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Carlos Angelo

*GUERRA BIOLÓGICA*
Manual de Auto-imunização

EDIÇÃO ATUALIZADA EM JANEIRO DE 2009.

Este original deve ser divulgado, entre todos os povos,


respeitadas as leis de direitos autorais.
Edição especial em 2008.

Associação Cultural Espectro – Teatro de Arte


Departamento de Projetos Ambientais Urbanos
Qualquer sugestão favor entrar em contato com o autor.
bangelosilva@hotmail.com

Publicação da & Editorial

ISBN 85-88605-02-5

2
AGRADECIMENTOS

Fernando Jorge
Mestre e incentivador desta obra;

Maria José Cláudio da Silva


Companheira de todos os momentos;

GRUPO DE TRABALHO
(voluntários)

- Auri Correia Lima


- Edméa Helena de Oliveira
- Gilson Barreto
- Jorge Paiva Campos
- Letícia Wendy
- Luiz Gonzaga de Oliveira
- Marcos José da Silva
- Sérgio Lagoa

3
QUEM COLABOROU COM
ESTE TRABALHO
O conteúdo desta publicação foi elaborado com a
participação de inúmeras pessoas, instituições e entidades,
dentre as quais destacamos:
- Conselho Coordenador de Sociedade Amigos de
Bairros, Vilas e Cidades do Estado de São Paulo;
- Engenheiro Nilton de Moraes (IBAMA);
- Arquiteta Anki M. J. Langermans (FEI);
- Professor Alberto Pacheco (USP e Sec. Verde e Meio
Ambiente da cidade de São Paulo);
- Professor Leziro Marques Silva (Universidade São
Judas e CETESB);
- Professor Luiz Gonzaga de Oliveira (Pres. ABRACE);
- Professor Jorge Paiva Campos (UNICAMP e Univ.
Camilo Castelo Branco);
- Engenheiros e Técnicos de diversas indústrias;
- Trabalhadores de diversos cemitérios;
- Mais de 5.800 Estudantes de 283 escolas do 2º Grau e
de diversas Universidades (elaboraram trabalhos em
feiras de ciências – colhendo material e fotografando
diversos cemitérios);
- Dirigentes comunitários de 4.810 associações de
moradores;
- Elencos de diversos espetáculos do Grupo Espectro –
teatro de arte (integrado por estudantes e profissionais
de diversas áreas).

4
SUMÁRIO

0 A Quem se Destina esta Obra 06


1
0 Pequena introdução 09
2
0 Carlos Angelo – quem é o autor 13
3
0 Vida após a morte 19
4
0 Retrospectiva necessária 23
5
0 Culto aos mortos através dos tempos 25
6
0 A Estética da Morte 33
7
0 Contaminação ambiental por cemitérios 39
8
0 Cemitérios denunciados no século XIX 40
9
1 Espectro quer fechamento de cemitérios 41
0
1 Cidade de São Paulo 42
1
1 . Atenção para o perigo 45
2
1 Histórico sobre o necro-chorume 48
3
1 Doenças e mortes 51
4
5
1 Varíola 55
5
1 Necrófagos 59
6
1 Tragédia anunciada poderá ser evitada 62
7
1 De quem é a responsabilidade? 64
8
1 Os caminhos percorridos 65
9
2 Apoio Legislativo 68
0
2 Os problemas podem ser solucionados 70
1
2 Nossa grande descoberta: o ISOPOR 72
2
2 Conclusões 76
3
2 Diálogos 81
4
2 ANEXOS 109
5
2 Glossário 112
6
2 Bibliografia 114
7
2 Meditação 115
8
A QUEM SE DESTINA ESTA OBRA
“A morte é niveladora, iguala a todos os viventes”
Adágio Popular

6
Sabemos que a guerra biológica é inevitável.
O conhecimento adquirido na leitura deste livro
poderá fazer de você um dos sobreviventes. Esta
possibilidade agora só depende de você.
Fizemos este manual para promover a união de todas
as suas moléculas, criando um poderoso exército para
cuidar de sua segurança.
O estilo literário utilizado é ficcional, em alguns
casos, e realista em outros, ficando a interpretação dos
fatos a critério de cada leitor.
Utilizando a linguagem teatral (jogos dramáticos),
você poderá dialogar com seus anticorpos, preparando
suas defesas orgânicas e criando um exército capaz de
defendê-lo quando for necessário.
Crie, após a leitura, seus próprios exercícios. Evite
medicamentos quando tiver sintomas de uma gripe,
ordenando aos seus anticorpos o ataque aos vírus
causadores de sua doença.
Conversando com seus anticorpos você vai
desenvolver esta relação com todos os elementos que
compõem seu corpo.
Trabalhe com cada uma das moléculas de seu corpo,
aprimorando sua inter-relação.
Assim, quando uma bactéria ou um vírus se
aproximar, seu corpo estará preparado para reagir ao
invasor, preservando sua integridade.
Com exercícios constantes será possível conseguir
um resultado positivo.
Inicie sempre os seus exercícios com um relaxamento
seguido por uma série respiratória.
7
Aprenda a reconhecer cada uma de suas células,
mantendo sempre um canal aberto, para dialogarem em
busca da harmonia, necessária, na evolução da vida.
Conseguindo o equilíbrio você estará protegido.
E para saber se já está protegido você deve submeter
seus anticorpos a testes constantes.
Aprenda a conviver com estes testes.

EXERCÍCIO SUGERIDO: reúna amigos para uma


leitura, em voz alta, de um capítulo deste livro, debatendo
o conteúdo e fazendo uma relação com conhecimentos de
outras fontes.
Se possível faça intervalos semanais entre cada
reunião. Ao concluir todos os capítulos escolha um para
ler e debater novamente, avaliando e colocando em
prática seus novos conhecimentos.
Se não for possível reunir outras pessoas, crie seu
grupo pessoal reunindo seus corpos (físico; mente e
espírito).
Um diálogo seu com você mesmo. Pode não ser o
ideal, mas será fundamental na preservação de sua vida
molecular.
Quando amadurecer esta relação, ampliando suas
possibilidades de equilibrar as relações entre seus corpos,
desenvolva exercícios utilizados por atores na preparação
de personagens.

Faça como se estivesse montando um seu espetáculo.


Cante, dance, declame, chore, grite desesperadamente e
encerre seu ciclo rindo, gargalhando muito.
Deite e relaxe seu corpo ouvindo uma música suave.
8
Medite sobre seu interior, suas moléculas, seu sangue
circulando suavemente, suas respirações compassadas,
calmas, tranqüilas, profundas.
Sinta o calor aumentando enquanto uma paz, uma
alegria infinita invade seu corpo, provocando
formigamento, um monumental êxtase!
Abandone sua fase de dependência infantil, rompa suas
limitações individuais e torne-se um ser social, assumindo
posições diante dos conflitos do seu grupo social, cultural
e comunitário.
Esta será sua grande defesa quando um foco
infeccioso se instalar em seu interior.
A mais poderosa arma para defendê-lo será sempre aquela
representada por seus anticorpos naturais.

Carlos Angelo

PEQUENA INTRODUÇÃO
“Os monumentos que se erigem nos cemitérios, à
memória dos mortos ilustres, destinam-se a mostrar à
posteridade como são duradouros... o granito, o
mármore e o bronze”.
D. Quixote
9
Em 1968 o “Gru...pô – Teatro Experimental”,
formado por alunos e professores de diversas escolas da
cidade de São Paulo, e coordenado por Carlos Ângelo,
iniciou um estudo sobre a degradação ambiental nas
grandes cidades, aliada ao processo degenerativo das suas
populações.
Para escapar da Censura da Polícia Federal, que
proibiu 13 textos, entre os 58 produzidos com a temática
de teatro social reivindicativo, foram utilizados diversos
recursos, e um deles era mudar o nome do grupo cada vez
que uma peça era proibida.
Assim tivemos, entre outros, os nomes de:
Grupo Independente de Teatro;
Equipe Purpley;
TEMA Teatro Experimental Mário de Andrade;
Spectro – Teatro Experimental;
TABA – Teatro de Artes Brasileiras Atual;
Grupo SACISMAT de Estudos Comunitários;
Espectro – Teatro de Arte e, atualmente,
Associação Cultural Espectro - Teatro de Arte.
Outro recurso era o de inserir alguma patriotada nos
espetáculos, amenizando a perseguição dos censores.
Também deu bons resultados sair do circuito
profissional de teatro.
Na condição de “amadores” o grupo elaborou cursos
de Iniciação ao Teatro e Oficinas Culturais, onde
novos integrantes colaboravam com propostas criativas
nos temas abordados.
Com as Oficinas foi possível mobilizar mais de 5.000
alunos, professores de mais de 500 escolas e líderes
10
comunitários de mais de 4.850 sociedades amigos de
bairros.
Este livro é uma pequena demonstração do conteúdo
relativo ao período em que o grupo estudou os cemitérios,
seguido de propostas concretas para mudanças na relação
dos vivos com os mortos e os impactos ambientais
produzidos pelo necro-chorume.
Antes de pesquisar os cemitérios o trabalho foi
direcionado para outros graves problemas na organização
dos espaços urbanos (lixões; esgotos; favelas; cortiços,
etc.).
Estas atividades ocuparam a atenção do grupo
durante muitos anos.
Cada tema foi debatido em todos os níveis e com
todos os segmentos da nossa sociedade.
As soluções apresentadas foram as mais criativas
possíveis.
Entretanto, alheio à vontade do grupo, muito pouco
se fez.
As iniciativas particulares, pessoais ou institucionais,
tiveram o mérito de ampliar o debate.
Muitos hoje conhecem detalhadamente os principais
problemas ambientais urbanos.

O GRUPO MULTIPLICOU-SE
Se fossemos enumerar as atividades estudadas por
alunos dos diversos grupos de teatro criados neste
período, dentro da visão de cada um, respeitadas as
procedências sociais, culturais e econômicas, veríamos
que o interesse sempre era voltado para as liberdades e os
direitos individuais.
11
Sendo assim os temas eram enfocados nas atividades
profissionais e relações familiares.
Nunca ninguém, de forma espontânea, abordou o
tema relativo a cemitérios.
Poderiam até descrever o ritual da morte dentro da fé
cristã.
Falar de cemitérios, e conseqüentemente de morte
causava incômodos em todos os sentidos.
Então nós falávamos de amizades, esportes,
natureza, escola, trabalho, família, forma de governo,
saúde, alimentação e, inevitavelmente, arte, cultura,
cinema, televisão, rádio e teatro.
E tudo o que dissemos e fizemos durante todos estes
anos de atividades foi importantíssimo.
Contrariando a lógica, foi, entretanto, estudando
cemitérios que constatamos a importância da vida.
A descoberta, maravilhosa em muitos aspectos,
tornou-se apavorantes em inúmeros outros.
Hoje sabemos como realizar uma guerra biológica,
com a provável exterminação de quase toda a
humanidade.
Bastaria, por exemplo, retirarmos 300 mililitros de
necro-chorume dos cadáveres vítimas de varíola,
sepultados no cemitério da Consolação, em São Paulo.
Colocarmos este líquido em um reservatório de água
utilizada para o consumo humano, para em pouco tempo
contaminarmos uma parcela da população, propagando
este vírus, que não tem nenhum medicamento para
controle e erradicação em lugar algum do planeta.

12
Uma vacina eficaz somente protegeria os que ainda
não estivessem contaminados (a vacina não produz
efeito em quem já contraiu e desenvolveu o vírus).
Qualquer um poderia retirar necro-chorume em
qualquer cemitério sem grandes dificuldades.
O resultado seria assombroso.
Você ficou chocado com esta possibilidade?
Pois a varíola já é conhecida e poderia ser combatida
e debelada antes do extermínio da raça humana.
Só que nos cemitérios estão presentes mais de 150
tipos de vírus que a ciência não saberia como reter,
controlar e erradicar.
O que nos apavora também é a atitude das pessoas
que ficam indignadas ao conhecer o nosso trabalho, mas
não movem uma palha no sentido de ajudar na
implementação de soluções.
Há 34 anos estamos alertando sobre a necessidade de
drásticas mudanças, nos aterros sanitários; favelas;
cortiços; lixões; esgotos e, principalmente, em cemitérios.

Prólogo da 1ª edição – em 2002.

13
CARLOS ANGELO
Pequena biografia do autor.

Nasceu em Lins, interior do Estado de São Paulo, em


15 de abril de 1947.
Com seis anos mudou-se para Getulina, indo morar
perto do cemitério da cidade, onde passava horas entre os
túmulos, olhando atentamente todos os acontecimentos.
Neste local, como outras crianças, teve seu
aprendizado em bolinação, sendo assediado por uma
menina com quase o dobro de sua idade.
Nesta cidade teve seu primeiro emprego, que era
levar marmita para os presos da cadeia pública, hoje
presídio feminino.
Neste emprego aprendeu a roubar com a polícia e a
ser honesto com um preso que havia matado todas as
pessoas de sua família.
Esta experiência fez com que crescesse com uma
dúvida: “por que a polícia estava do lado de fora das
grades?”
Filho de Demóstenes Angelo da Silva e Aparecida
Romão da Silva, com sete irmãs e nenhum irmão.
O seu pai tinha gosto pela aventura de morar pouco
tempo no mesmo lugar.
Cada vez que trocava de casa, trocava de profissão.
Em Getulina era garçom e em Londrina, para onde
mudaram em 1954, era frentista de um posto de gasolina e
depois motorista de ônibus.
A vida interiorana é fantástica em aventuras
espetaculares.

14
Se esta não fosse uma breve biografia, as peripécias
de sua adolescência possibilitariam a construção de um
texto com centenas de páginas.
Uma lembrança macabra é a de quando construiu um
cemitério para gatos, na Vila Guarujá, em Londrina.
Angelo prendia, julgava, condenava, executava e
fazia, em seu carro fúnebre, o transporte do felino até o
cemitério que ficava nas proximidades de um córrego.
Todas as crianças da vizinhança acompanhavam o
enterro, levando flores nas mãos e cantando hinos
religiosos.
O problema era quando anoitecia e ninguém queria
dormir com a luz apagada.
E se um gato miasse na escuridão, era uma choradeira
em todas as casas daquela vila de uma única rua, que
terminava na entrada do cemitério de gatos.
Ele sabia que, na manhã seguinte a cada enterro,
diversas mães, iriam à porta de sua casa, reclamando.
Evidentemente apanhava de seu pai, que ainda
quebrava seu carro funerário.
Mas era só aparecer outro gato e a “palhaçada” se
repetia.
Foi para a escola primária, tirou diploma em primeiro
lugar e ganhou uma bolsa de estudo para cursar o ginásio,
realizado no Instituto Filadélfia de Londrina.
Estreou em teatro, em maio de 1958, com o Grupo de
Teatro Universitário do Instituto Filadélfia – de Londrina
– PR, no papel de Pluft, do texto Pluft, o fantasminha de
Maria Clara Machado.

15
Em 1961 escreveu seu primeiro texto, montando com
amigos da vizinhança, atuando como ator, diretor,
cenógrafo, coreógrafo, figurinista, etc.
Depois, em 1964 chegou a São Paulo.
Uma das primeiras atividades foi à participação num
Grupo de Teatro de Estudantes do Ginásio Alfredo
Machado Pedrosa.
Mais tarde, em 1966, fundou seu próprio Grupo,
denominado: Gru...Pô! – Teatro Experimental.
No ano seguinte foi participar de um Curso de
Direção de Espetáculo – no SESC (Teatro Anchieta).
Dirigiu com estudantes a peça Pluft, o fantasminha,
sendo este o primeiro espetáculo do Grupo que deu
origem à Associação Cultural Espectro – Teatro de Arte.
O principal trabalho do Espectro tem sido o debate
sobre questões relacionadas ao contrato social.
Cursos de iniciação ao teatro, oficinas culturais,
seminários, palestras, festivais, mostras culturais etc., são
organizados para oferecer oportunidades de um contato
técnico eficiente para os principiantes, assim como uma
reciclagem para os que já estavam desenvolvendo uns
trabalhos profissionais em teatro.
Sua experiência profissional em dramaturgia inclui
textos traduzidos para diversos países.
França e Alemanha já produziram Insetos (texto que foi
proibido no Brasil em 1971).
Hoje estão registrados na SBAT – Sociedade
Brasileira de Autores Teatrais, seus mais importantes
textos.

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Dramas, tragédias, fábulas, comédias e diversos
textos sobre o Movimento de Teatro Social
Reivindicativo.
O Espectro montou, em 1974, Limites da Razão no
Pacto Social, para organizar na sociedade civil uma
consciência sobre a importância do voto direto.
Também participou da Campanha da Vida –
Mutirão Salva São Paulo, com o espetáculo: Momentos
Angustiantes – do nosso ar nada resta.
Com este trabalho solidificou-se, a partir de 1977, a
organização de grupos em defesa do meio ambiente
urbano.
Na Campanha das Diretas-Já foi preparado o
espetáculo: O Próximo Passo.
Após o início da redemocratização, o trabalho foi
direcionado para o público infantil.
Ao pesquisar sobre as questões ambientais, para
escrever o texto Momentos Angustiantes, apaixonou-se
pelo tema e passou a dedicar seu tempo para a realização
de um trabalho técnico sobre este assunto.
No primeiro momento a pesquisa indicava a
necessidade de se manterem intactas às florestas, além de
criar espaços verdes no ambiente urbano.
O amadurecimento fez com que este período fosse
lembrado como uma alegoria poética.
Os problemas foram surgindo numa proporção
inimaginável.
Assumindo o cargo de coordenador de atividades
ambientais urbanas, no Conselho Coordenador de
Sociedades Amigos do Estado de São Paulo, foi a mais de

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duzentos cemitérios de diversas cidades do Estado de São
Paulo conversar com os trabalhadores desses lugares.
Ângelo foi a diversos aterros sanitários, a lixões,
favelas, cortiço etc.
Á pesquisa ganhou força com a participação das
lideranças de sociedades amigos de bairros, estudantes e
professores.
Cada etapa desse trabalho era apresentada em
palestras, reuniões, espetáculos teatrais e em diversas
casas legislativas.
O primeiro projeto, em 1995, foi do deputado
estadual Campos Machado, na Assembléia Legislativa do
Estado de São Paulo.
Em seguida foi apresentado o projeto do vereador
Gilson Barreto, na Câmara Municipal de São Paulo.
Diversos parlamentares apresentaram outros projetos
sobre o mesmo assunto: cemitérios.
Solucionar os problemas dos cemitérios é apenas
um dos passos em busca de uma melhor qualidade de
vida.
O contrato social, na opinião deste pesquisador, deve
sofrer profundas e radicais transformações.
Algumas precisam de cuidados urgentes, pois o
desastre será inevitável se nada for feito.
Por exemplo: na questão de mudanças no
sepultamento e exumação dos nossos mortos.

Um esgoto doméstico não pode, em hipótese


alguma, ser canalizado para reservatório de consumo
humano.

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Muitos foram os colaboradores das diversas etapas
das pesquisas destes anos todos.
Agradecer a participação de quem foi fundamental
para esclarecer esta trajetória, citando nomes ou obras,
seria cometer uma injustiça com os que nunca disseram
seus nomes e, ainda assim, orientaram sobre o caminho
a ser percorrido, com suas experiências pessoais e
profissionais.
Ao publicar esta obra, que teve sua primeira edição
esgotada na semana de lançamento, comprovou a
necessidade de uma segunda edição, revista e ampliada,
para que o maior número possível de pessoas pudesse dar
continuidade a este trabalho. E a segunda edição foi
disponibilizada na internet, sendo visitada por mais de
cem mil leitores.
Agora lançamos a terceira edição. O formato
utilizado (manual de auto-imunização) valoriza a obra,
possibilitando sua compreensão até entre pessoas não
familiarizadas com os aspectos abordados.
Este livro está faltando nas livrarias, pois se destina a
orientação definitiva das ações daqueles que se
preocupam com a qualidade de vida.

Fernando Jorge

19
VIDA APÓS A MORTE
“Não penses no que podes perder
mas lembra-te do que queres ganhar.”
Professor De Rose

Poderia parecer uma maldição se fosse interpretado


por esotéricos. Entretanto nosso enfoque se dá em outras
circunstancias.
Nossa pesquisa foi relacionada a outros fatores,
resultando em uma combinação assustadora, porem
simples o bastante para indagarmos o porquê de não se
terem observado os naturais cuidados que esta mutação
requer.
Existe vida após a morte!
Vamos traçar o caminho da vida após a morte, com
exemplos que qualquer pessoa, de qualquer condição
social, cultural, intelectual, profissional, etc., possa
compreender assimilar e debater, sem que possa ser
contestada em suas conclusões.
Nosso corpo é formado por células, que alimentam
bactérias e que formam uma cadeia alimentar.
Quando morremos as nossas células passam por uma
transformação que em nada difere do que acontece
cotidianamente com as células dos alimentos que
20
ingerimos. E as mesmas bactérias que se alimentavam de
arroz, feijão e carne continuam seu trabalho, alimentando-
se da carne do nosso corpo.
A vida microscópica continua.
Esta transformação, ou este ciclo biológico natural
mereceu nossa atenção por diversos fatores.
O principal foi à busca de compreensão para a lacuna
entre duas atividades que não se juntam:
a medicina terapêutica e a medicina legal.
A primeira encerra seu trabalho no momento em que
é declarado o óbito.
A segunda inicia seu trabalho a partir da declaração
do óbito.
Uma ignora totalmente o trabalho da outra.
E nosso trabalho aqui é o de tentar compreender a
importância de uma junção destes instrumentos
científicos. Que não se rendam às evidencias da “morte”,
continuando seu trabalho como se fossem naturais as
transformações que se iniciam com o tal do “óbito”, mera
formalidade, pois a vida continua sob outros aspectos,
sendo necessária a sua compreensão para o perfeito
entrosamento das pesquisas que possam fortalecer nosso
organismo, melhorando nossa vida física.
Para um casal em crise o casamento MORRE no
momento determinado por um problema muitas vezes
banal, na opinião de quem está fora da relação.
Neste nosso trabalho o leitor encontrará muitas outras
formas de MORTE.
E para cada ocorrência haverá uma justificativa
eficiente na visão dos envolvidos.

21
Os senhores médicos poderão apresentar suas razões,
compreensíveis se estiverem coerentes com a
especialidade de cada um.
Entretanto, e é isto que nos motiva neste trabalho, a
ciência exige um envolvimento maior, uma busca
constante, uma justificativa para todas as possíveis
indagações.
E para que os senhores médicos possam desempenhar
suas funções cientificamente serão necessárias ações
práticas que superem este trauma chamado morte.
É fundamental que continuem acreditando nas
transformações proporcionadas pela natureza, onde nada
nasce nem morre, mas apenas se transforma.
Aos profissionais de outras áreas do conhecimento
humano ficariam as explicações sobre a vida da alma, do
espírito, de um deus, de um céu ou de um inferno.
Tudo começa a se desarrumar quando cientistas
tentam justificar a existência de Deus e religiosos a se
preocupar com medicamentos para curar doenças físicas.
Nós, simples mortais, ficamos perdidos diante destes
fatos, desamparados, sem termos a quem recorrer, pois
não acreditamos no Deus da ciência nem no remédio de
uma oração que possa curar uma nossa diarréia.
Com o dever de cidadão é que nós, que fazemos
poesia, teatro, música, dança, crônicas e outras tantas
atividades artísticas e de cunho intelectual, nos
envolvemos com a ciência e com a religião, não para
criticarmos gratuitamente, mas para iniciarmos um ciclo
de debates que possibilitem o entendimento e um perfeito
entrosamento das atividades dentro do nosso contrato
social.
22
Vida após a morte?
Existe sim, e precisa de uma compreensão que
possibilite a todos os segmentos sociais uma reorientação
de suas atividades.
Fugir desta responsabilidade, ou dizer que não existe
nada que possa ser feito por você, na sua área de
competência, é um ato covarde de omissão, que poderá
resultar em uma monumental tragédia.
Aquilo que aparentemente é insignificante poderá ser
o fator determinante de uma transformação.
Poderíamos exemplificar nossas experiências nas
pesquisas realizadas em torno dos cemitérios.
Seria simples compreenderem nosso amor a vida.
E quando descobrimos as infinitas possibilidades que a
vida oferece para alcançarmos a felicidade, a paz, à
alegria e tantas outras “coisas”, abençoadas por esta
energia cósmica, transformadoras, evolutivas, eternas,
magníficas em todos os sentidos, o mais simples dos
mortais sente, no momento da descoberta, que é eterno,
que se transformou em um deus!
E é na esperança de que aqueles que nos honram com
sua leitura atenta, positiva, construtiva, entendam esta
proposta de um novo contrato social.
Saiba viver.
Nunca, jamais, em nenhuma circunstancia tenha
medo da morte.
Ela é apenas um referencial.
A vida é eterna, contínua.
Encare as transformações como uma necessidade de
sua evolução cósmica.
Abandone sua pequenez humana e torne-se um Deus!
23
O conhecimento transformador é fundamental para
nosso encontro com o verdadeiro significado da vida.
Devemos superar os obstáculos, que existem apenas
para valorizar nossa vitória final.
E que todos possam se descobrir!
Amém!

RETROSPECTIVA NECESSÁRIA
“Tanto faz morrer assim como assado. Tudo é
morrer. Crucificado ou de prisão de ventre, em
combate glorioso ou forca, o resultado é o mesmo.”
Graciliano Ramos

No Egito os sacerdotes escreveram o “Livro dos


Mortos”, com instruções detalhadas para que os corpos
não perecessem.
No capítulo CLIV, do Livro dos Mortos, existe a
recomendação para que o defunto recite o seguinte texto:
“Oh, Osíris, meu Pai divino, salve!... faz
embalsamar meus membros, para que eu não pereça, e
para que chegue a ser semelhante ao deus Khepra,
senhor das metamorfoses, que ignora a putrefação...
torna-me estável e imutável, Senhor dos ataúdes!... eu
sempre te glorifiquei”.
Por isso, que meu corpo não chegue a ser presa dos
vermes.
Livra-me como tu te livraste e te salvaste!

24
Possa eu ignorar a putrefação, este destino comum a
todos os animais e a todas as feras que se arrastam
criadas por diferentes deusas!
Pois quando, depois da morte, a Alma empreende
seu vôo, o cadáver se liquefaz, seus ossos se desarticulam
e se dissolvem e a carne impregnada de mau cheiro
apodrece, os membros caem aos pedaços e tudo se
transforma em um líqüido nauseabundo.
Uma massa formigante de vermes, apenas vermes...
É o fim do homem... Perece sob os olhos de Shu,
como perecem todos os deuses e deusas, todos os
pássaros e todos os peixes...
Osíris, meu pai divino, salve!...
Sinto que a força da vida transborda em mim!
Eis que desperto em paz...
Não apodreço nem me decomponho.
Não exalo ao meu redor cheiro de putrefação.
Não desapareço no nada.
Meu olho não se apaga.
Os traços do meu rosto não desaparecem sob uma
massa líqüida.
Meus ouvidos não se fecham aos sons da palavra.
Minha cabeça não será separada do tronco.
Minha língua não será arrancada, minha cabeleira
não será arrastada.
Minhas sobrancelhas não serão depiladas...
Nenhum dano será causado ao meu cadáver.
Meu corpo permanecerá imutável e estável,
eternamente.
Não será destruído na Terra, em toda a eternidade”.

25
O medo da morte causou grandes transtornos desde o
princípio dos tempos.
Ainda hoje nosso temor causa reações que nos
afastam da compreensão do verdadeiro perigo desta
relação dos cadáveres humanos com os seres vivos.
O conhecimento poderá evitar que milhões de
pessoas sejam sacrificadas, contaminadas por fungos,
vírus e bactérias contidas no NECRO-CHORUME.

CULTO AOS MORTOS


ATRAVÉS DOS TEMPOS
“Nunca vi coisa mais para lembrar, e menos
lembrada, que a morte: sendo menos aborrecida que
a verdade tem-se em menos conta que a virtude”.
Camões

A saudade pelo ente querido é um sentimento natural


a que não estão alheios os próprios animais,
especialmente os cães, que chegam a deixar-se morrer
quando o dono lhes falta.
À saudade juntou o rito funerário, variando com o
clima, as raças, e as crenças, tanto nas sociedades
bárbaras como nas civilizadas.
Os viajantes que percorreram países de civilização
rudimentar ou primitiva são unânimes em afirmar que o
culto pelos mortos é geralmente baseado na família.

26
Em quase todos eles existem a crença da
sobrevivência após a morte.
Os espíritos vagueiam na Terra ou regressam aos
corpos inumados.
De qualquer forma o ser humano se desdobra em
espírito e matéria.
Esta crença, existente entre os selvagens, se reproduz
perpetuamente nos países civilizados.
A matéria sucumbe, mas não o “eu” consciente do
indivíduo, que desligado do corpo começa nova
existência.
Supunham que o “eu” ausente reentraria, cedo ou
tarde, no corpo que animara na sua passagem pela Terra.
O fenômeno dos sonhos, verificado no dia a dia, tornando
presentes os mortos que nos foram queridos, contribuiu
para enganar o juízo infantil do homem primitivo, não
sendo muito diferente nos dias de hoje.
Uns por medo e outros por sentimento piedoso,
ontem como hoje, procuram dar aos mortos o repouso e
assistência caridosa.
Este sentimento revela-se claramente desde o
paleolítico superior, onde começam aparecendo os
túmulos isolados, como também necrópoles de maior
extensão.
Da arqueologia funerária fazem ainda parte os
dolmens, construídos no início da Idade do Ferro,
servindo não só para depositar os mortos, como ainda
suas armas e utensílios.
Nenhum povo nos esclarece melhor sobre os ritos
funerários que o Egito.

27
As escavações feitas no Vale do Nilo revelaram
textos, imagens e pinturas que possibilitaram aos
arqueólogos decifrarem a religião, moral, costumes, leis e
evolução mental dos egípcios.
Os maiores monumentos da Antigüidade foram as
Pirâmides, erguidas para sepultar seus reis.
Junto ao cadáver acumulava tudo o que recordasse o
vivo: o que fizera, adquirira e pensara, sendo a cova a
suma de suas ocupações.
E para estarem seguros de sua ressurreição futura não
bastava embalsamá-los: era preciso protegê-los também
contra os animais ferozes, colocando-os sob montanhas de
pedra ou no interior de rochedos, e cercá-los de palavras
mágicas contra a má sorte e os maus espíritos, servindo
para isso o “Livro dos Mortos”, com o resumo de
fórmulas que deviam salmiar os parentes e amigos.
Durante as primeiras Dinastias a “mastaba” era o
túmulo particular do burguês rico ou do grande senhor.
A pirâmide era privativa do rei, filho dos deuses e
quase deus ele próprio.
Maciço e sem abertura exterior, tudo na pirâmide
contribuía para defender o morto contra as violações.
As paredes dos sarcófagos eram revestidas de
inscrições e de pinturas, sem esquecer o texto biográfico.
No seio do cadáver pintava-se o escaravelho de Ptah,
símbolo do auto-renascimento desse que, morto, revivia.
Para o isentar da corrupção extraiam-lhe as vísceras,
que guardavam em urnas e injetavam líquidos no corpo,
envolvendo em seguida com ligaduras de linho,
encerrando-o depois em um tríplice caixão.

