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Azul E Vermelho - As Cores

Amor-te

Paulo Ribeiro
Azul e Vermelho - as cores

E o João ainda no quarto, pensava eu quando via as amigas


da Julieta a olharem para mim no restaurante sem conseguirem vir
falar-me. Se calhar tinha tido ainda tempo para lhes dizer antes
de partir.

E não sabia em que pensar mais.

- Então não chegou aqui... o fogo?

E os donos do restaurante preocupados em saberem porque me


interessava eu de um problema que só podia ser deles.

- O fogo não chegou aqui?

Mas já sabia que tinha chegado. O melhor era fazer-me de


turista parvo e esperar que fossem eles a dizerem-me o que
poderiam ter para dizer. Se quisessem...

- Então não chegou? Ardeu todo o pinhal à entrada da vila quando se


vem na estrada de Sines.

E o meu espanto...

Parvo!

- Toda a área de floresta que havia num raio de 50


para 80 kms. Ardeu tudo. Até casas.

E o meu espanto passava de irreal para a realidade da


terra.
- E viviam lá pessoas?

- Diz bem. Viviam... Agora não têm casa e como não


tinham seguro nem nada...

- Concerteza a câmara pode ajudar!?

- Tomara a câmara que os ajudem a eles.

E eu pensava em como ficava a saber tanto em tão poucas


perguntas. E aproximava da gente.

- Concerteza a câmara pode ajudar?!

Que raio de pergunta. Como se isso fosse possível.

- Tomara a câmara que os ajudem a eles.

E continuava devagar a chegar-se às pessoas da terra. Era


sempre assim. Parecia que queria saber mais do que qualquer
outro que ali vinha vindo de fora. Claro que todas as pessoas
têm os seus problemas. Claro. Mas porque seria que o Fausto
queria sabê-los? Seria só intriguisse? Seria só para ter o poder
de saber da vida dos outros e não da vida da terra?

Podia até ser. Mas o que ía sabendo era que cada pessoa
tinha a sua história para contar.

- Os bombeiros vieram até ao Casal mas não puderam


salvar nada. Não havia água da companhia e julgavam que
havia. O Maneta tinha lá água do poço... mas eles não
quiseram.

E os olhos do homem que havia perdido a pocilga dos seus


porcos e só não perdera também os animais porque sabendo os
caminhos do mato chegara lá antes que os bombeiros e soltara-os
mesmo antes que o próprio fogo, o vermelho como chamam, e
libertara-os. Enquanto os olhos do homem saiam da sala de jantar
do restaurante e iam até ao dia anterior e ao sítio onde
guardava os animais, o Casal, deixando as lágrimas susterem-se
nos olhos. E ao seu lado a velhota com um sorriso apaziguador
como que a dizer que o pior já tinha passado mas que ela havia
temido mesmo pelo esposo não tinha palavras. Só ali de braços
cruzados e vestida de negro como que se antevisse a morte e a
separação do marido. Como se defendesse do que podia ser a sua
vida sem ele. Como se soubesse que ele partiria antes que ela.

E tão estranho que podia ser aquela história. Como podiam


negar os soldados da paz a ajuda e dizer que não podiam encher
ali os tanques? E o homem parecia ler-me os pensamentos.

- Parece que têm que contabilizar a água que gastam e


só podem tirar da rede...

Só à noite acalmaram as chamas e o vento até ajudou.

- É qualquer ordem que têm.

E eu não conseguia acreditar no que o homem queria dizer.


Como se fosse possível.

Perderam até 2 carros. O condutor não conseguiu fazer a


manobra a tempo e nem o outro saiu de lá.

As fardas azuis mascarradas pelo carvão da mata e pinhal


ardido eram a côr que sobressaia entre o cinzento frio do fim do
dia e que fumava pelas ruas da pequena aldeia onde todos os
batalhões de bombeiros vinham marcar presença.

