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Kleyrrerison Leal MADEIRA (1); Leanne Silva de SOUSA (2); Thiciane Maria N. FREITAS
(3) Simone Cunha BARBOSA (4) Mariane Cruz C. AYRES(5)
(1) Aluno do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, Praça da Liberdade, 1597 Centro
Norte, CEP 64000-040, Teresina-PI, e-mail: kleyleal@gmail.com
(2) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail: leannesilva19@hotmail.com
(3) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí – IFPI, e-mail: thicy.freitas@gmail.com
(4) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail:
simonequimica22@hotmail.com
(5) Profª MSc. do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail: marianecca@gmail.com
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade que se propõe a atender a um público ao qual foi
negado o direito à educação durante a infância e/ou adolescência pela oferta irregular de vagas, trabalho ou
questões pessoais. Quando alunos dessa modalidade chegam para freqüentar a disciplina de Química, são
freqüentes manifestações de insegurança, receio e uma imagem negativa da química, uma vez que a
associam com situações de acidentes ambientais, substâncias artificiais e prejudiciais à saúde alegando suas
dificuldades na compreensão dos conceitos químicos. Este trabalho se insere no âmbito das pesquisas ao qual
se alicerçou nos pressupostos teóricos de autores que se dedicam aos estudos sobre a EJA e Ensino de
Química. A metodologia fundamentou-se na participação dos estudantes de turmas de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) da Unidade Escolar Sigefredo Pacheco, em Teresina - PI. Os instrumentos utilizados para
coleta de dados foram questionários e entrevista semi-estruturada. Dentre os resultados obtidos, verifica-se
que a maioria dos alunos da EJA recebe a educação apenas como transmissão de conteúdos prontos e
estanques que geram um conhecimento abstrato, e desvinculado do cotidiano do educando e a atual
valorização do conhecimento da química torna-se indispensável à formação de cidadãos críticos. Assim,
deve-se repensar no contexto do processo de ensino-aprendizagem afim que o conhecimento seja concreto e
próximo da realidade do aluno.
Palavras-chave: Educação, EJA, Ensino de Química
1. INTRODUÇÃO
Torna-se cada dia mais indispensável o ensino científico destinado a formar cidadãos, para que
tenham informações suficientes a fim de acompanhar os progressos da ciência e o impacto das
novas tecnologias sobre sua vida diária, avaliando-os de forma crítica. Faz-se necessário que o
desenvolvimento dos conteúdos, sejam orientados por uma prática integrada, isto é, trabalhar
química como um campo de conhecimento, que se preocupa em explicar e entender os diferentes
fenômenos que ocorram na natureza, de forma a possibilitar a compreensão de que, no planeta em
que vivemos, tudo está interligado e que o homem faz parte desta natureza assim como os outros
seres.
O educador da EJA não poderá utilizar somente transmissão de conteúdos prontos e estanques, pois
estes geram um conhecimento abstrato pouco prático e desvinculado da vivência e dos problemas
sociais do educando. A relação de conteúdos deverá ter uma visão integrada com o cotidiano dos
alunos, dando significado aos conceitos, explicando fatos e objetos que lhe são próximos, o que
aumenta a curiosidade e incentiva a aprendizagem cientifica. A apropriação pelo educando, desta
cultura científica básica deve oportunizar a formação de um indivíduo com capacidade de entender
as limitações da atuação do homem sobre a natureza e favorecer o desenvolvimento de um
raciocínio capaz de prever alternativas satisfatórias para o bom aproveitamento dos recursos
naturais.
É fundamental desenvolver atividades que despertem a observação, estimulem o espírito crítico e
promovam o conhecimento do Jovem e Adulto, incorporando as práticas coletivas associando-as
aos saberes populares. Essa abordagem situa o educando como centro do processo de
aprendizagem, dando respostas significativas ao seu viver.
A Educação de Jovens e Adultos é o resultado do empenho coletivo entre os educadores em
organizar ações que, respeitem os diferentes níveis de conhecimento dos educandos e experiências
de vida como seres humanos e trabalhadores, buscando sua interação com o meio sociocultural,
oportunizando-se experiências educativas que incentivem o gosto pelo conhecimento. É preciso que
a química seja percebida como algo útil e significativo e isso ocorrerá na medida em que o educador
mantiver uma relação recíproca dos conhecimentos científicos com o mundo atual e vivido pelos
alunos.
Nesse contexto, o educador, não pode limitar-se à condição de simples transmissor de
conhecimentos presentes em programas, muitas vezes, fora da realidade de atuação. Este deve
constituir-se como mediador do processo de ensino-aprendizagem, desencadeando um programa de
ensino, partindo das vivências de seus alunos, possibilitando que os mesmos criem e aperfeiçoem
instrumentos práticos e teóricos específicos da química, permitindo-lhes o inicio da compreensão do
fato químico ligando a natureza e a ação humana específica e que possam participar ativamente do
contexto cultural a que estão inseridos.
Nessa perspectiva, temos que a relevância da presente pesquisa foi analisar e subsidiar reflexões
sobre a trajetória escolar desses jovens, na busca por elementos que contribuam para o
entendimento da interação deles com a disciplina de Química no seu espaço escolar e se a mesma
possibilita uma leitura crítica de mundo.
14% 17 a 24 anos
25 a 23 anos
18%
34 a 42 anos
54%
43 a 63 anos
14%
12%
Sim
Não
88%
Questionou-se também aos jovens se eles exigem do professor, além dos saberes disciplinares,
práticas educativas que aproveitem a sua bagagem cultural e sobre a experiência acumulada na
disciplina de química, sendo que 77% responderam que sim e 33% que não. Segundo a fala dos
jovens, o ideal é que essa modalidade responda às suas necessidades, estabelecendo uma relação
entre os conteúdos trabalhados e o uso que farão deles posteriormente. O papel do educador é fazer
a ponte entre os saberes desorganizados da turma e o conhecimento científico estabelecido. Dentre
as atividades (metodologia/recursos) que permitem os alunos associar a química com o seu
cotidiano, destacaram-se mais os assuntos de substâncias e misturas, soluções, funções inorgânicas
e termoquímica.
30%
Sim
Não
70%
Sim
65% Não
Não Opinaram
29%
6%
REFERÊNCIAS
GENTILE, P. Educação de jovens e adultos. Revista Nova Escola on-line, n.167, nov. 2003.
RIBEIRO, Vera Maria Masagão. Alfabetismo e atitudes: pesquisa com jovens e adultos.
Campinas: Papirus; São Paulo : Ação Educativa, 1999, 255p.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os alunos da Unidade Escolar Sigefredo Pacheco, que participaram do projeto.
APÊNDICE
QUESTIONÁRIO APLICADO AO ALUNO DA EJA
“UNIDADE ESCOLAR SIGEFREDO PACHECO”
ALUNO (A):______________________________________________________
IDADE:___________________________________________________________
SÉRIE:___________________________________________________________
NIVEL DE ESCOLARIDADE________________________________________
1. Você acha importante estudar Química para sua formação pessoal e profissional? Justifique.
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2. Você exige do professor, além dos saberes disciplinares, práticas educativas que aproveitem a sua
bagagem cultural e sobre a experiência acumulada na disciplina de química? Justifique.
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4. Os alunos possuem materiais didáticos adequados para a faixa etária, conteúdos com
significados, metodologias apropriadas e professores de Química preparados para trabalhar com
pessoas que possuem idades e rotinas diferenciadas? Por que?
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