Professional Documents
Culture Documents
A hiptese repressiva II
Burguesia > dificuldades denominar o sexo > reduzir-lo ao nvel da linguagem >
controlar sua livre circulao no discurso... mutismo que, de tanto calarse,impe o silncio. Censura.
Trs ltimos sculos > sexo > exploso discursiva> polcia dos enunciados.
Controle tambm das enunciaes. (p.21)
Sculo XVII > sexo > fermentao discursiva > multiplicao dos discursos
sobre o sexo no prprio campo do exerccio do poder: incitao institucional a
falar do sexo e a falar dele cada vez mais... (p.22).
Conclio de Trento > evoluo da pastoral catlica > sacramento da confisso
> cobre-se, progressivamente, a nudez das questes que os manuais de
confisso da Idade Mdia formulavam e grande nmeros daquelas que eram
correntes no sculo XVII... (p. 22).
Mas, pode-se muito bem policiar a lngua, a extenso da confisso e da
confisso da carne no pra de crescer. Contra-reforma > pases catlicos >
confisso anual > regras meticulosas de exame de si mesmo.
Penitncia > a todas as insinuaes da carne: pensamentos, desejos,
imaginaes voluptuosas, deleites, movimentos simultneos da alma e do
corpo, tudo isso deve entrar, agora, e em detalhe, no jogo da confisso e da
direo espiritual (p.23).
Uma nova evoluo tende a fazer, da carne, a origem de todos os pecados e a
deslocar o movimento mais importante do ato em si para a inquietao do
desejo. To difcil de perceber e formular; pois um mal que atinge todo o
homem e sob as mais secretas formas... (p.23).
Projeto > colocar o sexo em discurso > tradio asctica e monstica > sculo
XVII fez desse discurso uma regra para todos> no somente confessar os atos
contrrios lei, mas procurar fazer de seu desejo, de todo o seu desejo, um
discurso.... (p.24).
Pastoral > sculo XVII > projeo na literatura e na literatura escandalosa>
dizer tudo, repetem os diretores espirituais... (p.24).
O homem ocidental h trs sculos tenha permanecido atado a essa tarefa que
consiste em dizer tudo sobre seu sexo; que, a partir da poca clssica, tenha
havido uma majorao constante e uma valorizao cada vez maior do
discurso sobre o sexo; e que se tenha esperado desse discurso,
cuidadosamente analtico, efeitos mltiplos de deslocamento, de intensificao,
de reorientao, de modificao sobre o prprio desejo (p. 26).
O sexo no se julga apenas, administra-se. Sobreleva-se ao poder pblico;
exige procedimentos de gesto; deve ser assumido por discurso analtico...
(p.27).
Sculo XVIII o sexo se torna questo de polcia... no como represso da
desordem e sim como majorao ordenada das foras coletivas e individuais: