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13 CAPA
A classe C
no paraíso
A Credit Performance é a primeira e única
revista especializada na indústria brasileira de das compras
crédito e cobrança. A publicação é idealizada
pela CMS People do Brasil, promotora dos
5
mais importantes eventos deste mercado
em 12 países, e conta com o apoio do EDITORIAL
Instituto GEOC e da Serasa Experian.
Com periodicidade trimestral e tiragem de
7
quatro mil exemplares, a revista oferece
ENtrevista
conteúdo especialmente desenvolvido para
os executivos líderes de grandes corporações O sucesso da gestão
e empresas da área. Distribuição exclusiva e da presidente da Caixa
gratuita. Econômica Federal
10
Conselho Editorial
Análise Setorial
Adilson Melhado, Cícero de Toledo Piza Filho,
Cláudio Kawasaki, Fernanda Bortolussi, João Os principais motores
Leme, João Paulo de Mattos, Juliana Azuma, da economia
Leila Martins, Luciana Felletti, Luis Barbuda,
Pablo Salamone, Renata Joseph, Silvina
Virga, Victoria Iturrieta.
19 Caso de sucesso
GRAACC é fórmula
de sucesso no tratamento
Redação e produção
Burson-Marsteller Brasil do câncer no Brasil
Diretor de redação: Pedro Corrêa
capa
Fernanda Bortolussi
Marketing CMS
24 Tendência
Cobrança como a primeira
etapa da nova venda
26
Responsável Comercial
Opinião
Madleine Rose M. Sprocatti
madi@cmspeople.com A qualificação dos gestores
Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013 em um mercado cada vez
mais exigente
28
Credit Performance, a revista da
Pelo mundo
indústria de crédito e cobrança.
Endereço na internet Lisboa: história, cultura
www.creditperformance.com.br e modernidade
30 Ponto de vista
O mercado de crédito no
Brasil: o que esperar de 2010
2 Pontos
crEdit
performance
P
rezado Leitor, A Credit Performance também traz uma
Ao fazermos um balanço de 2009, lem- interessante entrevista com Maria Fernanda
bramos de situações difíceis e grandes Ramos Coelho, principal executiva da Caixa
desafios enfrentados pelo mercado, quando Econômica Federal, que relata os principais
muitas variáveis prejudicaram os principais se- desafios na revolução no sistema de crédi-
tores da economia mundial. Porém, felizmen- to, inclusão de pessoas de classes populares
te, notamos que a América Latina foi uma no sistema bancário e objetivos pretendidos
das regiões menos atingidas por estes acon- com a parceria com o Banco Panamericano.
tecimentos e que muitos países já estão pró- A encantadora Lisboa e o universo do café
ximos da recuperação. O Brasil é um deles! são os temas retratados nas seções Pelo
Iniciamos o ano dentro de um cenário com Mundo e Sofisticação, respectivamente. No
perspectivas econômicas mais positivas, complementadas texto sobre a capital portuguesa, é possível desvendar os
pelo crescimento sustentável extremamente promissor, locais mais interessantes para visitar nessa cidade cosmo-
graças à preparação feita previamente à crise, à posição polita, que mistura tradição e modernidade. Já a reporta-
macroeconômica forte do País e à sua diversidade de negó- gem “Prazer nacional, fama global” aborda o sucesso e
cios com outras economias mundiais. crescimento de uma das bebidas mais consumidas no País,
Os fortes incentivos do governo para a redução de im- mostrando a relação histórica do brasileiro com o café e a
postos nos segmentos de construção civil, mobiliário, au- febre das cafeterias.
tomobilístico e o aumento de crédito imobiliário para as Assim, você está convidado a apreciar os artigos desen-
classes menos favorecidas foram medidas que ajudaram a volvidos por nossa equipe de redação para se manter sem-
aquecer o consumo e geraram oportunidades de emprego pre informado das novidades sobre o mercado financeiro e
para a população. o segmento de crédito e cobrança.
A matéria de capa está relacionada, justamente, à im- Começamos 2010 com a perspectiva de que será um
portância das classes emergentes brasileiras na retomada período repleto de oportunidades, como sinalizam as pá-
da evolução econômica: retrata o constante crescimento ginas da primeira edição do ano da Credit Performance –
da classe C no contexto social, seus hábitos, perfis, rendi- uma publicação que procura levar aos leitores informação
mento, entre outros aspectos que a tornam especialmente de qualidade e especializada, dentro da certeza de que o
relevante para o desenvolvimento equilibrado do Brasil. A conhecimento é o único bem que se multiplica quando se
matéria ainda explora a contribuição das empresas de cré- compartilha. Boa leitura.
dito para alavancar as potencialidades desta classe e o que Cordialmente,
empresas de recuperação de crédito fizeram para ajudar na
mudança do perfil deste novo consumidor.
Como parte do exercício para entender o atual momento
da vida nacional, opiniões otimistas e estudos de especia-
listas podem ser conferidos na seção Análise Setorial, que
relata, nesta edição, os principais setores que alavancam a
economia para a expansão do crédito e do consumo.
