You are on page 1of 8

MPI—Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente

Boletim informativo
ANO 3, N.º 10 Maio de 2007

Editorial
A agricultura biológica
tem tido um crescimento
ENCONTRO SOBRE
progressivo considerável,
devido a um interesse
AGRICULTURA BIOLÓGICA
crescente por parte dos
consumidores cada vez
mais preocupados com a 23 de Junho, sábado
sua saúde e a defesa do
ambiente, e também a
uma mentalidade dife-
rente dos principais acto- LOCAL: Salão Paroquial do Vilar
res, os agricultores.

Mas há ainda muito a


fazer para que a infor- PROGRAMA
mação chegue ao maior 14.30— Princípios da Agricultura Biológica. Porque é que
número possível de pes-
soas, razão pela qual o os produtos biológicos são melhores? - Engº José Carlos
MPI voltou a apostar na Ferreira (Vice-presidente da AGROBIO)
divulgação da Agricultu- 15.30— Testemunhos de empresas de agricultura biológica:
ra Biológica, tendo este
ano organizado um BIOFRADE (Casal Frade, Lourinhã) - Eng.º Vítor Gomes
encontro que julgamos VALE POÇOS, SOC. AGRIC. (Vila Nova, Vilar) - Engº João
ser do maior interesse Pedro Oliveira
para todos. Esperamos
que aproveitem bem esta 16.30— Partida para a visita à BIOFRADE.
oportunidade.

Presidente da Direcção Entrada livre.


Humberto Pereira Ger-
mano
Quem desejar participar na visita à
Nesta edição:
BIOFRADE deve inscrever-se até dia 16 de
Assembleia Geral 2
Junho, na sede do MPI (edifício da Junta de
Novo Aeroporto de Lisboa
Freguesia do Vilar ou pelo telefone 262 771
(NAL) 3 060 para se organizar esquema de boleias.
Plataforma Transgénicos
Fora do Prato muda de
nome 4 ESTE ENCONTRO DESTINA-SE A
Impasse na gestão de resí-
duos urbanos 5
AGRICULTORES E A TODAS AS PESSOAS
Ambiente e Cidadania:
INTERESSADAS.
Agricultura biológica 6
PÁGINA 2 B O L E TI M I N F O R M A T I V O A N O 3 , N. º 1 0

ASSEMBLEIA-GERAL
Foram eleitos novos corpos sociais e aprovados o
relatório e contas de 2006 e o plano de actividades
para 2007

