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ORDEM DE SERVIÇO Nº 139, DE 31 DE MAIO DE 1996

Contribuição incidente sobre a remuneração paga pelas empresas aos segurados trabalhadores avulsos, na área portuária

FUNDAMENTAÇÃO : Lei Complementar nº 84, de 18/01/96; Lei nº 8.630, de 25/02/93; Decreto nº 1.886, de 29/04/96; Lei nº 8.212,
de 24/07/91; Decreto nº 612, de 21/07/92.

O DIRETOR DE ARRECADAÇÃO E FISCALIZAÇÀO SUBSTITUTO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 175, inciso III,
do Regimento Interno do INSS, aprovado pela Portaria nº 458, de 24 de setembro de 1992, CONSIDERANDO as disposições do
inciso I, do artigo 1º da Lei Complementar nº 84, de 18 de janeiro de 1996, CONSIDERANDO as disposições contidas no inciso VII,
do artigo 18 da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, regulamentada pelo Decreto nº 1.886, de 29 de abril de 1996,
CONSIDERANDO as peculiaridades na contratação e forma de regulamentação dos serviços dos trabalhadores avulsos,
especificamente na área portuária, resolve divulgar as regras necessárias ao cumprimento das obrigações previdenciárias
decorrentes da utilização de mão-de-obra de trabalhador avulso nos portos organizados, conforme disposto a seguir:

1. Considerem-se, para os efeitos desta ordem de serviço:

a.
a. Porto organizado: o construído e aparelhado para atender às necessidades da navegação e da movimentação e
armazenagem de mercadorias, concedido ou exportado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam
sob a jurisdição de uma autoridade portuária;
b. Operação portuária: a de movimentação e armazenagem e mercadorias destinadas ou provenientes de
transporte aquaviário, realizada no porto organizado por operadores portuários;
c. Operador portuário: a pessoa jurídica pré-qualificada para a execução de operação portuária na área do porto
organizado;
d. Área do porto organizado: a compreendida pelas instalações portuárias, quais sejam, ancoradouros, docas, cais,
pontes e piers de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de circulação interna, bem
como pela infra-estrutura e proteção e acesso aquaviário ao porto tais como guias-correntes, quebra-mares,
eclusas, canais, bacias e evolução e áreas e fundeio que devam ser mantidas pela Administração do Porto;

e) Instalação portuária de uso privativo: a explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto,
utilizada na movimentação e ou armazenagem de mercadoras destinadas ou provenientes de transporte aquaviário;

f) Trabalhador portuário: o trabalhador portuário que presta serviço na área do porto organizado. São considerados trabalhadores
portuários o trabalhador avulso e trabalhador portuário com vínculo empregatício a prazo indeterminado;

f.1) Trabalhador avulso: o trabalhador portuário devidamente cadastrado e registrado nos órgãos locais de gestão de mão-de-obra,
sem vínculo empregatício com o mesmo, que presta serviço na área do porto organizado a diversos tomadores de serviços, com
intermediação ou não do órgão gestor de mão-de-obra (definido conforme alíneas a, b, c, d, e, f, g, h, i, inciso VI, art. 10, do Decreto
nº 612, de 21/07/92;

f.2) Trabalhador portuário avulso em caráter permanente: dentre os trabalhadores avulsos, é aquele que presta serviço, sem vínculo
empregatício, a um único operador portuário (art. 21, da lei nº 8.630, de 25/02/93);

f.3) Trabalhador portuário com vínculo empregatício a prazo indeterminado: o trabalhador portuário que mantém vínculo empregatício
com o empregador, conforme categorias mencionadas no caput do art. 26 e no seu Parágrafo único, da Lei nº 8.630/93, considerado
como segurado empregado, de acordo com o disposto na alínea a, inciso I, do art. 12, da Lei nº 8.212/91.

2. O operador portuário responde perante:

a.
a. o operador portuário avulso, pela remuneração dos serviços prestados e respectivos encargos;
b. os órgãos competentes, pelo recolhimento das contribuições incidentes sobre o trabalho portuário avulso;
c. o órgão gestor de mão-de-obra do trabalho avulso, pelas contribuições não repassadas.

