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www.embalagemmarca.com.br
novembro 2001
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
8 ENTREVISTA:
ALUISIO
QUINTANILHA
22 ADESIVOS E
SELANTES
Soluções de
Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
DE BARROS laminação de Guilherme Kamio
Presidente da embalagens flexíveis guma@embalagemmarca.com.br
Leandro Haberli
Abima – Associação são cada vez leandro@embalagemmarca.com.br
Brasileira das mais estratégicas Thays Freitas
Indústrias de thays@embalagemmarca.com.br
Massas Alimentícias, Colaboradores
explica a evolução
das embalagens
de macarrão
30 MERCADO
Novas embalagens
de panetones e
Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
entrada da
Nestlé no Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
setor Eunice Fruet (Diretora Financeira)
agitam
Natal Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
2001 Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
Claudia Regina Salomão
assinaturas@embalagemmarca.com.br
36 BEBIDAS
Depois da Smirnoff,
outras marcas
Assinatura anual (11 exemplares): R$ 60,00
Público-Alvo
despontam no EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
segmento de ices e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
3 Editorial 34 Making of
A criação do projeto Impressa em papel Couché Image Mate 115
A essência da edição do mês, g/m2 (miolo) e Couché Image Art 145 g/m2
opinião – e mudanças Flexo Film & Design (capa) da Ripasa S. A. Celulose e Papel
entrevista
A
dade de autores de folhe-
tins eletrônicos, a imigra-
ção italiana no Brasil aju-
dou a formar um vigoroso
mercado. Hoje o país é o
terceiro maior consumidor de macarrão
do mundo, atrás apenas dos Estados
Unidos e, claro, da Itália. Mais de 1 mi-
lhão de toneladas de massas alimentí-
cias são vendidas anualmente no Brasil.
De 1994 para cá, o consumo per capita
do produto saltou de 4 para 5,5 quilos
por ano.
A preferência pelas pastas não se restrin-
ge à capital paulista, tradicional reduto
de cantinas e mammas de mão cheia.
Existe hoje no país mais de uma centena
de indústrias produtoras de macarrão,
cuja distribuição cobre desde as grandes
metrópoles até os mais afastados rincões
do país. Cada vez mais o macarrão faz
parte do cardápio do brasileiro.
DIVULGAÇÃO
Como pode ser resumida a história da cas como Basilar, Zabet e Isabela). A
evolução das embalagens de macarrão? italiana Barilla, que muitos acreditam
A impressão que prevalece é a de que, ter dominado o mercado, só trabalha
até pouco tempo atrás, elas eram vulne- com importação e não tem mais do que
ráveis, tinham pouca barreira e chega- 1% de share. Mas o setor ainda é pulve-
vam até a possibilitar a proliferação de rizado. Para ter idéia, a participação da
insetos nos produtos. líder Socma não é superior a 15% do
O processo de evolução das embalagens mercado.
utilizadas pela indústria de massas ali-
mentícias se divide basicamente em dois Os players internacionais introduziram
momentos. Até 1990, existia o monopó- novas alternativas em embalagem, como
lio do trigo no Brasil e o preço do ma- os cartuchos de papel cartão e os berços
carrão era controlado pelo governo. termoformados. Como essas tendências
Essa interferência fazia o setor ser nive- de embalagem têm sido assimiladas pe-
lado por baixo. Assim, todos os aspectos los produtores brasileiros?
do mercado, inclusive as embala- Sem dúvida, a importação de mas-
gens, eram marcados pela econo- sas da Itália representou um incen-
mia de custo. Feitas praticamente A partir de tivo à criação de embalagens pelas
de polietileno (PE), as embala- 1990, com a indústrias nacionais. O papel car-
gens eram muito parecidas e não tão é inegavelmente uma idéia es-
era possível pensar em adotar so-
abertura do merca- trangeira, que confere nobreza e
luções mais modernas e diferen- do, os fabricantes valor agregado ao produto. Mas
ciadas, pois as condições do mer- brasileiros começa- ainda há muito a ser criado em ter-
cado não permitiam. Na época mos de embalagem, e o Brasil está
não se admitia nenhum tipo de se-
ram a se preocupar no início desse processo de dife-
gregação do setor. A partir de com marca e renciação visual. Na linha de ten-
1990, com a abertura do mercado, posicionamento de dências, as embalagens voltadas
as empresas começaram a se
gôndola. Essa nova ao público single, que acondicio-
preocupar com marca e posicio- nam menos quantidade de produ-
namento de gôndola, o que gerou visão modernizou o tos, com certeza deverão crescer
uma nova fase na embalagem de desenvolvimento muito. Na Europa, já está consoli-
macarrão no país. Os fabricantes das embalagens dado o conceito de embalagens
de macarrão tiveram de pensar que funcionam como kits. Com
tanto no visual das embalagens de macarrão elas, o consumidor compra uma
quanto na questão da proteção, porção de macarrão própria para
das barreiras. Nesse processo, as uma única refeição, e na embala-
marcas estrangeiras tiveram importância gem já há a quantidade específica de
fundamental. Foi uma evolução muito molho para esta situação de consumo.
grande em um período muito curto. Essas oportunidades ainda não foram
plenamente aproveitadas no Brasil.
Quais foram os prós e contras da entra-
da de empresas estrangeiras no merca- Mas já é percebida uma crescente apos-
do de massas alimentícias do país? ta das empresas no mercado de refei-
Na minha opinião, esse processo não ções individualizadas, principalmente
afetou muito o setor. Embora seja ine- em pratos de rápido preparo, com desta-
gável que o mercado venha se concen- que para massas liofilizadas.
trando nos últimos anos, não acredito O mercado de massas instantâneas, ape-
que este fenômeno se deve à entrada de sar de ter um bom potencial de desen-
empresas estrangeiras. A única empresa volvimento, ainda é imensurável, pois o
estrangeira que tem uma participação Brasil, infelizmente, é um país de popu-
representativa no mercado brasileiro de lação carente, onde as pessoas estão
macarrão é a argentina Socma (contro- preocupadas em se alimentar, não im-
ladora do Grupo Adria, que detém mar- porta como. Mas não há dúvida de que o
macarrão vai ao encontro das necessi- mo per capita/ano no Brasil está por
dades do público urbano que clama por volta de 5,5 quilos, o que dá aproxima-
praticidade em suas refeições. Qualquer damente 1 milhão de toneladas por ano.
pessoa pode fazer macarrão, especial- No ranking mundial, o Brasil aparece
mente se ele for comprado semipronto, em 13º lugar. O líder é a Itália, e a Ve-
ou fresco, nos kits individuais e com nezuela aparece em segundo.
molho.