Realizou-se no dia 18 Vogais: Carlos Alberto Fer- Vice-presidente: Adelino


de Março, sábado, pelas 21.30, reira Pereira, data de nasci- Manuel Casimiro Serieiro,
mais uma Assembleia-geral mento: 30/10/1955, empregado data de nascimento:
do MPI. de Cerâmica, residente no Olho 31/12/1959, mecânico, residen-
Este ano foi ano de Polido (freguesia de Outeiro da te no Outeiro da Cabeça
eleições para os corpos sociais. Cabeça, concelho de Torres (freguesia de Outeiro da Cabe-
Não houve mudanças signifi- Vedras). ça, concelho de Torres Vedras)
cativas, no entanto entrou um
novo elemento, o Nuno Carva- Paulo José Reis Duarte, data Secretário: Humberto Rodri-
lho, substituindo o lugar de de nascimento: 05/12/1969, gues Pereira, data de nasci-
vogal da Direcção ocupado por
empresário, residente no Vilar mento: 21/08/1969, bancário,
Gonçalo Rebelo de Andrade.
(freguesia do Vilar, concelho residente no Vilar (freguesia do
Corpos Sociais elei-
do Cadaval). Vilar, concelho do Cadaval).
tos para o triénio 2007-
2009
Nuno Alexandre da Graça Relativamente às Con-
- DIRECÇÃO
Carvalho, data de nascimento: tas, devido ao facto do MPI ter
Presidente: Humberto Pereira
04/02/1980, técnico de redes, suportado duas custas de tri-
Germano, data de nascimento: bunal referentes à providência
06/06/1957, professor, residente residente em Vale Cruzes
(freguesia de Maxial, concelho cautelar apresentada por
no Vilar (freguesia do Vilar, habitantes da freguesia de
concelho do Cadaval). de Torres Vedras).
Vila Verde dos Francos no tri-
- ASSEMBLEIA GERAL bunal de Alenquer e a um pro-
Vice-presidente: Maria Ale- cesso interposto no Tribunal
Presidente: Nuno Pereira Aze-
xandra Santos de Azevedo, Administrativo de Lisboa por
vedo, data de nascimento:
data de nascimento: vários habitantes do Vilar,
12/10/1941, desenhador, resi-
02/03/1967, médica veterinária, perfazendo um total de
dente no Vilar (freguesia do
residente no Vilar (freguesia do 2.586,38 euros, por se enten-
Vilar, concelho do Cadaval). Vilar, concelho do Cadaval). der o MPI ter a
“responsabilidade moral”
Secretária: Maria Salomé Aze- Secretária: Margarida Isabel sobre estas despesas. Apesar
vedo de Oliveira Rodrigues, Rolim André Zoccoli, data de do subsídio da Câmara Muni-
data de nascimento: nascimento: 01/11/1964, biólo- cipal do Cadaval de 1.500
10/01/1957, professora, resi- ga e professora, residente em euros, a situação financeira do
dente no Vilar (freguesia do Alfragide (concelho , concelho MPI tem um saldo negativo
Vilar, concelho do Cadaval). de Lisboa). que é suportado por um
empréstimo do Presidente,
Tesoureiro: Pedro Ricardo - CONSELHO FISCAL Humberto Germano.
Jácome Fernandes, data de Presidente: Carlos João Perei- O Relatório de activi-
ra Fonseca, data de nascimen- dades e Contas de 2006 e o
nascimento: 26/11/1956, pro-
to 13/12/1950, gerente comer- Plano de Actividades para
fessor, residente no Rodeio
cial, residente Qta do Sangui- 2007 foram aprovados por
(freguesia Vila Verde do Fran-
nhal (freguesia e concelho do unanimidade. *
cos, concelho de Alenquer).
Bombarral).
PÁGINA 3 B O L E TI M I N F O R M A T I V O A N O 3 , N. º 1 0

Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)


Muito se tem ouvido falar sobre o processo do Novo Aeroporto de Lisboa e pensa-
mos que será interessante conhecer alguns contornos deste complexo processo,
assim transcrevemos excertos do comunicado recentemente divulgado pela CPADA
(Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente) da qual o MPI faz
parte.

“IRREVERSIBILIDADE E SUBVERSÃO NO CASO DA OTA”