28
Além de inacessível a mumificação torná-lo-ia
eterna.
E como ele conhece, pelo “Livro dos Mortos”, os
nomes secretos de todos os deuses e demônios, entrarão
por fim no número dos companheiros de Ra, caminhando
entre as estrelas.
Esta brilhante expectativa despertava nos meios
cortesãos o mais vivo interesse, visto que após a morte os
protegidos da fortuna continuariam desfrutando as
mesmas regalias que na Terra tinham usufruído.
Outro tanto não sucedia à massa obscura:
trabalhadores do campo, artífices, escribas e os
cabouqueiros que afundavam sepulcros e abriam canais.
Para estes a ressurreição após a morte não os
interessava, visto terem de continuar sob o chicote de
couro, a carrear os blocos de granito, abrir sepulcros,
volver a leiva dos nateiros, remar na corrente do Nilo...
Mesmo que alguns acalentassem tal sonho não teriam
como efetivar por serem as drogas caras e ainda não
disporem de uma cripta familiar ou mesmo alguns palmos
em uma necrópole comum.
Para estes a morte era o aniquilamento da matéria e
do espírito.
Os sacerdotes, devido à riqueza que desfrutavam,
podiam conservar até os corpos dos animais sagrados –
íbis, abutres, gaviões, mochos, morcegos, ratos, cobras,
peixes, crocodilos, macacos, escaravelhos.
Foi por milhões e milhões que sucessivas gerações
depuseram suas múmias nos hipogeus do Egito.
Podemos avaliar o número de pessoas ocupadas na
indústria funerária e a prodigiosa soma de produtos
29
imobilizados nos túmulos: estofados preciosos, licores
odoríficos e anti-sépticos, gomas, matérias betuminosas e
substâncias químicas, sem contar mobiliário, amuletos,
talismãs, fórmulas de esconjuro cosido ou colocado no
vestuário.
Em cada morto empregavam-se faixas com cerca de
1.200 metros e todas perfumadas com drogas vindas da
Arábia Feliz.
Ao imenso dispêndio juntava-se o grande número de
pessoas ocupadas em coisas de natureza funerária,
podendo afirmar-se que a preparação e conservação dos
mortos absorviam os cuidados de mais da metade dos
vivos.
Mas as histórias da mumificação e dos rituais
funerários evoluíram.
O hábito de embalsamar os corpos acabou sendo
considerado uma prática vã.
A fé desvaneceu-se.
Como são diferentes os túmulos que depois se
construíram.
Ornados com símbolos e imagens esses espantosos
hipogeus, em que os sacerdotes escondem os desgraçados
que viveram sob a pressão do seu ensino temeroso e de
sinistro aspecto.
As imagens espantam e perturbam os que ali
dormem, pois tendo vivido no terror assim continuarão na
vida eterna.
Segue-se a evolução final em que todas as práticas de
sobrevivência são desprovidas de significação.
O sentimento pelos mortos entre os gregos era bem
diferente.
30
Tinham o culto da família, mas antepunha o da raça e
dos antepassados gloriosos.
Não esqueciam os ignorados e humildes, celebrando
em sua honra a festa de todos os mortos.
Era o dia das libações, durante as Antestérias, em
fevereiro.
Procurava neste dia encantar as sombras em geral,
por ser a ocasião em que todos os mortos abandonavam
suas moradas subterrâneas para vaguear a luz do dia.
Como no Egito os mortos reclamavam domicílio,
alimento e vestuário.
Os gregos tinham o culto pela vida e pela liberdade.
Aquiles, ao morrer, lamentou amargamente a perda
de sua vida terrena.
Este heroísmo e sentimentos foram transmitidos aos
romanos, entre os quais também o culto pelos mortos foi
bem assinalado como testemunham os Anais da
República e do Império.
Povo de ação os romanos não dispensaram muitos
cuidados à morte.
Procurando alcançar o domínio do mundo, graças a
suas armas e instituições modelares, confiou aos
pontífices a orientação do culto público.
Assim os sacerdotes fixavam o rito e o lugar das
sepulturas.
Quando se tratava de heróis ou de cidadão
benemérito da pátria os funerais se transformavam em
manifestações apoteóticas.
Os túmulos destinados a inumações, suntuosos ou
humildes, eram destituídos do horror habitual.

31
Erguiam-se nos bosques, nos jardins e ornamentavam
as vilas que se erguiam à beira das estradas.
Os epitáfios destes túmulos não recordavam a morte,
mas a vida: “ele fiou a lã e guardou a casa”, “foi mãe de
quatro filhos vigorosos e belos”, “amou o seu marido de
todo o coração”.
Passando a outras raças encontramos os hindus, que
incineravam seus mortos tributando-lhes juntamente
sacrifícios humanos.
Na casta bramânica as viúvas eram queimadas vivas
na mesma pira do marido, apesar do código de Manu ter
condenado tão desumano sacrifício.
Habituados a encarar a morte, desde a Antigüidade,
os chineses continuam dando aos funerais um caráter e
uma significação diferentes dos de qualquer povo.
Realizam-nos com brilho, mas são estranhos aos
terrores pueris de outras raças e países.
O luto é de rigor, prolongando-se durante três anos
sendo de pai ou de mãe.
Em diferentes regiões da Ásia os mortos eram
incinerados ou abandonados para serem devorados por
corvos ou abutres.
Ainda hoje está prática é desenvolvida entre as
classes pobres do Tibete e da Mongólia.
Regressando aos povos europeus, encontramos o
império romano agonizante enquanto uma nova religião
florescia fundamentada em numerosos mártires.
Os crentes desta nova fé canonizavam, convertendo
os seus túmulos em lugares de peregrinação.
Dentro de Roma não era permitida a inumação e por
isso eram cavados nos seus arredores grandes fossos.
32
Com as perseguições foram obrigados a esconder os
túmulos dos mortos, dando lugar às catacumbas.
Sobre o sepulcro dos grandes mártires ergueram-se
basílicas suntuosas, escolhidas pelos cristãos para nela
exercerem seu culto.
Em todos os países da raça branca, apesar da ação
repressiva do cristianismo condenando o culto aos ídolos
pagãos e os atos que deles derivam, os mortos continuam
recebendo túmulos com adornos e flores.
As capelas que os ricos edificam nos cemitérios são
parecidas com os túmulos monumentais das antigas raças.
A maioria dessas capelas e sepulturas não representa
mais qualquer espécie de sentimento piedoso dos que
ficam, mas a vaidade e orgulho daqueles que em vida ou
por legado especial mandaram erigir.
As religiões, nos dias de hoje, estão
“espiritualizadas”, deixando os ritos fúnebres sem
nenhum significado especial.
Cerimônias especiais são realizadas apenas aos
mortos que tiverem algum reconhecimento da mídia.
Não há nenhuma assistência aos parentes e amigos do
morto, que não seja determinada em valores monetários.
Lamentavelmente nós também receberemos o mesmo
tratamento mercenário quando chegar nossa hora.
Fiz meu epitáfio e publiquei no livro Apartes
Poéticos. Ele traduz minha indignação. “A esperança
morreu ontem / será enterrada hoje / na cova rasa do meu
ser. Poucos souberam disso / e ninguém se importou,
muito”.

33
A ESTÉTICA DA MORTE
Pequena viagem ao livro “A Estética da Morte”, de
Salomão Jorge, poeta que soube buscar o
primaveril lirismo contido neste mistério infindável
que é o reino da morte.

O homem morre pelo coração, pulmão, cérebro ou


bulbo.
De todos os órgãos é o coração quase sempre o
primeiro a fraquejar, e a paralisia deste é que inicia a
morte das células no conjunto do tecido celular.
Um cadáver é, por conseguinte, uma célula que
deixou de revelar o metabolismo da vida.
34
Quando a agonia começa pelo cérebro há perda das
faculdades intelectuais, quando pelo coração, delírio; e
partindo dos pulmões, a inteligência se conserva e até se
estimula.
É a morte dos tuberculosos, calmos e lúcidos até o
último momento. Em certas naturezas, esta moléstia, que
parece Ter uma predileção especial pelos poetas,
determina uma hiperestesia da sensação.
Que acontece ao corpo, depois de morto?
Resumindo, lembremos: da morte até 24 horas, manchas
vermelhas, rigidez muscular.
Depois até a primeira semana: mancha verde
generalizada, a pele se destaca.Queda de cabelos, pelos e
unhas, sangue espumoso.
Na segunda e terceira semanas: rompimento da pele
e da parede abdominal, aparecimento de larvas e insetos
adultos.
Da quarta a oitava semana, as vísceras reduzem-se
de volume, transformando-se em massa escura e
putrefata.
De dois a três anos depois há o extermínio de
ligamentos, cartilagens, desunindo os ossos dos
esqueletos.
Mais tarde, com a destruição das costelas, ainda se
defendem os ossos da bacia. Capitulados estes, o crânio e
os dentes como que formam o último reduto da
resistência.
“Mas para melhor ver o que sois, ó cristãos – diz S.
João Crisóstomo – ide visitar os túmulos. Vede como
este cadáver se vai tornando de amarelo em preto. Em
seguida descobrem-se em todos os membros umas
35
espécies de penugem branca e repelente. Sai dele uma
matéria viscosa e infecta que corre pela terra. Nesse pus
gera-se uma multidão de vermes que se nutrem das
próprias carnes. Os ratos vêm também procurar o pasto
nesse cadáver, saltando uns em roda, ao passo que
outros penetram na boca e nas entranhas. Despegam-se
e caem às faces, os lábios, os cabelos; as costelas são as
primeiras que se despem depois os braços e as pernas.
Quando as carnes estão todas consumidas, os vermes
consomem-se a si próprios, e deste corpo só resta
finalmente um esqueleto fétido, que com o tempo se
divide, destacando-se os ossos uns dos outros e
separando-se a cabeça do tronco. Tal é o homem: um
pouco de pó arrastado pelo vento”.
Hamleto, diante do coveiro que arranca ossadas do
buraco onde deverá ser enterrada Ofélia, reflete,
voltando-se para Horácio: “Quantos anos leva um
homem para apodrecer? Nove ou oito anos, menos...
alguns começam a apodrecer ainda vivo. Outra caveira!
Quem sabe se será o crânio de um legista! Onde estão
agora as sutilezas? E os sofismas? E as distinções? E as
espécies? E as conclusões? E as finuras? Por que será
que ele deixa este brutamonte bater-lhe na cabeça com
aquela enxada suja, e não lhe move um processo por
ofensas físicas?”
Existe ainda, entretanto, forças que se não deixam
apagar pela morte: a arte, o heroísmo, o amor. “O
homem morre, pensa Tolstoi, mas tal tenha sido a
maneira por que encarou o universo, a sua ação
continua a fazer-se sentir sobre os homens, não apenas
como durante a vida, mas com força ainda maior”.
36
Ninguém se conforma com a morte dos entes
queridos, essa morte que é a ausência de vida e que,
portanto, é um conceito negativo.
Entre a morte aparente e a morte real, entre o
último suspiro e o abandono do corpo pela alma
vivificadora há um momento, segundo nos ensina a
ciência, que, às vezes, se prolonga.
A angústia diante da morte é uma reação contra o
absurdo.
Alguns escritores conseguiram obter verdadeiras
obras-primas ao retratarem a morte. Machado de Assis,
em duas linhas, improvisa este quadro: “A cara ficou
séria, porque a morte é séria; dois minutos de agonia,
um trejeito horrível e estava assinada a abdicação”.
Brás Cubas narra a morte de sua mãe: “Longa foi
a agonia, longa e cruel, de uma crueldade minuciosa,
fria, repisada que me encheu de dor e de estupefação.
Conhecia a morte de oitiva; quando muito a tinha visto
já petrificada no rosto de algum cadáver que
acompanhei ao cemitério, ou lhe trazia a idéia
embrulhada nas amplificações da retórica dos
professores de coisas antigas: - a morte aleivosa de
César, a austera de Sócrates, a orgulhosa de Catão. Mas
esse duelo do ser e do não ser, a morte em ação,
dolorida, convulsa, sem aparelho filosófico ou político,
a morte de uma pessoa amada, essa foi a primeira vez
que pude encarar”.
Eis como Marcel Proust pinta a morte de um ente
querido: “Só os cabelos embranquecidos eram os únicos
a imporem a coroa da velhice sobre o rosto tornado
jovem, donde desapareceram as rugas, as contrações, as
37
dobras que, após tantos anos, lhe foram trazidas pelo
sofrimento. Como no tempo longínquo em que os seus
parentes lhe escolheram um esposo, ela tinha os traços
delicadamente traçados pela pureza e a submissão, as
faces com o brilho de uma casta esperança, de um
sonho de felicidade, mesmo de uma inocente alegria,
que os anos lentamente destruíram. A vida afastando-se
levava as desilusões da vida. Um sorriso parecia
pousado sobre os lábios de minha avó. No leito fúnebre,
a morte, como o escultor da idade média, deitou-a com a
aparência de uma jovem”.
Flaubert teceu considerações sutilíssimas em torno
da cerimônia que precedeu a morte de Bovary: “O padre
molhou o polegar direito no óleo, e começou a unção;
primeiro nos olhos que tanto tinha cobiçado todas as
suntuosidades mundanas; depois nas narinas, gulosas
de brisas tépidas e perfumes amorosos; depois na boca
que tanto se abrira para a mentira, que tanto gemera de
orgulho e gritara de luxuria; depois nas mãos que se
deleitavam com os contatos suaves e, finalmente na
planta dos pés, outrora tão velozes quando corriam a
saciar os desejos, e que agora nunca mais tornariam a
caminhar”.
A morte é bem a impassível, a indiferente, a
implacável.
Lamentos e súplicas não chegam até seu coração de
bronze.
Na hora prefixada, sem a concessão de um segundo,
ela comparece com a exatidão de um credor
cronométrico, tal qual aquele espectro vermelho
imaginado por Edgard Poe, embuçado numa mortalha,
38
que surpreende o Príncipe Próspero e os convivas num
suntuoso baile de máscaras.
Nada comove a morte, nem as lágrimas, sejam as de
Davi, chorando o fim de Absalão, ou as de Aquiles,
vertidas sobre o corpo de Pátroclo, morto por Heitor.
Marco Aurélio, imperador de Roma, nos previne:
“Hipócrates curou muitos doentes; porém ele próprio
adoeceu e morreu. Os caldeus predisseram a morte de
muitos homens; depois também foram arrebatados.
Alexandre, Pompeu, César, tantas vezes arrasaram
cidades inteiras, massacraram, em batalhas, milhares de
soldados; afinal foram igualmente privados de vida.
Heráclides, que tanto dissertou sobre o aniquilamento
do mundo, morreu hidrópico e coberto de estrume”.
Nunca mais poderei esquecer – conclui Salomão
Jorge – aquele ingênuo apelo de Sancho Pança a D.
Quixote, no seu leito agonizante: “Ai! Não morra Vossa
Mercê, senhor meu amo, mas tome o meu conselho e
viva muitos anos, porque a maior loucura que pode
fazer um homem nesta vida é deixar-se morrer, sem
mais nem menos, sem ninguém nos matar, nem darem
cabo de nós, outras mãos que não sejam as da
melancolia. Olhe não me seja Vossa Mercê preguiçoso,
levante-se desta cama e vamos para os campos vestidos
de pastores”.

ADÁGIOS POPULARES
39
SOBRE A MORTE
- Ainda não é bem morto já é esfolado;
- Homem morto não fala;
- A moura morta grã lançada;
- Dor de mulher morta dura até a porta;
- Depois de morto, nem vinha nem horto;
- Depois de burros mortos, cevados ao rabo;
- Se quereres vir um homem morto,
dá-lhe couve em agosto;
- Faz-te de morto, deixar-te-á o touro;
- Morto o afilhado desfeito o compadrado;
- Os mortos aos vivos abrem os olhos;
- Rei morto, rei posto;
- A mortos e a idos, não há amigos;
- O morto apodrece e o moço cresce;
- Não tem onde cair morto;
- A doentes, saúde; aos mortos, vida.

CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL
POR CEMITÉRIOS
“Morrer! Que suave desfecho, se desfazer a
vida a desfibrares lentas não custasse tanto.”
Camilo C. Branco

Cemitério significa: “lugar de descanso, de dormir”


(em Latim: “coemiteriun”, que deriva do grego:
“koimeterion”, que significa “eu descanso, eu durmo”).
40
Pesquisadores encontraram indícios de contaminação
e doenças graves, causadas por vírus aeróbicos, nas
populações residentes nas proximidades dos cemitérios
pesquisados.
Entretanto a contaminação, ocasionada por vírus e
bactérias anaeróbicos, atingiu pessoas a quilômetros de
distância dos cemitérios localizados em áreas de
nascentes de córregos, com deságüe em reservatório de
água utilizada para consumos humanos.
Segundo laudo de um geólogo da CETESB,
embasado no Código Sanitário Estadual, os cemitérios de
Vila Formosa e o de Vila Nova Cachoeirinha, na cidade
de São Paulo, e o da Areia Branca, em Santos, deveriam
ser fechados por estarem em área de nascentes.
Este estudo obteve o apoio do Departamento de
Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade São Paulo, cujo relatório, publicado em uma
revista médica Inglesa, é assinado pelo Professor Alberto
Pacheco – da USP.

PROBLEMAS COM CEMITÉRIOS


DENUNCIADOS NO SÉCULO XIX
“Não há descanso eterno, nem ainda o das
sepulturas. Um dia lá vem a mão do arqueólogo a
pesquisar os ossos e as idades”. Machado de Assis

41
Em 30 de março de 1826, em relatório enviado ao
Rei, o Governador de Santos efetuava as seguintes
considerações a respeito do sepultamento de corpos:
“O terreno de arenito é mui pouco sólido para abrir
as sepulturas e os porcos e cães com facilidade cavam o
pouco compacto terreno, desenterrando corpos
sepultados; mau cheiro que exala das sepulturas obriga
os moradores a cerrar por longo tempo a sua portas e
janelas. Terras mal socadas, com frestas e fendas, os
ossos humanos amontoados na superfície da terra, tão
frescos que a eles estavam pedaços de tendões e
ligamentos”.

Atualmente, em cemitérios como o de Vila Nova


Cachoeirinha, onde está instalada uma favela, os cães
continuam se alimentando dos cadáveres (imagem de
reportagem da TV Record em 1997).

ESPECTRO QUER
FECHAMENTO DE CEMITÉRIOS
“Quanto mais devagar, melhor. A morte é
coisa tão certa que só os tolos multiplicam os passos
para chegar à sua presença”.
Humberto de Campos

42
Não concordávamos com o fechamento de
cemitérios, pois implicaria destruir aspectos sociais e
culturais fundamentais para a preservação da memória de
nosso povo.
O Espectro queria outras soluções.
Havia que se buscar uma forma de sepultarmos os
nossos mortos sem contaminarmos o solo, o lençol
freático e o ar.
Nesse caminho as mudanças não deveriam ser
traumáticas, nem poderiam acarretar despesas extras que a
população não teria condições de suportar.
Se o sistema dos sepultamentos de reis egípcios, em
pirâmides, preparados com pompa em rituais caríssimos,
estava longe de atender as nossas condições econômicas,
jogar os corpos em aterros sanitários para servirem de
alimentos a abutres estaria fora de nossa realidade
cultural, social e religiosa.
Encontramos a solução!
Os nossos cemitérios poderão ser construídos
verticalmente, mudando sua denominação para
“Memorial”, tornando-se um local destinado ao
reconhecimento póstumo dos nossos entes queridos.
O custo seria inferior ao que gastamos com a
remoção das toneladas de lixo acumuladas em nossos
cemitérios.
CIDADE DE SÃO PAULO
“É preciso pensar nos mortos, não para mergulhar a
alma no desânimo, mas para robustecê-la nos bons
anseios.”
Roquete Pinto

43
Na cidade de São Paulo havia pequenas necrópoles,
destacando: Cemitério dos Aflitos e os do Campo da Luz
(Irmandade da Divina Providência, Cemitério dos
Alemães e dos Protestantes).
Com a determinação de fechamento destes cemitérios
foi escolhido um local para a instalação que pudesse
atender ao crescente número de óbitos.
Em princípio a construção deveria ser no Campo
Redondo – Santa Ifigênia.
Atendendo decisões oficiais a primeira necrópole,
operante até hoje, foi construída na Consolação, cuja
fundação data de três de junho de 1856.
Na época muito se protestou contra sua localização,
por estar longe da cidade (segundo editorial do Correio
Paulistano, do início do século XX: “no fim do mundo, na
beira da estrada para Sorocaba, ladeado por capinzais e
vacarias”).
Esta localização se devia a preservação da saúde
pública, pois esta necrópole foi construída para
sepultar as vítimas da varíola, que chegou ao Brasil
através dos negros africanos, em 1.550, provocando desde
esta data, epidemias em diversos estados, dizimando
quase toda população indígena.
Hoje este cemitério faz parte da área central da
cidade, contaminando o lençol freático que forma as
bacias dos Rios Pinheiros e Tietê.
Esta é a relação dos primeiros cemitérios da cidade
de São Paulo, em ordem cronológica:
1856 – Cemitério Municipal da Consolação;
1857 – Cemitério Municipal de Santo Amaro;
1862 – Cemitério dos Protestantes;
44
1868 – Cemitério da Ordem Terceira do Carmo;
1887 – Cemitério Municipal do Araçá;
1893 – Cemitério Municipal da Quarta Parada;
1896 – Cemitério Municipal de Santana (Chora Menino);
1899 – Cemitério da Irmandade do Santíssimo
Sacramento;
1901 – Cemitério Municipal da Freguesia do Ó;
1918 – Cemitério Municipal da Lapa;
1922 – Cemitério do Redentor;
1923 – Cemitério Israelita;
1926 – Cemitério Municipal São Paulo;
1929 – Cemitério Municipal de Itaquera;
1937 – Cemitério Municipal do Tremembé;
1949 – Cemitério de Vila Formosa I;
1953 – Cemitério Campo Grande;
1976 – Cemitério de Vila Formosa II;

Segundo as Atas da Câmara de Santo Amaro, em


1834, começaram os debates para a escolha do local onde
deveria ser construído um cemitério que atendesse a Lei
Régia de 1828, que proibia o sepultamento no interior das
igrejas.
O projeto, no entanto, ficou abandonado durante mais
de vinte anos.
Em 1855, o vigário Padre Jesuíno retomou o assunto.
Em 1856, foi formada uma comissão para a escolha
do local apropriado e as obras foram iniciadas.
O primeiro sepultamento realizou-se em 1857.
O progresso acelerado pela revolução industrial
acabou ilhando os cemitérios, com o surgimento de novos
bairros.
45
Novamente os mortos se aproximaram dos vivos.
Atualmente a cidade de São Paulo possui 36
necrópoles cadastradas e operantes.
22 são operadas pela Prefeitura (Serviço Funerário) e
14 por empresas da iniciativa privada (algumas
religiosas).
Juntas ocupam uma superfície de aproximadamente
1.510 há, ou seja, cerca de 0,27% da área municipal.
As construções destes cemitérios foram quase todas,
anteriores ao Código Sanitário Estadual de 1978 (que foi
revisado recentemente e passou, em 1996, para as
Prefeituras a responsabilidade pela instalação,
manutenção e fiscalização nos cemitérios).

ATENÇÃO: dos 36 cemitérios da cidade de São


Paulo 24 estão instalados em nascentes de rios.

ATENÇÃO PARA O PERIGO


“Não é a morte o que impressiona, é o morrer”.
Coelho Neto

São conhecidas as contaminações fatais dos


violadores de tumbas egípcias, assírias, peruanas e
46
outras, pôr vírus dormentes que resistiram até
milênios, confinados nos sepulcros e com virulência
suficiente para retomar o seu ciclo vital e causar óbitos
e endemias.
Os microrganismos suscetíveis de ensejar as doenças
de transmissão hídrica, são os do gênero:
a) Clostridium (tétano, gangrena gasosa,
infecção alimentar);
b) Mycobacterium (tuberculose);
c) Salmonella Paratyphi (febre
paratifóide);
d) Shiguella (desinteria bacilar);
e) Vírus da Hepatite A, entre outros em estudo
(aproximadamente 150 tipos diferentes).
O Departamento de Microbiologia do Instituto de
Ciências Biomédicas da Universidade São Paulo
conduziu uma pesquisa, relacionada a sobrevivência de
bactérias e vírus após a percolação, através de colunas de
solos selecionados.
De acordo com os dados disponíveis, em termos de
contaminação provocada por cemitérios, os maiores
problemas acham-se atrelados aos Vírus, devido a grande
capacidade de sobrevivência, mobilidade, adaptação ao
meio adverso, mutação e permeação através até de meios
semipermeáveis.
Em termos do lençol freático, foram atestadas as
presenças de vetores da: Poliomielite;
Hepatite;
Gangrena Gasosa;
Tuberculose;

47
Escarlatina há quilômetros de distância
dos cemitérios, capazes de causar problemas se as águas
infectadas forem ingeridas por pessoas com baixa
imunidade natural.
Os mais atingidos são crianças de até seis anos e
adultos com mais de 40 anos. Em média, de cada 10
infectados oito chegam a óbito.
Quando fizemos as primeiras reuniões de avaliação
da questão abordada, com pessoas de diversas áreas, era
consenso que não conseguiríamos sensibilizar as
autoridades, pois os cemitérios estudados eram
localizados em áreas periféricas, que tinham problemas de
maior gravidade para serem solucionados.
Em dezembro de 1996, na Faculdade de Saúde
Pública da USP, um Seminário abordava novos fatos.
A Palestra, proferida pelo Professor Leziro Marques
Silva, abordava o tema da seguinte forma:
“Dependendo da profundidade do lençol freático, a
carga microbiológica do necro-chorume (vírus e
bactérias) é eliminada e não existem problemas de
contaminação.
Todavia, em determinadas condições geológicas, o
necro-chorume atinge o lençol freático, praticamente
íntegro, com suas cargas químicas e microbiológicas,
desencadeando a sua contaminação e poluição.
Os vetores assim introduzidos no âmbito do lençol
freático, graças ao seu escoamento, podem ser
disseminados nos entornos imediato e mediato dos
cemitérios, podendo atingir grandes distâncias, caso as
condições hidrogeológicas assim o permitam.

48
Na nossa capital, por exemplo, foram constatados
agentes da poliomielite a 40 metros de profundidade na
porção central da bacia, no Bairro da Barra Funda.
Na baixada do Pacaembu, num poço tubular (poço
artesiano), cravado em rochas cristalinas fraturadas,
verificou-se a presença de agentes da Hepatite, na
profundidade de 70 metros”.
Com este relatório do Geólogo e Professor Leziro
Marques Silva, representando a CETESB, anexamos ao
nosso trabalho às provas de que o problema não se
localiza apenas na periferia.
Os Cemitérios causadores destes focos de
contaminações são: Consolação; Araçá; Redentor e
Protestantes.
Os quatros estão localizados na área nobre da
cidade de São Paulo, despejando seus dejetos nos rios
Pinheiros e (ou) Tietê.
Quatro nascentes no cemitério do Araçá formam o
córrego Sumaré, que deságua no Rio Tietê.
No cemitério da Consolação há um córrego
(encanalizado) que também deságua no Tietê.

HISTÓRICO SOBRE
O NECRO-CHORUME
Extraído da palestra do Prof. Leziro Marques Silva
Proferida em 02/11/96 – na Faculdade de Saúde Pública da USP.
49
“Nos últimos 26 anos pesquisamos mais de
seiscentos cemitérios brasileiros, distribuídos por vários
Estados, constatando que boa parte desses têm
problemas hidrogeoambientais, ou seja, afetam e
comprometem a qualidade do solo e do lençol freático”.
Sabe-se que três partes do nosso corpo são
constituídas por água, combinados com substâncias
orgânicas e inorgânicas.
Após a morte, na chamada fase coliquativa ou
humorosa, a qual se inicia logo após a fase gasosa, com
duração de seis a oito meses [ou mais dependendo das
condições geológicas], os corpos em decomposição
liberam uns líquidos funerários característico,
conhecidos por “NECRO-CHORUME” [30 a 40 litros],
de maneira intermitente.
Este líquido, mais viscoso que a água, de cor
acinzentada a acastanhada, com cheiro acre e fétido,
com densidade média de 1,23 g/cm3, é constituído por
60% de água, 30% de sais minerais e 10% de
substâncias orgânicas degradáveis, dentre as quais
ressaltamos duas muito tóxicas:
a Putrecina [1,4 – Butanodiamina] e a Cadaverina [1,5
– Pentanodiamina], dois venenos potentes para os quais
ainda não se dispõem de antídotos eficientes.
Dependendo da profundidade do lençol freático, e
da condição e composição do solo, a carga
microbiológica do NECRO-CHORUME [Vírus e
Bactérias] é eliminada e não existem problemas de
contaminação.
50
Todavia, em determinadas condições geológicas, o
NECRO-CHORUME atinge o lençol freático,
praticamente íntegro, com suas cargas químicas e
microbiológicas, desencadeando a sua contaminação e
poluição.
Os vetores assim introduzidos no âmbito do lençol
freático, graças ao seu escoamento, podem ser
disseminados nos entornes imediato e mediato dos
cemitérios, podendo atingir grandes distâncias, caso as
condições hidrogeológicas permitam. Rico em sais
minerais, água e substâncias nutritivas, o NECRO-
CHORUME enseja a sobrevivência e a proliferação dos
microrganismos presentes nos cadáveres em putrefação,
sejam os naturais ou os patogênicos.
Ocorrendo um aporte do NECRO-CHORUME no
aqüífero, dado às relações de viscosidade e densidade,
formam-se manchas poluidoras migrantes, que se
disseminam pelo subsolo saturado, como uma nuvem,
com velocidade de trânsito variável, atingindo distâncias
quilométricas a partir da origem [fonte].
As cargas microbiológicas são favorecidas também
em termos de sobrevivência, pela constância das
temperaturas ambientais do subsolo.
Os ensaios de secagem conduzidos revelam que o
NECRO-CHORUME polimeriza-se e pulveriza-se à
razão de 1,00 litro / 84 horas, reduzindo-se a cerca de
50,0 gramas de uns pós-minerais inertes,
esbranquiçados.
Assim, em função das condições do solo, não
atingirá o lençol freático. Esta é a situação ideal de um
cemitério implantado em condições geológicas
51
favoráveis, com um lençol freático relativamente
profundo [no mínimo 5 metros], onde o sepultamento
poderá ser por inumação ou por entumulamento.
A toxicidade química do NECRO-CHORUME
diluído no lençol freático relaciona-se aos teores
anômalos de compostos das cadeias do fósforo e de
nitrogênio, metais pesados e aminas.
São consideráveis os índices de radioatividade no
lençol freático contaminado, pelo crescente número de
cadáveres que em vida foram submetidos a radioterapia,
ou que receberam marca-passos cardiológicos,
alimentados por fonte radioativas.
Neste caso, segundo o Professor Leziro Marques
Silva, o NECRO-CHORUME transforma-se em “Lixo
Atômico”.

DOENÇAS E MORTES
“A morte é a vida; porque a morte é a imortalidade.
Os mortos não podem morrer.”
Cid Cercal

52
Nosso grupo de trabalho recebeu da Bióloga, Senhora
Edméa Helena de Oliveira – Diretora do Espectro – o
seguinte relatório:
- Estudos de investigação, realizados por diversos
pesquisadores, mostram que os cemitérios podem ser
fontes geradoras de impactos ambientais uma vez que
sua localização e a operação inadequadas, em meios
urbanos, podem provocar a contaminação dos
mananciais hídricos devido a proliferação de
microrganismos, durante a decomposição dos corpos.
Como causadores de surtos de doenças relacionadas
com a veiculação hídrica, causadores de perturbações
graves no intestino humano, temos:
a) Bactérias;
b) Protozoários e
c) Vírus.
A transmissão se dá através da ingestão da água
contaminada. Alimentos lavados ou cultivados com esta
água podem transmitir a doença, apenas para pessoas.
Alguns hábitos de higiene também podem transmitir as
doenças hídricas.
Dentre as principais moléstias transmissíveis pela
água, no Brasil, encontramos a hepatite; a leptospirose;
a febre tifóide e a cólera.
As causadas por bactérias (bacterioses) são:
a) Cólera – enfermidade de veiculações hídricas,
exclusivas dos seres humanos. A toxina elaborada
pelo seu agente etiológico, o “vibrião colérico”, atua
no trato gastrintestinal. A transmissão se da através do
contato com águas ou alimentos contaminados pelas
excreções de pacientes ou de portadores
53
convalescentes. Como acontece com outras moléstias
intestinais, a mosca podem transportar os germes de
materiais contaminados para os alimentos de
indivíduos suscetíveis. O período de incubação varia
de algumas horas até 3 dias, seguindo a doença seu
curso em outro período de 2 a 3 dias, muitas vezes
terminando em morte.
b) Febre tifóide – infecção aguda provocada pela
“salmonella typhi”, que se manifesta no homem por
febre contínua, inflamação intestinal, formação de
úlceras nos intestinos; esplenomegalia (crescimento
exagerado do baço), manchas róseas no tronco,
constipação ou diarréia. A febre tifóide ocorre em
todas as partes do mundo, mas com menos freqüência
onde se praticam as adequadas eliminação dos
despejos biológicos e a purificação das águas. Esta
bactéria pode ser transmitida também por moscas.
Não se multiplica, mas pode sobreviver em águas
limpas ou barrentas, durante semanas. O índice de
mortalidade entre pessoas infectadas é altíssimo.
c) Febre paratifóide – infecção bacteriana generalizada,
provocada por três agentes distintos: “salmonella
paratyphi”, “salmonella schottmuelleri” e “salmonella
hirshfeldii”. A febre paratifóide é semelhante à febre
tifóide, porém os sintomas são mais brandos e a
mortalidade é menor.
d) Disenteria bacilar – é uma condição clínica com
inflamação intestinal, diarréia e fezes liquidas,
contendo sangue e pus. Pode ser causada por
diferentes microorganismos. A disenteria de etiologia
bacteriana é diferenciada das de outras origens pelo
54
termo “shiguelose”, sendo caracterizada por quadro
de diarréia que leva rapidamente à desidratação, dado
ao número de evacuações, que pode chegar a mais de
40 vezes ao dia. Alguns estudos revelam que a
transmissão também pode ser por contato pessoal, o
que pressupõe o surgimento de uma epidemia após a
contaminação e desenvolvimento da doença em uma
única pessoa. “Quatro espécies podem induzir a
desinteria no homem: “shiguella dysenteria”,
“shiguella sonnei”, shiguella flexneri” e “shiguella
boydii”.
As causadas por protozoários (amebíase):
a) Disenteria amebiana – causada por vários
protozoários, transmitidos por alimento, águas,
moscas e contato direto entre pessoas. A de maior
gravidade é a causada pela “Entamoeba histolytica”,
que pode provocar a morte. Os indivíduos com
amebíase podem ter poucas indicações clínicas de
infecção. Os sintomas variam desde o desconforto
abdominal, com leve diarréia, alternada com
constipação, até a disenteria severa, com sangue e
muco nas fezes.
As causadas por vírus (viroses) são:
a) Hepatite viral-A – doença infecciosa, de transmissão
inter-humana, com evolução aguda ou crônica. Sabe-
se que muitos vírus são eliminados por via intestinal,
sobrevivendo em fontes hídricas. Os agentes
infecciosos da hepatite têm sido encontrados e
isolados em águas poluídas. Os vírus são seres
diminutos, parasitas intracelulares, com capacidade
de multiplicar-se apenas no interior de células vivas.
55
São diferenciados de todos os outros seres vivos por
serem acelulares (não possuem estrutura celular).
Não tendo a complexa maquinaria bioquímica
necessária para fazer funcionar seu programa
genético, necessita células que os hospedem. Fora da
célula os vírus não manifestam nenhuma atividade
vital, porem o solo pode servir como depósito de vírus,
onde ficam durante algum tempo intactos, sem perder
sua virulência; havendo células hospedeiras a sua
disposição, um único vírus pode originar milhares de
novos vírus em menos de uma hora. As hepatites
agudas graves são fulminantes.
b) Poliomielite (paralisia infantil) – moléstia infecciosa,
evitada com vacinação.