Chama atenção a posição da Venezue-
A embalagem, portanto, pode contri- la...
buir com o crescimento do mercado e Sem dúvida. Isso fez com que essse país
dar mais credibilidade ao produto e às se tornasse um caso internacional de es-
marcas. tudos. Na verdade, há uma complexa
Sem dúvida a embalagem tem um papel questão cultural envolvida. Lá, arroz e
importante, inclusive quando se fala na feijão não fazem parte das refeições co-
qualidade do macarrão. A partir da tidianas da população, como ocorre no
modernização de seu processo Brasil, por exemplo. Além disso, a
produtivo, o Brasil passou a ter imigração italiana naquele país
um dos melhores macarrões do No Brasil, o ocorreu após a Segunda Guerra,
mundo. Parte desse mérito quando a industrialização já havia
público single é
inegavelmente pertence à emba- ocorrido. De alguma forma esse
lagem. um nicho processo ajudou a consolidar a
praticamente idéia de que um prato de macarrão
Com população majoritariamente inexplorado. Uma representa uma refeição completa.
de baixo poder aquisitivo, o Bra- No nosso caso, temos muita in-
sil comporta embalagens de ma- forte tendência fluência da colonização portugue-
carrão que agravam custo final é a venda de sa. Mas talvez mais importante do
do produto? Aliás, em média, macarrão em que estas particularidades seja o
qual o peso da embalagem na fato de que, historicamente, o go-
composição dos custos de macar-
embalagens que verno não fomentou investimen-
rão? contenham porções tos na indústria brasileira do ma-
É preciso ter em vista que o mer- de massa e molho carrão. Mas ao invés de uma
cado de macarrão é segmentado. conotação negativa, isso mostra
Há embalagens de produtos de
próprias para que temos um potencial de cresci-
combate, onde o custo é menor, já uma pessoa mento muito grande. Mas em vo-
que a idéia é atender a um públi- lume, já somos o terceiro maior
co específico. Há também o mer- consumidor do mundo, atrás ape-
cado institucional, que exige embala- nas da Itália e dos Estados Unidos.
gens mais baratas. Por outro lado, há os
produtos segmentados, voltados a pú- A impressão que se tem é de que no
blicos com maior poder aquisitivo. Aí, Brasil as donas de casa parecem não
sim, a embalagem assume inegável ape- ser plenamente influenciadas pelas
lo de venda. Acredito que, em média, o marcas na hora de comprar macarrão.
peso da embalagem no custo final de Considerando que preço é um ponto
um pacote de macarrão varie entre 8% e crucial em se tratando de produtos de
10%. Mas há produtos, como macarrão primeira necessidade, como o senhor
instantâneo, por exemplo, em que o avalia a força da marca no mercado de
peso é sem dúvida muito maior. massas alimentícias?
Novamente, é preciso dizer que tudo
Qual é o consumo de macarrão per ca- depende da faixa do consumidor. Mas
pita por ano no Brasil, e que posição o convém considerar também que, por
país ocupa no ranking mundial? princípio, macarrão é um produto muito
Segundo a Unipi (União Nacional das barato. Hoje um quilo do produto, capaz
Indústrias de Pastas Italianas), o consu- de alimentar cerca de dez pessoas, pode
ser comprado a 2 reais. Mas é exata- Pulverização parece ser um ponto forte
mente por isso que o valor da marca e no setor, já que mais de 80% das indús-
da embalagem tem uma importância trias de massas alimentícias brasileiras
muito significativa – e não existe valor são classificadas pela Abima como pe-
de marca sem uma apresentação e uma quenas ou médias. Esse grupo já se deu
embalagem atraentes e funcionais. conta do poder comunicativo das emba-
lagens? Ou seja, sabe, por exemplo, que
No início deste ano, a Abima estimava é preciso terceirizar projetos para agên-
um crescimento para o setor que parece cias de design e convertedores especia-
não se ter concretizado. O que de fato lizados?
ocorreu? Esse processo é muito embrionário.
As projeções não se concretizaram, pois Poucos acordaram para a necessidade de
quando foram feitas, imaginávamos que investir na roupagem dos seus produtos.
este seria um ano de calmaria, já que a Essa tendência vai ser puxada primeiro
economia no ano passado indicava esse pelos grandes, mas não tenho dúvidas
caminho. Mas, como todo o país, de que pequenos e médios
fomos surpreendidos pela alta do acabarão sendo despertados para a
dólar e pela crise da vizinha Ar- O Brasil necessidade de investimentos em
gentina. Como o nosso setor é embalagem.
hoje depende do
muito sensível ao dólar, já que o
preço do trigo é cotado na moeda trigo produzido na Qual o histórico e quais os resul-
norte-americana, enfrentamos um Argentina. Mas há tados mais relevantes que o Selo
período bastante turbulento. A de Garantia Abima trouxe para a
investimentos para
crise energética também foi fatal indústria de massas alimentícias?
para nós. Sinceramente, não co- que o trigo brasilei- O selo foi criado em 1994 e conse-
nheço um setor que possa dizer ro readquira compe- guiu aumentar a qualidade do ma-
honestamente que não enfrentou titividade. O cultivo carrão brasileiro. Chegamos à con-
problemas este ano. clusão de que, se não fizéssemos
tem sido fomentado alguma coisa, estaríamos fadados
Falando em Argentina, que é o principalmente no à invasão de empresas estrangei-
maior fornecedor de trigo do Centro-Oeste do ras. Essa ação nos uniu e possibili-
Brasil, como está a política de tou que modernizássemos nosso
importação do produto?
país e no norte parque industrial. Evoluímos tanto
Antes de mais nada, devo esclare- do Paraná que, hoje, estamos entre os cinco
cer que o Brasil não tem nenhum melhores países do mundo em tec-
mecanismo de proteção aos seto- nologia de produção de macarrão.
res que dependem do trigo. Daí nossa
vulnerabilidade. Em função de uma po- O senhor poderia comentar a origem do
lítica agrícola equivocada adotada no Dia Mundial do Macarrão, celebrado
passado, o país hoje depende basica- em 25 de outubro ?
mente do trigo produzido na Argentina. A iniciativa surgiu na Itália, com o obje-
Mas existe um movimento muito forte tivo de informar à população os benefí-
para que o trigo brasileiro readquira cios nutricionais do alimento e aumentar
competitividade. Isso pode ser visto em o consumo per capita de macarrão. No
iniciativas empreendidas no Centro- Brasil, fazemos um jantar, para o qual
Oeste do país e no norte do Paraná. os grandes chefs do país são convidados
Acredito que a partir do ano que vem a mostrar suas receitas. Neste ano, fo-
poderemos diminuir a dependência da ram apresentadas até sobremesas feitas
Argentina, produzindo internamente de macarrão. Os resultados têm sido
cerca de 50% do trigo que consumimos. muito positivos. De 1994 para cá, o con-
Hoje importamos mais de 80% do que sumo per capita de macarrão no Brasil
consumimos do país vizinho. subiu de 4 para 5,5 quilos por ano.
lançamento
Para designers
Papel da Ripasa para impressão a laser valoriza apresentações
FOTO: DIVULGAÇÃO
dois lados, e Extra Liso, com aca- atributos, segundo o fabricante, a
bamento fosco. Ambos permitem praticidade de poder ser utilizada
impressão frente e verso e são bem para o acondicionamento seguro
encorpados (120 a 150g/m2). das apresentações.
28brinquedos 14/11/01 15:13 Page 14
reportagem de capa
Mídia forte
Os movimentos do mercado publicitá-
rio também ajudam a compreender a
valorização da embalagem para os
brinquedos. “Como os custos de comu-
nicação em mídias como televisão vêm
aumentando nos últimos anos, a emba- utilizado
lagem desempenha uma função cada em larga es-
vez mais forte” analisa João Nagano cala em vários países.
Jr., diretor da Grow, tradicional fabri- “Embalagem para nós é
cante nacional. Vale lembrar também tudo, é o que vende”, argu-
da invasão cada vez maior dos produtos menta Adriane Ruri Kimu-
importados e contrabandeados, que en- ra, gerente de desenvolvimento
golem gorda fatia do mercado. de produtos da Toyster. O caso da Toys-
Essa importância está chegando a ter revela o papel estratégico da emba-
ponto de as empresas “avisarem” o lagem pelo fato de a empresa fazer
consumidor de seu cuidado com a em- questão de manter uma unidade de em-
balagem, como um estímulo para que balagem própria. “Como renovamos
ele a perceba como um diferencial sig- constantemente as diversas linhas e
nificativo. Essa tática não é rara nos cerca de 90% de nossas embalagens são
dias de hoje. A Toyster, por exemplo, cartonadas, ganhamos agilidade produ-
faz questão de divulgar ser a única no zindo-as internamente”, diz Adriane.
mercado a acondicionar seus produtos Processo similar acontece na Grow,
em uma exclusiva caixa dura de pape- que desde sua fundação mantém uma
lão laminada com couché, resultado de gráfica interna. Segundo Nagano, ape-
um investimento em uma máquina sar de não ser uma regra no mercado,
americana Crathern & Smith para sua isso facilita o processo produtivo, já
linha de embalagem. Uma estampa nas que a quase totalidade das embalagens
caixas trata de comunicar esse padrão, da empresa é de papel cartão acoplado
a papelão micro-ondulado, com impres-
são em off-set. “Também temos depar-
tamento próprio de design, tanto gráfi-
co como estrutural”, diz. Frente às on-
das que ditam a moda no terreno dos
brinquedos, o design feito internamente
pode ser uma ferramenta poderosa.
Para se ter idéia, a Abrinq calcula que
este ano fechará com um total de 2 500
lançamentos de produtos, 25% a mais
que em 2000. Nesse sentido, dá para
imaginar que o que não falta no seg-
mento é demanda por projetos de emba-
lagem.
Materiais combinados
Entre esses projetos, são progressiva-
Caixa dura, mente maiores os que estão saindo do
um trunfo da
Toyster para âmbito exclusivo das embalagens celu-
agregar valor lósicas. “Há uma tendência forte para
aos seus as embalagens que associem papel com
produtos – o
que é ressaltado
plástico”, analisa Adriane, da Toyster.
na caixa Ela diz que a empresa começou a usar
Ilustrações dão
o tom à caixa
do jogo Perfil
Júnior, da Grow
Rótulos sobrepostos
que giram, o
diferencial do pote
de Lego Bionicle
GODOY
STUDIO AG – ANDRÉ
w w w . h e n k e l . c o m . b r
adesivos e selantes
Setor estratégico
Esquenta a disputa no mercado de laminação de flexíveis
Por Leandro Haberli
á muito mais coisas aconte- de embalagens flexíveis não têm no baixo
evento
Prêmio à eficiência
ABML homenageia criação de soluções inteligentes em logística
materiais
Produto inédito
Outro aspecto importante é que a nova uni-
dade de embalagens da Irani fabricará um
material inédito no mercado nacional, o pa-
pelão triplex Hard Box. Composto por três
ondas internas, o produto atualmente é im-
portado. Sua principal aplicação é na forma-
ção de embalagens de alta resistência, como
as para os setores automotivo, químico e de
fruticultura para exportação, entre outros. O
ompletando 60 anos em 2001 Para a nova planta, novo papelão deverá ser lançado oficial-
C
uma novíssima
como líder na produção de pa- máquina de papel
mente até o fim de 2001. “Comparadas às
pel kraft de baixa gramatura de madeira, as embalagens feitas com ele
no Brasil, a Celulose Irani, trazem vantagens econômicas, logísticas e
empresa de capital aberto controlada pelo ambientais”, argumenta Péricles Druck.