Pelos muros baixos ao longo das bermas das estradas


podiam-se ver os homens estafados pela luta contra o vermelho em
terras tão vermelhas como as da região e o calor nem queria
ajudar. Era imenso o calor.

Era imenso o calor e só o vento parado a deixar o fumo por


ali a rondar os corpos meios despidos em descanso e recuperação
de forças para, sabia-se lá quando, voltarem para a guerra como
autênticos soldados. Estavam ali a marcar presença. Marcados
pelo presente cansaço como que em devoção a um pouco de glória
na vida ou pelo amor à força do fogo que combatiam que apagavam,
como fazem as crianças mais pequenas, sempre à espera que alguém
venha e as volte a acender para que possam apagar de novo, seria
isso?
Ou seria só o cansaço como o que os pais das crianças mais
pequenas têm pela manhã, quando esta já vai longa, e se lembram
do trabalho que tiveram em fazê-la acalmar e dormir. Finalmente
dormir. Apagadas como as chamas de uma labareda ou de uma vela
num bolo de aniversário.

Se calhar era isso mesmo. Um cansaço que se tinha quando


já não se pode manter sequer os olhos abertos pelo que ardem do
fumo. E do calor.

Era imenso o calor e o fogo não parava de um lado ou de


outro. Tudo há dias a arder. E os homens de azul mascarrado e
enegrecido pelo combate ao fogo ali a rondarem as panelas do
batalhão onde as mulheres de outras corporações iam fazendo
girar as enormes conchas até que havia alguém para servir sempre
à procura de uma pequena terrina ou algo que lhes valesse como
um prato de sopa ou uma tigela ou uma caneca.

Os homens e o imenso calor sem descanso na luta dos dias


de que se iam perdendo as horas. Não dormiam e sabia-se lá
quando dormiam.

Nem eles nem as luzes azuladas a girarem em silêncio por


vezes. Por outras aos gritos. A girarem sem descanso dos dias e
das horas que já não se sabiam quantas eram nem onde podiam
estar.

Nas portas das ambulâncias iam-se sentando uns e outros


para receberem alguma assistência dada pelo enfermeiro também
eles de olhos cavados e bastante negros mesmo sem andarem na
mata. Sem andarem no fogo. Sem lutarem contra o vermelho.

Os homens e o imenso calor sem descanso nem as horas que


não paravam de rodopiar e espalhar no ar o sabor do fumo
perdendo-se no azul que iam estando bem lá no alto.

O fumo matava a visão e deixava cegos os olhos numa imagem


quase inexistente para todos.

Os homens e o imenso calor sem descanso como os outros das


ambulâncias e as luzes azuis que rodopiavam no tejadilho
aparecendo no meio do fumo que invadia toda a aldeia envolvendo-
a num cheiro de futuro e passado queimado como se fosse um caos
sem desordem nem ordem.

A ordem ali era que descansassem e conseguissem recuperar


forças e fôlego para o fogo. Descansassem como meninos meio
despidos escondidos no fumo que passava no ar, entre amalgamas
de sirenes caladas em repouso mas de luzes despertas como último
sentido antes de adormecerm por completo. Sabia-se lá quando. Lá
para o final do Verão.

No chão não se via o alcatrâo sequer por negro que era


como o fumo que não ajudava ninguém. Nem mesmo sem vento
pareciam as vontades divinas querer ajudar alguma coisa.

E quando não havia uma luz azul que fosse entre os bafos
de fumo que se moviam com o passar de um outro autotanque que
ligava as sirenes bem alto já fora do largo em direcção ao
próximo combate e embate com as labaredas. Com o vermelho.

