1. O documento descreve um estudo sobre o efeito da temperatura na atividade da enzima α-amilase. Amostras foram incubadas a 30°C, 45°C e 60°C e a atividade enzimática foi medida por meio da quantificação de açúcares redutores.
2. Os resultados mostraram que a amostra incubada a 45°C apresentou a maior concentração de glicose e atividade enzimática, indicando que essa temperatura proporcionou a melhor estabilidade da enzima α-amilase.
Original Description:
Trabalho avaliou as temperaturas de atividade da enzima alpha amilase, para verificar a melhor faixa de ação
Original Title
Efeito da temperatura na atividade da enzima Alpha Amilase
1. O documento descreve um estudo sobre o efeito da temperatura na atividade da enzima α-amilase. Amostras foram incubadas a 30°C, 45°C e 60°C e a atividade enzimática foi medida por meio da quantificação de açúcares redutores.
2. Os resultados mostraram que a amostra incubada a 45°C apresentou a maior concentração de glicose e atividade enzimática, indicando que essa temperatura proporcionou a melhor estabilidade da enzima α-amilase.
1. O documento descreve um estudo sobre o efeito da temperatura na atividade da enzima α-amilase. Amostras foram incubadas a 30°C, 45°C e 60°C e a atividade enzimática foi medida por meio da quantificação de açúcares redutores.
2. Os resultados mostraram que a amostra incubada a 45°C apresentou a maior concentração de glicose e atividade enzimática, indicando que essa temperatura proporcionou a melhor estabilidade da enzima α-amilase.
EFEITO DA TEMPERATURA NA ATIVIDADE DA ENZIMA -AMILASE
PROFESSOR: Gabriel Castiglioni GRADUANDOS: Ana Carolina Burger (113407) Willian Fagundes Guimares (073905)
Goinia, agosto 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS CINTICA DE PROCESSOS BIOLGICOS
SUMRIO
1. INTRODUO............................................................................................. 3 2. OBJETIVO................................................................................................... 4 3. MATERIAL E MTODOS........................................................................... 4 3.1 MATERIAIS ................................................................................................. 4 3.2 MTODOS................................................................................................... 5 4. RESULTADOS E DISCUSSO................................................................... 7 5. CONCLUSO.............................................................................................. 9 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................ 9
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1. INTRODUO
O amido o principal polissacardeo de reserva dos vegetais, sendo um polmero formado por monmeros de glicose. Est presente em diferentes partes da planta: no caule, na raiz ou nos frutos. Seu local de origem na planta reflete as necessidades de armazenamento deste acar, ou ento, faz parte da estratgia de disperso de sementes do vegetal por uso do fruto (Qian et al., 1995). Algumas dessas culturas so amplamente utilizadas pelo homem, como o trigo, arroz, milho, cana-de-aucar, batata, entre outras. O amido de diferentes origens possui diferentes focos de aplicao econmica, como na produo de combustveis, insumo de bebidas, na lignificao do papel, na indstria txtil entre outras aplicaes, movimentando a economia de muitos pases (Gilis, 2005). As diferenas encontradas entre molculas de amido de diferentes origens residem na relao entre os dois tipos de polmeros presentes no gro de amido. Estes polmeros so a amilose, constituda por ligaes alfa-D-(1,4)- glicosdicas com cerca de 6.000 resduos de glicose, e a amilopectina, constituda por ligaes alfa-D-(1,4)-glicosdicas, (em pequenas cadeias lineares de 10 a 60 resduos) e ramificaes alfa-D-(1,6)- glicosdicas (em pequenos ramos laterais de 15 a 45 resduos) (Entwistle et al., 1998). Diferentes amilases so utilizadas industrialmente para a produo de oligossacardeos a partir do amido. Independente da origem do amido e dos produtos resultantes, existe trs passos no tratamento do amido: solubilizao do amido, liquefao do amido e sacarificao (Bertoldo et al., 2002). A famlia -amilase engloba endoamilases presentes nos trs grandes domnios da vida, sendo considerado o grupo de enzimas mais utilizado na indstria biotecnolgica (Gillis, 2005). Enzimas que hidrolisam o amido, em particular a-amilases, so utilizadas em vrios processos industriais. Da produo do malte para a cervejaria at seu uso em detergentes (Nielsen et. al., 2000), a-amilases que hidrolisam o amido representam 30 % das enzimas consumidas no mundo todo (Haki et al., 2003). 4
O aumento da termoestabilidade e, at mesmo o aumento da atividade cataltica de uma enzima, podem ser influenciados pela interao da sua superfcie com o solvente, em regies distantes do stio cataltico e de forma independente ao longo da enzima (Komeda et al., 2003). Um dos mtodos empregados na quantificao de acares redutores o mtodo do DNS (cido 3,5-dinitrosaliclico). um mtodo rpido e prtico na determinao de acares redutores, e tem grande aplicabilidade industrial. Pode ser aplicado no controle de qualidade na caracterizao das matrias primas para fins de processamento, e verificao se determinado produto est dentro dos parmetros e padres exigidos pela legislao; indstria aucareira, no acompanhamento do processo de fermentao, que permite verificar as taxas de consumo de acar pelo micro-organismo (Miller, 1959).