Credit Performance, a revista do mercado de crédito e cobrança no Brasil. Para visualizar apresentações e notícias acesse www.creditperformance.om.br.
Caixa consolida
revolução no sistema de crédito
Divulgação
Christiane Marcondes Alves de Brito
Especial para Credit Performance
H
á quatro anos, a profissional de carreira Maria Fernanda Ra-
mos Coelho “furou a fila” e não só afastou os sucessores na-
turais ao cargo como se tornou a primeira presidente mulher
da Caixa Econômica Federal. Assumiu com a missão de revolucio-
nar o sistema de crédito, segundo anunciou o Ministro da Fazenda,
Guido Mantega. Jovem, pernambucana, ex-sindicalista, a executiva
capitaneou com garra e simpatia a reestruturação operacional e
o processo atinge, agora em 2010, a maturidade, embasando a
plataforma de lançamento de novos negócios da tradicional insti-
tuição, que completa 150 anos em 2011.
e operacional. A “revolução” que empreendemos internamente res níveis de inadimplência. Em 2010, pretendemos ampliar esse
garantiu o resultado, principalmente, na busca de novas estruturas crédito – que chegou a 125 bilhões – para uma soma entre 180
de gestão e governança, tecnologia e mudança cultural. Particular- a 200 bilhões. O destaque maior é em habitação, segmento em
mente, a atuação junto à pessoa jurídica (PJ) demonstra todo esse que nossa participação de mercado chegou a atingir a marca
processo, pois, historicamente, não tínhamos uma atuação rele- de 83,6% no último trimestre de 2009, sendo que, em média,
vante no setor e, nos últimos anos, essa linha de negócio ganhou essa participação é de aproximadamente 75%. Particularmente
grande destaque. no crédito à pessoa física (PF), nossa participação de mercado
encontra-se em cerca de 4,5%. Mas é no crédito à PJ, como eu
Credit Performance – A crise econômica global, de 2008, atra- já disse, que temos obtido uma maior satisfação, pois saímos
sou o processo de reestruturação? de praticamente zero de participação em 2002 para fecharmos
2009 com aproximadamente 4,6%.
Maria Fernanda – De modo algum, porque o governo bancou
o crédito. Enquanto os bancos privados restringiram sua liquidez, Credit Performance – Na habitação popular, ainda é a insti-
os estatais não puxaram o freio de mão, continuaram atuando tuição que mais financia crédito?
no mercado. Agora, em 2010, estamos consolidando esse novo
modelo. Temos como missão nos tornarmos uma instituição es- Maria Fernanda - A Caixa é reconhecida pela excelência na ges-
tratégica do Estado brasileiro na sustentação deste novo ciclo de tão de fundos públicos e privados e pela grande experiência no
desenvolvimento econômico. Neste sentido, a perspectiva é am- financiamento a projetos de infraestrutura e saneamento. Mais
pliar nossa carteira total de crédito na ordem de 25% a 30% para recentemente, no período da crise, ampliou seu relacionamento
este ano. Também está previsto concurso público para contratação com grandes empresas de diversos setores. Mas, sem sombra de
de 5.000 novos empregados, o que permitirá ampliação de nossa dúvida, habitação continua sendo um dos carros chefes de nossos
rede de agências. Ao mesmo tempo, estudamos oportunidades negócios. Atingimos em 2009 R$ 47 bi de aplicação, sendo que
de aquisições no mercado que venham a ampliar nossa carteira acreditamos superar em 2010 a marca histórica de 1 milhão de uni-
de produtos e garantir complementaridade operacional de nossas dades habitacionais financiadas, com mais de R$ 55 bi aplicados,
atividades. Ou seja, o fato de nossa grande rede, distribuída em mantendo com isso, a liderança absoluta no segmento com mais
todo o país, ser extremamente útil para realização de negócios e de 75% de participação do mercado
relacionamento com os clientes, é um fator competitivo que só se
fortalece com essa ampliação da rede bancária. Credit Performance – A CEF fala também na inclusão de 4
milhões de pessoas que ainda não possuem conta corrente
Credit Performance – Ao que parece, só há motivos, então, no sistema bancário. São pessoas da classe C, D e E? Elas
para comemoração, já que a CEF completa 150 anos em 2011. serão contempladas com quais tipos de política ou planos de
Alguma surpresa para a data? concessão de crédito?