E quando não havia uma luz sequer azul que não se via no
meio do nevoeiro de mata queimada e a vaguear por ali sem
destino, como se fosse mesmo ficar por ali sem que nem o vento o
quisesse levar, os sinais de chamamento nos rádios dos outros
carros, piquetes ou de comando onde as portas não se fechavam-
nem valia a pena, o calor e o fumo eram tudo o que havia no ar,
e os apitos entre chamadas via rádio feitas sem que ninguém
tivesse mais a coragem de responder. Como se fosse uma questão
de coragem. Como se fosse preciso ter coragem para tomar conta
de uma criança ou para se ser criança por vezes. Como se fosse
preciso coragem para por vezes amar o combate às chamas e não só
porque ali não havia mais ninguém que não pudesse ajudar.

Toda a ajuda era sempre pouca.

Toda a ajuda é sempre pouca.


- Está tudo a arder lá em baixo. E vocês não fazem
nada!?

Os gritos de pânico e inconformação ouviam-se de um homem


com todo o tamanho de homem que entrava no lugar sem se
arrepender de dizer uma só palavra. Trazia o cabelo despontado
aos grupos unidos pela forma de passar os dedos e o afastar para
trás, moldado sinantéreamente pela maneira como o fogo se
transformava rapidamente em calor, demasiado calor até, para que
o suor pudesse ficar por mais tempo na cabeça ou em qualquer
outra parte do corpo, e depois lá secava com toda a forma dada
pelos dedos que neles se enxugavam.
Os gritos de pânico e inconformação ouviam-se entre os
bocados de ar que ainda se podia respirar a pedir, a replicar ,a
exigir... Como se houvesse alguém que pudesse responder às
exigências numa situação daquelas. Todo chibante. Todo poderoso.

E depois voltavam...

- Quando foi o pinhal do Malaquias foram logo lá.

Os gritos de pânico e incon-informação escutavam-se por


entre os carros parados a descansar como se fossem eles os donos
do que ardia ou se fossem eles quem tinha que tratar daquele
assunto. Fosse ele algum deus maior a uivar mais que as sirenes
que agora até estavam caladas. Todo chibante. Todo poderoso.

E os homens que ainda conseguiam lá levantavam a cabeça


para ver quem é que tinha a coragem de ainda exigir mais deles e
daquela forma.

Corajoso, poderoso e chibante.

Era triste a imagem de uma guerra. As ambulâncias a darem


ar aos homens mais cansados e que se deitavam nas macas na rua.
As mulheres a darem comida aos que iam aparecendo entre
desabafos de bafos do calor e fumo.

- Já não como nada desde ontem por coisa das 10.


Desde das 10 da noite de ontem que não como nada. Ouviu?

E eu com o fumo das lágrimas nos olhos, tanto ou mais


quentes que o ar que mal se conseguia respirar, conseguia ver
que já só faltavam 5 horas para que fossem outra vez as 10 da
noite de hoje.

- Sem comer nada. Só de manhã é que bebi 2 litros de


leite que uma senhora acolá me deu. Todos numa
empreitada.
Como se fossem muito... Mas iam sendo o bastante. E
ajudava a ganhar alento a quem nem ali no descanso dos
guerreiros, no descanso dos heróis de qualquer guerra, da guerra
do vermelho, iam dormitando entre um e outro cigarro que ainda
conseguiam fumar mais. Sentiriam eles ainda alguma satisfação no
cigarro que acendiam no meio de tanto fumo que fumavam.

E um aparecia como que queimado e só o sorriso na boca e


olhos como que maquilhados se conseguia diferenciar no meio de
todo o negro que o cobria.

- Ali já não arde nada.

E o miúdo trazia para ele também a amalgama para a sopa. E


sentava-se ao seu lado a olhá-lo. E para o seu próprio apetite
que devia ser bastante mesmo que os mais velhos e responsáveis
estajam sempre a zelar pelos mais novos e pelos menos
atenciosos. Não fossem eles soldados todos... não fossem eles
soldados da paz de machado desenterrado sempre pronto para a
guerra.