grupo gaúcho Habitasul, quer crescer no Tal produto se encaixa na estratégia de
ramo de embalagem. Para isso, ela está in- concentrar a atuação em nichos de valor
Irani
vestindo alto, e um passo decisivo foi dado (11) 4154-8200 agregado, em vez de privilegiar uma estra-
com a inauguração, no dia 28 de setembro, www.irani.com.br tégia de escala. Nesse sentido, o novo ma-
de uma nova fábrica de embalagens em quinário cumpre papel fundamental, garan-
Vargem Bonita, município no Meio-Oeste tindo agilidade e flexibilidade no serviço. A
de Santa Catarina. Fruto de 38 milhões de expectativa da Irani é fechar 2001 com um
reais investidos, ela dobra a capacidade de faturamento de 175 milhões de reais, já in-
produção da Irani, cujos negócios de emba- cluídas aí as expectativas com a expansão.
lagem ficavam concentrados em uma uni- “Esperamos que a embalagem de papelão
Nova unidade pos-
dade situada em Santana do Parnaíba (SP). sui 15 000 metros ondulado responda em breve por 50% de
“O mercado de embalagens traz boas pers- quadrados de área nosso faturamento”, afirma Druck.
pectivas e vem crescendo nos nossos negó-
cios”, diz Péricles Druck, diretor de opera-
ções e de apoio estratégico da Irani.
Na nova planta, que tem 15 000 metros
quadrados e está gerando 250 novos empre-
gos diretos e cerca de 700 indiretos, come-
ça a operar uma máquina de papel Hergen
recém-adquirida, totalmente informatizada,
que responderá por 45% do total de mate-
rial fabricado. Com isso, a Irani espera ele-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
mercado
Saborosas novidades
Novos players e diferenciação nas gôndolas no setor de panetones
N cionais inovações no
sabor e na fórmula
dos produtos, o mer-
cado de panetones apresentou um
Mesmo em meio a esse quadro, que
pode ser classificado como atípico,
os investimentos em diferenciação
visual não foram relegados pelos fa-
quadro de agitação especial, no bricantes de panetones. Ao contrá-
qual investimentos em diferencia- rio, o que se observa em todas as es-
ção no ponto-de-venda dividiram tratégias é um esforço para desfazer
as atenções com anúncios de no- a sensação de que as marcas são
vas estratégias por parte de gran- sempre apresentadas em embala-
des players. gens com pouca distinção de mate-
A Nestlé, por exemplo, confir- riais e formatos. Até porque as em-
mou a intenção de colocar a marca presas da área sabem que, por lidar
São Luiz, líder em biscoitos, na com produtos cuja decisão de compra
disputa por uma parcela das 25 000 to- acontece basicamente no ponto-de-
neladas de panetone que deverão ser venda, não podem descuidar na
vendidas até o final do ano no país. apresentação de suas linhas.
Embora a cartada da gigante A própria Visconti comprovou
suíça não tenha surpreendido os que a aposta em diferenciação nas
analistas – uma vez que, no ano gôndolas jamais deve ser esquecida.
passado, ela já havia empreendido Este ano, a empresa lançou o pane-
uma experiência bem sucedida tone Speciale, que será vendido em
com panetones São Luiz numa embalagens de papel cartão dotadas
rede de lojas de São Paulo –, a es- de topo com cortes que conferem
tratégia estarreceu os concorren- um formato hexagonal à tampa dos
tes. Evidentemente, todos eles sa- produtos. O mesmo conceito será
bem que a empresa não vai invo- usado na já tradicional linha Monte
car uma de suas mais prestigiadas Bianco, que ganhou um novo sabor, o
marcas em vão (sobretudo no ano Creme Confeiteiro. O azul é a cor pre-
em que comemora oito décadas dominante no visual dos produtos,
de presença no mercado brasileiro). Além de biscoitos, numa estratégia que, de acordo com Cristi-
Talvez mais surpreendentes tenham Nestlé quer São Luiz na Komatsu, designer responsável pelo pro-
sido as negociações entre a Bauducco e a líder em panetoes
jeto, visa criar identificação visual com os
Visconti, sua grande concorrente quando o consumidores.
assunto é satisfazer o paladar dos aprecia- Para o Panetone tradicional versão pre-
dores de panetone. Além da compra de mium, foram mantidas as latas de 1 quilo,
50% das ações da Visconti pela Bauducco, que passam a ser fornecidas pela Metalúrgi-
o acordo congregou uma estratégia inédita ca Itaquá. O mix de produtos é composto
de colaboração mútua, focada basicamente ainda pelo panetone Di Milano, vendido em
na distribuição dos produtos natalinos das três tamanhos, e o Ao Chocolate, que
FOTOS: DIVULGAÇÃO
duas marcas. Portanto, a idéia será agilizar segundo a empresa conquista cada vez mais
a entrega e garantir a presença dos paneto- adeptos. Todos são acondicionados em em-
nes mais cedo nos pontos-de-venda neste balagens de papel cartão, com impressão da
natal. Gráfica Romiti.
RÉ GODOY
retor de marketing da Arcor, em referência (11) 5693-8600 no visual de seus
www.ofner.com.br
aos produtos que utilizam as flow-pack. “É
STUDIO AG – AND
também a partir da diversidade de embala- Packing Design
gens que esperamos aumentar a venda da (11) 3064-9822
www.packing.com.br
linha natalina este ano”, conta o executivo.