Maria Fernanda – O sesquicentenário não pode ser comemora- Maria Fernanda – Esta meta será alcançada com a parceria do
do em um só ano, por isso já entramos em clima de aniversário. Ministério do Desenvolvimento Social. Vamos fechar 2010 com
A grande novidade é que estamos abrindo uma superintendência 4 milhões de beneficiários do Bolsa Família contando com conta
cujo objetivo é dar atendimento à Petrobras e ao BNDES. A propos- bancária. Hoje já temos algo próximo a dois milhões de beneficiá-
ta é focar os setores que trabalham em toda a cadeia energética. rios bancarizados. No total, atualmente são 7,1 milhão de clien-
Vamos investir mais de um milhão de reais em tecnologias alterna- tes com contas simplificadas, correntistas que, em muitos casos,
tivas, como a da energia eólica, entre outras. nunca haviam anteriormente entrado num banco. Essas contas
permitem movimentação, execução de pagamentos com cartão
Credit Performance – A aposta alta em energia vem se somar de débito e acesso a crédito, que já conta com um saldo de utili-
aos já consagrados investimentos em cultura e esporte? zação, no caso do crédito rotativo, de R$ 65 milhões. Nossa meta
é fechar 2010 com um total de aproximadamente 10 milhões de
Maria Fernanda – Sem dúvida. Na política em relação aos espor- contas simplificadas, consolidando a Caixa como referência na
tes priorizamos o atletismo, que tem forte identidade com a insti- inclusão bancária.
tuição, porque beneficia populações de baixa renda. Além disso,
temos ginástica artística, rítmica e somos patrocinadores oficiais do Credit Performance – Quais os novos produtos que a CEF
paradesporto. Só para este ano, estimamos um investimento de pretende ampliar ou criar para os consumidores das clas-
quase 40 milhões de reais no esporte. ses C, D e E em pleno crescimento? Vai privilegiar carros,
eletrodomésticos, móveis ou investir mais numa carteira
Credit Performance – Falando em números, como está o habitacional?
posicionamento da CEF hoje no segmento de crédito e no
ranking das maiores? Maria Fernanda – Buscar adequar produtos às necessidades dos
clientes é uma regra de qualquer instituição financeira e, na Cai-
Maria Fernanda – Em 2009, nós tivemos um crescimento de xa, isso não é diferente, tendo como foco todos os públicos, mas
56% na carteira de crédito, com participação de 8,9% no mer- dedicando especial atenção ao público de baixa renda, pequenas e
cado total. Além disso, historicamente, estamos com os meno- médias empresas. A recente parceria que firmamos com o Paname-
Os principais motores da
Especialistas preveem que oferta de crédito deve continuar em evolução em 2010, graças
economia
Fabio Barros
C
rise? Que crise? Do ponto de vista da oferta de crédito, o
mercado brasileiro passou ao largo da crise, principalmente
se considerado o último trimestre do ano passado. Um exem-
plo: de acordo com o Banco Central (BC), as operações de crédito
do sistema financeiro cresceram, em dezembro de 2009, 14,9% em
relação ao mesmo período de 2008, puxadas fundamentalmente
pelas operações de pessoas jurídicas. Com este desempenho, estas
operações passaram a representar 45% do PIB (Produto Interno Bru-
to) brasileiro, contra 39,7% do ano anterior.
O crescimento trouxe impactos indiretos. No vácuo do boom imo- • O que o crescimento de crédito trouxe ao setor imobiliário
biliário, as redes do segmento de móveis e decoração, que so-
mente em São Paulo movimentam cerca de R$ 7 bilhões ao ano,
preveem para este ano um crescimento em vendas que pode bater 310 mil imóveis foram financiados em 2009 com recursos
na casa de 40%. A estratégia está pronta, e deve focar a abertura da poupança
de lojas em regiões onde há previsão de entrega dos imóveis ven- Fonte: Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança)
didos nos últimos dois anos.
economia
A ação do governo incluiu também os bancos públicos que,
durante a crise, foram engajados na estratégia de estímulo ao
crescimento. Como resultado, em novembro de 2009, o volu-
me de crédito dos bancos públicos representava 18,4% do PIB,
contra 13,8% em 2008. A Caixa Econômica Federal, por exem-
plo, bateu em 2009 seu recorde na oferta de crédito, chegando
à expectativa de crescimento da economia a R$ 125 bilhões para empresas e pessoas físicas. Deste total,
R$ 46,9 bilhões foram operações de crédito para habitação, o
que representou um crescimento de 100% em relação a 2008.
Divulgação
2010
Setor Crescimento Saldo Toda esta movimentação deve trazer um novo cenário para o mer-
Pessoa jurídica R$ 396 bilhões 1,1% cado, que deve ver um crescimento ainda maior do crédito às pes-
Pessoa física R$ 319,8 bilhões 17,4% soas jurídicas. Algumas previsões dão conta de que o crédito para
Fonte: Banco Central as empresas poderá crescer 25% em 2010, contra 20% no crédito
às pessoas físicas.
A classe C vai ao
paraíso...
...das compras! Cerca de 20 milhões de pessoas passam
a integrar o ranking de clientes preferenciais não só das
grandes redes de varejo como dos agentes financeiros.
Elas formam a grande classe média, que vem conquistando
poder aquisitivo desde o início do Plano Real, há quinze anos.
F
ernando Henrique Cardoso deu o pontapé inicial no
jogo. Luiz Inácio Lula da Silva fez os gols da virada.
Quem mais vibrou com a vitória da classe média foram,
em princípio, as grandes redes varejistas. Que faturaram
muito com um público assalariado – portanto, menos sujei-
to às intempéries dos pacotes econômicos – e fiel não só ao
estabelecimento de compras como ao próprio sobrenome
de família. Picado pelo bichinho da febre consumista, esse
sujeito prefere deixar faltar pão em casa a não pagar o car-
tão de crédito. É um zelador eterno do nome limpo.
Divulgação
C
São Paulo (ADVB-SP).
Hoje o consumidor
Outro fator que impulsionou o crescimento
pode escolher
da classe C foram os bancos populares, que
passaram a financiar a produção de pequenos
empreendedores. Eles ofereciam um emprés- 86,9 milhões
timo único que beneficiava o grupo e esse de cartões de crédito estão
grupo se cotizava para pagar a dívida, como é na mão de pessoas com renda até R$ 1.700,00
o caso do Banco do Nordeste, que representa
111,8 bilhões
AB
um case de sucesso nesse campo de atuação.
Todas estas mudanças tiveram início há cer- Foi o volume de transações das classes
ca de quatro anos e, hoje, o cenário do co- C, D e E em 2008 (52%)
mércio é bem diferente, e está posicionado
cada vez mais distante da inadimplência, 134,9 milhões
porque não é o dono do cartão de crédito
de private label estão na mão de pessoas
que define valores e formas de pagamen- com renda de até R$ 1.700,00
to e, sim, a administradora. Explicando em
detalhes: a empresa que fornece o cartão
administra as compras do usuário, já que 69%
esse não poderá ultrapassar um valor pré- dos cartões de crédito estão na base da pirâmide
fixado de prestação mensal. Quer adquirir
uma televisão de plasma? Tudo bem, des-
de que seja em prestações a perder de vista
78%
com valores que estejam dentro do teto de dos cartões de loja estão na base da pirâmide
comprometimento de renda já estipulado
Fonte: Projeção Data Popular / AvBr com base nos dados da abecs, 2008
pelo varejista ou agente financeiro.
Divulgação
Perfil do consumidor
O consumidor emergente aspira um sonho que está ao alcance das mãos
Tradicional Emergente
Sempre consumiu / busca: Passou a consumir / busca:
• Exclusividade • Inclusão
• Diferenciação • Pertencimento
• Consumo do intangível • Vantagens e razões concretas
serasaexperian.com.br/decisionanalytics
CASO DE SUCESSO
Regina Ielpo
O
Antônio Carreiro
De acordo com o superintendente médico Antonio Sergio Petrilli, o segredo do GRAACC 88.474
está na disponibilização de recursos e de pessoas para dar andamento às ações sociais. “Nós sessões de quimioterapia
nascemos com a responsabilidade de levar apoio complementar à sociedade e nosso resulta-
do não está em números para uma balança, mas em vidas salvas”, afirma Petrilli. 9.119
internações
A fórmula de sucesso sempre leva em consideração o tripé de sustentação: universidade, par-
cerias público-privadas e sociedade. E não faltam boas oportunidades de investimento para 8.743
as empresas interessadas em alocar recursos em um projeto social amplamente reconhecido. cirurgias
De acordo com Petrilli, o GRAACC despertou em grandes companhias, empresas e institui-
ções a confiança para investir em um projeto que alia competência profissional e visão social. 215
transplantes de medula óssea
Atualmente, o GRAACC possui três projetos aprovados pelo Fundo Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente (FUMCAD), que beneficia entidades de apoio a crianças e ado-
lescentes por meio de doações de parte do Imposto de Renda de pessoas físicas e empresas. Serviço
Entre os projetos do GRAACC que podem receber donativos via FUMCAD estão: a ampliação GRAACC– Grupo de Apoio ao
do Hospital do GRAACC, a implementação de Residência 1 para formação de professores Adolescente e à Criança com Câncer
residentes em atendimento escolar hospitalar e a criação do serviço de atendimento psicoló- www.graacc.org.br
gico pré-operatório à criança com câncer. Telefone: (55 11) 5080-8400
No entanto, Antonio Sérgio Petrilli explica que, apesar de toda estrutura adquirida ao longo FUMCAD
da existência da instituição, nem sempre os recursos se mostram suficientes para dar anda- http://fumcad.prefeitura.sp.gov.br/
mento rápido ao desenvolvimento de algumas ações. Um exemplo é a expansão do Instituto forms/principal.aspx
de Oncologia Pediátrica. É nessa hora que o time de ponta do GRAACC coloca em prática
sua arma mais poderosa: o sonho de oferecer melhores condições de tratamento aos porta- (*) Para doar ao GRAACC basta
dores de câncer brasileiros. selecionar a entidade
um balanço de 2009 e
perSpectivas para 2010
Tendência de queda da inadimplência dos consumidores e das
empresas no primeiro semestre deste ano, além da expansão
do crédito, geram otimismo entre analistas e economistas
William Messias
A
expectativa para o cenário econômico em 2010 começa de A explicação para esse resultado, aponta o indicador, é que a qualida-
forma otimista na visão de analistas e economistas, e o refe- de de crédito tende a ser positivamente correlacionada com a renda
rencial para tanto otimismo vem da queda da inadimplência mensal do trabalhador, que é reforçada pela recente pesquisa divul-
do consumidor registrado no 4º trimestre de 2009 e da sinalização de gada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
redução das dívidas do consumo pelas empresas no início deste ano. Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), sobre a percepção de aumento
de crédito: 82% dos 2.200 entrevistados com renda mensal acima de
Para o gerente de economia da Federação das Indústrias do Esta- 10 salários mínimos acreditam que conquistar um empréstimo para
do de São Paulo (FIESP), André Rebelo, o Brasil vive um momento comprar a prazo neste ano estará mais fácil do que em 2009.
de expansão de crédito para pessoas físicas e jurídicas. “Os perigos
econômicos foram afastados. Essa crise financeira que surprendeu Segundo o professor de economia da Fundação Escola de Comércio
diversos países é o resultado de uma ‘ressaca econômica’, devido ao Álvares Penteado (FECAP) e doutorando em economia pela Univer-
forte crescimento no primeiro semestre de 2008.” Rebelo aponta que sidade de Campinas (Unicamp), Erivaldo Costa Vieira, o mercado de
a redução da taxa tributária imposta pelo governo e a postura dos crédito para pessoas físicas em 2010 continuará em expansão devido
bancos públicos em oferecer crédito para o consumidor foram deter- aos riscos de inadimplências serem menores do que em anos anterio-
minantes para o equílibrio econômico no ano passado. res, que marcaram a crise financeira mundial. ”Hoje o cenário econô-
mico é mais favorável e os riscos são menores. É mais vantajoso para
De acordo com o Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito os bancos emprestarem mil reais para 100 pessoas, do que 100 mil
do Consumidor, que avalia numa escala de 0 a 100 a qualidade do reais para uma única empresa”, justifica.
crédito, o 4º trimestre de 2009 registrou alta de 0,5%, chegando ao
patamar de 78,6. Com este resultado, quanto mais próximo do pa-
tamar 100, menor a probabilidade de inadimplência, tendência que
seguirá no primeiro semestre deste ano. Inadimplência das empresas deve cair
80,5
Essa perspectiva também é defendida pelo economista Ricardo
80,2 Jacomasi, da consultoria de crédito Lafis e colunista do site In-
79,8 79,7 79,7 fomoney. De acordo com Jacomasi, o Brasil deverá ultrapassar a
79,4 79,5 especulação dos analistas e economistas que prevêem crescimento
79,3
79,0 econômico de 5% ao ano e um dos motivos para tanto otimismo
79,1
78,8 78,8 78,8 vem do desbloqueio de linhas de crédito para empresas, o que fa-
78,6
cilita a exportação. “Temos a linha do Adiantamento de Contrato
78,4 78,2
de Câmbio (ACC), na qual, com o desloqueio dessa linha de cré-
dito, empresas como a Sadia e Aracruz, por exemplo, encontrarão
77,7
facilidade para exportação e, consequentemente, impulsionarão a
economia nacional. Hoje existe uma percepção de que, com a vol-
77,0
1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 ta do consumo, as empresas precisarão aumentar seus estoques e
os bancos públicos já começaram a definir suas linhas de créditos
Fonte: Serasa Experian
para as empresas”, aponta.
Divulgação
C
om o crescimento econômico ao Vale lembrar também que a relação cré-
redor dos 5%, o crédito em 2010 dito/PIB ainda é baixa, de 45%. Estima-se
deve evoluir 20%, mais uma vez para 2010 um patamar próximo a 55%.
sustentando o mercado interno. O fi-
nanciamento para as empresas repre- De qualquer modo, as lições da crise ca-
sentará a maior parte dessa evolução, bem no cotidiano. Por isso, é bom notar
recuperando parte do impacto causado que o endividamento da população cres-
pela crise financeira internacional, que ce mais rápido que a renda. Como 2010
escasseou o crédito corporativo no ano promete ser um ano de forte crescimen-
passado. to econômico, espera-se que a geração de empregos e a massa
salarial atenuem este fato. Enquanto isso, melhorar a decisão de
O avanço dos recursos deve levar à retomada dos investimentos, crédito é determinante para qualquer cenário. A inadimplência
por parte das empresas nacionais, que estavam suspensos desde mostra tendência de crescimentos menores no 1º semestre, mas
o último trimestre de 2008, por conta do evento global. O Brasil ainda é alta nas referências internacionais.
também está na mira dos investidores internacionais, pela rápida
recuperação econômica e por ser um porto seguro. A recuperação de crédito tem um grande trabalho a fazer neste
ano. Como o emprego está crescendo, mais consumidores estão
Na análise setorial, o comércio é destacado e deve ter um ano buscando a regularização de sua situação financeira. Mais do que
ainda melhor, lembrando-se que, além da economia aquecida, nunca, a recuperação de crédito será relacionamento.
