You are on page 1of 1

PARCERIA SAUDÁVEL 1

O homem está vendo a mulher com novos olhos, a partir da imagem que ela formou de si
mesma. Do companheirismo em casa, da competição alimentada pela competência entre colegas nasceu
um convívio mais agradável no local de trabalho. No começo desta liberação, a mulher fazia até questão
de ser tratada com as mesmas maneiras dos colegas entre si. Tinha de provar que era um ser humano, com
a mesma capacitação masculina. Todos estavam de olho nela, pois eram poucas as executivas. Se tinha
filhos, achavam que não poderia ter um desempenho regular; quando muito decidida, já comentavam que
não era feminina. Se era bonita, usaria do apelo sexual. Os conceitos foram sendo corrigidos na prática e
uma nova postura se impôs na parceria masculina e feminina.
1
Os homens entrevistados para a pesquisa deste livro , empresários e executivos em diferentes
níveis e faixas etárias, bem-educados, tratam suas colegas de trabalho com algumas deferências. Tudo flui
ao natural. O ambiente de trabalho não é um encontro social. Se eles não levantam quando entra a
secretária ou uma gerente que freqüenta rotineiramente seu escritório, procuram não passar à frente delas
por uma porta. Num restaurante, em almoço de negócios, esperam que as mulheres que participam da
mesa sejam servidas primeiro.
Há delicadezas que um gerente só tem para com suas colegas. Exemplo? Trazer balas. Enviar
flores à secretária em seu dia. Esta diferenciação, aceita num padrão agradável de relacionamento, é
enriquecedora tanto para eles como para elas. Em muitos casos, uma executiva competente é escolhida
também pela contribuição diferenciada que pode dar como mulher. Associações de classe,
tradicionalmente masculinas, nos últimos anos, no Brasil, fazem questão de incluir em suas diretorias uma
ou mais mulheres. Elas amenizam uma reunião, com seu feeling especial e o seu maior otimismo agiliza
as metas.
A empresa moderna tem por norma valorizar as pessoas, não importa se femininas ou
masculinas. Há mulheres ocupando cargos de liderança não por herança, mas por mérito. No exercício da
profissão, em alguns aspectos, a condição feminina até ajuda. Para muitos homens, ela é mais confiável e
os clientes se sentem melhor com uma interface ao fazer confidências de uma crise empresarial. Se
chegou àquela posição numa empresa, é sinal que é muito competente, porque as mulheres, em geral,
ainda têm de lutar mais que os homens para atingir o sucesso, pensam eles.
Delas é exigida a perfeição de comportamento. Uma gerente chamar atenção de um assessor
diante dos colegas choca mais do que se fosse um gerente homem. Também na linguagem, uma palavra
mais áspera ou um palavrão (ninguém é perfeito) repercute com mais força. O visual de uma executiva,
por incluir mais detalhes, pode expressar uma modificação de estado de ânimo. Se ela costuma usar
maquilagem e, um dia, aparece sem batom, no escritório, já é motivo de preocupação para seu staff mais
direto. São condições inerentes ao sexo que não podem ser dissociadas do ser humano mulher.

1
RIBEIRO, Célia. Boas Maneiras e Sucesso no Negócios. Um guia prático de etiqueta para executivos. 13ª Ed. Porto Alegre:
L&PM, 1993.

You might also like