Ao lado de inovação em embalagens, o Visconti
mote da estratégia de outros fabricantes 0800 19 17 17
www.visconti.com.br
neste ano é amealhar consumidores no mer-
cado externo. A própria Nestlé, mesmo sem Ofner: embalagens
dar maiores detalhes, informa já ter contra- artesanais para
tos de exportação fechados com Argentina, conquistar o
mercado externo
Paraguai, Estados Unidos e Portugal. Nes-
ses mercados, os produtos deverão ser ven-
didos nas mesmas embalagens que já são panetones premium, que são acon-
vistas nos pontos-de-venda brasileiros: car- Kopenhagen busca dicionados nos sempre atuais cubos de pa-
tuchos de papel cartão da Klabin, com im- identificação com pel cartão. O visual ficou a cargo da agência
pressão da Gráfica Nova Página e projeto segmento premium Packing Design. “O resultado é traduzido
em embalagens que despertam o apettite ap-
peal e destacam o caráter premium dos pro-
dutos”, comenta Márcia Camargo, diretora
comercial da Kopenhagen, acrescentando
que a empresa espera ampliar em 25% as
vendas da linha natalina neste ano.
making of
Projeto integrado
Empresas se unem para mostrar excelência em flexografia
mpacto, beleza, demonstração A oportunidade surgiu no início
I de qualidade e de que o
melhor caminho para
consegui-la é inte-
grar todos os participantes de
deste ano, num contato com a então
recém-fundada Arco Con-
vert, empresa de São
Paulo dedicada exclu-
um processo produtivo. Es- sivamente a prestar ser-
sas foram as principais viços terceirizados na
metas do Projeto Fle- área de impressão, lami-
xofilm e Design, ini- nação e acabamento de
ciado na edição ante- embalagens flexíveis.
rior de EmbalagemMarca, Seu diretor, Eugênio
com a produção de um envelo- Augusto Giacomelli,
pe e de um encarte impressos em queria apresentar concre-
flexografia, com definição de imagem tamente um diferencial em seu
comparável à feita pelo processo off-set. O segmento: era, e por enquanto
lançamento do projeto, que prossegue nes- é, a única no Brasil em condi-
ta e em mais quatro edições da revista, pro- ções de realizar impressões em
vocou grande número de contatos de pro- flexografia, em banda larga, com
fissionais e amigos interessados em deta- No envelope, a
até 60 linhas. O projeto ampliou-
lhes. Aqui é contado como se desenvolveu demonstração se: mais que apenas o envelope, nasceu a
o projeto, que visa também demonstrar a material do que a idéia de comparar a impressão em off-set,
revista sempre
importância das embalagens para o êxito no papel, com a flexográfica, em filme.
afirma: o produto
dos produtos e das marcas. é a marca O passo seguinte foi buscar parceiros
Na verdade, como comprovam à exaus- que se destacassem em seu expertize nas di-
tão os clássicos casos de Coca-Cola, Omo, ferentes etapas do processo. Entraram no
Maizena e Fermento em Pó Royal, entre projeto a Flexopower (equipamen-
tantos outros, a embalagem é o produto, a tos de impressão), a Foto-
embalagem é a marca. Não se pode disso- grav (clichês), a Pac-
ciar um elemento do outro. Convicta disso, king Design (projeto
EmbalagemMarca vinha cultivando há visual e artes finais), a
bom tempo a idéia de que, além da capa (a Tupahue (tintas) e a Vo-
embalagem primária da revista), era neces- tocel (filmes flexíveis).
sário desenvolver para a postagem um en- A concepção do design e a
velope (a embalagem secundária) que re- criação de produtos fictícios fi-
fletisse a qualidade de seu conteúdo. Ao caram a cargo da Packing, agên-
mesmo tempo, a revista buscava ma- cia especializada que se dedica ex-
terializar em suas páginas o concei- clusivamente ao design de embala-
FOTOS: STUDIO AG – ANDRÉ GODOY
bebidas
Quebrando o gelo
Ices repetem fenômeno de mercado dos energéticos
ançar uma marca e, com ela, ice, na qual a Guiness UDV irrompe
criar uma nova categoria de como pioneira.
produto. Eis um dos desafios Sucede que alguns fabricantes, como
mais gratificantes para qual- que se negando a reconhecer o pioneiris-
quer profissional de marketing. Afinal, mo da Smirnoff Ice, defendem que seus
em mercados crescentemente segmenta- lançamentos no setor se enquadram na ca-
dos, descobrir o caminho das pedras em tegoria dos coolers. Porém, o simples de-
um nicho até então inexplorado exige e talhe de terem incluído o sobrenome ice
revela, a um só tempo, inventividade, em suas marcas reforça por si só o surgi-
destreza e também um pouco de sorte – mento desta nova categoria de produto.
atributos importantes quando se pensa Mas o fato que realmente interessa é
em conquistar a cada vez mais disputada que novos produtos demandam investi-
atenção do consumidor. mentos em embalagem. Portanto, para a
Essa conjunção de fatores parece ter cadeia do packaging a invasão de ices no
sido atingida pela Guiness UDV, compa- mercado de bebidas prontas tem esta-
nhia de bebidas que detém marcas muito do para lá de salutar.
bem estabelecidas em seus segmentos, Vendidas em garrafas long neck de
como a vodca Smirnoff, o uísque Johnnie vidro incolor, muitas delas têm apre-
Walker e a tequila Jose Cuervo. sentando interessantes inovações vi-
A estratégia vanguardista da empresa suais, capitaneadas tanto pelo design
foi detonada em 1999, ano em que colo- das garrafas como por sofisticados
cou no mercado europeu a Smirnoff Ice. projetos de rótulos. Com garrafas de-
Mistura de água gaseificada, suco de li- senvolvidas pela Cisper, a Orloff Ice,
mão e vodca, em proporções que lhe con- lançada no mercado brasileiro em ou-
ferem teor alcoólico de 5,5 graus, o pro- tubro pela Seagram, chega até a bri-
duto chegou ao Brasil há pouco mais de lhar mediante a exposição de
um ano. Foi tempo suficiente para se suas embalagens à luz negra que
transformar numa coqueluche de consu- incide nas pistas das danceterias
mo em bares, restaurantes e, principal- e boates.
mente, casas noturnas – tornando-se pra- Outro exemplo dessa busca
ticamente inseparável de uma extensa le- por diferenciação visual para se-
gião de notívagos, que não dispensa drin- duzir o público jovem partiu da
ques adocicados em suas badalações.
Cooler ou ice ?