há a Copa do Mundo. As vendas de TVs de alta definição devem
disparar e, como se sabe, produtos de maior valor agregado exi- Enquanto o cadastro positivo não entra em operação, ampliar
gem crédito. A indústria seguirá o comércio no atendimento à a qualidade do crédito deve ser um compromisso de todos. Isso
demanda interna. não significa ser mais conservador nas decisões de crédito. Sig-
nifica tomá-las com cientificidade e inteligência especialmente
Nesse contexto, o crédito para pessoa física também crescerá, desenvolvida para tal.
tendo como destaque o crédito imobiliário. Representando 3%
do PIB, os recursos para aquisição de moradias no país estão en- Para concluir, este é um ano eleitoral e, portanto, as atenções es-
tre os mais baixos das economias emergentes. Nas mais desen- tão voltadas para as realizações econômicas. A implantação do
volvidas, essa carteira fica próxima dos 100%. Este será o ano cadastro positivo complementará o sucesso econômico do país.
do crédito imobiliário no Brasil e outras modalidades de crédito Com ele, novas relações de crédito e de sua recuperação serão
ao consumidor que continuarão crescendo são a de veículos e estabelecidas e maiores graus de confiança serão conquistados
o consignado. pelo país.
Divulgação
C A L END Á R I O
Acompanhe os principais eventos da CMS em 2010:
2 e 3 de junho
2º Congresso Nacional de Microfinanças
Lima | Peru
10 de junho
8º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança
Buenos Aires | Argentina
12 de agosto
5º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança
Santiago l Chile
7 e 8 de setembro
7º Congresso Andino de Crédito e Cobrança
Bogotá l Colômbia
21 de setembro
1º Congresso Nacional de Crédito e
Recuperação
representa uma evolução da anterior, unifor- compromisso de gestão comprometida com 9 e 10 de novembro
6º Congresso Nacional e 8º Congresso Latino-
mizando a logotipia e unindo o nome da em- a máxima qualidade para seus 2.500 profis- americano de Crédito e Cobrança
presa com o símbolo global da Experian. Em sionais, clientes, acionistas, fornecedores e a São Paulo l Brasil
junho de 2007, a Experian, líder global no sociedade. “A marca Serasa Experian nasceu
mercado de informações, atuante em mais sintetizando união, tradição, evolução e qua-
de 65 países, adquiriu o controle acionário lidade para a empresa, a comunidade, seus
da Serasa e, a partir da consumação do ne- clientes e os negócios”, resume Francisco
gócio, as duas empresas integraram pessoas Valim, CEO da Experian para Europa, Oriente
Informações: www.cmseventos.com
e expertises. Hoje, oferece soluções inovado- Médio, África e América Latina.
A cobrança
como etapa da nova venda
Mudança da imagem das empresas de cobrança
tem melhorado a relação com os consumidores e
aumentado o número de adimplentes no mercado
Luiz Vita
A
reabilitação do crédito de um da empresa de cobrança agradece. E se o
cliente inadimplente é a primei- devedor ficar satisfeito com o tratamento
ra etapa para reinseri-lo no mer- recebido, continuará cliente da mesma
cado. Por esse motivo, as empresas de instituição com a qual estava inadimplen-
cobrança têm investido em treinamento te no passado.
e tecnologia para realizar essa tarefa de
maneira cada vez mais eficiente, tanto A imagem das empresas de cobran-
para a instituição que representam, como ça mudou e o consumidor já percebeu
para o consumidor. Além de atenderem isso. Luís Carlos Bento, sócio-diretor da
seu cliente, resgatando o valor devido, Intervalor, conta um episódio que pre-
prestam um importante trabalho econô- senciou casualmente na Colômbia e que
mico, social e até humanitário a quem foge completamente do padrão brasilei-
está na outra ponta, em dificuldades ro. Ao entrar em um edifício comercial, As instituições descobriram
para honrar seus compromissos. “As ins- Bento viu afixado no elevador a relação que a cobrança é uma forma
tituições descobriram que a cobrança é dos condôminos em débito, com os va-
de fidelizar o cliente devedor,
uma forma de fidelizar o cliente devedor, lores devidos relacionados mês a mês.
tornando-o adimplente e concedendo- “Se alguém tiver que fazer negócio com
tornando-o adimplente e
lhe crédito novamente”, afirma Cícero de essa empresa, com certeza vai pensar concedendo-lhe crédito
Toledo Piza, diretor do Grupo Aval e dire- duas vezes antes de se decidir”, afirma. novamente”
tor administrativo e financeiro do Institu-
to GEOC. Com isso, ele volta a consumir Esse exemplo negativo de cobrança, se- Cícero de Toledo Piza, diretor do Grupo Aval e
e a instituição que contratou os serviços gundo o empresário, é impensável no diretor administrativo e financeiro do Instituto GEOC
A qualificação em um mercado
cada vez mais EXIGENTE
Claudio Kawasaki
Vice-Presidente do Instituto GEOC
Carol Carquejeiro
V
ivemos um momento de retoma- as contratações aumentaram e parte da
da do mercado, destacando-se o mão de obra migrou temporariamente,
fato de que o Brasil foi um dos dificultando a contratação no segmento
últimos países a entrar e um dos primei- de cobrança. Outro ponto é o perfil dos
ros a sair da crise. O ano começa com candidatos, pois boa parte é composta
perspectivas muito favoráveis para a pelos que buscam o primeiro emprego ou
economia como um todo e o mercado que não têm experiência em cobrança,
de crédito terá um papel de destaque exigindo investimentos em preparação.
neste cenário.