vinculativo para a viabilida- Mais se recorda que a Comis-
Na sequência dos últimos acon-
de do projecto. É ainda da são de Avaliação de Impacte
tecimentos relacionados com o
maior importância que este Ambiental considerou que as
Novo Aeroporto de Lisboa e do
estudo avalie os impactes conclusões constantes nos
almoço de representantes de
cumulativos das diversas EPIA não são suficientes ou
Organizações Não Governamen-
componentes do projecto válidas como elementos de
tais de Ambiente (ONGA) com o
(acessibilidades, logística, base para a tomada de deci-
Ministro da Obras Públicas no
regularização de rio e ribei- são, porque muitos descritores
passado dia 24 de Abril, a Con-
ras, etc.) (como os recursos hídricos, ris-
federação Portuguesa das Asso-
ciações de Defesa do Ambiente co de colisão de aeronaves com
(CPADA)*, que subscreve o pre- 2. Relembrar que a escolha aves, ruído, qualidade do ar,
etc) tiveram uma abordagem
sente comunicado, vem: da localização do NAL na Ota
deficiente e que deveriam ter
foi feita por comparação única
sido objecto de estudos mais
1. Criticar a irreversibilidade e insuficiente com a alternati-
adequados à fase de selecção
que tem caracterizado a decisão va de Rio Frio, quando inicial-
de alternativas.
mente nos anos 90 foram
da construção do Novo Aeropor-
to de Lisboa (NAL) na Ota, em apresentadas doze alternativas Considerou ainda que as alter-
zona húmida classificada pelo possíveis para a localização do nativas de localização pro-
NAL, entre as quais a amplia- postas apresentam impactes
PROT-AML como “Área Nuclear
para a Conservação da Nature- ção do aeroporto da Portela, e, negativos significativos. No
subversivamente, na hora da entanto, a localização do NAL
za” e “Corredor Ecológico”, antes
tomada de decisão foram na Ota é menos desfavorável
de ter sido iniciado o procedi-
apresentados apenas dois que em Rio Frio (orientação E/
mento de Avaliação de Impacte
Estudos Preliminares de O e N/S), por esta apresentar
Ambiental, cuja decisão – Decla-
Impacte Ambiental (EPIA) – o graves condicionantes que
ração de Impacte Ambiental
(DIA) – tem carácter vinculativo, da Ota e de Rio Frio. Deste podem pôr em causa a sua
modo, e de acordo com o sustentabilidade ambiental.”
(com o objectivo de salvaguardar
comunicado por Elisa Ferreira,
o primado dos valores ambien-
ex-Ministra do Ambiente do Lisboa, 30 de Abril de 2007
tais. )
governo de António Guterres,
A comprovar esta postura de em artigo publicado no Jornal A Confederação Portuguesa
tomar como certa a construção de Notícias no passado dia 25 das Associações de Defesa do
do NAL na Ota está o projecto de Março, “alegar a localiza- Ambiente foi criada em 1991 e
daquilo que será uma mega ção da Ota como a única pos- é a organização ambientalista
cidade aeroportuária na órbita sível por motivos ambientais com mais representatividade no
não corresponde à verdade, nosso País, integrando cerca de
da Ota, a ser desenvolvido pela
pois que o despacho (por si 110 ADA/ONGA (Associações de
consultora Augusto Mateus e Defesa do Ambiente/
Associados, numa área total de exarado) no fim dos anos
Organizações Não Governamen-
1700 ha e que passará pela noventa se limitava a confir- tais de Ambiente) de âmbitos
reclassificação de solos agrícolas mar o facto óbvio de que, com Nacional, Regional e Local, espa-
em solos industriais. os dados disponíveis à época e lhadas no Continente e Regiões
perante as duas únicas opções Autónomas, que representam,
Exigimos, portanto, rigor e de localização apresentadas no seu todo, muitas dezenas de
isenção no Estudo de Impacte (Ota e Rio Frio), a primeira milhar de associados. É membro
Ambiental que só agora se ini- gerava menores danos ambien- do European Environmental
tais”. Bureau, federação de organiza-
cia e que tem, por lei, carácter
ções ambientalistas da Europa*
A N O 3 , N. º 1 0 B O L E TI M I N F O R M A T I V O PÁGINA 4

PLATAFORMA TRANSGÉNICOS FORA DO


PRATO, mudou o nome para
PLATAFORMA TRANSGÉNICOS FORA
Com a recente proposta do Conselho Europeu no sentido da obrigatorieda-
de de utilização de 20% de biocombustíveis no sector europeu dos trans-
portes até 2020, abre-se um novo mercado para os transgénicos, pelo que
a Plataforma anti-Transgénicos alarga o âmbito para a energia e anunciou
em comunicado a 8/3/2007 a mudança de nome. Mas esta meta pode ainda
conduzir a outros graves problemas tanto á escala nacional como mundial!