2. OBJETIVO
O objetivo desta aula prtica foi estudar o efeito da temperatura na termoestabilidade da enzima -amilase
3. MATERIAL E MTODOS
3.1. Materiais Soluo de amido gelatinizado (1%) Banho frio Banho maria Bquer DNS (cido 3,5-dinitrosaliclico) Extrato de enzima -amilase Espectrofotmetro Metrolab Micropipeta automtica Pipeta graduada Ponteiras de plstico Soluo tampo pH 5,0 (0,1mM) Suporte de ao para tubos de ensaio 5
Tubos de ensaio
3.2. Mtodos
A determinao de acares redutores pelo mtodo do DNS baseia-se na reduo, em meio alcalino, do 3.5-dinitrosalicilato (colorao amarela). O produto formado estvel, com colorao laranja-avermelhado (3-amino 5-nitro salicilato) na proporo estequiomtrica e mxima absoro da luz visvel no comprimento de onda de 540 nm. Para a execuo deste mtodo necessrio se fazer inicialmente uma curva-padro do acar que se deseja quantificar (Millher, 1959). Neste mtodo ocorre a seguinte reao de oxidao (Figura 1):
Figura 1. Reao de oxidao da carbonila pelo reagente DNS (Millher, 1959).
Foi utilizado 2 mL de soluo de amido gelatinizado, 100 L de extrato enzimtico de -amilase e 100 L de tampo citrato pH 5,0 0,1M durante 10min a 30, 45 e 60 C, com agitao para manter a homogeneidade. Aps este perodo, 100 L do sobrenadante reacional foi transferido para tubo de ensaio com 80 L de tampo citrato pH 5,0 0,1M e 1 mL de DNS, onde foi aquecido 100C por 5min e logo aps em banho de gelo por mais 5min. Em seguida foi feita a em espectrofotmetro a 540nm. O branco foi preparado tanto do tampo quanto do amido que foi hidrolisado. Na primeira situao foi feita a reao utilizando 180 L de tampo e 1 mL de DNS. Na segunda situao a reao foi conduzida com 100 L de amido gelatinizado, 80 L de tampo citrato e 1 mL de DNS. A atividade da enzima -amilase foi avaliada em relao com imobilizao em resina hidrofbica e de troca inica, utilizando a curva padro 6
de glicose das diferentes concentraes da amostra, apresentada abaixo na figura 2.
Figura 2: Absorbncia em funo da Concentrao de soluo de Glicose.
Atravs da regresso linear, foi obtido o seguinte modelo, que permite obter a concentrao de glicose de qualquer soluo realizada sob mesmas condies atravs da simples leitura da absorbncia das mesmas:
Eq.01:y =0,5308x
Determinou-se a concentrao de Concentrao de glicose (mg) pela frmula apresentada acima, na qual se multiplicou pelo fator de diluio.
O fator de diluio anteriormente mencionado foi calculado pela seguinte equao: Eq.02::olumc totol =:olumc soluo + :olumc Jilucntc Onde: Volume soluo =Amostra da soluo realizada na prtica de laboratrio Volume diluente =quantidade de gua destilada utilizada para diluir o volume da amostra Eq.03:Fotor Jc iluio = :olumc totol :olumc soluo
Encontrando fator de diluio de 8,5. 7
A atividade enzimtica da enzima -amilase foi determinada atravs da quantificao de acares redutores produzidos, utilizando o cido 3,5 dinitrosaliclico (DNS). Uma unidade enzimtica foi definida como a quantidade de enzima que libera 1 mol de acar redutor por minuto. Para o calculo da atividade enzimtica (U) em mol/min montou-se uma regra de trs: mM da glicose (180,16g\mol) - - - - 1mol C da glicose (curva padro) - - - - - x
Eq.04:u = x tcmpo Jc rcooo (10min )
4. RESULTADOS E DISCUSSES
As reaes necessrias para digerir alimentos, enviar sinais atravs dos nervos, ou contrair um msculo simplesmente no ocorrem em velocidade til sem catlise. Uma enzima contorna estes problemas fornecendo um ambiente especfico dentro do qual uma reao dada energeticamente favorvel. A caracterstica distintiva de uma reao catalisada enzimaticamente que ela ocorre no interior dos limites de uma cavidade chamada stio ativo (Lehninger 1995). Assim a necessidade de estudos que permitam um conhecimento capaz de definir variveis que interfiram a atuao das enzimas, como a temperatura em questo, considerado de grande importncia.