CONTRIBUIÇÃO NORMAL

2. A contar de 02 de maio de 1996, a contribuição devida pelos operadores portuários pela utilização de serviço de
trabalhadores avulsos é de 15% (quinze por cento) sobre o total da remuneração paga ou creditada a qualquer título, no
decorrer do m6es, aos trabalhadores avulsos.

4- Além da contribuição do item 3, é devida pelo operador portuário:

a.
a. a contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho, cognominada
SAT, correspondente à aplicação do percentual de 3% (três por cento) sobre o total da remuneração para ou
creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, aos trabalhadores avulsos.
b. A contribuição para terceiros do valor correspondente à aplicação do percentual de 5,2% (cinco inteiros e dois
décimos por cento) sobre o total da remuneração paga ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, aos
trabalhadores avulsos.

5- Compete ao trabalhador portuário o repasse ao órgão de mão-de-obra do valor das atribuições previstas nos itens 3 e 4,
incidentes sobre a remuneração para ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, aos trabalhadores avulsos.

6- Compete ao órgão gestor de mão-de-obra o desconto das contribuições devidas pelo próprio trabalhadores avulso e o seu
respectivo repasse ao INSS, juntamente com as contribuições previstas nos itens 3 e 4

6.1- A contribuição do segurado trabalhador avulso continua a obedecer aos percentuais no art. 20 da Lei nº 8.212, de 24/07/91, com
as alterações introduzidas pelas Leis nº 9.032, e 28/04/95 e 9.129, de 20/11/95, de acordo com o valor do salário de contribuição,
respeitado o seu limite máximo.

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA

(R$) (%)

até 287,27 8

de 287,28 até 478,78 9

de 478,79 até 957,58 11

6.2- Para fins de desconto da remuneração diária do trabalhador avulso, deverá ser aplicada a alíquota de 11% (onze por cento).
Findo o mês, o órgão gestor de mão-de-obra procederá, na forma do subitem anterior, à apuração da contribuição final do
trabalhador avulso, devolvendo-lhe, se for o caso, qualquer importância descontada a maior.

6.3- O recolhimento dessas contribuições deverá ser efetuado, na rede bancária conveniada, em Guia de Recolhimento de
Contribuições Previdenciárias – GRS, com o código FPAS 680, individualizada por operador portuário, com vencimento no dia 2 do
mês seguinte à prestação do serviço.

7- As GRPS mencionadas no subitem 6.3, deverão ser recolhidas no CGC do órgão gestor de mão-de-obra, aposto no Campo 10 da
guia, devendo ser especificado no Campo 8 – "Outras Informações" – o CGC do operador portuário responsável pela execução do
serviço.

7.1- Caso o órgão gestor de mão-de-obra não possua registro no CGC, deverá matricular-se no INSS, recebendo matricula CEI
(Cadastro Específico do INSS) com código de atividade 0 (zero).

CONTRIBUIÇÃO SOBRE FÉRIAS


8. Para fins e financiamento das férias dos trabalhadores avulsos e dos encargos elas decorrentes, previstos na Lei nº 5.085,
de 27/08/66, regulamentada pelo Decreto nº 80.271, de 01/09/77, o operador portuário deverá repassar ao órgão gestor de
mão-de-obra, 14,06% (quatorze inteiros e seis centésimos por cento) sobre o total da remuneração paga ou creditada, a
qualquer título, ao trabalhador avulso no decorrer do mês.

8.1- Do percentual e 14,06% (quatorze inteiros e seis centésimos por cento), 1% (um por cento) será utilizado pelo órgão gestor para
custeio dos encargos e administração e os 13,06% (treze inteiros e seis centésimos por cento) restantes terão a seguinte destinação:

a.
a. 11,12% (onze inteiros e doze centésimos por cento) para o custeio das férias e do adicional constitucional de 1/3
(um terço) de férias do trabalhador avulso;
b. 1,94% (um inteiro e noventa e quatro centésimos por cento) para a Previdência Social a título de contribuição
patronal do operador sobre a remuneração das férias e do correspondente adicional constitucional de 1/3 (um
terço).

8.2- A contribuição do operador portuário, prevista na letra "b", do subitem 8.1, deverá ser recolhido em GRS específica, com código
FPAS 710, pelo órgão gestor de mão-de-obra, no dia 2 do mês seguinte ao da prestação do serviço, individualizada por operador
portuário.

8.3- O órgão gestor de mão-de-obra deverá descontar da remuneração do trabalhador avulso e recolher à Previdência Social a
contribuição deste referente às férias, aplicando a correspondente alíquota, na forma da tabela do subitem 6.1, e obedecido o limite
máximo do salário de contribuição.

8.4- A contribuição do subitem anterior, deverá ser recolhida em GRPS específica, com o código FPAS 728, no dia 2 do mês
seguinte àquele a que as férias se referiram.

GRATIFICAÇÃO NATALINA

8. Para fins de financiamento da gratificação natalina e dos encargos dela decorrente, o operador portuário deverá contribuir
com 11% (onze por cento) sobre o total da remuneração paga ao trabalhador avulso no decorrer do mês, repassando tal
importância ao órgão gestor de mão-de-obra em até 48 (quarenta e oito) horas após a realização do serviço.

9.1- Deste percentual, o órgão gestor de mão-de-obra deverá:

a.
a. recolher, mensalmente, 1,94% (um inteiro noventa e quatro centésimos por cento) à Prevd6encia Social,
correspondente à contribuição do operador portuário, em Guia de recolhimento da Previdência Social – GRPS,
código FPAS 752, no dia 2 do mês seguinte ao da prestação do servidor;
b. retirar 0,66% (sessenta e seis centésimos por cento), para custeio das despesas administrativas do órgão;
c. apropriar 8,40% (oito inteiros e quarenta centésimos por cento), na forma da Lei nº 5.480, de 10/08/68,
regulamentada pelo Decreto nº 63.912, de 26/12/68 e pelo Decreto nº 68.451, de 31/03/71, para custeio da
gratificação de natal dos trabalhadores avulsos, a ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano.

9.2- O órgão gestor de mão-de-obra é responsável pelo desconto e recolhimento ao INSS, até o dia 20 de dezembro de cada ano, da
contribuição do trabalhador avulso, referente à gratificação natalina, obedecidos os percentuais e limites estabelecidos no art. 20 da
Lei nº 8.212/91.

Este recolhimento será efetuado em GRPS, utilizando-se O código FPAS 752.

ÓRGÃO GESTOR DE MÃO-DE-OBRA

10- O órgão gestor de mão-de-obra é o responsável pelo recebimento de todos os encargos previdenciários repassados pelos
operadores portuários de um porto organizado, relativos ao trabalho portuário avulso, pelo desconto das atribuições do trabalhador
avulso, e respectivos recolhimento à previdência Social, em conformidade com a legislação vidente.
10.1- Estão incluídas nessa responsabilidade as contribuições relativas aos trabalhadores avulsos cedidos permanentemente a um
operador portuário.

11- O órgão gestor de mão-de-obra, reputado como de utilidade pública e sem fins lucrativos (art. 25, da Lei nº 8.630/93), é
equiparado à empresa em relação aos segurados que lhe prestem serviços

11.1- O órgão gestor de mão-de-obra é o responsável pelo desconto e recolhimento à Previdência Social, das contribuições
incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos seus empregados.

11.2- Também é devida, pelo órgão gestor de mão-de-obra, a contribuição patronal com relação ao segurado que lhe preste serviço,
a ser recolhida juntamente com a contribuição prevista no subitem anterior em GRPS, no código FPAS 540, no dia 2 do mês seguinte
ao da utilização da mão-de-obra.

12- O órgão gestor de mão-de-obra, além da obrigação de manter disponível as listas de escalação diária dos trabalhadores avulsos,
por tomador de mão-de-obra e por navio (art. 2º do decreto nº 1.886, de 29/04/96), também, deverá confeccionar folha de pagamento
mensal, por operador portuário, com discriminação do nome, registro, cargo, função ou serviço prestado e a correspondente
remuneração dos trabalhadores avulsos, conforme art 477, inciso I, §§ 4º e 5º, do Regulamento da organização e do Custeio da
Seguridade Social – ROCSS, aprovado pelo Decreto nº 612/91.

12.1- O órgão gestor de mão-de-obra deverá ter controle de todas as remunerações pagas ou creditadas a cada trabalhador avulso,
totalizadas por mês, para fins de publicação das alíquotas de contribuição mencionadas no subitem 6.1 e do limite máximo do salário
de contribuição, mantendo os correspondentes comprovantes.