Como, no mundo dos negócios, estar
atento a novas tendências não é crime
nem demérito, mas na verdade um fator
de sobrevivência, outros fabricantes não
tardaram a disponibilizar, em semelhan- Orloff Ice,
FOTOS: DIVULGAÇÃO
FICHA TÉCNICA
projeto Flexo Film & Design é o resultado do trabalho integrado de seis empresas. Nesta edição, foram
utilizados os filmes de BOPP Volen CT.20.C e CM.S108.20 (laminados no envelope) e CF.S120.20.C e
CM.S108.30 (no encarte ao lado), da Votocel Filmes Flexíveis. A concepção visual e a criação da embalagem
apresentada são do designer Roney Camelo, da Packing Design de Embalagem. A pré-impressão foi feita na
Fotograv, que utilizou a tecnologia de gravação a laser, com implantação dos pontos em alta resolução TSP.
A impressão e a laminação foram realizadas na Arco Convert, sendo a impressão feita em 60 linhas por cm,
com uma impressora flexo Omega 1000/8, da Flexopower. A laminação foi feita com tecnologia solventless,
em um equipamento italiano da marca Nordmecanica modelo Super Simplex, com adesivo de altíssima
performance da Liofol. Foram utilizadas tintas flexográficas de alta definição da Tupahue.
28panorama 13/11/01 19:52 Page 39
Total recall
Omo, Coca-Cola e Nestlé ganharam
Portal para negócios de embalagem
o “Top do Top of Mind” como as Estreou oficialmente na web o Just dores”, diz Graham Wallis. “Ao con-
marcas mais fortes nas mentes i2i, divisão de negócios B2B que a trário: pelo Just i2i eles poderão es-
dos consumidores brasileiros, se- Datamark Market Intelligence criou treitar esse relacionamento, além de
gundo pesquisa anual do Datafolha. para facilitar o relacionamento entre melhorar a performance de suas
produtores e usuários de embala- áreas administrativas.”
Comando nacional gem. Segundo Graham Wallis, dire- (11) 3038-1790
Para atender com maior precisão o tor da Datamark, o Just i2i (de “in- www.justi2i.com
mercado brasileiro, para o qual dustry to industry”) pretende se
suas vendas cresceram 30% em transformar na primeira comunidade
2000, a fabricante de equipamen- latino-americana do setor de emba-
tos para codificação Zebra Techno- lagem na internet, para abrigar ne-
logies nomeou um gerente geral gócios de sua cadeia de valor. Para
para cuidar das operações no país, tanto, o portal disponibiliza um mó-
o executivo Carlos Levenstein. dulo de e-commerce, através do
qual empresas poderão fazer cota-
Mais parcerias ções, pesquisar fornecedores e con-
A Associação Brasileira das Indús- cretizar transações. “Não temos in-
trias de Vidro (Abividro) fechou no- tenção de substituir a relação tradi-
vas parcerias para coletar embala- cional entre compradores e vende-
gens, com as associações Vida
Nova e a Adere – Associação para Praticidade é confiança. E lucro
Desenvolvimento da Educação e A Fasson está disponibilizando ao systems). Com eles, o consumidor
Recuperação do Excepcional. As mercado seus sistemas de fecha- pode armazenar com maior pratici-
entidades se tornaram pontos vo- mento de embalagens através de dade diversos produtos, o que os
luntários de coleta de vidro, que etiquetas auto-adesivas (reclosure torna uma ferramenta de fideliza-
será comprado pela indústria vi- ção a marcas – como a Fasson sa-
dreira. lienta, dispositivos do tipo são iden-
tificados como bastante práticos e
Adiamento
funcionais. É possível conhecer os
A nova unidade de PET que a Rho-
desenvolvimentos para a conversão
dia-ster quer inaugurar no país
de lacres de multi-fechamento no
está com data de inauguração in-
site da empresa.
certa. Sabe-se que serão investi-
0800 7017660
dos US$ 80 milhões e que ela pro-
www.solution.fasson.com
duzirá 140 mil toneladas/ano da
resina. A construção deve começar
em 2003. Compras de PS mais fáceis pela web
A Innova, braço do grupo petroquími- sua cadeia de suprimentos, garantin-
Laminados em alta
co argentino Perez Companc, está ini- do maior agilidade e comodidade aos
O grupo de investimentos europeu
ciando o comércio eletrônico de po- clientes. “Pretendemos que a web
Cinven está prestes a adquirir os
liestireno (PS) no país. O serviço de e- abrigue 80% de nossos negócios já
negócios da Klöckner-Werke AG,
commerce, nomeado Contato Imedia- em 2002”, afirma Marcelo Calil Bian-
braço alemão da Klöckner Penta-
to, é o primeiro totalmente automatiza- chi, diretor comercial da Innova. Os
plast America, um dos maiores
do na seara do B2B petroquímico na- investimentos na empreitada chegam
produtores mundiais de filmes
cional, o que é garantido pelo uso de a 6,5 milhões de dólares.
plásticos rígidos. Caso seja apro-
avançados softwares de Custo- www.innova.ind.br
vada pelos órgãos fiscalizadores, a
mer Relationship Management
transação será de US$ 827 milhões.
(CRM) e de Supply Chain Mana-
gement (SCM). Na prática, a Inno-
va será capaz de monitorar toda
FOTOS: DIVULGAÇÃO
DOS IRMÃOS
A Bacardi-Martini do Brasil rentes caminhos. são produzidos no Vale dos
CAMPANA investiu 1,2 milhão de dóla- A mudança mais visível Vinhedos, em Garibaldi
GANHA PRÊMIO res no reposicionamento da está no rótulo que integra a (RS), pela Casa Vinícola
DE DESIGN marca de vinhos Château nova estética do produto, De Lantier, divisão de vi-
Duvalier. idealizada pela Benchmark. nhos da Bacardi-Martini do
Os irmãos Campana aca-
O investimento no rejuve- A mais sutil está no próprio Brasil.
bam de ganhar mais um
nescimento da marca de vi- vinho, resultado das novas
prêmio. A embalagem
nho envolveu a realização tecnologias incorporadas Ficha técnica:
criada pela dupla para as
de diversas pesquisas de pela vinícola. Rótulos de papel couché
jóias da coleção Campana
mercado, onde a opinião do A campanha de comunica- impressos pela Mattavelli
da H.Stern conquistou o
consumidor foi determinan- ção, programada para ser Gráfica e Fotolito
Prêmio Incentivo ao De- te para as mudanças que veiculada no início de 2002, Design desenvolvido pela
sign do Museu da Casa acompanham o produto. O está nas mãos da agência Benchmark Design Total
Brasileira de São Paulo. trabalho demandou mais de de publicidade McCann- Garrafas de vidro da Saint
Feita em borracha trans- um ano, período em que fo- Erickson. Gobain
parente, o que permite ram experimentados dife- Os vinhos Château Duvalier
que a jóia seja vista antes
de a embalagem ser aber-
ta, a peça se destaca pela
originalidade da forma e
do material utilizado.
