Este documento descreve os principais tipos de motores de corrente alternada, incluindo motores síncronos, assíncronos (de indução), monofásicos e trifásicos. Explica como esses motores convertem energia elétrica em movimento mecânico através da interação de campos magnéticos no estator e rotor.
Este documento descreve os principais tipos de motores de corrente alternada, incluindo motores síncronos, assíncronos (de indução), monofásicos e trifásicos. Explica como esses motores convertem energia elétrica em movimento mecânico através da interação de campos magnéticos no estator e rotor.
Este documento descreve os principais tipos de motores de corrente alternada, incluindo motores síncronos, assíncronos (de indução), monofásicos e trifásicos. Explica como esses motores convertem energia elétrica em movimento mecânico através da interação de campos magnéticos no estator e rotor.
Na natureza a energia se encontra distribuda sob diversas formas, mecnica,
trmica, luminosa e outras formas; no entanto a energia mecnica a mais conhecida forma de energia e na qual o homem tem mais domnio. A energia mecnica, tal como ela est disponvel na natureza de difcil utilizao prtica. Ento, converte-se a energia mecnica em energia eltrica atravs das mquinas eltricas conhecidas como geradores. A energia eltrica possui as vantagens de ser uma energia limpa, de fcil transporte e de fcil manuseio, podendo ser reconvertida em vrios outros tipos de energia. Os motores so as mquinas responsveis por transformar de volta a energia eltrica obtida nos geradores em trabalho, trataremos dessas mquinas neste texto.
MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA
Neste tipo de motor, o fluxo magntico do estator gerado nas bobinas de campo pela corrente alternada da fonte de alimentao monofsica ou trifsica, portanto trata-se de um campo magntico cuja intensidade varia continuamente e a polaridade invertida periodicamente. Estes motores so divididos em sncronos e assncronos.
Motores sncronos
No motor sncrono, o rotor constitudo por um im permanente ou bobinas alimentadas em corrente contnua mediante anis coletores. Neste caso, o rotor gira com uma velocidade diretamente proporcional a frequncia da corrente no estator e inversamente proporcional ao nmero de plos magnticos do motor. So motores de velocidade constante e constitui-se a sua principal aplicao. So utilizados somente para grandes potncias devido ao seu alto custo de fabricao. A seguinte equao define a velocidade sncrona ns deste tipo de motor:
ns = 120 f / p
Onde: ns: velocidade sncrono (rpm ) f: frequncia da corrente do rotor ( Hz) p: nmero de plos magnticos do motor
Motores assncronos
No motor assncrono ou de induo, o rotor possui vrios condutores conectados em curto- circuito no formato de uma "gaiola de esquilo, conforme mostra a figura 2.
O campo magntico varivel no estator induz correntes senoidais nos condutores da gaiola do rotor, figura 2. Estas correntes induzidas, por sua vez, criam um campo magntico no rotor que se ope ao campo indutor do estator ( Lei de Lenz ). Como os plos iguais se repelem, ento h uma fora no sentido de giro no rotor. O rotor gira com uma velocidade n um pouco inferior velocidade sncrona, isto , a velocidade da corrente do campo. Como um pouco inferior, diz que este motor assncrono, isto , sem sincronia.
Observe que este motor no consegue partir, isto , acelerar desde a velocidade zero at a nominal. As foras que atuam nas barras curto-circuitas se opem uma outra, impedindo o giro. Ento, na partida, utiliza-se uma bobina de campo auxiliar, defasada de 90 graus das bobinas de campo principais, que cria um campo magntico auxiliar na partida. Assim, o fluxo resultante inicial est defasado em relao ao eixo das abscissas, e produz um torque de giro ( par binrio). Aps a partida, no h mais a necessidade do enrolamento auxiliar, pois a prpria inrcia do rotor compe foras tais que mantm o giro.