São Paulo, setembro de 2000.

VARÍOLA
56
E vós, todos os pais e vós, todas as mães, dos
deuses, livrai-me dos obstáculos erguidos no meu
caminho pelas potências das trevas, dos ataques das
forças do mal, de suas ciladas, de seus punhais atrozes
e de todas as calamidades que possam ser lançadas
contra mim, seja pêlos homens da terra, seja pêlos
deuses, seja pêlos espíritos santificados dos mortos ou
pelas almas condenadas.
CAPÍTULO CXLVIII,
Do Livro dos Mortos do Antigo Egito.

A varíola, conhecida desde tempos remotos, é uma


doença febril, contagiosa e epidêmica, com erupção
pustulosa na pele.
O agente causal é um vírus, que está presente no
sangue e nas lesões da pele dos doentes.
A doença é mais grave nas crianças do que nos
adultos.
É mais freqüente no inverno, quando as pessoas
permanecem mais tempo em lugares fechados.
O vírus apresenta modificações na sua virulência, o
que explica o aparecimento de formas variadas da doença.
As lesões aparecem na pele ou nas mucosas.
Nestas, devido à sua constituição, as lesões tomam o
aspecto de úlceras, semelhantes às da varicela, mas
maiores.
Aparece freqüentemente na boca, faringe, laringe,
traquéia, esôfago, vagina e por vezes na mucosa
intestinal.
A gravidade da doença é aumentada pelo
aparecimento de infecção secundária pelos estreptococos
e estafilococos, mas, mesmo que estes progênitos não

57
estejam presentes, existe sempre uma fase pustular na
evolução de erupção.
No tempo de Maomé os Abissínios que cercavam
Meca foram dizimados pela varíola, descrita como
epidemia de bexigas.
Na china os primeiros registros citam o ano de 1.122
AC, com o nome de tai-ton, um germe que atacava vários
órgãos internos.
Conhecida pelos nomes de petite vérole e picote
chama-lhe os ingleses small-pox, os alemães Blattern,
Pocken, os italianos vajuòla e viruelas os espanhóis.
O continente americano só conheceu a varíola após
sua descoberta por Colombo, sendo terríveis as epidemias
do México (1518) e a do Haiti (1517, que dizimaram
metade da população indígena).
A palavra varíola foi usada pela primeira vez em 570,
por Marius, bispo de Avenches (Suíça).
Chamava-se à doença lues valetudinarie e Corales.
No Brasil a doença chegou com os negros africanos,
registrando-se epidemias em diversas regiões.
A primeira, em 1563, na Bahia e no Espírito Santo.
Em 1565 (Pernambuco).
Em 1695 (Rio de Janeiro).
Em 1719 (São Vicente).
Em 1740 (São Paulo).
As primeiras inoculações variólicas, no Brasil, datam
de antes de 1740, sendo realizadas por religiosos
portugueses.

58
INFORMAÇÕES GERAIS
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico, nas primeiras fases da doença, faz-se
como em outras doenças que apresentam exantemas e em
geral não apresenta dificuldades.
PROGNÓSTICO
O prognóstico depende de cada caso. Com
temperaturas elevadas é mais grave e as complicações
aumentam a gravidade, sendo necessária a realização de
exames minuciosos.
TRATAMENTO
O principal fim a atingir é impedir a infecção
secundária das vesículas e pústulas, o que se consegue
com a desinfecção local e o uso de antibióticos.
PROFILAXIA
A vacinação ou imunização ativa foi o primeiro
procedimento da medicina com resultados satisfatórios.
Descoberto por Jenner muito antes do descobrimento das
bactérias e vírus.
VACINAÇÃO
A vacinação deve ser feita aos três (3) anos e seis (6)
meses de idade, na face externa da coxa ou da perna no
sexo feminino; na inserção do músculo deltóide no braço,
no sexo masculino, e pode fazer-se por meio de
pequeníssimas picadas.
As revacinações fazem-se com intervalo de 5 a 7
anos e sempre que houver epidemia de varíola.
As complicações mais importantes da vacinação são
as infecções secundárias e a encefalite pós-vacinal.

59
Em 1978 a varíola foi considerada erradicada do
planeta, sendo suspensa à vacinação em 1980.
Entretanto a falta de informação a respeito deste
vírus pode dificultar o tratamento em uma eventual
epidemia.
E a possibilidade de ocorrer uma epidemia causada
por vírus não está apenas na eventualidade de uma guerra
biológica.
A falta de tratamento adequado dos resíduos
produzidos, principalmente, em grandes centros urbanos,
ou seja: lixo, esgoto, cemitérios, etc., oferecem condições
ideais para a contaminação do solo, do lençol freático e
do ar, provocando doenças em pessoas, animais e plantas.
A realização de uma guerra biológica, para a qual
nenhuma nação possui antídoto eficiente, exige amplos
conhecimentos sobre as possibilidades de auto defesa.
E, no campo das probabilidades, não sabemos as
condições em que se dará este ataque, se com a utilização
de vírus ou bactérias ou ainda de substâncias preparadas
em laboratórios.
Os cemitérios poderão destruir muito mais que
qualquer arma já inventada pelo homem.
E nossa preocupação é a de que alguém possa utilizar
o necro-chorume como material de fabricação de uma
arma com poder de destruição jamais imaginado.

ATENÇÃO: Em 2003, na região metropolitana de


São Paulo, foram registrados mais de quinhentos casos de
CATAPORA, com 12 mortes em uma semana.
A catapora é conhecida também como: varíola
doida.
60
NECRÓFAGOS
NECRÓFAGOS, adj. E s. m.
Do grego “necrófagos”.
Aquele que se alimenta de animais em
decomposição.

A necrofagia é praticada por todos os que se


alimentam de animais que já iniciaram a fase de
putrefação, normalmente iniciada no momento que a
carne esfria, ou seja, após algumas horas da morte física.
A putrefação pode ocorrer também com o animal
vivo, no caso de ferimento seguido de gangrena.
Também ocorre quando há o rompimento de alguma
víscera (contaminando internamente e provocando uma
irreversível putrefação).
Os micros organismos (fungos, bactérias, vírus, etc.)
contaminam todo o corpo do animal, que, quando servido
na condição de alimento para humanos, provoca
determinadas transformações de acordo com a carga
virulenta contida.
Há casos em que estas mudanças ocorrem apenas no
sistema gástrico, entretanto podem afetar o sistema
nervoso causando danos irreversíveis.
Temos em qualquer destes casos a necrobiose, ou
seja, “a morte de células ou grupos celulares como
resultado de processos degenerativos e retrógrados”.
Em síntese trata-se de uma morte celular lenta.
A necrofagia é o resultado de uma cultura alimentar
desenvolvida em condições extremas, onde faltavam
outras fontes de alimentos em alguns casos.
Também podemos encontrar este costume nos
“antropófagos” que se alimentavam dos corpos daqueles
que matavam em disputas.
61
Contemplando a natureza o ser humano adquiriu
também o hábito dos animais selvagens, que matavam
animais de outras espécies para se alimentar.
No livro do Gênesis, capítulo 9, Deus abençoa Noé e
seus filhos dizendo:
- Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra.
Temam e tremam em vossa presença todos os
animais da terra, todas as aves do céu, e tudo o que tem
vida e movimento na terra.
Em vossas mãos pus todos os peixes do mar.
Sustente-vos de tudo o que tem vida e movimento:
eu vos deixei todas estas coisas quase como os legumes e
ervas.
Excetuo-vos somente a carne misturada com
sangue, da qual eu vos defendo que não comais.
O Criador alertou para o perigo de uma alimentação
contrária aos princípios de nossa natureza.
Pois de cada elemento, introduzido em nosso
organismo, uma parcela será incorporada definitivamente
ao nosso corpo.
E se a carne contem os elementos responsáveis pela
putrefação, pois esse é seu estado ao servirmos em nossa
mesa, nós estamos introduzindo em nosso organismo a
morte celular.
Sua progressão lenta passa despercebida em muitos
casos. Mas ela está lá, devorando, aniquilando,
contaminando, até consumir nosso corpo físico.
A ciência classifica este fenômeno como: câncer.
Sendo assim, concluímos que só desenvolve tumores
cancerígenos quem não respeita sua própria natureza.

62
Não saber como se alimentar, do que se alimentar, e
por que se alimentar, é a causa dos problemas de cada
pessoa.
E sempre somos sugestionados e influenciados por
“especialistas” em ditar normas e padrões.
E se a origem do câncer está no comportamento do
indivíduo, a cura deveria ser de responsabilidade de
terapeutas.
A natureza poderia reverter situações crônicas com o
tratamento adequado.
Ao indivíduo competiria uma mudança de
comportamento em relação aos alimentos digeridos.
Existem pessoas que utilizam a energia produzida
para proporcionar sua própria destruição.
Os alimentos sólidos, fundamentais para a
sobrevivência, acabam sendo responsáveis pela
putrefação do indivíduo.
Parafraseando o poeta: “ser ou não ser, eis a
questão”. Comer ou não comer, eis o segredo da vida e da
morte. Experimente desvendá-lo.

63
TRAGÉDIA ANUNCIADA
PODERÁ SER EVITADA
“Sem cessar, a inevitável destruição de cada indivíduo
vivente restitui à Natureza todos os produtos que a ação
vital formou nele; os restos destes seres subministram
ininterruptamente os materiais que formam substâncias
minerais que de outro modo não existiriam. Por último, as
mesmas substâncias minerais, após as mutações que
circunstâncias e a Natureza lhe impuseram, terminam por
libertar os elementos que as haviam constituído mediante
combinações. Deste modo, vemos continuamente uma
sucessão alternativa de vida e de morte, de formação e de
destruição, de movimento e de repouso”. (Lamark, 1794.).

A água é um elemento essencial para a vida.


Constitui o principal componente do protoplasma celular
e representa os dois terços do peso total do homem.
Uma lista de produtos poluentes da água doce
compreende centenas de substâncias.
O poder de biodegradação das águas é grande, mas,
se a concentração de substâncias orgânicas e químicas for
superior a certos limites, as águas não poderão regenerar-
se sob os efeitos das bactérias.
A vida, nestas circunstâncias, desaparece.
Recuperar um rio, como o Tietê, necessita muito mais
que a simples limpeza de sua calha.
Despoluir o rio Tietê significa condenar à morte ¾
da população paulistana.
Somos, neste caso, contra a forma como estão
realizando esta obra. Antes de limparem a calha do rio
precisariam “eliminar os focos de contaminação nas
64
nascentes que formam os córregos que deságuam no
Tietê”.
Aterros sanitários e cemitérios, localizados em áreas
de nascentes, provocam a contaminação e conduzem mais
de 150 tipos de vírus e bactérias, alguns dos quais
descrevemos neste nosso trabalho.
Com a calha limpa esta carga virulenta atingiria os
reservatórios destinados ao consumo humano.
Milhões de pessoas seriam vitimadas em uma
epidemia inimaginável.
E para este acontecimento se tornar realidade bastaria
uma inversão térmica, após um período chuvoso.
Durante uma estiagem prolongada a contaminação
poderia ocorrer com a ingestão do ar, quando os vírus
circulam nos vapores produzidos com a água infectada.
As mortes, dependendo do vírus desenvolvido,
ocorreriam após 48 horas da ingestão da água ou do ar
contaminados.
Inserimos aqui uma informação de maio de 2008:
o tatuzão (máquina de cavar túneis do metrô de São
Paulo) iniciou a etapa em que será construído o túnel
entre a Avenida Paulista e o centro da cidade, sob a
Avenida Consolação. No trajeto está o cemitério da
Consolação e as covas coletivas dos variolosos
sepultados em 1856. Se este líquido vazar para o lençol
freático haverá a eclosão de uma epidemia
inimaginável. Milhões serão sacrificados.
A gravidade deste acontecimento é de tal ordem que,
alguns pesquisadores afirmam a possibilidade de haver
uma contaminação mundial em menos de uma semana.
Acredito que não haverá sobreviventes no planeta.
65
DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?
“Bem-aventurados os mortos, que não suportam mais
a estupidez dos vivos”.
Galeão Coutinho

Até bem pouco tempo atrás a CETESB atuava na


regulamentação e implantação de cemitérios, no Estado
de São Paulo.
Infelizmente, devido a uma decisão governamental
no início de 1996, a CETESB omitiu-se da problemática,
passando-a para os âmbitos da Secretaria de Saúde
(Vigilância Sanitária) e Prefeituras Municipais.
Na Capital Paulista a Secretaria do Verde e Meio
Ambiente e o Serviço Funerário Municipal estão com a
responsabilidade de administrar, regulamentar e fiscalizar
os cemitérios municipais e particulares.
Não há, entretanto, nenhuma regulamentação, em
qualquer Estado brasileiro, referente às Urnas Funerárias.
Deveria haver uma normalização pôr parte da ABNT
– Associação Brasileira de Normas Técnicas, no
sentido de haver urnas de acordo com o biótipo do
brasileiro.
São constantes os desabamentos decorrentes da
infiltração de água, de chuva ou do lençol freático.
Em aproximadamente 75% dos mais de 600
cemitérios, estudados pelo Professor Leziro Marques
Silva, as condições geológicas recomendam a utilização
de outros materiais, que possam evitar a proliferação dos
vírus e bactérias presentes no necro-chorume.

66
OS CAMINHOS PERCORRIDOS
“Com cada sol que se afunda no mar, o morto mais
morre, mais se afunda na terra”.
Eça de Queiroz

Iniciamos este estudo sobre o meio ambiente na


Sociedade Amigos de Cidade São Mateus, em 1968.
Em 1976, nosso grupo foi convidado por Almir de
Barros, então transferimos nossas atividades para o
Conselho de Sociedades Amigos de Bairros, Vilas e
Cidades do Estado de São Paulo, montando o espetáculo
de teatro: “MOMENTOS ANGUSTIANTES – DO
NOSSO AR NADA RESTA”, que integrou a
“Campanha da Vida – Mutirão Salva São Paulo”.
Durante 12 anos representamos este espetáculo,
seguido por debates, em diversas regiões do Estado de
São Paulo.
Mais de 4.800 sociedades amigos foram integradas na
luta pela preservação ambiental urbana.
A proposta principal da Campanha da Vida era
plantar um milhão de mudas de eucaliptos na Cidade de
São Paulo.
Se esta medida tivesse sido tomada à cidade hoje
teria no máximo 20% da carga poluente no solo, no ar e
no lençol freático.
O ar seria recuperado mais rapidamente, o que
representaria uma melhor qualidade de vida para nossa
população.
Entretanto, por ação de grupos “defensores da
natureza”, esta medida não foi aplicada.
O resultado é o que vemos hoje.