O Conselho Europeu vai cos novos e específicos que os consumo e à melhoria da


reuniu dos dias 8 e 9 de Março transgénicos energéticos acar- eficiência energética. Mas a
para, entre outros, discutir pro- retam, a Plataforma Transgé- Comissão Europeia vem pro-
postas no sentido de adoptar a nicos Fora do Prato tomou a por aos Estados Membros a
obrigatoriedade de utiliza- decisão de alargar o seu aposta em biocombustíveis, a
ção de 20% de biocombustí- âmbito de trabalho a esta usar em percentagem de um
veis no sector europeu dos temática e fez reflectir tal consumo total que está a
transportes até 2020. Estes mudança no seu nome, passan- aumentar rapidamente e sem
objectivos, entre outros efeitos, do agora a chamar-se simples- limites definidos. Além da
fomentarão plantações para mente PLATAFORMA agricultura e soberania ali-
fins energéticos que têm um TRANSGÉNICOS FORA. mentar portuguesas, vão tam-
balanço negativo em matéria de Os problemas da adop- bém sofrer os países do sul,
emissões de gases com efeito de ção dos biocombustíveis não se onde as monoculturas para
estufa, irão acelerar a desflo- resumem, no entanto, à ques- biocombustíveis, como o óleo
restação e destruição da biodi- tão das sementes que são de palma, soja, cana de açúcar
versidade e aumentar os confli- empregues. Portugal impor- e milho conduzem inevitavel-
tos locais pela utilização da ter- ta já 80% daquilo que come. mente a uma maior destrui-
ra. Com os objectivos agora em ção da biodiversidade e
A introdução prevista de discussão no Conselho Euro- sustento da população
culturas energéticas em grande peu, é inevitável a competi- rural, minando mais ainda a
escala para uso em biocombus- ção entre o prato de sopa e segurança alimentar, e provo-
tíveis é vista, pela indústria da o tanque de combustível. Se cando graves impactos nas
engenharia genética, como a os solos nacionais já são delga- águas, nos solos e no clima
grande saída para a viabiliza- dos, tornar-se-ão esqueléticos regional. Na verdade, é toda a
ção comercial desta tecnologia. com o novo esforço a que serão segurança alimentar mundial
As plantas transgénicas chamados. A água, já escassa, que é posta em causa com esta
energéticas serão a grande vai ser redireccionada para perigosa competição em comi-
proposta e novidade para estes cultivos e assim 'dar de da e combustíveis. Quem paga
fazer face aos limites míni- beber' aos veículos. É impossí- mais é que comanda os merca-
mos obrigatórios agora em vel a Portugal cumprir quais- dos: os carros vão poder conti-
discussão, uma vez que as plan- quer objectivos mínimos - de nuar a rolar no primeiro mun-
tas transgénicas alimentares recordar que estão em vigor do, mas graças aos que vão
foram liminarmente recusadas objectivos de 5,75% de incorpo- deixar de poder comer, sobre-
pelos consumidores europeus e ração de biocombustíveis que tudo no terceiro mundo. Não
o seu mercado se resume já às Portugal já não tem capacidade há dúvida sobre quem tem
rações, onde a rotulagem não técnica e agrícola para atingir. maior capacidade de compra
chega ao consumidor e não há A política energética na aldeia global - irá Portugal
direito à escolha. europeia tem que dar prio- e os restantes Estados-
Para fazer face aos ris- ridade total à redução do Membros apoiar tal crime
PÁGINA 5 B O L E TI M I N F O R M A T I V O A N O 3 , N. º 1 0

Impasse na gestão de resíduos urbanos


Sucedem-se as notícias sobre a situação dos aterros sanitários em Portu-
gal, divulgamos uma notícia sobre o aterro de Sermonde (próximo de Vila
Nova de Gaia), gerido pela SULDOURO e que mereceu, tal como no caso
da RESIOESTE, uma grande contestação por parte das populações.

Situação do aterro é
decisão consensual dos accio- É conhecida, no entan-
"dramática" nistas" no ano passado. "A to, a vontade de Gaia e de San-
situação, que já era demasiado ta Maria da Feira em aderirem
A situação do aterro de séria, tornou-se agora dramáti- à Lipor. A Câmara gaiense já
Sermonde, que, no ano passado, ca e, qualquer que seja o mode- deu conta dessa ambição ao
recebeu quase 180 mil tonela- lo deevolução aprovado, resulta Ministério do Ambiente. A pro-
das de lixo urbano de Gaia e de inevitável o alargamento do posta de recomendação, aprova-
Santa Maria da Feira, é aterro sanitário de Sermonde, da em Fevereiro, considerava
"dramática". O alerta chega da até aquele estar operacional", urgente o início da negociação
Suldouro, sociedade gestora do pode ler-se no documento a que entre a Lipor, o Governo e a
equipamento, perante a indefi- o JN teve acesso. Autarquia sobre a adesão.
nição do modelo futuro para o O presidente do Conse- Pedia, ainda, que a Suldouro
sistema multimunicipal de tra- lho de Administração da Sul- apresentasse o plano de fecho
tamento dos resíduos daqueles douro, Nuno Pinto, sublinha, do aterro.
dois municípios. A decisão cabe no mesmo relatório, que, se Em resposta a um
ao Governo e tarda a chegar. esta indefinição se mantiver, requerimento de Os Verdes, o
No relatório de gestão e poderá "conduzir ao esgotamen- Ministério do Ambiente infor-
contas da Suldouro (relativo a to da capacidade de tratamento mou, em Janeiro passado, que a
2006), os responsáveis da socie- das unidades existentes". Um solução para o tratamento dos
dade esclarecem que procuram, cenário que acarretará resíduos residia na execução de
desde 2002, a definição do "elevados riscos ambientais e um novo aterro com capacidade
"modelo técnico futuro da Sul- enormes impactos económicos para acolher 150 mil toneladas
douro". Nos últimos dois para a empresa, clientes e de lixo por ano. Só, no ano pas-
anos, nada foi avançado em accionistas municipais". A prio- sado, foram depositados quase
relação a esta matéria por ridade da Administração é 180 mil toneladas de lixos
"falta de continuidade do Esta- encontrar "soluções" quanto "à urbanos de Gaia e da Feira.
do" em 2005 e por "falta de uma estratégia futura" da sociedade. CSL *