A diferena em valores percentuais entre a velocidade sncrona e a velocidade do motor de induo, chamamos de escorregamento, simbolizada pela letra S. O escorregamento dos motores de induo varivel em funo da carga a ser acionada pelo motor, ou seja, mnimo a vazio ( sem carga ) e mximo com a carga nominal. O escorregamento S dos motores de induo expresso atravs da seguinte equao:
S= 100x (ns n) / ns
Onde: n: velocidade do eixo do motor (rpm )
Nota-se atravs das duas ltimas equaes que a velocidade dos motores sncronos e assncronos pode ser controlada atravs do ajuste do valor da frequncia da corrente nas bobinas do estator. Este tipo de acionamento realizado atravs de um conversor esttico de frequncia. Ao contrrio dos motores sncronos e de corrente contnua; o motor assncrono ou de induo largamente utilizado nas indstrias pela sua simplicidade construtiva, pouca manuteno e baixo custo. Os motores assncronos ou de induo podem ser monofsicos ou trifsicos.
Motor de Induo Monofsico
um motor eltrico de pequena ou mdia potncia, geralmente menores que 5 CV. Para a produo do conjugado de partida omotor de induo monofsico necessita de um segundo enrolamento de partida auxiliar ( Ea ) defasado de 90 construtivamente do enrolamento de trabalho ( Et).
O resultado da ao das correntes nos enrolamentos de trabalho e auxiliar um campo magntico girante no estator, que faz o motor partir. Aps a partida enrolamento auxiliar desligado atravs de uma chave centrfuga que opera a cerca de 75% da velocidade sncrona. O conjugado de partida, neste caso, moderado. Para aumentar o conjugado de partida usado um capacitor ligado em srie com o enrolamento auxiliar e a chave centrfuga. Esta tcnica utilizada para cargas de partida difcil, tais como: compressores, bombas, equipamentos de refrigerao, etc.
O motor de induo monofsico comumente usados no Brasil apresenta seis terminais acessveis, sendo quatro para os dois enrolamentos de trabalho Et (1,2,3 e 4), bobinas projetadas para tenso de 127 V, e dois para o circuito auxiliar de partida ( 5 e 6 ), tambm projetado para a tenso de 127 V. A figura 5 mostra o esquema de ligao do motor de induo monofsico para as tenses de alimentao de 127 e 220 V fase-neutro.
Em alguns motores de baixa potncia, o circuito auxiliar de partida substitudo por espiras curto-circuitadas, chamadas de bobinas de arraste. Neste caso, a mquina apresenta dois ou quatro terminais para as bobinas de trabalho. Para a inverso do sentido de rotao no motor de induo monofsico basta inverter as conexes do circuito auxiliar, ou seja, trocar o terminal 5 pelo 6. No motor com bobina de arraste no possvel inverter o sentido de rotao.
Motor de Induo Trifsico
O motor de induo trifsico a mquina eltrica de corrente alternada mais utilizada no acionamento de cargas mecnicas. Devido s suas qualidades, robustez e simplicidade de manuteno, tem vindo a substituir os motores eltricos de coletor de lminas nas suas aplicaes tpicas, e devido a um aumento do conhecimento do seu princpio de funcionamento foi possvel desenvolver novas estratgias de controle que permitem uma boa adaptao de suas caractersticas de funcionamento s necessidades da carga mecnica acionada.