67
Nossa parceria com a ABRACE – Associação
Brasileira das Comunidades Ecológicas, iniciada em
1989, possibilitou o acesso para conhecermos sua reserva
particular de Mata Atlântica (aproximadamente 3.000
hectares, no Município de Miracatu – SP).
Convivendo com os povos desta reserva pudemos
aperfeiçoar nossos projetos.
Aprendemos muitos sobre a vida na floresta e sua
importância para a sobrevivência de todas as espécies da
fauna e da flora, principalmente do homem.

EXEMPLO: Para viver uma pessoa adulta inspira


por dia, em média:
a) Dez mil (10.000) litros de ar puro (hidrogênio
e oxigênio);
b) Retendo em seu organismo 400 litros
(oxigênio), e;
c) Liberando 9.600 litros de gás carbônico.
EXEMPLO: Para recuperar o ar contaminado por
uma pessoa precisamos de:
a) Três (3) árvores adultas na floresta, ou...
b) Setenta e oito (78) árvores adultas na região
urbana.
EXEMPLO: Uma urna funerária consome em sua
execução:
a) Três (3) árvores adultas, com
aproximadamente 30 anos cada.
b) Doze (12) metros quadrados de floresta são
destruídos na retirada de uma única árvore.
c) Trinta e seis (36) metros de floresta deixam de
existir a cada pessoa sepultada.
68
Façam suas contas, calculem, deduzam ou
introduzam os elementos que acharem fundamentais para
a compreensão da extensão deste problema.
A devastação continua, enquanto as providências não
são tomadas. A madeira para a fabricação de urnas está
sendo retirada de áreas de reflorestamento, ou importada
da Argentina.
O reflorestamento produz material ideal para a
fabricação de papelão e seus derivados. Não há condições
de se utilizar à madeira de uma árvore em fase de
crescimento, pois ao secar ela racha empena e libera a
virulência no ar ou no lençol freático.
Precisamos continuar nossa busca de soluções para a
preservação de nossas florestas, pois assim estaremos
também garantindo nossa qualidade de vida.

69
APOIO LEGISLATIVO
Quando após as matanças o sangue dos impuros se
tenha resfriado e a terra inteiramente reunida de novo,
volte a florescer e dar frutos, eu me manifestarei na
qualidade de Senhor da Vida. Meu esplendor será grande
no meio da magnífica ordenação, do renascente dia.
Capítulo LXIV,
Do Livro dos Mortos do antigo Egito.

Em 15 de fevereiro de 1995 foi apresentado, na


Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Projeto
de lei 24/95, de autoria do Deputado Campos Machado
(PTB).
Não era o projeto ideal, mas representava um avanço
fundamental na eliminação dos dejetos dos cadáveres
humanos.
Inexplicavelmente o referido projeto foi retirado pelo
autor após uma solicitação, por FAX, do Presidente do
Sindicato de donos de Funerárias do Estado de São Paulo.
A ABRACE, solicitante do projeto original, não foi
comunicada da decisão do senhor Campos Machado.
Solicitamos ao Vereador Gilson Barreto (PSDB) –
Câmara Municipal de São Paulo, um projeto que pudesse
colocar em discussão o resultado de nossas pesquisas.
Este Projeto – 469/97 foi publicado em 03 de junho
de 1997.
Em cumprimento a outra solicitação da ABRACE, o
vereador determinou que seu projeto fosse analisado pelo
maior número possível de Comissões permanentes da
Câmara Municipal.

70
Assim as sugestões para o aperfeiçoamento poderiam
abranger aspectos amplos na transformação da relação
entre os órgãos gestores dos cemitérios na cidade de São
Paulo. Este Projeto foi aprovado em todas as Comissões
em que tramitou, estando pronto para ser incluído na
Ordem do Dia desde dezembro de 2002.
A Senhora Deputada Estadual Mariângela Duarte
(PT) apresentou o Projeto de Lei nº555/99, que foi
aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na
Comissão de Meio Ambiente.
Também foi apresentado Projeto de Lei na Câmara
Municipal de Porto Alegre, pelo Vereador Antonio
Losada (PT).
Diversos parlamentares, em múltiplos Estados e
cidades brasileiras, estudam esta nossa proposta.
Sabemos que uma transformação em relação ao
destino dos mortos implicaria traumas nas pessoas
envolvidas.
Entretanto a discussão já está ultrapassada, sendo
necessária e urgente a tomada de medidas que possam
evitar uma tragédia, que depois de iniciada seria
irreversivelmente progressiva até a eliminação da raça
humana no planeta.
Como a maioria dos vírus se propaga através da água,
e um número enorme de cemitérios brasileiros despeja os
dejetos diretamente em rios que formam reservatórios de
consumo humano, as proliferações das doenças atingirão
proporções inimagináveis.

71
OS PROBLEMAS
PODEM SER SOLUCIONADOS
“A idéia da morte traduz invariavelmente um
estado emocional de alta responsabilidade e de
atitude de espiritualização.”
Assis Chateaubriand

Desenvolvemos pesquisas sobre materiais


ALTERNATIVOS, para a fabricação de urnas funerárias,
que pudessem eliminar a utilização de madeira e a
conseqüente devastação florestal.
Conhecemos e testamos, na medida do possível:
o plástico rígido;
a fibra de vidro;
o acrílico;
o zinco;
o alumínio;
o aço inoxidável, entre outros já utilizados,
como o papelão das Urnas da URNAPAC.
Entretanto esbarramos sempre em problemas que
implicariam gastos superiores aos, já exorbitantes,
praticados hoje, aliados a inúmeros inconvenientes
técnicos, estéticos etc.
E se houver outros custos com estas mudanças, por
exigência de empresas, profissionais ou outras
instituições, que seja na criação de postos de trabalho,
necessários para que se dê dignidade ao ato de morrer –
na forma de apoio aos amigos e parentes do morto.

72
Sendo assim, a solução viável, economicamente
possível, seria a construção dos MEMORIAIS em
substituição aos cemitérios.
Segurança, conforto, assistência psicológica, etc.,
implicariam na contratação de profissionais para atuarem
nos “memoriais”.
Para evitar riscos estes locais não poderiam ser
destinados a uma elevada quantidade de “gavetas”.
Também deveria ser construído em terrenos menores,
próximos de cada comunidade. Assim os velórios
poderiam acomodar os que viessem prantear seus mortos
sem sacrifícios extraordinários.
Se investirmos na busca de soluções, considerando as
possibilidades de implantação de um novo “Contrato
Social”, e respeitando aos princípios de que todos devem
nascer com dignidade; viver com dignidade e morrer com
dignidade, nossas propostas seriam considerados tímidas
diante das infinitas formas de tratar este importante
assunto.
Milhões de empregos poderiam ser criados para
atender as necessidades básicas de cidadania. Lembrem-
se = nascer, viver e morrer com dignidade!
Mais da metade dos postos de trabalho, no Egito
antigo, estavam ligados aos mortos. Qual o percentual de
empregos gerados por esta atividade nos dias de hoje?
Esperamos que as funerárias apóiem nossas propostas
e apresentassem novas sugestões para o aquecimento
econômico e a geração de novos empregos deste
importante segmento profissional.
Afinal de contas cada funerária poderia ter um seu
“memorial”, com atendimento personalizado e custos
73
cobertos por seguradoras, empresas, instituições
religiosas, etc.

NOSSA GRANDE DESCOBERTA:


O ISOPOR
“Haverá paz no túmulo? Deus sabe o destino de cada
homem. Para o que aí repousa sei eu que há na terra
o esquecimento”.
Alexandre Herculano

Após 5 (cinco) anos de pesquisas, em meados de 95,


testamos o E.P.S. – Poliestireno Expandido, também
conhecido como ISOPOR.
Este material apresentou as seguintes características:
Baixa densidade;
Resistência mecânica (proteção contra choques);
Acolchoamento;
Proteção térmica (não polui o subsolo);
Inodoro;
Recicláveis (na exumação apresenta 100% de
reaproveitamento);
Não contém C.F.C. (cloro-fluor-carbono);
Libera gás Pentano apenas no momento de sua
fabricação;
Retém os Vírus e Bactérias (possibilitando sua
eliminação).
A Urna de madeira suporta até 150 quilos.
A equivalente em E.P.S. resiste a 220 quilos.
Não basta colocar o cadáver numa caixa de E.P.S. e
enterrar.
Para o processo poder absolver o necro-chorume é
obrigatoriamente necessário que seja colocado no
74
interior da urna mortuária um colchonete recheado
com gel.
Assim, com a absorção, gelidificação e solidificação
do necro-chorume, haverá a eliminação de todos os
vermes, bactérias e vírus presentes nos cadáveres, sem a
utilização de nenhum aditivo químico com teor tóxico.
Já existe no mercado o produto fabricado pela
BIOCOL, com todas as características necessárias para a
implantação da utilização das urnas de E.P.S. – ISOPOR.
O colchonete, colocado como forração interna da
urna mortuária, deverá obedecer a condições técnicas
relativas ao peso do cadáver.
Na embalagem do BIOCOL estão especificadas as
recomendações a que nos referimos. Hoje este colchonete
é utilizado em hospitais.
Os colchonetes são materiais descartáveis,
acondicionados no lixo hospitalar, podendo, na utilização
em uma urna mortuária, como estamos propondo, ter a
mesma destinação na exumação, ou seja, ser incinerado
como o lixo dos hospitais e farmácias.
Em nenhuma hipótese deverá ser colocado o
cadáver direto na urna de E.P.S. sem os acessórios
indicados, pois se não houver este procedimento
haverá a saponificação do morto, não sendo possível a
sua exumação.
Também não haverá a eliminação dos vírus a
bactérias, havendo o risco de contaminação dos
manipuladores responsáveis pela exumação.
Constatamos que o E.P.S. possibilita a eliminação
dos gases produzidos pela putrecina e pela cadaverina.

75
O material é poroso, razão da eliminação dos
referidos gases, sem que haja a retenção com a
possibilidade de explosões que alguns dos outros
materiais pesquisados provocariam.
Os gases eliminados em uma urna de E.P.S. não
provocam nenhum dano à saúde, pois não há nenhuma
condição de liberarem os vírus, que ficam retidos no
interior da urna, sendo gradativamente eliminados pela
falta de ar e de líquidos, situação constatada após o ciclo
completo da decomposição de um cadáver.
A decomposição acontece em aproximadamente seis
meses.
Também seriam necessários a colocação de um
travesseiro com peróxido de cálcio (cal virgem), que
produz um gás capaz de amaciar a carne, facilitando o
trabalho dos vermes na decomposição dos cadáveres.
Este processo possibilita a exumação sem que o solo,
o lençol freático ou o ar sejam contaminados.
Também será raríssimo o caso de contaminação de
algum manipulador dos dejetos retirados da urna após a
exumação.
As urnas de E.P.S. poderão ser reutilizadas, após
uma simples limpeza. O material usado na fabricação de
cada urna pode também ser enviado, após a exumação,
para a indústria, que reciclará com 100% de
aproveitamento o E.P.S. empregado.
Os dejetos restantes (roupas, colchonete, etc.)
deverão ser incinerados com o lixo hospitalar.
Os ossos poderão ter a destinação que o responsável
pelo morto determinar (cremação, ou colocação nas
caixas conhecidas como columbários).
76
URNA DE E.P.S.

Para ter acesso ao modelo:


bangelosilva@hotmail.com

(para abrir é necessário o programa coreldraw-12)

77
A cor e os adereços deverão ser adequados de acordo com
a origem cultural, religiosa e social do morto.
Ficam proibidas peças de metais.

CONCLUSÕES
“Se não fora à certeza da morte, a vida seria
insuportável”.
Francisco de Bastos Cordeiro

Já comprovamos que a utilização de madeira em


urnas é uma atividade predatória, ainda que a origem do
material utilizado seja de áreas reflorestadas.
Também esclarecemos que os dejetos de cadáveres
humanos sempre representaram um sério problema para a
saúde dos vivos.
Em 1997 tivemos 231.901 óbitos no Estado de São
Paulo (Anuário SEADE).
Deste total 110.304 foram na Região Metropolitana
de São Paulo.
Na capital faleceram 69.711 pessoas.
É impossível prever com exatidão a quantidade de
vidas que teriam sido preservadas se as nossas medidas
tivessem sido adotadas.
Podemos afirmar apenas que não teriam sido poucas,
e que dentre elas poderia estar a vida de um seu ente
querido, vitimado por alguma infecção misteriosa.
Pense na possibilidade de ser você a próxima vítima,
já que nenhuma providência foi tomada e o problema, que
já é epidêmico, está se agravando.
As medidas saneadoras devem ser tomadas com a
urgência que a gravidade requer, pois protelar significa
78
perder o controle da situação, ou até mesmo sacrificar a
própria vida.
Necessitamos de ações enérgicas.
Em 1997, no bairro da Aclimação, cidade de São
Paulo, foi constatada 72 mortes atribuídas a causas
desconhecidas. Há possibilidades de que sejam vítimas
dos dejetos do cemitério de Vila Mariana, onde nascentes
deságuam no lago do Parque da Aclimação.
Constatamos que a varíola, considerada erradicada
pela Organização Mundial de Saúde em 1980, não foi
eliminada, mas está em fase de mutação e maturação.
Salvo engano involuntário, os estudos indicam que o
necro-chorume dos variolosos sepultados no cemitério da
Consolação estão, atualmente, na fase de reprodução e
contaminação. Pesquisas hidrogeológicas comprovam
que as condições dos terrenos da cidade de São Paulo
possibilitam a maturação dos vírus da varíola em um
período de 150 a 175 anos após o sepultamento.
As valas comuns, onde foram colocados os variolosos
no cemitério da Consolação, completaram 150 anos em
2006.
Se nos próximos anos o Rio Tietê estiver com sua
calha limpa o necro-chorume será conduzido
integralmente aos reservatórios de consumo humano.

ATENÇÃO NESTE DETALHE: de 2006 até o ano


de 2031 a virulência do material genético da varíola,
depositado nos cemitérios da Consolação e Chora
Menino, poderá atacar organismos vivos em São
Paulo!

79
Não conhecemos certos mistérios. Não sabemos a
quem interessa a morte de 2/3 da população da área
metropolitana de São Paulo. Sabemos apenas que a
possibilidade existe, é real, é inevitável se continuarmos
omissos.
CHEGOU À NOVA ERA
Você já ouviu muita gente dizendo ser a favor da
preservação da natureza. Conhece as propostas de uma
sociedade organizada com qualidade de vida para as
pessoas. Entretanto ficam vagas as propostas relacionadas
a uma qualidade no nascimento e na morte. Vamos iniciar
em breve os estudos para uma proposta de “nascimento
com qualidade”.
Mais neste momento a ABRACE está propondo uma
“morte com qualidade”.
E para isto ser possível à primeira providência é o
encerramento das atividades dos cemitérios! Em seus
lugares seriam construídos os “Memoriais”.
Estes Memoriais poderiam gerar milhares de postos
de trabalho.
Entretanto é fundamental que os primeiros cargos
sejam destinados a todos aqueles que hoje trabalham em
funerárias; fábricas de caixões; cemitérios, etc. Depois
seriam contratados os profissionais necessários a um
atendimento personalizado (psicólogos; assistentes
sociais; advogados; médicos; enfermeiros; etc.) Estes
profissionais seriam importantes para uma assistência aos
parentes e amigos dos mortos, durante as cerimônias
fúnebres. Após o falecimento haverá uma assistência

80
jurídica aos dependentes do morto. O trauma deverá ser
drasticamente reduzido.
Na página seguinte apresentamos o modelo padrão do
nosso Memorial.

Para conseguir um modelo:


bangelosilva@hotmail.com

(para abrir precisa do programa coreldraw-12)

81
Cada edifício atenderá uma população de
aproximadamente 200.000 pessoas.
Modelo padrão reduz custo de
instalação dos Memoriais.
MEMORIAL
Em respeito aos nossos mortos o modelo da
construção deverá ser padronizado, sem ostentações, com
o necessário conforto e funcionalidade.
Sabemos que haverá resistência por parte de pessoas
que exploram esta atividade de forma comercial, visando
exclusivamente o lucro.
Competirá ao Poder Público à regulamentação e
fiscalização, ficando para a iniciativa privada e entidades
da sociedade civil a administração e gerenciamento dos
MEMORIAIS, assim como sua manutenção quanto ao
impacto ambiental eventualmente provocado.
Cada unidade poderá ter a denominação de uma
Igreja; Personalidade; Associação; Sindicato; Fundação;
etc., com a seguinte distribuição (sugerida): na página
anterior uma planta plana mostra seis corredores por
pavimento com 204 gavetas em cada corredor – total de
1224 gavetas – Total nos seis pavimentos: 7.344.
Uma determinada igreja poderá reservar um
pavimento para seus membros hierarquicamente
superiores; um segundo pavimento poderá ser destinado
aos parentes próximos destes membros superiores; um
terceiro pavimento poderá ser destinado a seus filiados,
que dependendo da necessidade poderá ser extensivo a
82
um quarto pavimento; os outros dois pavimentos serão
utilizados por pessoas assistidas por esta igreja, que não
possuam condições financeiras para o pagamento de uma
gaveta.

