam a percentagem mais elevada de casos de fluorose “duvidosos”
(59%). O grau “muito leve a intenso”, observou-se maioritariamente, no Alentejo
(17%) e nos Açores (16%). Na região de Lisboa e Vale do Tejo, apenas, 1% dos
jovens, apresentavam fluorose “muito leve”.

100% 96%
93%
90% 88%
82%
80% 76%
69%
70% 67%
59%
60%

50%

40%

30% 25%
19%
20%
14% 13% 14%
9%
10% 6% 6%
6% 6%
5% 4% 4% 4%3%
3% 3% 3%

0%
Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Normal Em duvida Muito leve Leve Moderado Intenso


Figura 19: Percentagem de crianças com e sem fluorose, aos 12 anos, por regiões de saúde

38 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Medidas de Redução do Risco de Doenças Orais
Os fluoretos e os selantes de fissura são medidas de redução do risco, com uma
longa história na prevenção da cárie dentária.

Os fluoretos, sob as mais diversas formas, são, reconhecidamente, a componente


central de uma estratégia de prevenção da cárie dentária.

Os selantes de fissura, quando aplicados correctamente, são eficazes na prevenção


das lesões de cárie que se localizam nas superfícies oclusais dos dentes molares e
pré-molares.

Selantes de fissura na dentição permanente

Em Portugal, desde 1990 até 2005, a aplicação de selantes de fissura em 1.ºs e 2.ºs
molares permanentes foi uma das estratégias recomendadas. Assim, era importante
avaliar a sua implementação, especialmente aos 12 e aos 15 anos, para melhor
compreendermos a influência dos selantes de fissura na prevalência da doença,
nestes grupos etários.

Aos 6, 12 e 15 anos de idade, a maior parte das crianças e dos jovens não tinham
dentes com selantes de fissura aplicados (97%, 62% e 80%, respectivamente).

100% 4% 3%
3%
6% 3%
90% 2%
3%
10%
5%
80%
6%
70% 6%
5%
60%

50% 97%
40% 80%

30% 62%

20%

10%

0%
6 anos 12 anos 15 anos
sem selantes 1 dente selado 2 d.c/selantes 3 d. c/selantes
4 d. c/selantes 5 a 8 d.c/selantes 9 ou + d. c/selantes

Figura 20: Percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de idade
O número de dentes com evidência clínica de selantes de fissura aplicados variou
entre 1 e 16.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 39


Quadro 17: Número e percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos

Selantes fissura/Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos


N.º % N.º % N.º %
Crianças sem dentes selados 867 97 518 62 710 80
Crianças com 1 ou mais dentes selados 5 1 43 5 47 5
Crianças com 2 dentes selados 9 1 53 6 30 3
Crianças com 3 dentes selados 3 0 54 6 19 2
Crianças com 4 dentes selados 6 1 86 10 23 3
Crianças com 5 a 8 dentes selados 0 0 51 6 27 3
Crianças com 9 ou mais dentes selados 0 0 32 4 29 3
Total 890 100 837 100 885 100

No grupo de crianças com 6 anos, a percentagem das que tinham selantes era de
3%, e neste subgrupo, a média de dentes selados era de 2,4, o que era expectável
dado a maioria das crianças não ter 1.ºs molares permanentes erupcionados. No
grupo de 12 anos e de 15 anos, 38% e 20% dos jovens tinham selantes, sendo
nestes subgrupos, a média de dentes selados de 4,2 e 4,4, respectivamente.
Quadro 18: Média dentes com selantes no subgrupo com dentes selados, aos 6, 12 e 15 anos
Média de dentes c/ selantes fissura
6 Anos 12 Anos 15 Anos
/Grupo etário
N.º de crianças com dentes selados 23 319 175

N.º de selantes aplicados 56 1339 764

Média de selantes/criança 2,4 4,2 4,4

Por regiões de saúde, o número médio de dentes com selantes, em cada um dos
grupos etários, tem variações significativas, especialmente nos grupos etários de 12
e de 15 anos e revela o investimento feito pelos serviços, o qual é, obviamente,
muitas vezes condicionado pelas disponibilidade de recursos técnicos e humanos.
Quadro 19: Média de dentes com selantes aos 6, 12 e 15 anos de idade, por regiões de saúde
Média de dentes selados/ 6 Anos 12 Anos 15 Anos
Região de Saúde Média Média Média Média Média Média
Grupo Subgrupo Grupo Subgrupo Grupo Subgrupo
Norte 0,10* 2,6 1,30* 4,1 0,45* 3,2
Centro 0,02* 2,0 1,50 3,7 0,65* 4,0
Lisboa e Vale do Tejo 0,02* 1,5 2,19* 5,3 1,42* 5,0
Alentejo 0,10* 3,0 0,44* 2,8 0,58* 4,3
Algarve 0,04 2,0 2,15* 4,2 0,90 4,5
Açores 0,01* 1,0 1,09* 4 0,63* 4,3
Madeira 0,14* 2,7 2,37* 4,2 1,36* 4,4
Nacional 0,06 2,4 1,60 4,2 0,86 4,4

40 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


*p<5%
4,00

3,50
1,36
3,00 1,42
0,90
2,50

0,86
2,00
0,65
0,45
1,50 0,63
2,37
2,19 2,15
1,00
0,58 1,60
1,30 1,50
0,50 1,09
0,44
0,00
Norte Centro Lisboa v Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
6 anos 12 anos 15 anos
Figura 21: Número médio de selantes aplicados em cada grupo etário, por regiões
Globalmente, as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e da Madeira apresentavam maior
número de dentes selados por criança, quer aos 12 anos (2,19 e 2,37), quer aos 15
anos (1,42 e 1,36). A região do Alentejo apresentava a média mais baixa de dentes
com selantes, especialmente aos 12 anos (0,44). Estas diferenças são
estatisticamente significativas.

Nos subgrupos com dentes selados as variações regionais não apresentavam


diferenças tão marcadas, mantendo-se Lisboa e Vale do Tejo como a região onde os
jovens de12 e 15 anos tinham mais selantes aplicados.

14

12

10
5,0 4,4
4,5 4,4
8 3,2 4,3
4,0
4,3
6

4,1 4,2 4,2


5,3 2,8 4,2
4 3,7
4,0
2
2,6 3,0 2,7 2,4
2,0 1,5 2,0
1,0
0
Norte Centro Lisboa e Vale do Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

6 Anos 12 Anos 15 Anos

Figura 22: Média de selantes nos subgrupos com selantes aplicados, por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 41


Suplementos de fluoretos usados pelas crianças e jovens

A utilização do dentífrico fluoretado constitui um benefício para a saúde oral,


claramente evidenciado na investigação científica. No entanto, outros produtos
contendo flúor, nomeadamente, comprimidos e solução para bochechar são
preconizados e utilizados em programas comunitários.

No Estudo Nacional a utilização dos suplementos fluoretados foi analisada a partir


das respostas dos jovens a uma pergunta directa, incluída no Questionário de
Avaliação de Conhecimentos e Comportamentos.

Quadro 20: Suplementos de fluoretos usados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos de idade


Suplementos de fluoretos /Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos

Comprimidos de flúor 241 0 0


Soluções para bochecho fluoretado 33 159 193
Outros produtos 0 33 36
Não utiliza 605 0 0
Não respondeu 1 485 521
Total 890 837 885

A percentagem de crianças que referem fazer suplementos de fluoretos varia


segundo o grupo etário e o tipo de produto.

Aos 6 anos de idade, 27% das crianças dizem tomar regularmente comprimidos de
fluoreto e, 4% refere fazer bochecho fluoretado.

Aos 12 e 15 anos, 19% e 22%, respectivamente, referem usar uma solução


fluoretada para bochecho.
30%
27%

25%
22%
20% 19%

15%

10%

4% 4%
5% 4%

0%
Comprimidos de fluoretos Solução fluoretada Outros produtos

6 Anos 12 Anos 15 Anos


Figura 23: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos que utilizavam suplementos de fluoreto

42 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, a Madeira é aquela onde os suplementos de fluoretos, sob a
forma de comprimidos e bochechos, são feitos por mais crianças aos 6 anos (30% e
36% respectivamente). A região do Algarve, do Alentejo e de Lisboa e Vale do Tejo
são aquelas onde o bochecho fluoretado é feito por mais jovens de 12 e 15 anos.

Globalmente a utilização de suplementos fluoretados é baixa.

Quadro 21: Suplementos de fluoretos utilizados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos, por regiões
Suplementos de fluoretos/ 6 Anos 12 Anos 15 Anos
Região de Saúde Comprimidos Soluto Soluto Soluto

Norte 40 17% 2 6% 17 11% 21 11%

Centro 34 14% 1 3% 16 10% 32 17%

Lisboa e Vale do Tejo 58 24% 3 9% 29 18% 28 15%

Alentejo 15 6% 6 18% 28 18% 30 16%

Algarve 11 5% 7 21% 28 18% 36 19%

Açores 10 4% 2 6% 20 13% 19 10%

Madeira 73 30% 12 36% 21 13% 27 14%

Nacional 241 100% 33 100% 159 100% 193 100%

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 43


44 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Promoção da Saúde

A capacitação dos cidadãos para a gestão da sua saúde passa, para além da
informação adequada sobre saúde, por ambientes de suporte à mudança e pelo
reforço do papel da comunidade na assumpção de estilos de vida saudáveis.

Os programas de promoção da saúde são efectivos quando desenvolvem uma


abordagem holística da saúde e do bem-estar.

A avaliação dos processos e dos resultados é indispensável para aferirmos da


efectividade das intervenções e da adequação dos programas.

Jovens saudáveis e informados reduzem, a médio prazo, as desigualdades sociais e


contribuem para a saúde e o bem-estar das suas comunidades, a longo prazo.

Conhecimentos e comportamentos relacionados com saúde oral

Em Portugal, os programas de saúde oral têm, desde sempre, dado a maior


importância à higiene oral e à promoção de estilos de vida saudáveis.

Em contexto comunitário o enfoque tem sido dado à responsabilização progressiva


das crianças e dos jovens num processo de empowerment das populações com a
sua saúde oral.

A escola, enquanto espaço de saúde, ideal para viver, aprender e trabalhar, tem
constituído um lugar privilegiado para a promoção da saúde oral.

As equipas de saúde escolar, em parceria com a comunidade educativa, têm


desenvolvido estratégias de educação para a saúde que reforçam a capacidade da
escola e da família na implementação da escovagem dos dentes, no uso do fio
dentário e na promoção de uma alimentação saudável.

Assim, tendo em conta as estratégias de promoção da saúde desenvolvidas e as


recomendações do Programa Nacional, neste Estudo fomos questionar em que
medida, os determinantes da saúde oral relacionados com comportamentos de
higiene oral e os conhecimentos de alimentação são, objectiva ou subjectivamente,
assumidos pelas crianças e pelos jovens.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 45


Escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade

A evidência científica é clara. A escovagem dos dentes com um dentífrico com flúor,
executada, pelo menos, duas vezes por dia é eficaz na prevenção da cárie dentária.

No Estudo Nacional a percentagem de crianças e de jovens de 6, 12 e 15 anos que


diziam «escovar os dentes duas ou mais vezes por dia» era de 50%, 67% e 69%,
respectivamente.

Quadro 22: Frequência da escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade


Escovagem dos dentes/
6 Anos 12 Anos 15 Anos
Grupo etário
Duas ou mais vezes por dia 445 558 612
Uma vez por dia 210 184 183
Às vezes 206 89 79
Não escovo 27 3 8
Não respondeu 2 3 3
Total 890 837 885

À medida que o grupo etário sobe a percentagem de jovens que escovava os dentes
com mais frequência aumenta e, consequentemente a dos que não escovavam ou
escovavam poucas vezes, diminui.
100%

90%

80%
69%
70% 67%

60%
50%
50%

40%

30%
24% 23%
22% 21%
20%
11% 9%
10%
3%
0% 1%
0%
2 ou + vezes/ dia 1 vez por dia Às vezes Não escovo
6 anos 12 anos 15 anos
Figura 24: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que escovavam os dentes

Analisámos depois a frequência da escovagem dos dentes em cada um dos grupos


etários, segundo a região de saúde, conforme se pode observar nas Figuras 24, 25 e
26. Os quadros com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

46 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, as crianças que afirmavam escovar os
dentes com mais frequência (duas ou mais vezes por dia) eram as da Madeira (75%)
e, as que menos frequentemente a faziam residiam na região Centro (30%).
100%
5%
10%
90%
18%
26% 23%
14%
80% 26%
39%
41%
70%
55%
28%
24%
60%
21% 30%

50% 15%

40%
75%
10%
30%
53% 51% 50%
46% 44% 43%
20%
30%
10%

0%
Norte Centro Lisboa vale Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
2 ou + vezes/dia 1x dia Às vezes Não escova

Figura 25: Percentagem de crianças com 6 anos que escovavam os dentes por regiões

Por regiões de saúde, aos 12 anos de idade, Lisboa e Vale do Tejo (73%) e o
Algarve (72%) eram aquelas, onde a escovagem dos dentes era realizada por maior
número de jovens.
100%
6% 5%
13% 11% 14% 11%
12% 14%
90%
20% 23%
80% 20% 22%
19% 17% 20%
70% 33%

60%

50%

40%
73% 72%
66% 69% 69% 65% 67%
30%
54%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa v Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
2 ou + vezes 1x dia Às vezes Não escova

Figura 26: Percentagem de jovens com 12 anos que escovavam os dentes por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 47


Por regiões de saúde, aos 15 anos de idade, a percentagem de jovens que
escovava os dentes, duas ou mais vezes por dia, era de 69%, residindo 82% na
região de Lisboa e Vale do Tejo e 81% no Alentejo.
100% 4%
9% 4% 9%
13% 12% 13% 10%
90% 14%
10%
22%
80% 21% 21%
19%
27%
70% 35%

60%

50%

40% 82% 81%


72% 69%
67% 67%
30% 60%
52%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa v Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
2 ou + x dia 1x dia Às vezes Não escova

Figura 27: Percentagem de jovens com 15 anos, que escovavam os dentes, por regiões

Escovagem dos dentes ao deitar

A escovagem dos dentes, antes de deitar, é uma das actividades mais importantes
na prevenção da cárie dentária, na qual, assenta a estratégia de promoção da saúde
oral do Programa Nacional.