Aspectos Construtivos
O motor de induo trifsico uma mquina eltrica rotativa de corrente alternada, assncrona, cuja construo respeita o estabelecido nas normas e condicionada pelos meios de produo do fabricante. Esta mquina eltrica pode ser construda para valores de potncia nominal que se estendem por uma gama muito ampla. Um motor de induo trifsico tem as seguintes partes construtivas:
Estator O estator do motor de induo trifsico constitudo por um empacotamento de chapa de ferro magntico silicioso, com baixa densidade de perdas magnticas (p. exp: e= 0.5 mm ; 3 W/kg a 1 T) que forma o circuito magntico estatrico. As chapas tm uma forma de coroa circular ranhurada (p. exp: 36 ou 48 ou 54 ranhuras) na periferia interior; as chapas esto revestidas de um verniz isolante. As ranhuras so semifechadas e destinam- se a conter os condutores do circuito eltrico estatrico. Entre conjuntos de chapas magnticas podem existir canais de ventilao, que serviro para a passagem do ar de refrigerao. O circuito eltrico estatrico formado por um enrolamento com trs bobinas afastadas no espao de 2/3 rad. elect., e destinadas a serem alimentadas por cada uma das fases de um sistema trifsico. Os condutores eltricos que formam as diversas espiras das bobinas so isolados a esmalte, esto dispostos a duas camadas na ranhura, encontram-se isolados do material magntico por um material isolante plstico, que forra a parte inferior da ranhura, e esto travados na ranhura por regletes plsticas. Nas mquinas de maior potncia os enrolamentos estatricos so formados por bobinas rgidas, construdas por barra de cobre isolado por materiais sintticos polimerizados.
Rotor
O ncleo magntico rotrico , tambm, folheado e construdo com o mesmo tipo de chapa magntica utilizada no ncleo estatrico. As chapas magnticas tm uma forma de coroa circular que possui ranhuras fechadas perto da periferia exterior. O nmero de ranhuras rotricas (por exemplo: 34) est relacionado com o nmero de ranhuras estatricas para evitar o aparecimento de rudo no funcionamento do motor.
O enrolamento rotrico pode ser do tipo "gaiola de esquilo" ou pode ser bobinado. O enrolamento rotrico em gaiola constitudo por uma gaiola de alumnio, dopado com uma pequena percentagem de impurezas, que obtida por injeo. Trata-se de um circuito eltrico polifsico em curto- circuito permanente, constitudo com um material com muito menor resistividade (pAl = 32 . 10 -8 m) do que o material ferromagntico em que est envolvido (Fe = 100 . 10 -8 m); por isso os condutores da gaiola no esto envolvidos por qualquer tipo de material isolante.
Quando o circuito rotrico em cobre as barras de cobre (Cu = 1,72 . 10 -8 m) so colocadas manualmente nas ranhuras e os anis de topo so ligados s barras por soldadura a alta frequncia. As barras so travadas nas ranhuras para evitar vibraes durante o funcionamento do motor de induo trifsico. O circuito eltrico de um motor de induo trifsico com rotor bobinado contata com a parte fixa da mquina atravs de um sistema coletor de anis escovas. Desta forma possvel alterar o valor dos parmetros (resistncia rotrica) durante o funcionamento da mquina.
Estrutura Mecnica
Para um bom funcionamento do motor de induo trifsico necessrio que as diferentes partes sejam montadas e permaneam nas respectivas posies, que as partes mveis possam rodar velocidade conveniente, e que todas as partes estejam protegidas das agresses ambientais, ou que no constituam perigo dentro da zona circundante da mquina. Para assegurar essas diversas necessidades de funcionamento de uma mquina eltrica existe um conjunto de rgos mecnicos.
O veio da mquina fabricado em ao, por torneamento. Sobre este veio , normalmente, montado a quente, e eventualmente enchavetado, o ncleo rotrico da mquina. No caso das mquinas de potncia elevada sobre o veio esto posicionados vrios braos (4 a 6) que suportam a restante parte do rotor.
O veio apoia-se em mancais de rolamento (eventualmente de escorregamento) colocados nas tampas da carcaa. O motor de induo trifsico pode ser construdo para funcionar com o eixo em posio horizontal ou em posio vertical, ou inclinado.