DIÁLOGOS
“Morte! Irmã do amor e da verdade!”
Antero de Quintal

TEATRO DE ABSURDO
Você poderá interpretar este texto transcrito em linguagem
dramaticamente teatral.
O conteúdo mistura ficção e realidade, cabendo a você a
descoberta do significado de cada acontecimento.
Este recurso (o teatro) é utilizado para transcrevermos
determinadas pesquisas que não tivemos autorização de seus
autores para a divulgação das mesmas.

PERSONAGENS:
ANGELO – Viajante do tempo; velho, adulto, criança; branco, negro, vermelho;
SUELI - Jornalista, jovem, feia (muito feia); agressiva.

CENÁRIO: Cela de cadeia pública; muito lixo; grades soltas no ar – sem paredes.

CENA ÚNICA

ANGELO
Muitas vezes em um mesmo dia
sou testemunha de violações absurdas
ao nosso falido contrato social.
A postura predatória do homem
fez com que eu procurasse outras espécimes animais
com quem pudesse conviver e conspirar
83
contra a raça humana.
O homem destruirá todos os homens,
disse ao meu cavalo.
Sendo assim quero ser inimigo do homem.
Não lamentarei quando a batalha final começar
e todos morrerem.
SUELI
Por que?

ANGELO
Eu vi um elefante rosa.
Apressadas as pessoas caminhavam
olhando para o chão
e não viam aquele enorme paquiderme rosa.
Então parei e pensei:
se não conseguem ver
um animal deste tamanho
jamais poderão compreender
o fantástico mundo das bactérias.
Fui até uma banca de revistas
e fiquei olhando atenciosamente
na esperança de que alguma coisa acontecesse.
Senti um toque em meu ombro.
Antes que pudesse ver de quem se tratava
uma voz apavorada perguntou:
“você viu aquele macaco amarelo
dirigindo o ônibus?”
Nem olhei para saber de quem era aquela voz.
E se fosse um rinoceronte verde?
Entretanto ninguém viu
que na avenida havia um elefante rosa.
84
Na avenida não há nenhum elefante rosa,
afirmariam peremptoriamente.
Preste atenção: quem nunca esteve na avenida
afirmará que é impossível existir o elefante rosa.
Sendo assim
porque perder meu tempo
dizendo que diante das múltiplas falências
dos sistemas inventados pelas classes dominantes
a guerra biológica é inevitável?
Alguém estaria preocupado
com esse detalhe mórbido?
Continuo caminhando pela avenida movimentada
procurando a companheira do elefante rosa.
Seria uma ratazana preta?

SUELI
Por que?

ANGELO
Sempre busquei coerência
em minhas afirmações.
Pesquisei o máximo possível
para apresentar um trabalho coerente,
solidamente embasado
em fatos cientificamente comprovados.
E ninguém respeitou este trabalho.
Até mesmo os que auxiliaram nas diversas etapas
abandonaram a causa antes de sua conclusão.
São mais omissos e covardes
do que aqueles que sempre permaneceram
alheios aos fatos fantasticamente macabros
85
decorrentes da instalação e manutenção dos cemitérios.
Estou só como sempre estive.
Sou o único que continua acreditando
na necessidade de um novo contrato social
com a preservação dos recursos naturais.

SUELI
Por que?

ANGELO
Quem somos nós diante do cosmo?
Nada ou o próprio cosmo em toda a sua plenitude?

SUELI
Por que?

ANGELO
A morte não existe para os que estão vivos.
Há uma permanente transformação
e todos nós participamos.
Como se fosse um grande espetáculo teatral.
Tragédias, comédias e dramas que se misturam.
Tomem seus lugares!
E agora apresentamos:
A expectativa!

SUELI
Por que?

ANGELO
Deveria alertar a população do planeta através da Internet.
86
Entretanto as palavras ficariam perdidas
nas considerações dos e-mails caluniosos de pessoas
que mesmo sabendo que estou certo
quando não estou errado,
e reconhecendo a validade
das minhas pesquisas científicas,
ficariam indignadas,
e é só o que conseguiriam sentir antes de dormir
como se nada estivesse acontecendo.

SUELI
Por que?

ANGELO
São humanos, estupidamente humanos.
Jamais reagiriam de outra forma.

SUELI
Por que?

ANGELO
Em nome desta realidade grotesca
estão as bases de nosso contrato social.
Um povo acovardado.
Omisso,
fraco e dependente em todos os sentidos.
Os indivíduos ficam olhando
e esperando uma reação dos outros.
Como se fosse um jogo de dominó,
onde você só descarta se houver numeração coincidente.
Olham para a falta de opções e aceitam a derrota.
87
SUELI
Por que?

ANGELO
Não há explicação possível
para este amontoado de desculpas.
Nossa ingerência seria considerada uma mentira.
Sendo assim melhor seria silenciarmos.
Seriamos poupados.
Um dia no futuro alguém exclamará:
“havia condições de se evitar a guerra biológica.”
Bilhões morreram inutilmente.

SUELI
Uma nova civilização ressurgirá das cinzas?

ANGELO
Jamais!

SUELI
Milhares de anos seriam necessários
para o desenvolvimento de novas raças?

ANGELO
Não teríamos este tempo.
Com o declínio do sistema social vigente
tudo será tragado pelo buraco negro da ignorância,
eliminando definitivamente
a possibilidade de sobrevivência humana.
Se hoje as práticas necessárias forem tomadas
88
com o conhecimento atual
e desenvolvimento tecnológico disponível,
podemos construir colônias humanas em outros planetas,
perpetuando diversas espécimes.
Se as guerras continuarem inevitavelmente
chegaremos em breve ao estágio da luta biológica
e a destruição será então de todos os seres viventes.
E não falamos apenas de guerras entre nações.
Precisamos evitar a guerra entre comunidades.
Ou pior: entre pessoas de uma mesma família!

SUELI
Por que?

ANGELO
E tudo o que aqui tenho afirmado
é o resultado dos profundos estudos sobre as cerimônias
realizadas em torno dos cadáveres humanos,
recolhidos nos acidentes das ruas, estradas e fábricas,
em leitos hospitalares e asilos,
pois este ritual contem a revelação da falta de respeito
para com a vida humana em toda a sua plenitude.
E também reside neste acontecimento apocalíptico
o segredo do começo e do fim dos tempos,
da destruição humana por toda a eternidade.

SUELI
Por que?

ANGELO
Somente com a compreensão
89
de que a terra é uma nave solta no espaço,
dependente de seus próprios recursos
para manter sua rota
de não colisão com outras naves,
com uma gama de finitas possibilidades,
das quais a maioria é explorada predatoriamente
por determinadas espécies animais,
sendo o homem a mais terrível de todas,
pois apenas o homem desenvolveu conhecimentos
que possibilitam a destruição desta nave.
E estes conhecimentos são utilizados
como se a nave tivesse recursos inesgotáveis,
o que não é verdade.
As transformações precisam de um tempo cósmico,
que nossa sociedade consumista ignora
em função de seus próprios lucros.
E toda fortuna acumulada
de nada servirá se a nave ficar à deriva.
E como o homem é o único ser desta nave
com conhecimento acumulado
para transferir-se para outras naves,
imperioso se faz a sua sobrevivência.

SUELI
Por que?

ANGELO
Um dia a mais para tomar a decisão
poderá fazer a diferença,
se é que você está conseguindo me entender.
A humanidade poderá ser salva em apenas um dia.
90
E não será com atitudes heróicas,
pois quando alguém se transforma em herói
uma dualidade se instala:
vencedores e vencidos.
Não precisamos de nenhuma batalha
para salvar a humanidade.
Apenas a união de esforços e conhecimentos.
É imperativo o respeito e a compreensão
de que estamos todos nesta mesma nave.
E se esta nave sair da rota cósmica
haverá uma destruição de todos nós.
Se quisermos perpetuar nosso espécime
precisamos construir urgentemente
um contrato social global,
universal,
respeitando a diversidade sociocultural de cada região
que nada mais é que um departamento desta nave.

SUELI
Por que?

ANGELO
Vamos aprender a conviver com o contraditório,
redimensionando nossa própria vida
e melhorando as relações necessárias
para nossa sobrevivência.
Sem o contraditório a própria vida perderia seu interesse.
O começo do fim
na falta de um objetivo a ser conquistado.
Querendo conquistar o amor de uma pessoa
você usa a voz.
91
Para impor sua vontade use o gesto.
Se quiser destruir basta usar seu olhar.
A mais eficiente arma é aquela que te defende
e não aquela que te torna apenas um assassino.
Você mata hoje o amigo
daquele que virá te matar amanhã.

SUELI
Por que?

ANGELO
Tudo na natureza tem uma razão para existir.
Estamos sempre reclamando
da existência daquilo que não nos é necessário.
Esquecemos a dualidade,
ou a possibilidade de que
o que não precisamos diretamente
sempre será necessário para uma outra pessoa.
Tudo é fundamental para o perfeito equilíbrio.
E quase sempre para manter a cadeia alimentar.
Impossível aceitar que todos possam comer qualquer um.

SUELI
Por que?

ANGELO
Com a constante transformação dos elementos
na natureza
encontramos respostas
que possibilitariam um eficiente planejamento.
Podemos compreender algumas destas ocorrências
92
mas desconhecemos outras.
E o nosso contrato social poderia ser elaborado
a partir desta experimentação prática
da realidade e existência da própria vida.
Sabemos que não é isso que ocorre.
Não somos respeitados em nossas limitações,
nem valorizados em nossas especialidades.
As relações entre pessoas nas diferentes atividades sociais
ficam restritas aos interesses mesquinhos,
com ênfase para as titularidades equivocadas.
E somos engolidos e digeridos por um sistema
estabelecido nas bases do conhecimento
adquirido pela cultura de empréstimo,
sugada em livros
que retratam apenas histórias do passado.
Jamais conseguiremos propor uma relação entre humanos
cujo embasamento alicerce a relação com a natureza
de acordo com as necessidades das futuras gerações.

SUELI
Por que?

ANGELO
A falência do contrato social
faz pessoas amarrem explosivos no próprio corpo
explodindo junto com crianças inocentes.
Usam armas não convencionais para destruição em massa.
A vida que deveria ser reverenciada
por ser uma dádiva dos deuses
é destruída a cada bomba acionada por um alucinado.
Nos fragmentos encontramos Deus destruído também.
93
SUELI
Por que?

ANGELO
De onde viemos?
O micro cosmo uniu um óvulo e um espermatozóide
originando uma nova vida.
A tua vida.
Um novo universo.
Sendo assim os gregos estavam certos
em sua afirmativa histórica.
O pai de cada um de nós é nosso deus,
nosso criador.
A mãe é nossa deusa,
nossa criadora.
Somos todos filhos de um deus.
Nosso pai é nosso verdadeiro Deus.
E um contrato social deveria respeitar
esta origem cósmica e biológica.
Entretanto foi constituído um sistema organizacional
onde cada um de nós passou a pertencer ao Estado.
E cada Estado organiza grupos
de acordo com suas necessidades.

SUELI
Por que?

ANGELO
A proposta é a de promover a felicidade,
a igualdade,
94
a fraternidade e a paz.
O Estado oferece uma oportunidade aos que roubam
onde jamais serão presos nem condenados.
Basta seguir a carreira em qualquer parlamento.
Vereadores, deputados ou senadores.
Todos membros do PCC –
Partido dos Companheiros Cadeiantes.
Profissionais da usura.
Alguém quer matar seu semelhante?
Pois se torne um policial
e o Estado lhe dará todas as garantias
para realizar seu crime.
Quer enganar sua comunidade?
Monte uma igreja e seja um pastor
criando seu próprio rebanho.
O Estado mais uma vez vai te abençoar.
Quer manter relações sexuais com crianças?
Basta tornar-se padre
e sua pedofilia será abençoada e perdoada.
Quer usar drogas?
Basta exercer a medicina.
Gosta da ociosidade?
Há um cargo público te esperando.
E viva a democracia!

SUELI
Por que?

ANGELO
Possibilidade de aparecer,
de provar sua existência.
95
No século XX tivemos em média
quatro guerras a cada ano.
Os motivos foram absurdos em todos os conflitos.
Iniciamos o novo milênio,
conhecido também como “uma nova era”,
com uma realidade trágica.
As grandes potências sendo administradas por pessoas
“pequenas” que continuam fazendo guerras inúteis.
E a cada eleição os governantes vão se apequenando.
Eu não deixaria um certo presidente
tomar conta de meu vira lata.

SUELI
Por que?

ANGELO
Foi estudando detalhadamente
os costumes de nossos índios
que compreendi as terríveis causas
de nossos graves problemas sociais.
Você sabia que logo após defecarem
os índios enterravam suas fezes ?
Sabia que eles possuíam uma saúde fantástica
até a chegada do homem branco?
Nós, civilizados,
somos assim
porque nem das nossas fezes sabemos cuidar.
Chegamos a um ponto em que
no final de ano organizamos
a festa de amigo secreto miserável,
onde cada um escolhe uma roupa velha,
96
que não usa mais,
coloca em uma sacola plástica de supermercado,
e troca com seus amigos.
Então comemos pão amanhecido e tomamos tubaína.
Abraçamos e desejamos um natal cada vez pior
e um péssimo ano novo.
SUELI
Por que?

ANGELO
Assisti em um programa de variedades na televisão
um grupo de senhoras chorosas
reunidas em torno de diversas imagens de santas.
O apresentador destacou
uma imagem de Nossa Senhora.
Aproximando a câmera
a imagem olhou em meus olhos,
como se quisesse revelar alguma coisa.
Foi tudo muito rápido.
Notei que ela estava com o rosto cheio de bolhas.
Fiquei apavorado
ao reconhecer as características da varíola.
Coloquei as mãos sobre meus olhos e chorei.
Havia recebido o sinal
de que a guerra biológica estava próxima.
Quem acreditaria?

SUELI
Por que?

ANGELO
97
Quem estiver preparado saberá como proceder.
Tentará fazer uma oração.
Sabendo que uma oração possui a força necessária
para operar um milagre graças a sua construção.
Forma e conteúdo.
Motivação e fé.
Alegria e vida.
Tudo se renova quando você determina orando.
Assim é que deveria ser tua vida para sobreviver.
Isso se você achar que vale a pena ser sobrevivente.

SUELI
Por que?

ANGELO
Há uma energia protegendo minha vida.
Eu sinto sua influência nas coisas mais sublimes.
Sempre que alguém se aproxima
consigo saber de suas intenções.
Se forem positivas as pessoas evoluem.
Quando a intenção é a de me prejudicar,
seja lá pôr que forma for,
o castigo é imediato.
Não consigo controlar esta energia.
Nem para o bem,
nem para o mal.
Ela é forte,
justa,
cósmica.
Já presenciei grandes transformações.
Assim como foi concedido o perdão,
98
que é fundamental para a sobrevivência
daqueles que forem merecedores.

SUELI
Eu conheço alguém merecedor.

ANGELO
Quais benefícios esta pessoa lhe proporcionou?

SUELI
Por que?

ANGELO
Quem está preparado para sobreviver
em uma guerra biológica?
Você poderia ficar sem ingerir
nenhum alimento sólido durante uma semana.
E tudo continuaria bem.
Ficar sem beber uma só gota de água durante um mês.
Ainda assim sobreviveria sem sequelas.
Entretanto sua vida seria destruída
se ficasse sem respirar por apenas três minutos.
Qualquer guerra biológica teria maior número de vítimas
com algum jovem estudante contaminando o ar.
Rápida e eficiente.
E o principal: sem sobreviventes.

SUELI
Por que?

ANGELO
99
Sempre que nos defrontamos com uma indagação,
com um problema real,
nosso instinto recomenda prudência,
recolhimento, distanciamento.
Para nossa segurança individual
colocamos grades nas janelas de nossas casas,
transformando o que seria um lar em uma prisão.
É assim que solucionamos nossos problemas.
Ou seja,
nunca conseguimos solucionar absolutamente nada.

SUELI
Por que?