E o miúdo ao seu lado, de fato de macaco aberto até à


cintura e mangas arregaçadas a verem-se as marcas da fuligem na
pele e de boné de recruta, ía ouvindo as palavras de ensinamento
do mais velho. E no ar da sua cara que ainda se via jovem entre
o mascarrado que estava pelo suor escorrido com essa fuligem
toda agarrada numa argamassa de cinza terra e água nas
mangueiras que como cobras se arrastam no chão. E ele, o miúdo,
que puxa , enrola e desenrola. Ele que segura, liga e recolhe as
mangueiras, ía sabendo que era aquilo que queria. Ser bombeiro.
Ser soldado da paz e guerreiro das chamas de amalgama de sopa
nas mãos e com a comida a desaparecer-lhe por entre os lábios
que se lavavam ao passar o quente dos legumes e da própria sopa.
Tudo numa argamassa de cinza, suor e terra desfeita pelo
ensopado dos lugumes, e os braços a espalharem-lhe todas a
marcas como riscos de lápis de carvão do melhor artista que por
ali havia – o sorriso, na cara.

E antes de acabar o outro pulhado de legumes e carnes


enchouriçadas da nova amalgama de sopa entre as suas mãos era
atormentado no seu descanso de herói pelo sobressalto.

E o tumulto continuava com mais chamamentos de emergência


para um foco que se reacendia e deixava todos de sobressalto com
as ordens vindas do cimo de um jipe.

- Aljezur AT 29 e Odemira Cisterna 4 têm que ir para a


Cova do Sapo. Reacendeu-se e está a ameaçar as casas
outra vez. Recolham depressa o pessoal e vão para lá. O
Grândola 2 já lá está e precisa de apoio. Parece que
aquilo está mau outra vez.
E os gritos e as botas a metralharem o chão de um lado
para o outro punham em alvoroço o centro da aldeia. As tréguas
acabavam.

- Henriques, Faria, Castro! Vamos embora, a chamada é


nossa.

- Onde é que está o Tavares?

- Parece que foi ao café...

– Pereira! Vai lá ver quem é que está lá e chama-os


para cima. Temos que ir...! Vá! Corre!

E o miudo de olhos esbugalhados, mas que sentia o fogo por


dentro ao ouvir o seu nome chamado.

E o miúdo, de olhos bem abertos pela concretização de


ouvir o seu nome ali gritado na praça, no centro da aldeia, para
que todos soubessem que ele também conta, que ele também faz
parte, que ele também é homem.

E o Pereira, o miúdo, desaparecia entre o fumo agora


também dos motores de diesel que ensurdeciam quem passava perto
deixando a amalgama vazia para trás, a dançar sobre o seu
próprio fundo na pedra do passeio. E as sirenes já não esperavam
para sair da aldeia para começarem a gritar e a rodopiarem com a
luz azul a avisar a emergência. A ameaçar o vermelho ao longe.

Parecia que voava. Parecia eu que voava por cima daquilo


tudo e que tinham deixado de me ver entre o fumo e a realidade
só deles. Para mim a realidade era só deles. Como que voava por
cima daquilo tudo a ver e a ouvir e mais a respirar aquele fumo
todo pelo nariz que só cheirava a queimado.

Parecia que tinha que ter cuidado com as esquinas das


casas, umas altas e outras menos altas.

Parecia que tinha que ter cuidado com as esquinas das


casas não fosse embater em algumas delas quando apareciam
escondidas por trás do fumo por todo o lado.

- Pereira!

E o miúdo desaparecia, ao virar a esquina, entre o fumo


esbugalhado até à altura das casas, e do céu de onde nevavam
pedaços negros e cinzentos de matéria queimada. Às vezes ainda a
arder ou incandescentes. Vermelhas. Vermelhas do vermelho.

E o miúdo arrancava quando ainda tinha muita sopa para


comer e saía a correr com os ossos todos a verem-se quase a sair
da pele.

Tinha muita sopa para comer quando arrancou os braços do


fato de macaco azul ainda no interior e à pressa, por entre os
últimos bocados de sopa que engolia ao puxar as mangas para o
taparem. Sempre a correr. Por entre o fumo. Avirar a esquina e
a desaparecer.

O Fausto sentia-se uma parte aparte daquilo tudo. Um


forasteiro que sentia com os olhos cada pormenor das situacões;
que vivia com sendo suas também essas situações mesmo sem que
pertencesse aquele espaço e estando tão desfamiliarizado por
entre carros vermelhos de bombeiros e edifícios tapados de fumo.

Sentindo um cosmos diferente ali, diferente de tudo o que


conhecia até então conseguia encontrar uma posição, um sítio
onde podia parar tranquilamente os pés que encharcavam as meias
com o suor ao calor do dia e ao do movimento de todas as células
dos homens do fogo, do fogo, e das suas mesmo, excitadas em
calmaria de quem procura uma forma de ajudar, ponderando todas
as informações que os seus sentidos tiravam dos momentos ali e
dos outros momentos nos últimos dias; avaliando as actitudes e
acções das pessoas; equacionando valores uns pelos outros; uns
em vez de outros.

E eu com as lágrimas de fumo nos olhos tanto ou mais


quentes que o ar que mal se conseguia respirar, conseguia ver
que já só faltavam 5 horas para que fossem outra vez as 10 da
noite de hoje.

O Fausto desceu ao café. Talvez ali pudesse fugir um pouco


o fumo da rua e o ar se pudesse de novo tornar respirável. Havia
já muito tempo que ali o ar se havia tornado irrespirável. Como
que de um colector de escape de um motor de muita combustão o ar
carregado de exaustão era empurrado pelo vento que vinha da
direcção do mar e corria primeiro entre as montanhas da serra e
depois por entre os edifícios da vila, nas ruas que serviam de
canais até que se perdia para a atmosfera que ía desparecendo.

E com as lágrimas de fumo nos olhos tanto ou mais quentes


que o ar que mal se conseguia respirar Fausto conseguia ver que
já só faltavam 5 horas para que fossem outra vez as 10 da noite
de hoje enquanto descia ao café. Talvez ali pudesse tomar alguma
coisa que o ajudasse a respirar o ar como antes.

- Quanto é?

E o outro rapaz do outro lado do balcão acenava a cabeça


para um lado e para o outro e dizia baixinho que não era nada
para os homens mascarrados de fumo que por ali andavam entre
mato e labaredas há já dois dias e duas noites. Só ali! Mas o
vermelho já vinha de outras paragens e já tinha começado há mais
tempo.
E no café lá em baixo o fumo era menos e as sirenes
avisavam os que já estavam avisados a irem-se embora para as
chamas. As chamas e o chamar das sirenes.

- Quanto é?

E o outro rapaz do outro lado do balcão acenava a cabeca


para um lado e para o outro e dizia baixinho que não era nada
para os homens mascarrados de fumo que por ali andavam entre
mato e labaredas há já dois dias e duas noites.

- E os cigarros? Também não são nada?

- Não.

E o rapaz lá saía a correr atrás dos mais velhos que


também fugiam pela ladeira de terra acima até junto dos camiões
que se manobravam à saída da vila.

Como se isso fosse possível... os camiões manobrarem-se. É


claro que os homens os faziam voar devagar nos arranques de
toneladas de água e ferro a deslizar. Como se fossem barcos da
armada a surgir no nevoeiro, a caminho de outra batalha que a
guerra ainda nao estava vencida.

Como se fossem fragatas preparadas, de paióis completos,


prontas a bombardear tudo o que emitisse mais calor que o dos
motores. Tudo o que fizesse mais fumo que o que saía dos
escapes.
Capítulo: Azul E Vermelho – As Cores
parte da obra Amor-te, de Paulo Ribeiro.

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