Cada uma é confecciona-
da à mão pela H.Stern em
um processo inteiramente
artesanal.
O prêmio faz parte do XV
Prêmio de Design do Mu-
seu da Casa Brasileira,
iniciativa instituída pela
Secretaria de Estado da
Cultura em 1986 e realiza-
da regularmente para pro- Futurismo para divulgar celular
mover o design nacional. A Tátil Design acaba de Outra solução de transi- custo mais baixo e de
A premiação foi no dia 13 desenvolver uma linha ção é a inclusão de pris- produção mais rápida”,
de novembro, data de
de materiais de ponto- mas e porta-folhetos. explica Frederico Gelli,
abertura da exposição
de-venda para a fabri- “Como a produção da es- um dos diretores da
das peças vencedoras.
cante de telefones celu- trutura permanente em Tátil. A própria agência
lares Nokia. Uma ampla acrílico é mais demora- confecciona as peças
pesquisa foi realizada da, bolamos uma linha criadas, em seu parque
em lojas, para balizar a alternativa provisória de gráfico exclusivo.
criação das peças, que
procuram passar con-
ceitos modernos e futu-
ristas. Uma estrutura
permanente acompanha
o design da marca, com
variações apenas na
parte gráfica.
Almanaque
The lady is a vamp Uma suave
Fazer produtos de qualidade e que imagem de uma mulher jovem e
facilitem a vida das pessoas é um em dia com seu tempo, a “White
salva de canhão
dos segredos do sucesso da gigan- Lady”. Comparada à sua ingênua Criado em 1953 para come-
te alemã Henkel, que este ano co- ancestral, a lady pode ser classifi- morar a coroação da rainha
memora seu 125º aniversário. O cada como uma verdadeira vamp. Elisabeth II da Inglaterra, o
fundador da empresa, Royal Salute Whisky já nas-
Fritz Henkel, iniciou a ceu como uma mistura dos
história do conglomera- melhores uísques produzidos
do em 1876, na cidade
na Escócia. Seu nome surgiu
de Aachen, com a fábri-
da celebração com salva de
ca de detergentes Hen-
21 tiros de canhão dispara-
kel & Cia., que dois
anos depois mudaria dos em homenagem a reis e
para Düsseldorf. Um de seus mais estadistas do Reino Unido.
bem sucedidos produtos, o deter- Sua embalagem de porcela-
gente Persil, que revolucionou a na, verdadeira peça de cole-
lavagem de roupa e permanece até ção, e sua alta qualidade fa-
hoje como uma das mais impor- zem dele um uísque de luxo,
tantes marcas alemãs, foi lançado respeitado e apreciado por
em 1907. Desde então, a publici- conhecedores no mundo in-
dade do produto se caracteriza pela teiro. Esses sabem que ape-
sar da inspiração para o
Brasil acima de tudo
Ao contrário do que infor-
nome, o Royal Salute não
deixa ruído na cabeça, como
mamos na edição passada,
o vermute Amanti é pro- RESERVE SEU ALMANAQUE ocorre com os legítimos
duzido desde o início do Leitura agradá- scotches. Sabem, também, de
século XX pela Fábrica de
vel! Fatos não uma coisa que a maioria dos
Bebidas Cyrilla (e não
Amanti), de Santa Maria,
muito conhecidos mortais ignora: o Royal Sa-
no Rio Grande do Sul. do mundo da em- lute é um Chivas Regall de
No rótulo da bebida, o balagem! alta estirpe, uma espécie de
nome da fábrica ganhou
Atendendo a pe- uísque com título de sir.
destaque duirante a
Segunda Guerra Mundial,
didos de muitos
substituindo a expressão leitores que não
“Fabricado segundo o têm a coleção
sistema de Torino” , uma completa da revista, estamos prepa-
referência à cidade italiana. rando uma EDIÇÃO ESPECIAL do
ALMANAQUE EMBALAGEMMARCA, com
a reprodução de várias páginas com
esse título publicadas regularmente
todos os meses, desde que foi lançada
esta publicação, em junho de 1999.
PORQUE É IMPORTANTE
RECICLAR EMBALAGENS
A industrialização trouxe enormes benefícios para a humanidade. Basta olhar ao
nosso redor para ver a quantidade de máquinas e artigos colocados à disposição
do nosso conforto e da nossa saúde.
Esse índice precisa ser melhorado, e você pode ajudar – ajudando ao mesmo
tempo a preservar a Natureza. Para estimular mais ainda a sua boa vontade, a
Abividro publica nas páginas seguintes aquele que é considerado o primeiro mani-
festo ecológico de que se tem notícia. Trata-se da carta de um chefe indígena aos
presidente dos Estados Unidos em 1855. Ela contém ensinamentos preciosos.
Emoldure-a e pendure num local visível, para que outras pessoas possam ler.
O PRIMEIRO MANIFESTO E
Carta do chefe indígena Seattle ao ex-presi- não é apenas água, mas o sangue de nossos
dente dos Estados Unidos Franklin Pearce, ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de
em 1855, em resposta à intenção do governo vos lembrar que ela é sagrada, e deveis lem-
de comprar as terras indígenas. O chefe Seat- brar a vossos filhos que ela é sagrada, e que
tle liderou os índios Duwanish, que viveram qualquer reflexo espectral sobre a superfície
onde fica hoje parte do Estado de Washing- dos lagos evoca eventos e fases da vida de meu
ton. No documento, o chefe indígena avalia a povo.
possibilidade de transferir suas tribos para Levam as nossas canoas e alimentam nossas
uma reserva, cedendo suas terras ao homem crianças. Se vendermos nossa terra a vós, de-
branco. veis vos lembrar e ensinar a vossas crianças
que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos
"Como podeis comprar ou vender o céu, a te- também, e deveis a partir de então dispensar
pidez do chão? A idéia não tem sentido para aos rios a mesma espécie de afeição que dis-
nós. Se não possuímos o frescor do ar ou o pensais a um irmão.
brilho da água, como podeis querer comprá- Nós sabemos que o homem branco não enten-
los? de nosso modo de ser. Para ele um pedaço de
Qualquer parte desta terra é sagrada para o terra não se distingue de outro qualquer, pois
meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qual- é um estranho que vem de noite e rouba da
quer praia, a neblina dos bosques sombrios, o terra tudo de que precisa. A terra não é irmã,
brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado mas sua inimiga; depois que a submete a si,
na memória e na experiência de meu povo. A que a conquista, ele vai embora, à procura de
seiva que percorre o interior das árvores leva outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de
em si as memórias do homem vermelho. seus pais e não se importa. Seqüestra os filhos
Os mortos do homem branco esquecem a terra da terra e não se importa. A cova de seus pais
de seu nascimento quando vão pervagar entre é a herança de seus filhos, ele os esquece. Tra-
as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem ta a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu,
esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do como coisas a serem compradas ou roubadas,
homem vermelho. como se fossem peles de carneiro ou brilhan-
As flores perfumosas são nossas irmãs; os ga- tes contas sem valor.
mos, os cavalos, a majestosa águia, todos são Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás
nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância de si só desertos.
dos bosques, a energia vital do pônei e o ho- Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é
mem, tudo pertence a uma só família. completamente diferente do vosso. A visão de
Assim, quando o Grande Chefe em Washing- vossas cidades faz doer os olhos do homem
ton manda dizer que deseja comprar nossas vermelho. Talvez seja porque o homem ver-
terras, ele está pedindo muito de nós. O Gran- melho é um selvagem e como tal nada possa
de Chefe manda dizer que nos reservará um compreender.
sítio onde possamos viver confortavelmente Nas cidades do homem branco não há um só
por nós mesmos. Ele será pai e nós seremos lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar
seus filhos. Se é assim, vamos considerar sua onde ouvir o farfalhar das folhas na primave-
proposta sobre a compra de nossa terra. Mas ra, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja
tal compra não será fácil, já que esta terra é porque sou um selvagem e não possa com-
sagrada para nós. preender.
A límpida água que percorre os regatos e rios E que vida é essa onde o homem não pode ou-
ABIVIDRO 14/11/01 19:12 Page 28
O ECOLÓGICO DA HISTÓRIA
vir o pio solitário da coruja ou o coaxar das espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos
rãs à margem dos charcos à noite? O índio nossos: que a terra é a nossa mãe. Quando o
prefere o suave sussurrar do vento esfrolando homem cospe sobre a terra está cuspindo so-
a superfície das águas do lago, ou a fragrân- bre si mesmo.
cia da brisa purificada pela chuva do meio- De uma coisa temos certeza: a terra não per-
dia ou aromatizada pelo perfume das pinhas. tence ao homem branco; o homem branco é
O ar é precioso para o homem vermelho, pois que pertence à terra. Disso temos certeza.
dele todos se alimentam. Os animais, as árvo- Todas as coisas estão relacionadas como o
res, o homem, todos respiram o mesmo ar. O sangue que une uma família. Tudo está asso-
homem branco parece não se importar com o ciado.
ar que respira. Como um cadáver em decom- O homem não tece a teia da vida; é antes um
posição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas de seus fios. O que quer que faça a essa teia
se vos vendermos nossa terra, deveis vos lem- faz a si próprio.
brar que o ar é precioso para nós, que o ar Mesmo o homem branco, a quem Deus acom-
insufla seu espírito em todas as coisas que panha, e com quem conversa como amigo,
dele vivem. O ar que nossos avós inspiraram não pode fugir a esse destino comum. Talvez,
ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes rece- apesar de tudo, sejamos todos irmãos. Nós o
beu o último suspiro. veremos. De uma coisa sabemos -- e que tal-
Se vendermos nossa terra a vós, deveis con- vez o homem branco venha a descobrir um
servá-la à parte, como sagrada, como um lu- dia: nosso Deus é o mesmo Deus. Podeis pen-
gar onde mesmo um homem branco possa ir sar hoje que somente vós o possuís, como de-
sorver a brisa aromatizada pelas flores dos sejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o
bosques. Deus do homem e sua compaixão é igual tanto
Assim consideraremos vossa proposta de para o homem branco, quanto para o homem
comprar nossa terra. Se nos decidirmos acei- vermelho. Esta terra é querida d’Ele, e ofen-
tá-la, farei uma condição: o homem branco der a terra é insultar o seu Criador. Os bran-
terá de tratar os animais desta terra como se cos também passarão; talvez mais cedo do
fossem seus irmãos. que todas as outras tribos.
Sou um selvagem e não compreendo outro Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis
modo. numa noite no meio de vossos próprios excre-
Tenho visto milhares de búfalos apodrecerem mentos. Mas no vosso parecer, brilhareis
nas pradarias, deixados pelo homem branco alto, iluminados pela força do Deus que vos
que neles atira de um trem em movimento. trouxe a esta terra e por algum favor especial
Sou um selvagem e não compreendo como o vos outorgou domínio sobre ela e sobre o ho-
fumegante cavalo de ferro possa ser mais im- mem vermelho. Este destino é um mistério
portante que o búfalo, que nós caçamos ape- para nós, pois não compreendemos como será
nas para nos mantermos vivos. no dia em que o último búfalo for dizimado,
Que será do homem sem os animais? Se todos os cavalos selvagens domesticados, os secretos
os animais desaparecessem, o homem morre- recantos das florestas invadidos pelo odor do
ria de solidão espiritual. Porque tudo que suor de muitos homens e a visão das brilhan-
aconteça aos animais pode afetar os homens. tes colinas bloqueada por fios falantes. Onde
Tudo está relacionado. está o matagal? Desapareceu. Onde está a
Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles águia? Desapareceu. O fim do viver e o início
que ela é rica pela vida dos seres de todas as do sobreviver.
Recicle sempre
embalagem de vidro