O motor de induo trifsico pode estar montado com patas, ou sobre flange (de furos lisos ou de furos roscados). A parte rotrica e a parte estatrica da mquina encontram-se protegidas do meio exterior por uma carcaa, que pode ser de alumnio (com uma razovel percentagem de impurezas) injetado a baixa ou a alta presso, de ferro fundido ou em chapa de ao soldada. Apesar do motor de induo trifsico ser um motor robusto pode suceder, com uma pequena probabilidade, que haja necessidade de substituir uma pea. O fabricante pode fornecer um catlogo em que esto descriminadas as peas de reserva para motores. Muitas das dimenses dos diferentes rgos do motor de induo trifsico esto normalizadas. O motor tem um conjunto de dimenses que o fabricante costuma apresentar no catlogo e que se destinam a permitir a integrao do motor de induo trifsico no projeto total da mquina acionada. Atualmente, existe a tendncia para que estes dados possam ser fornecidos diretamente em ficheiros de programas de CAD.
Princpio de Funcionamento
O motor de induo trifsico uma mquina eltrica de corrente alternada, com o circuito eltrico de uma parte (a parte estatrica) formado por trs bobinas de fase afastadas de / rad. elect. e ligado a um sistema de alimentao trifsico, e com o circuito eltrico da outra parte (a parte rotrica) formado por uma bobina polifsica com os condutores curto- circuitados, submetido a fenmenos de induo magntica.
O princpio de funcionamento do motor de induo trifsico pode ser enunciado da seguinte forma: - o circuito eltrico estatrico alimentado por um sistema de tenses trifsico, que provocam a circulao de corrente eltrica nos condutores das bobinas das fases que formam o enrolamento; da passagem das correntes eltricas nas espiras das bobinas de fase do enrolamento resulta um campo girante de fora magnetomotriz, que roda no espao do entreferro velocidade de sincronismo n s = f/p (rot/s ; Hz); - o campo girante de fora magnetomotriz cria no circuito magntico principal da mquina um campo magntico girante (com um fluxo magntico s), que se desloca no espao do entreferro velocidade de sincronismo, n s ; - o movimento do campo magntico girante d origem a dois fenmenos de induo magntica: - nos condutores eltricos das bobinas de fase estatricas (indutoras) induzem-se foras eletromotrizes alternadas, e sa , e sb , e sc ; - nos condutores do circuito eltrico rotrico (gaiola) induzem-se foras electromotrizes alternadas, e ri , com uma amplitude e uma frequncia que dependem da velocidade relativa entre o campo girante (n s ) e os condutores do rotor (nr): n s -n r ; - como o circuito eltrico rotrico est curto-circuitado, as foras electromotrizes alternadas rotricas do origem a correntes eltricas que circulam nos condutores do enrolamento rotrico; - estas correntes eltricas rotricas encontram-se a circular no interior de um campo magntico, o que provoca o aparecimento de foras mecnicas que se exercem sobre os condutores retricos, dispostos no interior das ranhuras rotricas; as foras mecnicas combinando-se criam um binrio (electromagntico) T el que faz rodar o rotor (o valor do binrio proporcional ao fluxo magntico indutor e corrente eltrica rotrica T el s . i r ); - o movimento do rotor tende a contrariar a causa que lhe deu origem a velocidade relativa entre o campo magntico e os condutores rotricos (responsvel pela induo das foras eletromotrizes no circuito rotrico) por isso, o rotor, por ao do binrio electromagntico, tende a atingir a velocidade do campo girante: que nunca chega a atingir devido aos atritos, n r < n s = f/p.
Durante o funcionamento do motor de induo trifsico o rotor roda com uma velocidade ligeiramente inferior velocidade do campo magntico girante, e com uma diferena que depende dos binrios de carga (binrio resistente) no veio do motor. Assim o motor de induo trifsico uma Mquina Eltrica Assncrona porque no existe relao constante entre a velocidade de rotao mquina n r e a frequncia das grandezas eltricas de alimentao f. Um observador colocado no campo magntico girante veria o rotor rodar em sentido contrrio com uma velocidade muito reduzida: o rotor desliza em relao ao campo magntico. Por isso, chama-se deslizamento (s) a uma grandeza que d uma razo entre a diferena de velocidade do rotor relativamente ao campo magntico e a velocidade do campo magntico, Utilizando o conceito de deslizamento na anlise do funcionamento do motor de induo trifsico surgem as situaes e os pontos principais: