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Outubro de 2009 - 13h03 - Última modificação em 3 de Novembro de
2009 - 18h30

Brasil é interlocutor preferido no continente

Ivanir José Bortot*


Enviado Especial

Teerã (Irã) - Com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 800 bilhões
e uma população de 65,3 milhões de pessoas, o governo do Irã vem
conseguindo administrar avanços econômicos e o desenvolvimento
nuclear, mesmo diante das restrições de comércio impostas pelos
Estados Unidos. O fato novo é o efeito da crise internacional que
derrubou os preços do petróleo, uma das principais fontes de renda
do país.

O crescimento, que vinha em ritmo médio de 5% ao ano desde o fim da


guerra com o Iraque nos anos 80, deve ser muito baixo em 2009. As
relações de comércio com o Brasil , por exemplo, que eram da ordem
de US$ 2 bilhões, devem fechar em US$ 1 bilhão este ano, segundo o
ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki.

Cerca de 70% dessa população descendente de persas, com idade


inferior a 35 anos, quer usufruir, no entanto, do crescimento com
mais empregos, da ampliação de renda e do consumo de bens. Parte
desse desejo foi manifestada nas eleições ocorridas em junho de
2009. Os partidos de oposição interpretaram esse sentimento ao
defender reformas pontuais, sem que nenhum deles questionasse os
princípios do islamismo, segundo apurou a Agência Brasil.

No Irã, não há impostos sobre os alimentos, mas o subsídio oficial


concedidos nas contas de luz, água, gás e telefone deve ser extinto
nos próximos meses. O país convive com inflação moderada, que neste
ano deve ficar acima 20%. Algumas moedas em circulação praticamente
não têm valor. São necessários RIs 9,550 mil (moeda iraniana que tem
nome equivalente a reais) para comprar um US$ 1 dólar. Com RIs
45,000 mil é possível comer uma pizza pequena e tomar uma coca-cola
em uma lanchonete.

O aluguel de um bom apartamento de dois quartos, na zona nobre de


Teerã, é de US$ 600,00 ao mês. A renda média dos assalariados de
classe média fica em torno de USS 1,5 mil ao mês e o salário mínimo
é de US$ 300,00.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad, que saiu das urnas com 24 milhões


de votos, 10 milhões a mais do que seu adversário mais próximo, Mir
Hossein Moussavi, vem enfrentando a oposição nas ruas de Teerã, uma
cidade de 12 milhões de habitantes que lembra São Paulo dos anos 70.

Uma dessas manifestações foi observada pela Agência Brasil. Cerca de


mil manifestantes, tendo à frente o líder da oposição Mehdi
Karroubi, invadiram as instalações do Centro de Eventos Mosala Eman
Khomeini, onde mais de 1,5 mil jornalistas do Irã e de 35 países
participavam de um encontro de imprensa e agências de notícias.

Aos gritos de “abaixo a repressão” e "morte ao ditador",


referindo-se ao atual presidente, os manifestantes protestaram
diante dos principais veículos do Irã, com a Agência Fars. Eles
chegaram a invadir o estande da Rússia em protesto ao apoio daquele
país ao Irã.
O jornalista russo Mikhail Guser foi levado às pressas ao Hotel
Laleh e só retornou ao evento no dia seguinte.

Uma segunda manifestação, com cerca de 300 pessoas, ocorreu dois


dias depois na área externa do Mosala Eman Khomeini. Um grupo de
mulheres cobrou do governo a localização de parentes presos. Uma
autoridade iraniana, que não quis se identificar, admitiu que foram
feitas muitas prisões durante as manifestações contra os resultados
das eleições. Ele não soube dizer se havia pessoas ainda presas.

O brasileiro Anderson Silva, que estava na manifestação, foi um dos


presos. Passou uma noite na prisão e hoje vive na Turquia. Said
Laylaz, que concedeu uma entrevista ao jornalista Lourival Sant´
Anna e publicada no Estado de S. Paulo em 15 de junho de 2009,
estaria preso até o momento. Santa ´Anna disse à Agência Brasil,
Laylaz achava que seria presos na época Laylaz, economista e
cientista político foi quem escreveu os discursos de campanha do
candiato Mir Hossein Moussavi.

O ministro da Cultura e Orientação Islâmica do país, Mohammad


Hosseini, afirmou que as manifestações observadas pelos jornalistas
eram uma evidência de que há democracia e liberdade de expressão no
país. “O que há é que os europeus e estrangeiros querem impor a sua
cultura. O Irã está frustrando essa invasão cultural”, disse
Hosseini aos jornalistas estrangeiros reunidos em Teerã.

O país tem um índice de analfabetismo entre 2% e 3%. Cerca de 18


milhões de iranianos estão na universidade e 45% da população têm
curso superior. O Brasil tem 10% da população acima de 15 anos ainda
não alfabetizada e 4,88 milhões de universitários.

Hosseini disse também que, ao contrário dos americanos que querem a


guerra, o Irã luta pela paz, a prosperidade, a defesa de seus
valores culturais e busca pontos comuns que possam uni-lo a outros
países.

O Brasil é um dos países com os quais o Irã quer maior aproximação


econômica e cultural. Para o vice-ministro de Assuntos da América,
Alireza Salari, como seu país não tem relações diplomáticas com os
Estados Unidos, o Brasil passa a ser o interlocutor preferido no
continente. “Temos economias complementares. Se conseguirmos
estabelecer laços duradouros, isso trará benefícios para os nossos
países”, disse Salari.

O Irã quer oferecer oportunidade de negócios a empresas privadas e


públicas do Brasil para maior expansão de sua economia e espera o
mesmo das autoridades brasileiras. A meta da área diplomática
iraniana é elevar, em cinco anos, as relações de comércio do valor
atual de US$ 1 bilhão para US$ 15 bilhões em áreas como a produção
de gás – por ser o vice-líder mundial – e de produtos petroquímicos
e adubos.

O desenvolvimento da pesquisa na produção de energia nuclear é o


tema que a diplomacia dos dois países mais vem trabalhando pelo
interesse comum. Os iranianos conseguiram grandes avanços na
produção de medicamentos, a partir do uso da pesquisa nuclear.
Segundo Salari, hoje o Irã produz 80% dos medicamentos de que
necessita e desenvolveu quatro remédios inéditos. Um deles é para
combater o diabetes e os outros contra o câncer. O Brasil poderá
importar esses medicamentos ou adquirir a tecnologia.

*O repórter viajou a convite do governo iraniano

Edição: Graça Adjuto

COBERTURAS TEMÁTICAS

O Irã vê no Brasil o seu principal interlocutor na América e quer


construir relações econômicas e culturais duradouras
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