O documento discute patologias comuns em revestimentos de argamassa inorgânica, listando causas como: 1) preparo inadequado da base, como presença de agentes desmoldantes ou pó; 2) falhas na execução, como molhagem deficiente ou aplicação de camadas com resistências inadequadas; 3) uso de materiais impróprios ou estocados de forma incorreta.
O documento discute patologias comuns em revestimentos de argamassa inorgânica, listando causas como: 1) preparo inadequado da base, como presença de agentes desmoldantes ou pó; 2) falhas na execução, como molhagem deficiente ou aplicação de camadas com resistências inadequadas; 3) uso de materiais impróprios ou estocados de forma incorreta.
O documento discute patologias comuns em revestimentos de argamassa inorgânica, listando causas como: 1) preparo inadequado da base, como presença de agentes desmoldantes ou pó; 2) falhas na execução, como molhagem deficiente ou aplicação de camadas com resistências inadequadas; 3) uso de materiais impróprios ou estocados de forma incorreta.
PATOLOGIA EM REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA INORGNICA BAUER, Roberto Jos Falco Eng. Civil, Diretor Tcnico do Centro Tecnolgico L.A. Falco Bauer e Professor Coordenador do Curso Fundamentos Tecnolgicos sobre Concreto e Ao pelo convnio L.A. Falco Bauer/SENAI. Rua Aquinos, 111, gua Branca, CEP 05036-070, So Paulo, SP.
PALAVRAS-CHAVE: Revestimentos de Argamassa, Patologias KEY-WORDS: Mortars, rendering, degradation. RESUMO Com grande frequncia o Centro Tecnolgico Falco Bauer tem sido solicitado para o diagnstico de anomalias em revestimentos de argamassa. As causas mais comuns so a inexistncia de projeto, desconhecimento das caractersticas dos materiais empregados e utilizao de materiais inadequados, erros de execuo (tanto no preparo da base, como por deficincia de mo-de-obra), desconhecimento ou no observncia de Normas Tcnicas e por falhas na manuteno. O trabalho resume os principais fatores causadores de patologia e fornece algumas recomendaes visando minimizar as anomalias. ABSTRACT Falco Bauers Technological Center has often been required to identify the failures in mortar covering. The most common reasons are: no project, not knowing the used materials, and the use of not adequate materials, execution failure in the preparing of the substract resulting from working deficiency and not knowing, or not using technical rules, and maintaining problems. PATOLOGIA EM REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA INORGNICA Manuteno, recuperao, restauro e patologias Roberto Jos Falco Bauer Revestimentos de argamassas, patologias
320 This study shows the main reasons that cause the patology and give some advices about how to decrease the failures. 1. INTRODUO Por diversas vezes o Centro Tecnolgico Falco Bauer tem sido solicitado para analisar casos de anomalias em revestimentos. Em muitos casos as causas so vrias, porm em um determinado momento, uma delas, embora de pequena importncia isoladamente, se torna preponderante e, atuando no limite, ocasiona o caso patolgico. Este trabalho tem por objetivo transferir parte da experincia obtida na observao de inmeros casos patolgicos relacionados a revestimentos de argamassa inorgnica, fornecendo os principais fatores geradores de anomalias. A anlise baseou-se na sintomatologia aparente, para facilitar o conhecimento das causas geradoras. 2. FALHAS EM REVESTIMENTOS 2.1 Descolamentos Os descolamentos ocorrem de modo a separar uma ou mais camadas dos revestimentos de argamassa e apresentam extenso varivel, desde reas restritas at dimenses que abrangem a totalidade de uma alvenaria. Podem se manifestar com empolamento, em placas, ou com pulverulncia.
2.1.1 Descolamento por empolamento Vrios meses aps a concluso da obra ocorrem expanses na argamassa endurecida devido a hidratao posterior de xidos.
Causas:
- cal parcialmente hidratada; - cal contendo xido de magnsio.
321 2.1.2 Descolamento em placas Deficincia de aderncia entre camadas de argamassa ou das mesmas com a base.
Causas:
- preparao inadequada da base de concreto (presena de agente desmoldante, presena de p e resduos); - molhagem deficiente da base, comprometendo a hidratao do cimento da argamassa; - ausncia de chapisco em certos casos; - chapisco preparado com areia fina; - argamassa em espessura excessiva (NBR 7200); - argamassas ricas em cimento; - acabamento superficial inadequado de camada intermediria; - aplicao de camadas de argamassas com resistncia inadequadas interpostas (a resistncia deve ser reduzida da base para o material de acabamento, NBR 7200).
2.1.3 Descolamento com pulverulncia ou argamassa frivel Os sinais de pulverulncia mais observados so a desagregao e consequente esfarelamento da argamassa ao ser pressionada manualmente.