Mês Internacional de Oposição aos Transgénicos


“Caravana dos Espantalhos” passou pelo Vilar e Cadaval
Inserido na campanha um grupo de activistas do GAIA –
2005 aquando do período de
do Mês Internacional de Opo- Grupo de Acção e Intervenção
consulta pública do programa
sição aos Transgénicos em que Ambiental, uma das ONGA que
de ensaios com novas varieda-
um pouco por tudo o Mundo integra a Plataforma Transgéni-
des de milho transgénico apre-
serão realizadas diversas cos esteve no concelho do Cada-
sentado pela PIONEER) e nos
acções para alertar e informar val de 6 a 8 de Maio.
dias seguintes realizaram ses-
a opinião pública, autoridades, Começando com o
sões de esclarecimento na
etc. sobre a problemática da “Hastear da Bandeira de Zona
Escola secundária de Monte-
libertação na Natureza e a Livre de Transgénicos” no domin-
junto, na Escola 2,3 do Ensino
alimentação com OGM go dia 6, no Vilar, a única fregue-
básico do Cadaval e nas Esco-
(Organismos Geneticamente sia do país que se declarou livre
las do 1º ciclo do Ensino básico
Modificados) ou transgénicos, de transgénicos (á 26 de Abril de
do Vilar. *
PÁGINA 6 B O L E TI M I N F O R M A T I V O A N O 3 , N. º 1 0