No Estudo Nacional, verificámos que aos 6, 12 e 15 anos, a percentagem de


crianças e jovens que referiu executar, sempre, a escovagem dos dentes antes de
deitar era de 35%, 51% e 45%, respectivamente.

Quadro 23: Frequência da escovagem dos dentes, antes de deitar, aos 6, 12 e 15 anos

Escovagem dos dentes ao deitar/ 6 Anos 12 Anos 15 Anos


Grupo etário
Sempre 309 425 399
Muitas vezes 200 161 221
Poucas vezes 247 209 213
Nunca 132 38 49
Não respondeu 2 4 3
Total 890 837 885

48 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


60%

51%

50% 45%
43%

40% 35%

30% 30%
30% 25%
23%
19%
20%

10%

0%
Sempre Muitas vezes Poucas/nenhumas vezes

6 anos 12 anos 15 anos


Figura 28: Percentagem de crianças de 6, 12 e 15 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar

Analisámos depois a frequência da escovagem dos dentes antes de deitar em cada


um dos grupos etários, segundo a região de saúde, apresentando-se os resultados
nas Figuras 29, 30 e 31. Os quadros com os dados regionais são apresentados no
Anexo 6.

Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, as crianças que dizem escovar os
dentes ao deitar, sempre, são maioritariamente da Madeira (58%), dos Açores (46%)
e de Lisboa e Vale do Tejo (40%)

100%

90%
25%
31%
80% 38%
43%
47%
52% 53%
70% 59%
16%
60%
29% 16%
50%
22%
40% 15% 25%

32% 20%
30% 58%
46%
20% 40%
32% 35%
28%
10% 20%
16%

0%
Norte Centro Lisboa vale Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
Sempre Muitas vezes Poucas vezes ou nunca

Figura 29: Percentagem de crianças de 6 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar, por
regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 49


Por regiões de saúde, aos 12 anos, os jovens das regiões do Algarve (57%) e de
Lisboa e Vale do Tejo (56%) eram os que diziam que escovavam os dentes, sempre,
antes de deitar, em maior percentagem.
100%

90% 20%
24%
30% 32% 30%
34% 34% 34%
80%

70% 24% 19%


60% 17% 19%
17% 21% 19%
19%
50%

40%

30% 56% 57%


49% 47% 50% 47% 51%
46%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa Vale Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
Sempre Muitas vezes Poucas ou Nenhumas vezes
Figura 30: Percentagem de jovens de 12 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Por regiões de saúde aos 15 anos de idade, o Alentejo (55%), Lisboa e Vale do
Tejo (51%) e o Norte (50%) eram aquelas onde a escovagem dos dentes era
realizada, sempre, antes de deitar, por maior número de jovens.
100%

90% 23% 25% 24%


32% 31% 30%
34%
80% 42%

70%
26% 21%
60% 19% 34% 25%
21% 28%
50%
27%
40%

30%
55%
50% 51%
45% 41% 42% 45%
20%
30%
10%

0%
Norte Centro Lisboa Vale Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

Sempre Muitas vezes Poucas ou nenhumas vezes

Figura 31: Percentagem de jovens de 15 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

50 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Utilização do fio dentário aos 12 e 15 anos de idade

Os programas de saúde oral desenvolvidos e em curso em Portugal recomendam


que o fio dentário seja utilizado quando os jovens começam a ter destreza manual
para a sua manipulação, o que ocorre, por volta dos 9-10 anos.

No Estudo Nacional a frequência da utilização do fio dentário foi questionada,


apenas, nos grupos etários de 12 e 15 anos. Os jovens de 12 anos e de 15 anos
referiram utilizá-lo numa percentagem de 25% e 20%, respectivamente.

Quadro 24: Frequência da utilização do fio dentário pelos alunos de 12 e 15 anos de idade

Fio dentário / Grupo etário 12 Anos 15 Anos


Mais de uma vez por dia 36 22
Uma vez por dia 81 69
Algumas vezes por semana 55 56
Algumas vezes por mês 38 29
Não utiliza fio dentário 623 703
Não respondeu 4 6
Total 837 885

No entanto, com uma regularidade que possamos considerar eficaz, isto é, uma ou
mais vezes por dia, apenas, 14% e 10% dos jovens de 12 e 15 anos,
respectivamente, referiu utilizar o fio dentário.

9,7%
10%

9%
7,8%
8%
6,6%
7% 6,3%

6%

5% 4,3% 4,5%

4% 3,3%
2,5%
3%

2%

1%

0%
Mais de 1 vez/dia Uma vez/dia Algumas Algumas vezes/mês
vezes/semana
12 Anos 15 Anos

Figura 32: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam fio dentário

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 51


Analisámos depois a frequência da utilização do fio dentário, nos grupos etários de
12 e 15 anos, segundo a região de saúde, conforme se pode observar na Figura 33.
Os quadros com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

Por regiões de saúde aos 12 anos de idade verificámos que, os jovens da região do
Algarve (18%) e de Lisboa e Vale do Tejo (17%) utilizavam o fio dentário numa
percentagem superior à média nacional. Neste grupo etário, o Alentejo (8%) situava-
se abaixo dessa referência. Aos 15 anos, os jovens do Algarve (14%) e da Madeira
(13%) utilizavam o fio dentário numa percentagem superior à média nacional. Aos 15
anos, o Norte (7%) situava-se abaixo dessa referência.

20%
18%
18% 17%

16% 15%
14% 14%
14%
13% 13% 13%
12%
12% 10%
10% 10% 10%
10% 9%
8%
7%
8%

6%

4%

2%

0%
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo
12 Anos 15 Anos

Figura 33: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam o fio dentário, uma ou mais
vezes por dia, por regiões de saúde

Comparativamente, a frequência da utilização do fio dentário dos 12 para os 15 anos


baixa em termos nacionais e, em todas as regiões de saúde, com excepção da
região Alentejo, onde esse valor aumenta, situando-se aos 15 anos dentro da média
nacional do grupo.

52 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Fontes de aprendizagem da higiene oral

Ao longo do processo de crescimento e desenvolvimento as crianças vão adquirindo


conhecimentos e competências que as capacitam para o auto-cuidado, sendo muito
diversificadas as fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes e as motivações
para a sua prática regular.

No Estudo Nacional as principais fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes,


nos grupos etários de 6, 12 e 15 anos foram ‘a casa’ (68%, 60% e 57%) e depois ‘a
escola’ (20%, 18% e 16%, respectivamente).

Quadro 25: Fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes dos alunos de 6, 12 e 15 anos
Aprendizagem da escovagem dos dentes/ 6 Anos 12 Anos 15 Anos
Grupo etário
Em casa 586 501 500
Na escola 160 151 144
No Centro de Saúde 8 18 18
No consultório do dentista 17 50 83
Em revistas ou jornais 0 1 3
Em programas de TV/rádio 0 2 4
Nas embalagens de dentífricos e escovas 0 2 1
Não me ensinaram 0 30 54
Não me lembro 108 81 77
Não respondeu 11 1 1
Total 890 837 885

100%

90%

80%
68%
70%
60%
57%
60%

50%

40%

30%
20%
18%
20% 16%
9%
6%
10%
1% 2% 2% 2% 1% 1%

0%
Casa Escola Centro Saúde Consultório Outras fontes

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 34: Fontes de aprendizagem da escovagem, segundo os alunos de 6, 12 e 15 anos de


idade

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 53


Analisámos depois as fontes de aprendizagem ao longo do ciclo de vida, segundo a
região de saúde, conforme se pode observar nas Figuras 35, 36 e 37. Os quadros
com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, há diferenças significativas,


destacando-se a Madeira como a região onde, mais crianças aprendem as técnicas
da higiene oral na ‘escola’.
100%
11% 11% 13%
17%
90% 22%
3% 27%
29%
7%
80% 6%
20% 47% 18%
70% 8% 5%

60% 14%

50%

40% 77% 80%


66% 65% 66% 66%
30%
55% 52%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Em casa Na escola Centro Saúde Consultório Não lembro/não responde

Figura 35: Fontes de aprendizagem da escovagem nas crianças de 6 anos por regiões

Por regiões de saúde, aos 12 anos, a casa, era a principal fonte de ensino da
escovagem dos dentes, especialmente na região dos Açores. Os jovens da Madeira
e do Alentejo eram os que referiram, com mais frequência, o meio escolar, como
fonte de educação para a saúde oral.

100%
13% 11% 12% 13% 9%
14% 13%
90% 21%
3%
6% 11% 6%
80% 10% 8%
8% 26% 8% 33%
70% 15%
13% 18%
9% 20%
60%

50%

40%
69%
30% 64% 62% 60%
59% 59% 56%
54%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

Em casa Na escola Centro Saúde consultório outras fontes não se lembra

Figura 36: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 12 anos, por regiões

54 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, aos 15 anos os jovens ainda recordavam que aprenderam a
escovar os dentes em casa, com variações regionais significativas, continuando a
destacar-se a ‘escola’ como uma fonte de aprendizagem importante, na região da
Madeira.

100%
8% 10%
13% 16% 15%
90% 18% 21% 18%
12% 10%
80% 11% 9%
9% 8% 5%
70% 11% 7%
18%
13% 13% 16%
22%
60% 10% 31%

50%

40%
68%
30% 59% 60% 60%
54% 56%
52%
45%
20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa V Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional
Tejo

Em casa Na escola Centro Saúde Consultório Outras fontes Não se lembra


Figura 37: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 15 anos, por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 55


Hábitos alimentares dos jovens de 12 e 15 anos de idade

O comportamento alimentar dos jovens é alvo frequente de investigação já que, tem


um impacto significativo no desenvolvimento das doenças crónicas, entre elas, as
doenças orais. No contexto do Estudo Nacional fomos avaliar aspectos particulares
da alimentação com uma evidente correlação com a saúde oral. Por isso, o inquérito
alimentar foi dirigido à frequência com que os alimentos saudáveis e os
potencialmente cariogénicos são ingeridos.

Quadro 26: Frequência da ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade
Ingestão de alimentos / Grupo etário Nunca 1-2 Vezes 3 ou mais vezes
/Semana /Semana
12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A
Pastéis e bolos de pastelaria 18% 12% 60% 60% 19% 28%
Sobremesas doces 28% 25% 55% 57% 13% 16%
Bolachas ou pão c/chocolate 24% 21% 49% 49% 25% 30%
Chocolates 15% 12% 54% 51% 30% 35%
Caramelos, rebuçados ou gomas 21% 24% 46% 45% 31% 31%
Compotas doces ou mel 60% 57% 27% 30% 9% 11%
Leite achocolatado 19% 22% 31% 27% 47% 49%
Leite 7% 7% 14% 12% 77% 79%
Fruta 4% 4% 21% 21% 72% 73%
Refrigerantes com gás 20% 18% 42% 35% 36% 46%
Sumos naturais 11% 12% 38% 38% 48% 48%
Cerveja 90% 80% 3% 12% 1% 5%
Vinho 92% 92% 1% 3% 0% 1%

100%
3 ou + v ez es

3 ou + v ez es

3 ou + v ez es

90%
3 ou + v ez es
3 ou + v ez es

3 ou + v ez es
1-2 v ez es

80%
3 ou + v ez es

70%
3 ou + v ez es
1 -2 v e z e s

60%
1 -2 v e z e s

1 -2 v e z e s

N unc a
N unc a
1-2 v ez es

50%
1-2 v ez es

1-2 v ez es
1 -2 v e z e s

40%
1-2 v ez es
N unc a

30%
1 -2 v e z e s
1-2 v ez es

20%
N unc a

N unc a

N unc a

N unc a
N unc a
N unc a

N unc a

10%
S u m o s n a tu r a is N u n c a

0%
C o m p o ta s d o c e s
P a s té is e b o lo s d e

F ru ta

C e rv e ja
Sobrem es as doc es

C h o c o la te s

R e frig e r a n te s c o m
B o la c h a s o u p ã o

rebuç ados ou

L e ite a c h o c o la ta d o

L e ite

V in h o
C a ra m e lo s ,
c /c h o c o la te

gom as
p a s te la ria

ou m el

gás

Figura 38: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 anos de idade

56 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Aos 12 e aos 15 anos os alimentos mais frequentemente ingeridos pelos jovens
eram o leite (90%), a fruta (93%) e os sumos naturais (86%). Em ambos os grupos
etários, mais de 75% dos jovens comia, uma ou mais vezes por semana, bolachas
(74%), rebuçados e gomas (77%) e bebia leite achocolatado (78%) e refrigerantes
com gás (78%). Também faziam parte da sua dieta semanal os chocolates (85%) e
os bolos de pastelaria (80%). As bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja,
praticamente, não entravam na alimentação dos jovens de 12 anos, mas aos 15
anos, a cerveja era bebida, uma ou mais vezes por semana, por 17% dos jovens.
100%
3 ou + vezes

3 ou + vezes

3 ou + vezes
3 ou + vezes

90%

3 ou + vezes

3 ou + vezes
80%

1-2 vezes

3 ou + vezes
3 ou + vezes

3 ou + vezes
70%
1-2 vezes

60%
1-2 vezes

Nunca
1-2 vezes

50%
1-2 vezes

Nunca
1-2 vezes

1-2 vezes
40%

1-2 vezes
1-2 vezes
Nunca

30%
Leite achocolatado Nunca 1-2 vezes

1-2 vezes
20%
Nunca

Nunca
Nunca

Nunca
Nunca

10%
Nunca

Nunca

Nunca
0%

Cerveja

Vinho
Leite

Fruta
Chocolates
Bolachas ou pão

rebuçados ou

Refrigerantes com
Compotas doces

Sumos naturais
Pastéis e bolos de

Sobremesas doces

Caramelos,
c/chocolate

gomas
pastelaria

ou mel

gás

Figura 39: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 15 anos de idade


Dos 12 para os 15 anos mantinha-se o consumo de caramelos, leite e fruta e
aumentava o consumo de refrigerantes com gás.
90%
79%
80% 77%
72% 73%
70%

60%

50% 46% 45% 46%


42%
40% 35% 36%
31% 31%
30% 24%
21% 20% 21% 21%
18%
20% 14% 12%
7% 7%
10% 4% 4%

0%
Nunca Nunca 1-2 vezes 1-2 vezes 3 ou + vezes 3 ou + vezes

12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A

Caramelos.Gomas Leite Fruta Refrigerantes c/ gás


Figura 40: Comparação da ingestão de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 57


58 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Qualidade de vida em saúde oral
O conceito de qualidade de vida é subjectivo. Está relacionado com os efeitos
percebidos, pelo indivíduo, sobre o impacto do seu estado de saúde na sua
capacidade para se sentir bem consigo e com os outros. A avaliação da qualidade
de vida incorpora, por isso, aspectos positivos e negativos do bem-estar.