Para reverter este cenário e atender as demandas dos clientes, as
As expectativas de crescimento da carteira de crédito passam por empresas de cobrança investirão em dois segmentos: tecnologia e
todos os produtos: veículos leves, veículos pesados, motos, crédito treinamento. Atualmente, existem muitos produtos disponíveis no
imobiliário, cartão de crédito, crédito consignado e crédito para mercado para a indústria de cobrança, desde modelos de cobran-
pessoa jurídica. Todos os setores da economia serão beneficiados ça a softwares de localização, permitindo maior automação dos
e as previsões indicam que o total de crédito representará mais de processos. A grande barreira a ser vencida é o elevado custo para
50% do PIB até dezembro. aquisição destes produtos, o que, diante da redução das margens
operacionais, inviabiliza sua utilização nas operações. Já observa-
O cenário para a inadimplência é positivo, pois com a retomada mos alguns avanços e entendemos que neste ano as condições
do crescimento econômico tudo indica que o comportamento será de negociação possam ser mais atraentes, considerando-se maior
melhor em 2010. O aumento da renda e do emprego ajudarão volume da carteira em cobrança.
na manutenção de bons índices de inadimplência, apagando da
memória os maus resultados de 2009. Na questão da mão de obra, os investimentos estão crescendo
a cada ano. O movimento é muito interessante: hoje é comum
Para as empresas de cobrança as previsões também são boas. O as empresas contratarem consultorias renomadas para treinar
aumento da base de crédito provoca o crescimento natural do vo- equipes em todos os níveis – diretores, gerentes, coordenadores,
lume da carteira em cobrança, independentemente do aumento supervisores e operadores. A equipe operacional é a que recebe
da inadimplência, fato que vem acontecendo nos últimos anos. a maior atenção, com a realização de treinamentos específicos e
Para atender este volume, as empresas investem não somente em desenhados para cada tipo de produto e cliente. Estas ações têm
infraestrutura e tecnologia, mas, principalmente, em treinamento apresentado bons resultados, e certamente contribuirão para a re-
de mão de obra. dução da rotatividade e retenção da mão de obra.
Hoje, um dos nossos principais desafios está no treinamento e re- A busca por tecnologia e pela qualificação dos especialistas está
tenção de talentos, já que a rotatividade é algo que preocupa o provocando uma revolução no setor, fato inevitável diante dos de-
setor. A demanda por profissionais em áreas ligadas à prestação de safios que teremos nos próximos anos. Gestores e empresas terão
serviços tem provocado um movimento maior nas empresas. O co- que se qualificar para conseguir bons resultados num mercado
mércio varejista serve como exemplo: com as festas de final de ano, que vai exigir cada vez mais excelência em desempenho.
INFORME PUBLICITÁRIO
Divulgação
PELO MUNDO
A cidade esbanja
vitalidade às margens
do rio Tejo
lisboa Mercado de
crédito em
HISTÓRIA, CULTURA Portugal
E MODERNIDADE Em Portugal, o setor de crédito se-
gue em ascensão, resultando em
Luiz Gustavo Pacete oportunidades para empresas por-
tuguesas e também brasileiras. De
acordo com Antônio Gaspar, profes-
Prazer Nacional
fama global
IStockpphto
A qualidade do café nacional,
reconhecida mundialmente, aumenta
a paixão dos brasileiros pela bebida
e faz país viver a febre das cafeterias
Daniela Saragiotto
P
uro, carioca, de coador, expresso, com leite ou apenas com
“uma espuminha”... São muitas as formas de se pedir um ca-
fezinho e muito particulares as preferências, mas todos con-
cordam com uma coisa: o brasileiro é apaixonado por café. Maior
produtor mundial do grão, maior exportador e segundo maior mer-
cado consumidor – perdendo apenas para os Estados Unidos –, o
Brasil tem sido cada vez mais reconhecido pela qualidade do seu
café, resultado de um relacionamento antigo da sociedade brasileira
com a bebida. Cada vez mais sofisticadas, as cafeterias hoje investem em blends di-
ferenciados, receitas variadas de drinks com a bebida e na apresen-
A influência do café permeia a história do país. “Costumo dizer que tação perfeita do produto. Tudo isso – e a formação de um público
ela não é só econômica, social ou cultural, mas tudo isso junto e mais consumidor muito exigente – resultou no aparecimento de uma nova
alguma coisa”, diz Clara Versiani, historiadora, cientista política e di- profissão: a de barista. Entre suas funções está a de transformar grãos
retora técnica do Museu do Café. “Dos produtos agrícolas o café é, de qualidade em um café perfeito. “Cada expresso é um filho, pois
certamente, o que mais nos identifica como brasileiros”. nenhum sai exatamente igual ao outro. Mesmo assim, sabemos pela
cremosidade e cor da espuma que ele foi bem tirado”, explica Cecília
Localizado em Santos, litoral do Estado de São Paulo, o museu rece- Sanada, barista premiada que começou a carreira na Octávio Café,
be mensalmente cerca de 50 mil pessoas interessadas em embarcar luxuosa cafeteria na capital do Estado de São Paulo (SP).
