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Venho neste, dirigir-me diretamente a vós que semeastes o falso ateísmo e a falsa heresia.
Digo-vos, pois, frente a frente, sem demagogia e com a franqueza que me ungiste a sabedoria.
Quero que tu, recebedor de minha palavra, saibas que minha pessoa, de carne e osso, não é católica,
espírita, evangélica, satânica ou adere a qualquer culto religioso, porém, saberás por demasiado que
sou como a ti e que ambos somos iguais quando o agouro final é o do ardor e da morte. Não
chamar-te-ei de irmão e tampouco converter-te-ei à ideias diferentes das tuas. Não transcreverei
passagens bíblicas ou mitos apocalípticos. Mas vou queimar-te com a força da tua própria
ignorância e, principalmente, da tua negligência.
Lembro-me bem que, certa vez, disse-me tu que estavas a procurar pela verdade e que
quando caístes ao chão, tu levantarias para tentar outra vez. À procura daquilo que preenchesse o
vazio do teu ser, tu caíste por demasiado até que a dor tomasse conta do teu corpo. Mas tu ainda não
te levantaste da tua última queda porque estás cansado. Tu descansas e tem tuas dores curadas. Mas
tu ainda tens fadiga e terás enquanto tiveres vontade de tê-la. Enquanto não entenderes o que vos
digo, cairás ainda mais, e consumirás a vossa carne até o fim da vida como um leão que dilacera a
presa, porque buscais a verdade onde a verdade não está. Tu procuraste a verdade em tudo menos
em ti mesmo porque tu és negligente e tens ódio de ti.
Lembro-me bem que, certa vez, disse-me tu que o templo dos teus inimigos feriu um
mandamento divino e que eles infringiram a própria lei na busca da dominação do fraco. Pessoas
foram queimadas por pensar como ti e por falar como ti. Mas diferente de ti, aquelas pessoas
lutaram com o sangue e pelo sangue lutaram. O templo dos assassinos emanou o povo e o povo
sustentou o mal profetizado por ele. Os profetas do fogo batiam às suas portas incessantemente e
eles tinham medo. E o medo os levou à morte. Na cadeia natural da vida, o forte viverá e o fraco
morrerá. Teus ancestrais não lutaram para que tu tivesses o direito de falar e sim para que tu não
fosses fraco como tu és.
“... E eu vos vi como uma matilha feroz e eram todos iguais. Dentre cem lobos da morte, lá
tu estavas, pronto para atacar-me...”. “... Tu me tomaste o milho, e com tudo ficaste. Porém,
naquele instante, a matilha voltou-se contra ti, e tu encontraste o teu pior desespero.”.
O Protestante
“... E eu vos ouvi ostentar-me à dúvida por diversos tempos. Lançavam-me acusações e
atiravam-me paus e tijolos...”. “... naquela hora, saíram um leão e uma ursa por detrás de vós e, a
partir de então, a dúvida vos ostentava.“. “Como defendia a criação, a ursa arrancou vossa carne
e vos emergiu na dor. O leão perseguiu vossa sombra e nada de vós restastes.”.
O Protestante