As dimensões da qualidade de vida mais estudadas são as limitações funcionais,


escolares e sociais. O impacto provocado pela doença ou pelos tratamentos pode
ser analisado a partir da autopercepção da doença na funcionalidade, ao nível do
trabalho, da escola, das relações familiares, no usufruir das férias e do lazer.30

A OMS recomenda a avaliação da qualidade de vida em saúde oral a partir dos 12-
14 anos. No Estudo Nacional utilizámos algumas questões do Questionário OHIP
(Oral Health Impact Profile)31, na sua versão reduzida, tendo por base as dimensões
da escala relacionadas com as limitações funcionais, escolares e sociais.

Limitações funcionais devido a problemas orais

As doenças orais podem afectar os jovens do ponto de vista físico e psicológico,


mas, também, podem influenciar a forma como crescem, vivem a vida, falam,
socializam e se sentem consigo e com os outros.

Esta dimensão é definida como a experiência de dor ou desconforto, percebida pelos


indivíduos, em actividades do dia-a-dia tais como, comer, escovar os dentes e/ou
ingerir alimentos quentes ou frios.

Quadro 27: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos


Dor de dentes/ Grupo etário 12 Anos 15 Anos
n.º % n.º %
Sim 294 35,1% 367 41,5%
Não 542 64,8% 517 58,4%
Não responde 1 0,1% 1 0,1%
Total 837 100,0% 885 100,0%

No Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a percentagem de jovens de


12 e 15 anos que referiu ter tido dor de dentes, ao escovar, ao comer ou beber
alimentos quentes ou frios, nos últimos 6 meses era de 35% e 42%,
respectivamente.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 59


Nos grupos etários avaliados a cárie dentária severa afectava um número limitado de
jovens pelo que, a maior parte, não referiu limitações escolares nem familiares.

Limitações escolares devido a problemas orais

Os problemas orais, como dor de dentes ou outros, podem, afectar ou não, o


desempenho das actividades escolares dos jovens. Quando este elemento interfere
com as actividades escolares está, claramente, a interferir com as aprendizagens.

No Estudo Nacional avaliámos a frequência com que os problemas da boca e dos


dentes afectaram as actividades escolares dos alunos de 12 e de 15 anos referindo,
20% e 23% respectivamente, que a dor de dentes teve impacto na sua actividade
escolar.

Quadro 28: Perturbação da frequência da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos


Actividade escolar/ Grupo etário 12 anos 15 anos
n.º % n.º %
Sim 163 19,5 199 22,5
Não 134 16,0 170 19,2
Não responde 540 64,5 516 58,3
Total 837 100,0 885 100,0

Limitações sociais devido a problemas orais

Este indicador avalia, em que medida, os problemas orais restringem as actividades


sociais, nomeadamente, no relacionamento com a família, os amigos e outras
pessoas.

No Estudo Nacional, os protagonistas sociais considerados, foram a família, os


amigos, os professores e os vizinhos.

Família
Quadro 29: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos
Perturbação da relação com a 12 anos 15 anos
família/ Grupo etário n.º % n.º %

Sim 290 34,6 365 41,2


Não 547 65,4 520 58,8
Total 837 100,0 885 100,0

Aos 12 e 15 anos, 35% e 41% dos jovens, respectivamente, referiram que os seus
problemas orais perturbaram a sua relação com a família.

60 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Amigos

Aos 12 e 15 anos, 34% e 41% dos jovens, respectivamente, disseram que os seus
problemas orais perturbaram a relação com os amigos.

Quadro 30: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos


Perturbação da relação com 12 Anos 15 Anos
os amigos / Grupo etário N.º % N.º %
Sim 283 33,8% 359 40,6%
Não 554 66,2% 526 59,4%
Total 837 100,0% 885 100,0%

Outras Pessoas

Aos 12 e 15 anos, 33% e 40% dos jovens, relataram que os seus problemas orais
perturbaram a relação com os vizinhos, professores, etc.

Quadro 31: Perturbação da relação com outras pessoas segundo os jovens de 12 e 15 anos
Perturbação da relação c/ 12 Anos 15 Anos
outras pessoas / Grupo etário n.º % n.º %

Sim 279 33,3% 357 40,3%


Não 558 66,7% 528 59,7%
Total 837 100,0% 885 100,0%

Os impactos das perturbações escolares e sociais, aos 12 e 15 anos, devidas a


problemas orais encontram-se resumidos na Figura 41.
100% 2% 1% 2% 2%
2% 2%
2% 7% 8%
90% 13% 14%
19% 15% 15%
21% 17%
80% 20%
22% 24%
70% 23% 25%
33%
60% 30%

50%

40%
75%
70%
30% 63% 61%
57% 56%
45% 46%
20%

10%

0%
12 anos 15 anos 12 anos 15 anos 12 anos 15 anos 12 anos 15 anos

Escola Familia Amigos Outros

Nunca Raras vezes Ás vezes Muitas Vezes Sempre

Figura 41: Limitações causadas pelos problemas de saúde oral na actividade escolar, na vida
da família, nas relações com os amigos e com outros, aos 12 e 15 anos

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 61


A qualidade de vida por grupo etário e por regiões de saúde encontra-se descrita nos
quadros apresentados no Anexo 6.

62 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Utilização dos serviços de saúde

A acessibilidade a cuidados de saúde oral é condicionada por motivos geográficos,


financeiros, estruturais ou mesmo pessoais. A periodicidade e os motivos da sua
utilização apresentam diferenças significativas, entre crianças e adultos, entre grupos
populacionais mais ou menos desfavorecidos e entre pessoas com e sem
deficiência.

Os resultados da avaliação destas condições dão-nos informação preciosa sobre a


disponibilidade dos recursos e a sua utilização e, reflectem o nível de
desenvolvimento e de educação de uma população ou de um grupo.

No Estudo Nacional avaliámos a acessibilidade, a regularidade e os motivos que


levam os jovens de 6, 12 e 15 anos à consulta com médico dentista ou com
higienista oral, durante o último ano.

Acessibilidade a consultas de saúde oral

Em Portugal o acesso a serviços de cuidados de saúde primários é universal e, a


prestação de cuidados medico-dentários para crianças e jovens iniciou-se no ano
2000, através de contratualização.

Quadro 32: Frequência da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 6, 12 e 15 anos
Consulta de saúde oral /Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos
Frequentaram 331 713 756
Não frequentaram 559 124 129
Total 890 837 885

Aos 6 anos a percentagem de crianças que referiu ter ido, pelo menos a uma
consulta de saúde oral, no último ano, foi de 40% e, aos 12 e 15 anos foi de 85%.
100%
90% 14,8% 14,6%
80%
70% 62,8%
60%
50%
40% 85,2% 85,4%
30%
20% 37,2%
10%
0%
6 anos 12 anos 15 anos

Frequentaram Não frequentaram


Figura 42: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas no último ano

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 63


Por regiões de saúde, as crianças de 6 anos que foram com menos frequência a
consultas médico-dentária eram as da Madeira (28%) e, com mais frequência, as do
Centro (46%). Aos 12 e 15 anos, não há diferenças regionais significativas, situando-
se entre 80% e 90% a percentagem de jovens que foi a, pelo menos uma consulta
no último ano. A acessibilidade a consultas de saúde oral, por grupo etário e por
regiões de saúde está descrita nos quadros apresentados no Anexo 6.
89%

88%

91%
87%
100%

87%
87%
87%
86%

84%

83%
83%

83%

80%
80%
90%

80%

70%

60%
46%

43%

42%
41%

50%

34%
32%

28%
40%

30%

20%

10%

0%
Norte Centro Lisboa e V. Alentejo Algarve R.A. Açores R.A.
Tejo Madeira

6 Anos 12 anos 15 Anos

Figura 43: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consulta, por regiões

Periodicidade das consultas de saúde oral

A regularidade com que os jovens de 12 e 15 anos frequentaram as consultas com o


médico dentista ou com o higienista oral, no último ano, foi: mensal (6% e 9%),
trimestral (12% e 9%), semestral (21% e 13%) e anual (16% e 19%).

Quadro 33: Periodicidade com que os jovens de 12 e 15 anos foram à consulta de saúde oral
Periodicidade da consulta
12 Anos 15 Anos
/Grupo etário
Mensal
54 6,5% 79 8,9%
Trimestral 9,5%
104 12,4% 84
Semestral
173 20,7% 117 13,2%
Anual
138 16,5% 169 19,1%
Ocasional
242 28,9% 304 34,4%
Não respondeu
126 15,1% 132 14,9%
Total
837 100% 885 100%

64 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Aos 12 e 15 anos, 70% e 65% dos jovens, frequentaram as consultas de saúde oral,
mais do que uma vez por ano.
34,4%
35%

28,9%
30%

25%
20,7%
19,1%
20%
16,5%
13,2%
15% 12,4%

8,9% 9,5%
10%
6,5%

5%

0%
Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional

12 Anos 15 Anos
Figura 44: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que frequentaram consultas de saúde oral

Por regiões de saúde, excluindo os 15% de jovens que não respondeu ou não
frequentou as consultas de saúde oral, há variações significativas entre os dois
grupos etários, destacando-se a Madeira e o Centro por efectuarem mais consultas,
especialmente, no grupo etário dos 12 anos. A periodicidade a consultas por grupo
etário e por regiões de saúde está descrita nos quadros apresentados no Anexo 6.

100%
90%
27%

28%
34%

34%

34%
36%
37%

36%

37%
38%

38%
40%

40%
42%

80%
46%

49%

70%
19%

24%
13%

60%
19%
22%

20%

22%
17%

31%

50%
32%
41%

42%

46%

37%

40%
30%
37%
54%

30%
53%

48%

47%
44%

44%

43%
42%

20%
32%
28%
22%

22%
21%

21%
18%
17%

10%
0%
12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos

Norte Centro LVT Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Uma vez/ano Mais de 1 vez/ano Ocasional

Figura 45: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos que frequentaram consultas de saúde oral,
por regiões de saúde

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 65


Motivos das consultas de saúde oral

As razões para frequentar uma consulta de saúde oral são diversas.

Nesta avaliação pretendemos identificar se, as razões são, predominantemente, para


vigilância regular da boca e dos dentes, para tratamentos de rotina ou de
emergência ou, ainda, para cuidados preventivos.

No Estudo Nacional os motivos apontados pelos jovens de 12 e de 15 anos foram,


genericamente, para vigilância da boca e dos dentes (56% e 39%) e para
tratamentos dentários (22% e 36%, respectivamente)

Quadro 34: Motivos da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 12 e 15 anos

Consulta de saúde oral /Grupo etário 12 Anos 15 Anos


Vigilância 465 349
Rotina (ortodôncia) 46 69
Tratamentos dentários 180 321
Outra razão 15 17
Não frequentou 131 129
Total 837 885

Nos grupos etários de 12 e 15 anos, apenas 15% dos jovens não frequentaram as
consultas no médico dentista ou no higienista oral.

60% 56%

50%

39%
40% 36%

30%
22%

20%

8%
10% 6%

0%
Vigilância Tratamentos dentários Rotina (ortodoncia)

12 Anos 15 Anos

Figura 46: Principais motivos da ida a consulta de saúde oral pelos jovens de 12 e 15 anos

66 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, há diferenças regionais significativas. Aos 12 anos os jovens,
foram à consulta para vigilância da boca, especialmente na Madeira, no Algarve e
em Lisboa e Vale do Tejo e, aos 15 anos, foram com mais frequência para
tratamentos dentários na Madeira, no Centro e no Alentejo.
100%

90%

24%

23%
23%

19%
28%

25%
80%
27%

32%
34%

38%
37%
70%

42%
41%

54%
45%
49%

60%

50%

40%

70%

70%

70%
69%

66%
65%
62%

59%
30% 55%

53%
50%
46%

46%
42%

40%
37%

20%

10%

0%
12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos

Norte Centro LVT Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Vigilância Tratamento Ortodôncia


Figura 47: Motivos da consulta dos jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 67


68 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Percepção do estado de saúde oral

O self é um complexo sistema de constructos que tem propiciado a existência de um


conjunto de termos empregues indiscriminadamente e gerando ambiguidades. Sem
nos querermos deter sobre as diferentes terminologias do self, diremos apenas que
com a autopercepção pretendíamos saber como é que os jovens de 12 e 15 anos
avaliam, por si próprios, o estado de saúde da sua boca e dos seus dentes.

Quadro 35: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 e 15 anos


Percepção da saúde/ Grupo etário 12 Anos 15 Anos
N.º % N.º %
Muito bom 53 6,3% 47 5,3%
Bom 322 38,5% 295 33,3%
Razoável 410 49,0% 457 51,6%
Mau 40 4,8% 71 8,0%
Muito mau 9 1,1% 11 1,2%
Não responde 3 0,4% 4 0,5%
Total 837 100,0% 885 100,0%

Pela análise dos resultados do Estudo Nacional concluímos que os jovens


portugueses tinham uma imagem positiva da sua saúde oral. Aos 12 e 15 anos, 39%
e 45% dos jovens consideravam o estado da sua boca e dentes ‘bom ou muito bom’.
Nos mesmos grupos etários, apenas 6% e 9% consideravam ‘má ou muito má’ a
saúde da sua boca.

100%
Mau Mau
90%

80%

70% Razoável
Razoável
60%

50%

40%

30%
Bom
Bom
20%

10%
Muito bom Muito bom
0%
12 Anos 15 Anos

Figura 48: Autopercepção do estado de saúde oral aos 12 e 15 anos

Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve tinham a maior


percentagem de jovens com 12 anos que considerava a sua saúde oral ‘boa ou

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 69


muito boa’ e a Madeira a taxa mais baixa. Aos 15 anos de idade, a percentagem de
jovens com pior percepção da sua saúde oral pertencia à região Norte, Algarve e
Madeira.

100%

90%

Razoável

Razoável
80%
Razoável

Razoável
Razoável

Razoável
Razoável
Razoável

Razoável
Razoável
Razoável
Razoável
70%

Razoável

Razoável
60%

50%

40%

Bom

Bom

Bom
30%
Bom

Bom
Bom

Bom

Bom
Bom
Bom

Bom

Bom
20%

Bom

Bom
10%

0%
12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15 12 15
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos

Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira

Muito bom Bom Razoável Mau Muito mau

Figura 49: Percepção do estado de saúde oral segundo os jovens de 12 e 15 anos, por regiões

70 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Discussão e conclusões
Os Estudos Nacionais realizados em 2000 e 2005/6 visaram constituir-se como um
referencial sobre a saúde oral das crianças e dos jovens portugueses dos grupos
etários de 6, 12 e 15 anos.

O primeiro, realizado no ano 2000, fez o diagnóstico de situação da prevalência da


cárie dentária na população escolarizada, enquanto que, o actual, aprofunda e
alarga a investigação à prevalência de outras doenças orais e a alguns dos seus
determinantes.

Estes estudos nacionais permitem-nos monitorizar a tendência evolutiva dos


problemas orais e dos factores de risco que lhe estão associados. Para isso, em
ambos os Estudos utilizámos amostras representativas das populações em análise,
critérios de diagnóstico padronizados e observadores calibrados.

A metodologia cumpriu, integralmente, as recomendações do manual da OMS (Oral


Health Survey, 1997) – desde o desenho da investigação, ao tratamento e à
apresentação dos resultados.

Para a realização do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2005/6


(ENPDO) seleccionámos uma amostra aleatória de crianças e jovens, estratificada
por idade, representativa dos grupos etários de 6, 12 e 15 anos, com uma
distribuição homogénea por género e por regiões de saúde (Norte, Centro, Lisboa e
Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira). A amostra que excedeu em 105
unidades o número estimado foi trabalhada, estatisticamente, a um nível de
confiança de 95%, sendo o erro amostral de 4,5%.

O nível de concordância intra e inter-observadores, obtido antes da colheita de


dados para o ENPDO, foi de 92,8% e de 88,9%, respectivamente, o que nos permite
garantir a fiabilidade e a comparabilidade dos dados recolhidos pelas sete equipas
de observadores, assim como com outros estudos internacionais que utilizaram a
mesma metodologia.

Com os resultados do Estudo pretende-se em primeiro lugar, dar resposta aos


objectivos com que o mesmo foi conceptualizado e, em segundo lugar, monitorizar
os indicadores dos programas de saúde oral em curso em Portugal.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 71


Ter saúde oral é muito mais do que ter dentes sãos. É ter práticas de higiene oral
adequadas, comportamentos alimentares saudáveis e é ter qualidade de vida.

Nos últimos 20 anos a saúde oral das crianças e dos jovens portugueses tem
melhorado visivelmente. No entanto para além da saúde, hoje, as pessoas
preocupam-se com o impacto dos problemas orais na sua funcionalidade e no
exercício da cidadania.

O ENPDO 2005/6 deu-nos um diagnóstico de situação da saúde oral, com


informação quantitativa, nomeadamente, sobre o peso das doenças orais e a
implementação das medidas de redução do risco e dados qualitativos sobre o nível
dos conhecimentos e comportamentos dos jovens que as podem influenciar. Por
isso, poderá constituir um instrumento para a definição de metas e políticas de saúde
oral com vista à sua melhoria.

A investigação científica actual vem alertando para a polarização dos problemas de


saúde em grupos de risco, para a importância dos ambientes específicos e dos
comportamentos sociais, bem como para a acessibilidade a cuidados de saúde,
como factores determinantes da prevalência e da gravidade das doenças,
designadamente, das doenças orais.

Na discussão dos resultados vamos destacar os indicadores de saúde oral e o


impacto dos programas desenvolvidos em Portugal, os quais, privilegiaram sempre
as estratégias de promoção da saúde e de prevenção das doenças orais. Os dados
obtidos serão ainda analisados, tendo em conta um percurso realizado, as
orientações produzidas, os grupos etários em causa e as variações entre regiões.

Os valores médios nacionais serão ainda comparados com as metas que a OMS
preconiza para a região Europeia para o ano de 2020.32,1

Saúde oral

No Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a ausência de doença em


ambas as dentições foi avaliada através da percentagem de crianças livres de cárie.

Da análise dos resultados, verificámos que a percentagem de crianças livres de cárie


aos 6 anos era de 51%, aos 12 anos de 44% e aos15 anos de 28%.

72 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo apresentava, em todos os grupos
etários, a percentagem mais alta de crianças livres de cárie. A Madeira aos 6 anos e
os Açores aos 12 e 15 anos apresentavam as percentagens mais baixas.

Aos 6 anos, a maior parte das crianças (95%) tinham os seus dentes permanentes
sãos e em mais de metade (52%) o mesmo acontecia com os dentes temporários.

De 2000 para 2005/6, houve uma melhoria significativa da percentagem de crianças


livres de cárie dentária, passando aos 6 anos de 33% para 51%, aos 12 anos de
27% para 44% e aos 15 anos de 19% para 28%. Em Espanha (2005) a percentagem
de crianças livres de cárie aos 6 anos era de 64%.33

Apesar da melhoria verificada, não podemos perder de vista a meta da OMS, que
prevê que, no ano 2020, a percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos, seja
de 80% na Região Europeia.

Doenças orais na infância e na adolescência

Na infância e adolescência a principal doença crónica é a cárie dentária, podendo no


entanto coexistir doença periodontal e fluorose.

Nos últimos anos o indicador de doença oral - índice cpod/CPOD, tem diminuído
significativamente, ao mesmo tempo que a percentagem de crianças com os dentes
tratados tem aumentado em todos os grupos etários.

No ENPDO 2005/6, a gravidade da cárie na dentição temporária (índice cpod) era


de 2,10 aos 6 anos, apresentando a região da Madeira a maior prevalência de
doença (3,61). A percentagem de dentes temporários por tratar, variava entre 86%
no Alentejo e 96% na região de Lisboa e Vale do Tejo

Na dentição permanente, a prevalência de cárie dentária (índice CPOD) aos 6, 12 e


15 anos era de 0,07, 1,48 e 3,04, respectivamente. Por regiões, Lisboa e Vale do
Tejo apresentava a menor prevalência de doença (0,03, 0,46, 0,97 nos grupos
etários respectivos) seguida do Centro e do Algarve. Os Açores, aos 6 anos e aos 12
anos (0,24 e 2,05) e a Madeira, aos 15 anos (4,08), apresentavam a maior
prevalência de cárie dentária.

De 2000 para 2005, houve uma melhoria significativa do índice CPOD em todos os
grupos etários, passando aos 6 anos de 0,23 para 0,07, aos 12 anos de 2,95 para
1,48 e aos 15 anos de 4,72 para 3,04.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 73


Em 2005, o índice CPOD aos 12 anos, em outros países Europeus era: Espanha
1,33, França 1,2, Suécia 1,0, Dinamarca 0,8, Alemanha e Reino Unido 0,7.

A nível nacional, os jovens de 12 e 15 anos, com índice CPOD maior que zero,
tinham 51% dos dentes permanentes cariados. Aos 12 anos, 5% dos dentes foram
perdidos devido a cárie e 44% estavam tratados. Aos 15 anos 11% dos dentes foram
perdidos devido a cárie e 38% estavam tratados.

Em Espanha (2005) os jovens com 12 e 15 anos, com índice CPOD maior que zero,
53% e 60% dos dentes estavam tratados.

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Algarve (62% e 46%) destacava-se por
ter as percentagens mais elevadas de dentes tratados, ao contrário do Alentejo (36%
e 39%), dos Açores (38% e 30%) e da Madeira (42% e 29%), onde a percentagem
de dentes tratados era menor.

Em Portugal, de 2000 para 2005/6, aos 12 anos de idade, a percentagem de jovens


de com os dentes tratados aumentou cerca de 30% e aos 15 anos cerca de 20%.
Estes ganhos em saúde oral resultaram, em parte, do processo de contratualização
com prestadores privados que decorreu nos últimos 5 anos e que tinha como alvo,
precisamente, os grupos etários em análise.

Segundo a classificação da OMS, que utiliza como referencial os níveis de cárie


dentária (índice CPOD) aos 12 anos, Portugal situa-se entre os países de baixa
prevalência de doença (1,48), tendo já atingido os valores preconizados para a
Região Europeia em 2020 (1,50).34

Nos países com um índice CPOD inferior a 3,0, aos 12 anos, como é o caso de
Portugal, a determinação do Índice Significativo de Cárie (SiC) do terço da população
com maior gravidade de doença permite-nos identificar as regiões de maior
polarização da mesma.

O índice SiC para Portugal era de 3,8. Por regiões de saúde, o Alentejo tinha o valor
do índice SiC mais elevado (4,3) e Lisboa e Vale do Tejo (2,4) apresentava o valor
mais baixo. O índice Sic em Espanha (2005) era de 3,5.

Segundo a OMS, o índice SiC é um parâmetro a incluir na avaliação da saúde oral,


cujo objectivo, para o grupo etário dos12 anos, deverá ser a obtenção de um valor
inferior a 3,0 no ano 2015.35

74 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A existência de doenças periodontais foi avaliada através do Índice Comunitário
Periodontal (ICP),23,26 que mede a prevalência da doença e o número médio de
sextantes afectados por hemorragia gengival e/ou cálculo.

Aos 12 e aos 15 anos, as doenças periodontais afectavam, aproximadamente 70% e


80% dos jovens, diminuindo com a idade a prevalência de adolescentes com
gengivas saudáveis (de 29% para 22%) e aumentando, significativamente, a
percentagem dos que tinham cálculo (de 36% para 52%).

Em Espanha (2005) a percentagem de jovens de 15 anos com as gengivas


saudáveis era de 35%.

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Centro (52% e 48%) e o Algarve (57% e
29%), tinham as melhores percentagens de jovens com gengivas saudáveis. O
Alentejo (86% e 67%, nos mesmos grupos etários) tinha a maior prevalência de
hemorragia gengival e a Madeira (74% e 68%) e os Açores (62% e 84%)
apresentavam a percentagem mais elevada de jovens com cálculo.

A média nacional de sextantes saudáveis, aos 12 anos, era de 3,2 e aos 15 anos,
52% dos jovens apresentavam, pelo menos, um sextante com cálculo.

Dos 12 para os 15 anos, verificou-se uma tendência para descida do número médio
de dentes saudáveis (3,2 para 3,0) e para subida da média de sextantes que
apresentavam hemorragia à sondagem (2,8 para 3,0), assim como da média de
dentes com cálculo (0,9 para 1,2).

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Centro tinha a melhor média de sextantes
saudáveis (5,1 e 5,0), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (4,8 e 4,2). Nos mesmos
grupos etários, o número médio de sextantes com hemorragia à sondagem era maior
na região Norte (5,2 e 5,3) e na região Alentejo (4,9 e 4,4). As regiões dos Açores e
da Madeira tinham a média mais elevada de sextantes com cálculo (2 ou mais).

Comparando os nossos dados com a investigação nacional disponível, realizada em


1997, nos mesmos grupos etários,15 verificou-se que aos 12 e aos 15 anos a
percentagem de sextantes saudáveis aumentou, tal como a hemorragia gengival,
especialmente à custa de uma diminuição da prevalência dos sextantes com cálculo.

Nos grupos etários em análise, os indicadores de prevalência das doenças


periodontais, reflectem, em primeiro lugar, o nível de higiene oral, revelando os

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 75


dados recolhidos um perfil de saúde oral deficiente, que, apesar da melhoria,
continua a exigir projectos efectivos de intervenção sobre a higiene oral das crianças
e dos jovens.

No âmbito das doenças periodontais, a OMS tem como objectivos específicos para
2020 reduzir o número de dentes perdidos devido ao tabaco, higiene oral deficiente,
stress e doenças sistémicas.

Ao longo dos anos, os fluoretos sistémicos e tópicos têm desempenhado um papel


determinante na diminuição dos índices de cárie dentária nas populações que deles
beneficiam. A investigação científica tem demonstrado que os fluoretos são efectivos
na prevenção da cárie, especialmente quando uma baixa dosagem é mantida,
constantemente, na cavidade oral. No entanto, o excesso de flúor também tem
evidenciado efeitos adversos, que se podem traduzir na ocorrência de fluorose.

A prevalência da fluorose, avaliada através do índice de Dean, aos 6, 12 e 15 anos


era relativamente baixa, encontrando-se no grau “duvidoso” em 7%, 14% e 13 %,
“leve e muito leve” em 4%, 7,2% e 6%, respectivamente. A fluorose de grau
“moderado” foi observada em 1% de cada grupo etário e a de grau “intenso” entre
0,1% e 0,2%.

Por regiões de saúde, da análise da fluorose dentária no grupo etário de referência


da OMS, isto é os 12 anos, verificámos que os Açores apresentavam a percentagem
mais elevada de casos de fluorose “duvidosos” (59%), observando-se o grau “muito
leve a intenso”, maioritariamente, no Alentejo (17%) e nos Açores (16%). Na região
de Lisboa e Vale do Tejo, apenas 1% dos jovens apresentava fluorose “muito leve”.

A prevenção da cárie dentária passa pela utilização de fluoretos, os quais têm


benefícios inegáveis, que foram confirmados, em Novembro de 2006, numa reunião
de peritos da OMS, FDI e IADR.36

A OMS recomenda que seja avaliada a magnitude dos problemas orais e que, face à
prevalência das doenças orais, a legislação dos países, os programas de saúde oral
e a intervenção pública promovam o acesso aos fluoretos, através da água, sal e
leite fluoretados, mas especialmente através de dentífricos fluoretados disponíveis a
custos suportáveis pelas populações mais desfavorecidas.37 Como medida de saúde
pública, recomenda, ainda, que os dentífricos fluoretados sejam isentados das taxas
aplicadas aos produtos cosméticos.

76 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


As preocupações da OMS prendem-se, por um lado, com o peso da doença nos
grupos e nas populações de baixos recursos, onde, habitualmente, há défice de
consumo de fluoretos; por outro, com o eventual impacto estético do excesso de
flúor.

Medidas de redução do risco de doenças orais

No âmbito dos programas de intervenção desenvolvidos em Portugal, as medidas


preventivas preconizadas incluíram sempre: a higiene oral com dentífricos
fluoretados; a protecção dos dentes pré-molares, 1.ºs e 2.ºs molares permanentes
com selantes de fissura e a administração de fluoretos em comprimidos ou
bochechos quinzenais, em casa ou na escola.

Em Portugal, a prestação de cuidados preventivos tem sido assegurada, em grande


parte, pela rede de Centros de Saúde, através dos higienistas orais e das equipas de
saúde escolar que integram médicos de família e de saúde publica, enfermeiros,
nutricionistas e psicólogos, entre outros.

Aos 6, 12 e 15 anos a percentagem de crianças e jovens com dentes permanentes


com selantes de fissura era de 3%, 38% e 20%, respectivamente, apresentando,
estes grupos, uma média de 2,4, 4,2 e 4,4 dentes selados.

As regiões que mais investiram na aplicação de selantes de fissura foram as de


Lisboa e Vale do Tejo e da Madeira e a que revelou menor investimento foi a do
Alentejo.

De 199015 para 2005 a percentagem de crianças e jovens com selantes de fissura


passou, aos 6 anos, de 0,4% para 3%, aos 12 anos, de 1,7% para 38% e aos 15
anos de 1,8% para 20%.

No Estudo Nacional de Espanha (2005) a percentagem de jovens de 12 e 15 anos


com dentes permanentes com selantes era de 34% e 29% com uma média de 1,04 e
1,05, respectivamente.
38
Em 2004, a European Association of Pediatric Dentistry publicou recomendações
sobre o uso de selantes de fissura, advogando que os mesmos não devem ser
usados por rotina, em todas as crianças e em todos os dentes, mas aplicados com
base na avaliação do risco individual.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 77


A evidência científica refere que a aplicação dos selantes nas superfícies oclusais
dos dentes é efectiva na prevenção da cárie dentária, mas a sua utilização deve ter
em conta o nível de cárie individual.39

Em programas comunitários, a recomendação deve ser baseada em factores


adicionais, tais como a acessibilidade, os recursos comunitários e a disponibilidade
de outras medidas preventivas. Por isso, no âmbito do Programa Nacional de
Promoção da Saúde Oral, foi definida e normalizada uma estratégia que permite
identificar os factores de risco individuais e os procedimentos preventivos para as
crianças e jovens de alto risco à cárie dentária. 40

A administração de fluoretos em comprimidos ou bochechos quinzenais, em casa


ou na escola foi um dado recolhido através de questionário de auto-preenchimento e
entrevista. Aos 6 anos, ressaltou a toma de comprimidos e aos 12 e 15 anos o
bochecho fluoretado foi referido apenas por cerca de 20% dos jovens. As regiões
onde o bochecho fluoretado foi feito por maior número de jovens foram a Madeira, o
Algarve, o Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo.

Promoção da saúde oral

Os determinantes das doenças orais, tais como os hábitos de higiene oral a


educação alimentar, o tabaco e o álcool são comuns a muitas outras doenças
crónicas.

Os programas de saúde oral desenvolvidos em Portugal fizeram, sempre, apelo à


promoção da saúde oral, num contexto mais vasto da promoção de estilos de vida
saudáveis e de prevenção das doenças, em geral, e das doenças orais, em
particular.

Da analise dos determinantes de saúde que mais influenciam a saúde oral – a


escovagem dos dentes com uma pasta dentífrica fluoretada, verificámos que aos 6,
12 e 15 anos de idade, 50%, 67% e 69% dos jovens, respectivamente, diziam
escovar os seus dentes duas mais vezes por dia. As regiões de saúde com melhores
taxas de escovagem dos dentes eram a Madeira, aos 6 anos e Lisboa e Vale do Tejo
aos 12 e 15 anos.

Comparando os nossos resultados com os do Estudo sobre a Saúde dos


Adolescentes,20 integrado no Health Behaviour in School-aged Children, da OMS,

78 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


realizado em 2006, verificamos que, nesta amostra, representativa dos jovens
portugueses de 15 anos de idade, 63% referiam escovar os dentes mais de uma vez
por dia.

Em Espanha (2005) a percentagem de jovens, de 15 anos, que dizia escovar os


dentes, diariamente, era de 85%.

A escovagem dos dentes ao deitar era executada por cerca de metade dos jovens,
em especial pelos da região da Madeira e os que com menos frequência referiram
fazê-la residiam na região Centro.

O fio dentário era utilizado por cerca de 25% dos jovens de 12 e 15 anos, mas com
uma regularidade que possamos considerar eficaz, isto é, uma ou mais vezes por
dia, apenas o faziam 14% e 10% dos jovens dos respectivos grupos etários. As
regiões onde os jovens usavam o fio dentário com mais frequência eram o Algarve e
Lisboa e Vale do Tejo. O Alentejo e o Norte apresentavam valores inferiores à média
nacional.

As fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes eram, para a maioria dos


jovens, a casa e depois a escola, destacando-se na Madeira, a escola, como o local
de aprendizagem mais relevante.

Uma alimentação saudável tem um impacto positivo na saúde em geral e na saúde


oral em particular. Existe uma conexão clara entre o tipo de alimentos e a frequência
da sua ingestão com o desenvolvimento de cárie dentária, defeitos do esmalte,
erosão dentária e doenças periodontais, especialmente se não forem tomadas
medidas preventivas adequadas.

Por isso, é importante analisar o conteúdo e a frequência da ingestão de alimentos e


bebidas pelos jovens, quer enquanto factor de risco de doenças orais, quer pelo
efeito benéfico que a educação alimentar tem na redução das doenças crónicas.

Aos 12 e 15 anos de idade os alimentos mais frequentemente ingeridos pelos jovens


eram o leite (90%), a fruta (93%) e os sumos naturais (86%), mas também faziam
parte da sua dieta semanal os chocolates (85%) e os bolos de pastelaria (80%), cuja
frequência aumentava com a idade. Nestes grupos etários mais de 75% dos jovens
comia várias vezes por semana bolachas (74%), rebuçados e gomas (77%) e bebia
leite achocolatado (78%) e refrigerantes com gás (78%).

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 79


Comparando os resultados do ENPDO 2005/6 com os da Saúde dos Adolescentes
Portugueses,20 verificamos que existe um comportamento alimentar semelhante ao
por nós identificado, já que, aos 15 anos de idade, 91% dos jovens referiam comer
fruta, 88% diziam comer doces e 77% afirmavam beber refrigerantes uma ou mais
vezes por semana.

Na Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Maio de 2007, foi aprovada uma


resolução sobre saúde oral, intitulada Oral Health: action plan for promotion and
integrated disease prevention.41 Nela é solicitado aos Estados Membros que
adoptem medidas que assegurem a incorporação da saúde oral nas políticas de
prevenção e tratamento das doenças transmissíveis e não transmissíveis, assim
como nas políticas de saúde da mulher e da criança. Esta resolução revela bem a
importância das estratégias globais de promoção da saúde e prevenção das
doenças crónicas, cujos determinantes são comuns às doenças orais.

Qualidade de vida em saúde oral

A investigação em saúde tem cada vez mais a preocupação com a avaliação da


qualidade de vida, até porque é necessário evidenciar o peso que as doenças orais
têm na saúde física e psicológica dos indivíduos. Existe uma grande variedade de
instrumentos, sendo a informação, normalmente, obtida por questionários, os quais
nos dão perfis, mais gerais ou mais específicos.

A qualidade de vida em saúde oral é um território novo, quer em termos de


investigação, quer de análise, que exige uma leitura cautelosa dos resultados do
ENPDO 2005/6, já que, nos grupos etários avaliados a cárie dentária severa
afectava um número limitado de jovens e a frequência de respostas nos itens
«muitas vezes e sempre» era muito baixa.

Por isso, o impacto das doenças orais na qualidade de vida, dos jovens de 12 e 15
anos, em termos de limitações funcionais, escolares e familiares era referido com
uma frequência mais elevada (‘muitas vezes’ e ‘sempre’ na escala de Likert),
principalmente para as actividades escolares e, mesmo para essas actividades,
apenas por 2% e 4% dos jovens.

Por regiões de saúde, aos 12 anos, os jovens que referiram mais frequentemente dor
de dentes com impacto na sua vida diária eram os do Norte e dos Açores. Aos 15
anos, eram os jovens do Centro e do Norte os mais queixosos.

80 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


A OMS prevê, para 2020, uma redução dos episódios de dor, do número de dias de
absentismo escolar, de perturbação nas actividades do dia-a-dia e uma redução do
impacto causado pelos problemas orais na funcionalidade.

A qualidade de vida em saúde oral tem um quadro conceptual bem estabelecido,


instrumentos de avaliação passíveis de serem usados e um conjunto de indicadores
que fazem parte do Sistema de Vigilância da Saúde na Europa.25

No futuro, os instrumentos de avaliação disponíveis deverão ser testados para a


população portuguesa, especificamente para a população infantil e juvenil,
aprofundados e disseminados, para que, do seu uso sistemático possamos
compreender melhor o impacto dos problemas orais na qualidade de vida dos
portugueses.

Utilização dos serviços de saúde

A acessibilidade, a periodicidade e os motivos que levam os jovens a procurar


cuidados de saúde oral pode estar limitada por motivos financeiros, geográficos ou
de distribuição dos recursos técnicos e humanos.

Em Portugal, os serviços de saúde têm, ao longo dos últimos 20 anos, desenvolvido


actividades preventivas universais, orientadas para a redução do risco e a prestação
de cuidados de saúde primários. No ano 2000, iniciou-se um processo de
contratualização de cuidados médico-dentários com prestadores privados, que
pretendeu promover a equidade no acesso, especialmente das crianças até aos 16
anos.42

No ENPDO 2005/6, 40% das crianças de 6 anos foram a pelo menos uma consulta
com médico dentista ou com higienista oral no último ano. Aos 12 e aos 15 anos,
85% dos jovens teve acesso a cuidados de saúde oral.

Nos resultados obtidos quando comparados com outros estudos nacionais15,


verificou-se que é cada vez maior a acessibilidade por parte dos jovens a cuidados
médico-dentários.

Aos 12 e aos 15 anos, mais de 60% dos jovens foram uma ou mais vezes por ano a
consultas de saúde oral, sendo os seus principais motivos a vigilância da saúde da
boca e dos dentes (56% e 39%) e os tratamentos dentários (22% e 36%). Por
regiões de saúde, os jovens de 12 anos, da Madeira, do Algarve e de Lisboa e Vale

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 81


do Tejo foram, maioritariamente, para vigilância da boca e os jovens de 15 anos, da
Madeira, do Alentejo e do Centro foram, principalmente, para tratamentos dentários.

Das recomendações da Assembleia Mundial da Saúde de 2007,41 uma delas, vai no


sentido de os Estados Membros terem mecanismos que lhes permitam prover
cuidados de saúde oral essenciais às populações e serviços de saúde oral
direccionados para a prevenção da doença e a promoção da saúde, especialmente
para os mais desfavorecidos.

Face aos dados apresentados, importa reforçar o acesso a cuidados de saúde oral
ao grupo com 6 anos ou menos.

Percepção do estado de saúde oral

A percepção e a avaliação positiva que os jovens fazem de si próprios é importante,


mas não está, necessariamente, associada a comportamentos adequados.

No ENPDO 2005/6, apenas 6% e 9% dos jovens de 12 e 15 anos, consideram ‘má


ou muito má’ a saúde da sua boca. Os jovens com pior percepção da sua saúde oral
residem no Norte, no Algarve e na Madeira.

Esta é uma área onde futura investigação é necessária, não só para confirmar o
entendimento do conceito, como também para validar, por grupos e por género, a
importância atribuída à saúde oral.

Caracterização sociodemográfica da população em estudo

O estado da boca e dos dentes é condicionado por determinantes relacionados com


conhecimentos e comportamentos, mas, enquanto persistirem desigualdades no
acesso aos cuidados de saúde, um baixo nível educacional, baixos rendimentos e
algumas crenças que em nada contribuem para a melhoria da saúde, o risco das
doenças orais persistirá, especialmente entre as populações economicamente
débeis e socialmente excluídas. As famílias de baixos recursos têm mais
probabilidade de ter cárie dentária e de esta não ser tratada.

A intervenção sobre os factores de risco das doenças orais passa pela compreensão
e valorização das capacidades dos pais como potenciais agentes da promoção da
saúde. Estes parâmetros são determinantes dos comportamentos e dos estilos de
vida, que influenciam o nível de saúde ou doença, dos seus filhos.

82 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Por isso, no ENPDO 2005/6, fizemos uma caracterização sociofamiliar, sucinta, a
partir do nível de escolaridade e profissão dos pais dos jovens de 12 e 15 anos.

Os pais, dos jovens de 12 e 15 anos, inquiridos possuíam um nível de escolaridade


baixo, tendo 30% a 40% atingido o 4.º ano de escolaridade ou menos e 20% a 30%
o ensino secundário ou superior. Em ambos os grupos etários, o nível educacional
mais elevado foi sempre atingido pela mãe.

A maior parte dos pais tinha uma profissão e estava no activo. A taxa de
desemprego oscilava entre os 2% e os 3% para ambos os progenitores.

Os pais dos jovens de 12 e 15 anos que desempenhavam profissões como quadros


superiores e especialistas eram de 8% a 12%. A percentagem de mães domésticas
variava entre 25% e 30%.

Uma estratégia de saúde oral que assegure mudanças sustentáveis no padrão de


doença e na qualidade de vida deverá ter em conta a família, a escola e os parceiros
sociais. Daí a importância de, para além do nível de escolaridade e da profissão dos
pais, ser da maior utilidade conhecer o que sabem e o que podem fazer para se
protegerem e para intervir na saúde da sua família e da sua comunidade.

Este é o princípio básico da promoção da saúde que importa cruzar com os


objectivos dos programas de saúde oral.

Resumindo:

O índice cpod/CPOD aos 6 anos era de 2,10 e de 0,07. Aos 12 e aos 15 anos, o
índice de CPOD era de 1,48 e 3,04. As diferenças regionais são estatisticamente
significativas em todos os grupos etários.

A prevalência das doenças periodontais na população escolar de 12 anos era


elevada, com 36% a apresentarem hemorragia à sondagem e outros tantos a
apresentarem cálculo. Aos 15 anos, diminuiu a percentagem que apresentava
hemorragia e aumentou a percentagem dos que apresentavam cálculo, o que
representa um agravamento da situação periodontal.

Na população escolar a prevalência de fluorose era baixa. Aos 6, 12 e 15 anos a


percentagem de casos “duvidosos” era de 7%, 14% e 13 % e, nos graus “leve e
muito leve” era 4%, 7,2% e 6%, respectivamente. A fluorose de grau “moderado” foi

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 83


observada em 1% de cada grupo etário e de grau “intenso” entre 0,1% e 0,2%. Por
regiões de saúde há diferenças estatisticamente significativas.

Os conhecimentos sobre os determinantes de saúde oral, nomeadamente, a


importância da escovagem dos dentes, durante o dia e ao deitar e, do uso do fio
dentário são procedimentos que vão melhorando com o nível etário. No entanto, há
diferenças regionais significativas e mensagens como “escovar os dentes ao deitar e
usar o fio dentário, diariamente, reduzem a cárie dentária” que é urgente reforçar.

Os comportamentos alimentares da população de 12 e 15 anos de idade eram muito


semelhantes nos dois grupos, destacando-se o leite e a fruta como os alimentos
ingeridos com mais frequência.

Com as estratégias estabelecidas nos Programas de Saúde Oral, obtivemos ganhos


em saúde, evidenciáveis, nomeadamente, no aumento da percentagem de crianças
livres de cárie e na diminuição da gravidade da cárie dentária.

Os números são expressivos: a percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos,


passou de 10% em 1986, para 33% em 2000 e para 51% em 2006. Aos 12 anos, o
índice CPOD passou de 3,97 em 1986, para 2,95 em 2000 e para 1,48 em 2006.

Com a estratégia da contratualização, obtivemos ganhos em saúde oral, que


permitiu, de 2000 para 2006, aumentar a percentagem de dentes tratados em 30% e
20% nos jovens de 12 e de 15 anos, respectivamente.

Os indicadores de saúde oral das crianças e adolescentes portugueses, aos 12 anos


(1,48 em 2006), são melhores que os preconizados pela OMS em 2020 (1,50) e, na
senda de uma aproximação às metas previstas para os 6 anos é necessário um
investimento precoce e sustentado na saúde oral desde o nascimento e ao longo do
ciclo de vida bem como, em todos os ambientes onde as crianças e jovens vivem e
estudam.

Com o Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, monitorizámos em


2005/6 a tendência dos indicadores de saúde oral e descobrimos novas áreas de
investigação. A base de dados de que dispomos tem informação que nos permite
continuar a aprofundar a investigação, correlacionar as variáveis de saúde e de
doença com conhecimentos e comportamentos, bem como com todos os outros
tópicos que o Estudo aborda.

84 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Recomendações
Os resultados do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2005/6
constituem uma boa plataforma para a redefinição das estratégias de saúde oral e
para a definição dos objectivos nacionais, tendo em conta as metas da OMS.

A prevalência das doenças orais, as condições socioeconómicas das famílias e a


acessibilidade a cuidados de saúde por parte das crianças e dos jovens constituem
informação básica para a definição das prioridades regionais e locais.

A baixa prevalência de cárie dentária aos 12 anos e a polarização da doença, em


regiões específicas, impõem estudos mais detalhados das mesmas, para que se
identifiquem os grupos mais vulneráveis ou as áreas onde a sua gravidade é maior e
se reforcem as medidas preventivas.

No entanto, alguns problemas persistem, especialmente antes dos 6 anos de idade,


onde a dentição temporária não tem sido, suficientemente, preservada.

O conhecimento dos determinantes de saúde que afectam a saúde oral e a


qualidade de vida dos jovens são da maior importância para alavancar a definição de
politicas de redução do risco e de promoção da saúde.

Da análise da prevalência das doenças orais em Portugal e da sua evolução nos


últimos 5 anos, recomenda-se, activamente, a implementação das estratégias
definidas no Programa Nacional de Promoção Saúde Oral, o mais cedo possível, na
vida das crianças.

Da discussão dos resultados do ENPDO 2005/6, importa recomendar:


1. Que seja realizado um novo estudo nacional em 2010, com a metodologia
usada no actual, para que se possa continuar a monitorizar a tendência do
estado da saúde oral das crianças e dos jovens, bem como dos seus
determinantes;

2. Que as estratégias de prevenção das doenças orais sejam integradas na


promoção da saúde em geral, utilizando, para isso, uma abordagem holística
de intervenção multifactorial sobre os riscos comuns às doenças crónicas;

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 85


3. Que os programas de saúde oral assentem em projectos de boas práticas que
permitam capacitar as crianças e os jovens para a assunção progressiva das
suas responsabilidades com a saúde oral;

4. Que sejam criados serviços de saúde oral acessíveis às crianças e aos


jovens, que integrem estratégias universais, isto é, dirigidas a toda a
população, selectivas, quando pretendemos intervir sobre grupos de risco e,
indicadas, porque os que têm doença necessitam de cuidados orais regulares,

5. Que sejam criadas parcerias interdisciplinares e intersectoriais para a


promoção da saúde, a prevenção das doenças orais e a redução de
desigualdades em saúde, para que, os projectos desenvolvidos neste âmbito
encontrem condições favoráveis de sucesso;

6. Que o trabalho desenvolvido em meio escolar, desde o Jardim-de-infância às


Escolas do Ensino Básico, tenha continuidade e reforce a promoção de estilos
de vida saudáveis e a redução dos factores de risco de doenças orais, e seja
complementado com a formação de educadores, professores, pais e restante
comunidade educativa;

7. Que seja criado um sistema de recolha de informação epidemiológica, que


inclua indicadores de processo e de resultados, para que, ao nível nacional,
possamos ter informação, permanentemente actualizada, que nos permita
avaliar o custo-efectividade das intervenções, mas também para que, ao nível
local, uma avaliação satisfatória, sistematicamente, constitua um estímulo
para outro tipo de apoios, nomeadamente, técnico e financeiro;

8. Que os instrumentos de avaliação da qualidade em saúde oral sejam


melhorados, testados e aplicados à população portuguesa.

Tendo em conta os objectivos da OMS, os valores dos índices CPOD e SiC e as


diferenças regionais, urge implementar estratégias de prevenção específicas
dirigidas aos grupos mais vulneráveis nos próximos anos.

No futuro, a investigação deverá dar mais ênfase à avaliação do impacto da


intervenção sobre os factores de risco comuns às doenças crónicas em geral, tais
como a alimentação e o tabaco na redução das doenças orais.

86 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Índice de Quadros
Quadro 1 – Distribuição da população do estudo por regiões e grupo etário

Quadro 2 – Distribuição da amostra segundo o género e o grupo etário

Quadro 3: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 12 anos

Quadro 4: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 15 anos

Quadro 5: Profissão dos pais dos jovens de 12 anos

Quadro 6: Profissão dos pais dos jovens de 15 anos

Quadro 7: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Quadro 8: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos na dentição temporária e,
na dentição permanente, por região de saúde

Quadro 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade por regiões de saúde

Quadro 10: Índice CPOD e índice SiC aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 11: Índice CPOD e índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 12: Índice Comunitário Periodontal, aos 12 e aos 15 anos de idade

Quadro 13: Prevalência de doença periodontal, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 14: Prevalência da doença periodontal, aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 15: Índice de Dean por grupo etário

Quadro 16: Índice de Dean aos 12 anos de idade por regiões de saúde

Quadro 17: Número e percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos

Quadro 18: Média de dentes com selantes no subgrupo com dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de
idade

Quadro 19: Média de dentes com selantes aos 6, 12 e 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 20: Suplementos de fluoretos usados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Quadro 21: Suplementos de fluoretos utilizados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos, por regiões

Quadro 22: Frequência da escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade

Quadro 23: Frequência da escovagem dos dentes, antes de deitar, aos 6, 12 e 15 anos

Quadro 24: Frequência da utilização do fio dentário pelos alunos de 12 e 15 anos de idade

Quadro 25: Fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes dos alunos de 6, 12 e 15 anos

Quadro 26: Frequência da ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Quadro 27: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 87


Quadro 28: Perturbação da frequência da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos

Quadro 29: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos

Quadro 30: Perturbação da relação com os amigos segundo pelos jovens de 12 e 15 anos

Quadro 31: Perturbação da relação com outras pessoas segundo pelos jovens de 12 e 15 anos

Quadro 32: Frequência da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 6, 12 e 15 anos

Quadro 33: Periodicidade com que os jovens de 12 e 15 anos foram à consulta de saúde oral

Quadro 34: Motivos da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 12 e 15 anos

Quadro 35: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 e 15 anos

Quadros do Anexo 6

Escovagem dos dentes

Quadro 1: Frequência da escovagem dos dentes aos 6 anos de idade, por regiões

Quadro 2: Frequência da escovagem dos dentes aos 12 anos de idade, por regiões

Quadro 3: Frequência da escovagem dos dentes aos 15 anos de idade, por regiões

Escovam os dentes antes de deitar

Quadro 4: Frequência de crianças de 6 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Quadro 5: Frequência de jovens de 12 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Quadro 6: Frequência de jovens de 15 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Fio dentário

Quadro 7: Frequência da utilização do fio dentário aos 12 anos por regiões de saúde

Quadro 8: Frequência da utilização do fio dentário aos 15 anos, por regiões de saúde

Fontes de aprendizagem

Quadro 9: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 6 anos por regiões

Quadro 10: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 12 anos por região

Quadro 11: Fontes de aprendizagem da escovagem dos jovens de 15 anos por regiões

Qualidade de Vida

Quadro 12: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

Quadro 13: Perturbação da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

Quadro 14: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

Quadro 15: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

88 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Quadro 16: Perturbação da relação com outras pessoas aos 12 e 15 anos por regiões

Acessibilidade a cuidados de saúde oral

Quadro 17: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 12 anos, por regiões de saúde

Quadro 18: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 15 anos, por regiões de saúde

Autopercepção do estado de saúde oral

Quadro 19: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 anos, por regiões

Quadro 20: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 15 anos, por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 89


90 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Índice de Figuras

Figura 1. Distribuição dos alunos observados, por Regiões e grupo etário

Figura 2: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos observados, segundo o género

Figura 3: Percentagem de crianças livres de cárie dentária, por grupo etário

Figura 4: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Figura 5: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos, na dentição temporária e na
dentição permanente, por regiões de saúde

Figura 6: Índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos

Figura 7: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos

Figura 8: Índice de Fluorose aos 6, 12 e 15 anos

Figura 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 10: Percentagem de dentes temporários cariados, perdidos e obturados, aos 6 anos, com
índice cpod>0, por regiões

Figura 11: Índice de CPOD e Índice SiC, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 12: Percentagem de jovens com dentes Cariados, Perdidos e Obturados aos 12 anos, com
índice CPOD>0, por regiões

Figura 13: Índice CPOD e Índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 14: Percentagem de dentes Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de 15 anos, com índice
CPOD>0, por regiões

Figura 15: Número médio de sextantes com doença periodontal, aos 12 e 15 anos

Figura 16: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

Figura 17: Média de Sextantes com doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

Figura 18: Percentagem de crianças com e sem fluorose, por grupo etário

Figura 19: Percentagem de crianças com e sem fluorose, aos 12 anos, por regiões de saúde

Figura 20: Percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de idade

Figura 21: Número médio de selantes aplicados em cada grupo etário, por regiões

Figura 22: Média de selantes nos subgrupos com selantes aplicados, por regiões

Figura 23: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos que utilizavam suplementos de fluoretos

Figura 24: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que escovavam dos dentes

Figura 25: Percentagem de crianças com 6 anos que escovavam os dentes por regiões

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 91


Figura 26: Percentagem de jovens com 12 anos que escovavam os dentes por regiões

Figura 27: Percentagem de jovens com 15 anos, que escovavam os dentes, por regiões

Figura 28: Percentagem de crianças de 6, 12 e 15 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar

Figura 29: Percentagem de crianças de 6 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar, por regiões

Figura 30: Percentagem de jovens de 12 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Figura 31: Percentagem de jovens de 15 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Figura 32: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam fio dentário

Figura 33: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam o fio dentário, uma ou mais vezes
por dia, por regiões de saúde

Figura 34: Fontes de aprendizagem da escovagem, segundo os alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Figura 35: Fontes de aprendizagem da escovagem nas crianças de 6 anos por regiões

Figura 36: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 12 anos, por regiões

Figura 37: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 15 anos, por regiões

Figura 38: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 anos de idade

Figura 39: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 15 anos de idade

Figura 40: Comparação da ingestão de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Figura 41: Limitações causadas pelos problemas de saúde oral na actividade escolar, na vida da
família, nas relações com os amigos e com outros, aos 12 e 15 anos

Figura 42: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas no último ano

Figura 43: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas, por regiões

Figura 44: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que frequentaram consultas de saúde oral

Figura 45: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos que frequentaram consultas de saúde oral, por
regiões de saúde

Figura 46: Principais motivos da ida a consulta de saúde oral pelos jovens de 12 e 15 anos

Figura 47: Motivos da consulta dos jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Figura 48: Autopercepção do estado de saúde oral aos 12 e 15 anos

Figura 49: Percepção do estado de saúde oral segundo os jovens de 12 e 15 anos, por regiões

92 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Abreviaturas

ARS Administração Regional de Saúde

dd Dentição decídua

DD Dentição Permanente

DGIDC Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular

DGS Direcção-Geral da Saúde

ESMDL Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa

FMDUL Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

HO Higienista Oral

IADR International Association for Dental Research

IC Índice de Concordância

ICP Índice Comunitário Periodontal

ID Índice de Dean

Índice cpod Número médio de dentes cariados, perdidos e obturados na dentição temporária

Índice CPOD Número médio de dentes cariados, perdidos e obturados na dentição permanente

Índice SiC Índice Significativo de Cárie

OMS Organização Mundial da Saúde

PNPSO Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

PPSOCA Programa de Promoção da Saúde Oral em Crianças e Adolescentes

RA Região Autonoma

SPSS Statistical Package for Social Sciences

SRS Secretaria Regional de Saúde

WDF World Dental Federation

WHO World Health Organization

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 93


94 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Referências Bibliográficas

1Hobdell M; Petersen PE; Clarkson J. Global Goals for oral health 2020. International Dental Journal (2003), vol 53, n.º 5:
285-88.
2Sheiham A, Watt RG. The common risk factor approach: a rational approach for promoting oral health. Community Dent
Oral Epidemiol. 2000. 28:399-406.
3W.H.O. Evaluation of community based oral health promotion and oral disease prevention. Report of Workshop. Geneve.
2004.
4 Nicolau B, Marcenes W, Bartley M, Sheiham A. A life course approach to assessing causes of dental caries experience: the
relationship between biological, behavioural, socio-economic and psychological conditions and caries in adolescents. Caries
Res. 2003.37: 319-26.
5 Marmot M, Wilkinson R. Social Determinants of Health. 2nd Ed. Oxford University Press. 2005.
6Direcção-Geral da Saúde. Programa de Promoção da Saúde Oral nas Crianças e Adolescentes. Circular Normativa n.º
6/DSE de 20/05/99.
7WHO. Scientific Committee on Cosmetic Products and non-food products intended for consumers. The safety of fluorine
compounds in oral hygiene products for children under the age of 6 years. Adopted by the SCCNFP during the plenary
meeting of 24-25 June, 2003
8Cardoso. L e al. Polarização da cárie em Município sem água fluoretada. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(1):237-
243, Jan-Fev, 2003
9 Direcção-Geral da Saúde. Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral. Circular Normativa n. º 01/DSE de 18/01/05.
Almeida CM; Emílio MC; Moller I; Marthaler. Inquérito Nacional Preliminar de Saúde Oral. Escola Superior de Medicina
10

Dentária de Lisboa, Lisboa, 1987


Calado, RM et al. A cárie dentária no concelho do Cartaxo. Diagnóstico de situação e Programa Global de Intervenção.
11

Revista Portuguesa de Clínica Geral, 1989


12Pereira AF. Contributo para o estudo da Prevalência e da Gravidade da Cárie Dentária em Portugal, Tese de candidatura
ao grau de Doutor apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto 1990
13Calado RMD. O Programa de Cuidados de Saúde Oral de Castelo Branco: a procura de novas estratégias para vencer um
velho problema. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e Escola
Nacional de Saúde Pública, 1994.
14 Capelas AMG. Contribuição para o Estudo da Prevalência e da Gravidade da cárie dentária nos dentes temporários das
crianças portuguesas. Dissertação. Faculdade de Medicina Dentária do Porto, Porto, 1994
15Almeida CM. As Doenças da Cavidade Oral nos Jovens Portugueses. Estudo Epidemiológico. Teses para a obtenção do
grau de doutor, apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa 1997
16Melo PRGR. Influência de diferentes métodos de administração de fluoretos nas variações de incidência de cárie. Tese de
candidatura ao grau de doutor apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto 2001
17Almeida CM, Jesus S, Toscano A. Third National Pathfinder (1999): Preliminary results in 6 and 12 Year-Old Continental
Portuguese Schoolchildren. Caries Research ORCA 2000; 34: 313
18Direcção-Geral da Saúde – Divisão de Saúde Escolar. Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária na População
Escolarizada. Lisboa: DGS, 2000. http://www.dgs.pt/
19Pinto R, Cristovão E, Vinhais T, Castro MF. Teor de fluoretos nas águas de abastecimento da rede pública, nas sedes de
concelho de Portugal Continental. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial 1999;
40(3):125-42
Matos MG e colaboradores. A Saúde dos Adolescentes Portugueses hoje e em 8 anos. Relatório Preliminar do Estudo
20

Health Behavior in School-aged Children. 2006. Aventura Social e Saúde. Faculdade da Motricidade Humana/UTL
DGS. Inquérito de Saúde dos Adolescentes na Escola. Direcção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde,
21

Centros Regionais de Saúde Pública. 2004 (versão final de 25-03.2004)


22 W.H.O. Oral Health Surveys – Basic Methods. 4nd Ed. WHO. 1997. Geneva.

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 95


23 O.M.S. Levantamentos Básicos em Saúde Bucal. 4ª Ed. Livraria Santos Editora. 1999. São Paulo
24 Ministério da Educação. Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo. (GIASE)
http://www.min-edu.pt/outerFrame.jsp?link=http%3A//www.giase.min-edu.pt/
25 European Commission. Health and Consumer Protection Directorate-General. Health Surveillance in Europe. A selection
of Essential Oral Health Indicators. Recommended by European Global Oral Health Indicators Development Project.
Community Action Programme on Health Monitoring. 2005 Catalogue
26 Petersen PE. Ogawa H. Strengthening the Prevention of Periodontal Disease: the WHO Approach. J. Periodonto.

December 2005
27Bratthall, D. (2000). Introducing the Significant Caries Index together with a proposal for a new oral heath goal for 12-
years-olds. Int Dent J, 50, 378-384.
28 Marthaler, T.M. (2004). Changes in Dental Cáries 1953-2003. Caries Research, 38, 173-181.
29WHO. Standard descriptive tables in WHO oral Health Epidemiological studies. The Oral Health Programme. World Health
Organization. WHO/ORH/EIS/ICS-II/91
30 WHO. Development of a Quality of Life assessment instrument (WHOQOL). Quality of Life Research, 1993, 2: 153–159.
31Slade GD. Derivation and validation of a short-form of the Oral Health Impact Profile. Community Dent. Oral Epidemiol.
1997. 25:284-90
32 WHO. The World Oral Health Report 2003. Continuous improvement of oral health in the 21st century – the approach of
WHO global Oral Health Programme. World Health Organization. WHO/NMH/NPH/ORH/03.2
33 Sociedad Española de Epidemiología e Salud Pública Oral. Propuesta de objetivos en salud oral para España (2012 y

2020). SESPO, 2006


WHO. Health 21: The health for all policy framework for the WHO European Regions. European Health for All Series, n.º 6.
34

World Health Organization. 1999


35 WHO. Oral Health Country/Area Profile Programme. WHO Headquarters Geneva, Oral Health Programme (NPH) WHO

Collaborating Centre, Malmo University, Sweden http://www.whocollab.od.mah.se/expl/sic.html


World Health Organization. Global Consultation on Oral Health through fluoride. WHO in collaboration with the World
36

Dental Federation and International Association for Dental Research. 17 a 19 de November 2006
37Petersen PE, Lennon MA. Effective use of fluorides for the prevention of dental caries in the 21st century: the WHO
approach. Community Dent Oral Epidemiol 2004; 32: 319-21.
38Welbury R, Raadal M, Lygidakis N.A. EAPD guidelines for the use of pit and fissure sealants. European Journal of
Pediatric Dentistry.2004; 3: 179-84
39Ahovuo-Saloranta A, Hiiri A, Nordblad A, Worthington H, Mäkelä M. Pit and fissure sealants for preventing dental decay in
the permanent teeth of children and adolescents. Cochrane Database of Systematic Reviews 2004, Issue 3. Art. No.:
CD001830. DOI: 10.1002/14651858.CD001830.pub2.
40Direcção-Geral da Saúde. Circular Normativa n.º 9/DSE de 19/07/2006. Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral.
Avaliação do risco em saúde oral.
Sixtieth World Health Assembly. Oral health: action plan for promotion and integrated disease prevention. WHA 60.17. 23
41

May, 2007
42Direcção-Geral da Saúde. Circular Normativa n.º01/DSE de 08/01/2002. Termos de Referência para a Contratualização no
âmbito do Programa de Promoção da Saúde Oral em Crianças e Adolescentes

96 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Anexos 1
Carta para os Encarregados de Educação e pedido de autorização para a
participação das crianças no Estudo

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 97


98 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Anexos 2
Ficha de observação dentária

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 99


100 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Anexos 3
Questionário dirigido aos alunos de 6 anos

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 101


102 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Anexos 4
Questionário dirigido aos alunos de 12 e 15anos

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 103


104 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Anexos 5
Critérios de observação e registo

• Dente são (A/0): dente que não apresenta evidência clínica de cárie dentária, tratada ou não. São consideradas sãs as
manchas brancas, manchas pigmentadas ou rugosas que não estão amolecidas no toque com a sonda, fissuras ou
fossetas pigmentadas que não têm sinais visuais de esmalte não suportado ou amolecimento das paredes ou do fundo
detectáveis com a sonda., lesões que com base na sua localização e na história ou na sua observação aparentam ter
sido provocadas por atrição oclusal ou abrasão cervical e zonas escurecidas, duras, com depressões do esmalte em
dentes mostrando sinais de fluorose moderada ou intensa. As formas não cavitadas de cárie estão excluídas. Sempre
que há dúvida quanto à existência de cárie regista-se dente são.
• Dente cariado (B/1): dente, que à observação, apresenta indubitavelmente uma cavidade, com esmalte não suportado
ou fundo amolecido. Consideram-se igualmente cariados os dentes que apresentam uma obturação provisória e os
que, apesar de restaurados ou selados, têm uma superfície cariada ou com recidiva de cárie. Se necessário confirmar
o diagnóstico com sonda periodontal. Quando há dúvida sobre se o dente está cariado ou não, o dente é considerado
são.
• Dente obturado com cárie (C/2): dente em que se verifica a existência de uma ou mais obturações e uma ou mais
cáries, sendo estas recidivas ou não, isto é, sem distinção entre cáries primárias e secundárias.
• Dente obturado sem cárie (D/3): dente em que se verifica a existência de uma ou mais obturações permanentes, sem
recidivas de cárie dentária nem outras cáries noutras faces. Excluem-se as obturações por razões traumáticas ou
estéticas.
• Dente perdido devido a cárie (E/4): dente que foi extraído devido a cárie. Estão excluídas extracções por ortodontia,
ausências congénitas, trauma e doença periodontal. Na dentição decídua tem que se avaliar se a extracção foi por
cárie ou se se trata de esfoliação natural. Na dentição permanente, dos 6 aos 10-11 anos surgem dúvidas
semelhantes.
• Dente perdido por outros motivos (-/5): caso aplicado apenas a dente permanente extraído por ortodontia, devido a
doença periodontal, trauma, ou que está ausente por razões congénitas.
• Dente selado (F/6): dente que apresenta um selante na sua superfície oclusal. Independentemente de estar integro ou
não. Se tem selante e está cariado registar cariado (B/1) Se o selante foi colocado juntamente com uma obturação
preventiva, registar obturado (D/3) – situação muito difícil de diagnosticar.
• Dente com implante ou prótese fixa (G/7): dente suporte de prótese, implante, ponte, coroa ou faceta. Se tivermos
informação que a coroa ou faceta foi colocada devido a cárie, registar como obturado (D/3). Se tivermos informação
que o implante ou o elemento da ponte foi colocado devido a dente perdido por cárie, registar E/4. Se o implante ou o
elemento da ponte foi colocado por outros motivos que não a cárie, registar -/5
• Dente não erupcionado (-/8) – caso aplicado apenas a dente permanente e é utilizado apenas para um espaço
dentário com um dente permanente não erupcionado mas sem dente decíduo. Os dentes classificados como não
erupcionados são excluídos de todos os cálculos relativos à cárie dentária. Esta categoria não inclui os dentes com
ausência congénita (-/5), nem os dentes perdidos por traumatismo (T), ortodontia (-/5) ou doença periodontal (-/5).
Molares decíduos ausentes aos 6 anos, normalmente estão ausentes devido a cárie. Nesta idade forem os incisivos a
estarem ausentes regista-se dente não erupcionado. Coroa parcialmente erupcionada e sã regista-se A/0.
• Dente excluído (-/9) – este código é utilizado para quaisquer dentes permanentes erupcionados que não possam ser
examinados por qualquer razão (ex.: bandas ortodonticas, hipoplasia acentuada)
• Dente com traumatismo (T/T) – quando parte da sua superfície está ausente devido a traumatismo e não há evidência
de cárie mesmo que reconstruído (diagnóstico difícil).