Ambiente e Cidadania
Agricultura biológica seus efeitos, tem aumentado. ticidas (para evitar a poluição do
- A fertilidade dos solos baixou solo, água, alimentos), sendo
O modelo de agricultura cerca de 13% entre 1945 e excluído o uso de qualquer tipo
predominante das décadas de 1990, a nível mundial. de produto químico sintéticos no
60 a 90 foi baseado no uso Pelo que tem-se assisti- caso da Agricultura Biológica.
intensivo de sementes seleccio- do recentemente a um despertar
nadas, pesticidas, adubos quími- das consciências no sentido de 6— Implementação de rota-
cos e máquinas, em sistemas de se adoptarem boas práticas ções, de modo a evitar a fadiga
monocultura, explorados em agrícolas, baseadas na conser- do solo, as doenças e as pragas.
grandes extensões de terra. vação e uso eficiente dos recur-
Devido a este modelo de sos naturais, válidas também Estão ainda em aberto
agricultura tem sido atribuída para as pequenas hortas, tais um vasto campo de pesquisa
uma considerável responsabili- como: para se desenvolver e inovar as
dade pelo aparecimento de práticas agrícolas respeitando a
vários problemas, tais como a 1— Melhorar a fertilidade do Natureza e permitindo rendimen-
desertificação (exemplo extre- solo através da fixação biológi- to condigno dos agricultores.
mo da diminuição da fertilidade ca do azoto (isto é, o cultivo de Dependendo de vários facto-
do solo), contaminação do certas plantas, leguminosas, em res, nomeadamente as condi-
meio ambiente (e consequente- cujas raízes existem microorga- ções do solo e do clima, há
mente dos próprios alimentos) nismos que nessa associação necessidade de se proceder a
por pesticidas e fertilizantes, podem converter o azoto da um período de transição entre a
diminuição da biodiversidade, atmosfera em elementos fertili- agricultura convencional e a agri-
alterações climáticas zantes utilizáveis pelas plantas; cultura biológica, este novo sis-
(aquecimento global devido ao produção e/ou uso de com- tema de produção intermédio, é
aumento da emissão de gases posto (ou adubo orgânico), obti- denominado Produção Integra-
com efeito de estufa), etc. do da reciclagem dos resíduos da. Existem em Portugal apenas
Alguns factos: orgânicos (ramos das podas, cerca de mil produtores de Agri-
- Segundo a UNESCO existe no etc.) – compostagem, sendo cultura Biológica que correspon-
mundo meio milhão de espécies totalmente inadequado queimar dem a 0,25% do total de agricul-
de plantas que se reproduzem este tipo de resíduos; uso de tores do país e são responsáveis
por grãos, mas o Homem satis- estrume dos animais. pelo cultivo de 2,3% da nossa
faz 95% das suas necessidades área agrícola, no entanto há uma
alimentares com apenas 30 das 2— Reduzir a erosão dos crescente procura pelos produ-
7000 espécies vegetais que solos através da redução na tos biológicos e espera-se que
planta ou colhe. mobilização dos solos, haven- no futuro próximo estejam aces-
- Das 8.000 variedades de varie- do várias técnicas como a síveis a todos os consumidores.
dades de maçãs existentes na sementeira directa, a mobiliza-
Europa há 100 anos atrás, ape- ção na zona e a mobilização Agradecimento: Eng.º João Filipe
nas menos de 90 são ainda reduzida; do respeito pelas cur- Santos Azevedo (Engenheiro Agrí-
comercializadas no século XXI. vas de nível e recurso a socal- cola)
- Nos últimos 40 anos o n.º de cos nos declives acentuados.
Bibliografia:
casos de cancros infantis 1- “Agricultura – o pão nosso
aumentou 10 vezes e a fertilida- 3— Promoção da biodiversida-
(inquinado) de cada dia…”, O Teixo n.º3,
de masculina decresceu 50%, de, através de “sebes vivas”, Outubro de 1999, p. 6 e 7
em parte, pensa-se que devido à cultivo de espécies diversifica- 2- Gérard Morice, “D’extinction?”,
contaminação por pesticidas e das privilegiando as espécies Science &Vie n.º 988, Janeiro 2000, p. 82
fertilizantes, que a introdução locais melhor adaptadas. 3- Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e Agricultura, site :
dos transgénicos, mais toleran- www.fao.org .
tes aos pesticidas, poderá 4— Uso criterioso de regas, de
4- “Dia Mundial das Alimentação
aumentar ainda mais o risco modo a evitar a sobre-
– Associações querem protecção para a
sobre a saúde. exploração dos recursos hídricos biodiversidade agrícola”, Quercus
- Apesar dos pesticidas, o n.º de e o desperdício. Ambiente, Novembro/Dezembro de 2004,
pragas, e em consequência os p. 11.
5— Uso condicionado de pes-
A N O 3 , N. º 1 0 B O L E TI M I N F O R M A T I V O PÁGINA 7