13- O operador portuário é responsável solidário ao órgão gestor de mão-de-obra no cumprimento das obrigações previdenciárias.

DISPOSIÇÕES GERAIS

14- Na falta do cumprimento das obrigações previdenciárias pelos operadores portuários, a Gerência de Arrecadação Fiscalização –
GRAF deverá oficiar à administração do porto organizado para fins do disposto no Capítulo VII, da Lei nº 8.630/93, sem prejuízo, se
for o caso, da lavratura de auto de infração e lançamento de débito por parte da fiscalização.

15- É obrigação do operador portuário descontar a contribuição previdenciária incidente sobre as remunerações pagas ou creditadas,
a qualquer título, no decorrer do mês, dos seus empregados, inclusive do trabalhador portuário com vínculo empregatício a prazo
indeterminado, recolhendo-a juntamente com a contribuição patronal, em relação aos segurados que lhe prestem serviços. Este
recolhimento deverá er feito em GRPS, no código FPA S 540, no dia 2 do mês seguinte ao da utilização da mão-de-obra.

16- No caso da data do vencimento recair em dia em que não haja expediente bancário, a contribuição deverá ser recolhida no
primeiro dia útil subsequente.

17- Os percentuais de contribuição para a Previdência Social, bem como para as entidades e fundos (terceiros) e a descrição de
cada código FPS mencionado, compõem anexo a esta Ordem de Serviço.

18- Esta Ordem de Serviço entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, relativas ao
trabalhador avulso na área portuária.

CÓDIGO FPAS DISCRIMINATIVO


540 - EMPRESAS DE NAVEGÇÃO MARÍTMA – FLUVIAL OU LACUSTRE - AGÊNCIAS E NAVEGAÇÃO
– EMPRESAS DE PESCA – EMPRESAS DE DRAGAGEM – EMPRESAS DE ADMINISTRAÇÃO E
EXPLORAÇÀO DE PORTOS (inclusive operadores portuários) SERVIÇOS PORTUÁRIOS – ÓRGÃO
GESTOR DE MÃO-DE-OBRA.

680 - CONTRIBUIÇÃO SOBRE REMUNERAÇÃO DE TRABALHADORES AVULSOS VINCULADOS À DIRETORA


DE PORTOS E COSTAS.
710 - TOMADORES DE SERVIÇOS DE TRABALHADORES AVULSOS (operadores portuários) –CONTRIBUIÇÃO
SOBRE FÉRIAS DE TRABALHADORES AVULSOS VINCULADOS À DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS.
728 - TRABALHADORES AVULSOS – DESCONTO SOBRE FÉRIAS DE TRABALHADORES AVULSOS DE
RESPOONSABILIDADE DO ÓRGÃO GESTOR DE MÃO-DE-OBRA ( no caso e portuários) OU DO SINDICATO
( no caso dos demais trabalhadores avulsos).
752 - CONTRIBUIÇÃO INCIDENTE SOBRE O 13º SALÁRIO A SER RECOLHIDA PELAS EMPRESAS EM GERAL
ATÉ O DIA 20/12 DO ANO CORRESPONDENTE, válido em todos os casos de trabalhador avulso para a parte
patronal e do segurado (exceto pago na rescisão contratual, que deverá ter o código FPAS normal).

INSS TERCEIROS
FPAS EMPREGADO EMPRESA FNDE INCRA DPC TOTAL
COD. CONTRA.% FPAS SAT 0001 0002 0128

450 VAR 20% VAR 2.5% 0.2% 2.5% 5.2%


680 VAR 15% VAR 2.5% 0.2% 2.5% 5.2%
710 - 15% VAR 2.5% 0.2% 2.5% 5.2%
728 VAR - - - - - -
752 (*) - 15% VAR 2.5% 0.2% 2.5% 5.2%
752 (**) VAR - - - - - -

(*) – Refere-se, exclusivamente, ao recolhimento patronal relativo aos trabalhadores avulsos, a ser efetuado mensalmente pelo órgão
gestor de mão-de-obra, com vencimento no dia 2 do mês subsequente ao da competência.

(**) – Refere-se, exclusivamente, ao recolhimento da contribuição descontada dos segurados trabalhadores avulsos, a ser efetuado
pelo órgào gestor de mão-de-obra, com vencimento até o dia 20 de dezembro de cada ano

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