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 105


106 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais
Anexos 6
Escovagem dos dentes

Quadro 1: Frequência da escovagem dos dentes aos 6 anos de idade, por regiões
Escovagem dos dentes/ 1x dia Às vezes Não Não
2 ou mais
escova respondeu
Região de Saúde vezes/dia Total
Norte 61 28 35 9 0 133
Centro 28 9 51 5 0 93
Lisboa e Vale do Tejo 82 64 7 1 1 155
Alentejo 53 18 47 3 0 121
Algarve 75 41 26 6 0 148
Açores 45 31 27 2 0 105
Madeira 101 19 13 1 1 135
Nacional 445 210 206 27 2 890

Quadro 2: Frequência da escovagem dos dentes aos 12 anos de idade, por regiões
Escovagem dos dentes/ 2 ou mais 1x dia Às Não Não Total
vezes/dia vezes escova respondeu
Região de Saúde
Norte 68 42 16 0 1 127
Centro 69 20 13 2 1 105
Lisboa e Vale do Tejo 92 25 8 0 1 126
Alentejo 85 21 17 1 0 124
Algarve 99 32 7 0 0 138
Açores 68 20 11 0 0 99
Madeira 77 24 17 0 0 118
Nacional 558 184 89 3 3 837

Quadro 3: Frequência da escovagem dos dentes aos 15 anos de idade, por regiões
Escovagem dos dentes/ 2 ou + 1x dia Às Não Não Total
vezes/ dia vezes escova respondeu
Região de Saúde
Norte 82 23 16 1 1 123

Centro 84 37 17 1 139

Lisboa e Vale do Tejo 107 18 5 0 130

Alentejo 102 12 11 1 126

Algarve 98 30 5 3 136

Açores 54 36 13 0 1 104

Madeira 85 27 12 2 1 127
Nacional 612 183 79 8 3 885

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 107


Escovam os dentes antes de deitar

Quadro 4: Frequência de crianças de 6 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões
Escovagem dos dentes ao deitar/ Sempre Muitas Poucas Nunca Não Total
vezes vezes respondeu
Região de Saúde
Norte 21 43 48 21 0 133

Centro 19 19 36 19 0 93

Lisboa e Vale do Tejo 61 44 28 20 1 154

Alentejo 39 18 40 24 0 121

Algarve 42 37 48 21 0 148

Açores 48 17 29 11 0 105

Madeira 79 22 18 16 1 136
Nacional 309 200 247 132 2 890

Quadro 5: Frequência de jovens de 12 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões
Escovagem dos dentes ao deitar/ Sempre Muitas Poucas Nunca Não Total
vezes vezes responde
Região de Saúde
Norte 62 21 38 5 1 127

Centro 49 22 26 6 2 105

Lisboa e Vale do Tejo 71 30 25 0 0 126

Alentejo 62 21 36 4 1 124

Algarve 79 26 27 6 0 138

Açores 46 19 27 7 0 99

Madeira 56 22 30 10 0 118
Nacional 425 161 209 38 4 837

Quadro 6: Frequência de jovens de 15 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões
Escovagem dos dentes ao deitar/ Sempre Muitas Poucas Nunca Não Total
vezes vezes responde
Região de Saúde
Norte 61 23 30 9 0 123

Centro 63 29 40 7 0 139

Lisboa e Vale do Tejo 66 34 28 2 0 130

Alentejo 69 26 27 4 0 126

Algarve 56 46 24 8 2 136

Açores 31 28 31 13 1 104

Madeira 53 35 33 6 0 127
Nacional 399 221 213 49 3 885

108 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Fio dentário

Quadro 7: Frequência da utilização do fio dentário aos 12 anos por regiões de saúde
Fio dentário / Mais de 1 Uma Algumas Algumas Não Não Total
vez/dia vez/dia vezes/semana vezes/mês utiliza responde
Região de Saúde
Norte 3 14 7 5 98 0 127

Centro 4 10 10 3 77 1 105

Lisboa V Tejo 6 15 7 7 91 0 126

Alentejo 6 4 7 3 104 0 124

Algarve 7 18 9 7 96 1 138

Açores 3 9 6 12 68 1 99

Madeira 7 11 9 1 89 1 118
Nacional 36 81 55 38 623 4 837

Quadro 8: Frequência da utilização do fio dentário aos 15 anos, por regiões de saúde
Fio dentário / Mais 1 Uma Algumas Algumas Não Não Total
vez/dia vez/dia vezes/semana vezes/mês utiliza responde
Região de Saúde
Norte 1 7 5 2 107 1 123

Centro 1 11 10 7 110 0 139

Lisboa V Tejo 4 9 14 5 98 0 130

Alentejo 4 8 5 5 104 0 126

Algarve 5 14 8 4 105 0 136

Açores 3 7 6 2 81 5 104

Madeira 4 13 8 4 98 0 127
Nacional 22 69 56 29 703 6 885

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 109


Fontes de aprendizagem

Quadro 9: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 6 anos por regiões


Aprendizagem da escovagem / Casa Escola Centro Saúde Consultório Não me lembro/
Região de Saúde não responde
Norte 88 11 4 8 22
Centro 60 19 1 3 10
Lisboa e Vale do Tejo 120 34 0 1 0
Alentejo 66 17 1 2 35
Algarve 98 8 0 2 40
Açores 84 7 1 1 12
Madeira 70 64 1 0 0
Nacional 586 160 8 17 119

Quadro 10: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 12 anos por região
Aprendizagem da Casa Escola Centro Consul- Revistas/ TV/rádi Embala Não Não se Total
escovagem / Saúde tório Jornais o gens ensinaram lembra
Região de Saúde
Norte 75 12 2 10 0 1 0 10 17 127
Centro 67 16 1 6 0 0 1 4 10 105
Lisboa V Tejo 78 16 2 12 0 0 1 2 15 126
Alentejo 73 32 1 4 0 0 0 5 9 124
Algarve 74 28 4 15 1 0 0 4 12 138
Açores 68 8 8 2 0 0 0 2 11 99
Madeira 66 39 0 1 0 1 0 3 8 118
Nacional 501 151 18 50 1 2 2 30 81 837

Quadro 11: Fontes de aprendizagem da escovagem dos jovens de 15 anos por regiões
Aprendizagem da Casa Escola Centro Consul Revista TV/ Emba- Não Não se Total
escovagem / Saúde -tório s/jornai rádio lagens ensinaram lembra
Região de Saúde s
Norte 72 16 1 11 0 0 1 8 14 123

Centro 75 14 3 15 1 2 0 10 19 139

Lisboa V Tejo 78 23 2 16 0 0 0 6 5 130

Alentejo 66 28 1 14 0 1 0 6 10 126

Algarve 81 17 2 11 0 1 0 13 11 136

Açores 71 7 5 3 1 0 0 7 10 104

Madeira 57 39 4 13 1 0 0 4 9 127
Nacional 500 144 18 83 3 4 1 54 78 885

110 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Qualidade de Vida

Quadro 12: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões


Dor de dentes 12 Anos 15 Anos
Região de Saúde N.º % N.º %
Norte 51 17,3 67 18,3
Centro 38 12,9 70 19,1
Lisboa e Vale do Tejo 45 15,3 50 13,6
Alentejo 42 14,3 48 13,1
Algarve 32 10,9 41 11,2
Açores 50 17,0 38 10,4
Madeira 36 12,2 53 14,4
Nacional 294 100,0 367 100,0

Quadro 13: Perturbação da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões
Perturbação escolar/ Nunca Raras vezes Às vezes Muitas Sempre
Região de Saúde vezes
12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A
Norte 22 43 17 18 13 8 2 0 0 0
Centro 18 32 10 31 10 8 0 0 0 0
Lisboa e Vale do Tejo 21 23 17 14 8 11 0 3 0 0
Alentejo 18 23 7 15 13 7 2 1 2 1
Algarve 15 20 12 10 3 9 1 1 0 0
Açores 30 11 9 11 7 15 2 1 2 0
Madeira 10 18 16 22 9 13 0 0 1 0

Nacional 134 170 88 121 63 71 7 6 5 1

Quadro 14: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos por região
Perturbação familiar/ Nunca Raras vezes Às vezes Muitas vezes Sempre
Região de Saúde
12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A
Norte 23 45 19 16 10 6 1 0 0 2
Centro 22 42 9 16 3 10 1 1 2 1
Lisboa e Vale do Tejo 31 28 5 15 7 7 1 0 1 0
Alentejo 26 29 6 8 6 8 0 1 2 1
Algarve 22 20 7 12 2 6 0 3 0 0
Açores 31 13 8 10 7 8 2 3 1 1
Madeira 11 26 13 15 8 10 2 1 1 1
Nacional 166 203 67 92 43 55 7 9 7 6

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 111


Quadro 15: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos por região
Perturbação relação com os Nunca Raras vezes Às vezes Muitas Sempre
amigos/ vezes
Região de Saúde
12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A
Norte 33 54 13 10 7 4 0 1 0 0
Centro 26 43 6 17 5 8 0 0 0 0
Lisboa e Vale do Tejo 27 33 9 10 7 6 0 1 1 0
Alentejo 23 28 9 13 3 6 2 0 2 0
Algarve 23 24 5 9 2 5 0 3 0 0
Açores 30 13 9 8 6 11 0 1 1 1
Madeira 15 23 12 18 6 9 1 0 0 0
Nacional 177 218 63 85 36 49 3 6 4 1

Quadro 16: Perturbação da relação com outras pessoas aos 12 e 15 anos por regiões
Perturbação na relação com Nunca Raras vezes Às vezes Muitas Sempre
outras pessoas/ vezes
Região de Saúde
12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A
Norte 35 58 11 9 6 1 0 1 0 0
Centro 28 49 7 13 2 5 0 0 0 0
Lisboa e Vale do Tejo 37 36 4 9 2 4 0 1 0 0
Alentejo 27 32 5 6 5 6 0 1 1 1
Algarve 27 29 3 9 0 2 0 1 0 1
Açores 33 17 8 11 3 3 1 2 0 0
Madeira 23 29 9 14 1 7 1 0 0 0
Nacional 210 250 47 71 19 28 2 6 1 2

112 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais


Acessibilidade a cuidados de saúde oral

Quadro 17: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 12 anos, por regiões de saúde
Periodicidade da consulta/ Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional Total
Região de Saúde
Norte 14 20 24 14 37 109
Centro 5 10 31 16 23 85
Lisboa e Vale do Tejo 5 21 22 24 37 109
Alentejo 11 11 20 17 42 101
Algarve 5 20 30 25 46 126
Açores 8 8 21 19 31 87
Madeira 6 14 25 23 26 94
Nacional 54 104 173 138 242 711

Quadro 18: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 15 anos, por regiões de saúde
Periodicidade da consulta/ Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional Total
Região de Saúde
Norte 16 14 15 24 40 109
Centro 19 16 17 26 47 125
Lisboa e Vale do Tejo 12 14 16 19 52 113
Alentejo 13 15 20 19 38 105
Algarve 9 8 20 33 46 116
Açores 4 8 14 27 32 85
Madeira 6 9 15 21 49 100
Nacional 79 84 117 169 304 753

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 113


Autopercepção do estado de saúde oral

Quadro 19: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 anos, por regiões
Percepção da saúde/ Muito Bom Razoável Mau Muito Não Total
Região de Saúde bom mau responde
Norte 9 49 61 7 1 0 127
Centro 5 34 57 6 1 2 105
Lisboa e Vale do Tejo 12 57 48 6 3 0 126
Alentejo 6 46 61 9 2 0 124
Algarve 12 59 60 5 1 1 138
Açores 5 38 52 4 0 0 99
Madeira 4 39 71 3 1 0 118
Nacional 53 322 410 40 9 3 837

Quadro 20: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 15 anos, por regiões
Percepção da saúde/ Muito Bom Razoável Mau Muito Não Total
bom mau responde
Região de Saúde
Norte 7 41 61 13 1 0 123

Centro 11 45 71 9 2 1 139

Lisboa e Vale do Tejo 7 53 58 11 1 0 130

Alentejo 7 46 62 9 1 1 126

Algarve 11 53 57 12 3 0 136

Açores 2 26 69 5 1 1 104

Madeira 2 31 79 12 2 1 127
Nacional 47 295 457 71 11 4 885

114 Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais

You might also like