ANGELO
Vou fantasiar alguns acontecimentos reais.
Parece absurdo supor que os aviões
do dia 11 de setembro
estivessem sendo comandados
pela Central de Inteligência americana,
vulgarmente conhecida por CIA?
Nenhuma operação seria mais eficiente,
naquele momento histórico,
para solidificar o primeiro mandato
e manter no cargo o presidente americano.
Você percebeu que o presidente americano
foi o maior beneficiado com aquele incidente?

SUELI
Amém!

100
ANGELO
E que a indústria de armas
foi a segunda maior beneficiária?

SUELI
Amém!
ANGELO
E que as bombas no território afegão
preparariam o terreno
para a construção de um oleoduto?

SUELI
Amém!

ANGELO
E que as desculpas de uma guerra biológica
obrigariam pessoas no mundo inteiro
a tomar vacinas contra a varíola?

SUELI
Amém!

ANGELO
E que estas vacinas provocariam
a morte de 30% da população mundial?

SUELI
Amém!

ANGELO
E que ninguém seria preso por causar este genocídio?
101
SUELI
Amém!

ANGELO
E que tudo seria reconhecido pela história oficial
como uma ação feita em nome
da democracia e das liberdades individuais?

SUELI
Amém!

ANGELO
E que mais de cem mil crianças
foram sacrificadas na cidade de São Paulo
para o desenvolvimento de uma vacina?

SUELI
Amém!

ANGELO
E que a AIDS surgiu na cadeia alimentar.

SUELI
Amém!

ANGELO
Atente para este fato:
Em uma de minhas viagens astrais
fui até uma floresta onde estava
encoberto por folhas
102
o corpo de alguém
que havia morrido
há mais de cento e cinqüenta dias.
Enquanto eu contemplava este corpo
uma ratazana se aproximou
e começou a comer pedaços
daquela carcaça humana.
Alimentada a ratazana foi beber água em um rio,
quando um macaco a capturou,
levou para o alto de uma árvore
e a dividiu com sua família.
Alguns dias depois este macaco foi abatido
por alguns caçadores africanos,
que o serviram cru em um banquete
onde estava sendo recepcionado um jornalista,
branco,
estrangeiro,
que comeu partes daquele infectado símio.
A ratazana havia ingerido vírus dormentes,
resultado de uma mutação genética
comum na natureza.
Este vírus era um ser evoluído do estágio anterior
de uma bactéria chamada shiguella.
Na ratazana, no macaco e nos caçadores
o vírus permaneceu imóvel
por não reconhecer condições ideais
para alimentar-se e reproduzir.
No jornalista a identificação foi imediata,
sendo sua reprodução instantânea
e sua propagação
uma simples conseqüência genética.
103
SUELI
Por que?

ANGELO
Monumental inversão de valores
determinará o fim dos tempos.
Pobre humanidade.
Glorificando doenças e crimes.
Louvando aqueles que deveriam receber tratamento.

SUELI
Caminhando pelo orgulho gay!

ANGELO
Quando o correto seria dar-lhes adequado tratamento.

SUELI
Liberando o consumo de drogas!

ANGELO
Sendo que o correto seria educar
para que não consumissem drogas.
Com a falência do sistema de educação
o Estado implanta a liberalização dos usos
em nome dos bons costumes.
Está próximo o dia em que teremos
passeatas do orgulho pedófilo.

SUELI
Dia nacional do político corrupto!
104
ANGELO
Para pessoas doentes,
como os pedófilos,
gays,
viciados,
corruptos e outros transgressores
de um bom contrato social,
o tratamento deveria ser terapêutico,
jamais repreensivo, criminal, policial.

SUELI
Pedofilia é doença?

ANGELO
Sim, gravíssima, e prender não curam
nem o pedófilo nem sua vítima.

SUELI
Homossexualidade é doença?

ANGELO
A medicina afirmava que a homossexualidade
era uma perversão da atividade sexual.
Uma inversão do objeto de escolha amorosa,
com relações entre indivíduos do mesmo sexo.
Vai aparecer veado de tudo quanto é lugar
protestando contra esta informação.
Que se fodam.
Fiquem com sua doença se quiserem.
Eu continuarei afirmando
105
que eles precisam procurar um tratamento eficiente.
Pois não há apenas um tipo de homossexual.
São diversos e das características de sua personalidade
nas diferentes circunstâncias sociais e culturais,
estará definida a evolução de sua doença.
Deveriam promover caminhadas
pelo desenvolvimento da ciência terapêutica
que lhes desse uma possibilidade de cura.
Não deveriam aceitar a tese de que sua perversão é inata.
Nem que seria um terceiro sexo,
que não tem a mínima possibilidade de existir..
São portadores de uma perturbação
decorrente do desenvolvimento infantil e juvenil.
Tendências homossexuais seriam aceitas
e tidas como normais
na fase do desenvolvimento juvenil.
A homossexualidade é causada pela fixação
ou regressão
a essa fase da vida dos indivíduos.
Na fase adulta tais complexos podem contribuir
para reações obsessivas ou paranóicas.
A falência de um contrato social
é representada também pela
oficialização da união civil entre pessoas
de um mesmo sexo.

SUELI
Devemos instituir o Dia da Consciência Paranóica?

ANGELO
Onde está a contribuição de se promover
106
o dia do orgulho dos cancerosos?
Ou ainda o Dia do Orgulho dos Tuberculosos?
Devemos instituir o dia do orgulho pedófilo?
Coroando as propostas de inversão dos valores
vamos criar o Dia do Corrupto,
extensivo a todos aqueles que corromperem
ou forem corrompidos.
Seria um grande feriado nacional!

SUELI
Corrupção é doença?

ANGELO
Assim como qualquer outra doença.
Prender um corrupto jamais solucionará
os problemas causados por este indivíduo.
Pois aquele que corrompe
e também os que são corrompidos
precisam de um tratamento
que possa conscientizá-los
da gravidade desta doença.
O primeiro passo da cura de qualquer doença
é o desejo do indivíduo de se libertar
do mal que o está acometendo.
E neste caso a orientação deverá estar
no contrato social de cada nação.
Um corrupto jamais poderá exercer cargo público.
Ao corruptor deveriam ser impostas
determinadas normas,
incluindo seu cerceamento
até que sua cura pudesse ser comprovada.
107
SUELI
Quando teremos um contrato social
com estas determinações?

ANGELO
Nunca.
Razão que nos leva a acreditarmos
que estamos próximos da destruição final.

SUELI
Amém.

ANGELO
Estabelecida a guerra final
surge a pestilência nas cidades.
E seus quadros regulares se desmoronam.
Não há mais limpeza pública,
nem polícia
nem escolas,
hospitais e transportes públicos.
Nas ruas acendem-se fogueiras
para queimar os mortos.
Os mortos já atravancam as ruas.
O mau cheiro sobe pelo ar como uma labareda.
Ruas inteiras são bloqueadas
pelo amontoamento de mortos.
Nas casas abandonadas à ralé imunizada penetra e rouba
riquezas que lhe serão inúteis.
Os últimos vivos se exasperam,
o filho, até então submisso e virtuoso, mata o pai,
108
o casto sodomiza seus parentes.
O libertino torna-se puro.
O avarento joga seu ouro aos punhados pela janela.
O herói guerreiro incendeia a cidade
por cuja salvação outrora se sacrificou.
O elegante se enfeita
e vai passear nos cemitérios.
Neste mundo em declínio haverá um núcleo de homens
capazes de devolver o equivalente natural e mágico
dos dogmas em que não acreditamos mais?

SUELI
No princípio era o Big Bang.

ANGELO
No futuro será o Bang Big.
Retornaremos ao estágio em que éramos amebas.
E finalmente apenas pó estelar.

SUELI
Amém.

ANGELO
Disse Nostradâmus:
“No ano que somado resulta em sete”,
Primeiro da entrada do segundo milênio,
Grande número de cemitérios vazará sepulturas,
Com pestilência dissimulada
em reuniões públicas.
Último socorro estará alem da fronteira,
Vento do norte causará o cerco a ser levantado,
109
Os muros cairão misturando cinzas no leito dos rios,
Nas praças serão esfacelados
os juízes em suas cadeiras.
(não haverá sobrevivente)

SUELI
O maior segredo foi revelado!

ANGELO
Que mais podemos querer?
Que descubram nossos pensamentos?
Que estuprem nossos ideais?
Que assassinem nossa poesia?
Que se banqueteiem com nossas carnes?

SUELI
Agora e sempre, amém!...
Amém...

ANGELO
Por que?

SUELI
Por que?

ANGELO
Por que?

SUELI
Por que?

110
Silêncio eterno.

Anexos

111
Meu Caro Amigo Carlos Angelo

Terminei a Leitura da sua obra: Guerra Biológica.


Muito me honraram suas referências no conteúdo da
mesma, tanto à minha pessoa como à ONG ABRACE –
Associação Brasileira das Comunidades Ecológicas, da
qual sou presidente e o amigo um exímio e operoso
diretor.
Obrigado!
No primeiro momento é chocante dissertar-se sobre
uma tese escatológica, profunda, perigosa quanto,
pioneira, corajosa e única: “Guerra Biológica” e, ao
mesmo tempo, imiscuída com a Associação Cultural
Espectro – Teatro de Arte.
Mas no debater-se o conteúdo da tese, concluí-se ser
de bom avilte fazê-lo às luzes da pedagogia romana, tão
antiga quanto válida: “ridendo corrige mores” o que

112
vem a dizer: é boa a prática corrigir os costumes
sorrindo.

Parabéns!
Estamos ao seu lado e ao lado de nossa “ABRACE”.

Do amigo
Luiz Gonzaga de Oliveira

São Paulo, 15 de abril de 2003.

UNIVERSO INVISÍVEL
Qual a importância de compreendermos a função desta
fantástica diversidade dos seres que se adaptaram a todos os
ambientes do universo, os microorganismos? Afinal de contas o
que é uma bactéria, um vírus, um protozoário, um bacilo?”.
Sabemos que há mais células de bactérias no nosso corpo do
que células humanas. E como são controladas estas células?
Quais as razões que levam estes parasitas a causarem
benefícios ao nosso organismo, em alguns casos, e a provocar a
morte em outros?
Seres unicelulares que não possuem sequer um núcleo
separado por membrana, as bactérias são as criaturas mais
simples que existem, depois dos vírus, medindo entre 0,5 e 5
milésimos de milímetro.
Dez mil vezes menores que as bactérias, os vírus não
passam de um material genético com uma capa de proteína.
Como não possuem metabolismo próprio usam as células dos
organismos que invadem para se reproduzir.
Os protozoários são unicelulares como as bactérias, mas
possuem organelas (que ajudam a processar nutrientes e gerar

113
energia). Alguns são visíveis, medindo até 2 milímetros. Outros
são mil vezes menores.
As bactérias em forma de bastão são chamadas de bacilo;
as esféricas de cocos; e as curvas de vibriões.
Viver é uma arte.
Carlos Angelo detesta este termo, mas ele é o “Herói” que
soube como ninguém a importância de evitarmos uma guerra.
Qualquer guerra.
Principalmente uma que seja biológica.

Letícia Wendy

São Paulo, 20 de junho de 2003.


GLOSSÁRIO
CADÁVER – Corpo humano privado de vida.
CADAVERINA – Gás liberado pelo cadáver, cuja
fórmula é: C5H14N2 (pentametilendiamina);
CATACUMBA – Local onde foram sepultados os
primeiros mártires do cristianismo. Espécie de gruta ou
caverna onde os mortos eram colocados em estantes,
cavadas nas paredes.
CARNEIRO – Gaveta tumular existente em cemitérios,
destinada a acomodação dos mortos;
CEMITÉRIO – Recinto onde se guardam os mortos.
Sinônimos: necrópole, campo santo, sepulcrário, última
morada, cidade dos pés juntos;
CEMITÉRIOS JARDINS – Ou também parques, local
provido de gavetas subterrâneas. Na superfície
predominam ornamentos vegetais, entre outros: grama,
flores e árvores.
CEMITÉRIOS VERTICAIS – Prédios com pavimentos
destinados à colocação dos mortos em gavetas lacradas.
114
Estas edificações devem ser providas de sistemas
operacionais de drenagem e tratamento dos gases e
líquidos funerários;
COLUMBÁRIOS - Pequenas edificações verticais
aéreas, de pequena altura, provida de nichos, destinada
para a conservação das cinzas funerárias. Também
utilizada para a colocação dos ossos exumados.
CREMATÓRIOS – Locais destinados a cremação de
cadáveres. Deveriam estar devidamente aparelhados para
evitar a contaminação do ar, fato que não ocorre com os
instalados no Brasil;
ENTUMULAR – Termo designado para os sepultamentos
de cadáveres em túmulos lacrados, fora do contato direto
com o solo, em gavetas construídas em alvenaria;
EXUMAÇÃO – Ato de retirar os mortos ou seus restos
das sepulturas.
INUMAÇÃO – Ato de enterrar ou sepultar os mortos em
covas abertas para tal finalidade;
JAZIGO – Pequena edificação no recinto dos cemitérios,
com várias gavetas destinadas aos sepultamentos dos
mortos;
MEMORIAL – Edifício que deverá substituir os
cemitérios existentes (ampla matéria neste livro);
NECRO-CHORUME – Neologismo criado pelo Geólogo
e Professor Leziro Marques Silva (CETESB, 1986), para
designar o líquido resultante da decomposição dos
cadáveres, na fase humorosa ou coliquativa;
PUTRECINA – Gás liberado na decomposição de um
cadáver. Pode conduzir vírus aeróbios com alto poder de
contaminação;

115
SEPULTURA – Cova onde são sepultados os cadáveres.
Hoje o termo usado mais freqüentemente é o de Jazigo;
TÚMULO – Monumento erigido em memória de alguém,
no local onde o mesmo se encontra sepultado.

BIBLIOGRAFIA
Estou trabalhando na Biblioteca da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo há mais de 20 anos.
Neste periodo tive contato com milhares de publicações,
livros, periódicos, relatórios, etc., que nem sempre estarão
disponiveis para leitores que não sejam pesquisadores.
Sendo assim, para simplificar, posso sugerir: visite
cemitérios, aterros sanitarios, lixões, favelas, cortiços,
escolas públicas, cadeias, feiras livres, cozinhas de
restaurantes, etc., e escreva sua opinião sincera sobre o
local visitado. Procure a redação de um jornal de bairro e
solicite a divulgação de sua experiencia. Assim teremos
uma bibliografia ampliada sobre cada problema de nossa
comunidade, com um peso maior de credibilidade.
E se tiver oportunidade leia a bíblia; A Doutrina
Secreta; o Livro dos Mortos do Egito Antigo; o Alcorão;
o Evangelho segundo o Espiritismo; a Odisseia; A
Memoria das Células; A Estetica da Morte; a
116
Enciclopédia Larousse Cultural; o jornal Estado de São
Paulo; a revista Época; a revista VEJA; e, sempre que
possivel, ouça a rádio Eldorado AM.
Minha recomendação pessoal é a de que faça uma
leitura da obra de Salomão Jorge, “A ESTÉTICA DA
MORTE”. A abordagem do indigesto assunto que é a
morte, no livro de Salomão Jorge, ganha o aspecto
primaveril, pois é tratada com uma dignidade e respeito
que impressionam.

Carlos Angelo
bangelosilva@hotmail.com

MEDITAÇÃO
“Como o sol percorre o zodíaco (macrocosmo) nos seus
360 graus, em cada ano, atrasando 50 segundos em
cada ano, ou um grau em cada 72 anos. Isso faz com
que mude de signo em intervalos, mais ou menos, de
2.160 anos. Leva, pois, 25.920 anos na sua passagem
pelos doze signos do zodíaco. Um homem (microcosmo)
tem analogia com o macrocosmo. O homem respira 18
vezes por minuto. Multiplicando-se 18 por 60 minutos, e
o resultado por 24 horas, vemos que o resultado é de
25.920 respirações por dia”.
Augusto Ferreira Gomes

Centúria 10 / quadra 74
“Au revolu du grand nombre septiesme,
Apparoistra au temps jeux d’Hecatombe,
Nom esloigné du grand aage Milliesme,
Que les entrez sortiront de leur tombe”.
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Centúria 9 / quadra 99
“Par mur getter cendres, chauls, et opusiere”:
Vent Aquilón fera partir le siege,
Par pluyes apres, qu’il leur fera bien piege,
Dernier secours encontre leur frontiere’.
Nostradamus

Edição comemorativa em outubro de 2008.


(estamos atualizando em janeiro de 2009)
Exemplar destinado a doações pela Internet.
ENVIE A TODOS OS SEUS AMIGOS
- E TAMBÉM À IMPRENSA E AOS ÓRGÃOS PÚBLICOS -

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