You are on page 1of 2

O PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE NO CONTEXTO DA ESCOLA

Integração e envolvimento na escola

Comentário ao trabalho do colega Sílvio

Entre os factores de sucesso que apresentas realço os que considero importantes e sobre os
quais reflecti menos no momento em que fiz o meu trabalho:

- Apoio da RBE e da Coordenadora Interconcelhia;


- Convergência de interesses, energias e objectivos por parte de todos os intervenientes
envolvidos no processo;
- Desmistificação da palavra “Avaliação”;
- Apoio prestado ao Professor Bibliotecário antes, durante e após o processo;
- Construção de uma visão estratégica e uma política de intervenção e interacção proactiva
e colaborativa.

Destes, a convergência de interesses entre os vários intervenientes parece-me um factor


estratégico para o envolvimento dos diferentes intervenientes. Se conseguir demonstrar as mais-
valias do processo para todos os envolvidos é mais provável que esse envolvimento seja mais
sério e objectivo. A minha escola já implementou este modelo dois anos, não é, por isso, novo o
conceito e o processo, o que considero que ainda está mais frágil é a percepção, por todos os
envolvidos, da sua utilidade.
Não que os colegas considerem a avaliação da BE inútil, mas sim, porque a consideram um
“assunto” da BE.

Entre os factores inibidores destaco também alguns sobre os quais reflecti menos no
momento em que fiz o meu trabalho:

- Grau de Complexidade do Modelo;


- Carga negativa que o termo “Avaliação” carrega;
- Resistência dos docentes ao trabalho burocrático (Preenchimento e aplicação de
questionários, tratamento de dados…);
- Visão tradicional da Biblioteca Escolar.

A complexidade do modelo e a sua associação a questões de avaliação – tema quente dos


últimos tempos da vida nas escolas, é sem dúvida um factor limitador do interesse e empenho
dos professores no seu conjunto e exige um trabalho de liderança e proximidade do professor
bibliotecário. Individualmente, ou em pequenos grupos os nossos colegas parecem sempre
perceber o modelo e achar a sua implementação útil, mas quando o grupo se alarga e entra em
acção a cultura de escola o discurso mudas um pouco e já fala do excesso de trabalho, da
necessidade de cumprir programas e de excesso de burocracia.
Relativamente à visão tradicional da BE, este não é um problema que se coloque na minha
escola – a maioria dos colegas já se habituaram a uma intervenção pró-activa da BE e à sua
intervenção e coordenação de aspectos chave como a Promoção da Leitura e o
desenvolvimento de competências em literacia da informação. O grande desafio é que olhem
esses campos como espaço de trabalho cooperativo e não uma questão de BE.
Tenho verificado, nestas últimas semanas em que todas as turmas de 5.º Ano têm vindo à BE
para apresentação do projecto “Da informação ao Saber” que visa o desenvolvimento de
competências em literacia da informação, que muitos professores que acompanham as suas
turmas aproveitam para um “intervalo” enquanto eu estou a trabalhar com as turmas sobre o
guião “Como fazer um trabalho”.
Esta atitude mostra que há ainda muito a fazer, pois é importante que a BE se empenhe nestas
novas áreas pedagógicas e não se limite a gerir recursos, mas também é importante que não
seja vista como mais uma “disciplina” autónoma que de vez em quando faz umas sessões.

Fátima Rocha – Agrupamento de JI e Escolas Galopim de Carvalho

You might also like