Causas:
- pintura executada antes de ocorrer a carbonatao da cal da argamassa; - emprego de adies substitutas da cal hidratada, sem propriedades de aglomerante; - hidratao inadequada da frao cimento da argamassa; - argamassa mau proporcionada (pobre em aglomerantes); - argamassa utilizada aps prazo de utilizao (tempo de pega do cimento);
322 - tempo de estocagem ou estocagem inadequada, comprometendo a qualidade da argamassa; - emprego de argamassa contendo cimento e adio de gesso (reao expansiva pela formao de etringita).
2.2 Vesculas Materiais dispersos na argamassa que manifestam posterior variao volumtrica, gerando vesculas no revestimento.
Causas:
- pedras de cal parcialmente extintas; - matria orgnica contida na areia; - torres de argila dispersos na argamassa; - impurezas tais como: pirita, torres ferruginosas. - contaminao de areia durante estocagem (arame recozido, serragem, etc).
2.3 Fissuras Nas argamassas de revestimento a incidncia de fissuras, sem que haja movimentao ou fissurao da base (estrutura de concreto ou alvenaria), ocorre geralmente devido a fatores relativos execuo do revestimento argamassado, solicitaes higrotrmicas, e principalmente por retrao hidrulica da argamassa. A fissurao funo de fatores intrnsecos, como o consumo de cimento, o teor de finos, quantidade de gua de amassamento, e de outros fatores que podem ou no contribuir na fissurao, como a resistncia de aderncia base, o nmero e espessura das camadas, o intervalo de tempo decorrido entre a aplicao das camadas, a perda de gua de amassamento por suco da base ou pela ao de agentes atmosfricos.
323 Causas:
Argamassa de revestimento
- consumo elevado de cimento; - teor de finos elevado; - consumo elevado de gua de amassamento; - nmero e espessura de camadas; - argamassa com baixa reteno de gua; - cura deficiente - falta de cura; - aplicao de camadas de argamassas com resistncias inadequadas interpostas (a resistncia deve ser reduzida da base para o material de acabamento - NBR 7200).
Cobrimento deficiente do concreto
- corroso da armadura (NBR 6118)
Deficincia de encunhamento da alvenaria blocos de concreto
- no curados; - resistncia inferior especificada; - dimenses fora da tolerncia; tijolos macios
- com resistncia inferior, no permitindo encunhamento adequado, e consequentemente argamassa em excesso; - falta de chapisco no fundo das vigas; - chapisco preparado com areia fina;
324
encunhamento realizado antes do momento, devido a:
- argamassa de assentamento da alvenaria no ter retrado; - levantar a alvenaria de pelo menos dois andares superiores; - aplicao de cargas em lajes vizinhas alvenaria (lmina de terra em jardins, etc); - laterais de pilares sem amarrao ou executada de maneira deficiente (NBR 8545); - material de encunhamento sujeito retrao; - elevao da alvenaria em um nico lado, gerando no lado oposto excesso de argamassa no encontro alvenaria/pilar.
Deformao lenta do concreto
- uso de concretos com composies diferentes; - tipo de lanamento diferentes (convencional / bombeado);
Ausncia de verga e contra verga e cintas
Outros fatores laje em balano
- ferragem negativa deslocada; - encunhamento deve ser realizado do ltimo pavimento para o primeiro; - sobrecargas;
falta ou deficincia de isolamento trmico na laje de cobertura; recalque diferencial da estrutura; execuo de revestimento contnuo sobre junta de dilatao da estrutura; platibanda com nmero insuficiente ou sem pilaretes e cinta de amarrao;
interfaces por instalaes executadas posteriormente ao revestimento (golpes na laje ou alvenaria).
325 2.4 Eflorescncias So depsitos salinos, principalmente alcalinos e alcalinos terrosos, na superfcie de alvenarias ou revestimentos, provenientes da migrao de sais solveis presentes nos materiais ou componentes da alvenaria.
Trs fatores devem existir concomitantemente para que ocorram as eflorescncias:
1 - sais solveis existentes nos materiais ou componentes; 2 - presena de gua para solubiliz-los; 3 - presso hidrosttica para que a soluo migre para a superfcie.
Consta do quadro a seguir os sais mais comuns em eflorescncias, fontes provveis de seu aparecimento e sua solubilidade em gua.