Breves
Testes de ensaio com MA considerou que nesses verificar activamente os dados
milho transgénico—a saga locais a distância mínima de apresentados pelas empresas, o
continua segurança de 400 metros até Ministério limitou-se a acredi-
aos restantes campos de milho tar, ingenuamente, no que leu,
Em 1 de Março as 3 não estava salvaguardada. No revelando não possuir capaci-
Câmaras Municipais entanto, no caso de Rio Maior, dade técnica e humana enquan-
abrangidas pelos locais as empresas esconderam o to Autoridade Competente para
propostos pela PIONEER e a facto de que havia vizinhos os transgénicos e descredibili-
SYNGENTA para a realização no perímetro da zona de zando o próprio Governo .
de programas de ensios com segurança, que não se com-
novas variedades de milho prometeram a prescindir do
transgénico, Alcochete, cultivo de milho e que não Solicitada reunião à
Salvaterra de Magos e Rio foram sequer avisados ou Associação de Municípios
Maior, anunciaram estar contactados, pelo que esta do Oeste sobre futuro da
dispostas a lutar contra a autorização tem de ser revoga- gestão dosresíduos
realização dos ensaios em da.
defesa dos valores ecológicos, Para além da evidente Decorridos mais de um
ambientais e da saúde pública. má fé e deplorável falta de rigor ano da reunião entre o MPI, a
A 28 de Março o Minis- técnico por parte das empresas Comissão de Acompanhamento
tério do Ambiente aprovou o em causa (algo que levanta e a associação QUERCUS com
pedido da empresa Syngenta sérias dúvidas sobre o seu com- a AMO (Associação de
para a realização de testes portamento e cuidado durante Municípios do Oeste), foi
sobre milho transgénico no con- os ensaios, se eles avançassem), solicitada nova reinuão para se
celho de Rio Maior. é de salientar a manifesta inca- fazer o ponto da situação sobre
Em Alcochete e em Sal- pacidade, por parte do Ministé- o processo de decisão em
vaterra de Magos, outros dois rio do Ambiente, de analisar relação ao futur da gestão dos
concelhos visados no pedido, a com cuidado o processo sobre o resíduos urbanos da região e da
autorização foi negada pois o qual emitiu decisão. Em vez de

A preencher pelo MPI


MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente N.º de sócio
__|__|__|__|__
Morada: Edifício da Junta de Freguesia do Vilar, Largo 16 de Dezem-
bro, n.º 2, 2550-069 VILAR CDV Data
___/___/___
Tel./fax: 262 771 060 e.mail: mpi.cidadania.ambiente@clix.pt

PROPOSTA PARA ADMISSÃO DE SÓCIO

Nome_________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
Morada ________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
Telefone: ________________, fax: __________________, e.mail _________________________________
B.I. N.º ______________________, data de nascimento ___/___/___ , estado civil ___________________
N.º de contribuinte: _____________________ , profissão _______________________________________

Data ____/____/____ Assinatura do candidato a sócio __________________________________________


Quota mínima anual: € 2 , quantia paga _______________________________________,
Consulte o site do MPI:
M P I — M O V I M E N T O P R Ó - I N F O R M AÇ Ã O P AR A A
C I D AD AN I A E AM B I E N T E

Morada: Edifício da Junta de Freguesia


do Vilar, Largo 16 de Dezembro, n.º 2
www.jf-Vilar.pt/associacoes/
2550-069 VILAR CDV
mPI-MovimentoProInfo.html
Tel./fax: (+351) 262 771 060

e.mail: mpi.cidadania.ambiente@clix.pt

Denúncias - Ambiente
Sempre que testemunhe uma agressão
ambiental deve denunciá-la do seguinte
modo:
• Telefonar para a linha SOS Ambiente
808 200 520
A linha funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana e enca-
Pela Defesa do AMBIENTE e da
minha as denuncias para a IGA (Inspecção Geral do
QUALIDADE DE VIDA!! Ambiente) e para o SEPNA (Serviço de Protecção da Nature-
za e do Ambiente) da GNR.
ou
Papel 100% reciclado • Aceder ao site:

AVISO
PEDE-SE A TODAS AS PESSOAS COM QUEIXAS
SOBRE O
MAU FUNCIONAMENTO DO ATERRO SANITÁ-
RIO DO OESTE A FAZÊ-LAS POR ESCRITO, ENTRE-
GANDO-NOS UMA CÓPIA, COMO FORMA DE CONSEGUIRMOS
PROVA DESTA QUEIXA, UMA VEZ QUE A INSPECÇÃO GERAL DO
AMBIENTE RECUSA-SE A FORNECER UM RELATÓRIO COM
TODAS AS QUEIXAS RECEBIDAS:
- ATRAVÉS DO FAX N.º 213 432 777, QUEM NÃO
POSSUIR APARELHO DE FAX, PODE DIRIGIR-SE À JUNTA DE FRE-
GUESIA DO VILAR PARA O SEU ENVIO.
OU
- POR CARTA PARA A MORADA: Rua de O Século,
n.º 63 1249-033 LISBOA

You might also like