numa viagem no tempo recheada com detalhes da nossa história
com o café. “A atividade cafeeira tem uma ligação profunda com a Com dois anos e meio de experiência na área e atualmente ministran-
modernização das cidades, construção de ferrovias e rodovias, profis- do cursos para formação de baristas, Cecília diz que o café brasileiro
sionalização da mão de obra e o surgimento de uma cultura verdadei- está muito próximo dos importados em qualidade. “Temos excelen-
ramente urbana”, explica Clara. O café também inseriu o Brasil nas tes cafés nas regiões montanhosas da Bahia, por exemplo. Eles
relações mundiais de comércio, além de trazer muitos outros benefí- possuem aroma mais frutado e agradam ao público brasileiro, que
cios diretos e indiretos. tem preferência pelos cafés mais encorpados”, conta a barista.
Divulgação
saldo total das operações de crédito por parte dos bancos, mas tam-
crédito fechou 2009 em R$ 1,4 bém porque a reabertura dos mercados
trilhão, o equivalente a 45% do externos e de capitais deve atrair parte
PIB nacional, crescimento de 14,9% na da demanda de crédito das grandes em-
comparação com o ano anterior. Trata- presas, o que deve liberar mais recursos
se de um desempenho bastante positi- para as PME;
vo, principalmente se considerarmos o
pessimismo que dominava o cenário no • • • Também deveremos ter um desem-
início do ano. penho mais equilibrado entre bancos
públicos e privados. Se por um lado os
Algumas características dessa evolução bancos públicos deverão manter a pos-
merecem destaque: (a) em primeiro lu- tura agressiva de 2009 – e devem refor-
gar, o crédito foi “puxado” pelas ope- çar sua base de capital para manter a
rações direcionadas, com destaque para capacidade de emprestar –, os privados
as do BNDES; (b) no segmento livre, des- devem ter uma presença mais ativa em
taque para o crédito para pessoas físicas função da melhora nas condições da
(PF), que cresceu 19,4%, ante 1,2% das economia, aqui e no exterior;
pessoas jurídicas; (c) houve um aumen-
to na participação (market share) dos • • • A inadimplência deverá seguir em
bancos públicos, que acabaram desem- queda. Nossa expectativa é que o índi-
penhando um importante papel contra- ce geral recue para a faixa de 4,5% em
cíclico num momento em que os ban- dezembro, uma redução importante em
cos privados tiveram uma postura mais relação ao fechamento de 2009 (5,6%);
cautelosa; (d) a inadimplência registrou
piora e os spreads subiram especialmen- • • • Os setores que devem crescer mais
te no primeiro semestre de 2009, por conta do agravamento da são o imobiliário e o de infraestrutura. No caso do setor imobiliário,
crise. Lembre-se, contudo, que já no final do ano a inadimplência a estabilização da economia, a expansão da renda e o potencial do
registrava queda e os spreads haviam praticamente retornado ao setor tornam essas operações atraentes para os bancos. Do mesmo
patamar pré-crise. modo, a necessidade que o país tem de ampliar os investimentos
para sustentar o crescimento deve gerar grandes oportunidades
Mas e agora, o que podemos esperar para 2010? Quais as pers- para as instituições financeiras no segmento de infraestrutura.
pectivas para a evolução do mercado de crédito? A partir do que
vimos no final do ano passado e no início deste, já é possível Como se vê, as perspectivas para o crédito em 2010 são posi-
considerar que: tivas, com ampliação das operações, alongamento de prazos e
queda na inadimplência. Mesmo uma provável elevação da taxa
• • • Deveremos ter um crescimento mais expressivo das ope- Selic não deve alterar este cenário, pois esse movimento já está
rações. Nossa estimativa é de que o saldo global apresente um incorporado nas premissas com que as instituições financeiras tra-
crescimento de 25%, fechando o ano em R$ 1,75 tri ou o equi- balham. O risco maior está mesmo numa eventual recaída da eco-
valente a 51% do PIB; nomia nos países centrais, o que poderia arrastar o Brasil para um
novo ciclo recessivo. Se isso acontecer, a economia brasileira e por
• • • Também é provável que esse crescimento seja mais equilibra- extensão o mercado de crédito devem ser afetados, com redução
do, com taxas próximas entre os segmentos de crédito livre e dire- importante nos seus ritmos de crescimento. Felizmente, contudo,
cionado. No segmento livre é provável que o setor de pequenas e esta possibilidade parece remota e o mais provável é que 2010
médias empresas (PME) seja beneficiado, não só porque a expan- seja mesmo um ano especialmente positivo para o mercado de
são da economia geralmente aumenta o apetite na concessão de crédito no Brasil.