Tabela 1. Valores de absorbncia obtidos e Concentrao e Atividade enzimtica calculadas. Temperatura (C) ABS(mdia- branco) Concentrao de glicose (10^-3g/mL) U (10^-3 mol/min) 30 0,237 3,79525 2,106599689 45 0,288 4,6121 2,56000222 60 0,270 4,32395 2,400061057
Conforme apresentado na tabela 1, foi realizada a leitura das absorbncias das amostras as 30, 45 e 60C, e atravs da equao obtida 8
atravs da curva padro, foram encontrados os valores das concentraes de glicose na amostra e com a equao 4 encontrou-se a atividade enzimtica. Para avaliar a estabilidade da enzima, em relao temperatura, avaliou-se a concentrao das amostras. Quanto maior a concentrao de maior a quebra do amido, logo melhor a atividade da enzima (Bianconi, 2006). Analisando a tabela 1, tem-se que os dados referentes ao ponto dois (temperatura media de 45 C), a melhor estabilidade da enzima apresentou maior concentrao de glicose, o que segundo Bianconi (2006), sendo as demais temperaturas foi responsvel pela desnaturao com um menor tempo em comparativo com os demais.
Figura 3. Valores da Atividade Enzimtica de acordo com a temperatura. .
Conforme apresentado na figura 3, observou-se que a temperatura de 45C foi a que apresentou melhor atividade. J a temperatura de 30C mostrou-se menos eficiente para a atividade enzimtica, com menor atividade enzimtica. De acordo com Spier (2005), o pH timo para a -amilase fngica est entre 5,0 e 6,0. Possui carter cido e solvel em gua. Sua atividade diminui rapidamente em temperaturas acima de 50C, mas na presena de um 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 30 45 60 Temperatura (C) U
( 1 0 ^ - 3
m o l / m i n ) 9
excesso de ons clcio a desativao pode ser diminuda. Confirmando a melhor estabilidade da enzima em temperaturas menores que 60C e no presena de clcio. Os ons de clcio atuam como cofatores das -amilases, estabilizando-as, dentro de certos limites, contra a desnaturao produzida pelo calor e lcalis. J ustificando assim a atividade enzimtica referente a temperature de 60 C sendo inferior a de 45C, conforme apresentado na figura 3. O experimento foi realizado com amido gelatinizado pois as amilases tem escassa ao sobre o amido intacto (Quaglia, 1991). As pesquisas com as -amilases bacterianas tem recebido grande ateno nos ltimos anos devido sua maior termoestabilidade. Entretanto a sua utilizao para a liquefao do amido tem se constitudo na unidade operacional mais cara do processo de sacarificao principalmente por serem produzidas por fermentao (Aquarone, 2001).
5. CONCLUSO
A -amilase apresentou temperatura tima prxima a 45C em conformidade com a referncia pesquisada. Esta temperatura permite o maior numero de colises sem afetar sua atividade. Assim como desnaturao em temperaturas prximas a 60C e resultados insatisfatrios em 30C.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
AQUARONE, E.; LIMA, U. A.; BORZANI, W.; SCHMIDELL, W. Biotecnologia Industrial: Processos Fermentativos e Enzimticos. Vol.03. Editora Edgard Blucher Ltda. So Paulo - SP, Brasil, 2001. 595 p.
BIANCONI; M. L. Efeito da Temperatura na atividade Enzimtica. Disponvel em: <http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/temperat.htm>. 2006. Acesso em: 22 de ago. 2014
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BERTOLDO C.; ANTRANIKIAN G. 2002. Starch-hydrolyzing enzymes from thermophilic archaea and bacteria. Current Opinion in Chemical Biology, 6:151 160.
ENTWISTLE G., BACHELOR S., BOOTH E., WALKER K. Economics of starch production in the UK.Industrial Crops and Products 7, 175186, 1998.
GILIS, D. 2005. In Silico Analysis of the Thermodynamic Stability Changes of Psychrophilic and Mesophilic r-Amylases upon Exhaustive Single-Site Mutations. J . Chem. Inf. Model.
KOMEDA, H.; Ishikawa, N.; Asano, Y. 2003. Enhancement of the thermoestability and catalytic activity of D-stereospecific amino-acid amidase from Ochrobactrum anthropi SV3 by directed evolution. J ornal of Molecular Catalysis B: Enzymatic. 21, 283-290.
LEHNINGER A. L; NELSON D. L; COX M. M. Princpios de Bioqumica. 2.Ed. Simes AA, Lodi WRN. So Paulo: Sarvier. p 570-585.1995.
MILLER, G.L., Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing sugar, Anal. Chem., n. 31, p.426, 1959.
QIAN M., AJ ANDOUZ E. H., PAYAN F. O. AND NAHOUM V. 2005. Molecular Basis of the Effects of Chloride Ion on the Acid-Base Catalyst in the Mechanism of Pancreatic RAmylase. Biochemistry, 44, 3194-3201.
SPIER, M. R. Produo de enzimas amilolticas fngicas -amilase e amiloglucosidase por fermentao no Estado slido. 2005. Dissertao de Mestrado. Universidade Federal do Paran. Curitiba, PR. 2005. 157p..