Natureza qumica das eflorescncias
Composio Qumica Fonte Provvel Solubilidade em gua Carbonato de Clcio Carbonatao de cal lixiviada da argamassa ou concreto e de argamassa de cal no carbonatada Pouco solvel Carbonato de Magnsio Carbonatao de cal lixiviada de argamassa de cal no carbonatada Pouco solvel Carbonato de Potssio Carbonatao dos hidrxidos alcalinos de cimentos com elevado teor de lcalis Muito solvel Carbonato de Sdio Carbonatao dos hidrxidos alcalinos de cimentos com elevado teor de lcalis Muito solvel Hidrxido de Clcio Cal liberada na hidratao do cimento Solvel Sulfato de Clcio Desidratado Hidratao do sulfato de clcio do tijolo Parcialmente solvel Sulfato de Magnsio Tijolo, gua de amassamento Solvel Sulfato de Clcio Tijolo, gua de amassamento Parcialmente solvel
Composio Qumica Fonte Provvel Solubilidade em gua Sulfato de Potssio Reao tijolo-cimento, agregados, gua de amassamento Muito solvel
326 Sulfato de Sdio Reao tijolo-cimento, agregados, gua de amassamento Muito solvel Cloreto de Clcio Limpeza com cido muritico gua de amassamento Muito solvel Cloreto de Magnsio gua de amassamento Muito solvel Nitrato de Potssio Solo adubado ou contaminado Muito solvel Nitrato de Sdio Solo adubado ou contaminado Muito solvel Nitrato de Amnia Solo adubado ou contaminado Muito solvel Cloreto de Alumnio Limpeza com cido muritico Solvel Cloreto de Ferro Limpeza com cido muritico Solvel
2.5 Falhas relacionadas umidade Entre as manifestaes mais comuns referentes aos problemas de umidade em edificaes encontram-se as manchas de umidade, corroso, bolor, fungos, algas, eflorescncias, descolamentos de revestimentos, friabilidade de argamassas por dissoluo de compostos com propriedades cimentceas, fissuras e mudanas de colorao/tonalidade de revestimentos.
H uma srie de mecanismos que podem gerar umidade nos materiais de construo, os quais relacionamo s a seguir.
- Absoro capilar de gua
Ocorre geralmente nas fachadas e em regies que se encontram em contato com o terreno e sem impermeabilizao. A gua transportada pelos capilares, e caso no seja eliminada por ventilao, ser transportada paulatinamente para cima, atravs do sistema capilar. Este o mecanismo tpico de umidade ascendente.
Adotar impermeabilizao horizontal, e se necessrio vertical.
- Absoro de guas de infiltrao ou de fluxo superficial de gua.
Adotar impermeabilizao vertical, e se necessrio drenagem.
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- Formao de gua de condensao
Deve-se levar em considerao que a temperatura do ar e a temperatura das paredes de uma edificao podem ser diferentes. Especialmente em platibandas e cantos dos edifcios, de acordo com a proteo trmica existente, ocorrer uma baixa considervel da temperatura, podendo de acordo com a umidade relativa do ar e a temperatura nos cantos da parede ou da platibanda ocorrer a condensao de gua.
Nestes casos deve-se consultar um especialista, visando melhorar a proteo trmica da parede da edificao.
Caso ocorra condensao no interior da edificao, dever ser melhorada a ventilao do ambiente.
- Absoro higroscpica de gua e condensao capilar.
Um ambiente com umidade relativa em torno de 70%, por exemplo, produz nos materiais de construo uma quantidade de umidade por condensao capilar, este valor se denomina umidade de equilbrio, normalmente nos materiais no so encontrados teores de umidade menores que a umidade de equilbrio. A absoro higroscpica da umidade desempenha papel importante nas partes da edificao que se apresentam salinizados por umidade ascendente.
Os locais subterrneos e o trreo so os mais afetados por este fenmeno.
Faz-se necessrio conhecer exatamente os mecanismos individuais de umedecimento, ou seja, as causas das anomalias, para poder elimin-los eficazmente.
Por exemplo, em edificaes antigas, uma vez no passado a causa geradora pode ter sido a umidade ascendente na parede, porm hoje o fator determinante pode ser a absoro higroscpica de umidade.
328 2.6 Contaminao Atmosfrica Nas mdias e grandes cidades muito comum o recobrimento dos revestimentos externos de edificaes por p, fuligem e partculas contaminantes.
A adeso das partculas pode ocorrer desde um meio apoio sobre a microplataforma, e neste caso a partcula pode ser facilmente varrida por um simples vento, at uma verdadeira aglutinao que pode tornar impossvel sua eliminao a no ser exclusivamente por meios de limpeza mecnica.
- Fatores que influenciam o manchamento
- vento; - chuva direta; - chuva escorrida; - temperatura; - porosidade do material de revestimento; - textura superficial; - formas da fachada; - cor dos materiais.
2.7 Contaminao ambiental por substncias agressivas As substncias agressivas se dividem genericamente em dois grupos: salinos e gasosos.
Os sais so incorporados ao material junto com a gua absorvida por capilaridade, e os gasosos podem penetrar dissolvidos na gua de chuva ou na forma de gases por difuso.
Os danos decorrentes de absoro de gua e substncias agressivas so agrupados em corroso mecnica, corroso qumica e perda do isolamento trmico por umedecimento. 3. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Execuo de alvenaria sem funo estrutural de tijolos macios e blocos cermicos - NBR 8545/1983.
____Execuo e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto - NBR 8798/1984.
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____Eflorescncias. Construo, Editora Pini, So Paulo, n 2270, p. 31 - 32, 12/ago/91.
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____Falhas em Revestimento - Parte II. Construo, Editora Pini, So Paulo, n 2250, p. 23-24, 25/mar/1991.
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